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Masculinidades disponíveis.com Sobre como dizer-se homem gay no ciberespaço Luiz Felipe Zago, Fernando Seffner Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRGS Masculinidade; corpo; internet ST 09 - Discursos, políticas e representações no masculino O disponivel.com i é um sítio de relacionamentos voltado para o público gay onde os internautas podem, mediante pagamento ou gratuitamente ii , criar pequenas narrativas de si, criar um apelido para serem identificados online iii , bem como elaborar títulos para suas páginas pessoais, definir seus hobbies, selecionar fotografias e vídeos e publicá-los na web iv . O sítio tem uma preocupação com políticas de afirmação da identidade gay e com a cidadania LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) ao associar-se com uma publicação voltada para este público (A Capa), ao manter parceria com organizações do movimento social (Grupo Estruturação), ao promover campanhas de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, HIV/Aids e ao veicular publicidade de outros espaços de sociabilidade do público gay. É importante falar de sua abrangência: segundo um de seus administradores, já existem cerca de quatrocentos mil usuários de seus serviços. Faço aqui uma breve discussão sobre os dez perfis mais visitados mensalmente do sítio entre os meses de julho de 2007 e janeiro de 2008. O que me instigou a estudar os perfis mais visitados do disponivel.com foi, sem dúvida, a hierarquização intrínseca da expressão top 10. Do Inglês, “os dez mais”, os top do disponivel.com são os dez perfis mais visitados, em números contabilizados a cada dia pelo próprio servidor do sítio v . Vi que os usuários que se mantinham no ranking conseguiam produzir um adensamento peculiar de atributos de masculinidade muito desejados. Além disso, o apelo político de afirmação da identidade gay ao qual aderem o disponivel.com e o movimento LGBT brasileiro fica tensionado quando contrastado com os modos de ser homem gay postos nos perfis mais acessados do sítio. Por estes motivos existe aqui um conjunto de estranhamentos que me movem a pensar: por que aquelas páginas, por que motivo aqueles perfis – e não outros – são os mais visitados? Como mapear as descrições de corpo e gênero mais visitadas do disponivel.com ? Quais são os traços marcantes dos modos de ser homem gay postos nos perfis mais acessados? Como se produzem as representações de corpo dos mais acessados? Quais são as tensões presentes nas afirmações sobre identidade sexual (gay) e identidade de gênero (masculinidade)?

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Masculinidades disponíveis.com

Sobre como dizer-se homem gay no ciberespaço Luiz Felipe Zago, Fernando Seffner Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRGS Masculinidade; corpo; internet ST 09 - Discursos, políticas e representações no masculino

O disponivel.comi é um sítio de relacionamentos voltado para o público gay onde os

internautas podem, mediante pagamento ou gratuitamenteii, criar pequenas narrativas de si, criar um

apelido para serem identificados onlineiii, bem como elaborar títulos para suas páginas pessoais,

definir seus hobbies, selecionar fotografias e vídeos e publicá-los na webiv. O sítio tem uma

preocupação com políticas de afirmação da identidade gay e com a cidadania LGBT (lésbicas, gays,

bissexuais e transgêneros) ao associar-se com uma publicação voltada para este público (A Capa),

ao manter parceria com organizações do movimento social (Grupo Estruturação), ao promover

campanhas de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, HIV/Aids e ao veicular

publicidade de outros espaços de sociabilidade do público gay. É importante falar de sua

abrangência: segundo um de seus administradores, já existem cerca de quatrocentos mil usuários de

seus serviços.

Faço aqui uma breve discussão sobre os dez perfis mais visitados mensalmente do sítio entre

os meses de julho de 2007 e janeiro de 2008. O que me instigou a estudar os perfis mais visitados

do disponivel.com foi, sem dúvida, a hierarquização intrínseca da expressão top 10. Do Inglês, “os

dez mais”, os top do disponivel.com são os dez perfis mais visitados, em números contabilizados a

cada dia pelo próprio servidor do sítiov. Vi que os usuários que se mantinham no ranking

conseguiam produzir um adensamento peculiar de atributos de masculinidade muito desejados.

