39
J.ALLERGY CLIN IMMUNOL VOLUMA 124, NUMBER 2 AGOSTO 2009 Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

J.ALLERGY CLIN IMMUNOL VOLUMA 124, NUMBER 2 AGOSTO 2009

Mariana F.C de AndradeLetícia Franzoni

Dra.Paula Schimitd

Page 2: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Introdução2-20% das admissões nas UTIs são atribuídas a asma

severa, sendo que 1/3 desses pacientes precisam ser intubados e necessitam de ventilação mecânica.

Esse artigo de revisão abrange dados recentes relacionados a indicação, técnicas e complicações da intubação e da ventilação mecânica na asma aguda na sala de emergência.

Também discute estratégias para prevenir a intubação desses pacientes.

Page 3: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Estudos avaliados1. Quanto ao uso de drogas na pré e pós intubação: Conti et al: efeito do uso do alfentanil (opióide de

última geração) na mecânica respiratória. Maslow et al: resposta respiratória durante a

intubação, após administração da lidocaína intravenosa ou do albuterol inalatório.

Page 4: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Outros estudos2. Quanto as complicações da ventilação mecânica: Tobin: barotrauma no paciente asmático que

precisa de ventilação mecânica. Behbehani et al: miopátia aguda associada ao uso

de bloqueadores neuromusculares.

Page 5: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

DiscussãoA. Prevenção da intubação A intubação no asmático aumenta em 10-20% a sua

mortalidade. As exacerbações costumam responder bem as

terapias de primeira e segunda linha: B2, corticóides, agentes anticolinérgicos, sulfato de magnésio e aminofilina.

Page 6: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Terapêuticas especiais

* Precisam de mais estudos.

Page 7: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

B. Critérios para intubação: Clínico: a. Parada cardíaca;b. Parada respiratória;c. Exaustão física;d. Alteração do sensório. Gasometria arterial: a. Ph < 7,2.b. PCO2 > 55-70, ou aumentando mais que 5 mmHg/h.c. PO2< 60 mmHg com 100% de O2.

Page 8: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Considerar também: FR>40, barotrauma ou acidose lática refratária.

Page 9: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

C.Técnicas de intubação:a. 4 métodos ( tabela a seguir)b. Pode-se administrar a Atropina para atenuar os

reflexos vagais e a lidocaína para anestesia tópica.c. Recomenda-se a sedação com Ketamina, Propofol

ou Midazolan e o bloqueio neuromuscular com Succinilcolina ou Vecurônio.

Page 10: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd
Page 11: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Recomendações p/ ventilação mecânica adequada

•Hiperinsulflação severa pode ocorrer durante VM no asmático

•Risco: hipotensão e barotrauma

•Essencial reconhecer, medir e controlar auto PEEP

•Auto PEEP: diminuição vel. Fluxo expiratório - esvaziamento alveolar incompleto - aumento vol. Exp. Final – aumento vol. Insp. final – novo ciclo – hiperinsulflação

Page 12: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

3 estratégias (diminuir hiperinsulflação/auto PEEP):Diminuir FR (mais eficaz)Diminuir volume correnteAumentar velocidade fluxo inspiratório (< tempo ins

> exp)

Níveis aceitáveis auto PEEP máx 10-15mmHgVolumes correntes baixos aumentam o espaço morto

(estratégia limitada)Elevadas velocidades fluxo estimulam o aumento FR

(< tempo exp)

Page 13: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

FR baixas ocasionam hipercapniaPorém, há a hipercapnia permissivaPctes toleram valores altos (Pco2 90); Hipercapnia é mais segura do que a hiperinsulflação

decorrente de algumas medidas p/ “lavar CO2” (>FR, > vol corrente)

Lembrar que hipercapnia é contra indicada em hipóxia cerebral e disfunção cardíaca grave (dilata vasculatura cerebral, depressão miocárdica).

Pesar risco/benefício na disfunção cardíaca leve/mod

Page 14: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

P/ determinar gravidade da hiperinsulflação (fundamental nos ajustes do ventilador):

Mensurar gases exalados Volume final inspiração (Vei): medida do volume do ar

exalado durante longa apnéia (40-60s).Representa vol. Corrente anterior + vol. Adicional resultante da hiperinsulflação

Vei > 20ml/kg – risco de barotraumaVei : pcte curarizado e equipe treinada

Page 15: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Na prática: marcadores indiretos AutoPEEP: estimativa da p. alveolar mais baixa durante

ciclo respiratórioMedir: oclusão válvula exalação no final exp. (retardar

próx ciclo)A presença de fluxo exp no início da insp (ausculta,

traçado), sugere autoPEEP

Page 16: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

P platô (p. distensão pulmão):Média p. alveolares no final inspiraçãoDepende parênquima pulmonar, parede, torácica,

abdomeMedida: p. determinada pela interrupção temporária do

fluxo no final da insp. De 1 ciclo apenasOBS: é preciso sincronia, mas não curarização

Page 17: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

P platô e autoPEEP não são validados como preditores de complicação na VM

Porém especialistas concordam que complicações são raras qdo pplatô < 30 e autoPEEP < 15

Page 18: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

aplicação externa PEEP: por aumentar calibre vias aéreas, pode diminuir a resistência ao fluxo do ar

Porém pulmão não é homogêneo e em algumas áreas pode piorar insulflação

Teste: PEEP X vol corrente exaladoNão recomendado p/ sedados e curarizados (> vol.

