31
MAT140 - C´ alculo I 6 de novembro de 2015 MAT140 - C´ alculo I UFV

MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

MAT140 - Calculo I

6 de novembro de 2015

MAT140 - Calculo I UFV

Page 2: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Considere a ilustracao abaixo

MAT140 - Calculo I UFV

Page 3: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Sejam f uma funcao derivavel em x = c e r a reta tangente ao grafico

de f no ponto de abscissa x = c . Note que a concavidade do grafico de f

esta voltada para cima e a reta tangente esta localizada abaixo do grafico

da funcao f para qualquer x pertencente a um intervalo aberto contendo

c .

A equacao da reta tangente e dada por

y = f ′(c)(x − c) + f (c)

= f ′(c)x + [f (c)− cf ′(c)]

Isso nos motiva a seguinte definicao:

MAT140 - Calculo I UFV

Page 4: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Definicao

Seja f uma funcao derivavel em um ponto c de seu domınio. O grafico

de f e concavo para cima em c se existir um intervalo aberto

I ⊂ Dom(f ) contendo c tal que

f (x) > f ′(c)(x − c) + f (c), para todo x ∈ I \ {c}.

Geometricamente, o grafico de uma funcao f e concavo para cima em

um ponto c se a reta tangente em c esta localizada abaixo do grafico da

funcao em uma vizinhanca do ponto c .

MAT140 - Calculo I UFV

Page 5: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

De maneira analoga, define-se concavidade para baixo

MAT140 - Calculo I UFV

Page 6: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Definicao

Seja f uma funcao derivavel em um ponto c de seu domınio. O grafico

de f e concavo para baixo em c se existir um intervalo aberto

I ⊂ Dom(f ) contendo c tal que

f (x) < f ′(c)(x − c) + f (c), para todo x ∈ I \ {c}.

Geometricamente, o grafico de uma funcao f e concavo para baixo em

um ponto c se a reta tangente em c esta localizada acima do grafico da

funcao em uma vizinhanca do ponto c .

MAT140 - Calculo I UFV

Page 7: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Sejam f , g : R→ R definidas por

f (x) = x2 e g(x) = −x2.

O grafico de f e concavo para cima em x = 0 e o grafico de g e cocavo

para baixo em x = 0. De fato, a equacao da reta tangente ao grafico de

f e g e dada por y = 0. Alem disso,

f (x) > y = 0, x ∈ R \ {0}

e

g(x) < y = 0, x ∈ R \ {0}

MAT140 - Calculo I UFV

Page 8: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: Grafico Concavo para Baixo

MAT140 - Calculo I UFV

Page 9: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: Grafico Concavo para Cima

MAT140 - Calculo I UFV

Page 10: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Verificar que o grafico de uma funcao e concavo para baixo ou para cima em

determinado ponto pode ser extremamente difıcil e trabalhoso utilizando

apenas a definicao.

Apresentaremos um resultado que estabelece uma relacao entre a

concavidade do grafico de uma funcao com o sinal da segunda derivada

da mesma, desde que esta satisfaca certas condicoes.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 11: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Teorema

Seja f uma funcao diferenciavel em algum intervalo aberto contendo c.

Entao

(i) Se f ′′(c) > 0, o grafico de f e concavo para cima em (c , f (c));

(ii) Se f ′′(c) < 0, o grafico de f e concavo para baixo em (c , f (c)).

MAT140 - Calculo I UFV

Page 12: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Seja f : R→ R dada por f (x) = x3 − 6x2 + 9x + 1. Determinaremos os

intervalos onde o grafico de f e concavo para baixo e intervalos onde e

concavo para cima.

Como f e derivavel em todos os pontos do seu domınio, basta estudar o

sinal da segunda derivada. Uma vez que

f ′(x) = 3x2 − 12x + 9

f ′′(x) = 6x − 12,

segue que f ′′(x) > 0 se, e somente se, 6x − 12 > 0, ou seja, x > 2 e

f ′′(x) < 0 se, e somente se, x < 2. Desta forma, o grafico de f e concavo

para cima no intervalo (2,+∞) e e concavo para baixo no intervalo

(−∞, 2).

MAT140 - Calculo I UFV

Page 13: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: Grafico da funcao f (x) = x3 − 6x2 + 9x + 1.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 14: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Seja f : R→ R dada por f (x) = e−x2

2 . Esta funcao e a composicao de

duas funcoes derivaveis. Assim, f e derivavel. Daı, para estudar a

concavidade do grafico de f , basta analisar o sinal da segunda derivada.

f ′(x) = −xe−x2

2

f ′′(x) = −(e−x2

2 − x2e−x2

2 ) = (x2 − 1)e−x2

2 .

Uma vex que e−x2

2 > 0 para todo x ∈ R, o sinal de f ′′(x) coincide com o

sinal de g(x) = x2 − 1 cujo grafico ja conhecemos e sabemos estudar o

seu sinal.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 15: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Assim,

f ′′(x) > 0 para x ∈ (−∞,−1) ∪ (1,+∞)

e

f ′′(x) < 0 para x ∈ (−1, 1).

Logo, o grafico de f e concavo para cima em (−∞,−1) ∪ (1,∞) e

concavo para baixo em (−1, 1).

MAT140 - Calculo I UFV

Page 16: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: Grafico da funcao f (x) = e−x2/2.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 17: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Definicao

Diremos que o ponto (c , f (c)) e um ponto de inflexao do grafico da

funcao f se existir reta tangente neste ponto e existir um intervalo aberto

I contendo c , tal que se x ∈ I , entao

(i) Se f ′′(x) < 0 se x < c e f ′′(x) > 0 se x > c , ou

(ii) Se f ′′(x) > 0 se x < c e f ′′(x) < 0 se x > c .

Desta forma, um ponto (c , f (c)) e ponto de inflexao se existe reta tangente

neste ponto e o grafico de f troca de concavidade neste ponto.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 18: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Seja h : R→ R funcao definida por{4− x2 se x ≤ 1

2 + x2 se x > 1.

A funcao h e contınua em x = 1, mas nao e derivavel em x = 1.

(Verifique!) Observe que

h′′(x) = −2 < 0, para x < 1

e

h′′(x) = 2 > 0, para x > 1.

Apesar do grafico mudar de concavidade no ponto de abscissa x = 1,

este ponto nao e de inflexao uma vez que nao existe reta tangente neste

ponto.MAT140 - Calculo I UFV

Page 19: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: Grafico da funcao h.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 20: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Seja f : R→ R dada por f (x) = x3 − 6x2 + 9x + 1. Vimos anteriormente

que o grafico de f

e concavo para cima no intervalo (2,+∞) e

e concavo para baixo no intervalo (−∞, 2).

Alem disso, existe reta tangente ao grafico da funcao no ponto de

abscissa x = 2, visto que a mesma e derivavel neste ponto. Logo, o

ponto (2, 3) e um ponto de inflexao.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 21: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: O ponto (2, 3) e um ponto de inflexao.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 22: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Seja f : R→ R dada por f (x) = e−x2

2 . Vimos anteriormente que o

grafico de f

e concavo para cima em (−∞,−1) ∪ (1,∞) e

e concavo para baixo em (−1, 1).

Como a funcao e derivavel nos pontos de abscissa x = −1 e x = 1 e o

grafico de f muda de concavidade nestes pontos, temos que os mesmos

sao pontos de inflexao.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 23: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: Os pontos (−1, e−1/2) e (1, e−1/2) sao pontos de inflexao.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 24: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Teorema

Seja f uma funcao derivavel em um intervalo contendo c . Se (c , f (c)) for

um ponto de inflexao do grafico de f e se f ′′(c) existe, entao f ′′(c) = 0.

Observacao

A recıproca do teorema nao e verdadeira, ou seja, se f ′′(c) = 0, nao

temos necessariamente que (c , f (c)) e ponto de inflexao.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 25: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Seja f : R→ R definida por f (x) = x4. Observe que f ′′(x) = 12x2.

Desta forma, f ′′(x) = 0 em x = 0, mas x = 0 nao e ponto de inflexao,

pois o grafico de f nao muda de concavidade em x = 0, uma vez que

f ′′(x) ≥ 0, para todo x ∈ R.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 26: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: Grafico da funcao f (x) = x4.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 27: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Vimos anteriormente, que sob certas condicoes, e possıvel dizer se

determinado ponto crıtico e maximo ou mınimo relativo utilizando o teste

da primeira derivada. Para isso e necessario estudar o sinal da primeira

derivada. Estudar o sinal da primeira derivada pode ser um trabalho

relativamente difıcil. Desta maneira, pode ser conveniente em alguns

casos aplicar um outro resultado para estabelecer as mesmas conclusoes,

chamado Teste da Segunda Derivada.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 28: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Teorema (Teste da Segunda Derivada)

Seja c um numero crıtico de f tal que f ′(c) = 0 e f ′(x) exista em um

intervalo aberto I contendo c. Suponha que f ′′(c) existe. Desta forma,

(i) se f ′′(c) < 0, entao f tem um valor maximo relativo em c ;

(ii) se f ′′(c) > 0, entao f tem um valor mınimo relativo em c .

MAT140 - Calculo I UFV

Page 29: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Seja f : R→ R dada por

f (x) =x4

4− x3 + x2 − 1.

Vamos encontrar os maximos e mınimos relativos de f , caso existam.

Para isso, devemos encontrar os pontos crıticos. Como f e derivavel, os

pontos crıticos sao pontos tais que f ′(x) = 0. Derivando, obtemos

f ′(x) = x3 − 3x2 + 2x

= x(x − 1)(x − 2).

MAT140 - Calculo I UFV

Page 30: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Exemplo

Assim, os pontos de abscissa x = 0, x = 1 e x = 2 sao os unicos pontos

crıticos de f . Vamos utilizar o teste da segunda derivada para classificar

tais pontos. Devemos calcular a segunda derivada.

f ′′(x) = 3x2 − 6x + 2.

Assim,

f ′′(0) = 2 > 0, ou seja, x = 0 e um ponto de mınimo relativo.

f ′′(1) = −1 < 0, ou seja, x = 1 e um ponto de maximo relativo.

f ′′(2) = 2 > 0, ou seja, x = 2 e um ponto de mınimo relativo.

MAT140 - Calculo I UFV

Page 31: MAT140 - Cálculo I 140/2015-II/slides/Concavidade - MA… · De maneira an aloga, de ne-se concavidade para baixo MAT140 - C alculo I UFV. De ni˘c~ao Seja f uma fun˘c~ao deriv

Figura: Grafico da funcao f (x) =x4

4− x3 + x2 − 1.

MAT140 - Calculo I UFV