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Faculdade Católica Dom Orione “Marca que é Garantia de Excelência em Educação” MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E AUDITORIA 3ª TURMA - AULA INAUGURAL 26 e 27/09/2015 MÓDULO: "Fundamentos de Finanças e Contabilidade Gerencial" Prof. Victor de Oliveira GRADUAÇÃO: Ciências Contábeis - UEG ESPECIALIZAÇÃO: Auditoria e Análise de Balanço - UEG MESTRADO: Contabilidade e Controladoria - USP ATIVIDADES EXERCIDAS: Professor, Coordenador de Estágio e Assessor da Reitoria do Centro Universitário UNIRG, Vice Reitor do Centro Universitário UnirG, Consultor Financeiro, Professor de Pós-Graduação em Finanças e Contabilidade.

Material Didático - Fundamentos de Finanças e Contabilidade Gerencial

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Conteúdo para curso de MBA em Gestão finaceira

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Faculdade Católica Dom Orione “Marca que é Garantia de Excelência em Educação”

MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E AUDITORIA

3ª TURMA - AULA INAUGURAL 26 e 27/09/2015

MÓDULO: "Fundamentos de Finanças e Contabilidade Gerencial"

Prof. Victor de Oliveira

GRADUAÇÃO: Ciências Contábeis - UEG ESPECIALIZAÇÃO: Auditoria e Análise de Balanço - UEG MESTRADO: Contabilidade e Controladoria - USP ATIVIDADES EXERCIDAS: Professor, Coordenador de Estágio e Assessor da Reitoria do Centro Universitário UNIRG, Vice Reitor do Centro Universitário UnirG, Consultor Financeiro, Professor de Pós-Graduação em Finanças e Contabilidade.

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PLANO DA DISCIPLINA

EMENTA: Fundamentos de Finanças e Contabilidade Gerencial Diagramas de Fluxo de Caixa; Operações Comerciais; Operações Financeiras Com Taxas de Juros Tomadas no Sistema Bancário; Lucro Empresarial e Variações de Preços; Métodos de Avaliação de Estoques; Margem de Contribuição; Analise Custo Volume e Lucro; Gestão e Analise de Orçamentos; Instrumentos de Controle e Geração da Informação Sobre Desempenho para Tomada de Decisões Especiais (Finanças Corporativas e Valor). OBJETIVO GERAL: Preparar o estudante para utilizar a ferramentas contábeis gerenciais no auxilio ao gestor de recursos (materiais, humanos ou tecnológicos), fundamentalmente na tarefa de subsidiar e orientar no processo decisório empresarial (investimento, financiamento e risco). OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Apresentar Conceitos Fundamentais de Finanças e Contabilidade Gerencial;

• Analisar estrategicamente as políticas financeiras e seus impactos, assim como sua relação com o custo de

agência;

• Aprofundar os conhecimentos sobre o processo de avaliação de empresas.

• Capacitar os estudantes a planejar, controlar e tomar decisões empresariais.

JUSTIFICATIVA: Os conhecimentos gerados no esbouço teórico da disciplina “Fundamentos de Finanças e Contabilidade Gerencial” são relevantes para auxiliar os profissionais da área de negócios interpretarem as informações estratégias geradas pela Ciência Contábil e apoiar o processo decisório das organizações. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

• Contabilidade Gerencial;

• Contador Gerencial;

• Sistema de Informação Contábil;

• Análise do lucro custeio por absorção e variável;

• Gestão de preço;

• Controle orçamentário;

• Orçamento de caixa

• Análise econômico-financeira;

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• Projeções dos Demonstrativos Contábeis.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: O módulo será desenvolvido de maneira a privilegiar o processo de reflexão do estudante, por meio de aulas teóricas e práticas com aplicação de exercícios de verificação de aprendizagem, pesquisas e leituras de textos, bem como a realização de trabalhos individuais e em grupo. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: Será realizada por meio das atividades apresentadas em sala de aula e uma avaliação. Avaliação em sala 7 pontos, leitura e ficha técnica de artigos 3 pontos. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: - ATKINSON, A. Anthony; et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas.

- CREPALDI, Sílvio Aparecido. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas.

- GARRISON, Ray H.; NOREEN, Eric W. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC.

- IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas.

- PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

- MATARAZZO, Dante Carmino. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas. - ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Alas.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO: CONTABILIDADE GERENCIAL 05

2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS 09

3. CONTROLES GERENCIAIS3. CONTROLES GERENCIAIS 13

4. MÉTRICAS PARA ESTUDO DE VIABILIDADE 22

5. BALANCED SCORECARD (BSC) 48

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1. INTRODUÇÃO: CONTABILIDADE GERENCIAL

O ambiente empresarial vem passando por diversas transformações advindas dos mercados globalizados, do avanço

tecnológico, de uma clientela mais exigente e de outros fatores que interferem no processo de gestão das empresas.

Diante disso, cresce a necessidade de um processo de gestão mais ágil e eficiente, que possibilite à empresa

alcançar os objetivos almejados. Nesse sentido, os conhecimentos de Contabilidade Gerencial, seja como ramo do

conhecimento ou como unidade organizacional (Controladoria), alicerça o arcabouço da gestão empresarial

contemporânea.

Quanto mais competitivo for o ambiente empresarial, mais apurado deverá ser o processo decisório e por

conseqüência o enaltecimento do papel da Contabilidade Gerencial. Porém, é ínfima a consistência da plataforma

teórica desse ramo do conhecimento contábil, dificultando o entendimento de suas funcionalidades por técnicos,

gestores e acadêmicos. A plataforma teórica da Contabilidade Gerencial é frágil, inclusive pode-se até afirmar que

não existe ainda uma plataforma teórica. As obras literárias sobre o assunto existentes no país abordam de uma

forma consistente apenas conteúdos relacionados aos aspectos procedimentais. São incipientes os trabalhos

publicados sobre essa temática como ramo de conhecimento.

A Contabilidade moderna tem-se caracterizado como uma das ferramentas mais úteis ao administrador na

otimização do processo de tomada de decisão, pois, como um sistema de informação e mensuração de eventos que

afetam a tomada de decisão, possibilitam que partindo dos conhecimentos de fatos passados, procedimentos futuros

sejam delineados de forma que esta otimização seja, se não alcançada totalmente, buscada com maior segurança.

A tarefa dos contadores de transformar dados em informações faz com que os dados não sejam simplesmente um

conjunto de fatos expressos como símbolos ou caracteres incapazes de influenciar em decisões até serem

transformados em informações. O estilo de gestão adotado determina a natureza da estrutura organizacional, sendo

que esta também é influenciada pelo tamanho da empresa. O processo de tomada de decisões é uma seqüência

lógica de etapas que expressam a racionalidade com a qual os gestores buscam soluções ótimas para os problemas

da empresa.

A cada dia que passa o fluxo de informações dentro de uma empresa fica maior e mais complexo, tornando difícil a

tomada de decisão a partir de um número pequeno de dados. A complexa malha organizacional tem uma demanda

por profissionais que consigam ter uma visão ampla.

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A contabilidade gerencial (tradução corrente em português do Brasil para a expressão em inglês Management

Accounting) é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De longa data, contadores, administradores

e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do

simples cálculo de impostos atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e fiscais.

Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações, etc.)

não é justificável para atender somente o fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a

contabilidade é encarada como um mero cumprimento da burocracia governamental.

Os gestores de empresas precisam aproveitar as informações geradas pela escrituração contábil, pois obviamente

este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e

dentro de uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.

A gestão de entidades, sabidamente, é um processo complexo, inesgotável, mas pode ser facilitada quando se tem

uma adequada contabilidade.

Dentre as vantagens de utilizar-se de dados contábeis para gerenciamento, podemos listar:

1. Apuração de Impostos

2. Projeção de orçamentos empresariais

3. Análise de desempenho (índices financeiros)

4. Cálculo do ponto de equilíbrio

5. Determinação de preços de vendas

6. Planejamento Tributário

7. Controles orçamentários

8. Teoria das Restrições(TOC)Contabilidade por Ganho

9. Balanced Scorecard

O sistema de contabilidade é um importante sistema de informação às organizações, o sistema de contabilidade

provê informação com três principais objetivos:

• Relatórios internos para os gestores, para planejar e controlar operações de rotina.

• Relatórios internos para os gestores, para uso em decisões não rotineiras e na formulação dos principais

planos e políticas.

• Relatórios para os acionistas, governo e outros interessados externos.

Segundo professor Marion “a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para

a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas

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a tomarem decisões. Com passar do tempo, o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a

torna obrigatória para maioria das empresas. Ressaltamos, entretanto, que a Contabilidade não deve ser

feita visando basicamente atender às exigências do governo, mas o que é muito mais importante, auxiliar as

pessoas a tomarem decisões”.

Todas as movimentações possíveis de mensuração monetária são registradas pela contabilidade, que, em seguida,

resume os dados registrados em forma de relatórios e os entrega aos interessados em conhecer a situação das

empresas. Esses interessados, por meio de relatórios contábeis, recordam os fatos acontecidos, analisam os

resultados obtidos, as causas que levaram àqueles resultados e tomam decisões em relação ao futuro.

Diferenças características entre principais da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial:

• Contabilidade Gerencial: Processo de produzir informações financeiras e operacionais para os

empregados e gerentes das organizações. Tal processo deve ser dirigido pelas necessidades de informações

de indivíduos internos à organização, e deve guiar suas decisões operacionais e de investimentos;

• Contabilidade Financeira: Processo de produzir demonstrativos financeiros para entidades e usuários

externos - como acionistas, credores e governo. Este processo é restringido por padrões regulatórios oficiais

e autoridades fiscais e por requisitos de auditoria de instituições independentes de contadores. As

características da contabilidade gerencial são influenciadas pelas necessidades da administração. Os

relatórios de contabilidade gerencial podem ser preparados periodicamente, junto com a contabilidade

financeira, ou à medida que a administração precisar de informações.

