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OAB 2011.1 PROCESSO DO TRABALHO Aryanna Manfredini [email protected] Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 1 1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO A Justiça do Trabalho é composta por: [Art. 111, CF/88] TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO JUIZ DO TRABALHO Art. 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; II - os Tribunais Regionais do Trabalho; III - Juízes do Trabalho. O inciso III do artigo 111 foi alterado pela Emenda Constitucional nº 24/1999, extinguindo a figura dos juízes classistas (representantes da categoria econômica e profissional) e as juntas de conciliação e julgamento. 2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO Compete às Varas do Trabalho processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho como determinado pelo art. 114 da Constituição Federal. Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

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1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A Justiça do Trabalho é composta por: [Art. 111, CF/88]

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO JUIZ DO TRABALHO

Art. 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; II - os Tribunais Regionais do Trabalho; III - Juízes do Trabalho.

O inciso III do artigo 111 foi alterado pela Emenda Constitucional nº 24/1999,

extinguindo a figura dos juízes classistas (representantes da categoria econômica e profissional) e as juntas de conciliação e julgamento.

2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO Compete às Varas do Trabalho processar e julgar as ações oriundas das relações

de trabalho como determinado pelo art. 114 da Constituição Federal.

Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

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§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

A Emenda Constitucional nº 45/2004 foi responsável por uma significativa ampliação da competência da Justiça do Trabalho:

COMPETÊNCIA

ANTES DA EC 45/2004 DEPOIS DA EC 45/2004

Justiça do Trabalho era competente para, em regra, processar e julgar, em regra, apenas as ações oriundas das relações de emprego (pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação).

Justiça do Trabalho passa a ser competente para processar e julgar as relações de trabalho (que são gênero do qual as relações de emprego são espécie. Engloba também os autônomos, avulsos, temporários etc.)

Em seu inciso I, o artigo 114 traz como competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Contudo, o STF na ADI nº 3395, repetindo o entendimento já expostos na ADI

492, tornou defeso à Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e os servidores a ele vinculados por típica relação baseada no regime estatutário ou jurídico-administrativo.

Conclui-se, que em se tratando de demanda entre o Poder Público e servidor público estatutário, este não poderá ajuizar reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho. Também não poderá demandar na Justiça do Trabalho o servidor contratado pelo ente público, temporariamente, por regime especial previsto em lei municipal ou estadual, à luz dos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988, pois toda contratação temporária apresenta índole administrativa, se previsto regime especial em lei própria. Assim, o processamento de litígios entre servidores temporários e a Administração Pública na Justiça do Trabalho afronta a autoridade da decisão exarada na ADI 3.395-MC/DF, o que levou os ministros do Plenário do STF, no exame do Recurso Extraordinário nº

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573.202-9/AM, em 21/8/2008, a darem repercussão geral à referida decisão, implicando, nos termos dos artigos 543-A e 543-B do CPC (Lei 11.418/2006), a objetivação do julgamento emitido pelo STF, ou seja, os casos análogos serão decididos exatamente no mesmo sentido daquele deliberado pelo órgão pleno no RE 573.202/AM. Dessa forma, o TST cancelou a OJ 205 da SBDI-1, que refletia exatamente o contrário.

Sendo assim, é possível ajuizar RT contra administração pública direta ou

indireta, na Justiça do Trabalho quando os servidores estiverem a ela vinculados por relação CELESTISTA.

Nos demais casos: a) tratando-se de servidor público federal ação poderá ser ajuizada na Justiça

Federal. b) tratando-se de servidor público municipal ou estadual a reclamatória

poderá ser ajuizada na Justiça Estadual.

A Justiça do Trabalho é competente para julgar:

Dano moral e patrimonial decorrentes das relações de trabalho, inclusive em razão de acidente do trabalho.

Ações que envolvam o exercício do direito de GREVE

Representação sindical (sind. x empregador / sind. x sind. / sind. x empregado)

Conflitos de competência entre seus órgãos, salvo nos casos de competência do STJ e do STF.

Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data.

Penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização do trabalho (inclusive MS)

Executar, de ofícios, as contribuições sociais decorrentes das sentenças que proferir. Ressalte-se, que quando as contribuições fiscais tem competência apenas para determinar a sua retenção (súmula 368 do TST), não podendo executá-las de ofício.

Nos termos da súmula 389, I, do TST, compete a Justiça do Trabalho julgar as

ações em que se postule indenização substitutiva pelo não fornecimento das guias do seguro desemprego.

Súmula 389, TST. I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não fornecimento das guias do seguro desemprego.

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II - O não fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro desemprego dá origem ao direito à indenização.

É competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações decorrentes do não cadastramento do empregado no PIS.

Súmula 300, TST. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento no Plano de Integração Social (PIS).

Ressalte-se as seguintes súmulas vinculantes em matéria de competência da Justiça do Trabalho:

Súmula Vinculante 22 do STF. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar a ação de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes das relações de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004. DOU de 11/12/2009. Súmula Vinculante 23 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. DOU 11/12/2009. Súmula Vinculante 25 do STF: É ilícita a prisão de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. DOU 23/12/2009.

O inciso IV do artigo 114 da CF confere à Justiça do Trabalho competência para processar e julgar os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data quando o ato questionado envolver matéria de sua jurisdição. Entretanto, vale mencionar que o STF, na ADI nº 3.684, concedeu liminar com efeito ex tunc para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações penais.

A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser declarada pelo Juízo, de ofício, ou mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição [Art. 795, § 1º, CLT e Art. 113, CPC]

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A incompetência material da Justiça do Trabalho deve ser alegada em preliminar de contestação e por exceção de incompetência. 3 PRINCÍPIO DA PERPETUATIO DA JURISDICTIONIS

A competência absoluta (em razão da matéria, da pessoa e da função) é imutável, sendo determinada no momento da propositura da ação, salvo nas hipóteses do art. 87 do CPC: supressão de órgão ou alteração da competência em razão da matéria e/ou da hierarquia. Observe-se o art. 87 do CPC:

"Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia."

Diante do exposto é preciso distinguir duas situações: a) a reclamatória foi ajuizada em uma vara do trabalho e foi criada outra vara

do trabalho abrangendo especificamente determinado local de prestação dos serviço: neste caso as ações que tramitavam perante a primeira vara do trabalho deve ser remetida para a nova vara do trabalho, pois esta hipótese se equipara a extinção de órgão do judiciário, sendo considerada pela doutrina, portanto, uma das exceções do art. 87 do CPC.

b) a reclamatória foi ajuizada perante juiz de direito investido da jurisdição trabalhista e depois foi criada uma vara do trabalho: neste caso as ações que tramitavam perante a primeira devem ser remetidas para a Justiça do Trabalho, sendo esta hipótese de exceção do artigo 87 do CPC, por alteração da competência em razão da matéria.

Súmula 367, STJ: A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já sentenciados.

4 COMPETÊNCIA TERRITORIAL A regra para a definição da competência territorial na Justiça do Trabalho é o LOCAL DA PRESTAÇÃO de serviços, tratada no art. 651 da CLT.

Art. 651, CLT: A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

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Este artigo da CLT é composto por três parágrafos que prevêem exceções à regra geral apresentada pelo caput. a) Empregado agente ou viajante comercial: [Art. 651, § 1º, CLT]

§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.

b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para os empregados brasileiros

trabalhando no estrangeiro: [Art. 651, § 2º, CLT]

§ 2º – A competência das Varas do Trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.

Qual a legislação aplicável quando o empregado brasileiro é contratado no Brasil para

trabalhar em outro país? Segundo o art. 651, par segundo da CLT, brasileiro contratado para trabalhar no

estrangeiro pode demandar no Brasil desde não haja convenção internacional dispondo em contrário.

Segundo a súmula 207 do TST, aplica-se a legislação do país da prestação dos serviços.

Porém a Lei 11.962/2009, que tornou a Lei 7.064/1982 aplicável a trabalhadores

contratados no Brasil ou transferidos por seus empregadores para prestar serviço no exterior, afetou a Súmula 207 do TST, de modo que “INDEPENDENTEMENTE DA OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO DO LOCAL DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS”, SERÁ GARANTIDO AO TRABALHADOR TRANSFERIDO PARA TRABALHAR NO ESTRANGEIRO OS DIREITOS PREVISTOS NA LEI E A APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÇÃO AO TRABALHO QUANDO FOR MAIS FAVORÁVEL DO QUE A DO LOCAL DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS (art. 3.º).

c) Empregador que promove realização de atividade fora do lugar do contrato:

[Art. 651, § 3º, CLT] § 3º – Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar

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do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

São exemplos, as companhias teatrais ou circos, de modo que o empregado

poderá propor a ação onde foi contratado ou em um dos locais da prestação de serviços. A regra do § 3º do art. 651 aplica-se também aos motoristas de ônibus, contratados, por exemplo, em Curitiba, para fazer a linha Curitiba – São Paulo. Estes poderiam propor a ação tanto em Curitiba como em São Paulo.

Caso a reclamatória trabalhista seja ajuizada em local diverso do qual ocorreu a prestação de serviços, na audiência de instrução e julgamento pode ser apresentada Exceção de Incompetência Territorial. Se esta Exceção não for apresentada, a competência prorroga-se, pois a competência territorial é relativa.

4. CONFLITOS DE COMPETÊNCIA O conflito de competência pode ser positivo ou negativo. No primeiro caso,

dois ou mais juízes se declaram competentes para julgar a causa; enquanto que, na segunda hipótese, dois ou mais juízes se declaram incompetentes para julgar o processo. Por fim, pode ocorrer conflito de competência quando houver divergência entre dois ou mais juízes acerca da reunião ou separação de processos.

Art. 115, CPC. Há conflito de competência: I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes; II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes; III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.

Os conflitos de competência originados entre os órgãos da Justiça do Trabalho

serão solucionados pelas normas contidas na própria CLT (artigo 803 e SS). Tais conflitos podem ocorrer entre:

Art. 803, CLT. Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho; b) Tribunais Regionais do Trabalho; c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária;

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Art. 808, CLT. Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos: a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões; b) pelo Tribunal Superior do Trabalho, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; c) Revogado pelo Decreto Lei 9.797, de 1946 d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do Trabalho e as da Justiça Ordinária (esta alínea deve ser confrontada com a Constituição, conforme a seguir demonstrado).

Observe que a CLT solucionou os conflitos de competência entre os órgãos que

integram a Justiça do Trabalho, inclusive o juiz de direito investido da jurisdição trabalhista. A norma prevista pela Consolidação das Leis Trabalhistas é simples, tendo em vista que foi regida pelo Princípio da Hierarquia Funcional.

Francisco Antônio de Oliveira destaca que “pelo princípio da hierarquia não

poderá haver conflito entre órgãos pertencentes ao mesmo ramo de jurisdição. Disso resulta que a vara do trabalho não poderá suscitar conflito com a turma do Regional. A turma do Regional não poderá fazê-lo com a seção de dissídio individual do TST e nenhum Regional poderá suscitar conflito com o TST.”

Como visto, as normas da CLT regulamentaram os conflitos de competência

entre os órgãos da Justiça do Trabalho. No entanto, o que ocorre quando o conflito de competência ocorre com um órgão da Justiça do Trabalho e um órgão da Justiça Ordinária?

A resposta para esta pergunta está nos artigos 102, I, alínea “o”, e 105, I alínea

“d”, ambos da CF.

Art. 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

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Art. 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no Art. 102, I, (o), bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

Conforme os artigos mencionados, caberá ao STJ dirimir qualquer conflito de

competência entre tribunais de Justiças diferentes; entre tribunais e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos, desde que esteja ressalvada a competência do STF prevista no artigo 102, I, alínea “o” da CF. Segundo este dispositivo compete ao STF julgar os conflitos de competência entre o STJ e qualquer outro tribunal; entre tribunais superiores e entre tribunais superiores e qualquer outro tribunal.

Segue resumo: Conflito entre duas Varas do Trabalho Conflito entre juiz do trabalho e juiz de TRT julgará o conflito direito investido da jurisdição trabalhista (Art. 808, “a”, CLT) Conflito entre dois TRT’s TST julgará o conflito (Art. 808, “b”, CLT) Conflito entre juiz do trabalho e juiz de direito Conflito entre juiz do trabalho e juiz federal STJ julgará o conflito Conflito entre TRT e juiz federal (Art. 105, I, “d”, CF) Conflito entre TRT e juiz de direito Conflito entre TST e TJ STF julgará o conflito Conflito entre TST e TRF (Art. 102, I, “o”, CF)

5. IUS POSTULANDI É a capacidade de postular pessoalmente em Juízo, sem necessidade de

representação por advogado. Na Justiça do Trabalho, diversamente do que ocorre no

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processo civil, a capacidade postulatória é facultada diretamente aos empregados e aos empregadores.

Art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.

É importante observar que o referido artigo trata apenas de empregados e empregadores, portanto, para as novas ações acrescidas à competência da Justiça do Trabalho pela EC 45/2004, a representação das partes por advogado será obrigatória. Ressalte-se, entretanto, que o ius postulandi sofreu limitação no entendimento do TST, conforme se observa pela redação da recentemente editada súmula 425.

Súmula 425, TST. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

6. REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO Na Justiça do Trabalho faculta-se a representação do empregado e do empregador por advogado, porém, caso seja esta a opção da parte, o advogado deverá fazer constar nos autos a devida procuração. Sem este instrumento de mandato, não poderá ingressar nos autos. O artigo 37 do CPC, aplicável ao processo do trabalho (segundo o artigo 5º da IN 25/2005 do Tribunal Pleno do TST), ensina que sem instrumento de mandato, ao advogado não será admitido ingressar em juízo.

Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes.

Nestes casos, o advogado obrigar-se-á, independentemente de caução, a exibir

o instrumento de mandato no prazo de 15 dias, prorrogável até outros 15 por despacho do juiz.

Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição,

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bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do juiz. Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.

Entretanto, mesmo sem a juntada da procuração, a representação estará regularizada se evidenciado o mandato tácito (súmula 164 e OJ 286 da SDI-1, do TST), ou seja, se pelas atas de audiência for possível constatar que o advogado que praticou atos processuais acompanhou a parte em audiência.

Súmula 164, TST PROCURAÇÃO. JUNTADA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O não-cumprimento das determinações dos §§ 1º e 2º do art. 5º da Lei nº 8.906, de 04.07.1994 e do art. 37, parágrafo único, do Código de Processo Civil importa o não-conhecimento de recurso, por inexistente, exceto na hipótese de

mandato tácito. OJ 286, SDI-1, TST. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRASLADO. MANDATO TÁCITO. ATA DE AUDIÊNCIA. CONFIGURAÇÃO (alterada) – Res. 167/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 I - A juntada da ata de audiência, em que consignada a presença do advogado, desde que não estivesse atuando com mandato expresso, torna dispensável a procuração deste, porque demonstrada a existência de mandato tácito. II - Configurada a existência de mandato tácito fica suprida a irregularidade detectada no mandato expresso.

A Súmula 395 do TST e a OJ 373, da SDI-1 tratam das condições de validade do mandato. Observe-se:

Súmula 395, TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE (conversão das Orientações

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Jurisprudenciais nºs 108, 312, 313 e 330 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda. (ex-OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) II - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo. (ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002). (ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - DJ 09.12.2003) OJ 373, SDI-1, TST IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO INVÁLIDA. AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. ART. 654, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL (DEJT divulgado em 10, 11 e 12.03.2009) Não se reveste de validade o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica em que não haja a sua identificação e a de seu representante legal, o que, a teor do art. 654, § 1º, do Código Civil, acarreta, para a parte que o apresenta, os efeitos processuais da inexistência de poderes nos autos.

Segundo a OJ 52 da SDI-I do TST, a União, Estados, Municípios e DF, suas autarquias e fundações públicas quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de procuração.

OJ 52, SDI-1, TST. MANDATO. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. DISPENSÁVEL A JUNTADA DE PROCURAÇÃO. (LEI Nº 9.469, DE 10 DE JULHO DE

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1997). (inserido dispositivo e atualizada a legislação, DJ 20.04.2005) A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato.

Não é preciso juntar os atos constitutivos da sociedade para regularizar a representação de pessoas jurídicas, salvo se essa regularidade de representação for impugnada, neste caso será necessária a juntada.

OJ 255 SDI-1, TST. MANDATO. CONTRATO SOCIAL. DESNECESSÁRIA A JUNTADA. Inserida em 13.03.02 O art. 12, VI, do CPC não determina a exibição dos estatutos da empresa em juízo como condição de validade do instrumento de mandato outorgado ao seu procurador, salvo se houver impugnação da parte contrária.

7. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O TST adota corrente restritiva quanto aos honorários advocatícios sucumbenciais, estabelecendo nas súmulas 219 e 329 e na OJ 305 da SDI-1, TST, que, em regra, nas relações de emprego, não cabem honorários sucumbenciais no processo do trabalho, exceto em um caso, se observados dois requisitos cumulativos: benefício de justiça gratuita + assistência por sindicato (os dois requisitos são cumulativos). Nesse caso, os honorários serão de até 15%, reversíveis ao sindicato da categoria.

Súmula 219. I. Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato de categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. II. É incabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista, salvo se preenchidos os requisitos da lei 5.584/70.

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Súmula 329. Mesmo após a promulgação da CF/88, permanece válido o entendimento consubstanciado no Enunciado nº 219 do TST. OJ 305, SDI-I do TST. Na Justiça do Trabalho, o deferimento de honorários advocatícios se sujeita à constatação da ocorrência concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuita e a assistência por sindicato.

Nos termos do art. 5° da IN 27/2005 do TST, cabem honorários em decorrência da mera sucumbência na Justiça do Trabalho quando se tratar de ações relativas à nova competência da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 20 CPC, a razão de até 20%.

IN 27/2005 Art. 5º Exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência.

8. JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária será prestada pelo sindicato da

categoria profissional a que pertencer o trabalhador. Desta feita, todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal terá direito a assistência judiciária prestada pelo sindicato. O benefício também é garantido ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família (art. 14, § 1º, Lei 5584/70).

Importante destacar que na assistência judiciária são cabíveis os honorários

advocatícios reversíveis ao sindicato assistente (art. 16, Lei 5584/70).

Art. 14, Lei 5584/70. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador. § 1º. A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.

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Art 16, Lei 5584/70. Os honorários do advogado pagos pelo vencido reverterão em favor do Sindicato assistente.

O §2º e §3º do artigo 14 perderam sua eficácia, tendo em vista que a OJ 304, SDI – 1 do TST dispensa as exigências realizadas por estes dispositivos, firmando a posição de que atendidos os requisitos da Lei 5584/70 para a concessão da assistência judiciária, basta a simples afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para se considerar configurada a sua situação econômica.

OJ 304, SDI – 1, TST. Atendidos os requisitos da Lei 5584/70 (art. 14, § 2), para a concessão da assistência judiciária, basta a simples afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para se considerar configurada a sua situação econômica.

Portanto, “na assistência judiciária, temos o assistente (sindicato) e o

assistido (trabalhador), cabendo ao primeiro oferecer serviços jurídicos em juízo ao segundo. A assistência judiciária gratuita abrange o benefício da justiça gratuita.

Já a justiça gratuita está prevista no artigo 790, §3 da CLT, que faculta

aos juízes de qualquer instância conceder este benefício, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.

Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. (...) § 3º. É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.

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OJ 305, SDI – 1, TST. Na Justiça do Trabalho, o deferimento de honorários advocatícios sujeita-se à constatação da ocorrência concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuita e a assistência por sindicato.

O benefício da justiça gratuita implica apenas a isenção do pagamento de despesas processuais.

9. PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO

O procedimento comum se divide em: SUMÁRIO: até 2 salários mínimos – [Lei 5584/70]

SUMARÍSSIMO: acima de 2 e abaixo de 40 salários mínimos – [Art. 852-A e ss, CLT]

ORDINÁRIO: mais de 40 salários mínimos

O que define o procedimento é o valor da causa. Para a fixação do procedimento é constitucional o uso do salário mínimo (súmula 353, TST).

O salário mínimo é nacionalmente unificado, sendo atualmente de R$ 510,00.

Vale destacar que quarenta salários mínimos correspondem a R$ 20.400,00. 9.1 PROCEDIMENTO SUMÁRIO

O procedimento sumário, instituído pela Lei 5.584/70, que não está previsto na CLT, e tem a finalidade de garantir maior celeridade aos processos trabalhistas cujo valor não ultrapasse dois salários mínimos. Estas causas trabalhistas, também chamadas de “causas de alçada”, possuem características relevantes, previstas nos parágrafos 3º e 4º do artigo 2º da referida lei:

Quando o valor da causa for inferior a dois salários mínimos, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar na ata a conclusão do juiz quanto à matéria de fato.

Não caberá nenhum recurso das sentenças proferidas nas ações sujeitas a esse procedimento, considerando o salário mínimo vigente na data de ajuizamento da ação, EXCETO se versar sobre matéria constitucional, caso em que caberá a interposição de recurso extraordinário, que será apreciado pelo STF.

Art. 2º, § 4º, Lei 5.584/70. Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.

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A possibilidade de interposição de recurso extraordinário está estabelecida no artigo 102, III, da CF/88, segundo o qual compete ao STF julgar, mediante Recurso Extraordinário, as causas decididas em única ou última instância. Portanto, das decisões proferidas nas causas trabalhistas que não ultrapassem dois salários não cabe nenhum recurso trabalhista, uma vez que o STF não é um órgão da Justiça do Trabalho. No mesmo sentido, tem-se a súmula 640 do STF:

Súmula 640, STF. É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.

Alguns doutrinadores, a exemplo do prof. Renato Saraiva, defendem que a lei 9957/2000, que instituiu o procedimento sumaríssimo, absorveu o procedimento sumário, previsto na Lei 5584/70.

9.2 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

A Lei 9.957/00 trouxe uma série de alterações no texto da CLT, entre elas a inserção dos artigos 852-A a 852-I, instituindo o procedimento sumaríssimo. Seu intuito é privilegiar a celeridade e a economia processual.

Art. 852-A, CLT. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

Às empresas públicas e sociedades de economia mista não se garante a mesma prerrogativa. Isto ocorre porque estas entidades exploram a atividade econômica, de modo que não seria lógico gozarem dos benefícios concedidos a administração pública no exercício de funções públicas. Isso ocasionaria uma desigualdade de mercado em relação aos particulares.

O procedimento sumaríssimo não se aplica aos dissídios coletivos.

Na prova: Basta que na questão conste que o procedimento sumaríssimo não pode

exceder 40 vezes o salário mínimo vigente na data de ajuizamento da ação para estar

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correta, mesmo que não se refira ao fato de que excede 2 salários mínimos.

O artigo 852-B da CLT apresenta os requisitos da petição inicial no

procedimento sumaríssimo: Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. § 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. § 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação.

No procedimento sumaríssimo é fundamental que os pedidos formulados sejam líquidos. Cada pedido do reclamante deverá especificar qual é o valor requerido, sob pena de arquivamento da reclamatória trabalhista. Também resultará o arquivamento do processo, se o reclamante não fornecer o endereço correto do reclamado, tendo em vista que é vedada a citação por edital neste procedimento.

Embora, em regra, o procedimento seja definido com base no valor da causa, ainda que este esteja acima de dois e não ultrapasse quarenta salários mínimos, o procedimento será ordinário, caso o reclamante desconheça o endereço do reclamado, já que no procedimento sumaríssimo não há citação por edital e aplica-se em nosso ordenamento jurídico o princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição.

O procedimento sumaríssimo caracteriza-se pela audiência una, ou seja, todos os atos da audiência inicial, bem como os de instrução e julgamento, realizar-se-ão em uma audiência. [Art. 852-C, CLT]

Segundo o art. 852-B, III, da CLT, a audiência, na qual deverá se proferida a sentença deve ser designada para o prazo máximo de 15 dias, podendo, entretanto,

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ser interrompida, caso em que o seu prosseguimento e a solução da lide devem ocorrer no máximo em mais 30 dias, totalizando um total de no máximo 45 dias para o julgamento da lide. Segundo o artigo 852-H, todas as provas deverão ser produzidas na audiência, ainda que não requeridas previamente.

A audiência una obriga a parte a impugnar todos os documentos apresentados pela parte contrária oralmente naquela sessão, salvo em caso de absoluta impossibilidade, a ser apontada pelo juiz. [Art. 852-H, § 1º, CLT]

As partes devem observar o limite máximo de duas testemunhas por parte, as quais deverão comparecer espontaneamente na audiência. [Art. 852-H, § 2º, CLT]

Caso a testemunha não se apresente, o juiz só determinará a intimação da mesma, diante da apresentação do convite. Se porventura, após a intimação a testemunha não comparecer na audiência, será ordenada a condução coercitiva e o pagamento de multa. [Art. 852-H, § 3º, CLT]

É possível produzir prova pericial no procedimento sumaríssimo, quando

depender dela a prova do fato ou por imposição de lei. De imediato o juiz fixará o prazo, o objeto da perícia e nomeará o perito. [Art. 852-H, § 4º, CLT]

As partes TERÃO O PRAZO COMUM de 5 dias para manifestação em relação ao laudo pericial. [Art. 852-H, § 6º, CLT]

Caso a audiência precise ser interrompida, o juiz deve providenciar que o seu

prosseguimento e a solução do processo ocorram no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante, justificado nos autos (não será uma nova audiência, será o prosseguimento da mesma). [Art. 852-H, § 7º, CLT]

O artigo 852-E da CLT instrui que o juiz detém a faculdade de realizar a tentativa conciliatória em qualquer momento da audiência. No procedimento sumaríssimo, conforme o artigo 852-G, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo deverão ser decididos de plano. O restante das questões será decidido na sentença. EM SÍNTESE:

Aplica-se aos dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação

Não se aplica a administração direta autárquica e fundacional;

O procedimento sumaríssimo não se aplica aos dissídios coletivos.

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A audiência é uma. A causa deve ser apreciada no prazo máximo de 15 dias. Entretanto, se for interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do litígio poderão demorar mais no máximo 30 dias.

As provas deverão ser produzidas na audiência, ainda que não requeridas previamente.

O número máximo de testemunhas é de duas. Elas devem comparecer em audiência independentemente de intimação ou de notificação. Caso não compareçam o juiz só as intimará se comprovado o convite. E, se intimadas, ainda assim não comparecerem o juiz determinará sua condução coercitiva.

É possível produzir prova pericial no procedimento sumaríssimo, quando depender dela a prova do fato ou por imposição de lei.

Em audiência o juiz fixará o perito, objeto e o prazo.

Apresentado o laudo pelo perito as partes terão o prazo COMUM de 5 dias para se manifestarem.

9.3 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

É o procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho. Todas as disposições da CLT que não se referirem ao procedimentos sumaríssimo se aplicam ao ordinário. 10. NULIDADES PROCESSUAIS

Nos processos sujeitos a Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando dos resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo as partes (princípio da transcedência).

As nulidades processuais são absolutas quando violarem norma de ordem

pública. Devem ser declaradas de ofício pelo juiz, independentemente de provocação. É o caso da incompetência em razão da matéria. O § 1° do art. 795 da CLT estabelece que deve ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro, sendo esta a incompetência do foro trabalhista, ou seja, a incompetência material da Justiça do Trabalho.

As nulidades processuais relativas também envolvem o interesse público, mas

estabelecem certo grau de disponibilidade para a parte, pelo que, em regra, não podem ser decretadas de ofício. É o caso da incompetência relativa (súmula 33, STJ) e a suspeição do juiz ou perito.

A nulidade não será pronunciada: a) quando for possível suprir a falta ou repetir-se o ato; b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa; c) quando o juiz decidir a causa a favor de que a declaração da nulidade aproveitaria (art. 249, § 2° do CPC).

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Quando um ato é declarado nulo, reputam-se de nenhum efeito os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência [798, CLT].

11. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS

11.1. ATOS Os atos processuais são acontecimentos voluntários que ocorrem no processo.

São, em regra, públicos, segundo estabelece o artigo 93, inciso IX da CF, mas correm em segredo de justiça os processos: a) em que exigir o interesse público; e b) que dizem respeito a casa mento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. Devem ser realizados em dias úteis, das 6h00 às 20h00 (Cuidado para não confundir com o horário das audiências, que é das 8h00 às 18h00, com duração máxima de 5 horas, salvo em caso de matéria urgente).

A penhora PODE realizar-se em domingos e feriados mediante expressa

autorização do juiz, observado o disposto no art. 5°, XI da CF: ninguém pode penetrar na casa, asilo inviolável do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial.

Art. 770, CLT: Os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrario determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias uteis das 6 às 20 horas. Parágrafo Único. A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz.

É possível obter certidão em processo que corre em segredo de justiça, desde que haja despacho do juiz.

Art. 781, CLT: As partes poderão requerer certidões dos processos em curso ou arquivados, as quais serão lavradas pelos escrivães ou diretores de secretaria. Parágrafo Único. As certidões dos processos que correm em segredo de justiça dependerão de despacho do juiz ou presidente.

CITAÇÃO X

INTIMAÇÃO

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É o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender. [Art. 213, CPC]

É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que esse alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa [Art. 234, CPC]

Notificação:

O termo notificação ora é utilizado pela CLT como sinônimo de citação, ora como sinônimo de citação.

No art. 841, o termo é empregado nos dois sentidos: Art. 841: Função de citação – dá ciência ao reclamado para que apresente defesa. + Função de intimação – à medida que o convoca para audiência.

Uma vez ajuizada a Reclamatória trabalhista ela será distribuída para uma das varas do trabalho, na qual o escrivão no prazo máximo de 48 encaminhará uma notificação para o reclamado comparecer em audiência.

Ressalte-se que não há no Processo do Trabalho despacho da petição inicial

ordenando a citação.

Sobre a notificação: a) a notificação é encaminhada ao reclamado, via postal, em registro postal com franquia (art, 841, § 1°), ou seja, com aviso de recebimento; b) presume-se recebida no prazo de 48 horas, contados da sua postagem, sendo ônus do destinatário comprovar o não recebimento neste prazo (súmula 16, TST); c) Caso o reclamado crie embaraços ao seu recebimento ou não seja encontrado, a citação será feita por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou na falta, afixado na sede do Juízo [Art. 841, § 1º, CLT]; No procedimento sumaríssimo não há citação por edital [art. 852-B, II] b) a notificação poderá ser recebida por: pessoa que tenha PODERES para recebê-la, por qualquer EMPREGADO, pelo ZELADOR DO PRÉDIO COMERCIAL ou poderá ser deixada na CAIXA POSTAL DA EMPRESA.

Sobre a Audiência:

a) Seja no procedimento sumário, no sumaríssimo ou no ordinário a defesa será apresentada em audiência; b) A audiência será a primeira desimpedida depois de 5 dias (art. 841, CLT), ou seja, entre a data do recebimento da notificação e a da data da audiência deverá decorrer pelo menos 5 dias, sendo este o prazo para a elaboração da defesa.

Observe-se o art. 841 da CLT.

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Art. 841, CLT. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. § 1º. A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. § 2º. O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo anterior.

IMPORTANTE MEMORIZAR!

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

distribuição

VARA DO TRABALHO

48 horas

NOTIFICAÇÃO POSTAL

48 horas

PRESUNÇÃO DE RECEBIMENTO

5 dias – 1ª DESIMPEDIDA

AUDIÊNCIA (apresentação de defesa)

Ato processual por fac-símile:

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A Lei 9.800/99: permite a transmissão de petições por fax, desde que os documentos originais sejam apresentados em 5 dias. Esse prazo começa a contar A PARTIR DO TÉRMINO DO PRAZO para aquele ato processual. Quando inexistir prazo, os 5 dias deverão ser contados da recepção do fax. Observe-se a súmula 387 do TST quanto à contagem do prazo:

Súmula 387 RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999 I - A Lei nº 9.800/1999 é aplicável somente a recursos interpostos após o início de sua vigência. (ex-OJ nº 194 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) II - A contagem do qüinqüídio para apresentação dos originais de recurso interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir do dia subseqüente ao término do prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei nº 9.800/1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu antes do termo final do prazo. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ 04.05.2004) III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus processual, não se aplica a regra do art. 184 do CPC quanto ao "dies a quo", podendo coincidir com sábado, domingo ou feriado. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - "in fine" - DJ 04.05.2004)

11.2. TERMOS

É a redução escrita de um ato processual. Os atos processuais devem ser registrados. O objetivo do legislador é que os

registros sejam feitos de forma indelével. Logo não se admite termos lançados a lápis.

Na CLT há 3 artigos que tratam de termos processuais:

Art. 771, CLT. Os atos e termos processuais poderão ser escritos à tinta, datilografados ou a carimbo. Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de duas testemunhas,

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sempre que não houver procurador legalmente constituído. Art. 773, CLT. Os termos relativos a movimento de processos constarão de simples notas, datadas e rubricadas pelos Chefes de Secretaria ou escrivães.

Mesmo os atos processuais que podem ser praticados de forma oral devem ser reduzidos a termo.

O CPC, em seus artigos 166 a 171, também traz diversas exigências em relação

a termos processuais, como a numeração e rubrica do escrivão em todas as páginas do processo, a vedação do uso de abreviaturas, proibição de espaços em branco, emendas, rasuras (salvo se os espaços em branco forem inutilizados e as rasuras expressamente ressalvadas) etc. 11.3 PRAZOS

Devem ser destacados dois momentos quanto aos atos processuais: a) o momento do início do prazo: o prazo inicia-se no dia da notificação ou da

intimação. b) o momento do início da contagem do prazo: o início da contagem ocorre

no primeiro dia útil subseqüente ao dia no início do prazo.

Art. 774, CLT. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário elo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada.

Destacam-se as seguintes súmulas que se referem ao início e a contagem dos prazos processuais.

a) Súmula 1, TST. Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito

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de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir. b) Súmula 262, TST. I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subseqüente. II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais.

Quando a intimação ocorre no sábado, tem-se por realizada na segunda-feira (se dia útil), sendo este o dia do início do prazo e terça-feira (se dia útil), o dia do início da contagem do prazo.

c) OJ 310, SDI-I, TST. A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho, em face de sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista.

O art. 191 do CPC estabelece que litisconsortes com procuradores diferentes

tem prazo em dobro. Como tal dispositivo legal não se aplica ao no Processo do Trabalho, tem-se que LITISCONSÓRCIO COM PROCURADORES DIFERENTES NÃO TEM PRAZO EM DOBRO NO PROCESSO DO TRABALHO.

Ainda quanto aos prazos, vale destacar que a Fazenda Pública e o Ministério Público tem prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar.

Art. 188, CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.

O Decreto Lei nº 779/69 em seu artigo 1º, estabelece que nos processos

perante a Justiça do Trabalho constituem privilégio da União, dos Estados, do DF, dos Municípios, e das autarquias ou fundações de direito publico federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: - Inciso II: o quádruplo de prazo fixado no artigo 841, in fine, da CLT. - Inciso III: o prazo em dobro para recurso.

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Assim, tendo em vista que a Fazenda tem prazo em quádruplo para contestar e que a defesa sempre é apresentada em primeira audiência, então para a Fazenda a audiência será a primeira desimpedida depois de 20 dias. IMPORTANTE MEMORIZAR!

FAZENDA PÚBLICA e MPT – PRAZO: DOBRO PARA RECORRER QUADRUPLO PRA CONTESTAR

12. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

O objetivo da comissão de conciliação prévia é a realização de acordo extrajudicial entre as partes conflitantes. A CCP é competente para conciliar apenas os CONFLITOS INDIVIDUAIS do trabalho. Sua previsão legal encontra-se no artigo 625 e seguintes da CLT.

Art. 625-A, CLT. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representantes dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.

Possuem formação paritária, sendo que metade dos seus membros é indicada pelo empregador e a outra metade é eleita pelos empregados e pode ser constituída no âmbito da empresa ou do sindicato. Apenas os representantes dos empregados são detentores de estabilidade, que será garantida até um ano após o término do mandato, exceto diante de falta grave. [Art. 625-B, CLT]

A passagem pela comissão de conciliação prévia era obrigatória, segundo a disposição do artigo 625-D, CLT. Entretanto, recentemente o STF deferiu parcialmente medidas cautelares em duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI 2160 – ver informativo n. 546 do STF), a fim de restringir a aplicabilidade deste artigo da CLT. O STF entendeu caracterizada a ofensa ao Princípio do Livre Acesso ao Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). Portanto concedeu liminar, por maioria de votos, suspendendo o caput do artigo 625-D da CLT. A passagem pela CCP é faculdade da parte. A CCP possui o prazo de 10 dias para realizar a sessão conciliatória, a partir da data da provocação da Comissão. Durante este lapso temporal, o prazo prescricional

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do reclamante fica SUSPENSO. Note que o prazo volta a ser contado, após os 10 dias ou após a realização da sessão, o que ocorrer antes. [Art. 625-F, CLT] Se a sessão não ocorrer em 10 dias, o reclamante possui a faculdade de requerer uma declaração de tentativa conciliatória frustrada ou de aguardar a realização da sessão. Esta declaração de tentativa conciliatória frustrada também é fornecida quando, realizada a sessão, a conciliação resta infrutífera. [Art. 625-D, § 2, CLT]

Art.625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no Art. 625-F.

Na prova: O prazo prescricional volta a correr pelo que lhe resta a partir do término da

causa suspensiva. O PRAZO NÃO INICIA NOVAMENTE. NÃO É CASO DE INTERRUPÇÃO.

Se as partes acordarem, a CCP lavrará o termo de acordo, o qual constituirá um título executivo extrajudicial, que se descumprido deve ser executado na Justiça do Trabalho. [Art. 625-E, CLT] Este título executivo extrajudicial tem EFICÁCIA LIBERATÓRIA GERAL, ou seja, dá quitação ao contrato de trabalho como um todo.exceto quanto as parcelas expressamente ressalvadas. [Art. 625-E, § único, CLT]

COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Acordo Não há acordo

Título Executivo Extrajudicial Declaração de tentativa (art.876, CLT) conciliatória frustrada

Eficácia liberatória geral: dá A parte ajuizará RT quitação ao contrato de trabalho, na Justiça do Trabalho exceto quanto às parcelas

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expressamente ressalvadas.

13. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA VERBAL

A Reclamatória Trabalhista verbal será distribuída antes de sua redução a termo e observará os mesmos requisitos da Reclamatória escrita.

Art. 840, CLT. A reclamação poderá ser escrita ou verbal. (...) § 2º. Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou chefe de secretaria, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Uma vez distribuída, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior,

apresentar-se, no prazo máximo de 5 dias ao cartório ou secretaria, para reduzi-la a termo, sob pena de não poder ajuizar nova RT pelo prazo de 6 meses.

Art. 731, CLT. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, ao Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na perda pelo prazo de 6 meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.

Ao final, a redução a termo será assinada pelo escrivão ou chefe de secretaria e pelo reclamante.

Na prova: Se a questão disser após a redução a termo, a petiçao será assinada pelo juiz,

estará INCORRETA. Não é o juiz quem assina. É o escrivão ou chefe de secretaria.

