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3 | CADERNO DEZ! | SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 7/7/2009 INTERNET Raposa avança em Firefox 3.5 Se você não sabe se HTML5 é de comer ou se brilha no escuro, não se preocupe. Vai aproveitar do mesmo jeito as vantagens do último lance da Mozilla no disputado mundo dos navegadores. O Firefox 3.5 definitivo foi lançado terça passada e chegou prometendo velocidade 12 vezes maior na navegação. O Dez! testou e viu que, de fato, sites de ferramentas personalizáveis como Gmail e Wordpress carregam com maior facilidade. Mas o grande buzz desta edição está nas novas funções, como o suporte ao HTML5, que possibilita edição de vídeo online: você pode interagir com a projeção, redimensionar e inserir links. Ou a navegação regional, que oferece serviços e informações relacionados à localização do seu IP [pode ser desabilitada]. Para outros, a melhor notícia é a navegação privada, que corta todo traço de registro em sua sessão online. Graficamente, a mudança é mínima, o que até agora é a maior falha do projeto, ainda quadradão e antiquado nos gráficos. Aos navegantes: HTML5 é uma nova versão da linguagem web, que permite mais leveza e joga fora plugins como o Flash. [mirela portugal] SONY | DIVULGAÇÃO MUNDO Autora de Persépolis investe contra situação política do Irã Marjane Satrapi e o presidente MIRELA PORTUGAL [email protected] Marjane Satrapi ficou conhecida por pintar o Irã com infinitas nuances dentro do preto e branco das páginas de Persépolis. Com senso de humor e melancolia, contou a história da menina que queria depilar as pernas e ser a sétima profetiza do Islã, cresceu, apaixonou-se e começou a fumar. Vida como outra vivida em qualquer hemisfério, não fosse a liberdade emoldurada pelo véu. Hoje morando em Paris, a quadrinista veio a público no dia 16 de junho com um documento que, afirmou, provaria definitivamente o golpe de Estado do presidente Mahmoud Ahmadinejad nas eleições do Irã. Ao lado do cineasta iraniano Mohsen Makhmalbaf [diretor de Caminho para Kandahar], apresentou um ofício que seria do Ministério do Interior iraniano, e revela número de votos 4 vezes maior para o reformista derrotado Mussavi. Marjane usou palavras decididas perante a coletiva de jornalistas na Bélgica . “Reconhecer a legitimidade de Ahmadinejad significaria não reconhecer a legitimidade do povo iraniano. Nosso povo quer ser capaz de sonhar e definir seu lugar como uma grande nação dentro da comunidade internacional“. GUERRILHA – Assim como o movimento “Where Is My Vote“ [Onde Está o Meu Voto] se organizou com ajuda dos blogs e twitters, Marjane também usou seu blog no New York Times para protestar. No post “Defending My Country“ [Defendendo Meu País], contou de sua desconfiança ao desembarcar numa América da era Bush. “Queria mostrar que Eixos do Mal também incluem pessoas como eu. Que eu vi uma guerra de verdade [a Guerra Irã-Iraque] e não há nada de glorioso nisso. Que a guerra mata “. Defender o país, ela escreveu, é impulso natural de todos. Seja o Irã onde nasceu ou a França onde mora, seja os Estados Unidos dos americanos que ”acreditam nos direitos humanos e preferem cultura e diálogo à violência e guerra”. As eleições continuam nebulosas, como a origem do documento de Marjane. Nos posts, ela não cita o ocorrido nem detalha como teria obtido o vazamento de informação. A imprensa internacional ainda se divide entre apuração de denúncias e comparação de pesquisas que, mesmo antes da votação, já apontavam vitória de um Ahmadinejad apoiado nos votos de zonas rurais. Mas os protestos da guerrilha online deixam a sensação de um novo capítulo para um povo já independente, e que sabe se fazer ouvir fora da fronteira, seja através dos seus intelectuais ou da rede. Iraniana em Paris “Quando vim para os Estados Unidos, tentei provar que nós iranianos não somos um conceito abstrato, mas seres humanos para os quais as palavras orgulho, dignidade, patriotismo e vida têm exatamente o mesmo significado que elas têm para os americanos“. satrapi.blogs.nytimes.com O navegador dá suporte a HTML5, que permite inovações multimídias como o vídeo sem plugin FIREFOX FOUNDATION | DIVULGAÇÃO

Marjane Satrapi e geopolítica do Irã

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O navegador dá suporte a HTML5, que permite inovações multimídias como o vídeo sem plugin Se você não sabe se HTML5 é de comer ou se brilha no escuro, não se preocupe. Vai aproveitar do mesmo jeito as vantagens do último lance da Mozilla no disputado mundo dos navegadores. O Firefox 3.5 definitivo foi lançado terça passada e chegou prometendo velocidade 12 vezes maior na navegação. ODez!testou e viu que, de fato, sites de ferramentas MIRELA PORTUGAL satrapi.blogs.nytimes.com

