Marilda Corrêa Ciribelli - Projeto de Pesquisa (Txt) (Rev)

Embed Size (px)

Citation preview

http://groups.google.com/group/digitalsourceMarilda Corra CiribelliO PROJETO DE PESQUISA:UM INSTRUMENTAL DA PESQUISA CIENTFICA.7.LETRAS] 2000 Marilda Corra Ciribelli Produo editorialJorge Viveiros de Castro CapaMarcus de Moraes Assistente editorialValeska de AguirreEditoraoClamoRevisoSandra PssaroCIRIBELLI, Marilda Corra Projeto de pesquisa: um instrumental da pesquisa cientfica / Marilda Corra Ciribelli - Rio de Janeiro: 7Letras, 2000.ISBN 85-7388-226-3 1. Mtodos de pesuisa. 2. Metodologia cientfica. I. Ttulo.CDD 001.42000Viveiros de Castro Editora LtdaRua Visconde de Caranda 6Jardim Botnico - Rio de Janeiro22460-020 - Tel/fax: (21) 540-7598/0037/0130www.7letras.com.br - [email protected] carinho e estima aoDr. Carmine Martuschello Netopor sua presena amiga, suasolidariedade e por ter meajudado a compreender queviver renascer na esperana.DEDICOCom admirao ao Mestree amigo Antnio Neres Norbergexcelente profissional a quemmuito devo pela alegria da voltaa Sala de Aula espao dodo meu viver.HOMENAGEMA vocs que constituem minha razo de viver,alunos de ontem, de hoje e do amanh.OBRIGADOSUMRIO NDICE*APRESENTAO 9PRIMEIRA PARTE: ETAPAS DO PROJETO DE PESQUISA 10I. CONSIDERAES INTRODUTRIAS 11II. ESTRUTURA DE UM PROJETO CIENTFICO 13III. DELIMITAO DA PROBLEMTICA 141. A Escolha do Tema 142. Reviso da Literatura 153. Justificativa 16IV. OBJETIVOS 17V. QUADRO TERICO. HIPTESES 181. Quadro terico 181.1. Tendncias Metodolgicas do Sculo XIX 181.1.1. Positivismo 181.1.2. Materialismo Histrico-Dialtico 191.2. Tendncias Metodolgicas do Sculo XX 191.2.1. O Neopositivismo 191.2.2. Fenomenologia 201.2.3. Estruturalismo 201.2.4. Funcionalismo 211.2.5. Construcionismo 212. Hipteses 22VI. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS 231. Pressupostos Metodolgicos 232. Mtodos Cientficos 24VII. FONTES DE ESTUDOS 25VIII. PLANO PROVISRIO E/OU TPICOS DE ANALISE 27IX. CRONOGRAMA DE EXECUO 29X. ORAMENTO 30XI. CONCLUSO 31XII. BIBLIOGRAFIA BSICA 32XIII-APNDICES 36Apndice 1 Exemplo de Bibliografia de Mtodos eTcnicas de Pesquisa 38Apndice 2 Modelo de Projeto de Pesquisa(Apresentao Visual) 41Apndice 3 Problemtica: Mestrado em Educao no Grande Rio 44Apndice 4 Apresentao Formal do Projeto de Pesquisa 484.1. Elementos pr-textuais 494.1.1. Capa 494.1.2. Pgina de Rosto 504.1.3. Pgina de Aprovao 514.1.4. Pgina de Dedicatria 514.1.5. Pgina de Agradecimento 524.1.6. Prefcio 534.1.7. Pgina de Pensamento (Epgrafe) 534.1.8. Sumrio 544.1.8. Sumrio 544.2. Elementos textuais 554.2.1. Corpo do Projeto 554.2.2. Algumas consideraes sobre o Texto 554.3. Elementos ps-textuais 554.3.1. Bibliografia 554.3.2. Apndices, Anexos e Sumrios 564.3.3. ndices ou Sumrio-ndice 564.3.3.1. O Primado do Escravo no Teatro Romano 57XIV. SEGUNDA PARTE. ANEXOS 61Exemplos de Partes de Projetos e Pr-projetos de Pesquisa 63Anexo 1 Plano provisrio e quadro terico do pr-projeto de pesquisa da prof. Andreia Vidal Furtado (UNIG) A no linearidade da comunicao 64Anexo 2 Justificativa do pr-projeto de pesquisa da prof. Marlene Diniz Amaral (UNIG) Pense globalmente, aja localmente: realidade ambiental de Itaperuna 68Anexo 3 Justificativa e tpicos de anlise do pr-projeto de pesquisa da prof. Llia Maria Gilson de Oliveira Rangel (U.S.S.) Eufrdia Teixeira Leite: entre a fantasia e a realidade 71Anexo 4 Quadro terico metodolgico do projeto de pesquisa da prof. Flvia Lages de Castro (U.S.S.) A mulher romana na viso ovidiana 77Anexo 5 Quadro metodolgico do projeto de pesquisa do prof. Gilvan Ventura (UFRJ) A escalada dos imperadores romanos proscritos. Estado, conflito social e usurpao no IV sculo d.C. 79Anexo 6 Problemtica e quadro metodolgico do prof. Antnio Marcos da Silva Catharino (UNIG) Dor de cabea crnica e a aprendizagem dos estudantes de medicina 83Anexo 7 Plano provisrio do projeto de pesquisa da prof. Clara Hetmanek Sobral (UNIG) Educao na obra de Aurelius Augustinos 86APRESENTAOAPRESENTAO Este livro originou-se da experincia vivida nos trabalhos desenvolvidos em sala de aula do Curso de Mestrado em Educao da Faculdade de Educao e Letras da UNIG, atravs das disciplinas: Mtodos e Tcnicas de Pesquisa e Seminrio de Pesquisa. Foi pensando especificamente nos mestrandos da Universidade Iguau que resolvemos comear a escrever na rea da Metodologia Cientfica. O livro fruto tambm de nossa atividade como professora e orientadora de dissertaes e teses de Programas de Mestrado e Doutorado das Universidades: UFRJ, USS e UNIG. Move-nos, portanto, a vontade de colaborar com os universitrios na elaborao de seus trabalhos cientficos, no caso especfico, de um Projeto de Pesquisa. Nossa finalidade facilitar-lhes as condies (exigncias acadmicas) para o cumprimento de suas atividades universitrias. Compreendemos as dificuldades dos que se iniciam na Pesquisa Cientfica, no s em sua organizao formal como em seu planejamento e, na compreenso dos textos, razo pela qual resolvemos empregar neste manual uma linguagem simples, clara e objetiva. Trata-se de um roteiro, de uma introduo a elaborao de Projetos de Pesquisa que no pretendemos seja um tratado de epistemologia, nem um receiturio a seguir. O carter prtico deste livro no impede que nele sejam por ns enfocados alguns problemas tericos que envolvem o processo de criao cientfica mas, por outro lado, procuramos sempre demonstrar na prtica nossas proposies. Elaboramos uma seqncia de elementos que constituem um modelo, ou melhor, as partes de um Projeto de Pesquisa com os seus princpios bsicos de criao. Outros ordenamentos podem ser utilizados pelos estudantes, mas o que importa que, a priori, sistematizem o conhecimento a desenvolver, sigam um roteiro passo a passo, porque assim, certamente, ganharo em qualidade, eficincia e rapidez. (Marilda Corra Ciribelli) [p. 015] [p. 016] Pgina em branco [p. 017] Ttulo [p. 018] Pgina em branco PRIMEIRA PARTE:ETAPAS DO PROJETO DE PESQUISAI. CONSIDERAES INTRODUTRIAS Nem sempre os pesquisadores compreendem a importncia da elaborao de um Projeto para o desenvolvimento da Pesquisa Cientfica; para alguns, seria mesmo, uma perda de tempo. Como impossvel em qualquer atividade cientfica deixar de traar um caminho, de planejar, tambm inconcebvel para a realizao de uma Pesquisa Cientfica a inexistncia de um Projeto. O Projeto de Pesquisa nada mais que o planejamento, ou melhor, o primeiro passo da pesquisa. A prpria palavra projetar aponta para esta direo, significa antever etapas para operacionalizao de um trabalho.1 O agente da pesquisa no pode agir de forma assistemtica. O Projeto de Pesquisa um instrumental tcnico que conduz a uma ao especfica, com bases em recursos humanos, tcnicos e financeiros. Antes de introduzirmos o assunto, nos parece oportuno tecer algumas consideraes sobre os Projetos de Pesquisa. Todo Projeto deve ter uma certa flexibilidade para se adaptar s possveis mudanas operadas pelo pesquisador no desenvolvimento do seu trabalho. Vrios fatores podem levar o pesquisador a mudar o seu tema: uma coleta de dados insuficiente e outras dificuldades como: a falta de condio do pesquisador em funo da instituio em que trabalha, que muitas vezes no aceita o assunto de sua escolha e, ainda, a falta de tempo e de subveno financeira. Todo Projeto desenvolvido em vrias etapas, porm estas constituem apenas um roteiro de ao, jamais podendo ser consideradas como regras fixas a serem seguidas pelo pesquisador. Todo pesquisador dever formular o seu prprio roteiro de acordo com sua temtica.2 [p. 019] O pesquisador, quando iniciante, no deve procurar temas ambiciosos e complexos, deve procurar temas fceis na conduo, na coleta dos dados, na fase da crtica e na interpretao dos mesmos. interessante tambm que procure contatar pessoas que tenham desenvolvido projetos de pesquisa observando suas possveis variantes de ao. Todo Projeto dever conter em seu roteiro um plano provisrio que no deve ser entendido como um produto acabado porque, nesta fase, que a primeira fase da pesquisa, o pesquisador no ter ainda definido inteiramente. Assim, o plano provisrio nada mais que uma relao de tpicos que, a priori, o pesquisador dever desenvolver em seu trabalho, sem se preocupar com sua seqncia lgica e definida pertinncia. O Projeto pode nascer em atendimento a uma necessidade institucional, a uma solicitao do professor em sala de aula como exigncia de redao de trabalhos cientficos, sejam monografias, dissertaes ou teses doutorais ou simplesmente por vontade do pesquisador. A Pesquisa pode ser individual ou coletiva, por isto dar ensejo a Projetos desenvolvidos individual ou coletivamente, e a existncia de um Coordenador Doutor responsvel pela mesma exigncia de lei.3 So inmeros os livros de Metodologia Cientfica que se referem a Projetos de Pesquisa, que informam aos alunos sobre o aspecto formal da realizao dos mesmos, porm, sem aprofundar-lhes a parte terico-metodolgica. Alguns deles tornam-se verdadeiros receiturios de consulta. Poucos destes livros iro auxiliar o estudante no desenvolvimento de Pesquisa Cientfica porque toda pesquisa tem uma parte terica, mas pressupe, tambm, a realizao concomitante da ao demonstrativa (da parte prtica). A Pesquisa Cientfica, sabemos, comea com um Projeto. Mas os estudandes-pesquisadores sempre perguntam: como elabor-lo? Nossa experincia em sala de aula no Mestrado em Educao da UNIG vem nos mostrando a angstia dos alunos que se iniciam na [Pg 020] Pesquisa Cientfica e que se traduz em perguntas: o que um Projeto de Pesquisa? Como elabor-lo? O que pesquisar? Como saber se o tema importante? Toda Pesquisa Cientfica deve comear com um projeto? O Projeto precisa conter hipteses? Por qu? Por que necessrio redigir uma monografia no final da pesquisa para relatar a investigao? Como saber se o tempo exigido para realizao do Projeto ser suficiente para realizar a pesquisa? , afirmamos, um momento difcil para os iniciantes-pesquisadores, em que o papel do orientador, o seu conhecimento, segurana e empatia so fundamentais. impossvel para o professor responder a todas estas perguntas ao mesmo tempo de uma s vez. necessrio sistematiz-las, por isto, resolvemos, atendendo s sugestes dos mestrandos em Educao da Faculdade de Educao e Letras (FAEL) da UNIG, elaborar este manual, seguindo passo a passo o desenvolvimento de um Projeto de Pesquisa. No temos a pretenso de que constitua uma seqncia ideal, nem desejamos que seja uma camisa-de-fora na qual o pesquisador esteja confinado; simplesmente propomos um roteiro ou um modelo com as partes fundamentais de um Projeto de Pesquisa.4 [p. 021]II. ESTRUTURA DE UM PROJETO CIENTIFICO1. Definio da Problemtica:1.1 Delimitao do tema. Interesse Pessoal1.2 Reviso da Literatura1.3 Importncia cientfica e social (relevncia)1.4 Justificativa:1.4.1. Critrio de originalidade1.4.2. Critrio de viabilidade2. Objetivos:2.1 Geral2.2 