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MARLEI TEREZINHA GUASSO SILVEIRA AVALIAlfAo NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM GURITIBA 2002

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MARLEI TEREZINHA GUASSO SILVEIRA

AVALIAlfAo NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

GURITIBA

2002

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MARLEI TEREZINHA GUASSO SILVEIRA

AVALIACAO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Monografia apresentada como requisito

parcial para obten<;ao do tftulo de

especialista no Curso de P6sGradua<;ao em Educa<;ao Infantil e

Alfabetiza<;ao da Universidade Tuiuti do

Parana.

Prof. Ana Maria Macedo Lopes

CURITIBA

2002

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Educar a atitude de fa, de acreditar no futuro e de

crer que sempre e passlvel construir uma escola

melhor.

iii

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AGRADECIMENTOS

A Prof. Ana Maria Macedo Lopes, pelas sugest6es apresentadas, com

dedicagao e carinho que sempre demonstrou.Aos colegas de curso pela amizade.A todos que, direta au indiretamente, colaboraram para a realizag8.o

deste trabalho.

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"Se nao estamos aprendendo eensinando, nao estamos despertos evivos. 0 aprendizado nao e apenascomoa salide. E a salide".

(FERGUSON, 1992, p. 267)

v

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SUMARIO

RESUMO.... . " ,", , vi

1. INTRODUC;;Ao......... . 1

2. CONCEPC;;AoDE AVALlAC;;Ao....... . .4

3. A IDEIA DE AVALlAC;;Ao FORMATIVA.................. . 8

3.1 PRINCiPIOS BAslCOS DA AVALlAC;;Ao........ .10

3.2 AVALIAR PARA PROMOVER 0 ALUNO................ .11

3.2.1. PROPOSITO FUNDAMENTAL DAAVALlAC;;Ao 11

4. CAMINHOS DA AVALlAC;;Ao............... . 13

4.1. A AVALlAC;;AoFORMATIVA E A AVALlAC;;AoCONTiNUA 13

4.2. A AVALlAC;;AoE A REGULAC;;Ao......................... 14

4.2.1. A AVALlAC;;Ao,A OBSERVAC;;AoE A INTERVENC;;Ao 15

5. UM ATO DE REFLEXAo NA EDUCAC;;AoINFANTIL. 17

6. CONCLUsAo . . 18

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RESUMO

A avaliagao e uma atividade complexa e constante na pratica de

profissionais de diversas areas. Este trabalho ira abordar a avalia9ao

focalizando-a do ponto de vista da sala de aula, au seja, no nfvel do processo

ensino-aprendizagem. a objetivo e oferecer ao professor e a todos que

trabalham com educag8.o uma orientagao pratica sobre as tecnicas de

avalia98.0 mais usadas, ajudando-os a compreender a avalia98.o como urn

processo continuo.

Essa orientagao asta embasada em referenciais teoricos, permitindo ao

professor repensar a sua pratica na sala de aula, isto porque, a 398.0 educativa

nao e algo pronto e definitiv~, pelo contra rio, requer muitos questionamentos,

discussoes, pianos e realiza90es. 0 processo ensina - aprendizagem exige urn

continuo repensar e urn constanta recriar. Portanto, a seguinte pesquisa, tern

como objetivo principal, atraves de uma abordagem objetiva e didatica,

estimular os professores em suas praticas educativas e aperiei90ar seu

sistema de avaliaqao, tornando-o mais eficiente. Dessa forma, estarao,

tambem, contribuindo para melhorar a eficacia do processo ensino-

aprendizagem.

vi

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1-INTRODUC;:AO

A concep~ao de avaliac;8.o segundo os Parametres Curriculares Nacionais

(1998) e compreendida como urn conjunto de atua90es que tern a fun9ao de

alimentar, sustentar e orientar a interveny8.o pedag6gica. Aconteee contfnua e

sistematicamente par meio da interpretagao qualitativa do conhecimento

construfdo pelo aluno.

o aluno tern a consciencia do que ja sabe e do que pode ainda aprender

sabre urn determinado conjunto de conteudos. E importante que ocorra uma

avalia<t8.o no inicio do ana: 0 fato de 0 aluno estar iniciando uma serle nao einformagao suficiente para que 0 professor saiba sabre suas necessidades de

aprendizagem. Mesma que 0 professor acompanhe a classe de urn ano para 0

Dutro, e tenha registros detalhados sabre 0 desempenho dos alunos no ano

anterior, nao devem ser aplicadas exclusivamente nos inicios de ana ou de

semestre: Sao pertinentes sempre que 0 professor propuser novos conteudos ou

novas seqOencias de situa90es didaticas. Esta avalia98.0, que intenciona averiguar

a rela9ao entre a constru9ao do conhecimento por parte dos alunos associando

aprendendo e quais condi90es estao favoraveis para isso, no que diz respeito as

responsabilidades do sistema educacional.

A avalia9a.o do rendimento do aluno, isto e, do processo de ensino e

aprendizagem, tem sido uma preOCUpa9aO constante dos professores. Por que?

