Upload
truongthuan
View
214
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
1
Martha Luisa Antunes Garcia Mendes
Avaliação do desenvolvimento de prematuros de 18 a 24 meses de idade corrigida
por meio das escalas Bayley III
Projeto de Pesquisa para Mestrado em
Ciências da Saúde – Universidade Federal
de São Paulo – Escola Paulista de Medicina
Orientadora: Prof. Dra. Amélia Miyashiro Nunes dos Santos
Coorientadora: Ana Lucia Goulart
São Paulo
2016
2
RESUMO ESTRUTURADO
Fundamentação científica: A análise dos resultados de avaliações de desenvolvimento
em prematuros de baixo peso representa um importante aspecto de controle de qualidade
e podem identificar os fatores de risco que poderiam, potencialmente, ser alvo de medidas
de intervenções específicas. É importante para a avaliação do desenvolvimento considerar
que alguns fatores como a idade gestacional, peso ao nascer, sexo, restrição de
crescimento intrauterino, nascimento múltiplo, infecção neonatal, enterocolite
necrosante, displasia broncopulmonar, leucomalácia periventricular e hemorragia
intraventricular interferem no neurodesenvolvimento. Da mesma maneira, fatores pré-
natais como hipertensão, diabete, administração de corticosteroides, infecções congênitas
e uso de álcool e drogas na gestação e os fatores ambientais, como saúde e educação,
condições socioeconômicas, entre outros, podem comprometer o desenvolvimento
infantil.
Justificativa: Com a alta prevalência de prematuros de baixo peso ao nascer, a avaliação
do desenvolvimento neuropsicomotor nessas crianças torna-se indispensável devido aos
vários fatores associados a essa condição que interferem no neurodesenvolvimento, sendo
que a detecção de alterações o mais precoce possível permite o início da estimulação,
minimizando os prejuízos às crianças. São poucos os estudos que utilizam para triagem
de anormalidades a terceira edição do método Bayley Scales of Infant and Toddler
Development (Bayley III) no Brasil.
Hipótese: Tanto os fatores biológicos quanto os fatores ambientais são decisivos para o
atraso no desenvolvimento e a combinação de fatores de riscos ambiental e biológico
denotam dupla ameaça ao desenvolvimento da criança.
Objetivos: Avaliar o desenvolvimento cognitivo, motor, de linguagem, sócio-emocional
e de comportamento adaptativo de crianças de 18 a 24 meses de idade corrigida, nascidas
prematuras e identificar os fatores associados ao atraso de desenvolvimento em crianças
com peso ao nascer inferior a 2000g.
Casuística: Será realizado um estudo transversal com crianças nascidas prematuras e
com peso inferior a 2000g matriculadas no ambulatório multidisciplinar de seguimento
de prematuros da EPM/UNIFESP. Serão excluídas: malformações congênitas, síndrome
genética, infecção congênita sintomática ao nascimento, paralisia cerebral, surdez e
cegueira.
Métodos e Resultados esperados: Serão coletadas informações referentes aos
antecedentes clínicos maternos, dados da gestação e parto, intercorrências clínicas
neonatais e após a alta hospitalar, e classificação socioeconômica. Para a avaliação do
desenvolvimento será utilizada a escala Bayley III. As variáveis numéricas serão
comparadas pelo teste de Mann-Whitney ou teste t e as categóricas pelo teste Qui-
Quadrado ou teste exato de Fisher. Os fatores associados aos escores de desenvolvimento
serão analisados por regressão linear. E para os fatores associados ao atraso no
desenvolvimento será utilizada a análise de regressão logística.
Palavras-chaves: Bayley III, Prematuro, Desenvolvimento Infantil, Fatores de risco,
Atraso no desenvolvimento.
3
INTRODUÇÃO
O número de nascimentos prematuros vem aumentando desde a década de 1990,
principalmente nos países em desenvolvimento (WHO, 2012; Chang et al, 2013), e vem
se configurando como uma das principais causas de mortalidade (Blencowe et al, 2013),
morbidade e alterações do desenvolvimento neurológico infantil (Resegue et al, 2007;
Goldenberg et al, 2008; Mwaniki et al, 2012). O nascimento prematuro é um problema
de saúde perinatal significativo em todo o mundo, não só em termos de mortalidade
associada, mas também em relação à morbidade em curto e longo prazo e implicações
financeiras para os sistemas de saúde (Beck et al, 2010).
Os números da prematuridade no Brasil foram analisados no estudo
“Prematuridade e suas possíveis causas”. O levantamento, apoiado pelo UNICEF e
Ministério da Saúde foi liderado pelo Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da
Universidade Federal de Pelotas e contou com a participação de 12 universidades
brasileiras (UNICEF, 2013). Segundo tal levantamento, há um crescimento de partos
prematuros no Brasil. O Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) do
Ministério da Saúde mostra um discreto aumento no percentual de prematuridade de 6,8%
para 7,2% entre 2000 e 2010. Entretanto, o estudo citado acima corrige o valor de 2010
para 11,7% (UNICEF, 2013), colocando o Brasil acima da média mundial que foi de
11,1% (Blencowe et al, 2012).
Lansky et al (2014) constataram que a prematuridade e o baixo peso ao nascer
foram os principais fatores associados à morte neonatal, em especial de extremos baixo
peso ao nascer. No entanto, a maior sobrevida neonatal decorrentes dos avanços
tecnológicos e científicos que permitiram a melhoria dos cuidados intensivos neonatais
tem aumentado o número de recém-nascidos com pesos de nascimentos cada vez menores
(Hack, Taylor, 2000; Lorenzi et al, 2001; Hoekstra et al, 2004).
