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Mario Kat8uiill(o Ojima CÁLCULO DOS PRINCIPAIS PARÂMETROS NEUTRÔNICOS 00 REATOR DE PESQUISA IEA-R1 Orientador: Prof. Dr. Yoshiyuti Hukai Dissertação apresentada a Escola Potitécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do Título de Mestre em Ciènotas. São Paulo 1977

Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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Page 1: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

Mario Kat8uiill(o O j i m a

C Á L C U L O D O S P R I N C I P A I S P A R Â M E T R O S N E U T R Ô N I C O S

0 0 R E A T O R D E P E S Q U I S A IEA-R1

O r i e n t a d o r : Prof . Dr . Y o s h i y u t i Huka i

Dissertação apresentada a Escola Potitécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do Título de Mestre em Ciènotas.

São Paulo 1977

Page 2: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

MARIO KATSUHIKO OJIMA

CÍLCULO DOS PRINCIPAIS PARÁMETROS NEUTRÜNICOS

DO REATOR DE PESQUISA IEA-R1

O'XJJzntadon.: ?A.o¿. VK. Vo&k¿yu£JL • HukcüL

Dissertação apresentada a Escola Politécnica da Universi dade de São Paulo para a obten ção do Titulo de Mestre em Ciências.

SÃO PAULO

1977

Page 3: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

A mea4 pali,

a Kloco

e Ricardo

r

Page 4: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

A G U A V E C Í U E N T O S s s s s s s s s s s s a a s

QjizKo zxp^zòòaA aqui 04 m e u ¿ agfiade,clme.ntoò a

todoò quz colaboKaKam na A.zallzaç.ão dz&tz tKabalho, Vzòz-

jo tambzm iallzntaK atgumaò pzÁAoaò cuja ajuda tzvz valoK

Int&tlmávzl na execução d e ^ ò í e trabalho.

- ko ÍNSTÍTUTO VE ENERGIA ATÔMICA pzlo apoio il-

nanczln.0 e matzA,la¿, òzm o qual não tzftla fizall

zado t&tz trabalho.

- Ao VK. Voòhlyutl Hukal, oKlzntadoK dz&tz tfiaba-

¿ko que ^ol dzòdz minha lnlclaQ.ão na zngznkaKla

nuclzaK o. pKoizò&oK z amigo quz OKlzntou mzu6

paòÁOA nzòtz campo, oò mzlkoKZò agKadzclmzntoò.

- AoA colzgaò da ÂKza dz Vlàlca dz RZOXOKZÒ Z em

paKtlculan, ao Horacio Hakata z ao VH.. Itlzm

OoÁtzfikampf quz com óuaò cfiltlcaò z òugz^iitõzò

muXto me ajudaram na vlòuallza(;.âo da& òotuçõzò

do& pJioblzmai contldo^^ nz&tz trabalho.

- Ao pziòoal do CzntA,o dz VKocz&òamznto dzVadoi.

- Â fundação dz Ampafio ã Vz&qulòa do E&tado dz

São Vaulo \fAVESV). quz zxzKczu papzl dzcLilvo

na minha ^oKmação cientifica,

"A Tamlco l A u d a pzto zòmzKado tKabatho dz datl-

¿ogAaila.

Page 5: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

RESUMO

Foram oaloulados os principais parâmetros

neutrônicos do reator de pesquisas lEA-Rl utilizando-se

programas de computação para geração de seção de choque

e de cálculo de criticalidade.

Foi estabelecido um procedimento de calcu­

lo baseado nos programas disponíveis no Centro de Pro­

cessamentos de Dados do IEA3 e centrados no Sistema

HAMMER e CITATION.

Foi feito um estudo visando verificar a

validade e a precisão do método de cálculo comparando-

se os resultados com dados experimentais.

Alguns parâmetros operacionais do reator,

a saber, a distribuição do fluxo de neutrons, a massa

crítica, a variação da reatividade com a queima do

combustível, e o tempo morto do reator foram determina­

dos .

Page 6: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

I N D I C E

PAG.

1. INTRODUÇÃO 1

1.1. - Introdução geral e objetivo do trabalho... 1

1.2. - Descrição do reator lEA-Rl •.... 4

2 i O MÉTODO DE CALCULO 9

2.1. - Descrição do método ..», 9

2.2. - Os programas dè computação 9

2.3. - Bibliotecas de seções de choque 15

2.4. - A célula unitária 19

i2.5. - O espectro de neutrons 22

2.6. - komogeneização do reator 24

2.7. - Definição dos espaçamentos nodais......... 26

3. VERIFICAÇÃO DO MÉTODO 32

3.1. - Verificação do método de cálculo 32

3.2, - Conclusões sobre a verificação do método.. 41

4. CALCULO DO REATOR 44

4.1. - O reator de referência 44

4.2. - Determinação da massa crítica 47

4.3. - Coeficiente de temperatura 51

4.4. - Distribuição do fluxo de neutrons......... 53

4.5. - Influência dos venenos na reatividade..... 64

4.6. - Variação da reatividade resultante da

inserção de elemento combustível 68

4.7. - Estimaitiva da vida crítica do reator. 71

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..... . . .75

6. APÊNDICE A , . . 76

7. APÊNDICE B 77

8. APÊNDICE C . . . 79

9. APÊNDICE D 81

10. APÊNDICE * E 84

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85

Page 7: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

1. INTRODUÇÃO

1.1. - Introdução e objetivo do trabalho

Os reatores de pesquisa tipo piscina aberta des­

pontaram/ já no início da década de 1950, como os instrumen

tos mais adequados para utilização em programas de estudos

e treinamento na área nuclear em instituições de ensino e

de pesquisa e desenvolvimento.

A grande flexibilidade e acesso ao caroço do rèa

tor, a sua segurança inerente e á sua economiçidade torna­

ram este tipo de reator o mais popular dentre os reatores

de pesquisa. Cerca de sessenta reatore* desse tipo já fo-

rain constifuídos em todo o mundo, sendo que os mais moder­

nos ainda, estão em fase de construção ein diversos países

como no Irã e na Romênia. Neste último está se instalando

um centro nuclear baseado num reator tipo piscina, modelo

"TRIGA" de 14.0 MW de potência.

O projeto básico do lEA-Rl corresponde ao pri­

meiro modelo lançado pela firma "Babcox and Wilcox" no

mercado mundial e que teve penetração comercial graças ao

programa Átomos para a Paz que o presidente Eisenhower pro­

pôs nas Nações Unidas juntamente com a Fundação da Agência

Internacional de Energia Atômica, em 1953.

A concepção deste reator refletiu a relativa

pobreza inicial dos conhecimentos do homem sobre reatores

nucleares na década de 1950. O seu formato global ê de um

simples paralelepípedo dentro de uma piscina de água puri-r

ficada. A angulosidade do formato paralelepipédico pres­

supõe mau aproveitamento neutrônico nas bordas, mas este

mesmo formato favorece o cálculo de criticalidade pára,

queifl de posse de métodos, primordialmente analíticos, de

dois grupos de energia, que hoje, em termos de cálculo de

projeto são técnicas dignas de constar nos museus de ener­

gia nuclear.

Apesar da longa historia de operação segura e

de significativos serviços prestados ã comvinldade nuclear

Page 8: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

2.

acadêmica e utilitários dos radioisótopos produzidos, para

nossa surpresa, não existem na literatura trabalhos reali­

zados em cálculo de parâmetros desse tipo de reator em que

se utiliza os poderosos métodos numéricos disponíveis atual­

mente, graças ã existência dos computadores de 4a. geração

com capacidade de memória mais do que a necessária. Cabe

aqui, contudo, a advertência de que, esta falta de literatu­

ra, não pressupõe absolutamente um vazio no conhecimento da

engenharia nuclear e nem uma alta relevância esquecida. Pro­

vavelmente, seria o mesmo caso de se calcular a aerodinami-

cidade do formato dos aviões DC-3 com métodos disponíveis

na atualidade. Se funcionam tão bem, não há motivo para preo­

cupações .

Mas, recentemente, no lEA, surgiram duas motiva­

ções que nos levaram a executar estes cálculos, aqui descri­

tos, e que, eventualmente nos conduziram a escrever esta dis­

sertação: o primeiro fato é que o reator, presentemente, ope-

remdo em potência de 2,0 MW foi proposto operar em 10.0 MW.

Isto implicava em cálculos de neutrônica desse reator que

nos leveissem a conclusões que nenhum dado neutrônico se

apresentasse imprevisível no que concerne â segurança do

lEA-Rl. Por outro lado, em segundo lugar, e como conseqüên­

cia do primeiro, tornou-se necessário criar uma capacidade

de cálculo para melhor aproveitamento da queima do combustível.

Em potência de 10.0 MW, a queima toma-se fator

de grande interesse e cuidado, não somente em seus aspectos

econômicos, mas também quanto a utilização do reator como

fonte de neutrons e produtor de radioisótopos.

Portanto, a presente dissertação não se constitui

em uma contribuição científica de caráter original ao desen­

volvimento da engenharia nuclear e nunca foi esta o nosso

objetivo pr.imordial. Trata-se de um trabalho despretencioso

que visa UQia utilização prática e imediata para satisfazer

as necessidades do projeto de aumento de potência do lEA-Rl.

Contudo, seja-nos perdoado afirmar que certaoente,

esses cálculos mostraram resultados que ajudou-nos a melhor

Page 9: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

compreender a física do lEA-Rl. Tentou-se cobrir os prin"-

cipals parâmetros operacionais do reator, sem visar uma

abrangência demasiada. Tratou-se, enfim, de estabelecer

uma metodologia calculacional baseado nos melhores progra­

mas de computação de neutrônica disponíveis no lEA, que

eventualmente, poderá ser desdobrada em detalhes para cál­

culos de parâmetros mais específicos.

Assinala-se, conclusivamente que, mesmo com os

mais poderosos meios numéricos disponíveis, até recente­

mente, o cálculo da criticalidade apresenta ainda umi erro

de quase 0,5 % quando em confronto com dados provenien­

tes da experiência. Aqui cabe a c d D s e r v a ç ã o final que,

mesmo o "DC-3" apesar de operar maravilhosamente ainda po­

derá apresentar novidades no perfeito entendimento de

"porquê ele voa maravilhosamente".

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Page 10: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

I I

1.2. - 0 Reator lEA-Rl - descrição

0 lEA-Rl é um reator de pesquisas do tipo pis­

cina aberta e foi projetado e construído sob a responsabi­

lidade da firma BABCOX & WILCOX dos Estados Unidos da

América de acordo com as especificações fornecidas pela -

Comissão de Energia Atômica do, então, Conselho Nacional,

de Pesquisas. O reator é muito semelhante ao que foi cons

truído, pela mesma firma, para a Universidade de Michigan

(Projeto Phoenix). A principal diferença está nas altera­

ções introduzidas no elemento combustível no sistema de re

frigeração e nas dimensões da piscina do lEA-Rl a fim de

permitir operação contínua na potência de 5,0 MW. (20) .

O prédio do reator está localizado dentro dos

limites reservados para o lEA, na Cidade Universitária, em

são Paulo. O reator ê propriedade da CNEN (Comissão Nacio

nal de Energia Nuclear) e está sob guarda do lEA (Institu­

to de Energia Atômica).

Sua primeira criticalidade foi atingida em se­

tembro de 1.957 e , desde então, tem sido utilizado extensi

vãmente na produção de radioisótopos, em análise por ativa­

ção, em experiências que utilizam os tubos de irradiação e

'no treinamento de pessoal, atendendo a todas as coordenado-

rlas do lEA e também às solicitações externas.

Nos três primeiros anos de funcionamento, a má­

xima, potência de operação normal foi de 1,0 MW e, desde en­

tão, está sendo operado com uma potência nominal de 2,0 MW.

algumas raras ocasiões foi operado com potências de até

5,0 MW.

O caroço do reator tem a forma de um paralelepl

pedo e ê composto por elementos combustíveis e refletores,

que são encaixados verticalmente em furos da placa matriz

que ê suspensa por uma estrutura de alumínio no ponto mó­

vel no topo da piscina. Em media, um carregamento normal

Page 11: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

5.

comporta 25 elementos combustíveis formando um arranjo de

5x5. Dos 25 elementos 4 são elementos especiais reserva­

dos para a inserção das barras de controle.