A figura a seguir demonstra algumas etapas de um sistema de contabilidade gerencial.

Diagnóstico

EmpresarialPlanejamento Implementação

de controlesRelatórios Aplicação

Indicadores

Processo Decisório

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O quadro a seguir sintetiza os elementos básicos da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial,

valendo ressaltar a flexibilidade existente para a segunda:

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2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

2.1. Gastos, Investimentos, Custos e Despesas

Podem existir dúvidas, à primeira vista, quanto ao entendimento dos termos Gastos, Investimentos, Custos e

Despesas. O esclarecimento destes termos pode ser apoiado nas definições sugeridas por Eliseu Martins sob o

ponto de vista da Contabilidade de Custos: A CONTABILIDADE GERENCIAL

• Gastos - Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço

qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente

dinheiro). Só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou

seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do

ativo dado em pagamento.

• Investimento - Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s)

período(s). Todos os sacrifícios decorrentes da aquisição de bens ou serviços (gastos) que são

“estocados” nos ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo,

de seu desaparecimento ou de sua desvalorização, são especificamente chamados de investimentos.

• Custos - Gastos relativos a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo

é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos

fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.

• Despesas - Bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. As

despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar

sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Todo o produto vendido e todo serviço ou utilidade

transferidos provocam despesas. Uma seqüência simples, descrita a seguir, pode ajudar a reforçar

estas definições contábeis: no ato da compra, a matéria-prima é um gasto contabilizado

temporariamente como investimento circulante, e passa a ser considerada custo à medida que é

consumida pelo processo produtivo de um determinado bem. Este último, por sua vez, gera, no

momento de sua venda, eventuais despesas tais como as referentes a impostos e comissões.

2.2. Sistemas de Custeio

O estudo detalhado dos custos e das despesas diretas e indiretas fabris, e a forma de atribuí-los a cada produto,

individualmente, é objetivo primordial de todo o método de custeio. Esta área de estudos é muito polêmica. Como

se trata, em geral, de discussões e controvérsias sobre critérios empíricos.

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Um sistema de custeio industrial é: “(...) o conjunto de procedimentos e critérios de cálculo, racionais e

consistentes, utilizados para transformar despesas classificadas segundo sua natureza, em custos de produção e de

serviços, no nível de desagregação desejado pela administração”.

Para GUERREIRO o que explicitamente liga os objetivos do sistema com os “modelos decisórios dos seus

usuários”, sistema de custo é o “(...) Conjunto de elementos interdependentes que interagem na consecução de um

objetivo comum, coletando, processando e gerando informações derivadas do desempenho das operações”.

Este autor também aponta os seguintes objetivos gerais de um sistema de custeio:

• avaliação de ativos fabricados;

• apuração de resultados;

• análise de rentabilidade;

• controle de operações;

• subsídio para formação de preços de vendas; e,

• subsídio para planejamento de operações.

A estruturação de um sistema de custeio pode ser feita de várias formas, e obedece às seguintes considerações

gerais:

a) Características essenciais do sistema: identificam o sistema quanto à natureza do custo apurado.

Podem ser: custo real ou custo-padrão; custo direto ou custo por absorção; custo fabril ou custo total; e custo

por processo ou custo por ordem de fabricação. Podemos incluir aqui, também, o custeio por atividades, o

qual merecerá uma seção à parte.

b) Características secundárias do sistema: estão ligadas às características fundamentais ou dizem

respeito à estrutura do sistema. Podem ser: o custo extra contábil ou integrado nos livros; a apropriação de

custos por taxas horárias ou unidades produzidas; e, o elenco dos centros de responsabilidade.

c) Critérios de avaliação e apropriação: contribuem para uma estruturação bem feita. São por

exemplo: o método de avaliação de consumo de materiais; a determinação de bases de apropriação das

despesas aos centros de responsabilidade; e, a apuração ponderada de custos aos produtos.

d) Procedimentos de cálculo: são as rotinas de apuração de custos. Podem ser: a utilização de

mapas de elaboração manual ou através do processamento eletrônico de dados; ou os modelos de formulários

de ordens de produção aplicados na apuração de custos por ordem de fabricação.

2.2.1 Metodologia de Custeio

Não existe método de custeio certo nem errado, muito menos método ideal. Existem, sim, métodos de custeio

implantados e sendo utilizados nas empresas. Cada empresa procura escolher e adequar os métodos

conhecidos e disponíveis às suas necessidades de informação de custo.

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Os fluxos de produção nos sistemas de custeio dividem por ordem e por processo.

Produção por ordem é o da marcenaria, na qual o consumidor vai até o estabelecimento, identifica um produto

que gostaria de comprar, negocia o preço e paga um sinal. Só então o gestor abrirá uma ordem (encomenda) para

que inicie o processo de produção do móvel.

Produção por processo (ou contínua), como o nome sugere, não tem início e fim identificados com a mesma

acurácia da produção por ordem. Afinal, sua produção é contínua. Então, no final do período de apuração o

contador apura o custo da produção já iniciada mas ainda não acabada (normalmente, por medições físicas). O

principal problema da produção contínua diz respeito à avaliação do estoque final, pois, no final do período de

apuração, existem insumos em diferentes estágios de aplicação distribuídos ao longo do processo fabril.

2.2.1.1 Método de custeio por absorção

Também denominado custeio funcional ou tradicional ou full cost, é o critério mais utilizado para fins de

evidenciação legal do resultado, isto é, utilizados para fins societários e fiscais. Possui as seguintes características:

- atende às exigências societárias e fiscais, além de estar de acordo com os princípios e normas de contabilidade;

- consiste em alocar aos produtos todos os custos incorridos no processo de fabricação, sejam diretos ou

indiretos, fixos ou variáveis;

- as despesas de vendas, administrativas e outras, não incorporam o custo do produto, sendo registradas

diretamente no resultado do período.

2.2.1.2 Método de custeio variável

Criou-se um critério alternativo ao custeio por absorção. Trata-se do custeio variável, também denominado custeio

gerencial e custeio por contribuição, no qual só são agregados aos produtos seus custos variáveis,

considerando-se os custos fixos como se fossem despesas, imediatamente no resultado.

Nas demonstrações contábeis à base do custeio variável, obtém-se um lucro (margem de contribuição) que

acompanha sempre a direção das vendas, o que não ocorre com o custeio absorção. Por contrariar os princípios do

reconhecimento da receita e da confrontação de despesas (regime de competência), o custeio variável não é valido

para demonstrações contábeis de uso externo, deixando de ser aceito tanto pela Auditoria Externa quanto pelo

fisco. É fácil, entretanto, trabalhar com ele durante o exercício social e fazer adaptações no fim do período para se

votar ao custeio por absorção.

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2.2.1.3 Método de Custeio Baseado em Atividades

O custeio baseado em atividades, ou Activity Based Costing (ABC), é um método de custeio baseado na análise das

atividades significativas desenvolvidas na empresa. Visa eliminar as limitações impostas pelos métodos

tradicionais de custeio. O objetivo principal do ABC é a alocação racional dos gastos indiretos aos bens e

serviços produzidos, proporcionando um controle mais apurado dos gastos da empresa e melhor suporte nas

decisões gerencias.

A atividade é definida como sendo uma conjugação coordenação de recursos como a mão de obra, o material, a

tecnologia e o ambiente, inseridos na gestão total da empresa. O produto de uma atividade deverá estar sempre

ligado à satisfação de uma necessidade de um cliente interno (outro setor da empresa) ou de um cliente externo

(consumidor final).

Os direcionadores de custos (cost drive) são fatores que geram ou influenciam o nível dos recursos consumidos, ou

gastos de uma atividade ou de um objeto de custeio, sendo, portanto, instrumentos de rastreamento e de

quantificação dos gastos das atividades dos bens, serviços e clientes que se deseje custear.

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3. CONTROLES GERENCIAIS

Controle é um sistema de feedback que permite aos desempenhos serem comparados com os objetivos projetados;

sendo eles essenciais para realização do planejamento de longo e curto prazo.

Sabe-se que controle é um processo que assegura o atingimento dos objetivos organizacionais e está relacionado

com a função de administrar. A informação obtida através do controle gerencial resulta num bom empreendimento,

gerando inclusive, aumento de rentabilidade. Toda forma de controle dentro da empresa é fundamental, pois através

dele é possível assegurar que as atividades de uma empresa se realizem da forma desejada contribuindo com isso,

para a manutenção e melhora da posição competitiva e a consecução das estratégias, planos, programas e

operações, referente às necessidades identificadas dos clientes. Para alcançar estes objetivos, a administração se

assegura de obter a informação e influenciar o comportamento das pessoas para atuar sobre as variáveis internas e

externas da qual depende o funcionamento da empresa.

Portanto, essa parte do estudo destina-se a apresentar sobre a importância do controle gerencial para a apuração da

produção e resultados econômicos da empresa.

De acordo com Catelli controle é a prestação de contas realizada pela alta administração, aos proprietários, de

forma sistêmica e diária, ao mesmo tempo em que promove a busca pelas melhores soluções para a empresa de

maneira integrada.

Acredita-se que a ferramenta de controle seja a mais importante para a empresa, por que através dela é possível

verificar os ganhos que a empresa obteve no seu exercício após produzir, vender e oferecer prazos para daí poder

calcular quanto à empresa lucra em sua atividade operacional.