No Brasil, a prevalência de baixo peso ao nascer (peso inferior a 2500 gramas)
evoluiu de 7,7% em 2000 para 8,4% em 2010, um aumento relativo de 8,4% em 10 anos.
E o aumento na década foi mais notado, proporcionalmente, entre os recém-nascidos de
muito baixo peso ao nascer (peso inferior a 1500 gramas), especialmente entre aqueles de
extremo baixo peso ao nascer (peso inferior a 1000 gramas) (UNICEF, 2013).
Com a alta prevalência de prematuros de baixo peso ao nascer, a avaliação do
desenvolvimento neuropsicomotor nessas crianças torna-se indispensável visto que essas
4
crianças apresentam risco elevado de alteração no desenvolvimento e que a detecção
precoce de tal permite o início da estimulação, minimizando os prejuízos às crianças
(Silva et al, 2011). Além disso, a análise dos resultados de avaliações de desenvolvimento
em prematuros de baixo peso representa um importante aspecto de controle de qualidade
e podem identificar os fatores de risco que poderiam, potencialmente, ser alvo de medidas
de intervenções específicas (Schlapbach et al, 2012).
Assim, há uma preocupação constante envolvendo prognóstico em curto, médio e
longo prazo, em crianças prematuras e de baixo peso ao nascer. Em um estudo, conduzido
na cidade de Pelotas no sul do Brasil com 1363 crianças avaliadas pelo teste de triagem
de Denver II, aos 12 meses de vida, observou-se que crianças com menor peso de
nascimento tiveram quatro vezes mais chance de apresentar atraso no desenvolvimento e
as crianças com menor idade gestacional tiveram 60% mais chance de atraso no
desenvolvimento (Halpern et al, 2000).
Estudo realizado com 58 crianças nascidas com idade gestacional inferior a 37
semanas e peso inferior a 1500 gramas avaliadas na idade corrigida de 18 a 24 meses,
pelo método Bayley Scales of Infant and Toddler Development (Bayley III), mostrou que
prematuros de muito baixo peso ao nascer apresentaram frequência expressiva de atrasos
no desenvolvimento, sendo mais frequentes as alterações na área de linguagem,
comportamento adaptativo e sócio-emocional (Fernandes et al, 2012). Nesse estudo, das
58 crianças avaliadas, 4 (6,9%) apresentaram alteração cognitiva, 4 (6,9%) motora, 17
(29,3%) de linguagem, 16 (27,6%) sócio-emocional e 22 (37,9%) de comportamento-
adaptativo. Mesmo prematuros nascidos com peso superior a 1500 gramas apresentam
atraso considerável no desenvolvimento avaliados pelas escalas Bayley III. Assim, Guerra
et al (2014) estudando 100 crianças nascidas prematuras com peso ao nascer entre 1000
e 1500 gramas aos 12 a 18 meses de idade corrigida, verificaram que 2,0% (IC 95%: 0,6-
7,0%) apresentaram atraso no desenvolvimento cognitivo, 5,0% (IC 95%: 2,2-11,2%)
atraso na linguagem, 3,0% (IC 95%: 1,0-8,5%) atraso motor, 13,0% (IC 95%: 7,8-20,1%)
atraso no desenvolvimento sócio-emocional, 26,0% (IC 95%: 18,4-35,4%) geral
adaptativo, 17,0% (IC 95%: 10,9-25,6%) conceptual, 46,0% (IC 95%: 36,6-55,7%) social
e 21,0% (IC 95%: 14,2-30,0%) no desenvolvimento prático. Da mesma forma, Caldas et
al (2014), avaliando crianças com idade gestacional inferior a 37 semanas e peso de
nascimento < 2500 gramas, pelos testes de Denver II e escala ELM (Early Language
Milestone Scale), associaram a prematuridade e o baixo peso ao nascer ao atraso na
5
aquisição de habilidades no desenvolvimento da linguagem, com maior
comprometimento da função de linguagem expressiva.
Silveira e Enumo (2012), estudando 40 crianças prematuras e de baixo peso ao
nascer, com idades entre 12 a 36 meses, observaram que a área cognitiva foi a mais
afetada das cinco áreas, avaliadas pelo método de Bayley III. Verificaram que metade da
amostra estava em risco moderado ou grande para atraso no desenvolvimento cognitivo.
Os autores observaram que o menor peso ao nascer e a menor idade gestacional se
associaram a piores indicadores de desenvolvimento cognitivo, linguagem expressiva e
motricidade fina.
Em longo prazo, a alta proporção de bebês nascidos com baixo peso que sobrevive
e que evolui com alguma deficiência é motivo de grande preocupação. Estudos relataram
que crianças com muito baixo peso ao nascer apresentaram quociente de inteligência (QI)
inferior a um ou dois desvios padrão (85/70) entre quatro e oito anos de idade (D’Eugenio
et al, 1993; Horwood et al, 1998; Méio et al, 2003).
Alguns fatores podem contribuir para atraso no desenvolvimento como idade gestacional,
peso ao nascer, sexo, restrição de crescimento intrauterino, nascimento múltiplo, infecção
neonatal, enterocolite necrosante, displasia broncopulmonar, leucomalácia
periventricular e hemorragia intraventricular interferem no neurodesenvolvimento
(Bassler et al, 2009; Vohr et al; 2000; Jeng et al, 2008; Formiga, Linhares, 2009). Da
mesma maneira, fatores pré-natais como hipertensão, diabete, administração de
corticosteroides, infecções congênitas e o uso de álcool e drogas na gestação e os fatores
ambientais, como saúde e educação, condições socioeconômicas, ambiente familiar, entre
outros, podem comprometer o desenvolvimento infantil (Miranda et al, 2003).