13.1. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA ESCRITA Sendo escrita, a Reclamatória Trabalhista deve conter alguns requisitos obrigatórios, além de seguir o exigido no parágrafo 1º do artigo 840 da CLT.

Art. 840, CLT. A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º. Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

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qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

Requisitos da petição inicial:

Endereçamento

Qualificação

Breve relato dos fatos

Pedido

Data

Assinatura

Não é obrigatório:

Pedido de produção de provas

Intimação da parte

Valor da causa (no procedimento sumaríssimo é obrigatório)

Se na Petição Inicial não houver valor da causa, o juiz o fixará em audiência após a primeira tentativa conciliatória. Caso a outra parte não concorde, irá se manifestar e reiterar nas razões finais.

Se o juiz mantiver o valor inicialmente fixado para a causa será possível interpor

um recurso chamado PEDIDO DE REVISÃO a ser julgado pelo TRT (essa é uma exceção à regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias – mas ainda sem suspensão do feito).

No Inquérito judicial para apuração de falta grave a Petição Inicial DEVERÁ SER ESCRITA, não pode ser verbal.

Inquérito Judicial para apuração de falta grave A Petição Inicial de Inquérito Judicial para apuração de falta grave somente pode ser escrita. O empregador pode ou não suspender o empregado. Se o empregador optar por suspender o empregado antes do inquérito, deve ajuizá-lo no prazo decadencial de 30 dias. O prazo decadencial é aquele existente para o exercício de um direito potestativo, neste caso, o direito de despedir dirigente sindical por justa causa. No inquérito judicial para apuração de falta grave, é necessário comprovar que aquele empregado, detentor de estabilidade, ocorreu em uma falta grave, para fazer tal prova é possível dispor, no máximo, de 06 testemunhas.

14. AUDIÊNCIA

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14.1 NOÇÕES GERAIS As audiências no processo do trabalho serão públicas, salvo quando contrariar o interesse público. Nas audiências é que acontece a maioria dos atos processuais. [Art. 93, IX, CF]

Art. 5º, inciso LX, CF. A lei ó poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

Serão realizadas no juízo ou tribunal, mas excepcionalmente poderão realizar-

se em outro local mediante edital fixado na sede do juízo COM 24 HORAS de antecedência. O horário estabelecido para as audiências é das 8h00 às 18h00, em dias úteis, com duração máxima de 5 horas contínuas, salvo quando houver matéria urgente. É permitida a convocação de audiências extraordinárias, desde que respeitada a regra de fixação do edital na sede do juízo com 24 horas de antecedência.

Na prova: O horário estabelecido para as audiências é das 8h00 às 18h00. É importante

não confundir com o horário estabelecido para os atos processuais, que é das 6h00 às 20h00.

Há tolerância para atraso do juiz ou presidente de até 15 minutos. Se após esse lapso temporal ele não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se e o ocorrido deverá constar no livro de registro de audiências. [Art. 815, § ú, CLT]

A mesma regra não se aplica para as partes.

OJ 245, SDI-I, TST. Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte à audiência.

O juiz ou presidente é o responsável por manter a ordem na audiência, podendo determinar que se retirem do recinto aqueles que perturbarem a tranquilidade, e até mesmo autuar e prender os desobedientes por desacato. [Art. 816, CLT]

Qualquer terceiro que demonstre interesse jurídico pode requerer certidão dos atos realizados na audiência.

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Os atos processuais deverão ser registrados em ata, conforme o artigo 851, caput, da CLT. Não só os atos, mas todos os fatos relevantes, como as ausências, atrasos, requerimentos, protestos antipreclusivos, providências determinadas pelo juiz etc. A ata será assinada pelo juiz. [Art. 851, §2º, CLT]

14.2 TRÂMITE DA AUDIÊNCIA 14.2.1 NO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO A audiência no procedimento ordinário é contínua, ou seja, pode iniciar-se em uma data e terminar em outra. Conforme já mencionado, a divisão que costuma ser utilizada é a seguinte: audiência de conciliação, audiência de instrução e audiência de julgamento.

Art. 849, CLT. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.

Atenção! O mais comum é que a audiência no procedimento ordinário comece em uma data e PROSSIGA EM OUTRA, mas é possível acontecer em uma única data. Ao juiz, com fundamento no artigo 765 da CLT, é facultado fracionar ou não a audiência. Presumindo que o juiz tenha optado pela continuidade da audiência, a divisão seria a seguinte:

Audiência de Conciliação Audiência de Instrução Audiência de Julgamento 1ª tentativa conciliatória;

Leitura da Petição inicial,

senão dispensada;

Apresentação da Defesa

(art. 847, CLT);

Depoimento das Partes

(art. 848, CLT);

Oitiva de testemunhas,

peritos e técnicos (art. 848, §

2º);

Razões Finais (art. 850);

Segunda Tentativa

Conciliatória (art. 850, CLT);

Sentença

Não ocorre efetivamente uma audiência. Trata-se da data em que será publicada a sentença.

a) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO:

Primeira tentativa conciliatória: Aberta a sessão, o juiz deverá conciliar as partes. A ausência de qualquer das tentativas conciliatórias implica em nulidade. [Art. 846, caput, CLT]

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Leitura da petição inicial se não dispensada: o mais comum é que seja dispensada.

Apresentação da defesa: o réu pode apresentar defesa oralmente, em 20 minutos, ou por escrito. Há três modalidades de resposta a serem utilizados pelo reclamado – contestação, exceções e reconvenção. [Arts. 847, CLT e 297, CPC]

No procedimento ordinário as partes já saem dessa audiência intimadas para comparecimento na audiência de instrução.

b) AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO:

Depoimento das partes: O reclamante é o primeiro a depor, e em seguida o reclamado. O juiz faz as perguntas que julgar necessárias, depois permite que o advogado da outra parte faça suas perguntas. A finalidade do depoimento pessoal é obter a confissão da outra parte, portanto o depoimento do reclamante é direito do reclamado e vice-versa. Pela mesma razão não se permite perguntas feitas pelo próprio advogado, somente pelo da outra parte.

Oitiva de testemunhas, peritos e técnicos: há limite de 3 testemunhas, SALVO quando se tratar de inquérito de apuração de falta grave em que o limite é de seis testemunhas para cada uma das partes. A testemunha que não comparecer na data da audiência será intimada de ofício ou a requerimento da parte, sendo possível a sua condução coercitiva. [Arts. 821 e 825, CLT]

Razões finais: Sempre orais no prazo máximo de 10 minutos para cada parte.

Segunda tentativa conciliatória: antes de proferir a sentença, o juiz tentará novamente conciliar as partes. Ambas as tentativas conciliatórias são obrigatórias e devem ser propostas nos momentos legais mencionados, em face dos artigos 846 e 850, CLT, respectivamente.

Art. 850, CLT. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de Conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.

As partes já saem da audiência de instrução intimadas da data em que será

proferida sentença.

c) AUDIÊNCIA DE JULGAMENTO:

Sentença: na prática não ocorre uma audiência, as partes saem da audiência de instrução intimadas da data em que será publicada a sentença, e a partir de tal data tem início o prazo recursal.

14.2.2.NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

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No procedimento sumaríssimo a audiência é una. Todos os atos obrigatoriamente ocorrerão em uma única data, e todas as provas serão produzidas em audiência, ainda que não requeridas pelas partes. [Art. 852-C, CLT] IMPORTANTE MEMORIZAR!

Audiência una:

Primeira tentativa conciliatória (apenas a 1ª tentativa conciliatória está prevista em lei).

Leitura da inicial se não dispensada

Apresentação da defesa

IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS (oralmente, na audiência)

Depoimento das partes

Oitiva de testemunhas, peritos e técnicos

RAZÕES FINAIS (não há previsão na lei)

Sentença

No procedimento sumaríssimo não será obrigatória a segunda tentativa conciliatória. E o reclamante terá que se manifestar sobre os documentos apresentados por uma das partes, com a defesa, por exemplo, oralmente, de imediato, na audiência.

Segundo estabelece o art. 852-B, III, a reclamatória trabalhista deverá ser

julgada no prazo máximo de 15 dias. Tendo em vista que a audiência é una e, portanto, a sentença deve ser proferida na data de sua realização, a audiência deve ser designada para o prazo máximo de 15 dias.

Havendo razão justificável (prova pericial, oitiva de testemunha por carta precatória, etc.) é possível interromper a audiência no procedimento sumaríssimo, mas a continuação dar-se-á no máximo em 30 dias.

Tem-se, portanto, que uma reclamatória deverá ser julgada no prazo máximo de 45 dias, ou seja, 15 dias para a designação da primeira audiência, mais 30 dias para o caso de ele ser interrompida.

14.3 COMPARECIMENTO DAS PARTES REPRESENTAÇÃO/SUBSTITUIÇÃO

Quem deve Compa-recer em audiência

Quando Quem Audiência

Reclamante Doença;

Motivo poderoso;

Sindicato;

Empregado da

Será adiada. O representante não poderá:

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mesma profissão; Confessar

Transigir

Renunciar, etc

Reclamado SEMPRE gerente ou outro

preposto*

As declarações do preposto obriga- rão o reclamado

* Súmula 377 do TST:

regra: o prepostos deve ser empregado da empresa;

exceções: reclamação de empregado doméstico: caso em que poderá se fazer substituir por qualquer membro da família;

micro ou pequeno empresário: caso em que poderá se fazer substituir por terceiro que tenha conhecimento dos fatos;

Em caso de reclamatórias plúrimas, onde os empregados poderão estabelecer litisconsórcio ativo facultativo, nos termos do artigo 842 da CLT, ou em Ações de Cumprimento, poderão ser substituídos pelo Sindicato.

Art. 843, CLT. Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar* pelo Sindicato de sua categoria.

*O artigo 843 utiliza o termo ‘’representar’’ erroneamente, pois na verdade o sindicato age como substituto, ou legitimado extraordinário nas Ações de Cumprimento. Atuará em nome próprio na defesa de interesse alheio, razão pela qual o sindicato será o autor da demanda, o que dispensa a presença dos titulares do direito material deduzido em juízo. [Art. 8, III, CF e 872,§ único, CLT]

Na prova: A explicação do parágrafo acima é importante para que o conhecimento seja

assimilado corretamente, mas na prova, se a questão trouxer o termo REPRESENTAÇÃO, deve ser considerada correta, pois está em consonância com o texto legal.

14.4 CONSEQUÊNCIAS DO NÃO COMPARECIMENTO DAS PARTES

Observe as conseqüências da ausência das partes em audiência (art. 844, CLT).

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RECLAMANTE não comparece na audiência de CONCILIAÇÃO = Arquivamento (art. 844, CLT) RECLAMADO não comparece na audiência de CONCILIAÇÃO = Revelia e confissão ficta (art. 844, CLT) Caso AMBOS ambos não compareçam na audiência conciliação = Arquivamento

RECLAMANTE não comparece na audiência EM PROSSEGUIMENTO EM QUE TENHA SIDO INTIMADO A DEPOR (INSTRUÇÃO) = Confissão ficta RECLAMADO não comparece na audiência EM PROSSEGUIMENTO EM QUE TENHA SIDO INTIMADA A DEPOR (INSTRUÇÃO) = Confissão ficta Caso AMBOS não compareçam na audiência de instrução = o juiz julgará conforme as regras de ônus da prova.

Art. 844, CLT. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Parágrafo único. Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.

A confissão ficta pode ser confrontada coma prova pré-constituída nos autos, não implicando o cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores (súmula 74, II, TST).

Súmula 74, TST. CONFISSÃO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 184 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978). II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000).

Cuidado! A presença só do advogado na audiência de conciliação munido de procuração não afasta a revelia (súmula 122, TST). O advogado não pode atuar em um mesmo processo na condição de patrono do empregador e seu preposto por vedação expressa do Estatuto da OAB – Lei 8906/94.

Súmula 122, TST. REVELIA. ATESTADO MÉDICO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 74

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da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência. (primeira parte - ex-OJ nº 74 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996; segunda parte - ex-Súmula nº 122 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

O não comparecimento do reclamante na audiência de conciliação gerará o arquivamento da Reclamatória. E, se o reclamante der causa ao segundo arquivamento do processo em razão do não comparecimento, perderá o direito de ingressar com nova ação pelo período de seis meses (Art. 731 e 732, CLT), ocorrendo o que se conhece no Processo do Trabalho como perempção. Atenção! Também no caso de RT verbal, caso o reclamante não compareça em 5 dias em Juízo para redução a termo, não poderá ajuizar nova RT no prazo de 6 meses. O artigo 219 do CPC ensina que a citação válida, entre outros efeitos, interrompe a prescrição. O § 1º dispõe que a interrupção retroage à data da propositura da ação. A CLT é omissa quanto a tal tema. Segundo a Súmula 268, a demanda trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos, ou seja, no Processo do Trabalho a prescrição é interrompida pelo simples ajuizamento da ação, não dependendo da citação válida como no processo do trabalho, entretanto, apenas uma vez (art. 202, CC).

SUM-268 PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AÇÃO TRABALHISTA ARQUIVADA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos.

Considerando as determinações contidas nos arts. 219 do CPC e 202 do Código

Civil, é imperioso concluir que o ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que arquivada, interrompe a prescrição bienal e a quinquenal. Aliás, outro não é o entendimento contido na Súmula 268 desta Corte, mesmo não se referindo expressamente a ambos os prazos prescricionais. Assim, a prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, razão pela qual o prazo

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quinquenal de que trata o art. 7º, inc. XXIX, da Constituição da República deve ser reiniciado na data do ajuizamento da primeira reclamação.

A Súmula 9 do TST é muito cobrada em prova, segundo tal dispositivo, a ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não importa em arquivamento do processo.

Súmula 9, TST. AUSÊNCIA DO RECLAMANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não importa arquivamento do processo.

15. CONCILIAÇÃO

O procedimento ordinário exige obrigatoriamente duas tentativas conciliatórias na audiência. A ausência de qualquer uma delas gera nulidade absoluta dos atos processuais posteriores. O procedimento sumaríssimo exige apenas uma tentativa conciliatória obrigatória, mas o juiz poderá tentar conciliar as partes a qualquer tempo na audiência.

A homologação de acordo é faculdade do juiz. Não fere direito líquido e certo da parte a recusa do juiz em homologar o acordo.

Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.

A sentença homologatória de acordo é irrecorrível para as partes (art. 831, CLT), transitando em julgado na data de sua homologação (súmula 100, V, TST). É equiparada a sentença de mérito (art. 269, III, CPC), sendo rescindida por ação rescisória (e não por ação anulatória), segundo estabelece a súmula 259, TST.

Súmula 100, V, TST. O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial.

Nos termos do art. 831, parágrafo único, da CLT, somente a Previdência Social poderá recorrer desta sentença, por meio do Recurso Ordinário, cuja matéria versará exclusivamente em relação às contribuições previdenciárias.

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Atenção! Apesar de constar no texto legal que a Previdência Social poderá recorrer desta sentença, na prática, desde 2007, a União é quem atua como parte neste processo, em virtude da Lei 11.457/07 (Lei da Super Receita), que unificou a arrecadação e fiscalização dos tributos da antiga Receita Federal e contribuições da Previdência Social. O prazo para o recurso ordinário é em dobro para a União, nos termos do inciso III, do art. 1° do DL 779/69.

Conforme o artigo 846 da CLT, no termo de conciliação deverá constar o prazo e a forma para seu cumprimento. Por exemplo, pode ser estabelecido que a parte que não cumprir o acordo restará obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo. A multa não poderá ser superior ao valor da obrigação principal, pois sua natureza é de cláusula penal. [Art. 412, CC]

É lícito às partes formular acordo mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório. [Art. 764, CLT]

Merece destaque a recente OJ 376 da SDI-1 do TST:

OJ 376, SDI-1, TST CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR HOMOLOGADO (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo.

16. RESPOSTAS DO RÉU

Após a sua citação, o réu poderá apresentar três modalidades de resposta: contestação, exceção e reconvenção. As duas primeiras se tratam de defesas, enquanto a última é ação do réu em face do autor, dentro do mesmo processo onde foi demandado.

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O artigo 847 da CLT garante ao reclamado 20 minutos para apresentar sua defesa.

Segundo o artigo 304 do CPC, as partes podem arguir através de exceção: a suspeição, o impedimento e a incompetência relativa.

16.1 EXCEÇÕES

O art. 304 do CPC estabelece que devem ser argüidas por exceção a suspeição, o impedimento e a incompetência relativa.

Exceção de Incompetência: E exceção de incompetência relativa deve ser apresentada pelo réu em

audiência, sob pena de prorrogação da competência. Apresentada a exceção de incompetência, o exceto terá um prazo

improrrogável de 24 horas para se manifestar, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir. [Art. 800, CLT]

O excipiente apresenta a exceção de incompetência em audiência, ocasião em que o juiz receberá a exceção, suspenderá o feito, abrirá vista para o exceto se manifestar no prazo improrrogável de 24 horas e proferirá decisão interlocutória. Caso acolha a exceção, remeterá os autos para o Juízo declinado como competente.

Como a decisão que julga a exceção é interlocutória, não admite recurso de imediato, exceto quando terminativa do feito. (art. 799, § 2° da CLT).

A súmula 214, em sua alínea “c” explica o significado de decisão terminativa do

feito. Observe-se:

Súmula 214, TST. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

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Assim, caso o juiz acolha a exceção de incompetência, remetendo os autos para juiz que esteja subordinado a TRT diferente do que está subordinado o juízo excepcionado (não qual foi apresentada a exceção), a decisão interlocutória de julgamento da exceção terá sido terminativa do feito e desafiará RO, de imediato.

O recurso será julgado pelo TRT a que está subordinado o juiz que acolheu a

exceção de incompetência.

Caso 1: prestação de serviços em Curitiba --- juízo declinado em Ponta Grossa Pertencem ao mesmo TRT, a decisão seria então irrecorrível de imediato.

Caso 2: prestação de serviços em São Paulo --- juízo declinado Porto Alegre Pertencem a TRTs diferentes, então seria recorrível de imediato (através de RO) Também é terminativa do feito a decisão de reconhece a incompetência

absoluta da Justiça do Trabalho e remete os autos para outro ramo do poder judiciário, cabendo recurso ordinário para atacar tal decisão.

Exceção de Suspeição e Impedimento: A CLT, datada de 1943, baseou-se no CPC de 1039, o qual tratava apenas de

suspeição. Por isso, a CLT versa apenas sobre suspeição. O CPC de 1973 distinguiu suspeição de impedimento, entretanto a CLT

permaneceu sem alteração, referindo-se apenas a suspeição. Apesar disso, as mesma razões que justificam a exceção de suspeição,

justificam também a de impedimento. Por esse motivo onde na CLT lê-se suspeição deve ser lido também impedimento.

As hipóteses de cabimento de suspeição e impedimento estão previstas no

artigo 801 da CLT e nos artigos 134 a 138 do CPC.

O artigo 801, CLT estabelece que o juiz é obrigado a dar-se por suspeito e pode ser recusado pelos seguintes motivos, em relação aos litigantes:

Inimizade pessoal

Amizade íntima

Parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil

interesse particular na causa

Na prova: O artigo 801 da CLT trata parentesco consangüíneo até terceiro grau como

hipótese de suspeição, quando na verdade é hipótese de impedimento.

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A suspeição não poderá ser alegada:

se o recusante, mesmo que tacitamente, demonstrar consentimento pelo juiz, salvo por motivo posterior;

se ficar demonstrado que já possuía conhecimento do motivo da suspeição anteriormente e não alegou;

ou se propositalmente deu causa à razão da suspeição.

As exceções de suspeição e impedimento devem ser apresentadas em audiência, salvo se o motivo que as originou for posterior a audiência, caso em que a nulidade deve ser argüida na primeira oportunidade que a parte tiver de falar em audiência ou nos autos, sob pena de preclusão.