Especficos3. Quadro Terico e Hipteses de Trabalho4. Procedimentos Metodolgicos5. Fontes de Estudo.6. Planejamento Provisrio (Tpicos de Anlise)7. Cronograma de Execuo e Oramento8. Bibliografia Bsica9. Custos10. Apndices e Anexos A estrutura do roteiro acima apresentado dirige-se, principalmente, aos estudantes-pesquisadores que se iniciam na Pesquisa Cientfica que tm de redigir Monografias de final de Curso de Graduao ou Dissertaes de Mestrado e Teses Doutorais. [p. 022]III. DELIMITAO DA PROBLEMTICA1. A Escolha do Tema O primeiro item de nosso planejamento responde a algumas perguntas, como por exemplo: o que pesquisar? Como selecionar um tema? Como saber se o tema importante? Como elaborar um Projeto de Pesquisa? E os outros itens respondem s demais indagaes feitas pelo estudante-pesquisador. O ponto de partida de um Projeto de Pesquisa so os estudos preliminares desenvolvidos pelos alunos, as novas contribuies exploratrias que iro influenciar na seleo do tema e os subsdios que os ajudem a elabor-lo.5 Escolher um assunto significa, segundo D. V. Salomon, preferi-lo de acordo com suas inclinaes pessoais e possibilidades culturais; descobrir uma lacuna no conhecimento, uma situao-problema, que merea ser investigada cientificamente e que o pesquisador tenha condies de formul-la e delimit-la em funo das exigncias da pesquisa.6 A escolha do assunto nunca pode ser conduzida ou mesmo induzida pelo professor-orientador, pois se trata de uma preferncia pessoal que envolve fatores culturais, psicolgicos, socioeconmicos e terico-metodolgicos. um ato de especificao e de preferncia que deve estar muito ligado pessoa do estudante que se inicia na atividade cientfica e tambm relacionado a fatores psicossociais que se traduzem na adequao ao tempo que dispe, portanto depende do indivduo, de sua energia, de sua velocidade, rendimento e constncia exigidas para a realizao de qualquer trabalho cientfico.7 O aspecto metodolgico tambm no pode ser esquecido: um Projeto de Pesquisa no pode ser improvisado. [p. 023] No demais reforar que o xito da escolha do assunto ou da seleo do tema estar sempre intimamente ligado s tendncias, aptides e bagagem de conhecimentos do aluno-pesquisador. Na escolha do tema o critrio de relevncia fundamental mas, para cumprir esta prtica cientfica, repetimos necessrio que o assunto esteja adaptado capacidade, s inclinaes e ao interesse pessoal do pesquisador. Os elementos externos a sua vontade como o tempo que dispe para execut-lo, a existncia de bibliotecas que possuam livros adequados a sua rea de anlise, tambm so fundamentais. A afirmativa se algum no tem algo de novo a escrever ou no seja capaz de faz-lo de forma original, melhor calar-se , sem dvida, verdadeira. So diretrizes, segundo D. V. Salomon, para a escolha de um bom tema de pesquisa: a observao direta, a reflexo, o senso comum, a experincia pessoal, as analogias, o mercado de idias e a serendipidade.8 A delimitao do tema que ir se transformar no ttulo da pesquisa (situao-problema ou ainda a lacuna do conhecimento) , enfatizamos, da escolha do estudante, porque precisa que lhe seja prazerosa e agradvel, e que esteja de acordo com sua bagagem cultural, suas leituras continuadas e sua experincia pessoal. Como no cabe ao coordenador de Programas de Ps-Graduao escolher os orientadores para os alunos dos Cursos tambm, estes no podem escolher o tema da pesquisa para os estudantes, conforme suas inclinaes particulares ou o trabalho que vem realizando. Quando muito, pode ajud-los, ou melhor, orient-los na delimitao da problemtica. Em geral, temos observado em sala de aula, os estudantes se inclinam para temas amplos e mal definidos, do tipo: Sou mdico, por isto, farei um trabalho na rea de sade na regio X, e tantas outras afirmativas idnticas. Para definir a problemtica da pesquisa preciso que o pesquisador, na fase exploratria, aprofunde suas leituras especficas sobre o [p. 024] assunto a desenvolver como o seu conhecimento terico-metodolgico. E necessrio lembrar que importante delimitar o tema no espao e no tempo e verificar a existncia de documentao adequada a pesquisa, isto , que possua fontes textuais, de cultura material ou fontes orais e que opte por determinados procedimentos terico-metodolgicos e tcnicos como: observao, entrevistas, questionrios, formulrios, testes, sociometria, anlise de contedo, pesquisa de mercado, histria de vida e outros. E importante tambm para o estudante-pesquisador no esquecer de procurar os especialistas no assunto que vai pesquisar, pedindo-lhes aconselhamentos e sugestes, pois seu conhecimento e sua experincia, certamente muito os ajudar. S neste momento, j identificada uma lacuna no conhecimento, ou uma diferena de opinio do pesquisador com estudos anteriores, este estar apto a formular um tema preciso de pesquisa e iniciar o seu universo de anlise.92. Reviso da Literatura A definio da problemtica como pudemos constatar no est somente ligada vontade do pesquisador ou a sua importncia social e cientfica, fundamental, nesta primeira fase da investigao, que se faa uma reviso do assunto a ser pesquisado. o que se denomina Reviso da Literatura. Torna-se fundamental verificarmos tudo que foi escrito sobre o tema escolhido, e se existe algum ponto de vista discordante que acrescente algo de original a este tema. A reviso da literatura vem sendo exigida por algumas Instituies de Ensino o que, muitas vezes, causa perplexidade entre os pesquisadores iniciantes, trazendo-lhes novas indagaes: qual o significado ou a funo da reviso da literatura para um projeto cientfico? Onde coloc-la? necessrio que conste de sua estrutura? preciso que seja extensa ou se trata de um simples resumo?10 [p. 025] A reviso da literatura importante porque no podemos realizar uma pesquisa sobre um determinado assunto, sem sabermos da existncia de outros trabalhos semelhantes ou quem sabe at iguais ao que vamos redigir. Se no tivermos este cuidado, certamente cairemos no plgio. indispensvel ao pesquisador certificar-se das lacunas existentes no conhecimento da temtica ou, quem sabe da possibilidade de abord-la sobre outro ponto de vista, mais compatvel com o objeto de anlise do novo pesquisador. Por uma questo de lgica, costuma-se incluir a reviso da literatura na delimitao da problemtica, antes mesmo da Justificativa, porque esta vai condicionar o caminho que o pesquisador deve seguir. Algumas Instituies de Ensino e de Pesquisa lhe concedem uma nfase especial, dando-lhe um Item destacado, no planejamento do projeto. Caso isto seja solicitado, sugerimos ao estudante-pesquisador que coloque a Reviso da Literatura logo aps a delimitao da problemtica por ser um elemento importante dentro do planejamento da pesquisa.3. Justificativa A escolha da problemtica no est somente ligada ao conhecimento especfico do pesquisador sobre o tema que vai desenvolver, nem as suas inclinaes ou interesses acadmicos. A delimitao do tema est condicionada aos critrios de relevncia, originalidade e viabilidade. A Relevncia, a importncia social e cientfica, fundamental na realizao de qualquer Projeto de Pesquisa. O tema escolhido pelo aluno-pesquisador precisa ser uma valiosa contribuio para o conhecimento cientfico, preenchendo possveis lacunas deste conhecimento. importante que atenda s prioridades sociais e culturais exigidas de uma Dissertao de Mestrado, como estar fundamentada em fontes fidedignas e ser o resultado de uma acurada anlise das mesmas. Quanto ao critrio de originalidade, preciso analisar se a Pesquisa se enquadra como uma nova contribuio no campo do conhecimento na rea a que se refere. Se o tema no foi anteriormente [p. 026] pesquisado em profundidade, nem bem trabalhado em bases terico-metodolgicas, necessrio faz-lo. Muitas vezes, como enfatizamos em nossas aulas, preciso fazer novas perguntas a velhos documentos e usar novos documentos para esclarecer velhas perguntas. O problema do indito e da originalidade nem sempre bem compreendido por alguns pesquisadores. O assunto a ser analisado no precisa ser indito, para ser original. O tema escolhido, muitas vezes j exaustivamente trabalhado, pode ser original na interpretao do pesquisador, sendo sua nova proposio enriquecedora para a Cincia. Quando o tema novo, constatado que jamais foi pesquisado, estamos no campo do indito e, certamente, o pesquisador no ser acusado de plgio (infelizmente, hoje, to comum na redao de trabalhos cientficos). O conhecimento da tcnica de citao fundamental para que o estudante que teme copiar no incorra no erro contrrio de citar tudo o que l; o caso por exemplo de muitas idias que, j fazendo parte do que Silva Rego denomina iderio comum, no precisam ser citadas.11 Evidenciada a relevncia e a originalidade do assunto, falta apenas ao pesquisador saber de sua viabilidade. O tema vivel quanto aos recursos humanos, financeiros e materiais existem recursos para que possa ser trabalhado. Neste momento, o pesquisador ter de frisar: o pessoal envolvido na pesquisa, eu prprio, tenho qualificao para realiz-la? Ou como mestrando, tenho conhecimento do contedo da temtica que vou desenvolver? Minha formao terico-metodolgica e tcnica atende s exigncias deste tema? Possuo recursos materiais suficientes que me permitam financiar o custo do trabalho? Ou necessito de Instituies de Fomento para arcar com as despesas necessrias da fase da investigao, at a digitao final? Estes so pontos importantes a serem ponderados pelo pesquisador. Mas, a grande preocupao do agente de pesquisa sempre a existncia e a disponibilidade de fontes adequadas ao tema, sem as [p. 027] quais a pesquisa no ter xito. Inmeras vezes, as fontes existem mas no so acessveis ao pesquisador, por diferentes razes que no so aqui desenvolvidas. Finalmente, se a todas as condies forem favorveis e atendendo aos critrios de relevncia, originalidade e viabilidade, o estudante-pesquisador pode iniciar seu Projeto de Pesquisa, no, sem antes, verdade, consultar seu orientador de dissertao e recorrer a especialistas na rea da sua temtica.12 Inserimos, como Anexos, neste manual alguns exemplos de temas de Projeto de Pesquisa (nos quais o leitor encontrar exemplos da problemtica, de justificativas, de plano provisrio, de quadro terico-metodolgico e at de Tpico de Anlise). [p. 028]IV. OBJETIVOS Definida a problemtica, analisadas sua formulao e justificativa, novas perguntas podero surgir: o que objetiva com o Projeto? Os Objetivos de um Projeto de Pesquisa so Gerais e Especficos e devem ser expostos brevemente e com clareza. O Objetivo Geral d direo ou indica o caminho do pensamento, como uma ao a ser alcanada. Est ligado a uma viso global e abrangente do tema relacionando-se com o contedo intrnseco, quer dos fenmenos e eventos, quer das idias estudadas. Vincula-se diretamente prpria significao da tese proposta para o Projeto.13 Os Objetivos Especficos explicam, ou melhor, permitem