Além disso, o apelo político de afirmação da identidade gay ao qual aderem o disponivel.com e o

movimento LGBT brasileiro fica tensionado quando contrastado com os modos de ser homem gay

postos nos perfis mais acessados do sítio.

Por estes motivos existe aqui um conjunto de estranhamentos que me movem a pensar: por

que aquelas páginas, por que motivo aqueles perfis – e não outros – são os mais visitados? Como

mapear as descrições de corpo e gênero mais visitadas do disponivel.com? Quais são os traços

marcantes dos modos de ser homem gay postos nos perfis mais acessados? Como se produzem as

representações de corpo dos mais acessados? Quais são as tensões presentes nas afirmações sobre

identidade sexual (gay) e identidade de gênero (masculinidade)?

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O conjunto de informações publicadas nas páginas pessoais criadas pelos usuários dos

serviços do sítio (apelido, títulos das páginas pessoais, as pequenas narrativas de si, os dados de si,

as figuras, as fotografias e os vídeos) produz um currículo sobre seus corpos, suas masculinidades e

suas sexualidades, constituindo aquilo que chamo de perfil online do internauta.

Guacira Lopes Louro defende uma perspectiva social, histórica e política para a constituição

daquilo que entendemos como os modos de ser homem e os modos de ser mulher. Louro diz que “o

conceito [de gênero] pretende se referir ao modo como as características sexuais são compreendidas

e representadas” (LOURO, 2003, p. 22), o que também supõe que as próprias características sexuais

corpóreas são descritas e produzidas dentro de uma determinada cultura. “O conceito passa a ser

usado com um forte apelo relacional – já que é no âmbito das relações sociais que se constroem os

gêneros” (LOURO, 2003, p. 22). Esta postura não supõe a idéia de que as masculinidades e as

feminilidades se constituam uma em oposição à outra, mas que uma se constitui em dependência da

outra.

Para Robert Connell, masculinidade significa “uma configuração de prática em torno da

posição dos homens na estrutura das relações de gênero” (CONELL, 1995, p.188). Mas devemos

lembrar que os próprios sujeitos reconhecidos como ‘homens’, ou seja, o próprio corpo nomeado e

reconhecido como masculino também é produto de uma construção histórica. Por isso, Connell diz

que:

No gênero, a prática social se dirige aos corpos. Através dessa lógica, as masculinidades são corporificadas, sem deixar de ser sociais. Nós vivenciamos as masculinidades (em parte) por tensões musculares, posturas, habilidades físicas, formas de nos movimentar e assim por diante. (idem, p. 189).

Quero usar o termo masculinidade no plural, como ‘masculinidades’, porque quero

sublinhar a (co)existência de mais de um tipo de masculinidade, e que um mesmo sujeito pode

pertencer simultaneamente a mais de uma modalidade de masculinidade. Também quero sublinhar

que a experiência da homossexualidade é uma das múltiplas formas de ser homem. Connell

esclarece que “diferentes masculinidades são produzidas no mesmo contexto social; as relações de

gênero incluem relações entre homens, relações de dominação, de marginalização e de

cumplicidade” (idem). Diferentes masculinidades produzem diferentes sujeitos, que ocupam lugares

sociais diferenciados. Michael Kimmel aponta para o fato de que

Dentro da cultura dominante, a masculinidade que define os [homens] brancos, de classe média, adultos jovens heterossexuais, é o modelo que estabelece os standards para outros homens, a base a partir da qual se medem outros varões e aos que, mais comumente que se acredita, eles aspiram. [...] A definição hegemônica da virilidade é um homem no poder, um homem com o poder e um homem de poder. (KIMMEL, 1997, p.50-51) [grifos do autor].