Em primeiro lugar, porque faz parte do trabalho docente verificar e julgar 0

rendimento dos alunos, avaliando as resultados do ensino.

A conceP9a.o de avaliaqao dos Parametros Curriculares Nacionais ecompreendida como um conjunto de atua90es que tem a fun9a.O de alimentar,

sustentar e orientar a interven9ao pedag6gica. Acontece contfnua e

sistematicamente por meio de interpreta9ao qualitativa do conhecimento

construido pelo aluno. Possibilita conhecer 0 quanto ele se aproxima ou nao da

expectativa de aprendizagem que 0 professor tem em determinados momentos da

escolaridade, em fun9a.o de aprendizagem que 0 professor tern em determinados

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momentos da escolaridade, em func;ao da intervenc;ao pedagegica realizada.

Portanto, a adequac;ao das situac;6es didaticas propostas aos conhecimentos

previos dos alunos e aos desafios que estao em condi<;6es de enfrentar.

A avaliac;8.o subsidia 0 professor com elementos para uma reflex8.o

contfnua sobre a sua pratica, sobre a criac;8.o de novos instrumentos de trabalho, e

a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconheddos como

adequados para 0 processo de aprendizagem individual, ou de todo grupo. Para 0

aluno, e 0 instrumento de tomada de consdenda de suas conquistas, dificuldades

e possibilidades para reorganizac;8.o de seu investimento na tarefa de aprender.

Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ac;6es

educacionais demandam maior apoio.

Tomar a avaliac;ao nessa perspectiva e em todas essas dimens6es requer

que esta ocorra sistematicamente durante todo 0 processo de ensino e

aprendizagem e nao somente apes 0 fechamento de etapas do trabalho. Isso

possibilita ajustes constantes, num mecanisme de regulac;8.o do processo de

ensino aprendizagem, que constitui efetivamente para que a tarefa educativa

tenha sucesso.

o acompanhamento e a reorganizac;ao do processo de ensino e

aprendizagem na escola inclui, necessariamente, uma avaliac;ao inicial, para 0

planejamento do professor, e uma aval1ac;a,o ao final de uma etapa de trabalho.

A avaliac;ao investigativa inicial instrumentalizara 0 professor para que

possa por em pratica seu planejamento de forma adequada as caracterfsticas de

seus alunos. Esse e 0 momento em que vai estruturar sua programac;ao, definindo

os conteudos e 0 nfvel de profundidade em que devem ser abordados. A

avaliac;ao inicial serve para 0 professor obter informac;6es necessarias para propor

um sistema educacional comprometido com 0 desenvolvimento das capacidades

dos alunos, que se expressam pela qualidade das relac;oes que estabelecem e

pela profundidade dos saberes constitufdos, encontra, na avaliac;ao, uma

referenda a analise de seus propesitos, que Ihe permite redimensionar

investimentos, a fim de que os alunos aprendam cada vez mais e melhor e atinjam

os objetivos propostos.

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Esse uso da avalia~ao, numa perspectiva democratica, s6 podera acontecer

se torem superados 0 carater de terminalidade e de medigao de conteudos

aprendidos- tao arraigados nas praticas escolares- a tim de que os resultados da

avaliag8.o possam ser concebidos como indicadores para a reorienta~ao da pratica

educacional e nunca como urn meio de estigmatizar os alunos.

Utilizar a avalia~ao como instrumento para 0 desenvolvimento das

atividades didaticas requer que ela nao seja interpretada como urn momento

estatico, mas antes como um momento de observa<;ao de urn processo dinamlco e

nao- linear de construyao de conhecimento.

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2. CONCEPCAO DE AVALIACAO

A avalia<;8.o e uma preOcupa98.0 constants de todas as pessoas.

Somas avaliados em todos os momentos e par todos os motivQs. Em cada passo

que S8 dei, em cada situa980 que S8 viv8, estamos sendo avaJiados.

o caminho seguido pela avaliac;ao tern sido difuso, complicado e, muitas

vezes, mal sucedido.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educag8.o Nacional, aprovada em 1996,

determina que a avalia<;ao seja continua e cumulativa e que as aspectos

qualitativos prevale9am sabre 0 quantitativa. Essa nova forma de pensar urn

projeto educacional visa, uma mudanga social. Para que a avalia98.o sirva aaprendizagem e essencial conhecer cada aluno e suas necessidades. Assim, 0

professor podera pensar em caminhos para que todos alcancem os objetivos. 0

importante nao €I identificar problemas de aprendizagem, mas necessidades. Se 0

objetivo €I fazer com que todos aprendam, uma das primeiras providencias €I

sempre informar 0 que val ser visto em sala de aula e 0 porque de estudar aquilo.

Isso €I parte do contrato pedagogico. 0 aluno deve saber sempre onde esta e 0

que fazer para avangar.