uma maior compreenso do objetivo geral, e propiciam alternativas do pensamento a ser construdo com enfoques diferentes.14 Segundo Lakatos, apresentam um carter mais concreto e permitem aplicar o objetivo geral a situaes particulares.15 [p. 029] V. QUADRO TERICO. HIPTESES 1. Quadro Terico Todo processo de pesquisa parte de uma base terica. Portanto, torna-se fundamental definir e construir um modelo terico, porque em funo dele que so enunciadas as hipteses de trabalho a confirmar. O pesquisador no precisa, neste momento, mostrar todo seu conhecimento epistemolgico, apenas explicar suas opes tericas, ligando-as ao tema da pesquisa e s hipteses. Com isto, queremos explicar que as hipteses da pesquisa so enunciadas em funo do quadro terico. Todo problema de pesquisa tem de ser formulado dentro de uma corrente de pensamento, situada num contexto terico maior.16 O pesquisador ter de fundamentar sua Monografia de final de curso de graduao, Dissertao ou Tese de Curso de Ps-Graduao num corpo terico, resultante de um determinado quadro de referncia.17 Para conhecermos algo, precisamos de associaes mentais que dependem sempre do universo cognitivo e psicolgico do sujeito cognoscente.18 Precisamos definir as teorias que sustentam a proposta, pois, so estas o embasamento terico, onde encontraremos a situao atual do problema, os termos e os conceitos operacionais.19 As teorias so muito importantes no processo de investigao das Cincias Sociais, porque so elas que proporcionam definio adequada aos conceitos, bem como o estabelecimento dos sistemas [p. 030] conceituais; auxiliam na construo de hipteses, explicam, generalizam e sintetizam os conhecimentos, sugerindo a metodologia apropriada para investigao.20 Desempenham tambm importante papel metodolgico na pesquisa. A seguir, faremos uma breve exposio das tendncias metodolgicas dos sculos XIX e XX, com a inteno de iniciar os pesquisadores na discusso dos diferentes fundamentos da Cincia. Para tal, seguiremos o texto de Alex Moreira Carvalho denominado Projeto Epistemolgico da Modernidade.211.1. Tendncias Metodolgicas do Sculo XIX O Projeto Epistemolgico da Modernidade apresenta como quadros tericos mais encontrados no sculo XIX, o Positivismo ou Empirismo e o Materialismo Histrico-Dialtico.1.1.1. Positivismo O termo positivismo ou empirismo usado para designar a corrente de pensamento do sculo XIX em que a pesquisa se baseia na observao dos dados da experincia e das leis que regem os fenmenos. Para o positivismo, todo conhecimento humano procede direta ou indiretamente da experincia. Este defende a neutralidade cientfica e no valora os fatos e o esprito. O Positivismo basea-se nos ensinamentos de Bacon, Locke, S. Mill, Hume e Comte. Muitas so as crticas feitas na atualidade aos positivistas, sendo esta teoria hoje considerada totalmente superada.22 Para isto contriburam: a valorizao exclusiva do fato; a idia de Comte, que o [p. 031] conhecimento passa por trs estgios ? o teolgico, o filosfico e o cientfico ? e sua rigidez ao conceber o sistema social quanto a sua natureza, impedindo a compreenso da realidade como processo.1.1.2. Materialismo Histrico-Dialtico O Materialismo Histrico-Dialtico uma tendncia metodolgica que explica uma forma de conceber a realidade social relacionando seus fundamentos.23 Suas bases foram definidas por trs grandes filsofos: Hegel, Engels e Marx. As causas de todas as modificaes polticas, sociais, religiosas devem ser procuradas na transformao do modo de produo e nas suas interfaces e no na cabea dos homens. Marx o criador da teoria materialista dialtica e, sob certo ponto de vista, foi influenciado pelo determinismo positivista, no momento em que defende que as estruturas econmicas (ou infra-estrutura) so a base sobre a qual se erguem as superestruturas jurdicas, polticas etc. Para os adeptos do Mtodo Dialtico, temos, no desenvolvimento da pesquisa, de abarcar todos os seus aspectos, todas as suas ligaes, mediaes e consideraes. Para eles, no h verdades abstratas, elas so sempre concretas.24 Quando um pesquisador adota o quadro de referncia do Materialismo Histrico, passa a enfatizar a dimenso histrica dos processos sociais. A partir do modo de produo de determinada sociedade e de suas relaes com as superestruturas que procede a interpretao dos fenmenos observados.1.2. Tendncias Metodolgicas do Sculo XX O Projeto Epistemolgico da Modernidade no sculo XX apresenta trs tendncias metodolgicas: o Neopositivismo, a Fenomenologia e o Estruturalismo.25 [p. 32]1.2.1. O Neopositivismo O objetivo dos neopositivistas (Grupo de Viena) a luta contra o pensamento metafsico, no s na Cincia mas em todas as esferas do pensamento humano. Seus seguidores procuram um consenso racional (intersubjetividade) a partir do qual as relaes sociais, econmicas e culturais em crise deveriam ser modificadas. Com isto, a produo do conhecimento fica atrelada a uma transformao racional da ordem social. Para os neopositivistas o conhecimento produzido pela Cincia deve servir como fenmeno para transformar a realidade (certamente, influncia do Iluminismo). O Neopositivismo uma concepo empirista e positivista: s existe conhecimento legtimo quando buscado numa experincia emprica. Pela aplicao do mtodo de anlise lgica amaterial emprico, busca-se o ideal da Cincia unificada.26 Para eles haveria uma linguagem especfica para a cincia o conhecimento produzido pela razo pura, independentemente de experincia emprica, o que no legtimo. So representantes desta tendncia R. Canap, O. Neurath, H. Hahn, M. Schlick.271.2.2. Fenomenologia A Fenomenologia uma tendncia metodolgica surgida no incio do sculo XX, cujo precursor foi F. Brantano. F. Hussert lanou seus princpios que muito iriam influenciar Sartre, Heidegger e Merlan. A Fenomenologia se ope separao entre o sujeito produtor do conhecimento e o conhecimento.28 Toda conscincia intencional e o conhecimento o resultado da interao entre o que o sujeito observa e o sentido que fornece coisa conhecida.29 [p. 033] No se pode falar, por esta tendncia, de uma observao independente dos significados que o sujeito atribui realidade.30 Por isto, se fala em fenmenos e em intencionalidade, ou seja, o fenmeno algo que aparece para conscincia de algo. No existem fenmenos que no se dem no plano da intencionalidade da conscincia. Os fatos, portanto, no garantem a objetividade da Cincia, eles se constituem atravs dos sentidos atribudos a eles, pela conscincia. A Fenomenologia exercita a filosofia e a concebe como sendo uma anlise da conscincia na sua intencionalidade.311.2.3. Estruturalismo Surgiu na segunda metade do sculo XX outra tendncia metodolgica relacionada com as cincias humanas: o Estruturalismo. O termo Estruturalismo usado para designar as correntes de pensamento que recorrem noo de estrutura para explicar a realidade em todos os seus nveis.32 Mas, o que Estrutura? Podemos defini-la como um conjunto de elementos que mantm relaes necessrias entre si. Tais relaes so tambm de carter funcional, ou seja, cada elemento que compe o sistema concorre para manuteno dos que lhe esto relacionados, isto , cada elemento tem uma funo no todo.33 A estrutura no Estruturalismo est acima das mudanas e dentro do Sistema, invarivel e estvel. A totalidade e a inferncia so os seus pressupostos, seu mtodo analtico-comparativo. A inter-relao e a disposio em todas as partes do objeto, a anlise interna que a totalidade revela, procuram alcanar as leis universais que explicam o modo de funcionamento dos fenmenos humanos. Seus principais representantes so o socilogo Ferdinand Saussure e o antroplogo Claude Lvi-Strauss. [p. 034] As bases do Estruturalismo foram formuladas no campo da Lingstica por Saussure. Na segunda metade do sculo XX o trabalho de Lvi-Strauss apresenta uma perspectiva estruturalista para anlise de fenmenos culturais, constituindo, assim, uma tendncia de estudo da Antropologia; J. Lacan faz uma contribuio estruturalista Psicanlise; Jean Piaget elabora a Epistemologia Gentica e L. Althusser estende esta tendncia ao marxismo.34 Para os estruturalistas so as estruturas que, de forma inconsciente, controlam o comportamento humano. Propugnam, o que importante, o carter cientfico das cincias humanas e privilegiam mais a Sincronia (dimenso estrutural) do que a Diacronia (dimenso histrica). Muitos autores, alm das correntes citadas, destacam tambm o Funcionalismo e o Construcionismo.351.2.4. Funcionalismo Os Funcionalistas pressupem, tambm, uma estrutura e uma relao entre os seus elementos. A tendncia Funcionalista muito semelhante do Estruturalismo, mas se diferencia dele, porque, para os funcionalistas sistmicos, o todo maior que a parte e tambm por privilegiarem a Sntese e no a Anlise. O funcionalismo da nfase circularidade sistmica e exerce profunda influncia na pesquisa social.36 Seus expoentes so Durkheim e Parson. Eva Lakatos desenvolve com clareza e sinteticamente os pressupostos funcionalistas em sua obra Metodologia Cientfica e afirma que esta tendncia muitas vezes associada a ideologias conservadoras e, por isso, sofre restries.37 Dentre as novas tendncias metodolgicas do sculo XX que do continuidade ao Projeto Metodolgico da Modernidade, podemos [p. 035] citar a Etnometodologia, a Concepo e aCorrentes que rompem com o projeto epistemolgico da modernidade, representadas por Nietzsche, pela Escola de Frankfurt, por C. Popper, por T. Kuhn, por P. Layeraberde e I. Lakatos e, pelo Pragmatismo e Construcionista.38 Dentre elas, apenas faremos referncia ao Construcionismo, surgido no sculo XX, com pensadores como: Karl Marx e Nietzsche dentre outros.1.2.5. Construcionismo O Construcionismo contrrio ao Representacionismo, onde o sujeito produtor do conhecimento representa ou descreve a realidade tal como ela , independentemente das vias de acesso s mesmas e considera tanto o sujeito como o objeto do conhecimento como construes sociais e histricas.39 A. M. Carvalho d como exemplo: a condio feminina como um objeto de pesquisa. Ao estruturar a sua pesquisa, o cientista est consciente ou intencionalmente revelando modos pelos quais percebe o objeto em questo.40 Esses modos no so exclusivos do modo de existir do pesquisador. So perspectivas socialmente construdas, a partir das quais se percebe um aspecto da realidade, um determinado ponto de vista.2. As Hipteses Analisadas algumas possveis opes do pesquisador no que se refere ao quadro terico, necessrio algumas ligeiras consideraes sobre as hipteses nos Trabalhos Cientficos. As primeiras perguntas daqueles que se iniciam na elaborao de Projeto de Pesquisa so invariavelmente: o que so hipteses? Para que servem? E preciso sempre formular hipteses? Como faz-lo? Existe vasta literatura que responde estas indagaes. No acreditamos ser este o momento e o local apropriados para analisar em [p. 036] profundidade a problemtica das hipteses ? j o fizemos