Pulmonar)Pode ser usado em baixos níveis (5), pq <trabalho

inspiratório

Page 19: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd
Page 20: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Manejo pós OIT imediatoSedação: + conforto, - consumo O2, - produção CO2Permite sincronismoPrevine a agitação e o > FR qdo pcte acorda

Exs: benzodiazepínicos

Page 21: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Propofol: sedação profunda + ação broncodilatadoraEf. Colaterais: convulsões, hipertrigliceridemia, >

produção CO2 qdo uso prolongadoAltas doses: Sínd. Infusão propofolSempre associar opióide(fentanil) ao propofol ou

BZD, p/ combinar: amnésia, analgesia, sedação, supressão drive respiratório

Page 22: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Anestésicos inalatórios: efeito broncodilatador potente e direto

Diminui responsividade das vias aéreasInduz arritmias e depressão miocárdica Analisar risco/benefício

Bloqueadores neuromusculares:Podem diminuir risco de barotrauma

Page 23: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Evita tosse e dissincronismosRepouso musculatura respiratóriaEx: cisatracúrio – sem efeito cardiovascular, não >

liberação de histamina, não depende de depuração renal ou hepática

Podem causar miopatia (principalmente se associado ao corticóde)

Page 24: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Apenas recomendado quando a sedação profunda não permite resposta passiva ao ventilador

Deve ser usado por < 24hA miopatia, em geral, recupera-se totalmente; porém

após tempo prolongado

Page 25: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Heliox (hélio + O2):Diminui turbulência nas vias aéreasEstudos conflitantes sobre benefício pré OITTalvez algum benefício na asma grave antes da OITSem evidência no pós OIT

Page 26: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Manejo farmacológico no paciente intubadoCorticóides sistêmicos:Continuar uso no pós IOT, já que o broncoespasmo

permanecePadrão ouro nestes pctes1 estudo: metilprednisolona 40mg 6/6h (ou outro

corticóide com dose equivalente)Doses maiores não são mais eficazes

Page 27: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

B2 agonistas inalatórios:Dose eficaz é muito debatidaNebulização = MDI

Outros broncodilatadores: Teofilina EV: sem benefício nos pctes asmáticos não

OIT; nos OIT, não há estudos

Page 28: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd
Page 29: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Prevenção e tratamento das complicaçõesBroncoespasmo induzido por IOT:Bem conhecido que a IOT aumenta a resistência das

vias aéreas nos pctes com hiperreatividade brônquicaPorém não se sabe a extensão em que isso ocorre

após IOT asmáticos acordados

Page 30: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Lidocaína EV pré IOT (evitar intubação) não tem benefício

Albuterol inalado pré IOT pode ser válidoSalbutamol EV pré anestésico pode prevenir o

aumento da resistência sist. Respiratório (diminui em 6%)

Broncodilatadores pré IOT parecem úteis em < broncoespasmo induzido pela IOT

Page 31: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Hipoxemia persistente:sugere complicação da VMEntubação seletiva ( m 21/h 23cm)PneumotóraxTubo: deslocamento,obstrução,vazamentoDistenção gástrica(piora complacência e mecânica do

sist. Respiratório)AspiraçãoBroncoespasmo progressivo

Page 32: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Tto: individualizado (SNG, relocar tubo...)Importante reavaliar frequentemente (causa e

resposta ao tto)

Hipotensão: < ingesta na crise> FRBalanço hídrico neg

Page 33: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

VM: a pressão intratorácica na VM ocasiona < retorno venoso e < DC

Complicações da VM, como pneumotórax, distensão gástrica, também > p intratorax.

Page 34: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

TTO: bolus SF0,9%< FR> fluxo inspiratórioSe PAS < 90,ou queda >40mmHg = teste (diag e

terapêutico) da hiperinsulflação: hipopnéia 2-3c/min ou apnéia(pctes pré oxigenados) por 30-60seg

Se causa não imediatamente encontrada= DVA

Page 35: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

PCR: causasHiperinsulflação crítica (<pré carga; > p pericárdica =

tamponamento; > resistência vascular pulmonar = falência VD)

Tto (AESP): RCP,volume, teste apnéia (30-60seg), DVAPneumotórax hipertensivo (diag clínico): desvio

traquéia, MV+unilateralmente, enfisema subcutâneoTto: punção alívio + drenagem

Page 36: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

HipoxemiaAcidose Eletrólitos (succinilcolina- >K+, o q pode ser fatal em

pcte já em acidose)IAM (excesso B2agonista sistêmicos)Tubo (obstruído, dobrado)Drogas (heroína, crack, cocaína)

Page 37: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Barotrauma: > morbimortalidade (estudo com p0.04)Relação controversa entre PEEP, vol. Corrente, p. nas

vias aéreas2 estudos contraditórios: asmáticos + SARA – 1 viu

<barotrauma com PEEP e vol. Corrente baixos, o outro não viu relação. Ambos= barotrauma é + freq nos asmáticos qdo há associação com SARA

Page 38: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Miopatia: Patogênese da lesão muscular está relacionada aos

bloqueadores neuromusculares, principalmente se associados aos corticóides

Estudo viu alta incidência de miopatia qdo bloqueadores neuromusculares foram usados na asma quase fatal

Não há associação independente entre miopatia e corticóide (usado isoladamente)

Page 39: Mariana F.C de Andrade Letícia Franzoni Dra.Paula Schimitd

Extubação: Não há critérios específicos bem determinados p/ asma. Recomenda-se:

Pcte acordadoPco2 normalizadaResistência das vias aéreas <20autoPEEP<10Ausência de fraqueza muscularIOT pelo menor tempo possívelObservar em UTI 12-24h pós extubação