“A função de controle configura-se, assim, como um instrumento administrativo exigido pela crescente

complexidade das empresas a fim de atingir um bom desempenho”.

O controle analisa as informações advindas de diversos setores da empresa, informações estas que ajudam na

tomada de decisões para o andamento das atividades.

“O termo controle tem sido utilizado de maneira enfática, pois, na verdade, o que se pretende no universo

empresarial é garantir que decisões tomadas realmente ocorram”.

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3.1 Controle de Estoque

Controle de estoque é a metodologia seguida para armazenar e conduzir entradas e saídas de produtos numa

organização. Ele deve ser empregado tanto para matéria prima como para o produto acabado. Podendo ser úteis

para pequenas empresas no levantamento de dados como: característica do estoque e as necessidades físicas para a

estocagem dos produtos.

De acordo com Gitman estoque “é um ativo circulante necessário que permite que o processo de produção e de

venda opere com um mínimo de distúrbio [...] estoque representa um investimento significativo para a maioria das

empresas”. Empresas que possuem bons controles sobre os estoques podem adotar o sistema de efetuar contagens

periódicas, cíclicas, cobrindo durante o ano todos os itens de estoque.

Os estoques são componentes importantes dos ativos circulantes, principalmente nas empresas comerciais e

industriais, por representarem grandes volumes de dinheiro aplicado em relação aos demais ativos circulantes.

3.2 Controle patrimonial

É um controle da empresa que tem a obrigação de se atualizar sempre e ser controlado monetariamente. Seu

objetivo e administrar os bens do ativo permanente da organização.

O controle patrimonial auxilia o gestor na tomada de decisão e arranjo concreto da organização. Segundo

Padovezze existem três variantes conceituais de controle patrimonial:

• Controle geral e irrestrito, físico e estrutural de todos os itens considerados permanentes;

• Controle apenas escritural e nenhum controle físico;

• Controle parcial físico e escritural dos itens relevantes e controle apenas escritural dos itens

classificados como não relevantes.

3.3 Controle de custos O controle de custos permite ao gestor o conhecimento dos custos e despesas para qualquer decisão tomada. O

mesmo pode ser implantado de acordo com a estratégia da organização.

Os custos “são essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com que a organização tem a arcar para seus

objetivos; por isso, desempenham importante papel nas decisões gerenciais”.

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“O controle sobre os custos em um sistema de Custos Por Ordem de Produção, basicamente, consiste em controlar

a relação entre as quantidades e os valores estimados e os reais”.

Os custos encontram-se inteiramente incluídos ao procedimento de produção de bens ou serviços.

3.4 Controle das vendas mensais

Controlar as vendas contribui nas programações futuras da organização, facilitando o procedimento das vendas

mensais e as transformações que poderão ocorrer. Com isso faz-se uma base dos acontecimentos ocorridos de um

período para outro, permitindo aos gestores um controle do volume das vendas num determinado período.

No entanto, nota-se que esse tipo de controle é pouco usado pelos proprietários das empresas de micro e pequeno

porte, talvez pela carga excessiva das tarefas ou mesmo pela falta de conhecimento da importância que esse

controle tem.

3.5 Controle financeiro

O controle financeiro é essencial no processo de gestão para as empresas, porém os mesmos são pouco utilizados

pelos empreendedores de pequenos negócios. Sua aplicação informa a quantidade disponível dos itens que fazem

parte da organização e detecta as reais necessidades de novos conhecimentos da gestão econômica da empresa.

“A função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados

por todas as áreas da empresa”.

O planejamento financeiro compreende a programação avançada de todos os planos da administração financeira e a

integração e coordenação desses planos com os planos operacionais de todas as áreas da empresa.

3.6 Controle de gastos Gasto é o valor pago ou assumido para obter a propriedade de um bem, incluindo ou não a elaboração e a

comercialização, considerando as diversas quantidades adquiridas, elaboradas ou comercializadas.

Toda organização tem seus gastos e despesas sejam eles diretos ou indiretos. As despesas mais comuns são: conta

de água, luz, telefone, salários dos colaboradores e pró-labore.

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3.7 Contas a receber

As contas a receber são geradas através das vendas a prazo feitas pela empresa. A cada produto vendido a prazo é

gerado um valor a mais no controle de contas a receber.

O volume de contas a receber é, basicamente, determinado pelos padrões de crédito da companhia. Seguindo esta

linha, entende-se que, se a organização trabalha com métodos rigorosos para a abertura de crédito

conseqüentemente as contas a receber serão menores em relação às empresas que utilizam um credito menos

burocrático.

As duplicatas a receber são resultados da concessão de créditos de uma empresa a seus clientes. A concessão de

créditos a clientes por parte dos fornecedores faz parte do custo de se fazer negócios, pois ao manterem recursos

comprometidos em duplicatas a receber as empresas perdem poder aquisitivo.

Todos os valores a receber e a pagar decorrente das vendas intercompanhias, no ativo e passivo de cada uma delas,

devem ser anulados. Também devem ser anulados os valores a receber e a pagar decorrentes de outras atividades,

tais como contas correntes e empréstimos de mútuos.

Contas a receber de clientes também aparece com a denominação de duplicatas a receber. Essa conta representa os

valores de clientes, decorrentes dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos pela empresa e ainda não

recebidos.

3.8 Controles de contas a pagar

São obrigações que a empresa tem e que precisam ser amortizadas o quanto antes. Obrigações por serviços ou

produtos recebidos e ainda a serem pagos.

Ainda na visão do mesmo autor as duplicatas a pagar é uma fonte de financiamento a curto prazo de fundamental

importância para as empresas resultantes de aquisição de mercadorias a prazo. Outra fonte de financiamento a curto

prazo essencial para as empresas são as contas a pagar. Essas contas são obrigações legais, as mais comuns são

salários e impostos. O controle dessas contas contribui muito para o planejamento estratégico da organização.

3.9 Controle de caixa

Tem como objetivo controlar as entradas e saídas, armazenando cada lançamento feito na organização. Esse tipo de

controle permite o conhecimento de todas as movimentações realizadas pela empresa. É de suma importância que

as empresas em geral tenham esse tipo de controle, pois ele fornece informações para apuração dos resultados.

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O caixa tem por finalidade centralizar os recebimentos e pagamentos em dinheiro ou cheque. Além do caixa geral

podem existir caixas auxiliares, dependendo das necessidades da empresa. No fim do expediente o encarregado

deve preparar um Boletim de caixa onde conste todo o movimento do dia.

Caixa também denominado Disponível em administração financeira, representa os ativos que têm a característica

principal de possuir liquidez imediata, ou seja, a sua utilização independe de ações de terceiros ou de outras ações

que não a do seu uso”.

3.10 Controle bancário

Esse controle aceita a atualização de seu saldo e registra as entradas e saídas de valores na conta bancária da

organização. Sendo um conjunto de operações de registros, tem por objetivos controlar a movimentação financeira

da organização, verificando créditos e débitos na conta bancária.

“Os débitos e créditos automáticos em conta corrente que são efetuados pelo banco, devem ser anotados no livro

nas suas respectivas colunas, através dos extratos bancários recebidos”.

“As relações bancárias são importantes para a empresa, tanto na cobrança de suas duplicatas, nos depósitos de

dinheiro e cheques recebidos, como também na obtenção de recursos financeiros”.

Pode-se dizer que bancos e instituições financeiras, em geral, como emprestadores de dinheiro e financiadores de

aquisição de bens pelas empresas, representam o principal grupo de usuários das demonstrações financeiras das

empresas.

3.11 Controle fiscal O controle fiscal deve ser intransigente e estar de acordo com as mudanças da legislação tributária a qual a empresa

esteja enquadrada. Ele gerencia as obrigações das entradas e saídas da organização.

A empresa necessita ter um profissional que tenha conhecimentos sobre os tributos e encargos da empresa, para que

nenhum pagamento ocorra fora do prazo estipulado.

3.12 Fluxo de Caixa

Para Assaf Neto e Silva (1997, p. 35) “(...) o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas

(desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo”.

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O Fluxo de Caixa é indispensável para uma sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Através de sua

elaboração é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras

a serem tomadas. Para se manterem em operação, as empresas devem liquidar corretamente seus vários

compromissos, devendo como condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos

vencimentos. A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas de materiais e

mercadorias, e ser causa de uma séria descontinuidade em suas operações.

A manutenção de saldos de caixa propicia folga financeira imediata à empresa, revelando melhor capacidade de

pagamento de suas obrigações. Neste posicionamento, a administração não deve manter suas reservas de caixa em

novéis elevados como forma de maximizar a liquidez. Ao contrário, deve buscar um volume mais adequado de

caixa sob pena de incorrer em custos de oportunidades crescentes. É indispensável que a empresa avalie

criteriosamente o seu ciclo operacional de maneira a sincronizar as características de sua atividade com o

desempenho do caixa.

Os fluxos de caixa costumam apresentar-se sob diferentes formas: restritos, operacionais e residuais, podendo ainda

relacionar o conjunto das atividades financeiras da empresa dentro de um sentido amplo, decorrente das operações.

É importante que se avalie também que limitações de caixa não se constituem em característica exclusiva de

empresas que convivem com prejuízo. Empresas lucrativas podem também apresentar problemas de caixa como

consequência do comportamento de seu ciclo operacional. Por outro lado, problemas de caixa costumam ocorrer,

ainda, em lançamentos de novos produtos, fases de expansão da atividade, modernização produtiva, etc.

