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MATERIAL DE ESTUDO

Aula 01

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Bem-vindoà Semana da Alfabetização: Da teoria à prática!

INTRODUÇÃO

Este evento foi idealizado pela Luciana Brites (psicopedagoga e psicomotricista) e desenvolvido pela NeuroSaber, uma comunidade que visa a capacitação de pais, professores e profissionais a partir do conhecimento científico, com uma linguagem simples e aplicabilidade prática.

Veja o que você vai encontrar aqui:

Recados Importantes

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CertificadoVocê receberá um certificado de 10 horas. Para receber todas as informações sobre o seu certificado, participe do nosso grupo do Whatsapp: https://rebrand.ly/e-whatsapp-semana-da-alfabetizacao

RECADOS IMPORTANTES

As nossas aulas da Semana da Alfabetização ficarão disponíveis apenas até o dia 24 de Janeiro, às 23h59min. Certo?

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Nas constantes avaliações feitas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), uma avaliação que mede o desempenho de vários países desde 2000, o Brasil está sempre nos piores índices do mundo!

Outro dado estarrecedor é o que foi divulgado em um relatório recente do Banco Mundial, que mostra que o Brasil vai demorar 260 anos para atingir o nível educacional de países desenvolvidos em leitura, comprovando, assim, a defasagem do aluno brasileiro em relação aos alunos de países desenvolvidos. Você percebe o quanto esses dados são preocupantes?

E, por isso, é necessário repensar o processo de alfabetização em nosso país, para que de fato contribua e potencialize a aprendizagem da leitura e escrita em nossas crianças. Seja em casa, na escola ou em consultórios, existem muitos erros comuns que podem colaborar para que esses dados continuem assim. Veja alguns:

Não são somente pais e familiares que acabam cometendo erros durante o processo de Alfabetização de uma criança, mas também muitos profissionais e professores que estão perdidos sobre qual caminho seguir para, de fato, colaborar com o desenvolvimento infantil.

Então, se você está aqui com a gente, aproveite todo o conhecimento que será disponibilizado durante essa semana, pois você irá aprender muito sobre alfabetização a partir de evidências científicas, respeitando as fases de aprendizagem, o que irá, certamente, potencializar o desenvolvimento de nossas crianças!

A nossa missão por aqui é “Capacitar pais, professores e profissionais para que sejam instrumentos de potencialização do desenvolvimento das crianças e adolescentes”. Então, vamos juntos?

Os principais erros na Alfabetização

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Erro 01: Acreditar que a alfabetização é um processo natural

A alfabetização não é algo que ocorre naturalmente. O desenvolvimento da alfabetização requer uma metodologia e envolve idade, processos e etapas. Ler e escrever requer a ativação de várias áreas do cérebro simultaneamente e, portanto, constitui um processo extremamente elaborado e bem organizado.

A leitura vem antes da escrita: primeiro a criança aprende a ler, para, depois, aprender a escrever. Isso ocorre porque, por regra, o cérebro aprende de maneira hierárquica, do mais simples para o mais complexo. Tudo que envolve movimento, como é o caso da escrita, exige uma elaboração muito maior para o cérebro.

Erro 02: Considerar que cada criança tem seu tempo

Existe uma idade para aprender a ler e escrever, que, se a criança não for bem estimulada nesse período, perderá grandes oportunidades em seu desenvolvimento. A pesquisadora Fumiko Hoeft e outros pesquisadores da Universidade da Califórnia publicaram resultados de um estudo longitudinal de três anos sobre a neurociência básica do desenvolvimento da leitura. Entre 2008 e 2009, Hoeft recrutou um grupo de crianças de cinco a seis anos de idade.

Alguns dos participantes da pesquisa vieram de experiências preditivas de dificuldade de leitura. Outros pareciam não ter fatores de risco óbvios. Além de passar por uma varredura do cérebro, as crianças foram testadas quanto à capacidade cognitiva geral, bem como quanto a uma série de outros fatores, como a habilidade de seguir instruções e se expressar coerentemente. Cada pai também foi entrevistado, para que a vida doméstica de cada filho fosse cuidadosamente analisada: Como a criança passava seu tempo em casa? Havia costume de ler para ela com frequência? Quanto tempo ela passava assistindo televisão? Três anos depois, o cérebro de cada criança foi escaneado novamente, e as crianças foram avaliadas em uma série de testes de leitura e fonologia.

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Quando Hoeft levou em conta todos os fatores explicativos que foram associados à dificuldade de leitura no passado – risco genético, fatores ambientais, habilidade de linguagem pré-alfabetizada e capacidade cognitiva geral – ela descobriu que apenas uma coisa previa consistentemente quão bem uma criança aprenderia a ler: era o crescimento da substância branca em uma área específica do cérebro, a região temporoparietal esquerda. A quantidade de substância branca com que uma criança chega ao jardim de infância não faz diferença, mas a mudança de volume entre o jardim de infância e a terceira série sim.

Erro 03: Julgar que só ensinar letras para a criança já é o suficiente para que ela aprenda a ler e escrever

É impossível desenvolver a alfabetização de uma criança fazendo ela decorar as letras do alfabeto. Isso não é condição para o aprendizado da leitura e escrita. Primeiramente, é importante que as crianças desenvolvam a capacidade de prestar atenção aos sons da linguagem falada: em vez do significado do que está sendo dito, elas precisam ficar atentas para a forma da linguagem.

As pesquisas afirmam que as crianças pequenas ganham conhecimento funcional das partes, produtos e usos do sistema de escrita a partir de sua capacidade de atender e analisar a estrutura sonora externa das palavras faladas. Entender o princípio alfabético básico requer consciência de que a linguagem falada pode ser analisada em sequências de caracteres; palavras separáveis e palavras, por sua vez, em sequências de sílabas e fonemas dentro de sílabas (SNOW, BURNS & GRIFFIN, 1998, P. 15).

Erro 04: Assumir que não é necessário dar guias para as criança, pois ela aprende sozinha

Esse é um dos erros mais perigosos e preocupantes presentes nesta ideia. É muito importante instruir a aprendizagem da criança, o que também é comprovado por meio das pesquisas científicas! Isso tem

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nome: instrução explícita. Deixa eu te dar um exemplo: você já tentou seguir uma nova receita e, no meio dela, descobriu que uma etapa estava faltando ou não estava clara? Talvez as instruções contenham informações demais para o seu cérebro lidar. Você pode ter adivinhado o que fazer a seguir, mas a confusão pode ter sido suficiente para impedi-lo de cozinhar o prato completamente. O mesmo pode acontecer quando seus alunos aprendem algo novo! Alguns alunos podem fazer suposições para descobrir os próximos passos sem ficar claro o que você espera dele. Mas, para os alunos que aprendem e pensam de maneira diferente, uma direção sem clareza ou com muitas coisas para lembrar pode ser um um grande problema.

A instrução explícita é uma maneira de ensinar habilidades ou conceitos aos alunos, usando instrução direta e estruturada. Isso ajuda a esclarecer as lições, modelando para os alunos como iniciar e ter sucesso em uma tarefa e dar-lhes tempo suficiente para praticar.

Referências

Questionário

SNOW, C. E.; BURNS, M. S.; GRIFFIN, P. Preventing reading difficulties in young children. Washington: National Academy Press, 1998.

HOEFT, F. et al. White matter morphometric changes uniquely predict children’s reading acquisition. Psychological science, v. 25, n. 10, p. 1870-1883, 2014.

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MUITO OBRIGADOABRAÇOS, EQUIPE NEUROSABER!

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