A avaliagao contemplada nos Parametros Curriculares Nacionais ecompreendida como: elemento integrador entre a aprendizagem e 0 ensino:

conjunto de agoes cujo objetivo e 0 ajuste e a orientagao da intelVengao

pedag6gica para que 0 aluno aprenda da melhor forma: conjunto de agoes que

busca obter informagoes sobre 0 que toi aprendido e como: elemento de reflexao

contfnua para 0 professor sobre sua pratica educativa: instrumento que possibilita

ao aluno tomar consciencia de seus avangos, dificuldades e possibilidades: ag8.o

que ocorre durante todo 0 processo de ensino e aprendizagem e nao apenas em

momentos especfficos caracterizados como fechamento de grandes etapas que

aluno desenvolve ao aprender como 0 produto alcangado. Pressup6e tambem

que a avaliagao se aplica nao apenas ao aluno, considerando as expectativas de

aprendizagem, portanto implica avaliar 0 ensino oferecido, se, por exemplo, nao

he. a aprendizagem esperada, isto significa que 0 ensino nao cumpriu com sua

finalidade: a de fazer aprender.

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Os estudos realizados apontam que a avaliavao e essencial a educavao,

concebida a problematizavao , questionamento e reflexo sobre a avao e nao como

funvao seletiva e discriminativa das notas e conceitos somados aos serios

prejufzos sociais decorrentes da reprovavao e julgamentos recebidos.

Para muitos professores, antes valia 0 ensinar. Hoje a enfase esta no

aprender. Isso significa uma mudanga em quase todos os nfveis educacionais:

currlculo, gestao escolar, organizavao da sal a de aula, tipos de atividades e, 0

pr6prio jeito de avaliar a turma. 0 professor deixa de ser aquele que passa as

informavoes para virar quem, numa parceria com crianvas e adolescentes,

prepara todos para que elaborem seu conhecimento. Em vez de despejar

conteudos em frente a classe, ele agora pauta seu trabalho no jeito de fazer as

crianvas desenvolverem formas de aplicar esse conhecimento no dia- a dia. A

media bimestral e enriquecida com pareceres. Em lugar de apenas provas, 0

professor utiliza observavao diaria e multidimensional e instrumentos variados,

escolhidos de acordo com cada objetivo. "

Outro aspecto e que, como avaliar consiste em obter evidencias sobre as

mudan9as de comportamento ocorrido no aluno, em decorrencia da

aprendizagem, portanto todos os recursos disponfveis de avaliavao devem ser

usados para conseguir esses dados.

Como se percebe com a pesquisa em andamento, novos caminhos estao

sendo trilhados na perspectiva de uma pratica avaliativa que promova 0 aluno em

seu processo de aprendizagem.

De acordo com SCRIVEN (1988, p.12) a avaliag80 e "uma atividade

metodologica que consiste na coleta e na combinavao de dados relativos ao

desempenho, usando um conjunto ponderado de escalas de criterios que leve a

classificavoes comparativas ou numericas, e na justificavao. De acordo com

Scriven, e preciso avaliar nao apenas 0 grau de consecuvao dos objetivos

estabelecidos, mas tambem os pr6prios objetivos e as outras conseqOencias nao

previstas".

Para STUFFLEBEAN (1988, p10) a avaliag80 e 0 processo de delinear,

obter e fornecer informavoes uteis para 0 julgamento de decisoes alternativas.

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Enfatizando 0 carater processual da avaliagao, e as informagoes obtidas devem

ter como criterio basico a utilidade, visando orientar a tomada de decisao e

verificar a produtividade.

Para SLOM. HASTINGS e MADAUS (1986, p.16) ao sistematizar suas ideias

sobre avaliagao destacam:

• "Avaliagao e um metodo de coleta e de processamento dos dados necessarios

a melhoria da aprendizagem e do ensino.

• A avaliagao inclui uma grande variedade de dados, superior ao rotineiro exame

escrito final.

• A avaliagao auxilia no esclarecimento das metas e dos objetivos educacionais

importantes e consiste num processo de determinag8.o da medida em que 0

desenvolvimento do aluno esta se processando de maneira desejada.

• A avaliagao e um sistema de controle de qualidade pelo qual se pode

determinar, a cada passo do processo ensino-aprendizagem, se este esta

sendo eficaz ou nao; e caso nao esteja, indica que mudangas devem ser feitas

a fim de assegurar sua eficacia antes que seja tarde demais.

• Finalmente, a avaliagao e um instrumento na pratica educacional que permite

verificar se os procedimentos alternativos sao igualmente eficazes na

consecugao de uma serle de objetivos educacionais.

Como se percebe com a pesquisa em andamento, novos caminhos estao

sendo trilhados na perspectiva de uma pnitica avaliativa que promova 0

aluno em seu processo de aprendizagem.

ZELIA DOMINGUES, (1987, p.6) por sua vez testava pontos que permiticem

uma visao de conjunto do processo de avaliagao.