O elemento combustível é do tipo MTR (Material

Testing Reactor) fabricado pela United Nuclear Corporation.

Compõe-se de 18 placas planas paralelas montadas mecanica­

mente num estojo de aluminio constituido de um suporte de

fixação usinado na parte inferior e aberto na parte superior.

Dois suportes verticais nas faces interiores, fabricados em

pentes, destinam-se a receber as placas (Fig. 1.2.1). Os

elementos combustíveis reservados para receber as barras de

controle possuem 9 placas separadas em 2 conjuntos de 5 e 4

placas cada. Estes, são separados por um canal que serve de

guia para a barra de controle (Fig. 1.2.2).

As placas tem forma de um sanduíche. A região

central é composta de uma liga de Uranio-Aluminio de espes­

sura 0,51 non possuindo de 18,0 a 20,0 % em peso de Uranio en-235

rlquecido em 93% em u . As duas camisas de aluminio que

cobrem a região central possuem 0,51 mm de espessura cada,

sendo portanto 1,53 iran a espessura total da placa de combus-235

tlvel (Fig. 1.2.3). A quantidade de U por placa é, em

média de 10,3 gramas. A largura e comprimento ativos situam-

se entre 59,20 e 65,4 mm e 586,0 e 610,0 mm, respectivamente.

Os elementos refletores são constituidos de blo­

cos de grafita encamisados em aluminio e têm a mesma geome­

tria externa dos elementos combustíveis. São colocados ao

redor do caroço, na placa matriz, permitindo uma grande eco­

nomia de neutrons por reflexão dos mesmos e, consequentemen­

te, sensível redução da massa critica.

O conjunto formado pelos elementos combustíveis,

elementos refletores e placa matriz é suspenso por hastes ver

ticais presas â ponte rolante, localizada sobre a piscina, e

que pode ser movimentada de uma a outra extremidade da mesma

(Pig. 1.2,4). A piscina é construída em concreto com dimen­

sões: 5,2mxl3,7mx9,5m. Apôs uma camada mais externa de

Page 12: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

6.

concreto comum segue-se uma membrana de aço-carbono e, fi­

nalmente vima camada exterior de concreto de barita. A su­

perfície interna ê revestida de azulejos. A piscina e di­

vidida em dois compartimentos que podem ser isolados um do

outro (Fig. 1.2.5). O compartimento próximo ã parte semi­

circular ê o compartimento de operação, onde o reator pode

ser operado em duas posições A e B conforme ilustra: (Fl^.

1.2.6.)

Posição A - O reator se localiza no centro

foca l dos canais de irradiação, diretamente acima da vâlvu

l a de circulação. Nesta posição, o reator pode opereur em

qualquer potência dentro dos limites permitidos pelo próje

to.

Posição B - O reator se localiza adjacente ã

coluna térmica. O nível de potência não deve ultrapassar

100 KW. Dada a pequena utilidade da coluna térmica, ela

será eliminada com as modificações que estão sendo plane­

jadas.

No compartimento oposto ã parte semi-circular

nenhuma operação ou carregamento de combustível é permiti­

do. Nesta situação, a comporta de alumínio poderá ser fe­

chada separando os dois compartimentos e, nestas condições,

o compartimento de operação poderá ser drenado totalmente,

para facilitar os trabalhos de manutenção ou preparação de

experiências.

A água da piscina ê desmineralizada e serve de

moderador e refletor para os neutrons, de refrigerante e de

blindagem biológica. Quando a potência de operaçãofor supe­

rior a 200 KW, a circulação é forçada de cima para baixo -

através de uma bCMiúDa localizada no circuito de refrigeração.

Para operação abaixo de 200 KW a refrigeração ê feita

por convecção natural, não havendo, portanto, necessidade -

das bombas.

O sistema de refrigeração tem como função çeti-

Page 13: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

7.

rar o calor produzido nas placas de combustível através da

circulação da ãgua da piscina. Este calor ê eliminado pa­

ra a atmosfera com a utilização de trocadores de calor e -

torres de refrigeração (Fig. 1.2.7).

As experiências são feitas com a utilização dos

tubos de irradiação e dos tubos pneumáticos. Os tubos são

em número de 14, sendo que 2 deles se localizam na parede

frontal ã coluna térmica e os demais na parede semicircular

da piscina (Fig. 1.2.8). São feitos de alumínio e no seu -

interior podem ser colocadas amostras para serem irradiadas.

Também podem ser preenchidos de água de modo a proporcionar

blindagem adequada aos pesquisadores, caso necessário.

Um sistema pneumático de tubos permite a irradia­

ção de £unostras por curto espaço de tempo. A amostra é colo­

cada num recipiente de alumínio ou polietileno (coelhos) que

é introduzido no sistema de tubos ã baixa pressão e enviado

a uma das quatro posições na vizinhança do caroço. Após a

irradiação, o recipiente pode voltar a duas posições dife­

rentes nos laboratórios, situados no prédio do reator.

Uma outra possibilidade é a utilização da coluna

têxnnlca localizada numa das paredes laterais de concreto. Ê

geralmente utilizada para experiências com neutrons térmicos,

e ê composta de grafita disposta em blocos, de modo a facili­

tar a formação de gavetas para a introdução de amostras para

irradiação. O baixo nível do fluxo de neutrons limita, porém,

a sua utilização.

O controle do reator é feito através de quatro -

bcürras absorvedoras de neutrons, sendo que três são barras de

segurança, e permanecem em posições fixas durante a operação

do reator. São de Carbeto de Boro revestido por Cadmio e sus­

tentadas por xm magneto preso a uma haste acoplada ao mecanis­

mo de acionamento preso à ponte rolante. No caso de uma emer­

gência, o magneto ê desligado e as 3 barras são rapidamente in

seridas no caroço garémtindo, assim, o desligamento imediato

do reator. A barra de controle não possui magneto e está di-

Jffi F U R B O I O i^-'--—

Page 14: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

8.

retamente acoplada ao mecanismo de acionamento. É de açô

inoxidável, possuindo menor reatividade do que as de segu^

rança. Durante o funcionamento do reator, é movido conti­

nuamente para compensar as flutuações de potência devido a

outros fatores.

Page 15: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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Page 17: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

Fig . 1.2.3 - Placo de combusti'vel

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Page 20: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

F i g . 1.2,6 - Vista de Topo da Piscina

Page 21: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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Fig.1.2.7 - Fluxograna esquemático do sistema de refrigeração

do reator IEA-Rl

Page 22: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN
Page 23: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

9.

2. o MSTODO DE CALCULO

2.1. - Descrição do método

t 0 estabelecimento do método calculacionaí e o

estudo da sua validade é, de uma maneira geral, a finalida­

de deste trabalho. 0 método escolhido dependeu essencial­

mente da disponibilidade dos programas de computação que es­

tão em fase operacional no computador IBM/370 do IEA.

Os programas utilizados são: HAMMER SYSTEM,

EXTERMINATOR-11 e CITATION. 0 primeiro executa a .geração,

das seções de choque em quatro grupos de energia, em função

dogespectro de nêutrons predominante no sistema combustível"

moderador. Estas seções de choque serão usadas pelos dois

outros programas como dados de entrada nos cálculos de cri-

ticalidade, utilizando-se a teoria de transporte de nêutrons,

com aproximação para a teoria de difusão.

A Fig. 2.1.1 mostra o fluxograma do. método calcu

lacional. Na preparação das seções de choque e homogeneiza­

ção das células com o programa HAMMER, três células unitárias

foram utilizadas: uma para o combustível, uma para o Carbono

do refletor e outra para a água do refletor. Nos cálculos de

criticalidade com o programa CITATION e EXTERMINATOR-II o rea

tor foi, então, considerado homogêneo.

2.2. - Os prògr.amas de computação (

1 \

I l

Foram u,ti),izados programas dé computação que em­

pregam o método das diferenças finitas para a solução da

equação de transporte d§ nêutrons em multigrupos com a apro­

ximação para a teoria de difusão.

Basicamente^ quatro programas foram utilizados,

todos eles escritos em FORTRAN IV e que se encontram em ope­

ração no computador IBM/370 do IEA.

Segue-se uma descrição dos três programas:

Page 24: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

10.

CONC. .DPS NUCLtPEOS

C É L U L A UNITARIA DO REATOR

B I B L I O T E C A

DAS SECÇÕES

DE CHOQUE

SECÇÕES DE C H O Q U E EM

4 GRUPOS

REGIÕES DO

R E A T O R

CONC. DOS NUCLIDEOS P/CADA REGIÃO

BUCKLING OPÇÕES

C I T H A M

C I T A T I O N ou

E X T E R M I N A D O R KEF tt 1,0

DADOS

N U C L E A R E S

FIG. 2.1.1- F L U X O G R A M A D O M É T O D O CALCULACIONAL

Page 25: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

11;

1 - HAMMER SYSTEM; (Heterogeneous Analysis by Multigroup

Method of Exponentials and Reactors). Foi desenvolvido

por H.C. Honeck (21) e J.E. Suich, em Brookhaven National

Laboratory e Savannah River Laboratory. Ê um sistema de

programas para geometria unidimensional composto de sub-pro

gramas que calculam parâmetros de física de reatores de uma

rede infinita de células unitárias, através da solução da e-

quação de transporte de neutrons em multigrupos de energia.

Associado a estes sub-programas existe um outro que se utili

za da teoria de difusão em quatro grupos de energia para cal

cular parâmetros de reator. Estes programas foram indivi -

dualmente comprovados com dados experimentais pelo uso exten­

sivo em cálculo de reatores. Honeck e Chandall testaram

o sistema no cálculo de unidades críticas de água pesada

e água leve (10) com resultados bastante satisfatórios.

A estrutura do programa HAMMER pode ser esquema­

tizado em cinco programas componentes:

CAPN; tem como função analisar os dados de entrada e

coordenar o procedimento dos próximos programas.

THERMOS: (11) - Calcula a distribuição espacial do fluxo

térmico em trinta grupos de energia, resolvendo

a equação integral de transporte, seguido de correção de

espectro de fuga, com a técnica da transformada de Fou­

rier (usando parâmetros da célula homogeneizada). Como

resultado fornece seções de choque médias da célula em

xm grupo (E<.625 eV), assim como parâmetros de difusão,

distribuição espacial do fluxo, e taxa de reações.

HAMLET; Calcula a distribuição espacial do fluxo epitér-

mico e rápido utilizando 54 grupos de energia.

Este programa é uma combinação de MüFT (5) e ZUT/TUZ(13).

A probabilidade colisão é calculada supondo que a cor­

rente que cruza as interfaces seja cossenoidal, e o es­

pectro durante a moderação como em MUFT. Esta aproxima­

ção produz automaticamente o cálculo de heterogeneidade

de Ç e p sendo usado como sub-rotina do programa ZUT/

TüZ. Em seguida são determinados o espectro assintótico

Page 26: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

12.

e o "BUCKLING" material da rede infinita de células.

Como resultado, fornece as seções de choque média e pa­

râmetros de difusão em 3 grupos (10 MeV - 1.05 MeV -

9.12 KeV - .625 eV) assim como a distribuição espacial

do fluxo e taxas de reações.

FLOG; É uma modificação do FOG (7). Utiliza as cons­

tantes em quatro grupos produzidos pelo THERMOS

e HAMLET para efetuar o cálculo de difusão no reator

para obtenção do valor do. "BUCKLING".

DIED; Combina os resultados obtidos em todos os progra­

mas anteriores para a edição final dos resulta­

dos do HAMMER. Os fluxos e as seções de choque obtidos

pelo THERMOS, HAMLET e FLOG são combinados para produ­

zir o balanço de neutrons. Para cálculos celulares, o

balanceamento de neutrons é baseado nos dados obtidos

pelo THERMOS e HAMLET.