Apesar de estudos com crianças nascidas prematuras apontarem fatores biológicos
para atraso no desenvolvimento, há evidências, sobretudo em relação ao desenvolvimento
cognitivo, que os fatores ambientais, em especial o baixo nível sócio-econômico, são
decisivos para tais alterações, sugerindo que, à medida que ocorre o crescimento dessas
crianças, os fatores ambientais se tornam mais importantes que os biológicos (Roth et al,
1994). Adams et al (1994) mostraram que a combinação de fatores de riscos ambiental e
biológico denotam dupla ameaça ao desenvolvimento da criança e que as influências
ambientais têm sido frequentemente consideradas como preditores independentes mais
importantes dos resultados em longo prazo. Assim, um estudo norte-americano avaliou,
por meio da Bayley II, 11000 crianças nascidas com muito baixo peso e identificou atraso
6
na área de linguagem, sócio-comportamental e motora. Essas crianças apresentavam
como características comuns, o baixo nível socioeconômico, a dependência por serviços
públicos de saúde, o tabagismo, o alcoolismo e o uso de drogas ilícitas maternas, bem
como cuidados pré-natais inadequados (Hogan, Park, 2000).
No estudo de Fernandes et al (2012) com prematuros de muito baixo peso ao
nascer, a leucomalácia periventricular diminuiu o escore cognitivo em 15,21 pontos (IC
95%: -27,61 a -2,81), o escore motor em 10,67 pontos (IC 95%: -19,74 a -1,59) e de
comportamento-adaptativo em 21,52 pontos (IC 95%: -35,60 a -7,44). Já o sexo feminino
se associou ao maior escore motor (10,67; IC 95%: 2,77 a 12,97), de linguagem (15,74;
IC 95%: 7,39 a 24,09) e sócio-emocional (10,27; IC 95%: 1,08 a 19,46).
Já no estudo de Guerra et al (2014), o uso de ventilação mecânica durante a
internação na unidade neonatal reduziu o escore cognitivo em 6,4 pontos e cada dólar a
mais na renda per capita mensal aumentou esse escore em 0,01 pontos. Cada dia a mais
de internação na UTI neonatal reduziu em 0,18 pontos o escore de linguagem e pertencer
a família não branca reduziu esse escore em 5,2 pontos. O escore de desenvolvimento
motor se associou ao parto cesárea com redução de 6,3 pontos e a hemorragia peri-
intraventricular que reduziu esse escore em 9,9 pontos. Os fatores associados ao atraso
no desenvolvimento de pelo menos uma área foram parto cesáreo, baixa renda per capita
e hemorragia peri-intraventricular.
Dentre os instrumentos disponíveis para avaliação do desenvolvimento, as Escalas
Bayley de Desenvolvimento Infantil são as mais utilizadas em prematuros Bayley, 2006).
As duas versões iniciais das escalas Bayley avaliam dois índices de desenvolvimento, o
mental, que engloba a avaliação cognitiva e de linguagem, e o desenvolvimento
psicomotor (Moore et al, 2012).
A segunda versão (BSID II) foi amplamente utilizada em pesquisas (Vohr et al,
2003; Schlapbach et al, 2010; Silveira, Procianoy, 2011), sendo uma limitação do método
o fato do componente cognitivo ser avaliado pela medida combinada de cognição e
linguagem. Tal fato significa que se o índice de desenvolvimento mental da versão II for
baixo pode representar atraso na linguagem ou na parte cognitiva ou ambos. Assim, a
versão III do método foi desenvolvida em 2006 para separar o índice de desenvolvimento
mental em habilidades cognitiva e de linguagem e, o índice de desenvolvimento
psicomotor em motor fino e grosso, além de contemplar outras áreas de desenvolvimento
7
(Bayley, 2006; Moore et al, 2003). Dessa forma, as escalas Bayley III são constituídas
por cinco escalas (Bayley, 2006):
- Escala cognitiva: avalia a capacidade da criança em elaborar uma ação frente a
situações propostas, de acordo com suas intenções e desejos, bem como sua aptidão
de concentração e planejamento de estratégias (91 itens).
- Escala de linguagem: avalia a comunicação expressiva, caracterizada pelas
habilidades individuais para vocalizar nomes de figuras e objetos e a comunicação
com outras pessoas (48 itens) e a comunicação receptiva, que fornece informações
sobre a acuidade auditiva e a capacidade de compreender e atender a comandos
verbais (49 itens).
- Escala motora: avalia o desempenho motor fino, que compreende as habilidades
associadas à movimentação dos olhos, à integração motora-perceptual, ao
planejamento e à velocidade motora (66 itens) e o desempenho motor grosso, que
avalia os movimentos dos membros e tronco (72 itens).
- Escala socioemocional (SE): avalia o desempenho comportamental e emocional da
criança (35 itens).
- Escala de comportamento adaptativo: avalia as funções da criança em sua rotina
diária, nas áreas da comunicação (25 itens), interação com o meio (22 itens), funções
pré-acadêmicas (23 itens), atividades em casa (25 itens), saúde e segurança (24 itens),
lazer (22 itens), autocuidado (24 itens), autodireção (25 itens), social (24 itens) e
motor (27 itens). Essa subescala pode ser expressa de forma global, por meio da soma
das dez áreas de habilidade, com o escore composto adaptativo geral (GAC), ou em
três divisões: conceitual (COM) (comunicação, funções pré-acadêmicas e
autodireção), social (SO) (lazer e social) e prático (PR) (interação com o meio,
atividades em casa, saúde e segurança e autocuidado) (Bayley, 2006).