1- 0 processo de avaliaqao esta relacionado com 0 processo de

aprendizagem:

Quando professor e aluno estao empenhados em conseguir uma

aprendizagem, e fundamental e imprescindfvel que ambos possam

contar com um conjunto de dados e informaqoes que Ihes digam se a

aprendizagem esta sendo atingida ou nao, se estao caminhando em

direqao ao conjunto terminal pretendido, ultrapassando os pontos

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intermediarios de forma sucessiva e comutativa. Trata-se, portanto, de

urn processo de avaliagao parte integrante do processo de

aprendizagem.

2- 0 processo de avaliagao deve ser pensado, planejado e realizado de forma

coerente e consequente com os objetivos para a aprendizagem:

Os objetivos a alcangar sao os criterios definidores do processo de

avaliagao, quer dizer, sao os objetivos que dizem 0 que avaliar, qual a

tecnica ou instrumento a ser determinado, 0 que registrar e de que forma

o fazer, como discutir 0 aproveitamento da atividade equal 0

encaminhamento a ser combinado com 0 aluno, tendo em vista 0

reiniciar do processo de aprendizagem. Esse momento de avaliagao

permite ao professor perceber se tern c1aros os seus objetivos de

aprendizagem ou nao . Estara preocupado em avalia-Ios ou 0 que faz e

expor urn certo conteudo durante algumas aulas e depois realizar provas

para poder dar uma nota? Cremos que todos ja nos defrontamos, direta

ou indiretamente, com circunstancias nas quais as provas ou avalial(ao,

pouco ou nada tern a ver com a aprendizagem, sequer ao conteudo

transmitido, muito menos aos objetivos mais amplos. Objetivos e

processo de avaliagao, estando definidos claramente, sao de pleno

conhecimento tanto do professor como para 0 aluno, dando seguranga

ao comportamento de ambos: 0 aluno, sabendo aonde devera chegar e

que passos devera percorrer para isso e 0 professor, sabendo quais os

conhecimentos a serem adquiridas pelo aluno e atraves de que

referenciais se poderci determinar se foram de fato alcangados.

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3. A IDEIA DE AVALIACAo FORMATIVA

A avalia~ao formativa e necessariamente acompanhada de uma

intervengao diferenciada, levando 0 professor a observar mais metodicamente as

alunos e compreender melhor seus percursos.

o professor devera estar atento para perceber 0 percurso de cada aluno no

processo de construgao do conhecimento, procedendo interven96es necessarias,

que assegurem 0 seu avaOlfo conUnuo e permanente no decorrer do processo.

E inegavel a importancia da media9ao do processo aD propiciar situagoes

de interagao, de troca e de Gonfronto entre os alunos, estimulando a exposigao de

ideias, a argumentagao, 0 planejamento e a tamada de decisao, intervindo

diretamente nos processos de construg8.o dos saberes.

A avaliag8.o, nesse contexto, ocorre no pr6prio processo de trabalho dos

alunos, na observac;ao diaria, na realizac;ao de tarefas em grupo e individual.

Todas as observaQoes feitas sobre 0 desempenho dos alunos devem ser

registradas, 0 que permite construir a memoria do processo vivido, propiciando

assim, uma visao geral de todos os momentos do processo e urn panorama de

cada aluno. Dessa forma os registros passam a ser mais descritivos, centrados

nos aspectos qualitativos da aprendizagem.

Assim a avaliac;ao deve estar centrada em tres momentos:

• Primeiro, na introduQao do tema, quando se discute 0 conhecimento previo dos

alunos e 0 levantamento de hipoteses (diagnostico).

• Segundo, no desenvolvimento das atividades, quando se pretende verificar as

habHidades de obselVac;ao, analise e estabelecimento de relac;oes (processo).

• Terceiro, na sistematizac;ao do tema, quando se espera que os alunos

estabeleQam sfnteses provisorias (produto).

A avaliayao escolar esta relacionada a uma concepC(ao de homem, de

sociedade que tipo de homem e de sociedade queremos formar, e ao projeto

pedagogico da escola. Evidentemente, 0 sentido dado pelo professor a avaliac;ao

esta intimamente relacionado a sua concepc;ao de educac;ao. Portanto ao

educador com sua proposta pedagogica que tem como meta a construC(ao da

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autonomia e da solidariedade, a avaliayao passa a ser uma referencia para 0

pr6prio aluno, no sentido de superayao de dificuldades que possa encontrar.

Enquanto instituiyao, 0 papel que se espera a que possa colaborar na

formayao do cidadao objetivo de que participam outras instancias socials, pela

mediaQao do conhecimento cientffico, estatico e filos6fico. Nessa 6tica 0

conhecimento nao tern sentido em si mesmo; deve ajudar a compreender 0 mundo

e nele intervir. Assim sendo, entendemos que a principal finalidade da avaliaQ8.o

no processo escolar a ajudar a garantir a formaQ8.o integral do aluno pela

media9ao da efetiva constrU98.0 do conhecimento, destacando-se os princlpios a

seguir:

• A avalia9ao a essencial a educa9ao, inerente e indissociavel enquanto

concebida como problematiza98.0, questionamento e reflexao sobre a a98oo.