O fluxo de caixa descreve as diversas movimentações financeiras da empresa em determinado período de tempo, e

sua administração tem por objetivo preservar uma liquidez imediata essencial à manutenção das atividades da

empresa.

As principais áreas que podem contribuir para melhor desempenho do fluxo de caixa, acelerando os ingressos ou

retardando os desembolsos, insere-se basicamente nas fases do ciclo operacional. É sabido que a extensão do ciclo

operacional é o fator determinante das necessidades de recursos do ativo circulante; ele é administrado através de:

- negociações com fornecedores e outros credores visando alongar os prazos de pagamento;

- medidas mais eficientes de valores a receber, sem prejuízo de vendas futuras, objetivando reduzir o volume de

clientes em atraso e inadimplentes;

- decisões tomadas na área com intuito de diminuir os estoques e incrementar seu giro;

- concessão de descontos financeiros , sempre que economicamente justificados, na expectativa de redução dos

prazos de recebimentos das vendas etc.

Os sistemas de cobrança, por seu lado, devem ser avaliados com base em sua facilidade de pagamento e rapidez de

emissão e entrega das faturas/duplicatas aos clientes. A agilidade do sistema revela-se mais indispensável, ainda, no

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caso de clientes que pagam somente em determinados(s) dia(s) do mês, ou que apresentam um processo lento de

pagamento.

De maneira ampla, o fluxo de caixa é um processo pelo qual uma empresa gera e aplica seus recursos de caixa

determinados pelas várias atividades desenvolvidas. Neste enfoque, ainda, o fluxo de caixa focaliza a empresa

como um todo, tratando das mais diversas entradas e saídas (movimentações financeiras) de caixa refletida por seus

negócios.

3.2 O FLUXO DE CAIXA E OS SISTEMAS DE INFOMAÇÕES DAS EMPRESAS

As altas taxas de inflação e a excessiva interferência da legislação fiscal no principal sistema de informações

das empresas, que é a contabilidade, impedia a até poucos anos, que os empresários dessem importância aos

dados gerados por esses sistemas.

Enquanto os profissionais da área contábil faziam grande esforço para gerar números sem distorções inflacionarias

e discutiam o significado de lucro inflacionário, lucro inflacionário realizado, lucro inflacionário diferido, correção

monetária pela legislação societária, correção integral e outros temas de difícil entendimento para o empresário,

este, sabiamente, refugiava-se em alguns indicadores incompletos, mas confiáveis, como, por exemplo, quantidade

de vendas no mês, o estoque e o dinheiro disponível.

Precisamos ter informações confiáveis, de fácil entendimento, que estejam disponíveis em tempo hábil. O feeling

do empresário precisa ser completado com o que dizem os números gerados pelos controles. Precisamos

acompanhar os acontecimentos no mundo e principalmente no Brasil, avaliando sua influência no segmento no qual

está inserida a empresa e transformar essa visão em planejamento dos negócios e financeiros. Já podemos elaborar

orçamentos de caixa para, pelo menos, três meses. Isto custa pouco e traz bons benefícios, por permitir visualizar

com antecedência as necessidades financeiras.

Há muitas empresas obtendo ganhos significativos de produtividade, mas perdendo todo esse ganho ao tomar

dinheiro emprestado no curto prazo e taxas de 40,0 a 50,0% ao ano. Os “ralos financeiros” precisam ser fechados

para que o empresário volte a ganhar dinheiro com seu negocio.

Vivemos uma nova realidade, na qual há espaço para o planejamento e controle dos negócios.

20

21

22

4 MÉTRICAS PARA ESTUDO DE VIABILIDADE

4.1 Margem de contribuição (MC) A margem de contribuição “é a diferença entre o preço de venda unitário do produto ou serviço e os custos e

despesas variáveis por unidade de produto ou serviço”. (PADOVEZE 2004, p.320).

Conceituam Figueiredo e Caggiano, (2004, p.213), a margem de contribuição “como o excesso das receitas de uma

atividade sobre os seus custos relevantes que está disponível para cobrir os custos fixos e contribuir para formação

do lucro”.

Complementa Crepaldi (1998, p.122) que “margem de contribuição é como a parcela do preço de venda que

ultrapassa os custos e despesas variáveis e que contribuirá (daí o seu nome) para a absorção dos custos fixos e,

ainda, para formar o lucro”.

Ainda na visão do mesmo autor, “margem de contribuição é um conceito de extrema importância para o custo

variável e para a tomada de decisões gerenciais”.

Seguindo este raciocínio Martins (2006, p.179), margem de contribuição “é a diferença entre o preço de venda e o

custo variável de cada produto”.

4.2 Ponto de equilíbrio operacional (PEO) O ponto de equilíbrio “é o nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais”. (GITMAN 2001,

p.371).

Segundo Crepaldi (1998, p.147), o ponto de equilíbrio é a “quantidade mínima que a empresa deve produzir para

que não tenha prejuízo”.

O ponto de equilíbrio é onde o total de receita se iguala ao total de custos, analisando se a empresa está acima ou

abaixo do ponto de equilíbrio financeiro. Ele permite a compreensão de como esses elementos afetam o lucro da

empresa, retribuindo um nível adequado para que este lucro seja anulado.

A seguir será apresentada uma fórmula para se encontrar o ponto de equilíbrio operacional

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Onde:

Q: total de produtos;

CF: custo fixo da produção;

P: preço do produto vendido;

CVme: custo variável médio.

4.3 Preço de venda indicativo Existe um questionamento de quem estabelece o preço do produto, se é quem vende ou quem compra o produto. Na

verdade isso depende de uma série de fatores como: localização da empresa, demanda do produto, concorrência

acirrada, etc. Mas a maioria das empresas acompanha o preço de mercado.

Segundo Silva (1995, p. 132):

Quanto às vendas, não seria demais dizer que delas depende a receita operacional da empresa. Esta receita, como

se sabe, deve cobrir todos os custos industriais e as despesas operacionais (normalmente chamadas de despesas

comerciais e administrativas), além de proporcionar uma margem de lucro para a empresa, para remunerar o capital

que nela foi empregado ou investido.

Complementa Oliveira (2007, p. 44) “embora o mercado, via de regra, controle e determine o preço, ao longo prazo

uma empresa não suportaria praticar um preço de venda que não cobrisse seus custos e gerasse algum lucro”. Ainda

na visão da mesma autora por mais que a taxa de retorno sobre o investimento seja pequena, ela é imprescindível

para a remuneração do investimento.

Acredita-se que basear o preço de venda de um determinado produto pelo do concorrente, pode não ser a melhor

escolha porque os custos e a produtividade dessas empresas nunca são os mesmos, podendo com isso, afetar

drasticamente a organização. Em seguida será mostrado como é feito à apuração dos custos e preço de venda dos

produtos.

24

4.3.1 Custo da Mercadoria Adquirida (CMA):

Calcula-se o real custo de aquisição da mercadoria vendida, levando em considerações alguns itens que fazem parte

da nota fiscal de compra da mercadoria, como: ICMS, IPI, EMBALAGEM, DESCONTO, FRETE, entre outros:

Mercadoria

Preço Unitário

ICMS (-)

FRETE (+)

IPI (+)

SEGURO (+)

CMA

Modelamento 01 Custo de Mercadoria Adquirida (CMA) – Empresa em Geral

Mercadoria

Preço Unitário ¹*-ICMS

(+) FRETE

(+) IPI (+)

SEGURO (+)

CMA

Modelamento 02 Custo de Mercadoria Adquirida (CMA) – Empresas Optante Simples _____________

¹* No modelamento “02” apresentado foi adicionado o ICMS na fórmula, porque as empresas optantes pelo simples não aproveitam o crédito ICMS.

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4.3.2 Despesas Fixas/Operacionais

A venda de um produto inclui diversos tipos de despesas que se juntam para compor os custos fixos ocorridos

mensalmente na empresa. Considerando também todos aqueles gastos que geralmente são ignorados.

EMPRESA:

DESPESAS FIXAS/ OPERACIONAIS

MÊS/ANO ITENS DISCRIMINAÇÃO VALOR R$

1 DESPESAS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO 1.1 Salários 1.2 Encargos Sociais (% s/ 1.1) 1.3 Retirada do Proprietário 1.4 Energia Elétrica 1.5 Honorários do Contador 1.6 Água 1.7 Telefone 1.8 Aluguéis 1.9 Seguros

1.10 Material de Escritório 1.11 Material de Limpeza 1.12 Correios 1.13 Despesas de Manutenção 1.14 Despesas com Veículos 1.15 Combustível 1.16 Depreciação 1.17 Xérox 1.18 Aluguéis de Veículos e Equipamentos 1.19 Outras Despesas 2 TOTAL 3 FATURAMENTO MENSAL 4 CUSTO DE FUNCIONAMENTO (2/3)

4.3.3 Custo de Funcionamento A comercialização de um produto envolve uma série de outras despesas (administrativas, financeiras, vendas, etc.),

as quais irão compor os custos fixos mensais. Levando em consideração todos os cargos, provisões e

principalmente aqueles que são ignorados, como depreciações, pró-labore, encargos sociais, dentre outros.

CUSTO FIXO (média dos 12 últimos meses)

CF = _________________________________________________ x 100 FATURAMENTO MENSAL (média dos 12 últimos meses)

O empresário precisa fazer por vários meses um acompanhamento de como trabalhar com percentual, pois através

deste cálculo nota-se que os custos fixos obtêm um valor em porcentagem no faturamento mensal.

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4.3.4 Custo de Comercialização

Através deste custo, todas as despesas de comercialização ocorridas das vendas, são incluídas como: ICMS,

LUCRO, COMISSÃO DE VENDEDORES, PIS, SIMPLES, COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL.