Entretanto, são poucos os estudos com aplicação da terceira edição do método
Bayley Scales of Infant and Toddler Development (Bayley III) no Brasil (Freitas et al,
2010; Fernandes et al, 2012, Silveira, Enumo, 2012). Essa escala tem como objetivo
diagnosticar desvios de padrões funcionais e traçar estratégias de intervenções (Bayley,
8
2006), sendo o instrumento mais utilizado para avaliação do desenvolvimento tanto na
prática clínica como em pesquisa (Janssem et al, 2008).
Nesse contexto, o objetivo do presente estudo será avaliar o desenvolvimento
cognitivo, motor, de linguagem, sócio-emocional e de comportamento adaptativo de
crianças com idade corrigida entre 18 e 24 meses, nascidas prematuras com peso ao nascer
inferior a 2000g, por meio das escalas de desenvolvimento Bayley Scales of Infant and
Toddler Development III.
OBJETIVO GERAL
Avaliar o desenvolvimento cognitivo, motor, de linguagem, sócio-emocional e de
comportamento adaptativo de crianças com idade corrigida entre 18 e 24 meses, nascidas
prematuras com peso ao nascer inferior a 2000g, por meio das escalas de desenvolvimento
Bayley Scales of Infant and Toddler Development III.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos do presente estudo serão:
Em crianças com idade corrigida entre 18 e 24 meses, nascidas prematuras com
peso ao nascer inferior a 2000g:
Avaliar a prevalência de atraso no desenvolvimento cognitivo, motor, de
linguagem, sócio-emocional e de comportamento adaptativo.
Identificar os fatores associados ao atraso de desenvolvimento nessas cinco
áreas de desenvolvimento.
Descrever os escores obtidos nas áreas de desenvolvimento cognitivo, motor,
de linguagem, sócio-emocional e de comportamento adaptativo
Identificar os fatores associados às variações dos escores nessas cinco áreas.
MÉTODOS:
Será realizado um estudo transversal com crianças nascidas prematuras
matriculadas no ambulatório multidisciplinar de seguimento de prematuros da Escola
Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP).
9
Nesse ambulatório são acompanhadas crianças nascidas prematuras desde a alta
hospitalar até o final da adolescência. As crianças passam por atendimentos
multiprofissionais com pediatria, neurologia, oftalmologia, fonoaudiologia, fisioterapia,
psicologia, nutrição, odontologia e assistência social.
O projeto de pesquisa foi submetido à aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa
da Universidade Federal de São Paulo e foi aprovado sob o número CEP 921.354 de
23/12/2014, CAAE: 38686714.4.0000.5505. Será solicitada dos pais ou do responsável
legal, a assinatura do Consentimento Livre e Esclarecido.
Serão incluídas no estudo crianças prematuras, com peso ao nascer inferior a 2000
gramas e idade corrigida entre 18 e 24 meses, nascidas no Hospital São Paulo, Hospital
Municipal Vereador José Storopolli e Hospital Estadual de Diadema, matriculadas e
acompanhadas no Ambulatório de Prematuros EPM/UNIFESP.
Serão considerados critérios de exclusão: crianças com malformações congênitas,
síndrome genética, infecção congênita sintomática ao nascimento, paralisia cerebral,
surdez e cegueira. Esses critérios visam excluir as doenças que poderiam interferir no
desenvolvimento ou que poderiam impedir a avaliação proposta.
A seleção das crianças que preencherem os critérios de inclusão será feita com
base em consulta ao arquivo de prontuários do Ambulatório de Prematuros, onde
encontram-se as informações de todas as crianças que iniciaram o acompanhamento
ambulatorial.
Os pais ou responsáveis serão contatados por telefone e será agendada a avaliação
e explicado o objetivo da pesquisa. Após a concordância dos pais ou responsáveis, será
solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Coleta de dados
Serão coletadas informações referentes aos antecedentes clínicos maternos, dados
da gestação e parto, intercorrências clínicas neonatais e após a alta hospitalar, assim como
os dados necessários para a obtenção da classificação socioeconômica (ABEP, 2015).
As informações sobre dados clínicos serão obtidas por meio de entrevista com o
responsável pela criança e/ou consulta ao prontuário médico.
Dados maternos:
Idade, expressa em anos completos, na época do parto.
10
Cor, classificada em branca e não branca.
Escolaridade, em anos completos até o dia da avaliação.
Profissão, segundo a informação materna.
Estado civil, caracterizado como presença ou ausência de parceiro fixo.
Renda per capita em reais, obtida através da somatória das rendas mensais de
cada membro da família, dividida em número total de indivíduos residentes
naquele domicílio.
Antecedentes clínicos maternos, segundo consulta ao prontuário médico:
Hipertensão arterial sistêmica, caracterizada como pressão arterial sistólica e
diastólica maior ou igual a 140 e 90 mmHg antes da gestação ou antes da
vigésima semana de gravidez (Kelly, Moore, 1998).
Diabetes Mellitus, definida de acordo com o Report of the Expert Committee
on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus (The Expert
Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus, 1997).
Outras intercorrências clínicas, tais como: cardiopatias, nefropatias,
colagenoses e pneumopatias.
Dados da gestação
Idade gestacional, estimada pela melhor estimativa obstétrica e neonatal.
Pré-natal, considerado presente quando a mãe compareceu a pelo menos uma
consulta durante a gravidez.