Nessa tarefa de reconstru98oO de pratica avaliativa considera - se premissa

basica e fundamental a postura de questionamento do educador. A avalia9800 a

a reflex800 transformada em a9ao. Nessa visao a a9800 nos impulsiona a novas

reflex6es permanentes do educador sobre sua realidade e ao

acompanhamento, passo a passo do educando na sua trajet6ria de construQao

do conhecimento.

• A avalia9ao a funcional porque se realiza em fun9800 de objetivos.

• Avaliar 0 processo ensino-aprendizagem consiste em verificar em que medida

os alunos estao atingindo os objetivos que constituem 0 elemento norteador da

avalia9ao.

• A avalia9ao a orientadora, pois nao visa eliminar alunos, mas orientar seu

processo de aprendizagem para que possam atingir os objetivos previstos.

• A avalia9ao a integral, pois analisa e envolve todas as dimens6es do

comportamento, considerando 0 aluno como urn todo.

A avalia9ao, nesse contexto, ocorre no pr6prio processo de trabalho

dos alunos, na observa9ao diaria, na realiza98.0 de tarefas em grupo e individual.

Todas as observa96es feitas sobre 0 desempenho dos alunos devem ser

registradas, ° que permite construir a mem6ria do processo vivido, propiciando

assim uma visao geral de todos os momentos do processo e um panorama de

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cada aluno. Dessa forma os registros passam a ser mais descritivos, centrados

nos aspectos qualitativos da aprendizagem. Sugere-se, para isso, 0 uso de

portif6lios, 0 material produzido pelos alunos e as verifica~6es de aprendizagens.

Quando S8 tala em avalia9ao do processo de ensino-aprendizagem,

estamos nos referindo a verifica980 do nlvel de aprendizagem dos alunos, isto e, 0que os alunos aprenderam. Mas porque? E para que?

Avaliar para que os alunos aprendam mais e melhor. A avalia98.0

formativa esta muito ligada ao mecanisme de feed- back, a medlda que tambem

permite aD professor detectar e identificar deficiencias na forma de ensinar,

possibilitando reformula90es no seu trabalho didatico, visando aperfei9mi-lo.

Nesse sentido, "a avalia980 pode servir como meio de controle de qualidade, para

assegurar que cada cicio novo de ensino- aprendizagem alcance resultados tao

bons ou melhores.

3.1. Os Principios basicos da avalia~ao sao:

* diagnosticar e controlar.

A avalialfao, nessa perspectiva, tern como caracterfsticas fundamentais: ser

diagn6stica, continua, dinamica e investigativa. Deve estar presente no processo

de aprendizagem, apontando avanlfos e dificuldades apresentados pelos alunos,

promovendo 0 acompanhamento continuo e a regulalfao do processo, per meio de

reflexao sobre a pn3.tica, introduzindo mudanqas, melhorias e adaptalfoes

necessarias. Assim, a avaliaqao adquire uma dimensao formativa, enfocando 0

aluno como ser em desenvolvimento.

A avalia«8.o diagnostica e aquela realizada no inicio do curso, periodo letivo

ou unidade de ensino, com a atenq8.o de constatar se os alunos aprenderam ou

naG 0 dominio dos pre- requisitos necessarios, isto e, se possuem os

conhecimentos e habilidades imprescindiveis para as novas aprendizagens. Etambem utilizada para caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e

identificar suas possfveis causas, numa tentativa de preveni-Ios e sana-los.

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Pela avaliaqao diagnostica, 0 professor constata S8 as alunos estao ou naD

preparados para adquirir novos conhecimentos e identifica as dificuldades de

aprendizagem.

Urn dos propositos da avaliaqao com funqao diagnostica e informar 0

professor sabre 0 nivel de conhecimento e habilidades de seus alunos, antes de

iniciar 0 processo de ensino-aprendizagem, para determinar 0 quanta progrediram

depois de um certo tempo. Par exemplo, um professor ao assumir uma turma no

inicio do perfocto letivo, precisa fazer uma avaliaqao diagnostica da mesma, para

verificar 0 que os alunos aprenderam aD longo dos perfectos anteriores, isto e, quala bagagem cognitiva que eles estao trazendo para aquela etapa. Devido as

diferenqas individuais, 0 ritmo e 0 tempo de aprender sao distintos.

A avaliac;ao com a func;ao de controle, e realizada dUrante todo 0 decorrer

do periodo letivo, com 0 intuito de verificar se os alunos estao atingindo os

objetivos previstos, isto e, quais as resultados alcanctados durante 0

desenvolvimento das atividades. Portanto, a avaliac;ao formativa visa,

fundamentalmente, determinar se 0 aluno domina gradativamente e

hierarquicamente cada etapa da aprendizagem, porque antes de prosseguir para

outra etapa devem ter os objetivos alcanc;as e assegurados.