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Page 1: Marjane Satrapi e geopolítica do Irã

3| CADERNO DEZ! |SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 7/7/2009

INTERNET ❚

Raposa avança em Firefox 3.5

Se você não sabe se HTML5 éde comer ou se brilha noescuro, não se preocupe. Vaiaproveitar do mesmo jeito asvantagens do último lance daMozilla no disputado mundodos navegadores. O Firefox 3.5definitivo foi lançado terçapassada e chegou prometendovelocidade 12 vezes maior nanavegação.

O Dez! testou e viu que, defato, sites de ferramentas

personalizáveis como Gmail eWordpress carregam commaior facilidade. Mas o grandebuzz desta edição está nasnovas funções, como o suporteao HTML5, que possibilitaedição de vídeo online: vocêpode interagir com a projeção,redimensionar e inserir links.Ou a navegação regional, queoferece serviços e informaçõesrelacionados à localização doseu IP [pode ser desabilitada].

Para outros, a melhor notícia éa navegação privada, que cortatodo traço de registro em suasessão online. Graficamente, amudança é mínima, o que atéagora é a maior falha doprojeto, ainda quadradão eantiquado nos gráficos.

Aos navegantes: HTML5 éuma nova versão da linguagemweb, que permite mais leveza ejoga fora plugins como o Flash.[mirela portugal]

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MUNDO ❚ Autora de Persépolisinveste contra situação política do Irã

MarjaneSatrapi e op re s i d e n t eMIRELA PORTUGALm p o r t u g a l @ g r u p o a t a rd e . c o m . b r

Marjane Satrapi ficouconhecida por pintar o Irã cominfinitas nuances dentro dopreto e branco das páginas dePersépolis. Com senso dehumor e melancolia, contou ahistória da menina que queriadepilar as pernas e ser a sétimaprofetiza do Islã, cresceu,apaixonou-se e começou afumar. Vida como outra vividaem qualquer hemisfério, nãofosse a liberdade emolduradapelo véu.

Hoje morando em Paris, aquadrinista veio a público nodia 16 de junho com umdocumento que, afirmou,provaria definitivamente ogolpe de Estado do presidenteMahmoud Ahmadinejad naseleições do Irã. Ao lado docineasta iraniano MohsenMakhmalbaf [diretor deCaminho para Kandahar],apresentou um ofício que seriado Ministério do Interior

iraniano, e revela número devotos 4 vezes maior para oreformista derrotado Mussavi.

Marjane usou palavrasdecididas perante a coletiva dejornalistas na Bélgica .“Reconhecer a legitimidade deAhmadinejad significaria nãoreconhecer a legitimidade dopovo iraniano. Nosso povoquer ser capaz de sonhar edefinir seu lugar como umagrande nação dentro dacomunidade internacional“.

GUERRILHA – Assim como omovimento “Where Is MyVote“ [Onde Está o Meu Voto]se organizou com ajuda dosblogs e twitters, Marjanetambém usou seu blog no NewYork Times para protestar. Nopost “Defending My Country“[Defendendo Meu País],contou de sua desconfiança aodesembarcar numa América daera Bush. “Queria mostrar queEixos do Mal também incluempessoas como eu. Que eu viuma guerra de verdade [a

Guerra Irã-Iraque] e não hánada de glorioso nisso. Que aguerra mata “. Defender opaís, ela escreveu, é impulsonatural de todos. Seja o Irãonde nasceu ou a França ondemora, seja os Estados Unidosdos americanos que”acreditam nos direitoshumanos e preferem cultura ediálogo à violência e guerra”.

As eleições continuamnebulosas, como a origem dodocumento de Marjane. Nosposts, ela não cita o ocorridonem detalha como teria

obtido o vazamento deinformação. A imprensainternacional ainda se divideentre apuração de denúncias ecomparação de pesquisas que,mesmo antes da votação, jáapontavam vitória de umAhmadinejad apoiado nosvotos de zonas rurais.

Mas os protestos daguerrilha online deixam asensação de um novo capítulopara um povo já independente,e que sabe se fazer ouvir forada fronteira, seja através dosseus intelectuais ou da rede.

Iraniana em Paris“Quando vim para osEstados Unidos, tenteiprovar que nós iranianosnão somos um conceitoabstrato, mas sereshumanos para os quais aspalavras orgulho, dignidade,patriotismo e vida têmexatamente o mesmosignificado que elas têmpara os americanos“.satrapi.blogs.nytimes.com

O navegadordá suporte aHTML5, que

permiteinovações

multimídiascomo o vídeo

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