2 - EXTERMINATOR-II;. é a versão para FORTRAN-IV do EXTER­

MINATOR (9) com adição de algumas

opções de cálculo. Resolve a equação de difusão em

duas dimensões nas geometrias XY, RZ ou R0. Além dos

cálculos de criticalidade, com mapeamento bidimensional

dos fluxos, tem recursos para as seguintes opções:

a) cálculo da concentração de equilíbrio de X^

b) determinação da concentração crítica para diversos

nuclídeos.

c) cálculo do fluxo adjunto e seu mapeamento espacial.

d) cálculo de perturbação

e) cálculo de "HOT CHANNEL"

Na saída fornece as seções de choque macroscópi­

cas , bem como as taxas de reações para cada região. Fornece

também o balanço global no reator para cada tipo de reação.

Page 27: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

13.

3 - CITATION; Este progrcima é semelhante ao EXTERMINATOR

II, porém com maior capacidade de cálculo,

pois pode fazer cálculo em três dimensões e fazer a

queima de combustível em multiciclos (8) .

4 - GITHAM; É uma versão modificada do programa HAMMER com

vim sub-programa especial que modifica as entra

das do HAMMER, para levar em consideração a queima ,do

do combustível do ponto de vista celular e prepara se­

ções de choque no formato do programa CITATION (17).

Três produtos de fissão são considerados; X^'^,

Sm^"*' e um elemento simulador que possui características mé

dias de todos os outros produtos de fissão ("Lumped Fission

Product"). . As meias-vidas utilizadas no programa estão na

Tabela 2.2.1.

Este programa possui a versatilidade dé calcular o fa­

tor de multiplicação e as seções de choque em função do

tempo de queima e da densidade de potência. O tempo total

de queima pode ser sub-dívidido em intervalos menores com

determinado nvimero de dias, que poderão fazer parte de um

ou mais ciclos. ,

As concentrações são calculadas para cada dia

de queima, e as seções dè choque são reavaliadas no fim de

cada intervalo de tempo. O .fluxograma do sistema HAMMER-

CITHÀM está na Fig. 2.2.1.

As cadeias envolvidas na equação de queima e a

equação fundamental para. queima estão no Apêndice E. Ê neces­

sário incluir todos os nuclídeos mesmo os que não .apresen­

tam importância, com baixa concentração, caso contrário irá

acarretar Variação inadequada dos nuclídeos pais.

Page 28: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

14

Dados Iniciais HAMMER CITHAM FIM

Novas concentra­ções para reava­liação das se­ções de choque com novo esoeG±ro

Após 1 "time step"

Fig. 2.2.1. - Fluxograma operacional do sistema

HAMMER-CITHAM.

NUCLiDEO RENDIMENTO (yield)

X (dia"-*-)

X l 3 5 e

Smi' 9

SSFP

^^2 KL

Pa2 3 3

.0641

.0113

1.000

1.82

.0002

.025

Tabela 2.2.1. - Meias vidas dos principais produtos

de fissão.

IBB-RTBTO VS. EISESeiA AT@t^«

Page 29: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

15.

2.3 - Preparação das bibliotecas de seções de choque

A primeira parte do cálculo neutrônico de um

reator heterogêneo compreende a análise dos efeitos locais

das heterogeneidades e dos fatores de auto-blindagem, que

em última análise, são os fatores que maior influência exer

cem no cálculo das seções de choque dos nuclídeos presentes

no meio multiplicador em estudo. Diz-se que xam reator é he

terogêneo quando o livre caminho médio dos neutrons é maior que

qualquer dimensão da célula do reator. O espectro e o va

lor do fluxo de neutrons no moderador é diferente do espec­

tro e do fluxo no combustível. Surge daí a necessidade de

determinar os parâmetros equivalentes para tratar as regiões

heterogêneas (encamisamento, material estrutural, meio refri

gerante, combustível e moderador) como uma única região ho­

mogênea. De outra forma, o cálculo de parâmetros de reato­

res nucleares será uma tarefa extremamente exaustiva mesmo

para os mais modernos computadores.

Para tanto, utilizam-se médias ponderadas sobre

o espectro de neutrons predominante no sistema. Portanto a

primeira etapa dos cálculos produz as bibliotecas de seções

de choque efetiva de todos os nuclídeos presentes no caroço

do reator lEA-Rl. Para cada zona do reator, define-se

uma célula unitária representativa para o programa HAMMER,

pois ele calcula os parâmetros de uma rede infinita de cé­

lulas unitárias resolvendo a equação de transporte e obtendo

os parâmetros de difusão do reator (16).

A biblioteca das seções de choque do programa

HAMMER compreende uma faixa de energia desde 10,O MeV até

.00025 eV. A faixa entre 10,0 MeV e .834 eV é tratada pelo

sub-programa HAMLET em 54 grupos de energia (Tab. 2.3.1) e

são calculados os efeitos de auto-blindagem das ressonâncias.

A faixa de .707 a .000253 eV é tratada pelo sub-programa

THERMOS em 30 grupos (Tab. 2.3.2) e é calculado o fator de

auto-blindagem geométrico utilizado na correção das seções

de choque do grupo térmico.

Page 30: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

16.

Portanto, dos 84 grupos que compreendem toda fai

xa de energia da biblioteca das secções de choque do HAMMER,

os 54 primeiros grupos são tratados pelo programa HAMLET e

reduzido a três grupos. Os 30 últimos grupos são reduzidos

para xm grupo térmico pelo programa THERMOS, totalizando -

assim, 4 grupos cujos limites de energia são:

Grupo 1 - 10.0 MeV a 1.05 MeV

Grupo 2 - 1.05 MeV a 9.12 KeV

Grupo 3 - 9.12 KeV a .625 eV

Grupo 4 - .625 eV a .000253 eV

Page 31: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

17.

GRUPO LIMITE SUP. GRUPO LIMITE SUP.

1 10,0 MeV 28 2,053 KeV

2 7,788 MeV 29 1,234 KeV

3 6,065 MeV 30 748,5 KeV

4 4,724 MeV 31 454,0 eV

5 3,679 MeV 32 275,4 eV

6 2,865 MeV 33 167,1 eV

7 2,231 MeV 34 130,1 eV

8 1,738 MeV 35 101,3 eV

9 1,353 MeV 36 78,89 eV

10 1,054 MeV 37 61,44 eV

11 820,8 KeV 38 47,85 eV

12 639,3 KeV 39 37,27 eV

13 497,9 KeV 40 29,02 eV

14 387,7 KeV 41 22,60 eV

15 302,0 KeV 42 17,60 eV

16 235,2 KeV 43 13,71 eV

17 183,2 KeV 44 10,68 eV

18 142,6 KeV 45 8,315 eV

19 111,1 KeV 46 6,476 eV

20 86,52 KeV 47 5,044 eV

21 67,38 KeV 48 3,928 eV

22 40,87 KeV 49 3,059 eV

23 24,79 KeV 50 2,382 eV

24 15,03 KeV 51 1,855 eV

25 9,118 KeV 52 1,440 eV

26 5,530 KeV 53 1,125 eV

27 3,354 KeV 54 .834 eV

TABELA 2.3.1. - Estrutura de grupos para região rápida (HAMLET)

(Ay= 0,25)

Page 32: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

18.

GRUPO ^/220m/s Energia (eV) GRUPO V/220m/s Energia (eV)

1 0,1 0,000253 16 1,605 0,0652

2 0,2 0,0010 17 1,720 0,0748

3 0,3 0,0023 18 1,845 0,0861

4 0,4 0,0040 19 1,980 0,0992

5 0,5 0,0063 20 2,1225 0,114 .;

6 0,6 0,0091 21 2,2775 0,131

7 0,7 0,0124 22 2,455 0,152

8 0,8 0,0164 23 2,660 0,179

9 0,9 0,0205 24 2,8975 0,212

10 1,0 0,0253 25 3,1725 0,255

11 1/1 0,0306 26 3,490 0,308

12 1,2 0,0364 27 3,855 0,376

13 1,3 0,0428 28 4,2725 0,462

14 1,4 0,0496 29 4,7475 0,570

15 1,5 0,0569 30 5,285 0,707

TABELA 2.3.2. - Estrutura de grupos para região térmica (THERMOS)

Page 33: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

19.

2.4. - Célula Unitária

Basicamente foram escolhidas três células unitá­

rias para a obtenção das seções de choque e dos parâmetros

de difusão de todos os nuclideos presentes no reator.

1 - Célula para o combustível; a primeira célula foi utili 235 238 "*~

zada na obtenção das seções de choque do ü , U ,

Alumínio e da água presente no espaço existente entre as

placas de combustível. A célula ê composta de 3 regiões

(combustível-liga de Urânio-Alumínio; encamisamento-Alumí-

nio e moderador-água). As concentrações dos nuclídeos è

as dimensões da célula são idênticas âs da placa de combus

tível, Fig. 2.4.1 e Apêndice C.

Os parâmetros de difusão calculados para esta rede de

células unitárias estão na Tab. 2.4.1 e o espectro de

neutrons predominante no sistema na Fig. 2.5.1.

2 - Célula para refletor de Carbono; esta célula é compos­

ta de uma região de Carbono infinitamente diluída con-—6 235

tendo 10 atom/b.cm de U que corresponde a uma densida

de de .0039 g/cm^.

' 3 Célula para refletor de água; é composta de uma regi-

ão de água com U diluído na mesma concentração da

célula 2.

~ 235

Nas duas últimas células a baixa concentração de U

foi colocada com a finalidade de simular o espectro de

neutrons proveniente do combustível e a sua concentração 235

foi ajustada de tal modo que as absorções no U fossem

desprezíveis.

Page 34: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

20.

K 1.5209

T 45.662

p .89312

L 3.6404

y .0689

D .2517

B2 ^ .0095

r, 2.008

f .8036

v[f .1115

TABELA 2.4.1. - Parâmetros de difusão calculados

para uma rede de células unitárias

do combustível

Page 35: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

21-

Célula un i tdr ia

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lyl-^l — H2 o ( mod»ra<!or )

~* Atttmlnio (encomlsamento)

^ — Uigo de Urfinio - Aluminio ( eombust ívet )

F i g . 2.4.1 - Cé lu la unitaria representat iva da placa .

Page 36: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

22.

2.5 - Espectro de Neutrons

O espectro de niutrons do lEA-Rl ê típico de um

reator moderado por água leve (18) . Este espectro pode

ser visto na Fig. 2.5.1. Utilizou-se a variável letargia

ao invés de energia.

O fluxo por unidade de letargia, (J)(Ç) está rela­

cionado com o fluxo por unidade de energia, <()(E) por

(t)(Ç)- -4,(E)-|^ - E(t)(E)

A variável letargia é conveniente porque a faixa

de variação de energia dos niutrons vai de 10^eV a frações

de eV, enquanto que, os valores correspondentes de letar­

gia está entre 20 e zero.

No espectro de niutrons da Fig.2.5.1 observa-se

três regiões características. Na primeira região, o fluxo

de neutrons possui xm pico porque os neutrons desta ener­

gia são emitidos na fissão e são os mais energéticos do

sistema. A forma da curva do fluxo nesta região segue

aproximadamente a distribuição de energia dos neutrons emi

tidos no processo de fissão. A segunda região tem a forma

proporcional a l/E. De fato, nesta região, (ti(Ç) é aproxi­

madamente constante e, portanto, <|)(E) é proporcional a l/E.

Os neutrons de fissão estão sendo moderados por colisão

com átomos do moderador. A terceira região ê a região dos

neutrons térmicos. Nesta parte, o espectro de energia dos

niutrons está em equilíbrio com o espectro térmico dos áto

mos do moderador. A forma do espectro desta região ê es­

sencialmente a distribuição de Maxwell-Boltzman levemente

distorcida pelas absorções de neutrons pelos átomos do

meio considerado.

"SWBI® BC EEBCR8IA ATêmSA

Page 37: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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.5.1

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Page 38: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

24.

2.6 - Homogeneização do reator

No presente estudo a homogeneização foi feita

diluindo-se os átomos presentes no combustível, no modera­

dor, no encamisamento e no material estrutural, dentro do

volume total ocupado pelo elemento combustível. A Fig.