3.2. Avaliar para promover 0 aluno

A avaliac;ao escolar tem um papel fundamental no processo ensino

aprendizagem, tanto para 0 professor quanto para os alunos. Para 0 aluno a

avaliactao deve contribuir para torna-Io consciente de seus avamios e

necessidades, fazendo-o sentir-se responsavel tambem pelo seu processo de

aprendizagem, servindo como mediadora nas tomadas de decisoes para

reorganizar as agoes sobre a pratica docente, bern como na definigao de novas

intervenc;oes e na proposigao de atividades e metodologias mais adequadas.

3.2.1 - Proposito fundamental da avalia~ao:

A a<;ao educativa e finallstica, isto e, pressupoe objetivos. Todo professor

estabelece metas para seu trabalho docente. E, como ensinar e aprender sao

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processos intimarnente relacionados, a medida que 0 professor prey€! as objetivos

do seu ensina, esta, tambem, propondo as objetivos a serem alcan9ados pelos

alunos como resultado da aprendizagem. Avaliar €I basicamente, comprovar S8 as

resultados desejados foram alcan,ados, ou, melhor verificar ate que ponto as

metas previstas foram atingida. Ha, portanto, uma relagao Intima entre avaliagao

e fixa,ao de objetivos. E a partir da elabora,ao do plano de ensino, com a

defini<;ao dos objetivos que norteiam 0 processo ensina - aprendizagem, dos

alunos. Par issa, os objetivos devem ser formulados claramente e de forma

operacional, para que sejam um guia segura na defini<;ao do que avaliar e na

escolha e elaboragao dos instrumentos mais adequados de avaliagao.

o prop6sito fundamental da avaliagao, formativa e assim verificar a

consecu<;.:ao e 0 alcance dos objetivos, isto e , contatar se 0 aluno esta dominando

gradativamente os objetivos previstos, que se traduzem em termos de

informaQoes, habilidades e atitudes.

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4. - CAMINHOS DA AVALIACAO

4.1. - A avalia~ao formativa e a avalia~ao continua

Gardinet e Perrenoud 1989, apresentam a avaliagao formativa como uma

ideia ainda nova. Segundo os pesquisadores a avaliag80 formativa 56 seria

passlvel no ambito de pedagogias diferenciadas. Dentro dessa perspectiva, a

avalia<;8.o formativa nao encontraria seu verdadeiro espa«o senaa ern Dutra

pedagogia, ou ate masma em urna Dutra eseola.

Segundo as autores, quanta mais a avalia93.o formativa for relacionada a

pedagogias fortemente diferenciadas, mais sera confinada a algumas escolas

experimentais. Urna diferencia<;ao sistematica do ensina nao paraee, de fato,

ainda hoje, muito compatfvel com as condi<;oes de trabalho do maior numera de

organiza96es escolares de massa: peso da avaliac;ao tradicional (notas e boletins

eseolares), meios padronizados de ensino e poueo individualizados, formac;ao

inadequada dos professores, princfpios que obrigam a tratar todos os alunos da

mesma forma. A avaliac;ao formativa pareee, portanto, se limitar a praticas

inovadoras. Nos sistemas escolares tradicionais, certos estabelecimentos e

equipes pedag6gicas, ate mesmo certos professores isolados, seduzidos pelas

pedagogias diferenciadas, tentam aplica-Ia a sua escola e com e com os meios

que tem, sem pedir nada para ninguem, compondo com as restric;6es do sistemR

Devemos considerar como avaliac;ao formativa toda pratica de avaliac;ao

contfnua que pretenda contribuir para melhorar as aprendizagens em curso,

quaJquer que seja 0 quadro de qualquer que seja a extensao concreta da

diferenciaC;ao do ensino. Na perspectiva descritiva, essa ampliac;ao autoriza a dar

conta das praticas correntes de avaliac;aa contfnua sob 0 angula de sua

contribuic;ao almejada ou efetiva para a regulac;ao das aprendizagens em curso.

Ensinar passa a ser esforc;ar-se para arientar a processo de aprendizagem

para 0 dominic de um curricula definido, 0 que nao acontece sem um minima de

regulac;ao dos processos de aprendizagem no decorrer do ano escalar. Essa

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regulaqao passa par interven90es corretoras, baseada em uma aprecia98.o dos

progressos e do trabalho do aluno.

o professor que S8 preocupa com os efeitos de sua 898.0, modifica-a para

melhor atingir seus objetivos. E parcial mente modulada, em seu ritmo e em seu

nfvel, pela expressao freqOentemente nao-verbal. A esses indfcios S8

acrescentam as informa90es obtidas a margem do curso, dos trabalhos praticos,

seminaries quest6es, breves sondagens testes trimestrais.

Nem teda avaliac;ao continua pretende ser formativa. Em uma classe

comum, muitas interven90es do professor, baseadas em uma aprecia98.0 realista

de situa90es, nao tern par objetivo principal contribuir diretamente para a

progresseo das aprendizagens, porque sua tarefa nao e somente ensinar, mas

tambam manter a ordem, prop~r trocas, garantir uma coexistencia pacifica e, se

posslvel, feliz durante longas horas, ao longo de tOdD ano.