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Vale ressaltar aqui que os corpos só são compreensíveis depois que a cultura inscreve neles

categorias de inteligibilidade, entre elas a do gênero. Os corpos são investidos de significados

dentro da cultura na qual emergem e, como diz Judith Butler, os discursos que ao mesmo tempo

explicam os corpos também os habitam e se acomodam neles (BUTLER, 2007). Corpos descritos,

reconhecidos e nomeados usando uma linguagem culturalmente construída, a partir de campos de

saber que lutam politicamente para reivindicar o direito do dizer verdadeiro sobre os corpos. Por

quê? Louro diz que “o que se enfatiza são os processos e as práticas discursivas que fazem com que

aspectos dos corpos se convertam em definidores de gênero e de sexualidade e, como conseqüência,

acabem por se converter em definidores dos sujeitos” (LOURO, 2004, p. 80). E os corpos

adquirirem a centralidade de locus de causa e efeito das masculinidades.

Se as práticas sexuais entre homens ocupam culturalmente o espaço do desvio, ou seja, se a

sexualidade é a instância produtora de diferenças entre homens gays e homens heterossexuais na

tríade sexo-gênero-sexualidade, será no sexo (corpo) e no gênero (masculinidades) que os homens

gays vão investir para requisitar sua ‘igualdade’ com os demais. Os gêneros, assim como os corpos,

tornam-se arena de luta política pela afirmação das masculinidades.

“Costurados” às representações de masculinidade, os indivíduos investem no processo de

identificação constante com os modos de ser homem numa determinada cultura e num determinado

período histórico. São necessárias marcações simbólicas e parâmetros culturais – ambos

contingentes – para alguém reconhecer-se como homem e para que seu corpo seja compatível com

as idéias históricas de masculinidades. Os sujeitos são chamados a se identificar com esse horizonte

normativo de modos de ser homem ou com essa moldura de representações de masculinidades

produzidos dentro de uma determinada cultura: são as masculinidades disponíveis. Identidades de

gênero aparecem, sobretudo, através de comparações, os internautas descrevem a si próprios e em

seguida dizem buscar outros sujeitos ‘iguais’ a eles. Isso aparece em frases como

‘ACTIVEMANOFMS’ mostra em textos de dezembro de 2007:

Sobre mim: SOU UM CARA SIMPLES E SEM FRESCURA QUE CURTE UMA BOA FODA COM OUTRO MACHO. SE VOCÊ É COMO EU ME ESCREVA, DO CONTRÁRIO, NÃO INSISTA! Procuro por: SE VOCÊ PENSA COMO EU É SÓ ENTRAR EM CONTATO.

No perfil de outros usuários, aparece uma característica das masculinidades gays que diz

respeito à ‘discrição’, característica essa que o internauta associa si mesmo e aquilo que ele diz

buscar em outro homem Em ‘ctfrj’, em setembro de 2007:

Sobre mim:

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Sou discreto e procuro pessoas discretas Tb. Procuro por: Sou uma pessoa simples e curto pessoas simples.

Em “sexboyzs’, em janeiro de 2008:

Procuro por: UM CARA QUE EU CONSIDERE GOSTOSO, QUE SEJA PASSIVO (...) NÃO SEJA FRESCO (...) SE FOR EFEMINADO QUE SEJA DISCRETO.

Em ‘2rj’, em novembro de 2007:

Procuro por: QUEREMOS CARAS DISCRETOS

Em ‘MorenodeBh1972’:

Procuro por: Frescos em geral e só ativos nem precisam escrever. Gordos, mais que cinqüenta anos, e muito magros, só mesmo conhecendo. . .

Com esses exemplos, nota-se que cada internauta busca palavras, termos, idéias ou

características arbitrariamente atribuídas às masculinidades para servir de identidade para si e

também para os demais. Essas características, portanto, são algo que vão fazer convergir diferentes

masculinidades para um ponto em comum, ou que vão pôr em paralelo diferentes formas de ser

homem.