Número de consultas de pré-natal realizadas na gestação
Tipo de parto, vaginal ou cesariana.
Intercorrências clínicas e obstétrica durante gestação:
Doença hipertensiva específica da gravidez, caracterizada por aumento da pressão
arterial sistólica e diastólica para níveis iguais ou superiores a 140 e 90 mmHg
respectivamente, após a 20ª semana da gravidez (Cunningham et al, 1997a)
Diabetes gestacional, caracterizada pela presença de dois resultados de glicemia
plasmática alterados após sobrecarga de 100 gramas de glicose (National Diabetes
Data Group, 1979).
11
Infecção urinária na gestação, caracterizada por quadro clínico de disúria,
urgência miccional e polaciúria, acompanhado de alterações no exame de
sedimento urinário e/ou presença de bactérias identificadas na cultura de urina
(Cunningham et al, 1997b).
Descolamento prematuro da placenta, definido como a separação da placenta
normalmente inserida, antes do nascimento do feto (Cunningham et al, 1997c).
Amniorexe prematura, caracterizada por rotura das membranas antes do início do
trabalho de parto (Silva, 2000).
Corioamnionite: infecção intra-amniótica que pode ocorrer no início do trabalho
de parto ou com a rotura das membranas, permitindo a ascensão de bactérias do
trato genital materno para a cavidade amniótica (Belady et al, 1997)
Corticoide pré-natal, utilizado pelo menos uma dose, no mínimo 24 horas e no
máximo sete dias antes do parto (Cunha et al, 2003).
Dados dos recém-nascidos
Sexo, considerado como feminino ou masculino.
Boletim de Apgar (Apgar, 1953), pontuado no primeiro e no quinto minutos de
vida, de acordo com a avaliação do pediatra na sala de parto.
Idade gestacional expressa em semanas e dias.
Peso ao nascer, expresso em gramas.
Adequação peso/idade gestacional
Variáveis relacionadas à evolução clínica pós-natal
Síndrome do Desconforto Respiratório, caracterizada como insuficiência
respiratória decorrente da imaturidade pulmonar (Avery et al, 1981).
Apneia: caracterizada pela cessação dos movimentos respiratórios, de qualquer
duração, seguido por bradicardia e/ou cianose (Miller, Martin, 1992).
Sepse, definida como a presença de sinais clínicos decorrentes de uma possível
infecção (febre/ hipotermia, apneia e/ou bradicardia), com ou sem presença de
hemocultura positiva. Pode ser classificada em sepse precoce, quando manifesta-
se nas primeiras 48 horas de vida; e sepse tardia, quando surge após 48 horas de
vida, desde que o agente etiológico esteja associado ao meio hospitalar, à equipe
12
assistencial e aos visitantes da unidade neonatal (Saez–Llorens, Mc Cracken,
1993).
Meningite, definida como uma entidade clínica caracterizada pelo processo
infeccioso das meninges, manifestada durante a internação na unidade de
cuidados intensivos neonatais (Moura-Ribeiro, 1996).
Convulsão: definida clinicamente na presença de movimentos clônicos,
movimentos de extensão ou de flexão tônica de membros ou ainda diante de
desvio ocular horizontal tônico, fixação ocular, piscar de pálpebras, movimentos
de remar, pedalar ou nadar (Volpe, 2000).
Enterocolite Necrosante, síndrome clínica-patológica, com sinais e sintomas
gsatrointestinais e sistêmicos, definida como inflamação e necrose de coagulação
idiopática de intestino do recém-nascido (Walsh, 1986).
Displasia broncopulmonar leve: definida como dependência de oxigênio com 28
dias de vida e sem dependência de oxigênio com 36 semanas de idade pós-
conceptual em prematuros <32 semanas ao nascer ou dependência por mais de 56
dias de vida em prematuros com mais de 32 semanas ao nascer (Jobe, Bancalari,
2001).
Displasia broncopulmonar moderada: dependência de oxigênio com 28 dias e
com necessidade de FiO2 menor que 30% com 36 semanas de idade pós-
conceptual em prematuros menor que 32 semanas ao nascer ou dependência por
mais de 56 dias de vida em prematuros maior que 36 semanas ao nascer (Jobe,
Bancalari, 2001).
Displasia broncopulmonar grave: dependência de oxigênio com 28 dias e com
necessidade de FiO2 maior que 30% ou necessidade de ventilação mecânica ou
CPAP nasal com 36 semanas de idade pós-conceptual em prematuros menor que
32 semanas ao nascer ou por mais de 56 dias de vida em prematuros maior que
32 semanas ao nascer (Jobe, Bancalari, 2001).
Hemorragia peri-intravetricular, diagnosticada pela ultrassonografia
transfontanelar e classificada em graus I, II, III e IV (Papile et al, 1978).
13
Leucomalácia periventricular, caracterizada por lesão isquêmica da substância
branca do cérebro em prematuros com idade gestacional inferior a 32 semanas
(Blumenthal, 2004).
Retinopatia da prematuridade: doença vasoproliferativa da retina de etiologia
multifatorial (Graziano, Leone, 2005).
Tempo de ventilação pulmonar mecânica, expresso em dias.
Tempo total de internação, expresso em dias.
Adequação do peso para idade pós-conceptual de termo
Dados pós-alta hospitalar da unidade de cuidados intensivos neonatais
Número de internações desde a alta da unidade neonatal e motivo.
Cirurgias realizadas.