4.2. " A avalia~ao e a regula~ao

Nenhuma pedagogia, por mais frontal e tradicional que seja, e totalmente

indiferente as questoes, as respostas, as tentativas de erros dos alunos. Mesmo

quando uma sequencia didatica se desenvolve de acordo com urn roteiro bern

preciso, ha espaqo para ajustes, remanejos no meio do trajeto, em funqao de

acontecimentos parcialmente imprevislveis, sobretudo as atitudes e as condutas

do aluno, que manifestam seu interesse, sua compreensao, e tam bam suas

resistencias ou suas dificuldades para seguir ° ritmo ou assimilar 0 conteudo.

Portanto, sempre ha urn mlnimo de regulaq8.o da aula, as vezes das atividades

mentals do alunos e, no melhor dos casos, de seus processos de aprendizagem.

A idaia de avaliaqao formativa sistematiza esse funcionamento, levando 0

professor a observar mais metodicamente os alunos, a compreender melhor seu

desenvolvimento, de modo a ajustar de maneira mais sistematica e individualizada

suas intervenqoes pedag6gicas e as situaqoes didaticas que propoe, tudo isso na

expectativa de oHmizar as aprendizagens. Essa concepq8.o se situa abertamente

na perspectiva de uma regulaqao intencional, cuja intenqao seria determinar ao

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mesma tempo 0 caminho ja percorrido par cada urn e aquals que resta percorrer

com vistas a intervir para otimizar as processos de aprendizagem em curso.

A partir do momento em que a avalia9ao formativa S8 define c1aramente

como fonte de regula9ao entre outras? NaD S6 deveria reconhecer que a

regula,ao dos processos de aprendizagem pode surgir das intera,6es entre

alunos, tal como permita e delimita palo dispositivo e pela sequencia didaticos, au

entaD surgiu da atividade metacognitiva do aluno, quando este toma consciEmcia

de seus arros au de sua maneira de confrontar-se com os obstaculos? A

conceP9ao de avalia9ao formativa como interv8m;ao deliberada do professor,

induzindo uma regulaqao antecipada, interativa au retroativa de uma

aprendizagem em curso , leva a urn paradoxo: 0 conceito de avaHa\=8,oformativa,

assim que compreendido em termos de regula\=8,o, tendo a se fundir em uma

abordagem mais global dos processos de regula\=8,o das aprendizagens em curso

em urn dispositiv~, sequencia ou situa~ao didaticas.

4.2.1 - A avaliac;ao, a observac;ao e a intervenc;ao

A avalia~ao implica em uma observay8,o atenta sobre os sinais

apresentados pelos alunos. Talvez fosse melhor falar em observa~8,o formativa

do que em avalia~ao, tao associada a medida, as classificayoes, aos boletins

escolares, a ideia de informayoes codificaveis, transmisslveis, que contabilizam os

conhecimentos. Observar e construir uma representayao realista das

aprendizagens, de suas condh(oes, de suas modalidades, de seu mecanismo, de

seus resultados. A obselVa~ao e assim formativa quando permite orientar e

otimizar as aprendizagens em curso sem preocupayao de classificar, certificar,

selecionar, julgar. A observayao formativa pode ser, no entanto instrumentada ou

intuitiva, aprofundada ou superticial, deliberada ou acidental, quantitativa ou

qualitativa, longa ou curta, pontual ou sistematica, abrangendo todas as

informayoes, mesmo as aparentemente, sem, importancia. Nenhuma informayao

Ii exclufda, nenhuma modalidade de percep,ao e de tratamento e descartada.

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o campo do observavel e tao diverso e complexo quanto os processos de

aprendizagem e de desenvolvimento. Tambem passando par todos os aspectos

cognitivos, afetivQs, relacionais e materiais da situar;8.o didatica.

Toda avalia'(ao que eontribui para atimizar, par poueD que seja, urn ou

varies dentre asses fatores pode gar considerada formativa. 0 clima, as condigoes

de trabalho, 0 sentido da atlvidade ou a auto- imagem importam tanto quanta os

aspectos materiais ou cogniHvDs da situa98.0 didatica.

Pode-s8 ajudar urn aluna a progredir de varias maneiras: explicando mais

simplesmente, mais longa ou diretamente; engajando-o em nova tarefa mais

mobilizadora ou mais proporcional a seus recursos, aliviando suas angustias,

devolvendo-Ihe a confianQa, propondo-Ihe outras raz6es de agir ou de aprender;

colocando~o em Dutro quadro social, redefinindo a relagao ou 0 contrato didatico,

modificando 0 ritmo de trabalho e de progressao.

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5. UM ATO DE REFLEXAO NA EDUCA<;:AO INFANTIL

As criangas apresentam rnaneiras diferenciadas de vivenciar as situa90es,

de interagir com os objetos do mundo flsico. 0 seu desenvolvimento acontsee de

forma aceleradfssima. A cada minuto realizam novas conquistas, ultrapassando

novas expectativas e causando muitas surpresas.

