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LIMITES DE ATUAÇÃO DO CARF Matérias Julgadas nos Tribunais Superiores CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO TRIBUTÁRIO ATUAL IBDT/AJUFE/DEF-FDUSP 2012

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LIMITES DE ATUAÇÃO DO CARFMatérias Julgadas nos Tribunais Superiores

CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO TRIBUTÁRIO ATUAL

IBDT/AJUFE/DEF-FDUSP2012

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MATÉRIAS JULGADAS NOS TRIBUNAIS SUPERIORES

• A jurisprudência do CARF deve refletir,necessariamente, a jurisprudência dos TribunaisSuperiores? Em quais hipóteses?

• Qual a força vinculativa dos julgados dos TribunaisSuperiores sobre o CARF?

• Como se deve dar a aplicação da jurisprudência dostribunais superiores no CARF?

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Julgados do Supremo Tribunal Federal-Dispositivos Constitucionais

� Decisão em Controle Concentrado deConstitucionalidade (ADI, ADI Omissão, ADC, ADPF):Art. 102. § 2º As decisões definitivas de mérito,proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas açõesdiretas de inconstitucionalidade e nas açõesdeclaratórias de constitucionalidade produzirãoeficácia contra todos e efeito vinculante,relativamente aos demais órgãos do PoderJudiciário e à administração pública direta e indireta,nas esferas federal, estadual e municipal. (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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Julgados do Supremo Tribunal Federal-Dispositivos Constitucionais

� Súmulas Vinculantes:Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, deofício ou por provocação, mediante decisão de doisterços dos seus membros, após reiteradas decisõessobre matéria constitucional, aprovar súmula que, apartir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeitovinculante em relação aos demais órgãos do PoderJudiciário e à administração pública direta e indireta,nas esferas federal, estadual e municipal, bem comoproceder à sua revisão ou cancelamento, na formaestabelecida em lei. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004)(Vide Lei nº 11.417, de2006).

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Julgados do Supremo Tribunal Federal-Dispositivos Constitucionais

� Decisões em Controle Difuso deConstitucionalidade:Art. 102. § 3º No recurso extraordinário o recorrentedeverá demonstrar a repercussão geral das questõesconstitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, afim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,somente podendo recusá-lo pela manifestação de doisterços de seus membros. (Incluída pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004)

� Súmulas “ordinárias”.

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REPERCUSSÃO GERAL

- Instituto introduzido pela Emenda Constitucional n° 45/2004, eregulamentado pela Lei n°11.418, de 19/12/2006.- Natureza jurídica: requisito objetivo de admissibilidade do recursoextraordinário.- Origem: necessidade de diminuir o número de recursos a serem julgadospelo STF, e de acelerar o seu processamento naquele tribunal. A repercussãogeral vem funcionar como um “mecanismo de filtragem” dos recursosextraordinários.- Conceito de Repercussão Geral: questão ou questões constitucionaisrelevantes sob o ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, quetranscendam o interesse individual dos litigantes (conceito jurídicoindeterminado).- Presunção legal de Repercussão Geral: hipóteses em que o recursoextraordinário impugna acórdão, cujo fundamento contrarie súmula oujurisprudência dominante do STF.

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REPERCUSSÃO GERAL

- Demonstração da Repercussão Geral: o recorrente tem o ônus de demonstrar, em preliminarprópria, nas razões do recurso extraordinário.- Competência para o exame da Repercussão Geral: competência exclusiva do STF, por 2/3 dosseus Ministros. Se a turma decidir, por no mínimo 4 votos, pela existência da repercussão geral, nãoserá necessária a análise pelo plenário.Obs. O tribunal a quo não pode negar seguimento ao recurso extraordinário por falta de repercussãogeral.- Irrecorribilidade da decisão que rejeita a Repercussão Geral: é irrecorrível o acórdão doplenário que concluir pela não existência de repercussão geral, valendo para os recursosextraordinário futuros, que deverão ser liminarmente indeferidos.- Possibilidade de intervenção do amicus curiae

- Repercussão Geral e multiplicidade de recursos com idêntica controvérsia: os tribunais deorigem devem selecionar um ou mais recursos e encaminhá-los ao STF, sobrestando oprocessamento dos demais, até o julgamento definitivo. Concluindo-se pela inexistência derepercussão geral, os demais recursos, que estavam sobrestados, deverão ser automaticamenteinadmitidos.Julgado o mérito do recurso selecionado, os demais recursos deverão ser apreciados pelostribunais de origem, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se. Se isto não ocorrer, oSTF poderá cassar ou reformar, liminarmente, a decisão contrária à sua decisão.

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RECURSOS REPETITIVOS- REGULAMENTAÇÃO. CPC (Lei n°11.672/2008).

Previsão legal:

Art. 543-C do Código de Processo Civil e Resolução n°08/08 do STJ.

-Requisitos:-Multiplicidade de recursos;-Idêntica questão de direito: a questão de direito deve servir de fundamento jurídico dos recursos. Se fortrazida nova linha argumentativa, não se submete ao art. 543-C do CPC.

-Iniciativa:a) Presidente ou Vice- presidente do Tribunal recorrido:Seleciona um ou mais processos representativos da multiplicidade de recursos, e os remete ao STJ. Ficamsuspensos os demais recursos até pronunciamento definitivo do STJ.A seleção deve recair, pelo menos, sobre um processo de cada relator, dentre os quais o presidente ou ovice fará um filtro com base em dois critérios:- maior diversidade de fundamentos no acórdão e- maior diversidade de argumentos no recurso especial.

O agrupamento dos recursos repetitivos, no tribunal, deverá levar em conta a questão central neles discutida.Entende-se por questão central aquela cuja análise possa prejudicar a apreciação de eventuais outrasquestões argüidas no processo.