ITEM PERCENTUAL ICMS (*)

SIMPLES PIS

COFINS CONT. SOCIAL

COMISSÃO CUSTO DE FUNCIONAMENTO

CUSTO DE COMERCIALIZAÇÃO (*) Consultar a legislação do ICMS ou redução na base de cálculo

4.3.5 Preço Indicativo de Venda:

CMA= Custo da Mercadoria Adquirida

CC= Custo de Comercialização/ Vendas

CF= Custo de Funcionamento

ML= Margem de Lucro

PIV= Preço Indicativo de Venda

O preço indicativo de venda é obtido através do custo de aquisição da mercadoria, custo de comercialização, custo

de funcionamento e margem de lucro desejada.

CMA R$ PIV = __________________________ 100% - (CC % + ML %)

CC = CF + IMPOSTOS

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ESTUDO DE CASO 01

FÁBRICA DE BISCOITO QUEBRA DENTE

A Fabrica de Biscoito “Quebra Dente Ltda” apresentou no ano de 2014 os seguintes dados econômicos e

financeiros:

GRUPO DE CONTAS Média %

RECEITA BRUTA 40.835,43 100%

Venda de Mercadoria 40.835,43 100%

DEDUÇÕES DE VENDAS

Impostos s/ Venda (Simples/ICMS/ISSQN) 2.041,77 5,0%

Devolução de Venda/Taxa Cartão 250,00 0,6%

Comissão de Venda 408,35 1,0%

RECEITA LÍQUIDA 38.135,31 100%

Custo da Mercadoria Vendida 10.617,21 26%

LUCRO BRUTO 27.518,09 67%

TOTAL DOS GASTOS OPERACIONAIS 22.041,54 54%

RESULTADO LÍQUIDO 5.476,55 13%

GASTOS NÃO OPERACIONAIS 1.009,01 2%

RESULTADO FINAL 6.485,56 16%

Embalagem 250gr

Preço venda praticado 13,00

Ingredientes Unid. Quant

$

Farinha de Trigo kg 6,44 39,99

Açúcar kg 3 8,58

Manteiga kg 1 15,60

Sal gr 20 0,02

Leite lt 2 29,23

Leite Coco ml 500 6,00

Gás % 1 2,50

Custo total de Produção 101,92

Embalagem Interna unid 1 0,04

Pote 250 gr unid 1 0,92

Rótulo unid 1 0,20

Rendimento da Receita 36 porções Considerando que o custo de oportunidade dos acionistas é de 10% ao ano calcular:

- Custo de uma porção - embalagem de 250 gr (considerando que a receita total produz 36);

- Calcular a margem de contribuição de uma porção;

- Calcular o preço indicativo de venda e comparar o preço praticado atualmente pela empresa;

- Calcular o ponto de equilíbrio operacional.

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4.4 Rentabilidade Simples Trata-se de um método utilizado para avaliação de um projeto de investimento. O método tem como fundamento uma relação denominada rentabilidade simples do projeto que é indicada com a letra H. A rentabilidade simples é a relação entre o fluxo de caixa anual médio provável gerado pelo projeto, indicado por L, e o total do investimento, indicado por G. Tem-se que: L H = G

Utilizando o método de rentabilidade simples analisar o seguinte projeto de investimento: - Compra de um equipamento por R$ 20.000,00 - Fluxo de caixa anual líquido estimado com a aquisição do novo equipamento é de R$ 2.500,00

Resolução H = 2.500 / 20.000 H = 12,5% Rentabilidade anual estimada do projeto = 12,5% Como podemos ver, o índice H revela o retorno anual por unidade de capital investido no projeto. O projeto de investimento será tanto melhor quanto maior for a quantidade de recuperação de recursos por unidade de investimento. A grande vantagem desse índice é a facilidade de cálculo, obtido a partir das receitas e custos orçados para o projeto. O índice apresenta, entretanto, a desvantagem básica de não considerar os efeitos do tempo sobre o valor do dinheiro. Seria um erro calcular a rentabilidade simples utilizando o lucro. É importante ter em mente que quando se utilizam técnicas de análise de investimento deve-se empregar o fluxo de caixa. 4.5 Período de Retorno do Investimento Também conhecido por pay-back period, o período de retorno do investimento é um dos métodos de avaliação mais largamente difundidos entre os gestores de empresas. O método consiste, basicamente, na determinação do número de períodos necessário para recuperar o capital investido. A partir desse dado, a empresa decide sobre a implementação do projeto, comparando-o com seus referenciais de tempo para recuperação do investimento. O período de retorno do investimento, indicado pela letra P, é a relação entre o total do investimento e o fluxo de caixa médio provável gerado pelo projeto. Por este raciocínio, tem-se que: G P = L Utilizando o exemplo do método Rentabilidade Simples (compra equipamento por $20.000,00 e fluxos esperados de $2.500,00) teríamos o seguinte período de retorno do investimento: P = 20.000 / 2500 P = 8 anos

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Como o método do período de retorno do investimento não leva em conta o valor do dinheiro no tempo, poderão ocorrer situações em que projetos desiguais do ponto de vista do fluxo de caixa apresentem o mesmo pay-back period, tornando-os indiferentes à luz desse indicador. Essas considerações tornam desaconselhável o uso do método pay-back period como critério de avaliação de investimento. Deve ser utilizado apenas como informação complementar sobre a recuperação do investimento realizado. 4.6 Valor Presente Líquido O método do valor presente líquido, também conhecido como método do valor atual líquido, é caracterizado, basicamente pela transferência para data zero das entradas e saídas do fluxo de caixa associado ao projeto, tendo como base de cálculo sua taxa mínima de atratividade. Considerando as entradas e saídas de caixa, representadas ao longo do tempo por Ro, R1,R2... e a taxa de atratividade do projeto, representada por i, o valor presente líquido do projeto, indicado por VPL, é obtido pela expressão:

R1 R2 Rn

VPL = R0 + + + ... +

(1+i)1 (1+i)2 (1+i)n O VPL do projeto, calculado segundo a expressão acima, pode ser positivo, negativo ou nulo. O resultado positivo significa que o valor presente das entradas supera o valor presente das saídas de caixa. Nesse caso, o projeto será economicamente interessante à taxa de juros considerada. Quanto maior o VPL, mais interessante será o projeto de investimento. O resultado nulo significa que o valor presente das entradas é igual ao valor presente das saídas. Nesse caso, o projeto ainda não é desinteressante do ponto de vista econômico, pois as entradas futuras são equivalentes aos desembolsos realizados com o projeto. Isso implica dizer que o projeto produz retorno igual à taxa mínima de atratividade da empresa. O VPL negativo significa que o valor presente das entradas é inferior ao valor presente das saídas de caixa. Nesse caso, o projeto não será economicamente interessante à taxa de juros considerada, pois não ocorre sequer a recuperação do investimento realizado. É importante deixar claro que o VPL de um projeto depende da taxa mínima de atratividade usada em seu cálculo. Não há uma media única de VPL: ela é função da taxa de juros utilizada.

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4.7 Taxa Interna de Retorno Por definição, a taxa interna de retorno (indicada por TIR) de um projeto é a taxa de juros i para a qual seu VPL, é nulo. Ou seja:

R1 R2 Rn

R0 + + + ... + = 0

(1+i)1 (1+i)2 (1+i)n

A TIR de um projeto é a taxa de juros para qual o valor presente das entradas iguala, em valores absolutos, em valores absolutos, o valor presente das saídas do seu fluxo de caixa. Caracteriza, dessa forma, a taxa de remuneração do capital investido. Após determinar a TIR do projeto, devemos compará-la com sua Taxa Mínima de Atratividade (TMA). O projeto será considerado rentável e, portanto, atraente do ponto de vista econômico se sua TIR for, no mínimo igual à TMA. Ou seja, TIR deve ser maior ou igual, a TMA.

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EXERCÍCIO 01 Payback - Período de Retorno do Investimento Também conhecido por pay-back period, o período de retorno do investimento é um dos métodos de avaliação mais largamente difundidos entre os gestores de empresas. O método consiste, basicamente, na determinação do número de períodos necessário para recuperar o capital investido. A partir desse dado, a empresa decide sobre a implementação do projeto, comparando-o com seus referenciais de tempo para recuperação do investimento.

01) Os fluxos de caixa projetados para uma proposta de investimento são:

Ano Fluxo de Caixa $

1 100

2 200

3 500 O projeto custa $ 500. Qual é o período payback desse investimento? 02) Se o período de corte é de 2 anos, quais dos projetos abaixo deverá ser aceitos?

Ano A B C D 0 -100 -200 -200 -200

1 30 40 40 100

2 40 20 20 100

3 50 10 10 -200

4 60 VPL - Valor Presente Líquido O método do valor presente líquido, também conhecido como método do valor atual líquido, é caracterizado, basicamente pela transferência para data zero das entradas e saídas do fluxo de caixa associado ao projeto, tendo como base de cálculo sua taxa mínima de atratividade. Considerando as entradas e saídas de caixa, representadas ao longo do tempo por Ro, R1, R2... e a taxa de atratividade do projeto, representada por i, o valor presente líquido do projeto, indicado por VPL, é obtido pela expressão:

R1 R2 Rn

VPL = R0 + + + ... +

(1+i)1 (1+i)2 (1+i)n

� De um projeto cujo VPL é maior que zero espera-se elevar a riqueza dos proprietários.

VPL > 0 Aceitar

VPL < 0 Rejeitar

VPL = 0 Indiferente

03) Considere um projeto que exige um gasto inicial de $ 2,5 milhões e que tenha fluxos de caixa nos três anos seguintes de $ 1, $ 1,5 e 0,5 milhões respectivamente. Se a taxa de retorno exigida é de 10%, qual é o VPL do projeto?