As exceções de suspeição e impedimento suspendem o feito e serão

processadas nos mesmos autos, de reclamatória trabalhista sendo dispensada a sua autuação em separado.

Segundo a CLT, apresentada exceção de suspeição ou impedimento, o juiz ou

Tribunal deverá designar audiência de instrução e julgamento dentro de 48 horas. [Art. 802, CLT]

Art. 802. Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção.

Para alguns autores, desde a extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento,

com a EC 24/99, não se aplica ao Processo do Trabalho o art. 802 da CLT, e sim o CPC, cujo processamento da exceção está nos artigos 312 a 314. Caso o juiz não se julgue suspeito ou impedido deverá remeter os autos ao TRT, no prazo de dez dias, para que este aprecie com suas razões e documentos.

Art. 312. A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente fundar a alegação e conterá o rol de testemunhas. Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) dias, dará as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal.

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Art. 314. Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal.

Nas exceções de suspeição e impedimento, os sujeitos passivos são juízes,

promotores, peritos judiciais, intérpretes e os próprios serventuários da justiça. [Art. 138, CPC]

Opostas exceções de suspeição e impedimento contra o juiz, haverá a suspensão do processo. No entanto, quando for oposta em relação a qualquer outro dos sujeitos passivos, não haverá a suspensão do processo. [Art. 138, §1º, CPC].

A decisão que julga exceção de suspeição ou impedimento é interlocutória, assim, dela não caberá recurso de imediato, mas as partes poderão mencioná-las novamente no momento em que couber recurso da decisão final. [Art. 799, § 2º e Art. 893, § 1º, CLT]

As matérias atinentes à litispendência, coisa julgada e incompetência absoluta não devem ser objeto de exceção, mas sim de preliminar de contestação.

Apesar de haver controvérsia, para a maior parte da doutrina o parágrafo único

do art. 305 do CPC não se aplica ao processo do trabalho. Segundo tal dispositivo na “exceção de incompetência (art. 112 desta lei) a petição pode ser protocolizada no juízo do domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação”.

Tal regra mostra-se incompatível com o Processo do Trabalho, uma vez que por

determinação de lei as respostas do réu (exceções, a contestação e reconvenção) devem ser apresentadas em audiência, podendo o juiz incompetente territorialmente tentar a conciliação.

16.2 CONTESTAÇÃO

Como a CLT não define a contestação, aplica-se subsidiariamente o artigo 300 do CPC:

Art. 300, CPC. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa. Expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

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Esta norma consagra os Princípios da Concentração e da Eventualidade, pois o réu deverá alegar todo e qualquer tipo de resistência à pretensão do autor, ainda que contraditória entre si, para que o juiz conheça das posteriores, se as anteriores forem repelidas.

A contestação por negação geral é vedada, considerando-se verdadeiros os

fatos contidos na Inicial. EXCEÇÃO: quando o contestante for defendido por advogado dativo, curador especial e para MPT admite-se negativa geral. [Art. 302, CPC] Na contestação, as defesas do podem ser classificadas em: a) defesas processuais; e b) defesas de mérito.

a) A defesa processual deve ser arguida em preliminar de contestação e divide-se em:

Dilatória, quando não se busca a extinção do processo, mas, apenas, dilatar a solução da causa, sem extinção do processo. É o caso da incompetência absoluta (em que se busca a remessa dos autos do juízo competente), conexão e continência (nas quais se busca a reunião de processos).

Peremptória, quando o que se pretende é a extinção do processo, sem resolução do mérito. É o caso das demais preliminares de contestação.

b) A defesa mérito divide-se em:

Direta: a) quando o réu negar o fato constitutivo do direito do autor, como por exemplo, quando o reclamante alega ter direito a horas extras e o reclamado negar a sua realização e b) quando o réu admitir os fatos alegados pelo autor, mas negar os efeitos por ele pretendidos, como ocorre, por exemplo, quando o reclamante alega que foi transferido definitivamente e postula a condenação do reclamado ao pagamento do adicional de transferência. Observe-se que neste caso o reclamado sem opor fato novo, nega que o autor tenha direito ao adicional. Diante das próprias alegações do autor o réu negou o efeito por ele pretendido.

Indireta, quando reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro lhe opuser o réu, impeditivo (exemplo: quando o autor formula pedido de equiparação salarial, a alegação de que o paradigma é empregado readaptado), modificativo (o reclamante postula comissões impagas no importe de 3% e o reclamado afirma que o percentual pactuado era de 2%) ou extintivo (pagamento e prescrição, por exemplo) do direito do autor.

No Processo do Trabalho o réu não precisa especificar as provas que pretende produzir.

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Sempre em audiência, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação quando esta não for dispensada por ambas as partes. A contestação pode dirigir-se contra o processo ou contra o mérito. A compensação é matéria de mérito, somente podendo ser argüida na contestação (art. 767, CLT e súmulas 18 e 48). Acerca da compensação é importante destacar:

é cabível a compensação quando reclamante e reclamado forem credores e devedores reciprocamente;

somente é possível quando se tratar de dívida de natureza trabalhista;

a compensação não pode ser concedida de ofício pelo juiz, devendo ser requerida pelo reclamado na contestação;

a compensação limita-se ao valor da condenação. Como exemplo de compensação podemos citar a hipótese em que o

empregado pede demissão, não cumprindo o aviso prévio e posteriormente ajuíza uma reclamatória trabalhista contra seu ex-empregador. Na contestação o reclamado poderá requerer que seja compensado o valor do aviso prévio que o reclamante lhe deve com o de eventual condenação.

Embora seja instituto de direito material do trabalho, o tema prescrição merece destaque quanto aos seguintes aspectos:

prescrição é defesa de mérito indireta (fato extintivo do direito do autor);

o ajuizamento da ação interrompe a prescrição, ainda que arquivada, com relação aos pedidos idênticos (pedido e causa de pedir). Assim, quando a reclamante alegada que foi despedida quando grávida e requer a sua reintegração, ainda que a reclamação venha a ser arquivada, em relação a tal pedido e causa de pedir, o prazo prescricional foi interrompido pelo ajuizamento da ação. Entretanto, neste caso, o prazo prescricional não foi interrompido em relação ao pedido de reintegração decorrente do fato de a reclamante ser representante dos empregados na CIPA.

o ajuizamento da ação interrompe a prescrição apenas uma vez (art. 202, CC1)

1 Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; III - por protesto cambial; IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

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o ajuizamento da ação interrompe a prescrição, voltando a contar o prazo de prescrição bienal a partir do arquivamento do reclamatória trabalhista

quando arquivada a primeira reclamatória trabalhista, o reclamante poderá, dentro do biênio seguinte, ajuizar nova reclamatória, que será distribuída por dependência, ainda que a segunda venha a ser ajuizada em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda (art. 253, II, CPC2);

o não comparecimento do reclamante em audiência implica a extinção do processo sem resolução do mérito, podendo o autor ajuizar nova reclamatória trabalhista na sequencia. Entretanto, caso o reclamante dê causa a dois arquivamentos da reclamatória trabalhista por não comparecer em audiência, incorrerá na pena de não poder ajuizar nova ação com a mesma causa de pedir e pedidos pelo prazo de 6 meses. A esta pena se dá o nome de perempção no Processo do Trabalho (art. 732, CLT3).

16.3. RECONVENÇÃO

A reconvenção é uma ação do réu contra o autor dentro do mesmo processo

em que está sendo demandado.

A CLT é omissa quanto à reconvenção, então se aplica subsidiariamente, por força do artigo 769 da CLT, os dispositivos do CPC quanto ao tema – Artigos 315 a 318.

Art. 315, CPC. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem.

Art. 103, CPC. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto

2 Art. 253. Distribuir-se-ão por dependência as causas de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 2001) I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada; (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 2001) II - quando, tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; (Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006) III - quando houver ajuizamento de ações idênticas, ao juízo prevento. (Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006) Parágrafo único. Havendo reconvenção ou intervenção de terceiro, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor. (grifos nossos)

3 Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844. Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.

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ou a causa de pedir. (as duas partes visam o mesmo fim)

O artigo 317 do CPC expõe uma característica importante da reconvenção: a

autonomia. A reconvenção não é uma ação acessória, tendo em vista que a desistência da ação principal pelo autor (reconvindo), ou a existência de qualquer outra causa que venha a extinguir a ação principal, não obsta o prosseguimento da reconvenção. REQUISITOS PARA A RECONVENÇÃO:

O juízo deve ser competente para ambas as ações: para a RT e para a reconvenção;

Deve haver legitimidade – O reclamado da RT precisa estar no pólo ativo da reconvenção e vice-versa;

O procedimento deve ser o mesmo;

Exige-se conexão entre a reconvenção e a ação principal ou algum dos fundamentos da defesa – [Art. 103, CPC];

A sentença da ação principal e da reconvenção será a mesma. [Art. 318, CPC]

16.4. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

Como já estudado, não é requisito da petição inicial no Processo do Trabalho a indicação do valor da causa pelo autor na petição inicial. Sendo faculdade deste, duas hipóteses devem ser analisadas: a) o autor não aponta o valor da causa na petição inicial nos procedimentos

ordinário e sumário. O juiz, em audiência, após a apresentação da contestação, antes da instrução processual, fixará o valor da causa. Caso as partes não concordem poderão impugná-lo, caso em que o juiz em decisão interlocutória poderá alterá-lo ou mantê-lo. Nesta hipótese caberá a(s) parte(s) interessada(s) interpor de imediato recurso denominado Pedido de Revisão, no prazo de 48 horas, a ser dirigido ao Presidente do TRT, sem suspensão do feito. Trata-se de exceção a regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias prevista no art. 2°, caput e parágrafo 1° da Lei 5584/70.

b) O autor indicou o valor da causa na petição inicial. Caso o réu não concorde com o mesmo poderá apresentar impugnação ao valor causa. Trata-se de modalidade de defesa do réu. No Processo do Trabalho poderá ser apresentada em preliminar de contestação, sem suspensão do feito. O juiz não poderá de ofício se insurgir contra o valor apontado pelo autor, cabendo-lhe decidir apenas quando o réu apresentar a referida impugnação. Neste caso, a decisão do juiz, interlocutória, é irrecorrível de imediato, cabendo as partes impugná-la apenas por meio do recurso da decisão definitiva, ou seja, terão que aguardar a sentença para impugná-la em recurso ordinário.

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17. PROVAS

O objeto da prova é demonstrar em juízo a existência ou não existência de um fato, visando o convencimento do juiz. Não basta alegar um fato em juízo, é necessário comprová-lo.

17.1. PRINCÍPIOS

Princípio do Contraditório e da Ampla defesa As partes devem possuir igualdade de oportunidades de apresentação das

provas (segundo Ada Pelegrine, paridade de armas), bem como, tem o direito de se manifestar sobre as provas produzidas pela outra parte.

Princípio da Comunhão ou da Unidade da Prova As provas devem ser analisadas no seu conjunto, e não isoladamente. Assim, o

juiz não deve acolher o laudo pericial, afastando a prova testemunhal quando são divergentes.

Princípio do Livre Convencimento ou da Pesuasão Racional A convicção do juiz é formada pela livre apreciação das provas. O art. 131 do CPC contempla tal princípio ao estabelecer que “O juiz apreciará

livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá alegar na sentença, os motivos que formaram o convencimento”.

O princípio da persuasão racional pode ser encontrado implicitamente no art. 765 da CLT, segundo o qual o juiz tem ampla liberdade na direção do processo.

Princípio da Imediação

Segundo tal princípio o juiz deve colher a prova direta e imediatamente. No Processo do Trabalho este princípio encontra previsão no artigo 820 da CLT, segundo o qual “as partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento das partes, seus representantes ou advogados” e no art. 342 do CPC que determina que “o juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa”.

O princípio da imediação visa permitir que o juiz tenha maior percepção sobre a verdade real. Princípio da Oralidade

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A prova deve ser produzida preferencialmente em audiência, na presença do juiz. Princípio da Aquisição Processual

As provas pertencem ao processo independentemente de quem as tenha

produzido. A regra de distribuição do ônus da prova é regra de julgamento, de modo

que somente tem relevância se inexistirem provas nos autos.

17.2. ÔNUS DA PROVA

O artigo 818 da CLT ensina que o ônus de provar as alegações incumbe à parte que as fizer. Em razão de sua extrema simplicidade, é necessário aplicar em conjunto o artigo 333 do CPC, segundo o qual cabe ao autor comprovar fatos constitutivos e cabe ao réu comprovar os fatos modificativos, impeditivos e extintivos do direito do autor.

Seguem algumas súmulas importantes:

O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. {Súmula 212, TST]

Súmula 212, TST. DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.

A competência de provar que a relação de emprego efetivamente ocorreu é do reclamante. Entretanto, se o reclamado reconhecer o fato alegado pelo autor na contestação, mas alegar relação jurídica diversa da relação de emprego - como, por exemplo, admitir que aquele empregado trabalhou para ele, mas como autônomo – chamará para si o ônus de provar.

Reclamante Reclamado Ônus da Prova Alega que era empregado e pede o reconhecimento do vínculo de emprego

Simplesmente nega a prestação de serviço

Reclamante

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Alega que era empregado e pede o reconhecimento do vínculo de emprego

Nega a relação de emprego, porém admite a prestação do serviços, como autônomo por exemplo

Reclamado.

O empregado tem o ônus de comprovar que preenche os requisitos

indispensáveis para a percepção do vale transporte. [OJ 215 da SDI-I, TST]

OJ 215, SDI-1, TST. VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA. Inserida em 08.11.00 É do empregado o ônus de comprovar que satisfaz os requisitos indispensáveis à obtenção do vale-transporte.

Quanto ao recolhimento do FGTS, definido pelo reclamante o período no qual

não houve depósito, ou houve, mas em valor inferior, se a reclamada não concordar e alegar que inexistem tais diferenças nos recolhimentos, atrairá para si o ônus da prova, incumbindo-se de apresentar as guias respectivas, para comprovar fato extintivo do direito do autor. [OJ 301 da SDI-I, TST]

OJ 301, SDI-1, TST. FGTS. DIFERENÇAS. ÔNUS DA PROVA. LEI Nº 8.036/90, ART. 17. DJ 11.08.03 Definido pelo reclamante o período no qual não houve depósito do FGTS, ou houve em valor inferior, alegada pela reclamada a inexistência de diferença nos recolhimentos de FGTS, atrai para si o ônus da prova, incumbindo-lhe, portanto, apresentar as guias respectivas, a fim de demonstrar o fato extintivo do direito do autor (art. 818 da CLT c/c art. 333, II, do CPC).

Segundo súmula 12 do TST estabelece que as anotações apostas da CTPS do empregado pelo empregador geram presunção relativa de veracidade [Súmula 12, TST].

Súmula 12, TST. CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".

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A respeito do não recebimento da notificação para audiência depois de 48 horas de sua postagem, o ônus é do destinatário. [Súmula 16, TST]

Súmula 16, TST. NOTIFICAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.

O ônus da prova da jornada de trabalho delimitada na Inicial é do empregado,

pois esta representa fato constitutivo do direito às horas extras. É ônus do empregador que conta com mais de 10 empregados o registro da

jornada na forma do artigo 74, § 2º da CLT e a apresentação dos cartões de ponto em Juízo, porém, a não juntada injustificada dos cartões gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho. [Súmula 338, TST]

Os cartões uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus

da prova que passa a ser do empregador.

Súmula 338, TST. JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o

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ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

Recte Rcdo N° empregados

Obrigação de juntar

cartões

Juntou? Ônus

Requer HE Nega até de 10 Não Não Recte

Requer HE Nega até de 10 Sim Sim Recte

Requer HE Nega Mais de 10 Sim Não Recdo

Requer Nega Mais de 10 Sim sim, porém são britânicos (horários de entrada e saída uniformes) – cartões inválidos.

Recdo

Segundo estabelece a súmula 6, VIII, TST é ônus do reclamado comprovar os fatos impeditivos, modificativos os extintivos da equiparação salarial.

SUM-6 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redação do item VI alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.11.2010) Res. 172/2010, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.11.2010 (...) VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977). (...)

Quanto ao salário-família convém destacar a súmula 254 do TST:

SUM-254 SALÁRIO-FAMÍLIA. TERMO

INICIAL DA OBRIGAÇÃO (mantida) - Res.

121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O termo inicial do direito ao salário-família

coincide com a prova da filiação. Se feita em

juízo, corresponde à data de ajuizamento do

pedido, salvo se comprovado que

anteriormente o empregador se recusara a

receber a respectiva certidão.

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17. MEIOS DE PROVA 17.2.1 DEPOIMENTO PESSOAL E INTERROGATÓRIO O comparecimento das partes pode ser determinado pelo juiz, caso julgue necessário interrogá-las, ou a requerimento das próprias partes.

Art. 848, CLT. Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.

O artigo acima precisa ser interpretado em conjunto com o artigo 820 da CLT, segundo o qual as partes e seus advogados também podem requerer o interrogatório da parte contrária, e não apenas o juiz. O principal objetivo do interrogatório é a obtenção da confissão real, que é a principal prova.

A confissão real gera PRESUNÇÃO ABSOLUTA da veracidade dos fatos, devendo

ser acatada pelo juiz.

A confissão é INDIVISÍVEL, não será admitida em tópicos, deve ser considerada por inteiro, podendo, entretanto, ser dividida quando o confitente lhe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção. [Art. 354, CPC]

A confissão faz prova somente contra o confitente, e não contra os litisconsortes.

Já a confissão ficta, gera presunção RELATIVA de veracidade. Prevalece

enquanto não houver outros meios probatórios constantes dos autos capazes de afastá-la, como prova documental, testemunhal e até mesmo a confissão real, já que a confissão ficta pode ser confrontada com a prova pré-constituída, não constituindo cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. [Súmula 74, II, TST]

A confissão ficta ocorre quando a parte não comparece em audiência quando

devidamente intimada para fazê-lo sob as penas da lei, ou comparece, mas se recusa a responder as perguntas ou, ainda, quando alega ignorar fatos relevantes para a solução da causa.

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A revelia não produz confissão na ação rescisória, pois considerando que a sentença é o objeto atacado, envolve matéria de ordem pública. [Súmula 398, TST] 17.2.2 PROVA TESTEMUNHAL Toda pessoa capaz, que não seja impedida ou suspeita e que tenha conhecimento dos fatos pode ser testemunha. [Art. 829, CLT e 405, CPC]

IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO

- parentes até terceiro grau - tutor nas causas do menor - representante da pessoa jurídica - advogado, juiz ou qualquer outra pessoa que tenha assistido a parte - cônjuge

- amigo íntimo - inimigo capital de qualquer das partes - o condenado por falso testemunho - aquele que por seus costumes não for digno de fé - aquele que tiver interesse no litígio

Na prova: O suspeito ou impedido pode ser ouvido como informante? Sim. Não prestará

o compromisso de dizer a verdade.

A Súmula 357 do TST garante que não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador.

Quanto ao número de testemunhas permitido: Procedimento ordinário: 3 testemunhas [Art. 821, CLT]

Procedimento sumaríssimo: 2 testemunhas [Art. 852-H, § 2º, CLT]

Inquérito para apuração de falta grave: 6 testemunhas [Art. 821, CLT]

COMPARECIMENTO DAS TESTEMUNHAS:

PROCEDIMENTO ORDINÁRIO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

Arts. 825 e 845 da CLT Art. 852-H, § 2º e 3º

Nos dois procedimentos as testemunhas devem comparecer em audiência independentemente de intimação e notificação.

Se elas não comparecem espontaneamente, o juiz adiará a audiência e determinará a intimação das testemunhas.