Intercorrências clínicas: pneumonia, crises de chiado, otite e diarreia
Bayley Scales of Infant and Toddler Development (Bayley III)
Para a avaliação do desenvolvimento será utilizada a escala Bayley III – Bayley
Scales of Infant and Toddler Development III (Bayley, 2006). A aplicação será realizada
por duas pesquisadoras aptas a aplicação da escala, com Certificado de Curso de
Aplicação da referida escala. A escala será aplicada a cada criança individualmente, em
sala tranquila do ambulatório, com o material apropriado e de acordo com o manual de
administração da Bayley III. Serão avaliados os escores das cinco escalas: cognitiva, de
linguagem, motora, sócio-emocional e de comportamento adaptativo.
O tempo médio de aplicação das escalas cognitiva, linguagem e motora será de 90
minutos de acordo com o manual da Bayley III. As escalas sócio-emocional e de
comportamento-adaptativo serão aplicadas ao cuidador, objetivando a avaliação da
percepção deste em relação às habilidades da criança.
Quanto à pontuação das escalas Bayley III nas áreas cognitiva, de linguagem e
motora, será atribuído o escore um (1) quando a criança cumprir adequadamente a
atividade proposta e zero (0) quando não cumprir. Para que o teste seja continuado, a
criança deverá obter escore (1) nos três primeiros itens correspondentes a sua idade. Se
for obtido escore (0) pela criança em um dos três primeiros itens, o teste deverá ser
14
iniciado novamente no item correspondente a faixa etária anterior. O teste será
interrompido após cinco pontuações (0) consecutivas.
As escalas sócio-emocional e de comportamento adaptativo serão aplicadas ao
cuidador em forma de entrevista no mesmo dia da aplicação das escalas cognitiva, de
linguagem e motora. Na escala sócio-emocional serão possíveis as opções de respostas a
seguir: “não sei informar” (0), “nenhuma das vezes” (1), “algumas das vezes” (2),
“metade das vezes” (3), “maioria das vezes” (4) e “todas as vezes” (5). Na escala de
comportamento adaptativo, as opções de respostas serão: “não realiza” (0), “nunca ou
quase nunca realiza” (1), “algumas vezes” (2), “sempre” (3), “suposição” (não será
pontuado).
O escore bruto será obtido, para cada uma das cinco escalas, através da soma dos
pontos dos itens que a compõe. Como este escore não poderá ser utilizado
comparativamente, uma vez que o número de itens das escalas não são iguais, será
necessária a sua conversão em outra escala de pontos que varia de 1 a 19, com média de
10 e desvio-padrão de 3, de acordo com o manual da Bayley III, obtendo-se assim, o
escore balanceado. Este escore será definido para as escalas cognitiva, linguagem
receptiva, linguagem expressiva, motora fina, motora grossa, socioemocional e
comportamento adaptativo.
Através dos escores balanceados, será determinado o escore composto para as
cinco escalas, que varia de 40 a 160, com média de 100 e desvio-padrão de 15, sendo
expressos em valor absoluto, percentil e intervalo de confiança de 95%. O escore de 100
definirá o desempenho médio de cada faixa etária, e os escores 85 e 115 serão um desvio-
padrão abaixo e acima da média respectivamente, de acordo com o manual da Bayley III.
A avaliação através da aplicação da escala Bayley III, em prematuros com peso
ao nascer inferior a 2000 gramas e idade corrigida entre 18 e 24 meses, será realizada na
presença dos pais ou responsáveis em data previamente agendada. A idade corrigida será
calculada a partir da data provável do parto, data em que a criança completaria 40 semanas
de gestação.
Análise estatística
Tamanho de amostra: serão incluídos no estudo todos os prematuros que
obedecerem aos critérios de inclusão, cujos pais aceitarem participar do estudo.
15
As variáveis numéricas, descritivas das características maternas e das crianças,
serão expressas em média, desvio padrão e mediana e serão comparadas pelo teste de
Mann-Whitney ou teste t, conforme a distribuição. Já as variáveis categóricas serão
expressas em número e porcentagem e feitas comparações por meio do teste Qui-
Quadrado ou do teste exato de Fisher.
Para quantificar o grau de variação dos escores cognitivo, de linguagem, motor,
sócio-emocional e de comportamento-adaptativo em função de fatores que possam
influenciar nos escores de desenvolvimento, será utilizada a regressão linear univariada e
múltipla. Na análise de regressão linear múltipla, serão incluídas as variáveis
clinicamente significantes e/ou com nível de significância estatística (p<0,2), encontrada
na regressão linear univariada. Para estudo das variáveis associadas à chance de atraso no
desenvolvimento, será utilizada a analise de regressão logística univariada e múltipla,
obedecendo aos mesmos critérios utilizados na regressão linear para inclusão de variáveis
independentes nos modelos de regressão logística.
A análise estatística será realizada utilizando-se o Programa SPSS para
Win/v.17.0 e o nível de significância estatística, considerado para os testes, será p<0,05.
16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Adams CD, Hillman N, Gaydos GR. Behavioral difficulties in toddlers: impact of
sociocultural and biological risk factors. J Clin Child Psychol 1994; 23(4):373-81.
Apgar V. A proposal for a new method of evaluation of the newborn infant. Curr Res
Anesth Analg 1953; 32:260-7.
Avery ME, Fletcher BD e Willians RG. Hyaline Membrane Disease. In: Avery ME,
Fletcher BD e Willians RG. The lung and its disordery in the newborn infant, 4. Ed.;
Philadelphia, WB Saunders, 1981. p.222.
Bassler D, Stoll BJ, Schmidt B, Asztalos EV, Roberts RS, Robertson CM, et al. Using a
count of neonatal morbidities to predict poor outcome in extremely low birth weight
infants: added role of neonatal infection. Pediatrics 2009; 123(1):313–18.