Como escreve Louro: “Experimentações empreendidas no ‘território’ da sexualidade

acabam por ter efeitos no âmbito do gênero” (LOURO, 2005, p.8), de maneira que as diferenças no

‘território’ da sexualidade (ser homossexual, por exemplo) servem para questionar identidades do

‘território’ dos gêneros (pode um gay continuar sendo homem?). “Basta lembrar quão

freqüentemente se atribui a um homem homossexual a qualificação de ‘mulherzinha’ ou se supõe

que uma mulher lésbica seja uma mulher-macho” (idem). O perigo constante da confusão das

fronteiras de gênero ou a dúvida sobre suas masculinidades faz com que apareçam nos textos dos

perfis analisados frases como a do usuário ‘ctfrj’ em outubro de 2007:

Sobre mim: Sou discreto e procuro pessoas discretas tb. Nao curto afeminados, só MACHOS E ATIVOS. Procuro por: AVISO AOS PASSIVOS E VERSATEIS QUE DIZEM QUE FAZEM ATIVO MAS NA HORA H ADORAM VIRAR A BUNDA (QUAL A VERGONHA DE ASSUMIR E DIZER QUE É PASSIVO???) E TB AOS AFEMINADOS: NAO TERAO CHANCE COMIGO PORTANTO POUPEM MEU TEMPO E O DE VCS. Procuro HOMEM MACHO E ATIVO. . . NAO AOS AFEMINADOS!!!

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Nesse trecho se vê claramente a proposta de Kimmel de diferentes masculinidades sendo

produzidas em um mesmo contexto social. Existem, no excerto recém trazido pelo usuário ‘ctfrj’,

pelo menos quatro modos de ser homem: a) “passivos”; b) “versáteis que dizem que fazem ativo,

mas que na hora H adoram virar a bunda”; c) “afeminados”; d) “homem macho ativo”. Frases

taxativas, que objetiva e claramente interditam condutas e comportamentos (neste caso, o prazer

anal receptivo, a prática sexual passiva) que possam borrar os limites entre as masculinidades e as

feminilidades servem de exemplo para importantes marcações de identidade, quando se lê no texto

“sou discreto e procuro por pessoas discretas também”. Mas também servem de exemplo para tão

importantes marcações de diferenças, como no trecho “procuro homem macho e ativo... NÃO AOS

AFEMINADOS!!!”, que pela ordem dos elementos da frase se supõe que existam dois domínios

opostos, um habitado pelos ‘homens machos e ativos’ e outro (densamente) povoado pelos homens

abjetos (BUTLER, 2007) ‘passivos, falsos versáteis dissimulados e afeminados’. Antípodas

incomunicáveis? Talvez, mas é mais interessante pensar que um se faz necessário ao outro para

afirmar-se e, no limite, para existir.

A compreensão dos corpos entre os dez perfis mais acessados só se dá mediante a

incorporação, acomodação e expressão de discursos produtores de gênero e de sexualidade capazes

de subscrever a excelência dos mesmos corpos – e dos sujeitos representados por eles. O corpo diz

do sujeito ao mesmo tempo que o sujeito diz do seu corpo: publicar partes específicas do corpo,

referenciá-las nos textos escritos, fotografá-las e gravá-las são iniciativas que compõem as

masculinidades no disponivel.com como forma de o internauta explicar seu corpo (descrever

detalhadamente partes específicas, narrar viva e pormenorizadamente suas práticas sexuais, registrá-

las e publicá-las), mas também como tentativa de fazer com que seu corpo transforme-se em signo

de sua subjetividade masculina (ao descrever as partes de seus corpos e as práticas sexuais ligadas a

elas, o internauta coloca sua masculinidade como ‘causa’ da sua constituição corpórea e do uso

dela).

A maioria das asserções sobre masculinidades gays dos dez perfis mais acessados do sítio

reitera, requisita, demanda e valoriza a dita ‘discrição’, o recorrente ‘sigilo’, o que num primeiro

momento supõe apagamento da identidade gay. Quanto mais ‘discreto’, mais ‘homem’; quanto mais

‘discreto’, mais ‘macho’. Entretanto, a grande maioria dos perfis traz informações em que seus

donos se reconhecem voluntariamente como homossexuais, e um bom número deles afirma e

mostra, através de textos, fotos e vídeos, que mantêm relacionamentos afetivos/sexuais estáveis

com outros homensvi.

Portanto, o ‘sigilo’ e a ‘discrição’ não pressupõem necessariamente um apagamento de sua

sexualidade, mas sim uma recusa generalizada da dúvida sobre sua masculinidade. Um homem que

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não seja ‘discreto’ é um homem afeminado, que ostenta traços femininos. Um homem afeminado,

para os usuários do disponivel.com, experimenta um decréscimo de gênero, uma inferiorização,

uma perda, uma depreciação do valor de sua masculinidade em relação aos demais. Esta

inferiorização e depreciação estão diretamente ligadas às concepções culturais das feminilidades.

Estamos falando aqui de tensões entre os domínios culturais atribuídos às feminilidades e os

domínios atribuídos às masculinidades que têm a ver, sim, com as sexualidades, mas antes de mais

nada têm a ver com gênero. Estamos também falando de tensões entre as várias formas de ser

homem na sociedade contemporânea.

No epicentro dos enunciados sobre gênero o que está sendo intensamente negociado é a

atribuição de valor às masculinidades publicadas, pois existe uma exposição exacerbada dos corpos,

e esses corpos são a arena em que as masculinidades são disputadas. Secundariamente são

apresentadas preocupações em torno da prática homossexual em si. A problemática nevrálgica para

os top está no intermitente processo de diferenciação entre as várias masculinidades, e entre

masculinidades em relação às feminilidades. Há nos perfis pesquisados, de maneira recorrente e

taxativa, a clara reprovação de certas condutas e de certos sujeitos que podem ter sua construção de

gênero posta em dúvida, como é o caso dos homens afeminados, mas também o caso dos muito

gordos, ou dos muito magros, ou daqueles cujo pênis é muito pequeno, ou dos muito velhos. Porque

essas características vão fazer soçobrar os atributos densamente valorados das masculinidades

socialmente aceitas e celebradas. Para os internautas, ser homem gay não é um problema; para eles

a questão principal é ser homem.

Referências:

BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo, In: LOURO, G. ;

O Corpo Educado. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p.153-172.

CONNELL, Robert W. Políticas de Masculinidade. In: Educação e Realidade. Porto Alegre:

Editora da UFRGS, 1995. p. 185-206.

KIMMEL, Michael. Homofobia, temor vergüenza y silencio em la identidad masculina. In:

Isis Internacional Ediciones de las mujeres nº 24.1997. p. 49-62.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade e Educação – Uma perspectiva pós-

estruturalista. Petrópolis: Vozes. 2003.

LOURO, Guacira. Um corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo

Horizonte: Autêntica. 2004.

LOURO, Guacira. Heteronormatividade e homofobia. (mimeo). Notas para a conferência de

abertura do I Simpósio Paraná - São Paulo de Sexualidade e Educação Sexual. 2005.

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i Para acessar o sítio http://www.disponivel.com. Uso o recurso sublinhado para destacar o endereço do sítio ao longo do texto. ii Ao optar pelo pagamento, o usuário chamado basic (não assinante) passa a ser usuário gold (assinante). A possibilidade de pagamento dos serviços dá aos assinantes uma maior variedade de ferramentas de interação com os demais usuários e indica múltiplas possibilidades de aquisição do bem simbólico do sítio. Também aponta para marcações de classe, de renda e de autonomia (possuir cartão de crédito ou efetuação do pagamento pelo próprio usuário usando boleto bancário) que os sujeitos têm ao assinar os serviços. iii Uso aqui a expressão “online” para me referir a todos os tipos de conteúdo publicados na internet, de modo que a expressão adquire apenas sentido descritivo. iv Uso aqui a expressão “web” como sinônimo de internet ou rede mundial de computadores. v O usuário com o maior número de acessos chega a contabilizar mais de 1.667.000 visitas em 15 de junho de 2008. vi São os casos dos usuários ‘2rj’, ‘Morenodebh1972’, ‘Somos2safados’, ‘turbinadodf’, ‘kctudinho’ e ‘duplazsul’.