Se as testemunhas não comparecerem o juiz só adiará a audiência e as intimará se comprovado o CONVITE ANTERIOR.

Se mesmo assim a testemunha não comparecer, o juiz adiará a audiência e determinará a sua condução coercitiva e pagamento de multa.

No processo do trabalho não há exigência de apresentação de rol de

testemunhas, portanto, é possível que a parte as substitua. [Art. 825 e 845, CLT]

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O depoimento de uma testemunha não poderá ser ouvidos pelas demais que tenham de depor no processo. (art. 824, CLT)

Em respeito ao Princípio Inquisitivo, o juiz pode determinar a intimação de

testemunhas que sejam mencionadas nos depoimentos das partes ou de outras testemunhas, mesmo que ultrapasse o número de testemunhas previsto para cada procedimento. [Art. 418, I, CPC]

O depoimento de partes e testemunhas que não falarem a língua nacional, bem como de surdos-mudos ou mudos que não saibam escrever, será realizado por meio de intérprete nomeado pelo juiz. Quem arcará com as despesas é a parte interessada no depoimento. [Art. 819, CLT]

Seja na condição de parte ou de testemunha, o trabalhador não poderá ter seu dia de trabalho descontado em razão de falta para comparecer em audiência. [Art. 822 e Art. 419, § único do CPC, Art. 473, VIII da CLT e Súmula 155, TST]

Se a testemunha for servidor público e tiver que depor em horário de expediente, será requisitada ao chefe da repartição a autorização para comparecimento em audiência. [Art. 823, CLT]

Entende-se que o momento adequado para contraditar a testemunha é após a sua qualificação e antes que preste o compromisso de dizer a verdade. A CLT é omissa quanto ao tema. 17.2.3 PROVA DOCUMENTAL A CLT não sistematizou a prova documental como o CPC. É possível encontrar em alguns de seus artigos, de forma desorganizada, menção a documentos. Entre eles, artigos 777, 780 e 830.

Nas questões referentes ao tema em que a CLT nada disser, aplica-se o CPC. Os documentos devem ser juntados na petição inicial pelo autor, e na defesa pelo réu. [Art. 787, CLT e 396, CPC]

Na fase recursal não é possível juntar documentos, exceto se comprovado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referentes a fato posterior à sentença. [Súmula 8, TST]

Para alguns atos, a CLT considera a prova documental (escrita) imprescindível: - comprovação de pagamento de salário [Art. 464, CLT]

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- comprovação da concessão do descanso da gestante [Art. 392, CLT] - comprovação de concessão ou do pagamento de férias [Art. 135 e 145,§ único, CLT] -comprovação do acordo de prorrogação da jornada [Art. 59, CLT]

- empregado com mais de um ano de serviço deve ter seu pedido de demissão homologado perante seu sindicato.

No procedimento sumaríssimo, todas as provas, inclusive as documentais, devem ser produzidas na audiência de instrução e julgamento, mesmo sem requerimento prévio das partes. Os documentos deverão ser impugnados imediatamente pela outra parte, na própria audiência.

A lei permite, caso sejam documentos complexos ou de grande volume, que a audiência seja suspensa, desde que devidamente justificado pelo juiz.

Até o final da instrução, as partes podem juntar documentos novos, permitido

o contraditório quando: [Art. 397 e Art. 398, CPC]

- tratar-se de fatos ocorridos depois dos articulados - para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos 17.2.4 PROVA PERICIAL Será realizada quando a prova dos fatos alegados depender de conhecimentos técnicos ou científicos. Pode ser requerida pelas partes ou determinada de ofício pelo juiz [Art. 145, CPC]

Poderá ser constituída em exame (de pessoas ou documentos), vistoria (imóveis) ou avaliação (para apuração de valores), e apresentada através de laudo. [Art. 420, CPC]

O perito será médico ou engenheiro do trabalho, sem ordem de preferência. [Art. 195, CLT e OJ 165, SDI-I do TST]

O juiz não fica adstrito ao laudo pericial, podendo formar seu convencimento com base em outros fatos ou elementos provados nos autos. [Art. 436, CPC]

A perícia não será deferida quando:

A prova do fato não depender de conhecimento pericial

For desnecessária em vista de outras provas produzidas

Quando a verificação for impraticável

Após a nomeação do perito as partes têm 5 dias para apresentar quesitos e nomear assistente técnico. [Art. 421, § 1º, CPC]

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O perito poderá escusar-se do encargo mediante motivo legítimo. A escusa será apresentada dentro de 5 dias contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de reputar-se renunciado o direito à alegá-la. [Art. 146 e Art. 423 do CPC]

O perito responderá por prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado de atuar em outras perícias por 2 anos caso preste informações inverídicas por dolo ou culpa, além da sanção que a lei penal estabelecer. A lei 5.584/70, em seu artigo 3º (que revogou tacitamente o artigo 826 da CLT) dispõe que os exames periciais serão realizados por perito único, designado pelo juiz, que fixará o prazo para a entrega do laudo. As partes poderão indicar assistente técnico, cujo parecer terá de ser apresentado no mesmo prazo designado pelo juiz para o perito apresentar o laudo pericial, sob pena de ser desentranhado dos autos (é diferente do processo civil onde a apresentação do parecer pode dar-se 10 dias após o laudo pericial).

Somente o perito nomeado pelo juiz presta compromisso, por isso está sujeito aos mesmos impedimentos e suspeição dos magistrados. Em relação aos adicionais de periculosidade e insalubridade, a perícia deverá ser realizada ainda que o réu seja revel e confesso quanto à matéria de fato. No procedimento sumaríssimo, haverá prova pericial quando a lei determinar ou quando a prova do fato o exigir. O juiz fixará o prazo, o objeto da perícia e nomeará o perito. Manifestação das partes sobre o laudo: prazo comum de 5 dias. [Art. 852-H, § 4º, CLT]

As provas no procedimento sumaríssimo devem ser produzidas em audiência, mas o parágrafo 7º do artigo 852-H prevê a possibilidade de interrupção (suspensão) da audiência, por motivo relevante, com sua continuidade e julgamento no prazo de 30 dias.

Quanto aos honorários periciais, segundo o artigo 790-B da CLT, serão pagos pela parte sucumbente no OBJETO DE PRETENSÃO da perícia, salvo se beneficiária da justiça gratuita. Exemplo: caso o pedido de adicional de insalubridade seja indeferido, independentemente do resultado da perícia, o reclamante será condenado ao pagamento das custas, salvo se beneficiário da justiça gratuita.

Não há previsão legal para adiantamento ou deposito prévio de honorários do

perito nas relação de emprego. Cabe mandado de segurança para atacar essa decisão do juiz.

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OJ 98, SDI-II, TST. É ilegal a exigência do juiz de adiantamento dos honorários periciais. Não pode o juiz condicionar a apreciação do adicional de insalubridade, por exemplo, ao depósito prévio dos honorários periciais.

Entretanto, em razão da EC 45/2004 e da IN n. 27 do TST, artigo 6º, § único, é facultado ao juiz, em relação à perícia, exigir depósito prévio dos honorários periciais nas lides oriundas da relação de trabalho ou distintas da relação de emprego.

O assistente técnico será alguém de confiança da parte (esta contrata e paga os honorários do assistente, independentemente de existência de sucumbência). O assistente não presta compromisso. [Súmula 341, TST]

Quando o local de trabalho estiver desativado o juiz poderá usar outros meios de prova para apreciar o pedido [OJ 278, SDI-1, TST].

OJ 278, SDI-I do TST. Quando o local de trabalho estiver desativado o juiz poderá usar outros meios de prova para apreciar o pedido.

Segundo a súmula 293 do TST, o juiz poderá deferir adicional de insalubridade por agente diverso do apontado na petição inicial.

Súmula 293, TST. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.

É lícito ao juiz determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Terá por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira. Destina-se a corrigir eventuais erros ou inexatidões. A segunda não substitui a primeira. [Art. 437, CPC]

18. SENTENÇA O artigo 162, § 1º, do CPC define sentença como o ato do juiz que implica

alguma das situações previstas nos artigos 267 e 269, do próprio CPC.

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A sentença é formada por:

Relatório: identifica as partes, apresenta o objeto da lide, resume as principais ocorrências processuais, objetiva também demonstrar que o juiz analisou todo o processo. No procedimento sumaríssimo o artigo 852-I dispensa a obrigatoriedade de relatório. Com exceção desta hipótese, sentença sem relatório é nula.

Fundamentação: apresenta a motivação do julgador.

Dispositivo: onde o juiz acolhe ou rejeita os pedidos, ou extingue o processo sem resolução do mérito. A sentença sem dispositivo é inexistente.

A sentença pode ser terminativa ou definitiva:

Terminativa: provimento judicial que resolve o procedimento no primeiro grau de jurisdição sem apreciar o mérito. Ocorre em todas as hipóteses do artigo 267 do CPC.

Definitiva: provimento judicial que, apreciando e resolvendo o mérito da demanda, pode implicar a extinção do procedimento em primeiro grau de jurisdição. Ocorre em todas as hipóteses do artigo 269 do CPC.

O artigo 832 da CLT apresenta itens obrigatórios da sentença no Processo

doTrabalho:

deverá conter o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa (relatório),

apreciação das provas, os fundamentos da decisão (fundamentação);

conclusão (dispositivo);

prazo e condições para o seu cumprimento quando houver procedência do pedido;

valor das custas processuais a serem pagas pelo vencido;

valor provisoriamente arbitrado à condenação (789, § 2°, CLT);

nas decisões cognitivas e homologatórias, o juiz deverá discriminar a natureza jurídica de cada uma das parcelas e determinar o limite de responsabilidade de cada uma das partes pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, se for o caso.

A intimação da sentença ocorre na audiência em que foi proferida ou nos termos do artigo 841, § 1º da CLT, ou seja, via postal, para o réu revel [art. 852, CLT].

A sentença proferida no procedimento sumaríssimo mencionará os elementos de convicção do juiz, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório [art. 852, I, CLT].

Art. 852, CLT I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos

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em audiência, dispensado o relatório. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) § 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000) § 2º (VETADO) § 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

19. RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO 19.1 NOÇÕES GERAIS

Recursos Cabíveis: As decisões proferidas na Justiça do Trabalho admitem os seguintes recursos:

RO, RR, EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EMBARGOS AO TST, AGRAVO DE PETIÇÃO E AGRAVO DE INSTRUMENTO. [Art. 893, CLT]

Além destes admite-se no Processo do Trabalho também os recursos denominados:

Pedido de Revisão e Agravo Regimental (se houver previsão no regimento interno do respectivo Tribunal).

Quanto aos recursos que não estão na linha acima:

Embargos de declaração: em casos de omissão, obscuridade, contradição.

MANIFESTO equivoco na análise dos pressupostos EXTRÍNSECOS.

Agravo de petição: só na execução (no lugar do RO). JAMAIS SE PENSA EM RO NA EXECUÇÃO (Sequência: S – AP – RR –ETST –REXT)

Agravo de instrumento: utilizado para destrancar recurso.

O RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO STF (não é recurso próprio do processo do

trabalho)

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Forma de Interposição e Efeitos: Os recursos serão interpostos por simples petição e terão, em geral, efeito

meramente devolutivo (art. 899, CLT), ou seja, apenas devolvem a matéria para nova apreciação do Poder Judiciário, sendo cabível a execução provisória no processo do trabalho.

A execução provisória se desenvolve da mesma forma que a execução

definitiva, contudo limita-se aos atos de constrição, ou seja, na execução provisória não podem ocorrer atos de expropriação (venda dos bens).

Portanto:

EXECUÇÃO DEFINITIVA: pressupõe transito em julgado. Há constrição (penhora) e expropriação (liberação do valor depositado ou realização de hasta pública)

EXECUÇÃO PROVISÓRIA: pressupõe pendência de recurso. Realizam-se somente atos de constrição.

Contra-razões As contra-razões deverão ser apresentadas no mesmo prazo do recurso. [Art.

900, CLT]

Conformação dos Recursos: Os recursos no processo do trabalho, com exceção dos embargos de

declaração, tem a seguinte conformação: Ex: RO FOLHA FOLHA DE RAZÕES AO TRT DE ROSTO AO JUIZ QUE PROFERIU A DECISÃO

O juízo que proferiu fará o primeiro juízo de admissibilidade, verificando a presença dos pressupostos de admissibilidade do recurso (tempestividade; depósito; custas; regularidade de representação; etc.). Caso verifique que todos estão presentes, conhecerá o recurso, intimando a parte contrária para apresentação de contra-razões, encaminhando os autos para o tribunal competente para o julgamento.

Quando o recurso chega ao tribunal, o relator faz novo o juízo de admissibilidade e, em verificando que todos os pressupostos de admissibilidade estão presentes, conhece o recurso, encaminhando-o para turma para julgamento, caso em que esta dará ou não provimento ao recurso.

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Decisões Interlocutórias

Em regra, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato no Processo do Trabalho [Art. 893, §1, CLT]. São exceções a regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias as seguintes hipóteses:

Súmula 414, TST:

Súmula 414, TST. MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 50, 51, 58, 86 e 139 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso. (ex-OJ nº 51 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. (ex-OJs nºs 50 e 58 da SBDI-2 - inseridas em 20.09.2000) III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar). (ex-Ojs da SBDI-2 nºs 86 - inserida em 13.03.2002 - e 139 - DJ 04.05.2004)

Súmula 214, TST

Súmula 214, TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;

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c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Pedido de Revisão

O pedido de revisão é também exceção a regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. Com exceção do procedimento sumaríssimo, não é requisito da petição inicial no Processo do Trabalho a indicação do valor da causa (art. 840, § 1°, da CLT). Como é o valor da causa o que define o procedimento nesta Justiça Especializada, se o reclamante não o apontar na petição inicial, o juiz o fixará em audiência, após a apresentação da defesa, antes da instrução processual. Caso as partes não concordem com o valor fixado, devem opor-se a ele de imediato e reiterar sua impugnação em razões finais. O juiz decidirá pela manutenção do valor ou por reconsiderá-lo, sendo tal decisão interlocutória. Desta decisão do juiz caberá, sem efeito suspensivo, no prazo de 48 horas recurso denominado Pedido de Revisão, a ser dirigido diretamente ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, com cópia da petição inicial e ata da audiência, em cópia autenticada pela secretaria da Vara do Trabalho. Trata-se, portanto, de exceção a regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. Quando o autor não indicar o valor da causa na petição inicial a audiência obedecerá a seguinte sequencia: pregão, primeira tentativa conciliatória, leitura da petição inicial se não dispensada, apresentação da defesa, fixação do valor da causa pelo juiz, depoimento das partes, oitiva de testemunhas, peritos e técnicos, razões finais, segunda tentativa conciliatória e sentença. Observe-se o disposto no art. 2°, caput e parágrafos 1° e 2°, da Lei 5584/70:

Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido. § 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional.

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§ 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.

Ressalte-se que tal recurso não é cabível nas hipóteses em que o autor indica o valor da causa na petição inicial. Caso o réu não concorde com ele deverá apresentar impugnação ao valor da causa em preliminar de contestação.

Recurso Adesivo Não há previsão legal na CLT sobre o recurso adesivo, de forma que se aplicam

as normas do CPC de forma subsidiária. A possibilidade de interpor um recurso na sua forma adesiva exige,

basicamente, dois requisitos: sucumbência recíproca e a interposição de recurso por uma das partes. IMPORTANTE MEMORIZAR!

Na Justiça do Trabalho a forma adesiva de interposição de recurso é possível nas hipóteses de recurso ordinário, recurso de revista, embargos (embargos ao TST) e agravo de petição. [Súmula 283, TST]

Preenchidos os requisitos do recurso adesivo, o seu procedimento será o mesmo do recurso principal.

O prazo para a interposição é o mesmo que a parte dispõe para responder o

recurso principal, ou seja, após a análise dos pressupostos de admissibilidade, abre-se vista à outra parte para que apresente contra-razões no prazo de 8 dias, momento em que, poderá interpor o recurso adesivo. [Art. 500, I, CPC]

O recurso adesivo é dependente do recurso principal, de forma que se o recurso principal não for conhecido ou se a parte desistir do recurso principal, o adesivo também não será processado. [Art. 500, III, CPC]

O recurso adesivo não dispensa a parte do preparo, ou seja, da realização do depósito ou do recolhimento das custas. [Art. 500, § único, CPC]

19.2 PRESSUSPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Os pressupostos de admissibilidade são exigências legais, que devem ser cumpridas, a fim de que seja analisado o mérito do recurso.

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Os pressupostos são subdivididos em pressupostos intrínsecos (subjetivos) e pressupostos extrínsecos (objetivos). Todos devem ser preenchidos, sob pena do não conhecimento do recurso.

Os pressupostos de admissibilidade intrínsecos estão relacionados às partes, apenas avaliam suas características e aptidão para buscar a tutela jurisdicional naquela lide. São pressupostos de admissibilidade intrínsecos: legitimidade, capacidade e interesse.

Os pressupostos de admissibilidade extrínsecos referem-se ao recurso, à análise do cumprimento das exigências legais para a interposição de determinado recurso. São pressupostos de admissibilidade extrínsecos: tempestividade, depósito recursal, custas e regularidade de representação, além da recorribilidade do ato e adequação do recurso. IMPORTANTE MEMORIZAR!

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS (da parte) PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS (do processo)

LEGITIMIDADE da parte; CAPACIDADE da parte; INTERESSE da parte.

TEMPESTIVIDADE DEPÓSITO RECURSAL CUSTAS PROCESSUAIS REGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO Recorribilidade do ato Adequação do recurso

Recorribilidade do ato: o ato precisa ser recorrível. Despachos de mero expediente e a maioria quase absoluta das decisões interlocutórias não o são.

Adequação do recurso: deve ser utilizado o recurso próprio e adequado para impugnar aquele ato.

Quanto aos demais pressupostos extrínsecos:

Tempestividade O conhecimento do recurso depende da interposição dentro do prazo legal. Conforme visto anteriormente, o prazo dos recursos no processo do trabalho é unificado e corresponde ao período de 8 dias, salvo os Embargos de Declaração, cujo prazo é de 5 dias e o Pedido de Revisão, em que o prazo é de 48 horas. [Lei 5.584/70, art. 6º]

Vale revisar: Conforme já mencionado, no processo do trabalho os litisconsortes com

procuradores diferentes não possuem prazo em dobro pra recorrer. [OJ 310, SDI-I, TST]

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O prazo para Fazenda Pública e MPT recorrer será em dobro, inclusive para opor embargos de declaração [OJ 192, da SDI-I do TST]

Cabe à parte comprovar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local e de dia útil em que não haja expediente forense. [Súmula 385, TST]

Segundo a OJ 357, SDI-I, TST, extemporâneo recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado.

Depósito Recursal O depósito recursal tem natureza de garantia do juízo, portanto, só é realizado

pelo reclamado e se este for empregador (empregado não realiza depósito recursal). Os recursos que exigem o depósito recursal são: recurso ordinário, recurso de

revista, embargos ao TST, recurso extraordinário e recurso ordinário em ação Rescisória. IMPORTANTE MEMORIZAR!

O RECLAMADO DEPOSITARÁ O VALOR DA CONDENAÇÃO AINDA NÃO DEPOSITADO, ATÉ O LIMITE DO TETO ESTABELECIDO PELO TST.

Os tetos estabelecidos pelo TST a partir de 1° de agosto de 2010 são de R$

5889,50 para o RO e R$ 11.779,02, para os demais recursos que exigem depósito.