exaustivamente em nosso livro sobre Pesquisa Cientfica ?, porm h consideraes que nos parecem indispensveis para os pesquisadores iniciantes. As hipteses so afirmaes que sero testadas por meio da evidncia dos dados empricos em funo dos quais, podem ou no ser confirmadas.41 Constituem o instrumental terico mais importante no processo de pesquisa, porque, construir um modelo terico significa definir o quadro terico em funo do qual sero enumeradas as hipteses de trabalho, a confirmar. O pesquisador precisa, portanto, sempre ligar as hipteses ao tema e pesquisa. A maior dificuldade do mestrando na elaborao dos seus Projetos de Pesquisa , justamente, a formulao das hipteses, o que facilmente compreensvel. Em primeiro lugar, as hipteses dependem da teoria, ou melhor, de um quadro terico claro, o que nem sempre fcil para os estudantes-pesquisadores elaborarem. Aliada a esta dificuldade est o ensino deficiente dos Cursos de Graduao que no facilitam o raciocnio, a reflexo e o desconhecimento das tcnicas de pesquisa Cientfica.42 No possvel ensinar a inventar hipteses. Para cri-las necessrio conhecimento anterior especfico da temtica que o pesquisador vai desenvolver, criatividade, capacidade de reflexo, conhecimento terico-metodolgico e, como afirma A.J. Severino, alguma formao em lgica.43 A hiptese um ato criativo, uma afirmao que ser testada por meio da anlise dos dados empricos. Como todo ato criativo no pode ser ensinado, porm, podemos fornecer, aos que se iniciam na pesquisa cientfica, alguns conselhos prticos que certamente lhes sero de grande valia: 1) Identificar as dificuldades sugeridas pelo tema. [p. 037] 2) Procurar descobrir as lacunas ou problemas que o assunto envolve. 3) Formular perguntas atravs de um esforo de reflexo. 4) Adquirir alguma formao em lgica. 5) Definir todas as palavras contidas nas hipteses. 6) Dar-lhes enunciados concisos e claros. 7) Evitar hipteses negativas (sentindo que so falsas, modific-las ou abandon-las).44 [p.038]VI. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS1. Pressupostos Metodolgicos Continuando nossa exposio, delimitada a problemtica, os objetivos a alcanar, o referencial terico e as hipteses, o pesquisador dever definir os procedimentos metodolgicos e instrumentais tcnicos. E o momento de optar pelos mtodos e tcnicas que usar no desenvolvimento da pesquisa: coleta de dados, seleo das fontes de informao e configurao do seu universo de anlise. Tanto na Pesquisa Bibliogrfica como na Pesquisa Experimental e na Pesquisa de Campo, os fundamentos metodolgicos sero os mesmos.45 comum encontrarmos o quadro terico junto aos procedimentos metodolgicos, num s item, com a denominao de Quadro Terico-Metodolgico. Acreditamos ser mais fcil os pesquisadores separarem o quadro terico dos procedimentos metodolgicos, porque metodologicamente sabemos que, nos Trabalhos Cientficos, quanto maior a diviso em ttulos e subttulos, mais fcil a leitura do texto e sua elaborao pelo pesquisador. Ao desenvolvermos os procedimentos metodolgicos seguimos o texto de A. J. Severino, que nos parece claro e elucidativo, o que no quer dizer que faremos uma cpia fiel do mesmo. Uma Monografia de fim de Curso de Graduao ou de Ps-Graduao deve assumir a forma lgica de uma demonstrao, ou melhor, de um ponto de vista, de uma tese proposta hipoteticamente para resolver um problema. Entendemos como demonstrao o conjunto seqenciado de operaes lgicas que, de concluso em concluso, chega a uma concluso final procurada e como Raciocnio, um processo lgico de pensamento, uma operao mental que pode servir de argumento demonstrao.46 [p. 39] Sem raciocnio impossvel argumentar sobre qualquer assunto, pois o raciocnio, como processo lgico de pensamento, que nos permite, partindo de conhecimentos anteriormente adquiridos, chegar a novos conhecimentos que nos levaro demonstrao. Logo, no haver possibilidade de elaborarmos uma Monografia, resultado de raciocnios lgicos que se transformam nas mensagens que formaro o texto, sem pensar e repensar o assunto, sem que haja raciocnio, reflexo. O raciocnio prioritrio em qualquer Projeto de Pesquisa, em todas as suas etapas. Como raciocinar encadear juzos e formular juzos, formular conceitos, podemos afirmar com Paul Veyne que o conhecimento humano s se inicia com a formao de conceitos.47 A formao de conceitos que permite a elaborao da definio. A busca do conceitual que nos permite interpretar os dados empricos recolhidos da documentao primria de forma abrangente e interpretativa. Considerando que qualquer realidade social confusa em sua representao, torna-se necessrio conceitu-la para melhor entend-la, da ser uma das principais tarefas do cientista definir conceitualmente os objetos sobre os quais trabalha. Conceito , pois, neste sentido, compreenso.48 O raciocnio, seja dedutivo ou indutivo, a ordenao de juzos e os conceitos que nos permitem escolher um determinado procedimento metodolgico para Pesquisa.2. Mtodos Cientficos O pesquisador pode optar por qualquer mtodo cientfico se entendido como um conjunto de atividades sistemticas e racionais que permitam alcanar um objetivo, baseando-se no raciocnio dedutivo, no indutivo, no hipottico-dedutivo ou no dialtico. E um movimento [p. 040] de raciocnio sobre um fenmeno estudado que pode levar induo, deduo ou a ambas.49 Os mtodos que se caracterizam por uma abordagem mais ampla em nvel de abstrao mais elevada dos fenmenos da natureza e da sociedade so os mtodos: indutivo, dedutivo, hipottico-dedutivo e dialtico. O Mtodo Dedutivo aquele em que raciocinamos de princpios universais, plenamente inteligveis, para princpios particulares e o Mtodo Indutivo aquele em que os antecedentes so fatos particulares que levam a uma afirmao universal.50 Para Karl R. Popper o Mtodo Hipottico-Dedutivo parte de um problema (P) ao qual se oferece uma espcie de soluo provisria, uma teoria-tentativa (TT), passando-se depois a criticar a soluo, com vistas eliminao do erro (EE). Este processo se renova a si mesmo dando surgimento a novos problemas. Para o autor este mtodo cientfico assim representado:P1TTEEP2 Em outras palavras, o mtodo hipottico-dedutivo consiste no levantamento de uma problemtica criada em funo de estudos anteriores do pesquisador que formula hipteses, que sero as premissas que iro permitir o desenvolvimento da temtica. Estas hipteses, certamente, devero condizer com os dados empricos e o modelo terico dos quais podemos deduzir conseqncias particulares e comprovadas. Ao chegarmos confirmao total ou parcial ou mesmo refutao das hipteses, realizaremos a correo ou os ajustes do modelo proposto. [p. 041] interessante lembrar que a Cincia comea e termina com problemas da mesma forma que o mtodo hipottico-dedutivo.51 No Mtodo Dialtico, para conhecermos o objeto da pesquisa, temos de conhecer todos os seus aspectos, todas as suas ligaes, mediaes e contradies. O mtodo dialtico penetra no mundo dos fenmenos atravs de sua ao recproca, da contradio inerente ao fenmeno e da mudana dialtica que ocorre na natureza e na sociedade.52 O conceito de dialtica bastante antigo. Na Grcia com Plato, era a arte do dilogo, na Idade Mdia significava Lgica, a concepo moderna se fundamenta em Hegel, portanto idealista, admite a hegemonia das idias sobre a matria. Marx, ao contrrio, admite a hegemonia da matria sobre as idias. So elementos da dialtica, segundo Barros e Lehfeld53: 1. A anlise e o desenvolvimento das coisas, do seu movimento, tendncias e contradies. 2. Exposio dos objetos como soma e unidades contrrias. 3. Totalidade concreta: unio de anlise e da sntese. 4. Interdependncia universal: cada coisa se encontra ligada a outras, existindo relaes mltiplas e universais. 5. O mtodo de investigao histrico (regressivo) e o de exposio sistemtico (prosivo). A dialtica baseia-se num processo infinito de descoberta de novos aspectos de aprofundamento e de conhecimento das coisas, passando-se do fenmeno essncia.54 Possui trs grandes princpios: unidade dos opostos, quantidade e qualidade e negao da negao.55 So expoentes das concepes e metodologia dialtica: Hegel, Engels e Marx. Para Engel o real dialtico, racional, portanto a [p. 042] dialtica racional e no aplicvel praxis. Marx abandona o idealismo de Hegel, mas conserva as concepes de contradio e negao dialticas. Porm, para Engels e Marx a nfase deve ser dada na base de qualquer forma de conhecimento. Marx cria a teoria materialista dialtica, onde o mtodo de investigao e o de exposio seguem o prprio movimento da coisa, onde existe a tomada de conscincia da realidade por ela prpria. A pedra fundamental do materialismo histrico dialtico a natureza. Os materialistas admitem a hegemonia da matria em relao s idias. Sua perspectiva, segundo Rudio, permite-nos ir alm do raciocnio dedutivo e indutivo, e envolve a ao recproca, contradio e aproximao sucessivas.56 A. C., Gil acrescenta, aos quatro mtodos mencionados, o Mtodo Fenomenolgico e afirma que tambm proporciona as bases lgicas da investigao.57 Para operacionalizar qualquer destes mtodos, temos de seguir suas respectivas tcnicas que, de uma forma geral, pressupem: 1) A delimitao do eixo central da pesquisa. 2) O arrolamento bibliogrfico. 3) O levantamento exaustivo das fontes primrias. 4) A anlise crtica da documentao recolhida e a sntese. 5) E a redao da dissertao. Dentre as tcnicas utilizadas citamos: a entrevista, o questionrio e os testes. Para aplic-las devemos descrever tanto as suas caractersticas, quanto as formas de aplicao e indicar, codificar e tabular os dados obtidos. [p. 043]VII. FONTES DE ESTUDOS Todo o material que o pesquisador conseguir lanar mo na investigao de sua temtica poder ser til no processo na pesquisa que resultar na redao de uma simples Monografia ou de uma Dissertao ou Tese. A primeira preocupao do pesquisador ser elencar as fontes levantadas e classific-las, para, ento, prosseguir a Pesquisa. Poder trabalhar com vrias tipos de Fontes Textuais, (cartas, telegramas, convites, relatrios, atas, testamentos, jornais, revistas, livros etc.), com Fontes de Cultura Material, objetos pessoais, fotografias, quadros, cones etc., e como Fontes Orais.58 As Fontes Orais tambm so relevantes para o estudo de determinados objetos de anlise quando o pesquisador ter de lanar mo de tcnicas pertinentes, como por exemplo de entrevistas, questionrios etc. A listagem, ou melhor, o repertrio bibliogrfico das obras consultadas, isto , livros e revistas por exemplo, no deve ser includo aqui, e sim no fim do Projeto, quando for relacionada a Bibliografia Bsica. O material conseguido tem de ser bastante e suficiente para realizao da pesquisa, sem o qual no possvel desenvolv-la. Caso o pesquisador no encontre elementos suficientes para dar prosseguimento a pesquisa, dever parar a investigao e comear tudo de novo (da estaca zero). [p. 044]VIII. PLANO PROVISRIO(TPICOS DE ANLISE) O Plano Provisrio foi, durante algum tempo, condenado por pesquisadores que alegavam que no devia constar do Projeto, por ser este instrumental um elemento do incio da pesquisa, ocasio em que o pesquisador nem sequer concluiu suas leituras. Uma anlise mais atenciosa do problema leva-nos a considerar que sendo apenas provisrio, assim deve ser entendido. Na rea da Educao h muito vem sendo utilizado o plano provisrio, visto como um planejamento a priori e indispensvel para a realizao de qualquer trabalho cientfico. preciso que seja considerado no como produto acabado, mas simplesmente como um roteiro. Para dirimir as possveis crticas que possam ser feitas ao Plano Provisrio, sugiro sempre aos orientandos que, em vez de faz-lo figurar no Projeto, relacionem somente os Tpicos principais que pretendem desenvolver no futuro trabalho cientfico e por ocasio do Exame de Qualificao, onde o candidato em presena da Banca Examinadora deve estar de posse do referido plano, elaborado com conexo lgica entre suas partes constitutivas. Assim, nos parece ficar solucionado um problema de fato inexistente causado apenas pela m interpretao metodolgica do que seja projeto de pesquisa. [p. 045] MARILDA CORRA CIRIBELLITPICOS DE ANLISE?A MULHER NA EDUCAO:A EDUCAO ESCOLARIZADA FEMININA E O MAGISTRIO1. A mulher na educao: uma histria sem registro.2. Algumas reflexes sobre a Histria da mulher.3. As conquistas femininas a partir do sculo XIX.4. O magistrio feminino e as relaes de poder.5. A educao escolarizada feminina e o magistrio.6. A feminizao do magistrio: mitos e certezas.7. A participao da mulher como educadora na sociedade brasileira. [p. 046]IX. CRONOGRAMA DE EXECUO um elemento de grande auxlio ao pesquisador, devendo estipular o tempo a ser gasto em cada etapa da pesquisa. Nele, deve ficar relacionado o tempo que o pesquisador precisar em todas as etapas da mesma, desde a Escolha do Assunto at a Redao Final do Trabalho Cientfico. As Etapas de Coleta de Dados, de Levantamentos de Fontes de Anlise, de Crtica e Interpretao, como de Sntese, de Redao e de Digitao, no podem ser esquecidas pelo aor da pesquisa. Em geral, utilizam-se Quadros como o que apresentamos abaixo para mostrar o tempo de cada etapa da pesquisa.Cronograma de Execuo DATAS FASES COMEO FIM DELIMITAODA PROBLEMTICA COLETA DE DADOS TRATAMENTO DOS DADOS ANLISE E INTERPRETAO SNTESE REDAO DIGITAO [p.047] X. ORAMENTO Como se trata de uma pesquisa de alunos de ps-graduao fcil calcular os gastos com o Projeto, o que se tornaria mais difcil com uma pesquisa coletiva de maior porte. O oramento para o ps-graduado ter apenas que prever as despesas com o material de consumo e com a prestao de servios executados por outras pessoas tais como reproduo de xerox, servios grficos, servios de digitao etc.[p.048]XI. CONCLUSO guisa de concluso, pretendemos enfatizar algumas premissas que nos parecem extremamente relevantes: 1. O Projeto de Pesquisa o primeiro passo da investigao da Pesquisa Cientfica e elemento fundamental para os estudantes-pesquisadores realizarem suas pesquisas. 2. A Elaborao de um Projeto de Pesquisa requer, por parte do pesquisador, mtodo, raciocnio lgico e capacidade de reflexo. 3. O Projeto de Pesquisa precisa ser bem estruturado, simples, conciso, claro, mas tambm profundo na abordagem das idias a investigar.59 4. O Projeto de Pesquisa s vivel, quando o tema escolhido pelo pesquisador atende s suas inclinaes intelectuais e psquico-sociais e possui uma relevncia tal que possa se transformar em uma significativa Pesquisa Cientfica. 5. O Projeto de Pesquisa no um produto acabado, flexvel e como tal precisa ser entendido. O pesquisador precisa ter os conhecimentos fundamentais do contedo e de metodologia cientfica para poder realiz-lo. Considero este livro uma introduo ao mundo da pesquisa cientfica e uma construo espera de futuras crticas e sugestes. [p. 049] XII. BIBLIOGRAFIA BSICA Ao relacionarmos os livros que constaro da Bibliografia Bsica do Projeto de Pesquisa, devemos lembrar que o aluno no precisa mencionar todas as obras que constaro de sua Monografia de final de Curso de Graduao ou Ps-Graduao. Da Bibliografia Bsica do Projeto deve constar, alm das obras gerais e Especficas da temtica em epgrafe, as obras de apoio terico-metodolgicas utilizadas na elaborao do Projeto de Pesquisa. A Bibliografia dever seguir as Normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), para realizao de trabalhos cientficos. Sendo o objetivo da ABNT uniformizar as normas tcnico-metodolgicas da pesquisa, suas diretrizes devem sempre ser seguidas pelos pesquisadores. Em alguns casos como: paginao, formatao, nmero de pginas e ordem dos itens do projeto de pesquisa, a ABNT no tem regulamentao especfica; nestes casos, sugerimos que os pesquisadores sigam os modelos fornecidos pelas Instituies Acadmicas que possuem seus prprios parmetros e exigncias. As Normas Metodolgicas relativas a Bibliografia encontram-se em Referncias Bibliogrficas (NBR 60/23). Nunca demais lembrar que a qualidade de um trabalho cientfico pode ser avaliada, a priori, a partir de uma anlise da Bibliografia, tanto no seu aspecto qualitativo, como no quantitativo. Como exemplo de bibliografia bsica aproveitamos a oportunidade para colocar na pgina seguinte a bibliografia deste livro. [p. 050] XII. BIBLIOGRAFIA BSICA ANDRADE, Maria Margarida de. Introduo Metodologia do Trabalho Cientfico. So Paulo: Atlas, 1999.ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS (ABNT). Normatizao da Documentao no Brasil. Rio de Janeiro: (s.ed.), 1978.ASTI VERA, Armando. Metodologia da Pesquisa Cientfica. Porto Alegre: Globo, 1974.BACCEGA, M. A. Palavra e Discurso. So Paulo: tica, 1995.BARROS, Aidil de Jesus Paes de e LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos da Metodologia. So Paulo: McGraw-Hill, 1986.____________. Projetos de Pesquisa. Propostas Metodolgicas. Petrpolis: Vozes, 1988.BASTOS, Llia da R. et al. Manual para Elaborao de Projetos e Relatrios de Pesquisa, Teses e Dissertaes. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.BEAUD, M. Arte da Tese. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.BOAVENTURA, Edivaldo. Ordenamento de Idias. Salvador: Esturio, 1969.BUNGE, M. La Cincia, su Mtodo y su Filosofia. Buenos Aires: Siglo Veinte Uno, 1978.____________. Teoria e Realidade. So Paulo: Perspectiva, 1974.CARDOSO, Ciro Flamarion. Uma Introduo Histria. So Paulo: Brasiliense, 1981.CARVALHO, Alex Moreira et alii. Aprendendo Metodologia Cientfica. So Paulo: Nome da Rosa, 2000. [p. 051]CERVO, Amado Luiz e BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientfica. So Paulo: McGraw-Hill, 1996.COSTA, A. E G. Guia para Elaborao de Relatrios de Pesquisa: Monografias. Rio de Janeiro: UNITEC, 1998.CIRIBELLI, Marilda Corra. Pesquisa Cientfica. Prelo da Editora Sette Letras.____________. Normas para Redao de Trabalhos Cientficos. Vassouras: C. D. H.,1978.____________. O Primado do Escravo no Teatro Plautino. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1991.____________. Pesquisa e Universidade: O Mestrado em Educao no Grande Rio. Pesquisa de Ps-Graduao. UNIG, 1999.DALBERIO, Oswaldo. Metodologia Cientfica II. So Paulo: Uniube, 2000.DEMO, Pedro. Metodologia Cientfica em Cincias Sociais. So Paulo: Atlas, 1981.ECO, Umberto. Como se faz uma Tese. So Paulo: Perspectiva, 1985.FERRARI, Alfonso Trujillo Metodologia da Pesquisa Cientfica. So Paulo: McGraw-Hill, 1982____________. Metodologia da Cincia. Rio de Janeiro: Kennedy, 1973.FUNARI, Pedro de Abreu. Memria Histrica e Cultura Material. In Revista Brasileira de Histria 25/26. So Paulo: Marco Zero, 1993.GALLIANO, A. G. O Mtodo Cientfico, Teoria e Prtica. So Paulo: Harper e Row do Brasil, 1979.GIL, Antnio Carlos. Mtodos e Tcnicas de Pesquisa Social. So Paulo: Atlas, 1999.____________. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. So Paulo: Atlas, 1991.GOODE, William J. e HATT, Paul K. Mtodos de Pesquisa Social. So Paulo: Nacional, 1969. [p. 052]HHNE, Leda Miranda. Metodologia Cientfica: Cadernos de Textos e Tcnicas. Rio de Janeiro: Agir, 1987.KAPLAN, Abrahan. A Conduta da Pesquisa. So Paulo: Herder, 1972.KERSHER, M. A. e KERSHER, Ari Slvio. Monografia Como Fazer. Rio de Janeiro: Thex, 1999.KOCHE, J. C. Fundamentos da Metodologia Cientfica. Petrpolis: Vozes, 1999.LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Cientfico. So Paulo: Atlas, 1997(edio Nova).____________. Fundamentos da Metodologia Cientfica. So Paulo: Atlas, 1997.MACEDO, Neuza Dias de. Iniciao a Pesquisa Cientfica. Guia do Estudante para a Fundamentao do Trabalho de Pesquisa. Rio de Janeiro: edio Loyola, 1995.MACIEIRA, J. R. e SILVA, M. M. V. G. Projeto e Monografia: Guia Prtico. Rio de Janeiro: Edio do Autor, 2000.MARINHO, Pedro. A Pesquisa em Cincias Humanas. Petrpolis: Vozes, 1980.MEDEIROS, J.B. A Redao Cientfica. So Paulo: Atlas, 1991.MENDES, G. e TACHIAWA, T. Como Fazer Monografia na Prtica. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1999.MIRANDA, L. Metodologia Cientfica. Rio de Janeiro: Agir, 1990.MOISS, M. Guia Prtico de Redao. So Paulo: Cultrix, 1981.MORGAN, C. T. e DEESE, J. Como Estudar. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1972.NETO, D. C. Metodologia Cientfica para Principiantes. Salvador: Anup, 1996.PARRA, Domingos Filho e SANTOS, Joo Almeida. Metodologia Cientfica. So Paulo: Futura, 1998. [p. 053]____________. Monografia. TCC Teses Dissertaes. So Paulo: Futura, 2000.POPPER, Karls. A Lgica na Pesquisa Cientfica. So Paulo: Cultrix, 1975.REGO, Silva. Lies de Metodologia e Crtica Histrica. Porto: Portucalense, 1987.REY, Lus. Planejar e Redigir Trabalhos Cientficos. Rio de Janeiro: Edgard Blucher, 1987.RUDIO, Franz Victor. Introduo ao Projeto de Pesquisa Cientfica. Petrpolis: Vozes, 1991.RUIZ, Joo lvaro. Metodologia Cientfica. Guia para Eficincia nos Estudos. So Paulo: Atlas, 1976.S, Elizabeth Shneider (cord.) Manual de Normalizao de Trabalhos Tcnicos, Cientficos. Petrpolis: Vozes, 1998.SALOMON, Dlcio Vieira. Como Fazer uma Monografia. So Paulo: Martins Fontes, 1999.SALVADOR, ngelo Domingos. Mtodos e Tcnicas de Pesquisa Bibliogrfica. Porto Alegre: Sulina, 1980.SANTOS, Antnio Raimundo dos. Metodologia Cientfica. A Construo do Conhecimento, Rio de Janeiro, DP& Editora, 1999.SEVERINO, Antnio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientfico. So Paulo: Cortez e Morales, 2000.SILVA, Beatriz Nizza da Silva (org.). Teoria da Histria. So Paulo: Cultrix, 1976.SPECTOR, Nelson. Manual para Redao de Teses, Dissertaes e Projetos de Pesquisa. S.l., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.TRIVNOS, Augusto W. S. Introduo a Pesquisa em Cincias Sociais. So Paulo: Atlas, 1987.VEYNE, Paul Mare. Como se escrever a Histria. Braslia: UNB, 1998. [p. 054]XIII. APNDICES Apndices so elementos suplementares inseridos no final dos Trabalhos Cientficos, principalmente nos livros, para no sobrecarregar o texto e, evitar a utilizao excessiva de notas explicativas, o que sempre dificulta a leitura. Os Anexos se diferenciam dos Apndices, embora, muitas vezes, sejam usados erradamente, pois os primeiros so elementos suplementares que no podem ser de autoria do autor da pesquisa. Exemplificando: documentos oficiais, ilustraes, mapas e textos de outros autores, so elementos que compem os Anexos. Com a inteno de melhor exemplificar aos alunos-pesquisadores dos temas por ns abordados neste livro, resolvemos apresentar alguns apndices: Apndice 1 Bibliografia, onde relacionamos obras sobre Mtodos e Tcnicas de Pesquisa. Apndice 2 Apresentao Visual de Modelo de Projeto de Pesquisa. Apndice 3 Algumas Reflexes sobre a Problemtica do Mestrado em Educao no Grande Rio. Apndice 4 Apresentao Formal do Projeto com suas pginas fundamentais. 1. Elementos Pr-Textuais 2. Elementos Textuais 3. Elementos Ps-Textuais [p. 055] [p. 056] Pgina em branco [p. 057] Ttulo [p. 058] Pgina em branco [p. 059] Ttulo [p. 060] Pgina em branco XIII APNDICES APNDICE 1EXEMPLO DE ORGANIZAO DE BIBLIOGRAFIAMTODOS E TCNICAS DE PESQUISA APNDICE 1 BIBLIOGRAFIA?:MTODOS E TCNICAS DE PESQUISA Profa. Dra. Marilda Corra Ciribelli ANDRADE, Maria Margarida de. Introduo Metodologia do Trabalho Cientfico. So Paulo: Atlas, 1999.ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS (ABNT). Normatizao da Documentao no Brasil. Rio de Janeiro: (s.ed.), 1978.ASTI VERA, Armando. Metodologia da Pesquisa Cientfica. Porto Alegre: Globo, 1974.BACCEGA, M. A. Palavra e Discurso. So Paulo: tica, 1995.BARROS, Aidil de Jesus Paes de e LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos da Metodologia. So Paulo: McGraw-Hill, 1986.___________. Fundamentos da Metodologia. So Paulo: McGraw-Hill, 1986.BASTOS, Llia da R. et al. Manual para Elaborao de Projetos e Relatrios de Pesquisa, Teses e Dissertaes. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.BEAUD, M. Arte da Tese. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.BOAVENTURA, Edivaldo. Ordenamento de Idias. Salvador: Esturio, 1969.BUNGE, M. La Cincia, su Mtodo y su Filosofia. Buenos Aires: Siglo Veinte Uno, 1978.CAMARINHA, M. Manual de Normas Tcnicas. Rio de Janeiro, 1992. [p. 061]CARDOSO, Clodoaldo M. G.; DOMINGUES, Muricy. O Trabalho Cientfico: Fundamentos filosficos e metodolgicos. Bauru: Javoli, 1980.__________. O Trabalho Cientfico. So Paulo: McGraw-Hill, 1996.CERVO, Amado Luiz e BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientfica. So Paulo: McGraw-Hill, 1996.COSTA, A. F. G. Guia para Elaborao de Relatrios de Pesquisa: Monografias. Rio de Janeiro: UNITEC, 1998.ECO, Umberto. Como se faz uma Tese. So Paulo: Perspectiva, 1985.FERRARI, Alfonso Trujillo. Metodologia da Pesquisa Cientfica. So Paulo: McGraw-Hill, 1982.__________. Metodologia da Cincia. Rio de Janeiro: Kennedy, 1973.FILHO, D. P; SANTOS, J. A. Metodologia Cientfica. So Paulo: Futura, 2000.__________. Monografia. TCC Teses Dissertaes. So Paulo: Futura, 2000.GALLIANO, A. G. O Mtodo Cientfico, Teoria e Prtica. So Paulo: Harper e Row do Brasil, 1979.GIL, Antnio Carlos. Mtodos e Tcnicas de Pesquisa Social. So Paulo: Atlas, 1999.GOODE, William J. e HATT, Paul K. Mtodos de Pesquisa Social. So Paulo: Melhoramentos, 1955.HHNE, Leda Miranda. Metodologia Cientfica: Cadernos de Textos e Tcnicas. Rio de Janeiro: Agir, 1987-KAPLAN, Abrahan. A Conduta da Pesquisa. So Paulo: Herder, 1972.KOCHE, J. C. Fundamentos da Metodologia Cientfica. Petrpolis: Vozes, 1999.LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Cientfico. So Paulo: Atlas, 1997(edio Nova). [p. 062]__________. Fundamentos da Metodologia Cientfica. So Paulo: Atlas, 1997.MACIEIRA, J. R. e SILVA, M. M. V. G. Projeto e Monografia: Guia Prtico. Rio de Janeiro: Edio do Autor, 2000.MARINHO, Pedro. A Pesquisa em Cincias Humanas. Petrpolis: Vozes, 1980.MEDEIROS, J.B. A Redao Cientfica. So Paulo: Atlas, 1991.MENDES, G. e TACHIAWA, T. Como Fazer Monografia na Prtica. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1999.MIRANDA, L. Metodologia Cientfica. Rio de Janeiro: Agir, 1990.MOISS, M. Guia Prtico de Redao. So Paulo: Cultrix, 1981.MORGAN, C. T. e DEESE, J. Como Estudar. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1972.NETO, D. C. Metodologia Cientfica para Principiantes. Salvador: Anup, 1996.PARRA, Domingos Filho e SANTOS, Joo Almeida. Metodologia Cientfica. So Paulo: Futura, 1998.REGO, Silva. Lies de Metodologia e Crtica Histrica. Porto: Portucalense, 1987.REY, Lus. Planejar e Redigir Trabalhos Cientficos. Rio de Janeiro: Edgard Blucher, 1987.RUDIO, Franz Victor. Introduo ao Projeto de Pesquisa Cientfica. Petrpolis: Vozes, 1979.RUIZ, Joo lvaro. Metodologia Cientfica. Guia para Eficincia nos Estudos. So Paulo: Atlas, 1976.S, Elizabeth Shneider (cord.) Manual de Normalizao de Trabalhos Tcnicos, Cientficos. Petrpolis: Vozes, 1998.SALOMON, Dlcio Vieira. Como Fazer uma Monografia. So Paulo: Martins Fontes, 1999. [p. 063]SALVADOR, ngelo Domingos. Mtodos e Tcnicas de Pesquisa Bibliogrfica. Porto Alegre: Sulina, 1980.SEVERINO, Antnio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientfico. So Paulo: Cortez e Morales, 2000.SPECTOR, Nelson. Manual para Redao de Teses, Dissertaes e Projetos de Pesquisa. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. [p. 064] [p. 065] Ttulo [p. 066] Pgina em brancoAPNDICE 2MODELO DE PROJETO DE PESQUISA(APRESENTAO VISUAL) APNDICE 2 MODELO DE PROJETO DE PESQUISA Ttulo da Pesquisa I Definio da Problemtica Escolha do Tema Interesse Pessoal Importncia Social e Cientfica Justificativa: Critrio de Originalidade Critrio de Viabilidade II Objetivos: 3.1 Objetivo Geral 3.2 Objetivo Especfico[p. 067] III Quadro Terico e Hipteses 1 Quadro Terico 2 Hipteses de Trabalhos IV Procedimentos Metodolgicos [p. 068] V Fontes de Estudo VI Plano Provisrio VII Cronograma de Execuo [p. 069] VIII Oramento IX Bibliografia Bsica X Apndices [p. 070] [p. 071] Ttulo [p. 072] Pgina em brancoAPNDICE 3?PROBLEMTICA: MESTRADO EEDUCAO NO GRANDE RIO UNIVERSIDADE IGUAUFACULDADE DE EDUCAO E LETRASCURSO DE MESTRADO EM HISTRIAPROF. DR. MARILDA CORRA CIRIBELLI PESQUISA E UNIVERSIDADE:ALGUMAS REFLEXES SOBRE A PROBLEMTICA DOMESTRADO EM EDUCAO NO GRANDE RIONOVA IGUAU1999[p. 073][p. 074] Pgina em branco Algumas Reflexes sobre aProblemtica do Mestrado emEducao no Grande RioA experincia brasileira de Ps-Graduao nos ltimosanos a coisa mais positiva da histria da educao noBrasil e tambm a que tem de ser levada a srio(Darci Ribeiro. Encontros com aCivilizao Brasileira. N 19 p. 73) Por assim pensarmos, e considerarmos que os Cursos de Ps-Graduao apresentam um papel relevante em nossa realidade (levando-se em considerao, que se destinam a qualificar profissionais para funes especializadas na Sociedade), resolvemos realizar esta pesquisa sobre o Mestrado em Educao no Estado do Rio de Janeiro. Os Cursos de Mestrado em Educao tm, a priori, a finalidade de formar professores para lecionarem em Universidades, mas tambm, no podemos esquecer sua funo de preparar pesquisadores de alto nvel, professores capazes de criar, inovar e transmitir novos conhecimentos ou conhecimentos anteriormente acumulados. A Ps-Graduao Stricto Sensu, especificamente o Mestrado, no um Curso somente acadmico, mas tambm profissionalizante, por oferecer uma prxis, no podendo somente ser visto como um campo de especulao cientfica. No Rio do Janeiro a Ps-Graduao em Educao volta-se prioritariamente para formao de professores para o Magistrio Superior. De acordo com a Portaria n 78/68 (B. C. F. E. 1968), a Ps-Graduao passou a ser em nvel de Mestrado, uma das possveis formas de capacitao tcnica para professores de Cursos de Graduao. Estes Cursos, so vistos por estes professores como elementos de titulao geradores de incentivos pecunirios para carreira do Magistrio. [p. 075] Nossa experincia em Cursos de Ps-Graduao mostra-nos que so poucos os mestrandos que pensam em se tornar pesquisadores ou se dedicar a Pesquisa Cientfica. Considerando ser esta uma problemtica digna de anlise, resolvemos realizar uma pesquisa sobre a situao dos Cursos de Mestrado em Educao na Baixada Fluminense e no Grande Rio. Nossa inteno, ao delimitarmos nosso campo de ao ao Estado do Rio de Janeiro, objetiva oferecer maiores suportes ao Curso de Mestrado em Educao da FAEL que, h pouco, iniciou suas atividades e, portanto, procura seu caminho, no s na busca de suas Linhas de Pesquisa como na sua prpria Estruturao Acadmica. Nossos objetivos ao estudar e sistematizar esta temtica to importante so: 1 Analisar a origem e as tendncias da Ps-Graduao em Educao no Estado do Rio de Janeiro.2 Caracterizar estes Cursos, identificando-os por meio de Pesquisa Bibliogrfica e de Campo.3 Analisar o seu papel e desempenho em nossa Sociedade.4 Pesquisar os motivos que levam diferentes profissionais a optarem pela Ps-Graduao em Educao.5 Analisar de forma crtica seus principais problemas, identificando sua especificidade em relao a outros Cursos de Mestrado.6 Sugerir novos procedimentos terico-metodolgico, simpsios, congressos etc., em que se realizem debates e discusses entre especialistas da rea que possam acrescentar algo de positivo melhoria dos Cursos de Mestrado em Educao. Primeiramente, pretendemos levantar o histrico da Ps-Graduao sob a forma de Mestrado e Doutorado, da dcada de 1950 at nossos dias, procurando analisar os diversos Pareceres, do Parecer 977/ 65 de Nilton Sucupira, que a definiu e estabeleceu suas normas gerais de organizao e funcionamento, at sua situao atual. Pretendemos estudar os pontos mais relevantes e polmicos da problemtica da Ps-Graduao Stricto Sensu em Educao: a queda [p. 076] na qualidade dos trabalhos cientficos produzidos; a razo pela qual grande nmero de alunos no defende suas dissertaes de mestrado e teses doutorais, portanto no concluem seus Cursos. Certamente, estas so algumas das consideraes que levaram a nossas hipteses de trabalho e a debater algumas questes dignas de anlise. Tais como: 1 Apresentao histrica do problema.2 Determinao da natureza dos Cursos de Mestrado em Educao, bem como sua importncia para o desenvolvimento da Pesquisa Universitria.3 A Regulamentao da Ps-Graduao Stricto Sensu em vista ao controle de qualidade ? questo que sabemos polmica e que acarreta muitos questionamento sobre os inconvenientes e dificuldades da regulamentao e credenciamento pela CAPES.4 A Reao referida regulamentao consideranda [sic] imprpria por ser [sic] preocupar mais com a fiscalizao, do que com o apoio organizao dos Cursos.5 As Dificuldades de Avaliao dos Cursos de Mestrado e Doutorado em Educao por professores da mesma rea (pares), muitas vezes provenientes de outras Instituies do pas que nada tm a ver com as regies visitadas e ainda outras questes que pretendemos analisar procurando solues que facilitem o trabalho acadmico dos Coordenadores de Programas de Ps-Graduao.6 Anlise do mestrado profissionalizante, sem defesa de Dissertao, e o aproveitamento de crditos obtidos nos Cursos de Especializao Lato Sensu e ainda muitos outros pontos de reflexo. Apesar de nos apoiarmos numa pesquisa de amostragem em Cursos de Mestrado em Educao limitados ao Estado do Rio de Janeiro e, no termos a pretenso de generaliz-la, temos certeza de sua importncia social e cientfica, porque abordaremos muitos problemas semelhantes ao de outras realidades-estaduais, que so vlidos para todo pas. [p. 077] Em princpio, desenvolveremos os seguintes tpicos de analise:1. Importncia da Ps-Graduao Stricto Sensu e da Iniciao Cientfica para o desenvolvimento da Pesquisa Universitria.2. Gnese e evoluo da Ps-Graduao Stricto Sensu no Brasil.3. Problemticas inerentes ao Curso de Mestrado em Educao.4. Anlise dos Cursos de Mestrado em Educao na Baixada Fluminense e no Grande Rio; o Perfil Docente e Discente.5. Regulamentao da Ps-Graduao e o Controle de Qualidade.6. Tendncias atuais da Ps-Graduao Stricto Sensu, em Educao no Estado do Rio de Janeiro: generalizaes e especificidades. [p. 078] [p. 079] Ttulo [p. 080] Pgina em branco APNDICE 4APRESENTAO FORMAL DOPROJETO DE PESQUISA4. APRESENTAO FORMAL DOPROJETO DE PESQUISA Realaremos como exemplo, para os alunos-pesquisadores no que se refere ao aspecto formal do Projeto, algumas caractersticas tcnicas que certamente contribuiro para uma maior preciso na sua organizao. Sugerimos a seguinte a apresentao formal do projeto cientfico como no quadro a seguir: 4.1 Elementos Pr-Textuais: 1.1. Capa 1.2. Pgina de Rosto 1.3. Pgina de Aprovao 1.4. Pgina de Dedicatria 1.5. Pgina de Agradecimento 1.6. Pgina de Pensamento (Epgrafe) 1.7. Pgina de Apresentao 1.8. Sumrio ndice 4.2 Elementos Textuais: 2.1. Corpo do Projeto: 2.1.1 Introduo 2.1.2. Desenvolvimento 2.1.3. Concluso 2.2. Texto 4.3 Elementos Ps-Textuais: 3.1. Bibliografia Bsica 3.2. Apndices e Anexos [p. 081]4.1 Elementos pr-textuais4.1.1 Capa A Capa de qualquer trabalho cientfico dever conter na margem superior o nome da instituio e do autor, o ttulo do projeto e o local e o ano da edio na margem inferior. Em alguns trabalhos cientficos em nvel de ps-graduao costuma-se repetir a primeira pgina com os mesmos dizeres da Capa Externa ou Capa Dura. Em um projeto de pesquisa no h necessidade de faz-lo. Exemplo: Universidade IguauRaul Lins FeijA Extenso na UNIG:Orquestra e CoralUniversitriosNova Iguau19994.1.2 Pgina de Rosto Esta a primeira pgina aps a Capa, e deve conter os seguintes elementos: indicao da Instituio junto margem superior centralizada; ttulo do projeto no centro da pgina; texto de identificao da pesquisa que dever conter o nome do pesquisador, o tipo de trabalho [p. 082] cientfico e a quem se dirige como o grau acadmico a que est concorrendo o pesquisador e o nome do Professor Orientador. Na parte inferior da margem, o local e o ano centralizados. Exemplo:Universidade IguauFaculdade de Educao e LetrasMestrado em EducaoO Ensino e a Reflexo como Base da AprendizagemProjeto de Pesquisa apresentado por ngela Maria Paiva Gama como pr-requisito para obteno de Grau de Mestre em Educao naUNIG. Orientador: Prof Dr ..................... [p. 083]4.1.3 Pgina de Aprovao Desta pgina deve constar a Aprovao do pesquisador e, em se tratando de Curso de Mestrado, o nome dos componentes da Banca do Exame de Qualificao. Abaixo da assinatura dos mesmo necessrio qualific-los assim: presidente, primeiro examinador, segundo examinador etc. Exemplo: Projeto de Pesquisa apresentado pela professoraAndreia Vidal Furtado ao Curso de Mestradoem Educao da UNIG.Aprovado em ___________________________pela Banca Examinadora composta pelos professores:_______________________________________Assinatura do Presidente_________________________________________Assinatura do Primeiro Examinador__________________________________________Assinatura do Segundo ExaminadorLocalano [p. 084] 4.1.4 Pgina de Dedicatria Nesta pgina, o autor indica a pessoa ou pessoas a quem dedica seu trabalho. uma homenagem que se presta a algum de quem se goste e/ou respeite profissionalmente. No necessrio que a pessoa em questo tenha contribudo diretamente para a realizao do Projeto. A dedicatria colocada direita na parte inferior da pgina e na forma proposta abaixo. A Prof. Marionice Alexandre Boechat e ao Corpo Docente e Administrativo da Faculdade de Educao e Letras da UNIG. Dedico 4.1.5 Pgina de Agradecimento Nesta pgina de agradecimento, o aluno-pesquisador dever agradecer ao orientador e queles que contriburam para a pesquisa, Instituies, bibliotecas entrevistados, digitadores, enfim, destina-se a todos que colaboraram direta ou indiretamente na elaborao do Projeto. Caso, o pesquisador tenha recebido auxlio de algum rgo financiador de pesquisa, este deve ser mencionado. [p. 085] Em geral os agradecimentos podem ocupar toda uma pgina ou ser resumidos em um nico pargrafo, devendo ser inseridos na parte inferior da mesma. Os agradecimentos no precisam ser obrigatoriamente nominais. A pgina de Agradecimento facultativa em trabalhos cientficos de maior extenso, como em Monografias, onde praxe redigir um Prefcio (Promio, Prembulo ou Introduo Formal). Exemplo: Agradeo Coordenao e aos Professores do Mestrado em Educao da UNIG.4.1.6 Prefcio O Prefcio, s vezes confundido com a pgina de agradecimentos, um elemento muito importante para os leitores conhecerem o contedo da obra. E uma introduo formal ao texto que deve conter a anlise sucinta das partes do trabalho cientfico e o que o autor tratou em cada uma delas. E tambm o momento em que o pesquisador deve explicar suas dificuldades na pesquisa e conseqente impossibilidade [p. 086] de desenvolver certos tpicos de anlise em maior profundidade. O autor deve iniciar o Prefcio procurando mostrar o porqu da escolha do tema, sua importncia e a quem se dirige: a iniciantes? A especialistas na matria? Ou ao pblico em geral? O autor no pode esquecer de explicitar os procedimentos tericos metodolgicos de seu tema, assim como, as normas tcnicas e metodolgicas seguidas no desenvolvimento do trabalho, as referncias ortogrficas e a grafia tambm no podem ser esquecidas de certos nomes. Na parte final do prefcio usual, e at obrigatrio, que o autor do trabalho lembre-se de citar aqueles que o auxiliaram a realiz-lo, principalmente do orientador da monografia. Agradecer a todos que o auxiliaram direta ou indiretamente um dever de gratido do pesquisador. Em geral este deseja fazer agradecimentos especiais a pessoas que no momento da redao do trabalho foram importantes para o autor. Aproveitamos a ocasio para externar nossos agradecimentos a todos que colaboraram para realizao deste trabalho e a jovem amiga e excelente digitadora Ianelli Negreiros Pinho. Marilda Corra Ciribelli4.1.7 Pagina de Pensamento (Epgrafe) O Pensamento deve ser inserido no Projeto de Pesquisa se tiver relao com o mesmo. costume entre os alunos pesquisadores colocarem epgrafes que nada tm a ver com o objeto tratado na pesquisa. A pgina de pensamento facultativa. Aparecendo em geral nas monografias de mestrandos e doutorandos. Exemplo: [p. 087] Viver renascer pela Esperana. Marilda. C. Ciribelli4.1.8 Sumrio Todo Trabalho Cientfico precisa ser planejado e bem estruturado. O Sumrio tem a funo de apresentar detalhadamente as principais divises do trabalho cientfico, na ordem em que o pesquisador vai desenvolv-lo. Normalmente os trabalhos cientficos adotam nos Sumrios a diviso dos assuntos em partes e captulos, seguidos de subdivises ou subttulos, o subttulo a diviso do captulo, enquanto o captulo a subdiviso da parte. O Sumrio deve ser o primeiro elemento a aparecer no Projeto, pois revela seu planejamento e sua seqncia lgica, contendo a relao dos tpicos principais que o compe. Gostaramos de lembrar que do Sumrio s necessrio constar as partes e captulos principais da Obra. Nunca porm demais lembrar que este, ao contrrio do ndice, no paginado. Exemplo na pgina seguinte do sumrio deste livro. [p. 088]4.1.8 SumrioAPRESENTAOPRIMEIRA PARTE: ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISAI. CONSIDERAES INTRODUTRIAS.II. PARTES DO PROJETO DE PESQUISA.III. DEFINIO DA PROBLEMTICA. 1. ESCOLHA DO TEMA. INTERESSE PESSOAL. 2. IMPORTNCIA SOCIAL E CIENTFICA. 3. REVISO DA LITERATURA. 4. JUSTIFICATIVA. 4.1 CRITRIO DE ORIGINALIDADE. 4.2 CRITRIO DE VIABILIDADE.IV. OBJETIVOS. 1. GERAL. 2. ESPECFICOS.V. QUADRO TERICO E HIPTESES DE TRABALHO. 1. QUADRO TERICO. 1.1 TENDNCIAS METODOLGICAS DO SCULO XIX. 1.2 TENDNCIAS METODOLGICAS DO SCULO XX. 2. HIPTESES DE TRABALHO.VI. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS. 1. PRESSUPOSTOS METODOLGICOS. 2. MTODOS CIENTFICOS.VII. FONTES DE ESTUDO. [p. 089]VIII. PLANO PROVISRIO E/OU TPICOS DE ANLISE.IX. CRONOGRAMA DE EXECUO.X. ORAMENTO.XI. BIBLIOGRAFIA BSICA DO PROJETO.XII. CONCLUSO.XIII. APNDICES.XIV. SEGUNDA PARTE. ANEXOS:MODELO DE PR-PROJETOS E PROJETOS DE PESQUISA DE MESTRANDOS EM EDUCAO E HISTRIA.4.2 Elementos textuais4.2.1 Corpo do Projeto Como elementos textuais entendemos o Corpo dos Trabalhos Cientficos com sua Introduo, Desenvolvimento e Concluso, conforme mostramos na apresentao formal do projeto de pesquisa. No teceremos maiores consideraes sobre suas tcnicas e desenvolvimento, pois j o fizemos em nosso livro sobre Pesquisa Cientfica. 