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04) Faça uma análise dos dois projetos através dos métodos : payback period e do VPL e decida qual é a melhor opção de investimento. Assuma um custo de Capital de 10% para os dois projetos. Final do Período Projeto 01 Fluxo CX Projeto 02 Fluxo CX 2016 -$ 100.000 -$ 100.000 2017 20.000 80.000 2018 80.000 20.000 2019 40.000 40.000 05) A Tecnologias Obsoletas está considerando a compra de um novo computador para ajudar a lidar com seus estoques nos armazéns. O sistema custa $ 50.000, deve durar 4 anos, e deve reduzir o custo de gerenciar os estoques em $ 22.000 ao ano. O custo de oportunidade do capital é de 10% a.a. A obsoletas deveria ir em frente? IRR - Taxa Interna de Retorno

Por definição, a taxa interna de retorno (indicada por TIR) de um projeto é a taxa de juros i para a qual seu VPL, é nulo. Ou seja:

R1 R2 Rn

R0 + + + ... + = 0

(1+i)1 (1+i)2 (1+i)n

A TIR de um projeto é a taxa de juros para qual o valor presente das entradas iguala, em valores absolutos, em valores absolutos, o valor presente das saídas do seu fluxo de caixa. Caracteriza, dessa forma, a taxa de remuneração do capital investido. Após determinar a TIR do projeto, devemos compará-la com sua Taxa Mínima de Atratividade (TMA). O projeto será considerado rentável e, portanto, atraente do ponto de vista econômico se sua TIR for, no mínimo igual à TMA. Ou seja, TIR deve ser maior ou igual, a TMA.

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ESTUDO DE CASO 02

Caracterização do Investimento – Sorveteria Abelhinha Implementação de uma sorveteria de pequeno porte em Araguaína; Investidor: apenas um empresário; Experiência do investidor no seguimento de sorveteria: foi gerente de uma sorveteria de grande porte durante 5 anos; Concorrência Direta: 02 estabelecimentos no mesmo bairro; Nível dos Concorrentes (Preço, Instalação, Produto e Atendimento): Moderado.

Descrição do bem Quantidade Valor Unit. Valor TotalQtd. Anos de Durabilidade

Valor Depreciação

MensalConjunto de Mesas (plástico) 15 185,00 2.775,00 3 77,08 Microondas 3 420,00 1.260,00 3 35,00 Carrinhos de Sorvete/Picolé 8 110,00 880,00 5 14,67 Máquina de Suco 3 1.200,00 3.600,00 5 60,00 Liquidificador Industrial 3 1.200,00 3.600,00 5 60,00 Batedeira Simples 3 100,00 300,00 2 12,50 Balança 2 420,00 840,00 5 14,00 Maquina de Chocolate 2 330,00 660,00 5 11,00 Liquidificador Simples 3 180,00 540,00 2 22,50 Baldes para Sorvete 70 9,00 630,00 2 26,25 Balança Produção 2 420,00 840,00 5 14,00 Freezer tampa de vidro 5 2.500,00 12.500,00 8 130,21 Freezer tampa cega 8 1.800,00 14.400,00 8 150,00 Geladeira 3 800,00 2.400,00 8 25,00 Balcão Frio 1 7.000,00 7.000,00 8 72,92 Utensílios 1 3.000,00 3.000,00 3 83,33 Total 55.225,00 808,46

PREVISÃO - INVESTIMENTO IMOBILIZADO

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DESCRIÇÕES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5Receita Bruta 114.258,00 127.968,96 145.884,61 169.226,15 199.686,86 Impostos s/ Venda (4.570,32) (7.678,14) (11.670,77) (16.922,62) (23.962,42) Receita Líquida 109.687,68 120.290,82 134.213,85 152.303,54 175.724,44 Custo de Produção (24.679,73) (26.463,98) (31.540,25) (35.029,81) (43.052,49) Lucro Bruto 85.007,95 93.826,84 102.673,59 117.273,72 132.671,95 Água (360,00) (396,00) (435,60) (479,16) (527,08) Energia (13.200,00) (14.520,00) (15.972,00) (17.569,20) (19.326,12) Aluguel (10.800,00) (11.880,00) (13.068,00) (14.374,80) (15.812,28) Telefone (360,00) (396,00) (435,60) (479,16) (527,08) Combustível (1.680,00) (1.848,00) (2.032,80) (2.236,08) (2.459,69) Contador (6.120,00) (6.732,00) (7.405,20) (8.145,72) (8.960,29) Salário/Encargos (16.600,00) (18.260,00) (20.086,00) (22.094,60) (25.408,79) Pró-Labore (12.000,00) (13.200,00) (14.520,00) (15.972,00) (17.569,20) Depreciação (9.701,50) (10.671,65) (11.738,82) (12.912,70) (14.203,97) Gastos Diversos (6.600,00) (7.260,00) (7.986,00) (8.784,60) (9.663,06) Total dos Gastos (77.421,50) (85.163,65) (93.680,02) (103.048,02) (114.457,55) Lucro/Prejuízo Líquido 7.586,45 8.663,19 8.993,58 14.225,71 18.214,40

PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA - SORVETERIA ABELHINHA

01) Calcular os seguintes índices Payback TIR VPL PONTO DE EQUILÍBRIO

Obs. Custo de Oportunidade do Investidor 5% ao ano

02) Elaborar um parecer sobre a viabilidade do investimento

35

4.8 Índices Tradicionais de Análise de Balanço Na administração financeira é feito a análise através dos índices para uma mais perfeita concepção de sua

situação econômica ou financeira da empresa. (SANVICENTE, 1997).

Índice “é a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, que visa evidenciar

determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”. (MATARAZZO 1998,

p.153). O mesmo autor ainda salienta que, os índices constituem a técnica analítica mais empregada.

Na concepção de Marion (2005, p.36) índices “são relações que se estabelecem entre duas grandezas;

facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais

é mais significativa (relevante) que a observação de um montante, por si só”.

A figura 01 relata os modelos de avaliação, amplamente utilizados no Brasil.

Figura 01: Modelos de avaliação de investimento no Brasil

Modelos de avaliação de investimento no Brasil

Avaliação por índices tradicionais

Índices de finanças corporativa

Estrutura

Rentabilidade

Liquidez

EVA®

ROI

WACC

Foco no lucro e estrutura de capital

Foco na riqueza e risco

A seguir será apresentado o quadro-resumo dos índices tradicionais, para uma melhor compreensão dos

mesmos.

36

Quadro-resumo dos Índices

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Estudo de Caso 03 – Mineradora Tocantins

ATIVO 2014

ATIVO TOTAL 175.739.055,00

Ativo Circulante 38.257.232,00

Disponibilidades (Saldo de Caixa e Banco) 13.220.599,00

Contas a Receber 5.642.820,00

Impostos a Recuperar -

Créditos Diversos/Despesas Antecipadas 246.029,00

Estoques 5.913.024,00

Aplicações Financeiras de Curto Prazo -

Outros Bens e Direitos 13.234.760,00

Ativo Não Circulante 137.481.823,00

Créditos e Direitos Diversos de Longo Prazo 285.894,00

Créditos com Pessoas Ligadas 64.037,00

Outros 7.254.735,00

Investimentos 4.589.890,00

Intangível 10.126.859,00

Imobilizado 115.160.408,00

(-) Depreciação Acumulada -

PASSIVO 2014

PASSIVO TOTAL 175.739.055,00

Passivo Circulante 17.418.429,00

Fornecedores 3.848.855,00

Impostos a Pagar 622.710,00

Provisões /Dividendos a pagar 4.707.043,00

Outros 2.254.914,00

Dividas Com Pessoas Ligadas 33.468,00

Empréstimos e Financiamentos Curto Prazo 5.951.439,00

Passivo Não Circulante 62.583.652,00

Empréstimos e Financiamentos Longo Prazo 36.126.190,00

Provisões 8.787.220,00

Dívidas com Pessoas Ligadas 103.491,00

Outras Exigibilidades 17.566.751,00

Patrimônio Líquido 95.736.974,00

Descrições 2014

Lucro/Prejuízo do Exerício 10.248.950,00

Despesas Financeiras 8.567.523,00

Percentual Médio Anual Remuneração Capital Terceiros (despesas financeiras) 13%

Percentual Médio Anual do Custo de Oportunidade 3%

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Calcular os seguintes indicadores e realizar análise da empresa:

- Índice de Liquidez Geral

- Índice de Liquidez Corrente

- Participação Capital de Terceiros

- Composição do Endividamento

- Rentabilidade Líquida do Ativo

39

4.9 ANÁLISE UTILIZANDO ÍNDICES DE FINANÇAS CORPORATIVA

Os gestores de empresas, independentemente do porte delas e de seu campo de atuação, sempre se defrontam com a necessidade de avaliar projetos de investimento. Os métodos para realizar essa avaliação variam desde a pura intuição dos gestores aos mais sofisticados modelos matemáticos.

Apesar de existir uma variedade de regras para tomada de decisão ao avaliar projetos e investimentos enfatiza as seguintes características que elas devem ter:

• Uma boa regra para decidir sobre investimento é manter um justo equilíbrio entre permitir que um administrador que analisa um projeto traga para a decisão suas “avaliações subjetivas” e assegurar que projetos diferentes sejam julgados coerentemente. Desse modo, uma regra para tomada de decisão sobre investimentos demasiadamente mecânica (ao não permitir fatores subjetivos) ou muito maleável (os administradores podem modificar a regra para atender às suas tendências) não é uma boa regra;

• Numa avaliação deve considerar o objetivo principal de finanças coorporativa, que é o de maximizar o valor da empresa. Projetos aceitáveis, que aplicam a regra de decisão, devem aumentar o valor da empresa que as acata, enquanto que projetos que não atendem às exigências destroem valor se a empresa neles investir.