O depósito recursal só será exigível quando houver condenação em pecúnia. [Súmula 161, TST]

A Lei Complementar 132/2009 inseriu o inciso VII ao art. 3° da Lei 1060/50 passando a estabelecer que o beneficiário da justiça gratuita também é isento de depósito recursal. Assim, se o reclamado comprovar que não pode arcar com as despesas do processo será beneficiário da justiça gratuita e, portanto, isento de depósito para interposição de qualquer recurso.

O prazo para efetuar o depósito recursal corresponde ao mesmo prazo do recurso, ou seja, 8 dias. A Súmula 245 do TST assevera que eventual interposição antecipada do recurso não exige o recolhimento antecipado do depósito, que poderá ser efetuado a qualquer tempo, independente da data de interposição, desde que seja respeitado o prazo legal do recurso.

Portanto, no prazo de 8 dias deve ser efetuado o recolhimento do depósito, por

meio da GUIA GFIP, e comprovado nos autos. Na sentença, o juiz arbitrará valor provisório à condenação e a partir deste

valor é que será estabelecido calculado o depósito recursal, bem como, o valor das

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custas. A súmula 128, I, do TST dispõe que se a parte realizar o depósito do valor integral da condenação, nada mais poderá ser exigido.

Quando houver condenação solidária o depósito realizado por umas

reclamadas será aproveitado pelas demais, desde de que a que realizou o depósito não esteja pedindo a sua exclusão da lide [súmula 128, III, TST]

Súmula 128, TST . DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I- É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige -se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ nº 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)

A massa falida é isenta do recolhimento do depósito, bem como das custas

processuais, por força da Súmula 86 do TST. Tal vantagem não se aplica às empresas em liquidação extrajudicial.

O valor do recolhimento deve ser exato, ou superior ao devido, eis que qualquer diferença a menor, mesmo relativa a centavos, ensejará a deserção do recurso. [OJ 140, SDI-I, TST]

A IN 27/2005 do TST estabelece no parágrafo único de seu artigo 2° da CLT que o depósito recursal também é exigido para as novas ações de competência da Justiça do Trabalho nos moldes da CLT, logo o tomador dos serviços também deverá fazer depósito para a interposição de recurso quando houver condenação em pecúnia e não for beneficiário da justiça gratuita.

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Art.2º, IN/TST 27/2005. A sistemática recursal a ser observada é a prevista na Consolidação das Leis do Trabalho, inclusive no tocante à nomenclatura, à alçada, aos prazos e às competências. Parágrafo único. O depósito recursal a que se refere o art. 899 da CLT é sempre exigível como requisito extrínseco do recurso, quando houver condenação em pecúnia.

Custas Nas relações de emprego, as custas serão recolhidas pela parte vencida. O

vencido é o reclamante quando não ganhar nada e o reclamado, quando perder algum pedido.

O valor das custas processuais corresponde a 2% do valor da condenação ou,

na ausência deste, 2% do valor da causa. [Art. 789, CLT]

As custas serão recolhidas pela parte vencida, que se recorrer, deverá recolhê-

las no prazo do recurso (8 dias) e se não recorrer, deverá recolhê-las após o trânsito em julgado [Art. 789, § 1º, CLT]. O recolhimento é efetuado por meio de GUIA DARF.

Na prova: É possível efetuar o recolhimento das custas dentro do prazo, mas comprová-

lo 5 dias após o prazo do recurso? Não.

No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau aplicam-se a súmula 25 e a OJ 286 da SDI-1 do TST.

Súmula 25, TST. A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária das quais ficará isenta a parte então vencida. OJ 186 SDI – 1, TST. No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou atualização do valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, ressarcir a quantia.

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Em caso de acordo entre as partes, as custas serão rateadas, salvo se as partes dispuserem de forma diversa [art. 789, § 3º, CLT]. A extinção do processo sem resolução de mérito gerará ao reclamante a obrigação de recolher custas.

De acordo com o artigo 790-A da CLT, são isentos do recolhimento de custas:

os beneficiários da justiça gratuita.

União, Estados, Municípios, DF e respectivas autarquias e fundações públicas que não exerçam atividade econômica. Entretanto, não estão dispensadas de reembolsar as despesas realizadas pela parte vencedora.

o MPT. a massa falida também é isenta do recolhimento de custas. [Súmula 86, TST]

Na fase de execução as custas processuais SEMPRE serão recolhidas pelo

executado, em valor definido no artigo 789 – A da CLT. Lembre-se ainda:

em sede de dissídio coletivo, as partes vencidas responderão solidariamente pelo recolhimento das custas calculadas pelo presidente do Tribunal ou arbitrada na decisão [789, § 4°, CLT].

tratando-se de empregado que tenha recebido o benefício da justiça gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no processo responderá solidariamente pelo pagamento das custas devidas [790, § 1°, CLT].

não ocorrerá deserção quando as custas não forem devidamente calculadas e não houver intimação da parte para preparação do recurso, devendo as custas serem recolhidas ao final. [OJ 104, SDI-I, TST].

Regularidade de Representação

Na Justiça do Trabalho, nas relações de emprego, é possível que empregado e empregador demandem independente de advogado (ius postulandi), caso em que não precisarão juntar procuração.

Porém, se resolverem contratar advogado terão que juntar procuração.

Quanto à contratação de advogado para recorrer, caso seja a opção da parte, deverá ser considerada a Súmula 383 do TST:

Súmula 383, TST. I - É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de procuração, nos termos do art. 37 do CPC, ainda que mediante protesto por posterior juntada, já que a interposição de recurso não pode ser reputada ato urgente. I I - Inadmissível na fase recursal a regularização da representação processual, na forma do art.

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13 do CPC, cuja aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau.

A Súmula 164 do TST apresenta uma exceção, em caso de mandato tácito. Súmula 164, TST. O não-cumprimento das determinações dos §§ 1º e 2º do art. 5º da Lei nº 8.906, de 04.07.1994 e do art. 37, parágrafo único, do Código de Processo Civil importa o não-conhecimento de recurso, por inexistente, exceto na hipótese de mandato tácito.

Recurso não assinado é considerado inexistente, mas se houver assinatura em uma das folhas – rosto ou razões – já será suficiente. [OJ 120, SDI-I, TST]

RECURSOS EM ESPÉCIE

20. RECURSO ORDINÁRIO

Cabe recurso ordinário no Processo do Trabalho em duas hipóteses: a) das decisões definitivas e terminativas das varas do trabalho (art. 895, I, CLT) e b) das decisões definitivas ou terminativas dos tribunais regionais do trabalho em ações de sua competência originária (art. 895, II, CLT), como é o caso do dissídio coletivo, mandado de segurança, ação rescisória, etc.

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.

Ação rescisória: A competência para o julgamento da ação está definida em lei, da seguinte

maneira: Decisão a ser Desconstituída: Tribunal Competente: Sentença do Juiz 1º Grau Ação Rescisória proposta no TRT Acórdão do TRT Ação Rescisória proposta no TRT Acórdão do TST Ação Rescisória proposta no TST

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A súmula 158 do TST sustenta o esquema acima, pois afirma que em face da organização da Justiça do Trabalho caberá RO ao TST diante de decisão proferida pelo TRT em ação rescisória de sua competência originária.

Mandado de segurança: O mandado de segurança é ação cuja competência está estabelecida em lei da seguinte maneira: Autoridade coatora: Tribunal competente: Auditor Fiscal do Trabalho Delegado do Trabalho Oficial de Cartório (quando s recusa ilegalmente a registrar entidade sindical)

Membro do MPT ( no inquéritos civis)

MS impetrado para o juiz de primeiro grau

Juiz Desembargador do TRT

Mandado de Segurança impetrado no TRT

Ministro do TST

Mandado de Segurança impetrado no TST

O MS impetrado contra ato de juiz do trabalho, bem como o MS impetrado contra o ato de membro do TRT são casos de ações de competência originária do TRT. Diante do desenvolvimento do estudo e a redação do artigo 895, “II” da CLT, é possível concluir que da decisão proferida pelo TRT em mandado de segurança cabe Recurso Ordinário para o TST. [Súmula 201, TST]

Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.

Trâmite do RO no Procedimento Sumaríssimo:

Caberá RO nos mesmos moldes do artigo 895, I, da CLT no procedimento sumaríssimo (não cabe no sumário, por seu um procedimento de única instância).

No procedimento sumaríssimo o RO deve ser distribuído imediatamente e o relator deve liberá-lo no máximo em 10 dias para que seja colocado em pauta para julgamento, sem revisor (Há relator. Não há revisor). É facultado ao MPT exarar parecer (que será oral) quando entender necessário.

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IMPORTANTE MEMORIZAR!

No procedimento sumaríssimo o acórdão consistirá unicamente na certidão de julgamento, em que contenha a indicação suficiente do processo e da parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos seus próprios fundamentos a certidão de julgamento, registrando tal circunstância servirá de acórdão. [Art. 895, IV, CLT]

Art. 895, § 1º, CLT. Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: I – vetado II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstânczia, servirá de acórdão. § 2º. Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo.

Efeito devolutivo em profundidade: O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário extrai-se do § 1° do

art. 515, do CPC, transfere automaticamente ao Tribunal a apreciação de fundamento da defesa não examinado pela sentença, ainda que não renovado em contra-razões. Não se aplica, entretanto, ao caso de pedido não apreciado pela sentença [súmula 303,

TST]. Remessa necessária: Conforme o Decreto-lei 779/69, § 1º, V, nas causas trabalhistas em que for

parte a União, Estados, Municípios e o DF, bem como suas autarquias e fundações públicas de direito público que não explorem atividade econômica, haverá remessa de

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ofício (reexame necessário) das decisões que sejam parcialmente ou totalmente contrárias aos seus interesses.

Apesar de o referido Decreto-Lei mencionar o termo ‘’recurso ordinário ex

officio’’, tecnicamente não é recurso, pois o juiz não teria porque recorrer de sua própria decisão. Trata-se de uma formalidade legal.

Se não houver recurso voluntário, o juiz determina a remessa necessária dos

autos ao TRT.

Não haverá obrigatoriedade da remessa de ofício [Súmula 303, TST]:

quando a condenação não ultrapassar o valor de 60 salários mínimo; quando a decisão recorrida estiver em consonância com decisão plenária do

STF ou com Súmula do TST ou OJ do TST;

Em ação rescisória a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nos casos de dispensa citados acima.

Em mandado de segurança somente cabe remessa ex officio se na relação

figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem.

Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário

voluntário da decisão de primeira instância, salvo se agravada a condenação em segunda instância [OJ 334, SDI-1].

OJ 334, SDI-1, TST. REMESSA "EX OFFICIO". RECURSO DE REVISTA. INEXISTÊNCIA DE RECURSO ORDINÁRIO VOLUNTÁRIO DE ENTE PÚBLICO. INCABÍVEL. DJ 09.12.2003 Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação imposta. ERR 522601/1998, Tribunal Pleno Em 28.10.03, o Tribunal Pleno decidiu, por maioria, ser incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário.

21. RECURSO DE REVISTA

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O recurso de revista possui natureza extraordinária, conforme quadro

comparativo abaixo:

RECURSOS DE NATUREZA EXTRAORDINÁRIA

RECURSO DE NATUREZA ORDINÁRIA

RR, ETST E REXT RO

Objetivo: uniformização da jurisprudência Objetivo: revisão da decisão

Matérias: somente matéria de direito. Matérias: fato/provas e direito.

O recurso de revista, assim como o de embargos, não se prestar ao reexame de

fatos ou provas, mas apenas de questões exclusivamente de direito. [Súmula 126, TST]

Cabe recurso de revista, em dissídios individuais, em duas hipóteses: a) de decisão do TRT em RO; e b) de decisão do TRT em AP

Ainda que se esteja diante de uma dessas duas hipóteses, somente caberá

recurso de revista se: a) questão for exclusivamente de direito e b) se o recorrente estiver diante de uma das hipóteses específicas de cabimento de recurso de revista, a seguir apresentadas:

Hipóteses de cabimento do Recurso de Revista:

Ordinário Sumaríssimo Execução Art. 896, alíneas “a”, “b”e “c”, CLT: Cabe contra acórdão do TRT em RO, quando: Alínea “a”, na interpretação de lei federal, contrariar:

acórdão de outro TRT

SDI

Súmula

OJ Alínea “b”: der a Lei estadual

ACT de aplicação

CCT na área de jurisdição

Sentença Normativa de + de 1 TRT

Regulamento de empresa Interpretação diferenre da que lhe for dada (nas mesmas hipóteses da alínea “a”).

Alínea “c”: quando contrariar:

CF

LF

Art. 896, § 6º, CLT; Cabe quando ofender:

CF

Súmula

* Art. 896, § 2º, CLT;

CF

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O Procedimento Sumário é de única instância. Assim, de uma sentença neste procedimento não cabe recurso ordinário, recurso de revista ou embargos ao TST; da sentença neste procedimento cabe apenas o recurso extraordinário ao STF se houver violação à Constituição. Não há que se falar em ofensa ao Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, uma vez que este não é uma garantia constitucional, estando sujeito a limites impostos pela lei. [Art. 102, III, CF]

No procedimento sumaríssimo o recurso de revista é cabível quando o acórdão

do TRT contrariar a Constituição Federal ou Súmulas. Não é hipótese de cabimento de recurso de revista neste procedimento a contrariedade à orientação jurisprudencial [OJ

352, SDI-1, TST].

Na execução, o RR será cabível somente diante de ofensa literal e direta à Constituição Federal [art. 896, § 2°, CLT e súmula 266, TST].

Súmula 266, TST. A admissibilidade do recurso de revista contra acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal.

Quando o recurso de revista tiver por fundamento contrariedade à súmula, OJ ou a acórdão de outro TRT ou da SDI, o caso é de divergência jurisprudencial.

Ressalte-se quanto à divergência jurisprudencial os seguintes dispositivos:

Art. 896, § 4º. A divergência apta a ensejar o Recurso de Revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. alterado pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) Súmula 333, TST. RECURSOS DE REVISTA. CONHECIMENTO (alterada) - Res. 155/2009, DJ 26 e 27.02.2009 e 02.03.2009 Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. Súmula 337, TST. COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. RECURSOS DE REVISTA E DE EMBARGOS (incorporada a

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Orientação Jurisprudencial nº 317 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-Súmula nº 337 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. (ex-OJ nº 317 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) Súmula 296, TST. RECURSO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. ESPECIFICIDADE (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 37 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos os fatos que as ensejaram. (ex-Súmula nº 296 - Res. 6/1989, DJ 19.04.1989) II - Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, examinando premissas concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso. (ex-OJ nº 37 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995) Súmula 23, TST. RECURSO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Não se conhece de recurso de revista ou de embargos, se a decisão recorrida resolver determinado item do pedido por diversos fundamentos e a jurisprudência transcrita não abranger a todos.

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O prequestionamento é pressuposto do recurso de revista, assim como dos demais recursos de natureza extraordinária. A matéria estará prequestionada quando houver sido tratada no acórdão impugnado, ou seja, o TST só conhecerá o recurso, perante a manifestação explícita do TRT no acórdão sobre a discussão abordada no RR, inclusive quanto à matéria de ordem pública. [OJ 62, SDI-I, TST]

Caso o TRT não se pronuncie quando à matéria impugnada, deverá ser oposto

embargos de declaração com o objetivo de fazê-lo se manifestar quando à tal matéria, sob pena de preclusão [súmula 297, I, TST].

Entretanto, se apesar de opostos embargos de declaração, o Tribunal não se

manifestar quanto à matéria impugnada, será considerada prequestionada [súmula

297, II, TST].

Súmula 297, TST. I- Diz-se pré-questionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II- Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III- Considera-se pré-questionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.

Súmula 184, TST. Ocorre preclusão quando não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.

Registre-se que a palavra “explicitamente” no inciso I da súmula 297 do TST não faz alusão ao dispositivo legal, o que deve estar em evidência é a tese sustentada na decisão, sendo indiferente a referência expressa da norma legal [OJ 118, SDI – 1, TST].

OJ 118, SDI-I, TST. Havendo tese explícita sobre a matéria, na decisão recorrida, desnecessário contenha nela referência expressa do dispositivo legal para ter-se como pré-questionado este.

Embora prevista no art. 896-A da CLT, atualmente a transcendência não é um pressuposto de admissibilidade do recurso de revista, posto que ainda não regulamentado.

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Quando a decisão recorrida está em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista. Também será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação. [Art. 896, §5º, CLT]

O recurso de revista é dirigido ao Presidente do Tribunal do TRT (art. 896, § 1°, CLT), o qual poderá delegar o exame dos pressupostos de admissibilidade ao vice- presidente, de acordo com a previsão do Regimento Interno. Assim, ainda que o advogado possua mandato com poderes limitados ao âmbito do TRT, poderá interpor recurso de revista, já que este é interposto no TRT [OJ 374, SDI-1, TST].

OJ 374, SDI-1, TST. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. REGULARIDADE. PROCURAÇÃO OU SUBSTABELECIMENTO COM CLÁUSULA LIMITATIVA DE PODERES AO ÂMBITO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010)

É regular a representação processual do subscritor do agravo de instrumento ou do recurso de revista que detém mandato com poderes de representação limitados ao âmbito do Tribunal Regional do Trabalho, pois, embora a apreciação desse recurso seja realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a sua interposição é ato praticado perante o Tribunal Regional do Trabalho, circunstância que legitima a atuação do advogado no feito.

22. EMBARGOS AO TST

A Lei 11.496/2007 alterou a redação do artigo 894 da CLT, bem como o artigo 3º, III, “b” da Lei 7.701/88, para modificar o processamento dos Embargos ao TST. Com a alteração, os Embargos ficam restritos às divergências e não mais quando contrariarem letra de Lei Federal ou violarem a CF.

Os dispositivos supramencionados determinam quais são as hipóteses específicas de cabimento dos Embargos ao TST:

Art. 894, CLT. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 dias: I – de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência

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territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e b) (vetado) II – das DECISÕES DAS TURMAS que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com SÚMULA ou ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL do Tribunal Superior do Trabalho ou do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Art. 3º, Lei 7701/88. Compete à Seção de Dissídios Individuais julgar: I - originariamente: a) as ações rescisórias propostas contra decisões das Turmas do Tribunal Superior do Trabalho e suas próprias, inclusive as anteriores à especialização em seções; e b) os mandados de segurança de sua competência originária, na forma da lei. III - em última instância: a) os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de sua competência originária; b) os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais;

Portanto, caberá Embargos ao TST, para SDI, em uma hipótese: de decisões de turma do TST que contrariar:

Acórdão de outra turma do TST

Acórdão da SDI SALVO se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do tribunal superior do trabalho ou do supremo tribunal federal. O recurso de Embargos ao TST apresenta diversas semelhanças com o Recurso de Revista, pois apesar de serem recursos distintos, julgados por órgãos diferentes do TST, em hipóteses de cabimento que lhe são singulares, ambos possuem natureza extraordinária.

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Os embargos, assim como o recurso de revista, não se presta a reexame de fatos ou provas; propondo-se a discutir apenas matéria direito. [Súmula 126, TST]

Aplica-se aos Embargos ao TST as mesmas súmulas e orientações jurisprudenciais mencionadas no tópico destinado a análise do recurso de revista no que tange a divergência jurisprudencial e ao prequestionamento. Deve ser memorizada a nova OJ 378 do TST, segundo a qual não encontra amparo no art. 894 da CLT, quer na redação anterior quer na redação posterior à Lei n.º 11.496, de 22.06.2007, recurso de embargos interposto à decisão monocrática exarada nos moldes dos arts. 557 do CPC e 896, § 5º, da CLT, pois o comando legal restringe seu cabimento à pretensão de reforma de decisão colegiada proferida por Turma do Tribunal Superior do Trabalho.