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RECURSOS REPETITIVOS- REGULAMENTAÇÃO. CPC (Lei n°11.672/2008).

Ministro relator no STJ:Poderá, se não tomada a providência acima mencionada (a), determinar asuspensão, nos tribunais de segundo grau, dos recursos nos quais acontrovérsia esteja estabelecida, se constatar que:- já há jurisprudência dominante sobre o tema; ou- a matéria já está afeta ao colegiado.O relator submeterá o recurso à competente Seção ou à Corte Especial, nestecaso quando a questão for de competência de mais de uma Seção.O relator, ainda, poderá submeter um recurso especial à Seção ou à Corte

Especial se houver recursos, já distribuídos, representativos de controvérsia.

-Possibilidade de manifestação dos amicus curiae:

O relator, em razão da relevância da matéria discutida, poderá admitir amanifestação de pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia.

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RECURSOS REPETITIVOS- REGULAMENTAÇÃO. CPC (Lei n°11.672/2008).

-Informações:O relator poderá solicitar informações aos tribunais de segunda instância sobre a questãocontrovertida. Devem ser prestadas no prazo de quinze dias.

-Preferência de julgamento:O processo deve ser julgado com preferência sobre os demais feitos, exceto nos casos deprocesso com réu preso ou de pedido de Habeas Corpus.

-Efeitos do julgamento pelo STJ:

Se o acórdão proferido pelo STJ for no mesmo sentido do acórdão recorrido, os demaisrecursos especiais, que estavam suspensos, terão seguimento denegado na origem.Por outro lado, se o entendimento do STJ for de encontro ao acórdão do tribunal recorrido,este terá a possibilidade de reexaminar o caso, podendo perpetrar juízo de retratação. Porém,a decisão do STJ não vincula o tribunal, de sorte que este pode manter a sua decisão.Far-se-á, nessa hipótese, juízo de admissibilidade do recurso especial, o qual seguirá oseu trâmite normal.

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Matérias Julgadas nos Tribunais Superiores Aplicabilidade no CARF

� Por disposição constitucional, os julgados em ControleConcentrado de Constitucionalidade e as súmulasvinculantes são de observância obrigatória pelo PoderJudiciário e pela Administração Publica, Direta e Indireta.� Não há dispositivo, na legislação federal, que determinea obrigatória observância das demais decisões dosTribunais Superiores (Recurso Extraordinário, RecursoEspecial, Súmulas).� O Regimento Interno do CARF prevê a reproduçãoobrigatória das decisões proferidas nos termos dos artigos543-B e 543-C, ambos do CPC, pelo STF e pelo STJ.

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REGIMENTO INTERNO DO CARF-

Alteração promovida pela Portaria MF n°586/2010.

Art. 62-A. As decisões definitivas de mérito, proferidas peloSupremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiçaem matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelosartigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973,Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelosconselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.§ 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempreque o STF também sobrestar o julgamento dos recursosextraordinários da mesma matéria, até que seja proferidadecisão nos termos do art. 543-B.§ 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofíciopelo relator ou por provocação das partes.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A NO CARF.

RECURSO ESPECIAL N°973.733-SC. Relator Min. Luiz Fux.

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C,DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE OFISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃOCUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE.1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-sedo primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos emque a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmoinocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia dodébito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005).2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direitopotestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada,encontra-se regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra dadecadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dostributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado(Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, SãoPaulo, 2004, págs. 163/210).

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EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A NO CARF.

3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto noartigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que olançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia doexercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos alançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrentedos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração dedesarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito TributárioBrasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "DireitoTributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi,"Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.183/199).5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuida-se de tributo sujeito a lançamento porhomologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciáriasnão restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período dejaneiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deu-seem 26.03.2001.6. Destarte, revelam-se caducos os créditos tributários executados tendo em vista o decurso do prazodecadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo.7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e daResolução STJ 08/2008.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A NO CARF.

Recurso Extraordinário n°566.621-RS (04/08/2011). Rel.Min. Ellen Gracie

DIREITO TRIBUTÁRIO- LEI INTERPRETATIVA- APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEICOMPLEMENTAR N°118/2005- DESCABIMENTO- VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA-NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS- APLICAÇÃO DO PRAZOREDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOSAJUIZADOS A PARTIR DE 09 DE JUNHO DE 2005.Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJno sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo pararepetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo emconta a aplicação combinada dos arts. 150, §4°, 156, VII, e 168, I, do CTN.A LC 118/05, embora tenha se auto-proclamado interpretativa, implicou inovaçãonormativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anoscontados do pagamento indevido.Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve serconsiderada como lei nova.Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a leiexpressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial,quanto à sua natureza, validade e aplicação.

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EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A NO CARF.

A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição do indébito tributário estipulado porlei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo entãoaplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando dapublicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio dasegurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça.Afastando-se as aplicações inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da norma,permite-se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatiolegis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula doTribunal.O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência donovo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos.Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, quepretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação poranalogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa emcontrário.Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4°, segunda parte, da LC 118/05, considerando-seválida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso davacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005.Aplicação do art. 543-B, §3°, do CPC aos recursos sobrestados.Recurso extraordinário desprovido.

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Respostas às Indagações Propostas

� O CARF, portanto, deve aplicar os precedentes do STFe do STJ, quando tais precedentes obedeceram àsistemática dos artigos 543-B e 543-C do CPC.� Nos demais casos, tratando-se de recurso especial erecurso extraordinário fora das hipóteses dos artigo 543-Be 543-C do CPC: a jurisprudência dos tribunais superiorestem força apenas persuasiva.� Crítica ao termo “deverão ser reproduzidas” do artigo62-A do RICARF� “Ratio decidendi” x fatos

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OBRIGADA!

SUSY GOMES [email protected]