2.5.1 mostra o elemento combustível com suas respectivas^-

dimensões e a Tab. 2.5.1, os volumes e as frações de volu-

me de cada \m dos átomos presentes dentro do volume.

Portanto, na distribuição por zonas do reator

dentro da malha em que o reator é subdividido, uma zona do

reator corresponde a um elemento de combustível, o que será

utilizado no cálculo da criticalidade com os programas

CITATION e EXTERMINATOR.

Volume (cm^) Fração de Volxime(%)

Combustível (liga ü-Al) 340,42 .09

Aluminio (estr. e encam.) 1.204,38 .32

Agua 2.182,90 .59

Volvime total do elemento = 3.727,70 cm^

TABELA 2.5.1. - Frações de volume do elemento combustível

Page 39: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

25.

8.237

fi,289

JD,l8e4

2). 1824

2.6.1 - E l e m e n t o combustfvel (dimensões em cm)

Page 40: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

26 .

2 . 7 . - Definição dos espaçamentos nodais

Os programas de computação que serão utilizados

nas próximas etapas (CITATION e EXTERMINATOR) resolvem a

equação de difusão pelo método das diferenças finitas,

tornando-se necessário, portanto, a definição dos espaça­

mentos nodais de forma conveniente para uma representação

geométrica do reator adequada as condições neutróni-

cas (4) .

Primeiramente, para verificar a influencia dos

espaçamentos nodais no valor do fator de multiplicação efe

tivo (K efetivo) calculado pelo programa, foram utilizados

as representações esquemáticas das Figuras 2 . 7 . 1 , 2 . 7 . 2 ,

2 . 7 . 3 e 2 . 7 . 4 . Uma zona do reator que equivale a \im ele -

mentó de combustível, de acordo com o esquema de homogenei

zação, foi dividido em espaçamentos nodais de: 3 .805 cm,

2.536 cm, 1 .902 cm e 1 .268 cm.

A Fig. 2 . 7 . 5 mostra o resultado obtido e pode-se

observar que, â medida em que se diminui os espaçamentos

nodais, a variação porcentual do fator de multiplicação -

tende a zero. Portanto, quanto menor os espaçamentos no -

dais, menor será o desvio no fator de multiplicação. Po­

rém, deve-se considerar que, quanto menor o espaçamento no

dal, maior será o número de pontos nodais, o que implica

em considerável aumento na memória do computador e, portan

to, maior tempo de processamento. Há, então, tun compromis­

so entre a precisão do resultado que se quer obter e o tem­

po e a memória de computação disponíveis.

Levando-se em consideração estes dois fatores foi

escolhido o espaçamento de 2 .536 cm pois este facilita a re

presentação das barras de controle e fornece um desvio de

aproximadamente 0.48% no cálculo do fator de multiplicação,

o que está perfeitamente dentro dos limites aceitáveis para

os objetivos a que se propõe este trcüoalho.

Como ilustração, pode-se observar que, ao se modi­

ficar o espaçamento de 2 .536 cm para 1 .268 cm houve uma va­

riação de 0.24% no fator de multiplicação e um aumento de

cerca de 34% no .tempo de processamento.

Page 41: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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Page 45: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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2.0 3.0 4.0 5.0 L o r q u r o do i n t e r v o l o í c m )

F i g . 2 . 7 . 5 - V o r í q c õ o porcentuol do fo tor de mul t ip l ícocõo em f u n c a o dg l o r o u r o dos i n t e r v a l o s nodais .

Wmun BE EEiERGl Ãl&Smsa

Page 46: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

32.

Todo procedimento de cálculo necessita de uma

comprovação experimental. Na engenharia nuclear, onde os

investimentos são altos e os fatores de segurança são crí­

ticos, esta comprovação experimental torna-se essencial.

A verificação dos métodos de cálculo para a

obtenção dos parâmetros neutrônicos é feita confrontándo­

se os parâmetros calculados cóm os resultados experimen­

tais obtidos em testes de criticalidade.

Neste estudo, duas experiências críticas foram

analisadas. A primeira, realizada em Oak Ridge (19) con­

sistiu de uma solução de UO2F2 em água leve contido em ci­

lindro de Altimínio de 25.4 cm de diâmetro por 14.4 cm de

altura. O Urânio é enriquecido a 93.2% com uma massa crí-235

tica de 1,45 Kg de U . Esta experiencia foi escolhida

com a finalidade de testar as seções de choque, pois a

unidade crítica analisada possui geometria simples além de

ser uma mistura homogênea, o que facilita a sua representa

ção geométrica, bem como o cálculo das concentrações. As­

sim, eliminada, ou minimizada, a possibilidade de erros de

vido a geometrías complicadas, o resultado calculado depen

de, portanto, principalmente das seções de choque calcula­

das pelo programa HAMMER. A Fig. 3.1.1 mostra a geometria

utilizada, e a Tab. 3.1.1 os resultados obtidos.

A segunda experiência analisada foi realizada

no próprio lEA-Rl (22) durante as primeiras operações em

baixa potência. Uma das etapas da experiência foi a deter­

minação da massa crítica e o mapeamento do fluxo térmico,

cujos resultados são mostrados na Fig. 3.1.2 e Fig. 3.1.3.

No cálculo desta experiência foi utilizado o modelo do rea­

tor representado na Fig. 3.1.4 onde cada zona corresponde a

um elemento combustível conforme o esquema de homogeneiza­

ção estabelecido no Capítulo 2. A Tabela 3.1.2 apresenta a

massa de Urânio em cada elemento. Com esta configuração, e

3. VERIFICAÇÃO DO MfiTODO

3.1. - Verificação do método de cálculo;

Page 47: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

33.

utilizando-se o espaçamento nodal determinado na seção

2.7, foram determinados a massa crítica (Fig. 3.1.5) e o

mapeamento do fluxo térmico (Fig. 3.1.6).

As Tab. 3.1.3 e 3.1.4 apresentam os resultados ex­

perimentais e os cálculos, da massa crítica e do fator de

multiplicação efetivo. A Fig. 3.1.7 apresenta os desvios

entre o fluxo térmico experimental e o calculado para a uni­

dade crítica número 2.

K ^ ^ ^ Experimental ^eff C l' ' ^ ^ o A K / K ( % )

1.000 1.005 0.49

Tabela 3.1.1. - Comparação entre K^^^ calculado e

experimental

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E n r i q u e c i m e n t o '

* 9 3 . 2 % em U ^ ' *

127 em

14,4 cm

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Fig. 3.1.1 - Unidode crítico n? 1

(geometrio ctlfndrico)

Page 48: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

34.

nÇ n9 n9 ü-35 U-38 elem. posic. zona m(ü-35) m(U-38) atcHu/bcm atom/bcm

1 62 43 7 160,14 647,62 1,1010-4 4,3966-4 2 59 44 8 158,87 642,66 1,0923-4 4,3629-4 3 58 45 9 158,87 642,66 1,0923-4 4,3629-4 4 60 46 10 160,.14 647,22 1,1010-4 4,3942-4 5 61 47 11 160,14 647,22 1,1010-4 4,3942-4 6 54 53 12 158,66 641,81 1,0909-4 4,3571-4 7 77 54 13 75,70 306,47 9,2453-5 3,6957-4 8 65 55 14 158,87 642,66 1,0923-4 4,3629-4 9 74 56 15 75,70 306,47 9,2453-5 3,6957-4 10 51 57 16 158,66 641,81 1,0909-4 4,3571-4 11 49 63 17 158,66 641,81 1,0909-4 4,3571-4 12 50 64 18 158,66 641,81 1,0909-4 4,3571-4 13 56 65 19 158,87 642,66 1,0923-4 4,3629-4 14 52 66 20 158,66 641,81 1,0909-4 4,3571-4 15 53 67 21 158,66 641,81 1,0909-4 4,3571-4 16 46 73 22 160,04 647,81 1,1004-4 4,3571-4 17 75 74 23 75,70 306,47 9,2453-5 3,6957-4 18. 47 75 24 160,04 647,81 1,1004-4 4,3979-4 19 76 76 25 75,70 306,47 9,2453-5 3,6957-4 20 48 77 26 160,04 647,81 1,1004-4 4,3979-4 21 41 83 27 160,20 648,41 1,1015-4 4,4047-4 22 42 84 28 160,20 648,41 1,1015-4 4,4047-4 23 43 85 29 160,20 648,41 1,1015-4 4,4047-4 24 44 86 30 160,20 648,41 1,1015-4 4,4047-4 25 45 87 31 160,04 647,81 1,1015-4 4,3979-4

Tabela 3.1.2. - Massa de Urânio em cada elemento combustível

Page 49: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

35,

(Kg)

m critica exp.

(Kg)

m crítica cale. desvio (^%)

3,568 3,658 2,52 %

TABELA 3.1.3. - Comparação entre massa crítica

calculada e experimental

Kgffexp. ^eff desvio ^ % )

1,000 .9964 0,35 %

TABELA 3.1.4. - Con^aração entre o fator de multi­

plicação efetivo experimental e o

calculado.

Page 50: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

43

63

53

.72

.94

73

• 8 9

83

.74

44

.82

94

1.00

64 1.30

74

1.22

84

.94

45

.9«

1.16

65 1.39

75

1.25

85 I.IO

46

.78

56

I.OI

66 1.30

78

1.22

86 9 4

47

.60

57

.80

67 .93

77

.89

87

.70

A - POSIÇÃO DA PLACA M A T R I Z B - J0 C A R Ô p O / 0 E L E M E N T O

F i g . 3 . 1 . 2 - M a p e a m e n t o do f l u x o t é r m i c o d o l E A - R I

I

0.80- •

E % o

0.60-

o u

0.4O- • o M w

0 . 2 0 -

3.00 3.15 3 3 0 3.45

M o m o de U<-239(« )

3.60

F i g - 3 . 1 . 3 - D e t . e r m i n o ç d o do m o s s a c r í t i c o do l E A - f i l

Page 51: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

37.

11

21

3f

41

91

61

71

81

12

2 2

32

4 2

52

62

72

82

13

23

33

4 3

62

53

54 12

63

49 17

7 3

46

83

41

22

14

2 4

3 4

4 4

59 8

5 4 7 7

m7Á 7 7 13

64

50 18

74 75

YZZZZc 75 23

8 4

42

15

25

35

45

58

55

55 14

65

56 19

75

47 24

85

43

6

16

26

36

4 6

60 10

56 74

51 74 15

66

52 20

76 76

76

86" 2 5

44

17

27

3 7

4 7

61 11

57

8

18

28

38

48

58

16 67

53 21

77

48 26

87

68

78

8 8

45

A " ( N? d o posipfio no pioca mot r i z }

8 " < N? do elemento de combust i 've l )

C • ( N * do zona p / C I T A T I O N )

F i @ . 3 . 1 . 4 ' - U n t d o d e cr í t ica N ? 2 montado no l E A - R i - Disposipdo dos elementos no placa mat r i z

Page 52: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

38.

LOOS

e

®

uooo

Mdssa cri'tieo s x p e r l m e n t o I ( 3 .968 kg ) ( Ke f « 9 9 6 4 )

Msesa c n t i c Q exfrapolat fa ( 3 . 6 5 0 kg )

3.600 3.700

Mosso do U . . 2 3 9 ( k g )

F i g . 3 .1 .5 - D o t e r m i n a p d o do m o s s o c r f t f c o

^1

Page 53: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

39,

n

21

31

41

51

61

71

81

12

22

32

4 2

52

62

72

8 2

13

23

33

43

53

.51

.62

.72

. 8 7 63

73

. 9 4

. 9 3

. 8 9

.94

8 3 .74 .71

14

24

34

4 4

54

6 4

74

8 4

.82

•82

1.00

1.33

1.30

1.22

1.22

1.45

. 9 4 .93

15

25

35

45

55

65

75

85

.91

•89

1.16

1.27

1.39

1.30

1.25

1.38

1.10

1.00

6

16

26

36

46

56

66

76

86

.78

.82

1.01

1.34

1.30

1.23

1. 22

1.47

. 9 4

.95

17

27

37

47

.60

.64 57

67

77

87

. 8 0

. 8 9

. 9 3

• 9 6

.89

.97

. 7 0

. 7 5

8

18

28

38

48

5 8

68

78

8 8

X

A t po9lçno d o p l o c o mat r i z

B ^ caroço/? e i e m . ( e x p e r i m e n t a l }

C " f c a r o ç o / ^ e l e m . ( c a l c u l a d o )

F i Q . ^ . I . ^ ^ M a p e a m e n t o do f l u x o t é r m i c o re la t ivo p o r o o u n i d a d e c r í t i c o N? 2

Page 54: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

¥3.