Assim, a avaliag8.o na educagao infantil deve ser essencialmente contraria

a uma concepQao de julgamento e resultados. Principalmente por confiar nas

possibilidades pr6prias das crianf(as, negando a determinagfto de comportamentos

esperados, e par introduzir a perspectiva da avaliaq8.o como fundamento da agao

educativa a partir da valorizaQ8.o das crianqas em suas manifesta96es.

A proposta de avaliaQ8.o na educaqao infantil, e disponibilizar 0 adulto frente

a crian<;a, obselVando~a em suas brincadeiras, refletindo sobre 0 significado e a

importancia de suas manifesta<;aes. A a<;8.o avaliativa deve assegurar, na

educa<;ao infantil, urn clima sem tensaes e Iimita<;aes, a que sera posslvel caso 0

educador se distanciar definitivamente do modelo de avalia<;ao do ensino regular e

perseguir, de fato, uma perspectiva de acompanhamento, confiante nas

possibilidades das crian<;as se desenvolverem as situaQaes de forma pr6pria e

diferenciada do adulto,

E necessario, repensar 0 significado dos registros( relat6rios) de avalia<;ao.

as educadores diante da avalia<;ao deverao fazer urn exercfcio de reflexao sobre

seus alunos ( cada um em particular), Sendo assim, a aten<;8.o as crian<;as em seu

desenvolvimento, devem resultar de anota<;6es frequentes, sobre 0 cotidiano de

cada crian<;a, de modo a subsidiar permanentemente 0 trabalho junto a ela,

trilhando caminhos ao educador para ajuda-Ia a ampliar suas conquistas. a

desenvolvimento da crian<;a depende de um ambiente favorecedor, da

disponibilidade dos adultos em conversar, brincar, prestar-Ihe, de fato, aten<;ao.

Dessa forma, os registros, as anota<;6es sobre 0 desenvolvimento precisam

ser compartilhados por todas as pessoas que se responsabilizam pela crian<;a.

Ha necessidade, portanto, de criar espa90 para que haja integra9ao de

tooos as profissionais e a familia, para a obtenQao de resultados mais eficazes

sobre 0 desenvolvimento da crianQa.

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6-CONCLUSAO:

A ideia de avaliaq80 formativa presta-s8 a debates especializados sobre

quest6es muito agudas. E necessaria, periodicamente, encontrar uma visao de

conjunto e S8 indagar: as professores e as pesquisadores S8 fazem as perguntas

certas? Os impasses e as perguntas certas? Quais sao, hoje, as conhecimentos e

as incertezas? Os impasses entre a abstraq8.o urn tanto vazia e a t8cnicidade

limitada, entre a autonomia e a fusae com a didatica, a avaliaq8.o formativa

procura ainda seu caminho. Sobre a cOnCep98.0 dos objetivos, a natureza da

instrumentag8.o, as relaq6es entre avaliac;8.o formativa e pedagogia, ninguem pode

pretender deter verdades definitivas, sobre as estrategias de mudanqa ou de

formaqao dos professores, diversas concep90es tambem se confrontam,

E formativa toda a avalia9aO que ajuda 0 aluno a aprender ease

desenvolver, ou melhor, que participa da regula9ao das aprendizagens e do

desenvolvimento no sentido de urn projeto educativ~, tal e base de uma

abordagem pragm,Uica. Importa, claro, saber como a avalia9aO formativa ajuda 0

aluno a aprender, por que media90es ela retroage sobre os processos de

aprendizagem. A aprendizagem formativa define-se por seus efeitos de regula9ao

dos processos de aprendizagem. Dos efeitos busca-se a interven9ao que os

produz e, antes ainda, as observat;oes e as representa90es que orientam essa

interven9ao.

A avalia9ao formativa fol por muito tempo associada a imagem de urn teste

de criterios, que se aplica ap6s urn periodo de aprendizagem, acompanhado de

uma seqOencia de remediat;ao para os alunos que nao dominam todos os

conhecimentos visados. Ha uma decada os pesquisadores eSfort;am-se em aplicar

esse modelo, conservar mais sua inspira<;ao global do que modalidades pouco

compativeis com as teorias construtivistas da aprendizagem.

A avalia<;ao implica, assim, em uma observa<;ao atenta sobre os sinais

apresentados pelos alunos. Talvez fosse melhor falar em observa<;ao formativa do

que em avalia<;8.o, tao associada as medidas, as classifica<;oes, aos boletins

escolares, a ideia de informa<;oes codlficaveis, transmissiveis, que contabilizam os

conhecimentos. Observar e construir uma representat;ao realista das

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aprendizagens, de suas condi~6es, de suas modalidades, de seu mecanisma, de

seus resultados. Desta forma, a observaq8.o e formativa, quando permite orientar

e otirnizar as aprendizagens em curse sem preOCUpa98.0 de classificar, certificar,

selecionar, julgar. A observagao formativa pode ser instrumentada, intuitiva,

aprofundada au superficial, deliberada au acidental, quantitativa OU qualitativa,

longa ou curta, pontual ou sistematica, abrangendo todas as informa90es, mesma

as, aparentemente, sem importancia.

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