• As regras para análise de projetos e investimentos devem funcionar para várias análises. Investimentos e projetos podem gerar receitas brutas, ou podem poupar custos.

MaximizarLucros

MaximizarReceitas

MinimizarCusto

MaximizarRiqueza dos

Acionistas

A busca crescente por rapidez na tomada de decisões empresariais ocasionadas pela concorrência acirrada e

globalizada, tem levado as organizações buscar cada vez mais novas métricas e metodologias para auxiliar na

análise do desempenho financeiro. Em função do objetivo da gestão financeira de maximizar a riqueza, o Valor

Econômico Adicionado (EVA) tem sido uma métrica amplamente estudada para avaliação de empresas.

De acordo com as pesquisas na área de finanças, o EVA é um indicador apropriado para análise do desempenho das

atividades empresarial. Ressalta-se que essa métrica não tira o mérito dos índices tradicionais de análise

financeiras, apenas contribui com a análise de desempenho das empresas.

Cada vez mais administradores reconhecem as limitações da contabilidade, desconsiderando o custo do capital

investido por proprietários, a crescente demanda do mercado por informações que revelam a capacidade de criação

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de valor tem contribuído para a construção de novos indicadores financeiros do sucesso empresarial. E para

mensurar o valor criado pelas empresas é que surgiram o valor econômico agregado EVA(economic volue added).

Essa métrica (EVA) de forma mais simples e eficiente, revelam aos analistas e gestores se os objetivos financeiros

estão sendo alcançados e quais os melhores caminhos para incrementá-los.(ASSAF NETO)

Mas antes de apresentar a formulação de cálculo do EVA é necessário análise dos seguintes contextos:

4.9.1 Retorno do Investimento – ROI

O conceito de retorno de investimento pode ser demonstrado a partir da relação entre o lucro operacional, resultado

atribuído aos proprietários de capital (credores e acionistas), e o capital total investido na empresa (próprio e de

terceiros), ou seja:

Por investimento total entende-se todos os recursos colocados à disposição da empresa, sejam eles de fontes

próprias (patrimônio líquido) ou de passivos onerosos (empréstimos/financiamentos), todos eles geradores de

custos financeiros implícitos ou explícitos. Esses valores constituem-se efetivamente nos recursos deliberadamente

levantados pela empresa no mercado para financiar suas atividades e que devem ser remunerados, pois apresentam

um custo de oportunidade. Dessa forma, o conceito de investimento para determinação da taxa de retorno pode ser

melhor formulado da forma seguinte:

O investimento pode também ser calculado a partir do ativo total. Nesse caso, o valor do capital investido é o ativo

total mantido pela empresa menos os passivos classificados como de funcionamento, como os passivos circulantes

operacionais. Esses passivos têm como característica básica não apresentarem custos financeiros, constituindo-se

em dívidas sem ônus e inerentes à atividade da empresa. A figura abaixo ilustra o total do investimento a ser

considerado no cálculo da taxa de retorno, de acordo com o conceito apresentado.

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Para melhor ilustrar a determinação do investimento para a formulação da taxa de retorno, admita uma empresa

com o balanço apresentado na tabela 1. O passivo circulante oneroso refere-se a dívidas bancárias vencíveis a curto

prazo (empréstimos, financiamentos, descontos bancários etc.). O passivo circulante operacional (ou passivo de

funcionamento) são valores de curto prazo a pagar, como salários e encargos sociais, fornecedores, impostos sobre

vendas, dividendos, entre outros, geralmente presentes na atividade operacional da empresa, e que não incorporam

encargos financeiros.

ATIVO NÃO CIRCULANTEPASSIVO NÃO CIRCULANTEONEROSO

O valor do capital investido que deve ser remunerado atinge $ 340, podendo ser calculado de acordo com diversos

enfoques, conforme apresentados a seguir:

Passivo Circulante Oneroso $ 20,00 + Passivo não Circulante Oneroso $ 120,00 + Patrimônio Líquido $ 200,00 =

$ 340,00

Ou

Ativo Total $ 400,00 - Passivo de Funcionamento (passivo operacional) $ 60,00 = $ 340,00

Ao se apurar, ilustrativamente, um lucro operacional após o imposto de renda de $ 42,50, no mesmo período, tem-

se um retorno sobre o investimento (ROI) de 12,5%, ou seja:

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O ROI ainda deve ser confrontado com o WACC (custo médio ponderado de capital) de forma a evidenciar se a

empresa foi capaz de auferir um retorno suficiente para remunerar o custo de oportunidade de seus proprietários de

capital. A avaliação deve, em outras palavras, preocupar-se com a combinação do ROI com o WACC, designada

por RROI (ROI Residual), ou seja:

RROI = ROI - WACC

Quando o RROI for positivo, entende-se que a empresa é capaz de gerar um retorno em excesso ao seu custo total

de oportunidade, revelando uma agregação de valor econômico. Em caso contrário (RROI < 0), a empresa destrói

valor, pois não demonstra competência em remunerar as expectativas de retorno de seus investidores.

4.9.2 Custo Médio Ponderado de Capital - WACC

O custo médio ponderado de capital (weighted average cost of capital – WACC), tem a seguinte expressão básica

de cálculo:

O Ke representa a taxa de retorno requerida pelos acionistas em seus investimentos na empresa; Ki mensura o

custo do empréstimo/financiamento, ajustado pelo benefício fiscal oferecido por essas operações; IR equivale à

alíquota de imposto de renda; P e PL indicam, respectivamente, o montante dos passivos onerosos e do patrimônio

líquido.

Ao se adotar o WACC como taxa de desconto dos fluxos de caixa, assume-se uma determinada estrutura de capital

(P/PL) a ser mantida em todo o horizonte de tempo. Alterações nas participações de recursos próprios e de terceiros

alteram a taxa de desconto e, em consequência, o valor da empresa. Uma diminuição no custo médio ponderado de

capital atua no sentido de incrementar o valor da empresa. Ao contrário, um aumento desse custo destrói valor.

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4.9.3 Valor Econômico Agregado - EVA

O valor econômico agregado (EVA) é uma estimativa do lucro econômico (lucro residual). É uma medida que

reflete o retorno em excesso ao custo de oportunidade de uma decisão de investimento, ou seja, o valor criado pelo

investimento.

Essa medida de valor econômico pode também ser entendida como o resultado apurado depois de se deduzir todas

as despesas operacionais, inclusive o custo de oportunidade dos capitais aplicados no negócio. O custo de

oportunidade utilizado no cálculo do resultado econômico é o custo de cada fonte de financiamento utilizada para

lastrear o investimento, ponderada pelo peso de sua respectiva participação. Em outras palavras, para o cálculo do

valor agregado de um investimento, esse custo pode ser entendido como o custo médio ponderado de capital

(WACC), conforme desenvolvido no item anterior.

O retorno em excesso, por outro lado, é mensurado pela diferença entre o resultado gerado pelo investimento e o

custo de capital identificado em seu financiamento, de acordo com a definição de RROI (retorno do investimento

residual – RROI = ROI – WACC), também desenvolvida no capítulo anterior.

Pela conceituação apresentada, o EVA pode ser determinado pela diferença entre o retorno do investimento (ROI) e

o custo total de capital (WACC), multiplicado pelo montante de capital aplicado, ou seja:

Valor Econômico Agregado = (ROI – WACC) x Investimento

O valor presente líquido (NPV – Net Present Value) é determinado pela diferença entre o valor presente dos

benefícios futuros esperados de caixa de um investimento e o capital aplicado. É uma das mais importantes

medidas das Finanças Corporativas, indicando a riqueza criada pela decisão de investimento. Em outras palavras, o

NPV mensura o valor do projeto em excesso ao investimento realizado, ou seja, o ganho econômico.

O valor econômico agregado, por outro lado, pode ser entendido como a base da geração do NPV. O valor presente

dos EVAs esperados de um projeto, descontados pelo custo de oportunidade dos proprietários de capital, equivale

ao seu valor presente líquido, ou seja, a riqueza criada pelo investimento.

O EVA apresenta-se como o objetivo básico mais importante de toda a empresa. Por representar o lucro residual

obtido após a dedução do custo de capital dos resultados operacionais, o valor do EVA atualizado por essa taxa

determina o valor presente líquido da decisão financeira, ou seja, a riqueza econômica criada pelos fluxos de caixa.

44

4.9.4 Ajustes Contábeis no Brasil para Avaliação

Além dos aspectos discutidos, de divergências entre os modelos contábil e econômico dos resultados, é

reconhecido que a Contabilidade adotada pelas empresas brasileiras embute algumas práticas de natureza societária

e fiscal que necessitam ser ajustadas para cálculos das medidas de valor. São adotadas principalmente neste

trabalho as necessidades de novas mensurações e ajustes nos seguintes indicadores:

• custo de oportunidade do capital próprio;

• inflação;

• juros sobre o capital próprio;

• resultado operacional;

• investimentos (fixo e giro).

As duas principais restrições básicas do uso das demonstrações contábeis para mensuração do valor econômico e

desempenho das empresas são: a) não consideração do risco operacional e financeiro na mensuração do lucro; e b)

divulgação dos resultados em valores históricos (nominais). Martins (2000) corrobora acrescentando que a

divergência na mensuração do lucro, tanto pelo enfoque contábil, como pelo econômico, é atribuída a dois fatores:

inflação e custo de oportunidade.