I 2 3 4 5 6 7 8

11 12 13 14 15 16 17 18

21 2 2 23 24 25 26 27 28

31 32 33 3 4 35 36 37 38

41 42 4 3

-22.0 4 4

00 45

2.0 46

-5.0 4 7

-70 48 _

51 52 53

-21.0 54

-33.0 55

-9.0 5 6

-33.0 5 7

-11.0 5 8

®1 62 63

1.0 64

6.0 65

6.0 66

5.0 67

-3.0 68

71 72 7 3

-6.0 74

-19.0 75

-10.0 76

-20.0 77

-9.0 78

©1 82 83

4.0 8 4

1.0 8 5

10.0 8 6

10 87

-70 88

m y 7 .

^/// ///<

9 3 / / /

/// v//

9 6 / /

/ R X 98 / y

/ R /

ig. 3.1.7 - Desvio entre o fluxo térmico experimental e calculado para a unidade crítica N ? 2 , e m porcentagem

Page 55: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

41.

3.2. - Conclusões sobre a verificação dos métodos de

cálculo.

Uma análise dos resultados obtidos no Capítulo

2 indica que a metodologia de cálculo adotada para a deter

minação dos parâmetros nucleares do lEA-Rl fornece resulta

dos satisfatórios dentro dos objetivos a que se propõe es­

te trabalho. No cálculo do fator de multiplicação das duas

experiências críticas observou-se que pode haver um des­

vio de no máximo 0,5%, conforme as Tabelas 3.1.1. e 3.1.4.

No cálculo da massa crítica foi observado um desvio de

2,54% (Tab. 3.1.3) .

É interessante salientar que, no cálculo do

fator de multiplicação efetivo das duas experiências críti

cas, o desvio observado na segunda experiência, que é

mais'complexa, é menor do que o desvio observado na primei

ra. Em princípio, deveria ocorrer o inverso, pois a com­

plexidade da experiência implica em uma série de aproxima­

ções na montagem do modelo do reator, por exemplo, a homo­

geneização do elemento combustível, porém, os resultados

mostraram que apesar de todas estas aproximações o método

utilizado fornece bons resultados.

Entretanto, desvios maiores (até 33%) foram

encontradas no mapeamento do fluxo térmico. De fato, den­

tre os parâmetros neutrônicos, o fluxo de neutrons é o

que maior dificuldade oferece na obtenção do seu valor,

tanto experimental como teoricamente. Esta dificuldade é

inerente aos problemas experimentais e a sensibilidade do

fluxo aos dados de entrada e modelos de cálculo.

Inicialmente, observa-se que há uma discrepân­

cia nos valores experimentais do fluxo quanto â simetria

(Fig. 3.1.6). Dado a configuração dos elementos combustí­

veis, a distribuição do fluxo deveria ser praticamente si­

métrica em relação a um eixo longitudinal. Contudo, não

o é devido a influência do refletor de carbono adicional

Page 56: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

42.

que está localizado na posição 91, isto é, o fluxo nos ele­

mentos simétricos em relação aos elementos localizados no

eixo longitudinal deveriam ser quase iguais uma vez que o

carbono deve influir muito pouco. Entretanto, os resulta­

dos experimentais mostram um desvio de cerca de 5% no flu­

xo entre os elementos das posições 44 e 46 ao passo que en­

tre os elementos das posições 84 e 86 o desvio é zero e en­

tre os elementos das posições 83 e 87 há um desvio de -6,0%.

A razão desta incoerência pode ser explicada

caso considerarmos que os elementos de combustível utiliza­

dos na experiência não eram novos, ou seja, pelo menos al­

guns elementos haviam sido queimados. Infelizmente, porém,

os registros disponíveis no lEA-Rl não permitiram verificar

se os elementos eram novos ou não.

Observa-se, também, que os maiores desvios se

encontram entre os fluxos correspondentes nos elementos de

controle {posições 54, 56, 74 e 76). Deve-se salientar

que, quando as barras de controle não estão inseridas (que

é o caso da experiência), os canais reservados para os mes­

mos estão preenchidos de água. Conforme pode ser visto no

Capítulo 4, nestas condições, o fluxo de neutrons térmicos

possui picos acentuados nas posições correspondentes a

esses canais e, experimentalmente, o fluxo é medido den-

tro do elemento de controle somente em uma ou duas posi­

ções, fazendo com que a sua medida seja bastante aproxima­

da, ao passo que o fluxo calculado pode ser determinado

com maior precisão e detalhamento.

Nos elementos que se localizam na periferia,

um outro fator pode estar contribuindo para o desvio do

flu^o calculado e o experimental. Pela Fig. 4.4.2, obser-

^ va-se que próximo â interface combustível-refletor há um

1 pico acentuado de neutrons térmicos que pode fazer com que

o fluxo nos elementos periféricos sejam distorcidos. Po-

rém, experimentalmente, a medida do fluxo é feita somente

em algumas posições dentro do elemento, e a falta de deta

í} haraento do fluxo dentro do elemento pode estar mascarando

i aquelas distorções.

Page 57: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

43.

Finalmente, outro fator importante ê a distor­

ção no fluxo devido ã presença das próprias amostras no

elemento combustível para se determinar o fluxo experimen­

tal, que não está sendo considerado no cálculo teórico.

Page 58: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

i í

úí

44.

4.1. - O reator de referencia

Como foi mencionado na seção 1.1 os reatores

de pesquisa tipo piscina, que é o caso do lEA-Rl, caracte-

rizam-se pela grande versatilidade com que o reator pode

ser modificado quemto a sua configuração básica. Assim ^-

sendo, para cada tipo de experiencia haverá uma configura­

ção do reator apropriada, o que torna extremamente difícil,

senão impossível, definir um modelo que seja representativo

de todas as configurações possíveis.

Portanto, para a finalidade deste trabalho deci

dlu-se definir um reator de referência, o mais simplificado

possível, para que se possa, mediante modificações conve -

nientes, representar o maior número de configurações possí­

veis. Foi escolhido a configuração mostrada na Fig. 4.1.1.

que ê contosta de 25 elementos combustíveis sendo que 21 -

são elementos normais e 4 são de controle. Em uma das fa -

ces foi colocado uma fileira de carbono como refletor.

A Tabela 4.1.1. apresenta a massa de Urânio de

cada elemento (considerado novo) (*). Todos os resultados de

cálculo serão obtidos baseados neste reator de referência.

O presente capítulo trata da determinação dos

parâmetros neutrônicos do lEA-Rl na configuração do reator

de referência.

(*) Ver Apêndice A

4. CALCULO DO REATOR

Page 59: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

«5 .

21

31

41

91

71

81

12

22

32

42

92

62

72

82

13

23

33

43

2 7

53

2 2

63

17

73

12

63

14

24

34

44

2 8

54

2 3

64

18

74

13

84

8

15

25

35

45

2 9

55

2 4

65

19

75

14

85

6

16

26

36

46

3 0

56

2 5

66

2 0

76

15

86

17

27

37

47

31

57

2 6

67

21

77

16

87

n

8

18

28

38

48

68

78

88

0 " N? do posição na ploco matr i z

B » N? do zona p / C I T A T O N

Fig.4.1.1- O Reator de referência ( 9 3 % enriq. ) :

Disposição dos elementos na placo matriz

Page 60: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

46.

n9 n9 n9

elem. posic. zona m-U35 m-ü38 U-35 U-38

g atom/bcm atom/bom

1 90 43 7 184,54 13,57 1,2688-4 9,2124-6

2 91 44 8 184,76 13,59 1,2703-4 9,2260-6

3 92 45 9 187,03 13,75 1,2859-4 9,3346-6

4 93 46 10 186,55 13,72 1,2827-4 9,3143-6

5 94 47 11 186,64 13,73 1,2832-4 9,3211-6

6 95 53 12 186,25 13,70 1,2806-4 9,3007-6

7 96 54 13 184,31 13,55 1,2672-4 9,1989-6

8 97 55 14 185,67 13,65 1,2766-4 9,2668-6

9 98 56 15 184,74 13,59 1,2702-4 9,2260-6 10 99 57 16 183,98 13,53 1,2650-4 9,1853-6

11 100 63 17 185,38 13,63 1,2746-4 9,2532-6

12 101 64 18 183,00 13,46 1,2582-4 9,1378-6

13 102 65 19 184,39 13,56 1,2678-4 9,2057-6 14 103 66 .20 183,47 13,49 1,2614-4 9,1581-6

15 .104 67 21 183,91 13,52 1,2645-4 9,1785-6

16 105 73 22 185,07 13,61 1,2724-4 9,2396-6

17 106 74 23 183,98 13,53 1,2650-4 9,1853-6 18 107 75 24 183,94 13,53 1,2647-4 9,1853-6 19 108 76 25 183,95 13,53 1,2647-4 9,1853-6

20 109 77 26 179,97 13,23 1,2374-4 8,9816-6

21 110 83 27 180,53 14,35 1,2412-4 9,7420-6 22 113 84 28 91,34 6,72 1,2560-4 9,1242-6 23 114 85 29 90,24 6,64 1,2409-4 9,0156-6 24 115 86 30 89,94 6,61 1,2368-4 8,9748-6 25 116 87 31 90,09 6,62 1,2388-4 8,9884-6

TABELA 4.1.1. - A distribuição da massa de Urânio por elemento

(93,2 %) para o reator de referência

Page 61: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

47.

4 . 2 . - Determinação da massa crítica;

A massa crítica de reatores moderados por água

leve ê fortemente dependente da geometria do caroço, do re

fletor e da relação entre o numero de átomos do moderador

e o número de átomos do combustível. O material estrutu­

ral, assim como os tubos guias das barras de controle exer

cera pouca influência. A massa crítica destes reatores va

235

riam de 1 . 5 a 5 .0 Kg de u dependendo da combinação des­

tes fatores.

Em geral, os reatores de pesquisa podem ser

classificados em fixos e variáveis quanto â composição do

caroço (2). Os reatores moderados por grafita e os homo­

gêneos, geralmente, têm o caroço fixo, porque a determina­

ção da massa crítica pode ser feita mudando-se o refletor

e a concentração do combustível sem afetar a geometria.

Em reatores heterogêneos, moderados por água leve, como o

lEA-Rl o aumento da massa de combustível implica necessa­

riamente no acréscimo de um ou mais elementos combustíveis

que por sua vez traz modificações na geometria que afetam

a fuga dos neutrons(*). Portanto, para estes tipos de rea

tores não se define uma massa crítica característica, pois

para cada configuração corresponde uma massa crítica dife­

rente .

Em muitos reatores, costvima-se colocar elemen­

tos refletores de neutrons circundando o caroço do reator.

Embora o uso da água da própria piscina seja o mais comum,

grafita, berilio e oxido de berilio são também utilizados.

Como estes materiais são refletores mais efetivos do que a

água, a massa crítica pode ser diminuída sensivelmente.

Experiências no "Bulk Shielding Reactor" (2 ) mostraram que

o uso do oxido de berilio reduz a massa crítica de aproxima

damente 1 .0 Kg,

(*) Ver Apêndice B.

Page 62: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

48.

Para o lEA-Rl, a massa critica foi determinada

colocemdo-se iima fileira de carbono em uma das faces do -

reator como refletor (Seção 4.1). Foi encontrado o valor 2 3 5 2 3 5

de 2.74 Kg de ü através da curva l/K^^^x massa de U

da Fig. 4.2.2., que foi obtido obedecendo os esquemas da

Fig. 4.2.1. (23). Na figura 4.2.2, a curva 1 corresponde

ã variação do fator de multiplicação em função da massa de 235 *

U considerando-se uma fileira de Carbono em uma das fa­ces do reator como refletor e a curva 2 sem o referido rè fletor. Como o carbono ê um elemento mais efetivo, em ter mos de reflexão de neutrons, houve vim acréscimo na -

235 massa crítica de cerca de 360 g de U

A Tabela 4.2.1. mostra massas críticas de ou­

tros reatores semelhantes ao lEA-Rl. Observa-se que hã

uma boa concordância entre os valores determinados.