OJ 378, SDI-1. EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA. NÃO CABIMENTO (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) Não encontra amparo no art. 894 da CLT, quer na redação anterior quer na redação posterior à Lei n.º 11.496, de 22.06.2007, recurso de embargos interposto à decisão monocrática exarada nos moldes dos arts. 557 do CPC e 896, § 5º, da CLT, pois o comando legal restringe seu cabimento à pretensão de reforma de decisão colegiada proferida por Turma do Tribunal Superior do Trabalho.

Convém analisar as Súmulas 218 e 353 do TST. A primeira veda a interposição

de RR em face de uma decisão do TRT que julga o agravo de instrumento, eis que não se trata de decisão que aprecie o mérito.

A segunda, Súmula 353, veda a interposição de Embargos ao TST (SDI) em face

de uma decisão do TST (turma) que julga o Agravo de Instrumento, EXCETO:

Quando a decisão que não conhece do agravo de instrumento se fundamentar na ausência dos pressupostos extrínsecos deste recurso;

Quando a decisão que nega provimento ao agravo for contrária à decisão monocrática do Relator e sustentar a ausência dos pressupostos extrínsecos deste recurso;

Para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do RR, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no julgamento do Agravo;

Para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;

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Para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, § único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.

23. AGRAVO DE INSTRUMENTO

Sua finalidade é a de destrancar recurso, ou seja, atacar o despacho que nega seguimento a recurso *Art. 897, ‘’b’’, CLT+. Caso o Juízo a quo impeça a tramitação regular do recurso, por entender que os pressupostos de admissibilidade não estão presentes, o meio apropriado para impugnar este despacho denegatório é o agravo de instrumento.

Poderá ser interposto em face das decisões que denegarem seguimento a RO, RR, Rext, recurso adesivo, agravo de petição e, por óbvio, contra as decisões que denegarem seguimento ao próprio agravo de instrumento.

Não cabe agravo de instrumento contra decisões que denegarem seguimento ao recurso de Embargos ao TST, sendo, nesse caso, o agravo regimental o recurso adequado, conforme o inciso VII do artigo 235 do RI do TRT:

Art. 235, VII, RI do TRT. Do despacho do relator que negar prosseguimento a recurso, ressalvada a

hipótese do artigo 239.

A 12.275/2010, inseriu o § 7° no artigo 899 da CLT, passando a exigir depósito recursal para interposição do agravo de instrumento, no importe de 50% do valor do depósito de recurso ao qual se pretende destrancar.

Os recursos no processo do trabalho, com exceção dos embargos de declaração, serão dirigidos, previamente, para o Juízo que proferiu a decisão impugnada, a fim de que seja realizado o juízo de admissibilidade.

O agravo de instrumento será dirigido ao juiz prolator do despacho, no prazo de oito dias. O agravo de instrumento admite juízo de retratação, logo o juízo que denegou seguimento ao recurso poderá reconsiderar sua decisão.

Caso o juiz mantenha a decisão agravada, a outra parte será intimada para apresentar a contra minuta ao agravo de instrumento, bem como as contra-razões ao recurso principal, no prazo de 8 dias [Art. 897, § 6º, CLT].

O agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o

recurso cuja interposição foi denegada. [Art. 897, § 4º, CLT]

Caso provido o agravo, a turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se a partir de então, se for o caso, o procedimento relativo a tal

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recurso (Art. 897, § 7º, CLT). O julgamento do recurso principal é possível já que para interposição do agravo faz-se necessária a sua formação, com a juntada de cópia das peças indicadas no § 5º do artigo 897 da CLT. Note-se que tal artigo também foi alterado pela Lei 12.275/2010. Peças obrigatórias: cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação,

das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal do recurso trancado e a comprovação do recolhimento das custas e do depósito a que se refere o § 7° do art. 899 da CLT (depósito para interposição do agravo de 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar).

Peças facultativas: outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria

de mérito controvertida.

As procurações do agravante e do agravado são peças obrigatórias para formação do agravo de instrumento. No entanto, mesmo sem a juntada da procuração a representação está regularizada se for possível constatar que o advogado que praticou atos processuais acompanhou a parte em audiência, pois se admite no Processo do Trabalho o mandato tácito. Assim, a juntada da ata da audiência em que está consignada a presença do advogado, torna dispensável a juntada da procuração deste.

OJ 286, SDI-I, TST. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRASLADO. MANDATO TÁCITO. ATA DE AUDIÊNCIA. CONFIGURAÇÃO (alterada) – Res. 167/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 I - A juntada da ata de audiência, em que consignada a presença do advogado, desde que não estivesse atuando com mandato expresso, torna dispensável a procuração deste, porque demonstrada a existência de mandato tácito. II - Configurada a existência de mandato tácito fica suprida a irregularidade detectada no mandato expresso.

Cuidado com a OJ 286, SDI-I do TST, pois foi alterada em abril de 2010!

Segundo a OJ 217 da SDI-I do TST, não é necessário juntar os comprovantes de depósito e custas do RO para interpor agravo de instrumento para destrancar RR, desde que o depósito e as custas não sejam objeto de discussão neste recurso.

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O recurso de revista é dirigido ao Presidente do Tribunal do TRT (art. 896, § 1°,

CLT), o qual poderá delegar o exame dos pressupostos de admissibilidade ao vice- presidente, de acordo com a previsão do Regimento Interno. Assim, ainda que o advogado possua mandato com poderes limitados ao âmbito do TRT, poderá interpor recurso de revista e agravo de instrumento para destrancá-lo, já que são interposto no TRT [OJ 374, SDI-1, TST].

OJ 374, SDI-1, TST. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. REGULARIDADE. PROCURAÇÃO OU SUBSTABELECIMENTO COM CLÁUSULA LIMITATIVA DE PODERES AO ÂMBITO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010)

É regular a representação processual do subscritor do agravo de instrumento ou do recurso de revista que detém mandato com poderes de representação limitados ao âmbito do Tribunal Regional do Trabalho, pois, embora a apreciação desse recurso seja realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a sua interposição é ato praticado perante o Tribunal Regional do Trabalho, circunstância que legitima a atuação do advogado no feito.

O fato de o presidente do TRT entender cabível o recurso de revista apenas quanto à parte das matérias veiculadas, não impede a apreciação integral de recurso, sendo incabível a interposição de agravo de instrumento. [Súmula 285, TST]

Súmula 285, TST. RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE PARCIAL PELO JUIZ-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. EFEITO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O fato de o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de agravo de instrumento.

O artigo 269 do RI do TST prevê a hipótese de cabimento do agravo de instrumento contra despacho denegatório do recurso extraordinário.

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Art. 269, Regimento Interno TST. Cabe agravo de instrumento contra despacho denegatório do recurso extraordinário, no prazo de dez dias, contados de sua publicação no órgão oficial.

Cuidado! Agravo de instrumento para destrancar recurso extraordinário tem prazo de 10 dias.

24. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Os Embargos de Declaração estão previstos no artigo 897-A, CLT, embora os dispositivos do CPC (artigos 535-538) também sejam aplicados subsidiariamente.

No Processo do Trabalho, os Embargos de Declaração representam o meio

adequado para impugnar, no prazo de cinco dias, sentença ou acórdão quando estas decisões apresentarem omissão, contradição ou obscuridade. Este recurso também é cabível por manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso.

IMPORTANTE MEMORIZAR!

Hipóteses de cabimento - quando houver:

Omissão;

Obscuridade;

Contradição; e

MANIFESTO equívoco na analise dos pressupostos EXTRÍNSECOS do recurso.

A súmula 297, II, do TST admite a interposição dos Embargos Declaratórios com o intuito de prequestionar a matéria. A matéria estará prequestionada quando no acórdão recorrido houver tese explícita acerca da matéria que se deseja impugnar. Caso não haja, devem ser opostos Embargos de Declaração, sob pena de preclusão. [Súmula 184 do TST].

Súmula 297, TST. I - Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II - Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. Súmula 184, TST. Ocorre preclusão quando não forem opostos embargos declaratórios para

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suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.

Os embargos de declaração tem prazo de 5 dias e, nos termos da OJ 192 da SDI-I do TST, o prazo é em dobro para os entes públicos que não exploram atividade econômica.

OJ 192, SDI-I, TST. Decreto-Lei 779/69. É em dobro o prazo para a interposição de Embargos Declaratórios por pessoa jurídica de Direito Público.

Os embargos de declaração são dirigidos ao juiz que proferiu a sentença ou, no Tribunal, ao relator, com o objetivo de eliminar eventual vício presente na decisão originado por omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco em relação aos pressupostos extrínsecos.

Em regra, não há manifestação da outra parte nos Embargos de Declaração,

entretanto, se o juiz vislumbrar efeito modificativo no julgado, deverá permitir a manifestação da outra parte sob pena de nulidade da decisão. [OJ 142, SDI-I, TST]

Atenção! A interposição de Embargos de Declaração interrompe (zera) o prazo para interposição de outros recursos até que seja proferida a decisão, para as duas partes. Com o intuito de evitar um aproveitamento inadequado deste recurso, há previsão para aplicação de multa se os Embargos forem manifestamente protelatórios. [Art. 538, CPC]

Os Embargos de Declaração com efeito modificativo possibilitam a interposição de RO complementar.

Não cabem Embargos de Declaração contra decisão de admissibilidade do

recurso de revista, não tendo o efeito de interromper qualquer prazo recursal. [OJ 377, SDI-1]

OJ 377, SDI-1 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECISÃO DENEGATÓRIA DE RECURSO DE REVISTA EXARADO POR PRESIDENTE DO TRT. DESCABIMENTO. NÃO INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) Não cabem embargos de declaração interpostos contra decisão de admissibilidade do recurso de revista, não tendo o efeito de interromper qualquer prazo recursal.

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Vale ressaltar que também cabem Embargos Declaratórios em face de decisão

monocrática do relator nas hipóteses previstas no artigo 557, CPC. [súmula 421, TST]

Súmula 421, TST. EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 557 DO CPC. CABIMENTO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 74 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 I - Tendo a decisão monocrática de provimento ou denegação de recurso, prevista no art. 557 do CPC, conteúdo decisório definitivo e conclusivo da lide, comporta ser esclarecida pela via dos embargos de declaração, em decisão aclaratória, também monocrática, quando se pretende tão-somente suprir omissão e não, modificação do julgado. II - Postulando o embargante efeito modificativo, os embargos declaratórios deverão ser submetidos ao pronunciamento do Colegiado, convertidos em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual. (ex-OJ nº 74 da SBDI-2 - inserida em 08.11.2000)

25. EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Na execução do processo do trabalho aplicam-se os artigos 876 e seguintes da CLT. Subsidiariamente, aplica-se a Lei de Execução Fiscal (Lei 6830/80) e posteriormente o CPC. Assim, ordena o artigo 889 da CLT.

Art. 889, CLT. Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.

25.1 EXECUÇÃO PROVISÓRIA E EXECUÇÃO DEFINITIVA

A execução é provisória quando há um recurso pendente de julgamento, ou seja, a sentença não transitou em julgado.

Considerando que os recursos no processo do trabalho possuem efeito meramente devolutivo, é possível a execução provisória, que segue apenas até a penhora. [Art. 899, CLT]

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A execução provisória SEMPRE será requerida pela parte interessada, posto que o juiz não pode determiná-la ex officio.

Sentença RO pendente EXECUÇÃO Juiz TRT PROVISÓRIA

Art. 899, CLT. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Titulo, permitida a execução provisória até a penhora.

A execução é definitiva, quando a sentença ou acórdão transitou em julgado,

caso em que seu início poderá ser determinado de ofício pelo juiz ou a requerimento do interessado. [Art. 878, CLT]

Art. 878, CLT. A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior. Parágrafo único. Quando se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a execução poderá ser promovida pela Procuradoria da Justiça do Trabalho.

Execução definitiva Sentença não há Trânsito em Juiz recurso julgado Ação Rescisória

IMPORTANTE MEMORIZAR! Execução provisória: só vai até a penhora. Só atos de constrição. Execução definitiva: atos de constrição e expropriação do bem.

PROVISÓRIA – RECURSO PENDENTE

DEFINITIVA – TRÂNSITO EM JULGADO

25.2 TRÂMITE DA EXECUÇÃO A liquidação de sentença de sentença será necessária quando a sentença da fase de conhecimento for ilíquida. [Art. 879, CLT]

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Há três modalidades de liquidação de sentença: cálculos, artigos e arbitramento. [Art. 879, caput, CLT] a) Cálculos: A liquidação mediante cálculos depende apenas de simples operações aritméticas, pois a sentença oferece todos os elementos necessários para determinar o valor condenatório. b) Arbitramento: consiste em exame pericial, de pessoas ou coisas, com a finalidade de apurar o quantum relativo à obrigação pecuniária que deverá ser adimplida pelo devedor, ou, em determinados casos, de individualizar, com precisão, o objeto da condenação. c) Artigos: impõe-se a liquidação mediante artigos quando há necessidade de alegar e provar fatos novos, para quantificar ou individualizar o objeto da condenação. A sentença transitada em julgado faz COISA JULGADA MATERIAL, portanto na liquidação não será possível modificar ou inovar a sentença liquidanda, nem discutir matéria pertinente à causa principal. [Art. 879, § 1º, CLT]

Em se tratando de liquidação por cálculos, o cálculo de liquidação, inclusive

quanto a contribuição previdenciária, poderão ser apresentados pelas partes ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, à critério do juiz (art. 879, § 3°), que, preferencialmente, deverá se intimar as partes para a apresenta]á-lo (art. 879, § 1°-B, CLT).

Após a apresentação dos cálculos, o juiz poderá permitir a manifestação das

partes, caso em que elas poderão se manifestar quanto aos cálculos no prazo sucessivo de 10 dias, sob pena de preclusão. (art. 879, §2º, CLT).

Manifestação das partes (10 dias)

Sentença Liquidação Apresentação Juiz de sentença do cálculo Sem manifestação

Em seguida, nos termos do § 3º do artigo 879 da CLT, a União será intimada para se manifestar, no prazo de 10 dias, em relação às contribuições previdenciárias, sob pena de preclusão.

União Contribuições Juiz Apreciação sentença de Previdenciárias dos cálculos liquidação

Após o retorno, os autos serão conclusos para apreciação dos cálculos pelo juiz e, posterior, sentença de liquidação.

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Proferida a sentença de liquidação é expedido mandado de citação, a ser

cumprido pelo oficial de justiça (art. 880, §2º, CLT), para que o executado pague ou garanta o juízo, no prazo de 48 horas. Para garantia do juízo o executado poderá depositar o valor da execução ou nomear bens à penhora.

Pagamento Sentença de Mandado Embargos à Execução Liquidação de Citação Garantia do Juízo (prazo de 5 dias) Impugnação à Sentença de Liquidação

Caso o executado não pague ou garanta o juízo, o juiz mandará penhorar tantos bens quantos bastem para a garantia do juízo, observada a ordem de penhora prevista no art. 655 do CPC.

Art. 882, CLT. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 655 do Código Processual Civil. Art. 883, CLT. Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.

A execução dos bens passíveis de penhora, no processo do trabalho, segue a ordem de preferência do artigo 655 do CPC.

Art. 655, CPC. I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - veículos de via terrestre; III - bens móveis em geral; IV - bens imóveis;

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V - navios e aeronaves; VI - ações e quotas de sociedades empresárias; VII - percentual do faturamento de empresa devedora; VIII - pedras e metais preciosos; IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado; X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; XI - outros direitos. § 1º. Na execução de crédito com garantia hipotecária, pignoratícia ou anticrética, a penhora recairá, preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se a coisa pertencer a terceiro garantidor, será também esse intimado da penhora. § 2º. Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado.

São impenhoráveis os bens descritos no artigo 649, CPC e na Lei 8009/90 (bem de família) Acerca da penhora “on line” cumpre ressaltar:

Na execução definitiva o juiz sempre pode fazer penhora “on line”, inclusive afastando outro bem já nomeado à penhora pelo executado.

Na execução provisória o juiz só não pode fazer penhora “on line” quando o executado nomear outros bens à penhora. Neste caso, se há garantia do juízo, não é possível bloquear dinheiro, pois a execução tem que ocorrer da forma menos gravosa possível para o executado. [súmula 417, TST]

Súmula 417, TST. I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado, em execução definitiva, para garantir crédito exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista no art. 655 do CPC. II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC. III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o executado tem direito a que a execução se processe da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.

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A referida Súmula, no inciso III, esclarece que em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do executado, o ato do juiz que afastar o bem que este tenha nomeado a penhora e efetuar penhora “on line”. Neste caso, se o valor bloqueado for suficiente para garantir o juízo e não houver transcorrido o prazo de 5 dias para a apresentação de embargos à execução, não há que se falar em Mandado de Segurança, apesar de ferir direito líquido e certo, pois neste caso há meio próprio para impugnar a decisão, os embargos à execução, sendo esta, portanto, a medida processual adequada para impugnar o ato do juiz. Entretanto, se incabíveis os embargos, seja porque não garantido o juízo, seja porque já ultrapassado o prazo para os embargos à execução, então, a medida processual cabível para impugnar o ato do juiz será o mandado de segurança.

Garantido o juízo, o executado terá 5 dias para apresentar Embargos à Execução e o exeqüente, o mesmo prazo, para apresentar Impugnação à Sentença de Liquidação, sendo ambas as petições endereçadas ao juiz da execução.

Segundo o § 1° do art. 884, CLT, poderão ser argüidas os embargos à execução

as seguintes matérias: cumprimento da decisão, quitação ou prescrição da dívida (art. 884, §1º, CLT).

Sua interposição é dependente da garantia do juízo, eis que seu prazo de cinco

dias se inicia somente após o cumprimento deste requisito. Os Embargos à Execução no Processo do Trabalho tramitam nos mesmos autos da execução.

Após a manifestação das partes por meio de Embargos à Execução e Impugnação à Sentença de Liquidação, o juiz proferirá decisão definitiva na execução (art. 884, § 4º, CLT), na qual serão julgados concomitantemente os Embargos à Execução e a Impugnação à Sentença de Liquidação. A sentença na execução poderá ser impugnada por meio de agravo de petição. *Art. 897, “a”, CLT+.

Sentença Agravo de Petição Recurso de Revista Juiz TRT TST

O acórdão proferido pelo TRT em Agravo de Petição poderá ser impugnado por

meio do Recurso de Revista para o TST, DESDE QUE haja ofensa à Constituição no julgado. 25.3 EMBARGOS DE TERCEIROS

Os Embargos de Terceiros não estão previstos na CLT, razão pela qual se aplicam subsidiariamente os artigos 1046 e seguintes do CPC.

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Sempre que ocorrer penhora, arresto, sequestro, enfim, apreensão de um bem que pertença à terceiro, ou seja, parte alheia ao processo, o meio adequado para impugnar esta apreensão judicial será os Embargos de Terceiros. Os Embargos de Terceiro serão apresentados como ação incidental em qualquer fase do processo.

Poderão ser apresentados até 5 dias depois da arrematação, adjudicação ou

remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. [Art. 1048, CPC] Quando propostos na execução, da sentença de Embargos de Terceiros cabe

Agravo de Petição. Acerca da competência para julgar os Embargos de Terceiro vale destacar a

súmula 419 do TST.

Súmula 419, TST. COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO POR CARTA. EMBARGOS DE TERCEIRO. JUÍZO DEPRECANTE (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 114 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 Na execução por carta precatória, os embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem, unicamente, sobre vícios ou irregularidades da penhora, avaliação ou alienação dos bens, praticados pelo juízo deprecado, em que a competência será deste último. (ex-OJ nº 114 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)

25.4 EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

A exceção de pré-executividade decorre de construção doutrinária e jurisprudencial.