Bayley N. Bayley Scales of Infant Development III. San Antonio: The American
Psychologicol Corporation, Harcourt Brace & Company; 2006.
Beck S, Wojdyla D, Say L, Betran AP, Merialdi M, Requejo JH, et al. Worldwide
incidence of preterm birth. Bull World Health Organ 2010; 88:31–8.
Belady PH, Farkouh LJ, gibbs RS. Intra-amniotic infection and premature rupture of the
membranes. Clin Perinatol 1997; 24:43-57.
Blencowe H, Cousens S, Oestergaard MZ, Chou D, Moller AB, Narwal R, et al. National,
regional, and worldwide estimates of preterm birth rates in the year 2010 with time trends
since 1990 for selected countries: a systematic analysis and implications. Lancet 2012;
379:2162–72.
Blencowe H, Vos T, Lee ACC, Philips R, Lozano R, Alvarado MR, et al. Estimates of
neonatal morbidities and disabilities at regional and global levels for 2010: introduction,
methods overview, and relevant findings from the Global Burden of Disease study.
Pediatric Research 2013; 74:4-16.
Blumenthal I. Periventricular leucomalacia: a review. Eur J Pediatr 2004; 163(8):435-42.
17
Caldas CSO, Takano OA, Mello PRB, Souza SC, Zavala AAZ. Desempenho nas
habilidades da linguagem em crianças nascidas prematuras e com baixo peso e fatores
associados. Audiol Commun Res 2014; 19(2):158-66.
Chang HH, Larson, J, Blencowe H, Spong CY, Howson CP, Cairns-Smith S, et al.
Preventing preterm births: analysis of trends and potential reductions with interventions
in 39 countries with very high human development index. Lancet 2013; 381:223–34.
Cunha GS, Filho FM, Ribeiro JD. Fatores maternos e neonatais na incidência de displasia
broncopulmonar em recém nascidos de muito baixo peso. J. Pediatr 2003; 79(6):550-556.
Cunningham FG, Mac Donald PC, Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hankins GDV,
Clark SL. Hypertensive disorders in pregnancy. In: Cunninghan FG, Mac Donald PC,
Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hankins GDV, et al. Williams Obstetrics. 20 th Ed.
United States of América: Apleton & Lange; 1997a. p. 693-74.
Cunningham FG, Mac Donald PC, Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hankins GDV,
Clark SL. Hypertensive disorders in pregnancy. In: Cunninghan FG, Mac Donald PC,
Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hankins GDV, et al. Williams Obstetrics. 20 th Ed.
United States of América: Apleton & Lange; 1997b. p.1125-44.
Cunningham FG, Mac Donald PC, Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hankins GDV,
Clark SL. Hypertensive disorders in pregnancy. In: Cunninghan FG, Mac Donald PC,
Gant NF, Leveno KJ, Gilstrap LC, Hankins GDV. Williams Obstetrics. 20 th Ed. United
States of América: Apleton & Lange; 1997c. p.745-82.
D’Eugenio DB, Slagle TA, Mettelman BB, Gross SJ. Developmental outcome of preterm
infants with transient neuromotor abnormalities. AJDC 1993; 147:570-4.
Fernandes LV, Goulart AL, Santos AMN, Barros MCM, Guerra CC, Kopelman BI.
Neurodevelopmental assessment of very low birth weight preterm infants at corrected age
of 18-24 months by Bayley III scales. J Pediatr (Rio J) 2012; 88(6):471-8.
Formiga CKMR, Linhares MBM. Avaliação do desenvolvimento inicial de crianças
nascidas pré termo. Rev Esc Enferm USP 2009; 43(2):472-80.
18
Goldenberg RL, Culhane JF, Iams JD, Romero R. Epidemiology and causes of preterm
birth. Lancet 2008; 371:75-84.
Graziano RM, Leone CR. Problemas oftalmológicos mais frequentes e desenvolvimento
visual do pré termo extremo. J Pediatr (Rio J) 2005; 81(1)supl.1.
Guerra CC, Barros MC, Goulart AL, Fernandes LV, Kopelman BI, Santos AM.
Premature infants with birth weights of 1500-1999 g exhibit considerable delays in
several developmental areas. Acta Paediatr. 2014;103(1):e1-6
Hack M, Taylor HG. Perinatal brain injury in preterm infants and later neurobehavioral
function. JAMA 2000; 284(15):1973-4.
Halpern R, Giugliani ERJ, Victora CG, Barros FC, Horta BL. Fatores de risco para
suspeita de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses de vida. J Pediatr
(Rio J) 2000; 76(6):421-28.
Hoekstra RE, Ferrara TB, Couser RJ, Payne NR, Connett JE. Survival and long-term
neurodevelopmental outcome of extremely premature infants born at 23-26 weeks'
gestational age at a tertiary center. Pediatrics 2004; 113:e1-e6.
Hogan DP, Park JM. Family factors and social support in the developmental outcomes of
very low-birth weight children. Clin Perinatol 2000; 27(2):433-59.
Horwood LJ, Mogridge N, Darlow BA. Cognitive, educational, and behavioral outcomes
at 7 to 8 years in a national very low birthweight cohort. Arch Dis Child Fetal Neonatal
Ed 1998; 79:F12-F20.
Jeng SF, Hsu CH, Tsao PN, Chou HC, Lee WT, Kao HA et al. Bronchopulmonary
dysplasis predicts adverse development and clinical outcomes in very-low-birth weight
infant. Dev Med Child Neurol 2008; 50:51-7.
Jobe AH, Bancalari E. Bronchopulmonary dysplasia. Am J Respir Crit Care Med 2001;
163:1723-9.
Kelly T, Moore TR. Maternal medical disorders of fetal significance: seizure disorders,
hypertension and isoimmunization. In: Taeusch WH, Ballard RA. Avery´s diseses of the
newborn. 7th ed. Philadelphia: Saunders; 1998. p.78-89.
19
Lansky S, Friche AAL, Silva AAM, Campos D, Bittencourt SDA, Carvalho ML, et al.
Mortalidade neonatal e avaliação da assistência materno-infantil. Cad. Saúde Pública (Rio
de Janeiro) 2014; 30 Sup:S192-S207.
Lorenzi DRS, Tanaka ACA, Bozzetti MC, Ribas FE, Weissheimer L. A natimortalidade
como indicador de saúde perinatal. Cad. Saúde Pública 2001; 17(1):141-6.
Méio MDBB, Lopes CS, Morsch DS. Fatores prognósticos para o desenvolvimento
cognitivo de prematuros de muito baixo peso. Rev Saúde Pública 2003; 37(3):311-8.
Miller MJ, Martin RJ. Respiratory disorders in preterm and term infants. In: Fanaroff AA
MR, editor. Neonatal-perinatal medicine: diseases of the fetus and infants. St. Louis:
Mosby, 1997:1040-65.
Miranda LP, Resegue R, Figueiras ACM. A criança e o adolescente com problemas do
desenvolvimento no ambulatório de pediatria. J Pediatr (Rio J) 2003; 79 supl 1:S33-42.
Moore T, Johnson S, Haider S, Hennessy E, Marlow N. Relationship between test
scores using the second and third editions of the Bayley Scales in extremely preterm
children. J Pediatr 2012;160:553-8.
Moura-Ribeiro MVL. Meningite bacteriana aguda no período neonatal. In: Cypel DA.
Neurologia Infantil 3ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1996.p.774-77.
Mwaniki MK, Atieno M, Lawn JE, Newton CR. Long-term neurodevelopmental
outcomes after intrauterine and neonatal insults: a systematic review. Lancet 2012;
379:445–52.
National Diabetes Data Group. Classification and diagnosis of mellitus and other
categories of glucose intolerance. Diabetes Care 1979; 28:1039-57.
Papile L, Burstein J, Burstein R, Koffer H. Incidence and evolution of subpendymal and
intraventricular hemorrage: a study of infants with birth weighs less than 1500g. J Pediatr
1978; 92:529-34.
Resegue R, Puccini RF, Silva EMK. Fatores de risco associados a alterações no
desenvolvimento da criança. Pediatria (São Paulo) 2007; 29:117-28.
20
Roth SC, Baudin J, Pezzani-Goldsmith M, Townsend J, Reynolds EOR, Stewart AL.
Relation between neurodevelopmental status of very preterm infants at one and eight
years. Dev Med Child Neurol 1994;36(12):1049-62.
Saez-Llorens X, Mc Cracken JGH. Sepsis syndrome and septic shock in pediatrics:
current concepts of terminology, pathophysiology and management. J Pediatr 1993;
123:497-508.
Schlapbach LJ, Adams M, Proietti E, Aebischer M, Grunt S, Borradori-Tolsa C, et al.
Outcome at two years of age in a Swiss national cohort of extremely preterm infants born
between 2000 and 2008. BMC Pediatrics 2012; 12:198-210.
Schlapbach LJ, Ersch J, Adams M, Bernet V, Bucher HU, Latal B. Impact of
chorioamnionitis and preeclampsia on neurodevelopmental outcome in preterm, infants
below 32 weeks gestational age. Acta Paediatrica 2010 99:1504-9.
Silva CA, Brusamarello S, Cardoso FGC , Adamczyk NF, Neto FR. Desenvolvimento de
prematuros com baixo peso ao nascer nos primeiros dois anos de vida. Rev Paul Pediatr
2011; 29(3):328-35.
Silva JLP. Rotura Prematura de Membranas. In: Neme B. Obstretrícia Básica. 2a ed. São
Paulo: Sarvier; 2000. p.617-26.
Silveira KA, Enumo SRF. Riscos biopsicossociais para o desenvolvimento de crianças
prematuras e com baixo peso. Paidéia 2012; 22(53):335-45.
Silveira RC, Procianoy RS. High plasma cytokine levels, white matter injury and
neurodevelopment of high risk preterm infants: Assessment at two years. Early Hum
Dev 2011;87:433-7.
The Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Melitus. Report
of The Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus.
Diabetes Care 1997; 20:1183-97.
UNICEF BRASIL. Pesquisa para estimar a prevalência de nascimentos pré-termo no
Brasil e explorar possíveis causas, 2013.
21
Vohr BR, O'Shea M, Wright LL. Longitudinal multicenter follow-up of high-risk
infants: why, who, when, and what to assess. Semin Perinatol 2003;27:333-42.
Vohr BR, Wright LL, Dusick AM, Mele L, Verter J, Steichen JJ, et al.
Neurodevelopmental and functional outcomes of extremely low birth weight infants in
the national Institute of Child Health and Human Development Neonatal Research
Network, 1993-1994. Pediatrics 2000; 105(6):1216-26.
Volpe JJ. Neonatal seizures. In: Volpe JJ. Neurology of the newborn. 5th ed. Pensylvania:
Saunders; 2000.p.172-207.
Walsh M, Kliegman R. Necrotizing enterocolites: treatment based on staging criteria.
Pediatr Clin North Am 1986; 33:179-201.