Reator Massa Crítica (Kg de U^^^)

Siloe 2.50

Melusine 2.50

ORNL 2.82

lEA-Rl 2.74

Tabela 4.2.1 - Massa crítica de alguns reatores

de pesquisa

Page 63: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

49 .

Massa de U - 2 3 5 = 2.635 Kg

K e f e t i v o = . 9 8 6 5

R

R C C

R

R C C

R

Massa de 0 - 2 3 5 ^ 3 . 0 0 5 Kg

K e f e t i v o - 1 .0229

R

R C C

R

R C C

R

Massa de U - 2 3 5 = 2.954 Kg

K e f e t i v o - 1.0158

Massa de U - 2 3 5 s 3J369 Kg

K e f e t i v o - 1 . 0 4 4 2

- E l e m e n t o R e f l e t o r ( C a r b o n o )

- E l e m e n t o de C o n t r o l e

F I g . 4.2.1 - E s q u e m a de carga para d e t e r m i n a p ã o da

m a s s a c r í t i c a .

Page 64: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

1.0 Sn

1.00-

9

. 9 8 -

.90 2.0 2.8

50.

0 - COM R E F L E T O R DE C A R B O N O

0 - S E M R E F L E T O R DE C A R B O N O

Massa orh

Mossa cr í t

ca B 3.10 kg ( U - 2 3 8 ) ( s e i n r e f l e t o r d e C }

iea » 2 . 7 4 kg ( U - 88 ) ( com r e f l e t o r 49 C >

3.0 —r-3.5

- T — 4.0

—1— 4.5

Mossa de U . 2 3 5 ( k g )

FIg. 4.2.2- Do te rminação do massa c r í t i ca p a r o o

rea tor de r e f e r ê n c i a .

Page 65: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

51.

4.3- Coeficiente de temperatura

A mudança de temperatura no reator acarreta

alterações nos parâmetros nucleares característicos do sis

tema, tais como nas absorções térmicas efetivas e seções

de choque de espalha;mento além da densidade dos materiais.

As mudanças na reatividade decorrentes do aumento de tempe

ratura podem ser positivas ou negativas mas, para que o -

sistema seja considerado estável é necessário que a soina

de todos os efeitos seja negativo, isto é, um avunento na

temperatura implicaria na diminuição do fator de multipli­

cação (15) .

Geralmente, os efeitos de temperatura são de­

terminados pelo coeficiente de temperatura para um dado -

reator, e todos os efeitos que possam contribuir na varia

ção da reatividade devido â mudança de temperatura são en

globados em um coeficiente de temperatura geral que é defi

nidá por, 6p/6T onde p e a reatividade e T a temperatura.

Assiim sendo, o coeficiente de temperatura expressa tanto -

às hiudeuiças nos parâmetros nucleares como na densidade dos

materiais do caroço.

Os principais parâmetros que sofrem alterações

são as seções de choque efetivas dos elementos. A seção

de choque dé absorção do conúiustível e outros materiais -

variam aproximadamente segundo a função l/v (onde v é a ve

locidade do neutrón) na região dos neutrons de energia tér

mica. E, como a velocidade média dos neutrons térmicos é

proporcional â raiz quadrada da temperatura absoluta T do

meio no qual o neutrón está em equilíbrio térmico, a seção

de choque de absorção variará segundo 1/v^.

Como a variação na temperatura afeta a densida

de dos materiais presentes no caroço, e conseqüentemente o

numero de núcleos por unidade de volume, tanto as seções -

de choque macroscópicas, como a fuga dos niutrons sofrerão

variações. Conseqüentemente, um aumento na temperatura djn

Page 66: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

52.

,pXlcarâ na diminuição da seção de choque macroscópica e

aumento na fuga dos niutrons.

Geralmente, estes efeitos são negativos, prin­

cipalmente quando a temperatura se situa dentro da faixa

especificada pelo projeto do reator.

A Tabela 4.3.1 apresenta os coeficientes de

temperatura de alguns reatores de pesquisa tipo piscina

que são semelhantes ao lEA-Rl. O coeficiente de temperatu

ra do lEA-Rl obtido é igual a ¡00038 AK/K °C e foi calcula

do consider suido-se um avimento de temperatura global do ca­

roço de 20°c para 90°C.

O cálculo do coeficiente foi feito utilizando-

se o programa HAMMER com dados de seções de choque nas

duas temperaturas de referincia e CITATION para o cálculo

de criticalidade.

Reator Reatividade

% AK/K °C

Ford — 1,1x10"^

BSR — — — . 8,0x10"^

Melusine • — — — 4,5x10"^

lEA-Rl • 3,8x10"'*

TABELA 4.3.1. - Coeficientes de temperatura do

IEA-RI

'^WRfOTO BE ESEROIA imm»

Page 67: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

53.

4.4. - Distribuição do fluxo de neutrons

A determinação da distribuição do fluxo de

neutrons no reator apresenta grande importância sob dois

aspectos principais. Um, do ponto de vista da própria ope

ração do reator, a distribuição do fluxo térmico pode ser

usado para se determinar a queima do combustível e o nível

de potência. O segundo aspecto se refere ao fluxo externo

ao caroço que é importante para os experimentadores, pois

na maioria dos casos os dispositivos experimentais se loca

lizam nas proximidades do caroço.

A Fig. 4.4.2 apresenta a distribuição do fluxo

de neutrons em função da energia no plano Y-Z indicado na

Fig. 4.1.1.

Observa-se que há \ima grande diferença entre o

perfil dos fluxos dos grupos 1,2,3 e o grupo térmico, pois,

para os niutrons rápidos, o fluxo máximo ocorre no centro

do reator ao passo que para os térmicos ocorre fora do caro

ço do reator, ou seja, no refletor de água. Isto ocorre

porque o caroço do reator atua como uma fonte de niutrons

rápidos, devido âs fissões, e absorvedor de niutrons térmi

' C O S , enquanto que o refletor é um "absorvedor" de niutrons

rápidos e fonte de niutrons térmicos. Os niutrons rápidos

que escapam do caroço são termalizados no refletor que, no

caso da água é um ótimo moderador, o que justifica a exis­

tência do pico acentuado no fluxo térmico nas proximidades

da interface caroço-moderador. Em reatores tipo MTR,, ti­

picamente, a fuga de niutrons rápidos do caroço é de cerca

de 18 vezes maior que a fuga de niutrons térmicos. (24).

A Fig. 4.4.3 apresenta o perfil do fluxo térmi

C O no plano x-z. Observa-se a existência de uma grande as­

simetria em relação ao centro do reator, que é devido â pre

sença do refletor de carbono em uma das faces,

O Carbono é melhor refletor e modera menos em

comparação com a água, razão pela qual o fluxo de niutrons

Page 68: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

54.

térmicos no carbono é menor do que na agua. Porém, dentro

do caroço o fluxo é maior nas proximidades do carbono por­

que mais neutrons estão sendo refletidos para dentro do ca

roço do que na agua. É por esta razão que o pico do fluxo

dentro do caroço está deslocado para o lado do refletor de

carbono. Novamente, aqui se observa que há um pico acentua

do nas proximidades da interface caroço refletor, devido,ã

fuga dos neutrons rápidos que são termalizados na água.

Observa-se também, que na interface entre o refletor de cat

bono e a água existe um pico devido ao fato de que os niutrons

rápidos que penetram no refletor de carbono conseguem atra­

vessá-lo, pois, o seu caminho livre médio é relativamente

grande comparado com a água (.45 cm para o H 2 O e 2.75 para o

carbono) ao penetrarem na água são termalizados rapidamente.

Isto mostra que a espessura de carbono que está sendo utili­

zado não é suficiente para uma reflexão total.

As Figs. 4.4.4 e 4.4.5 mostram o perfil do flu­

xo térmico na direção longitudinal dos elementos combustí­

veis indicados. Observa-se que para o elemento localizado

no centro do reator (Fig. 4.4.5) a razão entre o fluxo má­

ximo no caroço e o fluxo máximo no refletor é menor do que

no elemento da periferia porque a fuga de niutrons para o

elemento central é devido ã fuga no sentido longitudinal ao

passo que, no elemento periférico, a fuga total é a soma da

fuga longitudinal e axial. Pela mesma razão observa-se que

a relação entre o fluxo máximo e o fluxo mínimo dentro do -

caroço para o elemento periférico (Fig. 4.4.4) é maior do

que no elemento central (Fig. 4.4.5). Isto irá acarretar

diferentes taxas de queima de combustível nos dois elemen­

tos, sendo que o elemento central terá uma queima mais uni­

forme do que o periférico.

A Fig. 4.4.7 apresenta a distribuição do fluxo

térmico no plano paralelo ao plano }í-z e qué passa pelos

canais das barras de controle. Observa-se que há um pico

acentuado nas posições correspondentes aos canais das bar­

ras de controle quando as barras não estão inseridas por­

que, nestas condições, os canais estão preenchidos de água.

Page 69: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

55.

Neste caso ocorre o mesmo fenômeno observado na interface

caroço-refletor, ou seja os niutrons rápidos que estão sen

do lançados neste canal estão sendo termalizados pela água.

Nota-se que, no canal mais próximo ao refletor de carbono,

o fluxo é maior. Isto se deve ao fato do refletor estar -

bombeando mais niutrons para dentro do reator do que a

água. No mesmo gráfico, a curva tracejada indica o perfil

do fluxo térmico com as barras de controle totalmente inse

ridas. Evidentemente, observa-se uma depressão acentuada,

no fluxo nas proximidades do canal devido ã alta absorção

dos niutrons térmicos pela barra. Observa-se também que o

fluxo no refletor apresenta ligeiro acréscimo. Isto ocor­

re porque ao se inserir as barras modifica-se a curvatura

do fluxo de maneira que o "buckling" aumenta, ou seja, o

fluxo se modifica de forma que a fuga aumenta (14).

A Fig. 4.4.8 apresenta o mapeamento do fluxo

médio (í caroço/$ elemento) em cada elemento de combustí­

vel. O fluxo médio no caroço do reator é de 1.59xl0^^n/

2

cms para a potencia de 1.0 MW. Observa-se, novamente,

que os elementos próximos ao refletor de carbono estão su­

jeitos a um fluxo médio mais elevado do que os que se en­

contram próximos ao refletor de água.

Os resultados aqui apresentados foram calcula

dos, utilizando-se basicamente os programas HAMMER e

CITATION.

Page 70: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

56.

FIg . 4.4.1 - C o n f i g u r a p S o do reator e def in ição

dos e ixos para mapeamento do f l u x o

Page 71: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

t4r«i«el

O I t t a n e i a d o c o n t r o do c o r o p o ( c m )

F i g . 4 . 4 . 2 - O i t l r i b ü i p a o do f l u x o em funçflo do e n o r g l a n o p lono y - z no p l o n o m é d i o do e i x o z

Page 72: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

Re

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Page 73: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

59,

R e f l e t o r

( H g O )

M

O

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R R R i :

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10 20 30 40 50 60

D i s t a n d o do cen t ro no d i reção a x i a l ( c m )

F i g . 4 . 4 . 4 - Perf i l do f l u x o térmico no d i r e ç ã o ox io l

no elemento indicado no a r r a n j o .

Page 74: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

60.

1 ^ R R R R

/

C C

c C

10 20 30 40

Distancio do centro do reator na d i repõo a x i a i ( c m )

. 4 . 4 . 5 - Perf i l do f luxo térmico no d i reção ox io l no e lemento indicado no a r r a n j o .

Page 75: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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Page 76: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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.

Page 77: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

63.