O conceito de risco da empresa está diretamente vinculado ao custo de oportunidade dos investidores. É um dos

fundamentos mais relevantes do processo de avaliação econômica, sendo referência para identificar a atratividade

dos resultados apurados. Dizer que uma empresa apurou um lucro pelo fato de ter obtido um resultado equivalente

a 6% do capital próprio investido, quando é possível aos investidores aplicar seus recursos em alternativa de risco

similar, porém com um retorno de 12%, não é justo. A inclusão do risco do negócio e do custo de capital na

avaliação é indispensável para uma correta mensuração do valor econômico criado.

O retorno genuíno de um investimento é medido somente a partir da taxa que excede ao custo de oportunidade do

capital empregado no negócio.

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Exercício 02

Questão 01 O objetivo contemporâneo da administração financeira está centrado na maximização da riqueza de seus acionistas. Assim fica evidenciado o impacto que cada decisão financeira determina sobre a riqueza. Neste contexto, discuta se o lucro contábil é o critério mais indicado para a tomada de decisões financeiras. Questão 02 Na dinâmica das decisões financeiras, uma empresa, independentemente da sua natureza operacional, é obrigada a tomar duas grandes decisões: a decisão de investimento e a decisão de financiamento. Discorra sobre essas duas decisões. Questão 03 Quais as principais diferenças entre as Métricas de Finanças Corporativas e os Indicadores Tradicionais de Análise de Balanços.

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5. BALANCED SCORECARD (BSC)

O cenário organizacional, cada vez mais, exige reformas e inovações de informações adequadas para o

gerenciamento eficaz das empresas, possibilitando adaptações para sobreviver e concorrer no mercado.

Considerando as exigências do ambiente organizacional e a importância da informação, os administradores

procuram seguir as metodologias de gestão que os auxiliem na tomada de decisão.

Diante disso, é natural que novas estratégias sejam implementadas e conjuntos de técnicas compatíveis às

necessidades de informação e decisão sejam empregadas para gerir o sistema empresa. Entre o conjunto de

metodologias que podem ser utilizadas para gerir as organizações, neste capítulo, estudaremos o Balanced

Scorecard (BSC). A metodologia BSC vincula vários indicadores financeiros e não financeiros aos objetivos

estratégicos da organização, auxiliando o gestor na implementação e avaliação do planejamento estratégico.

5.1 Entendendo a metodologia do BSC

A metodologia do BSC foi desenvolvida por Robert Kaplan e David Norton, professores da Harvard Business

School. Eles acreditavam que as medidas de desempenho tradicionais (financeiras) não correspondiam às medidas

de desempenho da era da informação. Assim desenvolveram a metodologia que traduz a estratégia da empresa em

ação. Oliveira, Perez Jr. e Silva (2002, p. 154) expõem que o BSC é uma ferramenta que ajuda

[...] orientar o desempenho presente e futuro da organização, sendo capaz de canalizar as energias, habilidades e os conhecimentos específicos de indivíduos dos mais diversos setores da organização em busca da realização de metas estratégicas e da lucratividade.

A metodologia do BSC facilita para a organização a constante avaliação e controle de seu desempenho ligado a sua

estratégia, com base em quatro perspectivas: financeira, clientes, interna e aprendizado e crescimento. Essas

perspectivas são expostas no quadro a seguir.

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A implementação do BSC dentro do ambiente empresarial permite a otimização da informação, de modo a localizar

problemas, definir rumos, prever turbulências, apontar tendências para o futuro e entender os rumos da

organização.

O conjunto de indicadores que traduzem a estratégia em ação dos empreendimentos deve ser um sistema

equilibrado de medição estratégica. O princípio do BSC é medir indicadores vinculados à satisfação dos clientes,

aos processos internos e ao aprendizado e desenvolvimento dos funcionários, além das finanças. Tudo isso deve

estar de acordo com os objetivos estratégicos da empresa.

5.2 Perspectivas do BSC

De acordo com Kaplan e Norton (1997), existem quatro perspectivas dentro do Balanced Scorecard: financeira,

cliente, processos internos dos negócios e aprendizado e crescimento. As medidas de cada perspectiva do BSC

serão detalhadas nos itens seguintes.

a) Perspectiva financeira

As informações constantes na perspectiva financeira serão utilizadas em todas as outras perspectivas. Os executivos

devem definir as metas a serem atingidas com uma estratégia que deixem claras as medidas a serem tomadas a

curto e longo prazo. Kaplan e Norton (1997, p. 50) asseveram que “os objetivos financeiros podem diferir

consideravelmente em cada fase do ciclo de vida de uma empresa”.

b) Perspectiva de clientes

Essa perspectiva tem como propósito a identificação do mercado e a dos segmentos em que a organização deseja

competir. Esses segmentos produzirão o componente de receita dos objetivos financeiros da empresa. A perspectiva

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de clientes faz com que as organizações alinhem suas medidas de resultado ligadas aos consumidores, que são:

satisfação, fidelidade, retenção, captação, lucratividade. Nessa perspectiva, as propostas de valor são os indicadores

de tendências para as medidas de resultados.

c) Perspectiva dos processos internos da empresa

Segundo Kaplan e Norton (1997), os objetivos e medidas dessa perspectiva são feitos pelas empresas apenas após

ter formulado os objetivos da perspectiva financeira e do cliente. Essa seqüência permite uma melhor visualização

dos objetivos internos. Os indicadores dos processos internos permitem levantar fatores críticos nos quais a

empresa deve alcançar a excelência.

d) Perspectiva de aprendizado e crescimento

Kaplan e Norton (1997, p. 131) mencionam que “as perspectivas anteriores revelaram onde as empresas devem se

destacar para obter um desempenho excepcional”. No modelo contábil financeiro, os investimentos com os

funcionários são registrados como despesa e, com isso, as organizações cortam esses investimentos para gerar

ganhos adicionais a curto prazo. As conseqüências resultantes desses cortes serão vistos a longo prazo.

5.3 Objetivos e componentes do BSC

Os principais objetivos do BSC, segundo Kaplan e Norton (1997), são:

• elucidar e traduzir a visão estratégica empresarial;

• atrelar os objetivos às medidas estratégicas da empresa;

• planejar estabelecendo metas e alinhando as iniciativas estratégicas; e

• melhorar o processo de feedback (realimentação) e o processo estratégico organizacional.

Os componentes do BSC, conforme Kaplan e Norton (1997), consistem em:

• mapa estratégico: que tem a função de descrever a estratégia da empresa por meio dos

objetivos inter-relacionados;

• objetivo estratégico: que demonstra o que deve ser alcançado e o qual o fator crítico que

pode atrapalhar o sucesso da organização;

• indicador: que é a forma como será medido e alcançado o objetivo;

• meta: que é o nível de desempenho a ser trabalhado ou a taxa de melhoria necessária; e

• plano de ação: que são os programas chaves de ação para que os objetivos sejam atingidos.

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Figura 4.1 - O Balanced Scorecard como sistema de gestão Fonte: Kaplan e Norton, 1997

APRENDIZADO E CRESCIMENTO Objetivos Indicadores Metas Iniciativas

VISÃO MISSÃO E

ESTRATÉGIA

CLIENTES Objetivos Indicadores Metas Iniciativas

FINANCEIRA Objetivos Indicadores Metas Iniciativas

"Para ser bem sucedido financeiramente, como nos deveremos apresentar aos nossos acionistas?"

"Para atingir a nossa visão, como nos deveremos apresentar aos nossos clientes?"

"Para atingir a nossa visão, como iremos manter a nossa capacidade de mudar e melhorar (Inovar)?"

PROCESSOS INTERNOS Objetivos Indicadores Metas Iniciativas

"Para satisfazer os nossos acionistas e clientes, quais os processos em que deveremos ser os melhores?"

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre. Contribuição ao Estudo da Avaliação de Empresas no Brasil: Uma Aplicação Prática. 202 P. Tese de livre docência FEA-RP/USP, Ribeirão Preto-SP. ATKINSON, A . A.; BANKER, R. D.; KAPLAN, R. S.; YOUNG, S. M. Management Accounting. New Jersey: Prentice Hall Inc. CAMPIGLIA, Américo Oswaldo; CAMPIGLIA, Oswaldo Roberto P. Controles de gestão: controladoria financeira das empresas. São Paulo: Atlas. CATELLI, Armando. Controladoria: uma abordagem da Gestão Econômica-GECON, São Paulo, Atlas. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial, Teoria e Prática. São Paulo: Atlas. FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas. FREZATTI, Fábio. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 3. ed. São Paulo: Atlas. GITMAN, Laurence J. princípios de administração financeira: essencial. 2. ed. Porto Alegre: Bookman. GROPPELLI, A A.; NIKBAKTH, Ehsan. Administração financeira. São Paulo:Saraiva. HORNGREN, G.T. Cost accounting: a managerial enphasis. Fifth.Ed. New Jersey. Prentice Hall. IUDICIBUS, Sergio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas. KASSAI, José Roberto et al. Retorno do investimento: abordagem matemática e contábil do lucro empresarial. 2. ed. São Paulo: Atlas. LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. MARION, José Carlos. Análise dos demonstrativos contábeis: contabilidade empresarial. 3. ed. São Paulo: Atlas. MARTINS, Elizeu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia, práticas. 17. ed. São Paulo: Atlas. PADOVEZE, Clóves Luís. Controladoria básica: São Paulo, Pioneira Thomson Learning. SANVICENTE, Antônio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas.