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Martyn Lloyd-Jones (1899-1981) Lloyd-Jones foi um fenômeno no movimento evangélico inglês do século XX. Enquanto estudava medicina em Londres, Martyn Lloyd- Jones esteve sob a orientação do famoso Sir Thomas Horder, o médico da corte real britânica. Horder tinha uma abordagem peculiar de diagnóstico, baseada no método socrático: reunir os fatos e raciocinar sobre eles até alcançar uma conclusão. Lloyd- Jones utilizou essa abordagem como o alicerce de sua pregação e trabalho pastoral, ao tratar dos males espirituais das pessoas. Assim, propôs o desafio de que se pensasse a fé evangélica e suas implicações para a Igreja e o mundo. Sendo designado em 1922 assistente de Horder, o Dr. Jones logo percebeu que estava mais interessado nas necessidades espirituais das pessoas do que nas doenças físicas. Com 27 anos, sem nenhum preparo teológico, tornou-se pastor. Sua marca: ganhar as pessoas para Cristo através da pregação do Evangelho - sem tentar atraí-los com atividades sociais, mas refletindo com os ouvintes acerca da razoabilidade da fé cristã. Lloyd-Jones enfatizava a importância do poder do Espírito Santo: "Se não há poder, não é pregação. A verdadeira pregação, no fim das contas, é Deus atuando. Não se trata de um homem meramente articulando palavras, mas Deus usando-o." Ele mesmo, como pregador, possuía eloqüência, força e paixão, ao passo que negava o rótulo de "apresentador". Mesmo sendo um avivalista, Lloyd-Jones nunca aceitou extremismos quanto à atuação do Espírito Santo, e nunca chegou a adotar uma posição carismática quanto aos dons espirituais. O pregador doutor nunca concordou com o método evangelístico de empreender grandes cruzadas para milhares de pessoas. Seus motivos: desconfiava dos resultados a longo prazo e rejeitava a abordagem "técnica" do evangelista. Na verdade, o próprio Lloyd- Jones nunca fazia o apelo para que os ouvintes se convertessem,

Martyn Lloyd

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BIOGRAFIA

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Martyn Lloyd-Jones (1899-1981)

Lloyd-Jones foi um fenmeno no movimento evanglico ingls do sculo XX. Enquanto estudava medicina em Londres, Martyn Lloyd-Jones esteve sob a orientao do famoso Sir Thomas Horder, o mdico da corte real britnica. Horder tinha uma abordagem peculiar de diagnstico, baseada no mtodo socrtico: reunir os fatos e raciocinar sobre eles at alcanar uma concluso. Lloyd-Jones utilizou essa abordagem como o alicerce de sua pregao e trabalho pastoral, ao tratar dos males espirituais das pessoas. Assim, props o desafio de que se pensasse a f evanglica e suas implicaes para a Igreja e o mundo.

Sendo designado em 1922 assistente de Horder, o Dr. Jones logo percebeu que estava mais interessado nas necessidades espirituais das pessoas do que nas doenas fsicas. Com 27 anos, sem nenhum preparo teolgico, tornou-se pastor. Sua marca: ganhar as pessoas para Cristo atravs da pregao do Evangelho - sem tentar atra-los com atividades sociais, mas refletindo com os ouvintes acerca da razoabilidade da f crist.

Lloyd-Jones enfatizava a importncia do poder do Esprito Santo: "Se no h poder, no pregao. A verdadeira pregao, no fim das contas, Deus atuando. No se trata de um homem meramente articulando palavras, mas Deus usando-o." Ele mesmo, como pregador, possua eloqncia, fora e paixo, ao passo que negava o rtulo de "apresentador". Mesmo sendo um avivalista, Lloyd-Jones nunca aceitou extremismos quanto atuao do Esprito Santo, e nunca chegou a adotar uma posio carismtica quanto aos dons espirituais.

O pregador doutor nunca concordou com o mtodo evangelstico de empreender grandes cruzadas para milhares de pessoas. Seus motivos: desconfiava dos resultados a longo prazo e rejeitava a abordagem "tcnica" do evangelista. Na verdade, o prprio Lloyd-Jones nunca fazia o apelo para que os ouvintes se convertessem, mas esperava que, aps o sermo, fosse procurado pelos que enfrentavam problemas em sua vida espiritual.

Uma das suas contribuies para o movimento evanglico atual foi sua crtica ao secularismo/mundanismo, isto , a tendncia da Igreja de tornar-se semelhante ao mundo. Assim como os israelitas (que deveriam ser luz para os gentios) precisavam ser diferentes dos gentios em sua maneira de vestir, enfeitar-se, comer, praticar sua religio e outros aspectos culturais, a Igreja no deve vestir o manto do mundanismo nem mesmo a pretexto de atrair novos crentes: "Nosso Senhor atraa os pecadores porque Ele era diferente. Aproximavam-se dEle porque sentiam haver nEle algo diferente... E o mundo sempre espera que sejamos diferentes. Essa idia de que poderemos ganhar pessoas para a f crist, se lhes mostrarmos que, afinal de contas, somos notavelmente parecidos com elas um erro profundo, do ponto de vista teolgico e psicolgico".

Dedicou grande parte do final dos seus dias publicao de livros e a visitar pequenas igrejas, encorajando-as. A maioria dos seus ttulos traduzidos para o portugus foram publicados pela editora PES (Publicaes Evanglicas Selecionadas).