8

12 13 14 15 17 18

22 23 24 25 26 27 28

32 3 3 3 4 35 36 37 38

41 42 43

.28 44 45 46 47 48

.36 .40 .37 .29

51 52 53 54 55 5 6 57 58

.38 .55 .55 .55 .39

61 62 6 3 6 4 6 5

.41 .53 .57

6 6

.53 6 7 68

4 2

72 7 3 74 75 76 7 7 7 8

.41 .60 .60 .60 43

81 82 83 84 85 86 87 8 8

.33 .41 .44 41 .34

0 c a r o ç o « 1.59 x 10 n / c m S ( P o t . = 1.0 M w )

M u - 2 3 5 « 4 . 2 7 3 K g .

K e f e t i v o ' 1 .0886 .

F i g . 4 . 4 . 8 - D i s t r i b u i ç ã o d o f l u x o t é r m i c o (0 c a r Ô p o / 0 e l e m e n t o )

R e a t o r de r e f e r é ' n c i a

Page 78: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

64.

4.5 - Influência de venenos na reatividade

Durante a operação do reator, vários produtos

de fissão absorvedores de neutrons são formados. Geralmen

te, estes produtos de fissão são denominados de venenos e

as suas concentrações podem aumentar em função da potência

e do tempo de operação do reator, fazendo com que a reati­

vidade sofra diminuição

Os principais venenos em reatores térmicos são

o Xe"^^^ e o Sm^*^ que têm seção de choque de absorção de

niutrons térmicos muito grande (aa=2.7xl0^ para Xe^^^).

O Xe"*" ^ ê radio-ativo e o seu efeito na criatividade atin­

ge um equilíbrio quando a taxa de formação se igualar â

soma das taxas de decaimento e da PROPRIA queima através

da absorção de niutrons. A Equação 4.5.1 dá a taxa de

variação da concentração de Xe.

^^-^YjfV^x^-'^ax'^T^ í g- - -S-l)

onds'-XjI é a taxa de formação do Xe através do decaimento

A O I " ^

- Yjçlf 4»j é a taxa de formação do Xe na fissão

- X X ê a taxa de decaimento

^ax^T^ é a queima do Xe através da absorção de

niutrons térmicos.

Na maioria dos reatores a concentração de equi­

líbrio ê atingida em tempo relativamente curto (menos de

50 horas de operação) dado o fato que a seção de choque de

absorção do Xe é muito grande e as meias vidas do i "'

(predecessor) e Xe^^^ serem muito curtas.

Page 79: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

65.

149 Por outro lado o Sm e estável e portanto a

sua concentração tende a aumentar durante a operação do -

reator, até que a taxa de formação seja igual â taxa com

que é consumido por absorção de neutrons.

Em geral, no equilíbrio, a máxima variação na

reatividade devido aos venenos ê 5% para o Xenônio e 0,4% 235 '

para o Samarlo, em reatores que utilizam U como combus­tível.

A variação de reatividade devido ao aparecimen

to de venenos durante a operação prolongada do reator apre

senta grande importância não somente durante a operação -

mas também nos instantes que se seguem ao desligamento do

reator pois embora a produção de Xe" " ^ se torna nula quan­

do o reator é desligado (29 termo da Eq. 4.5.1), o I^^^ -

continuará decaindo fazendo com que a concentração de

Xe^^^ sofra um acréscimo até atingir um valor máximo, para

depois decair tendendo a zero. Isto implica no decréscimo

da reatividade abaixo do valor de equilíbrio em função do

tempo após o desligamento e da potência no quaí o reator

estava sendo operado.

A Fig. 4.5.1 apresenta a variação de reativida­

de do lEA-Rl (reator de referência) em função do tempo e da

potência de operação, devido ao Xe"*"" . O efeito do Sm^*^

pode ser desprezado na presença do Xe''" ^ pois, como foi an­

teriormente mencionado, a máxima variação de reatividade de

vido ao Sm^^^ pode ser no máximo 0,4%, enquanto que o Xe^"^^

pode influir em até 5%. Neste trabalho foi considerado o

regime de funcionamento de 24,0 horas por dia durante os 5

dias da semana. O reator é ligado âs 8:00 horas da manhã

de 2a. feira. A reatividade negativa devido ao aparecimento

do Xenônio tende a aumentar durante âs 30 horas subseqüentes,

aproximadamente, após o qual atinge a condição de equilíbrio

que se situa em torno de -2.1% para 2.0 MW, -2.4% para 5.0

MW e 2.5% para a potência de 10.0 MW. Ao se desligar o rea­

tor âs 17:00 horas de 6a. feira a reatividade negativa atin­

ge um máximo após aproximadamente 10:00 horas depois, ten

Page 80: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

66.

de para zero. Porém, ao se ligar novamente na 2a. feira

ãs 8:00 horas hã uma variação brusca na reatividade. Isto

ocorre porque ao se ligar o reator, nos primeiros instan­

tes, o desaparecimento do Xenônio predomina sobre a produ

ção porque o i^^^ ainda não começou a decair enquanto que

a queima do Xenônio devido ã captura de niutrons (49 ter­

mo da Eq. 4.5.1) começa a atuar, além do seu decaimento pa

tural. É importante observar que durante o tempo em que o

reator peintianeceu desligado existe um intervalo de tempo

no qual ê impossível ligar o reator dependendo da potência

de operação. Este intervalo de tempo é denominado de

Tempo Morto do reator e se situa na parte da curva onde

a reatividade negativa é maior do que a máxima reserva de

reatividade disponível no reator.

Observa-se que, com o reator operando a 2.0 MW,

não haverá tempo morto, porque sempre é possível superar a

reatividade negativa. Em 5.0 MW, o tempo morto é de apro­

ximadamente de 4.0 horas e em 10.0 MW é de cerca de 27.0

horas. O tempo morto é de grande importância no procedi­

mento operacional do-reator pois, se por algum motivo, o

reator tiver que ser desligado sô poderá ser ligado apôs

o término do tempo morto ou antes que a reatividade negati

va se iguale â máxima reserva de reatividade. Se o reator

'estiver sendo operado em 10.0 MW e, tiver que ser desliga­

do por motivo qualquer, o reinicio de operação deverá ser

feito antes de decorrer aproximadamente 2.0 horas apôs o

desligamento ou após 27 horas. Esta situação se tornará

mads crítica apôs a operação do reato^durante certo teiqpo,

quando o excesso de reatividade disponível diminuiria com

a queima de combustível.

As curvas da Pig. 4.5.1 foram obtidas utilizan­

do-se o programa de computação, cuja listagem se encontra

no Apêndice D. O dado de entrada para o programa é o fluxo

térmico médio no reator calculado pelo programa CITATION.

Page 81: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

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Page 82: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

68.

4.6 - Variação da reatividade resultante da inserção de

elemento combustível.

A determinação da variação da reatividade devi­

do â inserção ou retirada de combustível é de capital im­

portância na avaliação da segurança do reator. Acidentes

graves podem ocorrer com a colocação súbita e inadvertida

de um elemento combustível no caroço do reator. A súbita

variação de reatividade que resultaria desta movimentação

poderia levar o reator a uma condição de super - critica­

lidade. Em termos de reatividade, a variação na reativi­

dade resultante da inserção de \m elemento combustível é

igual â da sua própria retirada, mas com sinal trocado.

Jâ foi mencionado anteriormente, que para rea­

tores heterogêneos o aumento, ou a retirada do combustível

implica na mudança da geometria do caroço, fazendo com que

a variação da reatividade seja a superposição dos dois

efeitos. Assim sendo, a relação AK/Am (onde Am é a varia­

ção da massa de combustível) poderá ser determinada, livre

da influência geométrica somente em casos muito especiais,

por exemplo, retirar somente uma placa de combustível de

um elemento, o que não apresenta grande importância do pon

to de vista operacional.

Portanto, para o reator de referência lEA-Rl a

variação na reatividade quando se retira um elemento combus

tível foi determinada, e; os resultados estão na Fig. 4.6.1.

Observa-se que a efetividade do combustível não

i totalmente simétrica no caroço, devido ã presença do re­

fletor de Carbono. Os elementos que se encontram próximos

ao refletor de Carbono são mais efetivos porque causam maior

variação porcentual de reatividade ao serem retirados, do

que os que se encontram próximos ao refletor de água, devido

a maior reflexão dos niutrons nõ Carbono do que na água.

wsmm m eserg ia xrêmcf

Page 83: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

69.

Os elementos que se encontram na periferia do

caroço têm menor efetividade do que os elementos centrais

porque, nestes elementos, o efeito da fuga de neutrons na

reatividade ê grande comparado â efetividade do próprio

elemento combustível.

Page 84: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

70.

4 6 8

12 13 14 15 16 17 18

t t 22 23 24 25 26 27 2 8

31

II

32

4 2

33 3 4 35 36 37 38

43 4 4 4 5 46 47

.63 1.2 1.5 1.2 .63

92

62

53 55

3.5 57 m

6 3 6 4

1.7 3.4 65

4.2 66

!.4

6r 1.7

71 72 73

1.8 75 7 7 7 8

1.8

82 8 3 8 4 8 5 8 6 87

1.0 1.9 2.2 1.9 1.0

3 g . 4.8 . l - V a r i o p ö o d e r e a t i v i d a d e ( A * ^ / K % ) c o m o

r e t i r a d a d e u m e l e m e n t o c o m b u s t í v e l

Page 85: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

71.

4.7 - Estimativa da vida crítica do reator

Com a queima do combustível nuclear, a reativi­

dade do reator sofre diminuição com o tempo. Para conti­

nuar funcionando, o reator necessita de recarga de combustí

vel segundo um esquema que possibilite a melhor utilização

deste combustível. A operação de recarga com uma distribui

ção prê-estabelecida dos elementos combustíveis chama-se Ge

rincia de Combustível Interno.

Um dos parâmetros iniciais para a definição des­

sa Gerência ê a determinação do tempo de vida crítico do -

reator, a saber, o período em que a reação em cadeia dentro

do reator.pode ser autosustentada sem qualquer remanejámen­

te ou recarga, dada uma configuração inicial do caroço.

O tempo de vida crítico fornece, imediatamente

uma indicação das necessidades de troca de combustível e

o período de sua recarga. Portanto, ele ê a primeira eta­

pa para a definição do esquema de gerência do combustível.

Utilizando o programa CITHAM descrito na seção

2.2 e considerando a célula unitária de combustível da

Fig. 2.4.1 a curva de variação do fator de multiplicação

efetivo foi determinada para 5,0 e 10,0 MW de operação

(Fig. 4.7.1) a fim de estimar o tempo de vida do reator

quando operado nas potências citadas, e em regime contínuo.

A Fig. 4.7.2 mostra esta variação com o tempo

ds queima.

Para o reator de referência, o excesso de reati­

vidade disponível é de 8,86%. No equilíbrio, a reatividade

negativa decorrente do acúmulo de produtos de fissão é de

cerca de 2,12% e cerca de 0,5% de reatividade é perdida de­

vido a outros fatores (tais como, temperatura, a presença

de materiais de radiação etc.) conclui-se que cerca de

6,24% de reatividade é disponível para a queima. Assim sen­

do, pode-se estimar a vida do reatpr em fvinção da potência.

Page 86: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

72.

pois quando a máxima variação de reatividade atingir -6,24%,

o reator deixará de ser crítico. O valor obtido no gráfi­

co ê de 76 dias, para a potência de 10,0 MW.

Para o caso de operação em 5,0 MW o tempo de vi

da crítico ê de 160 dias. Contudo, i necessário frisar

que, operacionalmente, adota-se comumente, recarregar o rea­

tor quando a reatividade total disponível (excesso de reàti

vidade) baixar além de 0,5% como resultado da queima. Ness^

caso, uma carga inicialmente virgem efetivamente deve ser

trocada, total ou parcialmente, de acordo com o esquema es­

tabelecido, após 70 dias para uma potência de 10,0 MW e 148

dias para a potência de 5,0 MW.

Os resultados calculados estão em concordância

com os dados disponíveis para o reator Siloe, localizado em

GrenOble, que possui um excesso de 3,0% de reatividade e vi

da crítica, estimada em 21 dias (6 ). Para o lEA-Rl, que i

muito semelhante ao Siloe, os 3% de reatividade, descontado

0,5% de disponibilidade remanescente, seriam queimados num

período de cerca de 18 dias. Em que pese as eventuais dife

rencas na composição dos elementos combustíveis entre os

dois reatores e a disponibilidade remanescente para o Siloe,

o acordo entre os dois resultados ê satisfatório. Para uma

disponibilidade remanescente de 0,4% para o lEA-Rl, 3% de

reatividade seriam consumidos em 21 dias, resultado que ê

coincidente com o do reator Siloe.

rnmm m ebers ia atêsswí

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23-

S u O U v

so 60 -i H 90 120 T e m p o ( d i o s )

.7.1 - V a r i a ç ã o do K e fe t i vo em função do tempo p o r o potência de 10.0 Mv» e 5.0 Mw ( o p e r o ç ã o cont ínuo)

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7 * .

too M «

90 120 130

T e m p o ( d i o s ) 2 4 0

. 7 . 2 - V o r i o p S o do r e a t i v i d a d e poro operapSo em potência de 10.0 Mw e 5.0 Mw ( o p e r o p f i o cont ínuo)

1

Page 89: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

75.

5. - XIESEIIÜSÕES w RECOMENDAÇÕES

Uma análise dos resultados apresentados no

Capítulo 2 indica que a metodologia adotada para o cálcu­

lo dos principais parâmetros neutrônicos do reator de pes­

quisa IEA-RI fornece resultados satisfatórios, principal­

mente, no que se refere aos cálculos do fator de multipli­

cação efetivo e massa crítica. Porém, o mesmo não ocorre

com o mapeamento do fluxo térmico, apresentando desvios

de até 33%. Infelizmente, os dados experimentais não for­

necem os desvios das medidas executadas, bem como os deta­

lhes do procedimento experimental utilizado. Acreditamos

que os resultados teóricos são mais próximos ao real dado

a boa concordância com que o fator de multiplicação e a

massa crítica foram determinados.

Uma das motivações para sugerir novas medidas

de fluxo, mais detalhadas, é o resultado obtido no Capítu­

lo 4 onde são apresentados os perfis dos fluxos ao longo

do reator. Observa-se que os fluxos não se apresentam bem

comportadas, pelo contrário, possuem picos e depressões

pronunciados, mesmo com as barras de controle inseridas e

portanto, nenhuma medida que forneça comportamentos médios

poderia ser muito útil.

Do ponto de vista de operação do reator, conclui-

se que o combustível que se localiza nas proximidades do ca­

nal da barra de controle, quando estes não estão inseridas

(Fig. 4.4.7), está sujeito a maiores densidades de potência

e, conseqüentemente, poderá atingir as mais altas temperatu-

ra! ' do núcleo do reator. Deste modo, é aconselhável não ope

rar o reator com as barras de controle totalmente retiradas.

Page 90: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

76

APÊNDICE A

Originalmente o reator lEA-Rl foi construído pa O O C

ra utilizar combustível enriquecido em 20% de U .

Porém mais recentemente, o IEA adquiriu combustível com

93% de enriquecimento e, desde então, está sendo utilizado

uma mistura de elementos combustíveis enriquecidos em 20 e

93%. Observa-se que a experiência crítica foi realizada

com elementos com 20% de enriquecimento e, na definição do

reator de referência, foi considerado somente os, elementos

com 93%, por simplicidade.

Page 91: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

77.

APÊNDICE B

O gráfico B.l mostra a variação do inverso da

contagem em função da massa de Urânio-235 em um reator ho-

mogêneq (Raleigh Research Reactor) (1 ) Observa-se que 'a

curva pjipssui comportamento quase linear mostrando que o

fator de multiplicação depende quase que exclusivamente da

235

massa de U adicionada ao caroço e muito pouco dependen­

te da geometria, ao passo que no gráfico B.2 a curva ê

muito menos regular. A discrepância entre Os dois casos,

obviamente, deve-se a heterogeneidade do reator lEA-Rl.

Page 92: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

- msm.co B-t

- De te rminação do mossa erótico do um reator H o m o g ê n e o ( e x p e r i m . ) ( Roie igh R e s e a r c h R e a c t o r n )

100 200 300 4 0 0 900 600 700 800 900 Mossa de U . 2 3 5 (g)

g .@®0

i

»

- CSlFICO 8-2

-Determinação do mossa crítica de

um reotor He terogêneo (exper im. )

( I E A - R I )

wsmsm tu EKRSIA Aimtcf

Page 93: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

-79,

APÊNDICE C

% piso de

Urânio

% átomos

de Urânio

Densidade da

liga (g/cm"')

0 0 2,700

5 31,7 2,813

10 49,9 2,937

15 Í^O,?) 3,071

20 - v[68,'lZ:> 3,219 - -

30 79,1 3,561

40 85,5 3,984

50 89,8 4,522

TABELA C-i

Conteúdo de Urânio(Alumínio puro e UAl^ sem vazios)

No cálculo das concentrações dos nuclídeos da

célula n9 1 foi encontrada dificuldade causada pelas incer

tezas existentes nas dimensões ativas das placas de contbüs

tível, incertezas que são inerentes a própria fabricação

das placas. Assim sendo, as concentrações foram determina

das através do gráfico (Fig. A.1.1) (12) onde a variação

da densidade da liga de Urânio-Alumínio ê colocada em fun­

ção dá porcentagem, em peso, de Urânio presente na liga,

tornando as concentrações independentes das dimensões da

placa.

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10

20

30

40

BO

C

O

70

60

^ P

orc

enta

gem

em

p

iso

de

urâ

nio

n

a li

ga

Fig

- C

-l

- V

ari

ão

da

de

nsi

da

de

do

iiga

Urâ

nio

-Alu

mín

io

em

fun

ção

do

po

rce

nta

ge

m

em

pÔso

de

U

rân

io

8

Page 95: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

81.

APÊNDICE D

Foi escrito em FORTRAN-IV um programa que rela­

ciona a reatividade com o tempo logo após o desligamento

do reator. O programa utiliza essencialmente as equações

do capítulo 13-2 da ref. (14) e os dados de entrada são ba­

sicamente:

a) o número de pontos que se deseja obter (I).

b) o intervalo de tempo entre os pontos conse­

cutivos (DELX)

c) o fluxo médio dos niutrons térmicos no ca­

roço do reator. (PHIT).

Fornece como dado de saída a tabela Reatividade

X tempo após o desligamento, assim como a curva correspon-i • •

dente. Segue-se a listagem do programa.

V

Page 96: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

8 2 .

IV G LEVEL 21 • '^ I N C A T É = 7^263 2L/55/C9

5 0 C C C * • *

C » « * * P L C Î T E K P R ü G k A M C Y = I M P L T Y h c N L T I C N ( N Í X Í M. w= l ^ G C )

C I M E N S I C N V ( l C C C ) Ù A T A I t í f t / ' • / . l A S T / ' í ' / f l F l / » . ' /

C • * * I = M P « 8 E S CF P L I M S TC ¿ E C A L C L L A l t C 1 = ¿ 8 C

C * * * O E l X = I M t K v A l t E T » » c £ N 1V»C F C I N T S • * * O f c L X = . 5

C * » * P h i T = CCt í c A V c r s í G t ^ ^ - t . < ^ A L F L t x P H l T = 6 . 8 ü 9 t + l J « i t C C

C * » * C Q N S T A M S TC c t L S c C I N ^ c > T L Í L C C L Í T I C N S * * * G A ^ » A I = . C 6 1 G A f ' A x s . C C . í A y c l I = . l C 3 ! : A W b X = . C 7 5 3 S I G X = 2 . 6 6 Ê - l c P H l X ^ A í - O X / J s l c / P h I I =0^*0 I / S i I: X

C * * * X E N C N A F T E R o h C T Ù J W K D C 5 0 C C N = 1 , 7 S XK = K X = ( X K - 1 ) * L î t L A A = . 4 1 tí=í(CAfAI + G A f A / ) * P H i T * t X F < - A ^ BX*X) ) / ( P h I X +PHÍT ) C = G A l « A i * P H Í T * l t X P ( - A P < d X * X ) - e x P { - A P ' ü I * X ) J / ( P H l I - P H I X ) Y ( K ) = i A * ( r ^ + C ) C C N T I M E X E N C N AT « t S T A H T 4 • * * « * • • « • * « • * * • • * • • • « • ¿ = 7 8 * C E L X ÜG 6 C C C N = c i . . i XK = K X = ( X K - f C ) * C t L / b = Í G A í < A l + GAMAA )*Ph l T * ( t x F l - A . ' ' ü X * ¿ ) - l i / ( P h l A + P h l T ) fc = Ü A f A l * P h i T * l i - t X P l - A I « b l * ¿ ) ) / ( P h X X + F H l T - P h i í ) F = G A I « A I * P H 1 T * ( t X P Í - A ^ c ; * * ^ )-i:XP ( - A V h 1*2 ) ) / ( F M I - P H i X > G = G A N A I * P H i T * l c X P ( - A i ' « f c I * Z ) - l l « E X P ( - Ä ^ ' B I • X ) / ( P H I X + P h I T - P h I I ) H = í 6 A I » A X + 6 A I » A i ) * F H Í T / I P h l X + P h l T ) Y U ) = A * ( (Ù + E 4 P ) * t X P ( - ( A i ' b X + S l G X * P h I T ) * X ) + G + H )

é Û C C C O N T I M E C **if P R I N T T A Ö L c T I V E V S K E / S C T í V l T Y * * * * * 4 * * * » * * # * » * # * * « * * * 4 > * « « « « « » #

W R I T E ( o , i ¿ £ ) 125 f Q R y A 7 ( 9 X , » 1 i!^c ( H l ' t b ^ i f ' F E A C T . ' . l S X f ' T I f ' E l H * , 5X , » PEC T . • t ÇX , • T If« E

C S 5 X , « R E a C I , » ,//) DO K N=ltS4

J = I + Ç 3 A = ( N - 1 ) * Û E L X ü = A + ^ 7

w R l T t ( ò , 1 3 5 ) A , Y ( N ) , t í , Y { l ) , C , Y ( J ) 13 5 F O R M A T Í l e x , 2 ( f t . 2 , 6 X t F 7 . 5 » 1 2 Xi,/)

I G C Q M I N L E

1 T Y P E = C . C ÜC 2 C C C J = 1 , I

2ÛÛÛ T Y P E = A i ' A X l l I Y F f c , Y ( J ) ) P K I N T 1 5 C , T Y P E

BäMHTölö BS HKRœA A T » » » -

1 5 C F O R M A T U H 1 , • ***** ^ü^lCbH Y Í X ) i « . E 1 Û . 4 t • « * • • • • Ï

Page 97: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

83,

V G L t V E L 21 C/STE = 74263 2 C / 5 5 / C 9

• P R I N T 20Q»<IBJ<,J = 1 , 1 0 ) , ( I ^ S T , K = 1,95) 200 F G R K A T i l H C , l G / i i , l U ' ! • ,9/! l))

00 3€Ce J = 1 , 2 E C Y i J ) = ( 1 C C . * V ( J ) ) / T Y P f c L=Y{J) X J = J X = C ) ( J - 1 . ) » 0 E L > ' ^RiTc ( ¿ . 3 0 0 X , (1PT,K=1,L), lASr

3C0 FCRfAlMH , f IC .4 , 1 ICA 1) 2000 C O N T I N L E

STOP END

Page 98: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

84.

queima.

APÊNDICE E

Equação fundamental utilizada no CITHAM para

= - <^aiNi*-^''o^_/i*-^iNi ^

N^ - concentração do nuclídeo queimável

oa^ - Seção de choque de absorção do nuclídeo

queimável

a„ - seção dé choque de captura do nuclídeo 1-1 ^ ^ filho

X ,Xjç - constante de decaimento

dt = l dia.

Cadeias envolvidas na equação de queima.

T H I I I

Pa233

Pu238

y238

Pu23^pu240 ,p^241^ ^^242^ ^ 2 4 3 ^ ^^244

Be-» Li~^ H-Li"''

Page 99: Mario Kat8uiill(o Ojima - IPEN

85.

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