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Matéria sobre Raves

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Page 1: Matéria sobre Raves

Surgidas nos anos 90 e famosas especialmente na África, onde aconteciam em meio a paisa-gens paradisíacas, as festas rave começaram a pipocar no Brasil nos últimos anos. Com du-ração de até 24 horas e conhecidas por ter seu ápice no raiar do sol, as raves tem diminuído em questão de frequência, mais ganhado muito em infra estrutura. Em São Paulo, por exem-plo, há dois grandes eventos anuais, sendo que um deles acontece mais de uma vez por ano. O Skol Sensation sempre utiliza-se de uma temática específica para suas apresentações e conta com grandes nomes da cena eletrônica.

Outro é o Spirit of London, que promovido pelo menos duas vezes ao ano pela rádio En-ergia FM, também conta com algumas edições temáticas. Há também as festas itinerantes que rodam o país levando a cultura eletrônica, que tem o psy trance (que muitos confundem com o house) como estilo que embala as danças frené-

ticas, e claro, os festivais que se arrastam por dias.Amadas por alguns, odiadas e repreendidas por outros, as festas rave podem ser descritas de pelo menos duas formas. Para os mais conservadores e aqueles que as observam de fora, são consideradas simplesmente como um grupo de jovens reunidos em um local geralmente distante, com música alta e como uma espécie de desculpa para a utilização de drogas pesadas. Para outros, especialmente os participantes, podem ser consideradas como grandes festivais de musica e de libertação, e cla-ro, um espaço propício para a utilização de drogas. Mas seja de uma maneira ou de outra, o fato é que

sempre são alvo de polêmicas dis-cussões.Embora tente se vender a ideia de festas rave como um espaço de muito respeito e “amor”, tema sugerido pelos efeitos causados no comportamento pela droga sin-tética conhecida como ecstasy, é inegável a quantidade de ocorrên-cias que envolvem histórico de vi-olência e o de abuso de drogas em espaços como esse, especialmente em locais mais distantes de centros urbanos. Há quatro anos, o jovem Erick Jhonatan Esequiel de 20 anos foi espancado por seguranças e abandonado morto na cidade de Ribeirão Pires. Seu corpo foi en-contrado quatro dias depois e uma testemunha fez com que a agressão

pudesse ser comprovada. Havia sido cometida por seguranças da festa. O pai da vítima, chegou a pregar contra as festas rave, e luta pela proibição desse tipo de evento.As ocorrências da falta de segurança também per-meiam os festivais que duram mais de um dia. Que o diga Pedro*, que sempre participa de um

festival que acontece no interior de Minas Gerais. “Sempre que acampo lá sou roubado, e o pior, certa vez descobriram que os responsáveis pelos deli-tos eram os funcionários da festa”, disse ele que lembra-se apenas de ver vultos andando pela noite em meio as barracas. “O pior problema dessas fes-tas, é colocar gente despreparada para esse tipo de evento e público”.Pedro não nega a utilização de drogas por grande parte dos frequentadores desse tipo de festa e se in-clui nesse montante. Mas, defende que os ravers – como são chamados os frequentadores – encontram nesse espaço uma espécie de comunidade de pes-soas com interesses similares, e que há muito sen-sacionalismo quando o assunto é esse tipo de festa. “Muito do que é falado, é um exagero. As festas rave são tão perigosas e tem tantas drogas como qualquer casa noturna hoje em dia”. Ele defende inclusive a ideia de que todos aqueles que criticam esse tipo de evento deveriam conhecê-los melhor para apenas depois colocarem seus pontos de vista. “Muitos que falam nem mesmo colocaram o pé em uma festa, e mesmo assim se sentem no direito de falar mal”, defende o rapaz de 26 anos, que lembra que há grandes produtores musicais e até mesmo artistas cênicos na organização desse tipo de festa.

Arte em Ecstasy

Dois grandes lançamentos, um no mercado da música e outro no cinematográfico abordaram te-mas referentes as festas rave. Lançado no cinema em maio deste ano, Paraísos Artificiais conta a história de jovens que lidam com temas decorrentes nessa idade: festas regadas a drogas e a sexualidade e reacende a discussão sobre as raves. Com cenas que causam polêmica e uma censura para menores de 16 anos, devido ao teor sexual que envolvem inclusive o homoerotismo e sexo grupal, e com um elenco jovem, afinado e bonito, o filme não pode-ria estar mais apropriado quando se trata do tipo de vida que os jovens vêm tendo nos últimos anos, a da experimentação. O filme que foi lançado em meio a tantos blockbusters internacionais como “Os Vingadores”, mas promete em seu roteiro não mostrar apenas o lado positivo - e tampouco ape-nas o negativo – das festas que são a parte da trama central do longa.MDNA, álbum mais recente da cantora Madonna,

Regadas a drogas e música eletrônica, festas contam com defensores

Festas rave ganham adeptos e geram polêmica

foi assunto antes mesmo de ser lançado. Isso porque o nome remete ao utilizado para desig-nar o ecstasy em inglês (MDMA). A cantora que chegou a participar de um festival de musica eletrônica na época da promoção inicial do ál-bum, acabou encontrando problemas com o DJ Deadmau5, que disse que a cantora havia inci-tado que os participantes consumissem a droga. Mas claro, mais rápido do que a má publicidade que o mal entendido poderia gerar, a “rainha” do pop deu um jeitinho de se safar e declarou que sua intenção era apenas de brincar com o público.

Por William Veríssimo

Paraísos Artificiais: raves nos cinema

Comportamento