A exceção de pré-executividade é utilizada pelas partes para argüição de

matéria de ordem pública, prescrição ou para comprovação de quitação, sem a garantia do juízo novamente. Nesta última hipótese a comprovação deve ser realizada de forma cabal, isto é, por meio de prova incontestável, por exemplo, o recibo de pagamento.

Diante da ausência de normas positivadas, a exceção de pré-executividade não

possui prazo para a interposição, podendo assim ser empregada a qualquer momento da execução.

Apresentada a Exceção de Pré-executividade:

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o juiz pode aceitá-la e analisar o mérito, proferindo decisão definitiva na execução, da qual cabe Agravo de Petição; ou

não aceitar, caso em que proferirá mera decisão interlocutória, irrecorrível de imediato. Caso tal decisão viole direito liquido e certo da parte, por não haver meio próprio para impugná-la, poderá ser utilizado o Mandado de Segurança.

Nos termos da súmula 114 do TST não é possível alegar prescrição intercorrente

no Processo do Trabalho; já na súmula 327 do STF consta que há prescrição intercorrente do Processo do Trabalho. 26. AGRAVO DE PETIÇÃO

O Agravo de Petição é o recurso adequado para impugnar a sentença proferida na execução no Processo do Trabalho (jamais se pensa em RO!).

Sentença AGRAVO DE PETIÇÃO RR Juiz TRT TST

Este recurso possui um pressuposto de admissibilidade específico, qual seja a delimitação das matérias e valores impugnados, sob pena de não ser recebido (Art. 897, §1º, CLT). Este pressuposto tem a finalidade de permitir a imediata e definitiva execução dos valores incontroversos.

Neste sentido, o TST enunciou a Súmula 416 do TST, que veda a possibilidade

de mandado de segurança por parte do executado, a fim de impedir a execução em relação aos valores incontroversos.

Súmula 416 do TST. Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados no agravo.

27. AÇÃO RESCISÓRIA

A ação rescisória está prevista pelo artigo 836 da CLT, e seu processamento no Processo do Trabalho segue as normas do Processo Civil, com aplicação subsidiária dos dispositivos 485 ao 495, no que for compatível aos princípios do Processo do Trabalho. Além destes, por se tratar de uma nova ação deve atender também aos requisitos do artigo 282 do CPC, que regula a petição inicial.

Quando a prova mencionar que ocorreu o trânsito em julgado é possível que a

resposta tenha por fundamento a ação rescisória ou a execução definitiva.

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Execução definitiva Sentença não há Trânsito em Juiz recurso julgado Ação Rescisória (Art. 485, CPC) A ação rescisória no Processo Civil, de acordo com o artigo 488, II do CPC, está

sujeita ao depósito prévio de 5% sobre o valor da causa. No entanto, no Processo do Trabalho o depósito prévio é de 20% sobre o valor da causa da ação rescisória, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor da ação rescisória. [art. 836, CLT].

Art. 836, CLT. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos próprios autos da ação que lhe deu origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a respectiva certidão de trânsito em julgado.

Art. 488, CPC. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do Art. 282, devendo o autor: I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da causa; II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou improcedente. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no nº II à União, ao Estado, ao Município e ao Ministério Público.

As hipóteses de cabimento da ação rescisória no Processo do Trabalho estão previstas no artigo 485 do CPC.

Art. 485, CPC. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

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I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente; III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar literal disposição de lei; VI - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória; VII - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença; IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.

Nas hipóteses de juízo incompetente e ofensa a coisa julgada só haverá juízo

rescindente, isto é, só existirá a rescisão do julgado, sem que haja novo julgamento. Isto se dá, pois no primeiro caso a competência para julgar a lide não é da Justiça do Trabalho, portanto não há que se falar em novo julgamento; já na segunda hipótese não haverá novo julgamento porque já existe uma decisão protegida pelo manto da coisa julgada, logo cabe ao Judiciário apenas rescindir a segunda decisão que está ofendendo a primeira. Nos demais casos, haverá o juízo rescindente, bem como o juízo rescisório, ou seja, haverá a rescisão de uma decisão e o novo julgamento pelo Tribunal.

PRAZO A ação rescisória é uma ação que tem por finalidade a desconstituição de

sentença ou acórdão. O direito de propor ação rescisória se extingue em 2 anos (prazo decadencial), contados do trânsito em julgado da decisão rescindenda (art. 495 do CPC e Súmula 100, TST).

A observância do disposto nas Súmulas 100 e 299 do TST é indispensável

para a propositura de ação rescisória.

Súmula 100, TST. I - O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subseqüente ao

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trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. II - Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial. III - Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabível não protrai o termo inicial do prazo decadencial. IV - O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado juntada com a ação rescisória, podendo formar sua convicção através de outros elementos dos autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a quo" do prazo decadencial. V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. VI - Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público, que não interveio no processo principal, a partir do momento em que tem ciência da fraude. VII - Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que, após afastar a decadência em sede de recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. VIII - A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não tem o condão de afastar a consumação da coisa julgada e, assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial para a ação rescisória. IX - Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subseqüente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória

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quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT. X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo legal previsto para a interposição do recurso extraordinário, apenas quando esgotadas todas as vias recursais ordinárias. Súmula 299, TST. I - É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado da decisão rescindenda. II - Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 10 (dez) dias para que o faça, sob pena de indeferimento. III - A comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda é pressuposto processual indispensável ao tempo do ajuizamento da ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação rescisória não reabilita a ação proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não contempla a ação rescisória preventiva. IV - O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite a formação da coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento do mérito, por carência de ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescindida.

Competência para Ação Rescisória: A ação rescisória é uma ação de competência originária dos Tribunais. Assim,

perante uma ação rescisória proposta em face de sentença que transitou em julgado, a competência será do TRT à que está subordinado o juízo de 1º grau que proferiu a decisão.

Sentença Trânsito em Ação Rescisória RO Juiz julgado TRT TST

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Cada Tribunal é competente para julgar ação rescisória de suas decisões. Atente-se para o fato de que se o acórdão do TST NÃO apreciar o mérito da causa, como ocorre, quando aquela Corte não conhece do recurso interposto, a ação rescisória voltar-se-á contra o acórdão regional que tenha adentrado no mérito, sendo competente o TRT para processá-la e julgá-la.

Sentença Ação Rescisória Juiz 1º Grau TRT Cada Tribunal Decisão de Mérito Ação Rescisória é competente TRT TRT para julgar AR Decisão de Mérito Ação Rescisória de suas decisões TST TST Observe-se as súmulas e orientações Jurisprudenciais relacionadas ao

CABIMENTO da Ação Rescisória:

Súmula 259, TST. Só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da Consolidação das Leis do Trabalho. Súmula 407, TST. A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas "a" e "b" do inciso III do art. 487 do CPC, uma vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas. Art. 487, CPC. Tem legitimidade para propor a ação: I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II - o terceiro juridicamente interessado; III - o Ministério Público: a) se não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.

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Súmula 514, STF. Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos. Súmula 401, STJ. O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial. Súmula 219, TST. I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. II - É incabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista, salvo se preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70. Súmula 329, TST. Honorários advocatícios. Art. 133 da CF/1988 (mantida). Mesmo após a promulgação da CF/1988, permanece válido o entendimento consubstanciado na Súmula nº 219 do Tribunal Superior do Trabalho. OJ 84, SDI-2, TST. AÇÃO RESCISÓRIA. PETIÇÃO INICIAL. AUSÊNCIA DA DECISÃO RESCINDENDA E/OU DA CERTIDÃO DE SEU TRÂNSITO EM JULGADO DEVIDAMENTE AUTENTICADAS. PEÇAS ESSENCIAIS PARA A CONSTITUIÇÃO VÁLIDA E REGULAR DO FEITO. ARGÜIÇÃO DE OFÍCIO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. Alterada em 26.11.02 A decisão rescindenda e/ou a certidão do seu trânsito em julgado, devidamente autenticadas, à exceção de cópias reprográficas apresentadas por pessoa jurídica de direito público, a teor do art. 24 da Lei nº 10.522/02, são peças essenciais para o julgamento da ação rescisória. Em fase recursal, verificada a ausência de qualquer delas,

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cumpre ao Relator do recurso ordinário argüir, de ofício, a extinção do processo, sem julgamento do mérito, por falta de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do feito.

A Lei 11.280/2006 deu nova redação ao artigo 489 do CPC, para estabelecer que o ajuizamento da ação rescisória não impede o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo, entretanto, em caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, é possível a concessão de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela.

Art. 489, CPC. O ajuizamento da ação rescisória não impede o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo, ressalvada a concessão, caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela.

O recurso ordinário previsto nesta súmula 158 do TST tem previsão no artigo

895, II, CLT. Contra as decisões dos Tribunais Regionais em processos de sua competência originária é cabível a interposição de RO para o TST.

Ação Rescisória RO TRT TST

Súmula 158, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista.

29. MANDADO DE SEGURANÇA

O Mandado de Segurança está previsto no artigo 5º, LXIX da CF e está disciplinado pela Lei 12.016/2009, que foi sancionada em agosto de 2009.

Art. 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; [...]

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Art. 1º, Lei 12016/2009. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. §1º. Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. § 2º. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. §3º. Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.

Este remédio constitucional visa proteger qualquer direito líquido e certo do

cidadão, salvo o direito de locomoção e o direito de acesso a informações pessoais, que são protegidos pelo habeas corpus e habeas data, respectivamente.

A Carta Magna também prevê o mandado de segurança coletivo, que pode ser

impetrado pela organização sindical, dentre outras entidades.

Art. 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Conclui-se que o mandado de segurança é ação utilizada, diante da

inexistência de outro meio jurídico, para proteger um direito líquido e certo, que fora

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violado por um ato de autoridade. O MS pode compelir a autoridade pública a praticar ou deixar de praticar algum ato.

Inicialmente, apenas os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior

do Trabalho tinham competência para apreciar e julgar mandado de segurança, uma vez que o artigo 652 e 653 da CLT não incluem o mandado de segurança no âmbito da atuação jurisdicional dos órgãos de primeira instância.

Contudo, o advento da EC 45/2004, que modificou substancialmente o artigo

114 da CF, parece-nos que a Vara do Trabalho será funcionalmente competente para processar e julgar mandado de segurança também.

Art. 114, VII, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: [...] VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; [...]

Autoridade coatora: Tribunal competente: Auditor Fiscal do Trabalho Delegado do Trabalho Oficial de Cartório (que recusou o registro da entidade sindical) Membro do MPT (nos inquéritos civis)

MS impetrado para o juiz de primeiro grau

Juiz Desembargador do TRT

Mandado de Segurança impetrado no TRT

Ministro do TST

Mandado de Segurança impetrado no TST

Cumpre salientar que o estudo das súmulas e OJ’s relativas ao Mandado de

Segurança são fundamentais para o Exame de Ordem de II fase. Alguns Dispositivos Relevantes:

Art. 23, Lei 12016/09. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

Súmula 632, STF. É constitucional lei que fixa PRAZO DE DECADÊNCIA para a impetração do Mandado de Segurança.

Súmula 512, STF. Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.

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Súmula 105, STJ. Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários advocatícios.

Súmula 266, STF. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

Súmula 267, STF. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.

Súmula 268, STF. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.

Súmula 33, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado.

OJ 99, SDI – 2, TST. Mandado de segurança. Esgotamento de todas as vias recursais disponíveis. Trânsito em julgado formal. Descabimento. Esgotadas as vias recursais existentes, não cabe mandado de segurança.

OJ 140, SDI – 2, TST. Não cabe mando de segurança para impugnar despacho que acolheu ou indeferiu liminar em outro mandado de segurança.

Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.

OJ 148, SDI – 2, TST. É responsabilidade da parte, para interpor recurso ordinário em mandado de segurança, a comprovação do recolhimento das custas processuais no prazo recursal, sob pena de deserção.

Súmula 414, TST. I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso.

II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar).

Súmula 417, TST. I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado, em execução definitiva, para garantir crédito exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista no art. 655 do CPC.

II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC.

III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros

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bens à penhora, pois o executado tem direito a que a execução se processe da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.

Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.

OJ 67, SDI – 2, TST. Não fere direito líquido e certo a concessão de liminar obstativa de transferência de empregado, em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT.

OJ 92, SDI – 2, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido.

OJ 98, SDI – 2, TST. É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança visando à realização da perícia, independentemente do depósito.

OJ 137, SDI – 2, TST. Constitui direito líquido e certo do empregador a suspensão do empregado, ainda que detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em que se apure a falta grave a ele imputada, na forma do art. 494, caput e § único, da CLT.

30. DISSÍDIO COLETIVO Existem duas maneiras de solução dos conflitos coletivos:

Autocompositivas: convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho e a mediação;

Heterocompositivas: jurisdição e arbitragem (art. 114, §§ 1° e 2°, CF). Quanto à arbitragem, vale destacar o MPT pode “atuar como árbitro, se assim

for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho” (art. 83, XI, da LC 75/93).

Segundo Valentin Carrion “os dissídios como denomina a CLT, na acepção de processo, ou seja, o meio de exercer uma ação para compor a lide, podem ser individuais ou coletivos. Aqueles tem por objeto direitos individuais subjetivos, de um empregado (dissídio individual singular) ou vários (dissídio individual plúrimo). O dissídio coletivo visa direitos coletivos, ou seja, contém as pretensões de um grupo, coletividade ou categoria profissional de trabalhadores, sem distinção dos membros que a compõe, de forma genérica”. (Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, ed. em CD-ROM, 1999, comentário ao art. 856, verbete 1.). De acordo com o art. 220 do RITST, os dissídios coletivos subdividem-se em: I – de natureza econômica: para a instituição de normas e condições de trabalho;

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II – de natureza jurídica: para a interpretação de cláusulas de sentença normativa, de instrumentos de negociação coletiva, acordos e convenções coletivas, de disposições legais particulares de categoria profissional ou econômica e de atos normativos; III – originários: quando inexistentes ou em vigor normas e condições especiais de trabalho decretadas em sentença normativa; IV – de revisão: quando destinadas a reavaliar normas e condições coletivas de trabalho preexistentes que se hajam tornadas injustas ou ineficazes pela modificação das condições que a ditaram; e V – declaração sobre a paralisação do trabalho: decorrente de greve. (grifos nossos). O dissídio coletivo de natureza econômica (art. 114, § 2°, CF) subdivide-se em: a) originário (art. 867, par. Único, a, CLT); b) revisional (art. 873 a 875, CLT); e c) de extensão, que visa estender a toda a categoria as normas ou condições que tiverem como destinatário apenas parte dela (art. 868 a 871, CLT). A Constituição da República estabeleceu como requisito específico para os dissídios coletivos de natureza econômica o comum acordo (art. 114, § 2, CF), sendo, para alguns, pressuposto de desenvolvimento constituição e de válido e regular do processo, para outros, condição da ação – interesse de agir.

Art. 114. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O dissídios coletivos de greve pode ter natureza exclusivamente declaratória, quando apenas declarar a abusividade ou não da greve, ou mista, quando além da declaração ainda constituir novas relações de trabalho (art. 114, § 3°, CF e art. 8° da Lei 7783/89). O MPT pode suscitar dissídio coletivo em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público. [ art. 114, § 3°, CF]

Art. 114. § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,

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o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

No dissídio coletivo de extensão o Tribunal pode estender as condições de trabalho a todos os empregados de uma mesma empresa, embora o dissídio tenha sido suscitado por apenas uma parte deles (juízo de equidade). [art. 868, CLT] O dissídio coletivo de revisão poderá ser proposto quando decorrido mais de um ano da vigência da sentença normativa. As partes no dissídio coletivo são suscitante e suscitado. O dissídio coletivo é uma ação de competência originária dos Tribunais, TRT e TST, segundo o âmbito territorial do conflito ou a representação das entidades sindicais, de modo que, se o dissídio limitar-se a base territorial do TRT, este será o Tribunal competente para julgá-lo (art. 678, I, a, e art. 6°, Lei 7783/89); se ultrapassar referida base, será de competência do TST (art. 702, I, b, e art. 2°, I, a, Lei 7783/89). Possuem legitimidade para suscitar o dissídio coletivo, de um lado, necessariamente, o sindicato da categoria profissional e, do outro lado, o sindicato da categorial econômica ou empresa(s). Embora bastante criticado, o art. 856 da CLT estabelece que o Presidente dos Tribunais Regionais do Trabalho tem legitimidade para suscitar o dissídio em caso de greve.

Art. 856 - A instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho. Art. 857 - A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa das associações sindicais, excluídas as hipóteses aludidas no art. 856, quando ocorrer suspensão do trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 7.321, de 14.2.1945)

Como já referido,o MPT também possuem legitimidade em caso de greve em atividade essencial (art. 114, § 3°, CLT).

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Em caso de greve apenas o sindicato da categoria econômica possui legitimidade para ajuizar o dissídio coletivo, não podendo fazê-lo a categoria profissional, já que fomentou o movimento grevista. [OJ 12, SDC]

OJ 12, SDC, TST GREVE. QUALIFICAÇÃO JURÍDICA. ILEGITIMIDADE ATIVA "AD CAUSAM" DO SINDICATO PROFISSIONAL QUE DE-FLAGRA O MOVIMENTO (cancelada) – Res. 166/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 Não se legitima o Sindicato profissional a requerer judicialmente a qualificação legal de movimento paredista que ele próprio fomentou.

Quando não houver sindicato representativo da categoria profissional ou econômica, o dissídio coletivo poderá se ajuizado pelas federações e, na ausência destas, pelas confederações , no âmbito de suas representações. [art. 857, parágrafo único, CLT]

Art. 857 - A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa das associações sindicais, excluídas as hipóteses aludidas no art. 856, quando ocorrer suspensão do trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 7.321, de 14.2.1945) Parágrafo único. Quando não houver sindicato representativo da categoria econômica ou profissional, poderá a representação ser instaurada pelas federações correspondentes e, na falta destas, pelas confederações respectivas, no âmbito de sua representação. (Redação dada pela Lei nº 2.693, de 23.12.1955)

A decisão proferida em dissídio coletivo denomina-se sentença normativa. Tal decisão não é executada, mas cumprida, por meio de ação de cumprimento proposta perante o juiz do trabalho. A petição inicial do dissídio coletivo deverá ser escrita (art. 856, CLT), dirigida ao Presidente do Tribunal que designará uma audiência de conciliação (art. 860, CLT).

O Presidente do Tribunal não está adstrito as propostas de conciliação das partes (art. 862, CLT). Havendo ou não o acordo, o processo será distribuído, por sorteio, para relator e revisor, sendo julgado pela SDC.

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O recurso cabível para impugnar a sentença normativa proferida pelo TRT é o Recurso Ordinário de competência do TST. [art. 895, II, CLT]. Em caso de acordo, apenas o MPT poderá interpor Recurso Ordinário. [art. 83, VI, LC 75/93 e art. 7°, § 5°, Lei 7701/88]

É possível a propositura da ação de cumprimento independentemente do transito em julgado da sentença normativa. [súmula 246, TST]

Súmula 246, TST. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA NORMATIVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa para a propositura da ação de cumprimento.

A Lei 7701/88 estabelece o Recurso Ordinário interposto de sentença normativa poderá ter efeito suspensivo na medida e extensão conferidas em despacho pelo Presidente do TST. A sentença normativa somente produz coisa julgada formal, segundo o entendimento do TST. [súmula 397, TST]

Súmula 397, TST. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 485, IV, DO CPC. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 116 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso, porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal. Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de descumprimento do art. 572 do CPC. (ex-OJ nº 116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003).

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INCLUI A SUMULA 367 NO MATERIAL; O ITEM 4. CONFLITO DE COMPETENCIA NÃO SERIA 4.1? PQ JÁ TEM ITEM 4. COMPETÊNCIA...