4.2.2 Algumas consideraes sobre o Texto Sobre o Texto de um projeto cientfico nos parece importante algumas consideraes. O Texto deve conter toda a estrutura do projeto desenvolvido pelo pesquisador, portanto ter Introduo (que pode ou no aparecer com este nome); Desenvolvimento e Concluso (tambm no precisa ser assim designada). Todo Texto deve ser dividido em captulos com suas divises e Subdivises. Os captulos devem ser numerados em algarismos romanos e podero ser divididos em itens de diferentes ordens, em algarismos arbicos. Assim, como afirma Kerschar M. A. Monografia Como [p. 090] Fazer, os itens de Primeira e Segunda ordem so designados por algarismo arbicos, cada grupo sendo separado do seguinte por um ponto (69). Como se pode observar, este livro s comea a ser numerado em algarismos arbicos aps a entrada do primeiro captulo do Texto, porm todas as pginas anteriores, isto , os Elementos Pr-Textuais, so paginados, embora os algarismos no precisem aparecer impressos nas pginas do texto. Consideramos mais pertinente a colocao do ndice Analtico ou Sumrio-Indice sempre no final do Trabalho embora possa tambm inici-los.4.3 Elementos ps-textuais Dentre os Elementos Ps-Textuais salientamos: Bibliografias, Apndices, Anexos, Sumrio, ndices ou Sumrios-Indices.4.3.1 Bibliografia O Repertrio Bibliogrfico de um Projeto de Pesquisa composto de uma bibliografia especfica da temtica abordada e de obras de apoio, no precisando conter a relao sistemtica e completa de todas as obras que sero utilizadas nas Monografias. No reproduziremos as normas de organizao bibliogrfica, apenas sugerimos que o profissional siga as diretrizes da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (remetemos o leitor ao item XII Bibliografia Bsica).4.3.2 Apndices, Anexos e Sumrios Em nosso texto inclumos vrios Apndices que esperamos, tenham servido de exemplo para os estudantes-pesquisadores na realizao de seus Trabalhos Cientficos dos Semimrios [sic]. J falamos anteriormente, falta-nos apenas defini-los ndices e Sumrios-Indices.4.3.3 ndices ou Sumrio-Indice O ndice nada mais que o sumrio resumido e paginado; contendo a relao dos elementos principais que compem o trabalho cientfico. [p. 091] comum quando o trabalho mais extenso, no caso por exemplo, de livros, monografias de final de curso, dissertaes e teses, o autor inserir na obra vrios tipos de ndices: ndice de Contedo, ndice de Ilustraes, ndice Onomstico, ndice de Tabelas, de Mapas e outros; todos eles devem constar do ndice Analtico ou Sumrio-Indice. O Sumrio-Indice ou ndice Analtico contm de forma ordenada e detalhada todas as partes de um trabalho. um sumrio mais desenvolvido e paginado. Como primeiro elemento de um trabalho cientfico, revela sua seqncia e localizao. Em caso da existncia de um Sumrio no incio do trabalho, o Sumrio-Indice dever ser inserido no final do mesmo. A seguir apresentamos um exemplo de Sumrio-Indice relativo a uma tese sobre o Teatro Romano, em que o leitor pode observar como este pressupe um desenvolvimento bem mais extenso que de um simples sumrio. [p. 092] [p. 093] Ttulo [p. 094] Pgina em branco 4.3.3.1 O PRIMADO DO ESCRAVONO TEATRO ROMANO MARILDA CORRA CIRIBELLIO PRIMADO DO ESCRAVO NO TEATRO ROMANORIO DE JANEIRO1999[p. 096]Professora Doutora Marilda Corra CiribelliO PRIMADO DO ESCRAVO EM PLAUTO?SUMRIO NDICEPREFCIO VIISUMRIO 12I- INTRODUO: PLAUTO.LITERATURA E HISTRIA SOCIAL 14II- CONJUNTURA SOCIAL E ESCRAVIDO NAROMA REPUBLICANA 191.0 - Organizao social do sculo III e transformaes estruturais do sculo II a.C 192.0 - Reflexes em torno da escravido 263.0 - Historiografia da escravido 284.0 - Os escravos na sociedade 33 4.1 - Fontes de escravido 33 4.2 - O nmero de escravos na Urbs 35 4.3 - Emprego e destino 35 4.4 - Escravido rural e urbana 36 4.5 -Condio jurdica 38III - CONTAMINATIO E ORIGINALIDADE EMPLAUTO 421.0 - Autor e pblico atravs dos prlogos 42 1.1 - O (des) conhecido comedigrafo latino 42 1.2 - O sucesso no correr da histria 44 1.3 - O pblico e os prlogos plautinos 46 [p. 096]2.0 -Teatro romano arcaico 48 2.1 - Formao do teatro romano 48 2.1.1 - Influncia itlica e etrusca na comdia romana 48 2.1.2 - Comdia grega 50 2.2 - Representaes teatrais regulares 52 2.2.1 - Carter estatal e religioso 52 2.3 - Ciclos de festividades 54 2.3.1 - Organizao 54 2.3.2 - Modos de representao 55 2.4 - Concluso 563.0-Perfil da obra plautina 57 3.1 - Estrutura das peas e modelos gregos 57 3.2 - Argumentos 60 3.3 - Resumo das comdias 61 3.4 - Personagens 67 3.5 - Aspectos humanos e sociais do teatro plautino 694.0 - Imitao ou criao? 73 4.1 - Problemtica da originalidade 73 4.2 - Elementos gregos e romanos 75 4.3 - Contaminatio e originalidade 78IV - ESCRAVIDO NAS COMDIAS PLAUTINAS 861.0 - Importncia dos escravos na obra de Plauto 862.0 -Viso plautina do mundo servil 91 2.1 - Escravos plautinos 91 2.2-Situao jurdica 94 2.3-Situao na famlia e na sociedade 96 2.4 - Castigos e reao dos escravos 98 2.5-Peclio e Alforias [sic] 101 2.6 - Concluso 102 [p. 097] V - CONCLUSO: PROBLEMTICA SOCIAL DO TEATRO PLAUTINO 105REPERTRIO BIBLIOGRFICO 1111.0 - Obras de referncia 1112.0 - Fontes primrias 1133.0 - Obras especficas 1164.0 - Obras gerais 1245.0-Obras de apoio (terico-metodolgicas) 132 [p. 098] [p. 099] Ttulo [p. 100] Pgina em branco XIV SEGUNDA PARTE: ANEXOS?XV. SEGUNDA PARTE: ANEXOS Conforme mostramos anteriormente, o pesquisador s pode colocar em Anexo documentos oficiais, ilustraes, mapas e elementos textuais de outros autores. A guisa de exemplificao, fizemos constar deste livro partes de Projetos de Pesquisa elaborados por nossos alunos-pesquisadores e orientandos, de vrias Universidades, UNIG, U.S.S. e UFRJ, com a finalidade de motiv-los e homenage-los. Estes Projetos so quase sempre originados ou resultantes de atividades acadmicas em sala de aula nas disciplinas que lecionamos: Mtodos e Tcnicas de Pesquisa e Seminrio de Pesquisa. Infelizmente no nos foi possvel citar todos eles como gostaramos de faz-lo, porm os seguintes:1. Professora Andreia Vidal Furtado (UNIG, 1999). Ttulo: A No Linearidade da Comunicao, projeto do qual reproduzimos a Apresentao da Problemtica e o Plano Provisrio.2. Professora Marlene Dinis Amaral (UNIG, 1999). Ttulo: Pense globalmente e haja localmente: realidade ambiental de Itaperuna. (Um Estudo de Caso), pr-projeto do qual extramos a Justificativa.3. Professora Llia Maria Gilson de Oliveira Rangel (U.S.S., 2000). Ttulo: Eufrsia Teixeira Leite: Entre a Fantasia e a Realidade, projeto do qual, enfatizamos a Justificativa e os Tpicos de Anlise.4. Professora Flvia Lages de Castro (U.S.S., 1992). Ttulo: A Mulher Romana na Viso Ovidiana, projeto do qual reproduzimos o Quadro Terico Metodolgico.5. Professor Gilvan Ventura (UFRJ, 1993) Ttulo: A Escalada dos Imperadores Romanos Proscristos. Estado, Conflito Social e Usurpao no Quarto Sculo d. C, projeto do qual enfatizamos a Definio da Problemtica e o Quadro Terico Metodolgico.6. Professor Antnio Marcos da Silva Catharino (UNIG, 2000) Ttulo: A Dor de Cabea Crnica e a Aprendizagem dos Estudantes [p.101] de Medicina, projeto do qual extramos a Problemtica e o Quadro Metodolgico.7. Professora Clara Hetmanek Sobral. Ttulo: A Educao na Obra de Aurelus Augustinus, projeto do qual retiramos o Plano Provisrio. [p. 102] [p. 103] Ttulo [p. 104] Pgina em brancoExemplos de Partes dePr-projetos e Projetos de Pesquisa UNIVERSIDADE IGUAUFACULDADE DE EDUCAO E LETRASCURSO DE MESTRADO EM EDUCAOANDREIA VIDAL FURTADOPR-PROJETOA NO-LINEARIDADE DA COMUNICAONOVA IGUAU1999 [p. 105]Prof. Andria Vidal FurtadoA NO-LINEARIDADE NA COMUNICAOAPRESENTAO DA PROBLEMTICA A escolha do tema A NO-LINEARIDADE NA COMUNICAO veio da minha nsia, enquanto psicloga que sou, em tentar compreender melhor as diversas formas do ato de comunicao entre os seres humanos e como interpretar seus significados. Por estar atuando tambm como educadora, procuro correlacionar os conhecimentos tcnico-prticos no campo psicolgico das reas clnica e escolar. Com isto, venho percebendo algumas dificuldades na comunicao linear, ou seja, na forma mais comum de se interagir entre o comunicador (quem fala) e o receptor (quem escuta) e vice-versa. Percebo o quanto temos a falar, mas como existem bloqueios neste ato e quantas formas no-lineares existem de nos comunicarmos. Por exemplo: alguns pacientes falam muito mais com seus corpos, seus silncios, do que com suas palavras. Como sabemos, o pensamento costuma ser mais rpido do que a expresso dos mesmos. Desta forma, acredito que este tema ir acrescentar uma cosmoviso em nossa Pesquisa Cientfica, onde o objetivo principal o de inserir a comunicao como fator de aprendizagem de forma no linear, buscando aprofundar um pouco mais os conhecimentos cientficos j existentes a respeito dos bloqueios na falta de compreenso do que o indivduo diz a si mesmo e ao outro, frisando ainda o papel da Escola nesta busca de conhecimento sempre em ascendncias. Assim, volto a reforar que nossa inteno no fazer um levantamento histrico dos estudos sobre Comunicao e Psicologia do Comportamento, mas apenas mostrar o quanto podemos aprender com tipos de comunicao no lineares. As condies financeiras que possuo so poucas, principalmente em se tratando de como utilizarei a pesquisa de campo necessria para confirmar minhas hipteses nesta pesquisa. Apesar disto, me ser possvel realiz-la. [p. 106] O interesse pessoal at aqui apresentado mais bem definido com o seguinte quadro terico: Esta pesquisa perpassada por estudos tericos baseados em pesquisas bibliogrficas das seguintes fontes: Psicologia, Histria da Educao Contempornea no Brasil, Psicanlise, Comunicao e Filosofia. O pensamento ocidental influenciador de todo tipo de cincia, cuja colocao original grega. O pensamento grego busca uma racionalidade para o caos que tudo engolia e tudo criava. Pitgoras (sculo VI a.C.) descobre a relao entre o comprimento de uma corda e os sons que ela produz: a harmonia (ordem mtrica mensurvel). O nmero e o ser se identificam. O mensurvel sinnimo de cincia. Isto no podia ser diferente na histria das Cincias Sociais. Assim, a observao e a experincia passaram a ser as marcas da CINCIA e eram seguidas de perto pela mensurao. Para que haja comunicao, precisa haver no mnimo duas partes, principalmente no desenvolvimento de uma idia e, at mesmo, de uma teoria. Os fatores mais importantes so: o autor (quem transmite) e o receptor (quem codifica a mensagem).? E necessrio a integrao entre ambos, que s ser possvel existindo condies psicolgicas e epistecas. A mensagem transmitida pela conscincia do emissor para a conscincia do receptor.? Acredito que essa possa ser uma das maiores dificuldades dos pesquisadores da rea de Histria, que no poder fazer essa transmisso e recapitulao dos fatos ocorridos, quando no exista prova documental para tal desempenho. Um fato primordial parece ter sido esquecido durante esses tempo [sic] e por todas as cincias vigentes. Os sistemas vivos no cabem no domnio da linearidade, visto que apresentam um forte regime de interao. Quando se fala de interao, quebra-se a linearidade. [p. 107] O modelo de interao atual, no que concerne aos estudos do comportamento, permeado por um padro de Epistemologia que repousa em conceitos tais como o de estabilidade linear e num certo modelo de entropia. A no-linearidade supe independncia e um modo de relao circular; o que permite que diante de certas condies possam surgir novas estruturas. Nas vises da Pragmtica da Comunicao e da Histria da Educao Contempornea no Brasi pode ser percebido uma lgica no linear entre seus objetivos de estudo. Um fenmeno s explicvel quando se correlaciona este com seu meio ambiente e junto ainda de fatores simblicos. O veculo existente desta manifestao entre fenmeno e o seu meio a comunicao. Esse meio de interagir acarreta o feedback, justamente entendido como a possibilidade de no se pensar apenas de forma linear (determinismo linear) e sim da possibilidade de circularidade. Todo comportamento comunicao e toda comunicao afeta o comportamento. Segundo um sistema terico da Psicologia, O Corpo Fala. Existe a Pragmtica da No-Comunicao, que reduz-se a trs aspectos bsicos: aceitao;esqualificao (quando a pessoa sente-se obrigada a comunicar, mas quer cortar o compromisso que toda comunicao acarreta); e sintoma como comunicao (onde a pessoa se convence de que h algo superior a ela que a impede de comunicar-se). Este sintoma j simboliza uma mensagem no verbal; podendo ser uma das maiores caractersticas d