Matriz swot

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Resíduos Sólidos

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARA

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    JARDEL SOARES DA SILVA

    APLICABILIDADE DO MODELO SWOT NA ANLISE DA SITUAO DOS

    RESDUOS SLIDOS NA CIDADE DE GUARACIABA DO NORTE-CE

    SOBRAL-CE

    2014

  • JARDEL SOARES DA SILVA

    APLICABILIDADE DO MODELO SWOT NA ANLISE DA SITUAO DOS

    RESDUOS SLIDOS NA CIDADE DE GUARACIABA DO NORTE-CE

    Monografia apresentada Universidade

    Estadual Vale do Acara, como requisito

    parcial para a obteno do grau de

    Engenheiro Civil e Ambiental sob

    orientao do Prof. Dr. Davis Pereira de

    Paula.

    SOBRAL-CE

    2014

  • JARDEL SOARES DA SILVA

    APLICABILIDADE DO MODELO SWOT NA ANLISE DA SITUAO DOS

    RESDUOS SLIDOS NA CIDADE DE GUARACIABA DO NORTE-CE

    Monografia apresentada ao Curso de graduao em Engenharia Civil, como parte do requisito

    para a obteno do ttulo de Engenheiro Civil outorgado pela Universidade Estadual Vale do

    Acara UVA, achando-se a disposio dos interessados na Biblioteca da referida instituio.

    Data de Aprovao em:_____ / _____ / _____

    BANCA EXAMINADORA

    _____________________________________

    Prof. Dr. Davis Pereira de Paula (Orientador)

    Universidade Estadual Vale do Acara UVA

    _____________________________________

    Prof. Dr. Luis Henrique Magalhes Costa

    Universidade Estadual Vale do Acara UVA

    ___________________________________

    Prof. Msc. Juscelino Chaves Sales

    Universidade Estadual Vale do Acara UVA

  • Dedico este trabalho a Deus, nossa famlia e

    a todos os amigos que compartilharam comigo

    muitos momentos desses cinco anos.

  • AGRADECIMENTOS

    Deus, por tudo que me concedeste, me iluminando a cada etapa da minha vida para

    continuar a caminhada em busca dos meus objetivos.

    A minha me Maria, meu pai Francisco e a minha Denise e ao meu irmo Roniel, por todo

    amor, carinho, apoio e esforo para me proporcionar todas as condies necessrias para essa

    conquista.

    Ao meu Padrinho Francisco de Assis, por todo, incentivo e apoio.

    Ao meu tio, padre Clodoaldo, por suas oraes e apoio nas horas mais difceis.

    Ao prof. Msc. Audelis Marcelo Jnior, por suas palavras de incentivo.

    Ao pr-reitor, prof. Dr. Petrnio Emanuel Timb Braga, por acreditar no meu potencial.

    Ao professor orientador Dr. Davis Pereira de Paula, por todo incentivo, dedicao e ter

    aceitado esse desafio de me orientar.

    Ao coordenador prof. Msc. Caio Sander pelo apoio e luta.

    A todos aqueles que participaram da minha caminhada e conquista.

    A Universidade Estadual Vale do Acara que me proporcionou a chegar nessa etapa do meu

    sonho.

  • RESUMO

    A sociedade moderna vem enfrentando vrios problemas inerentes relao,

    sociedade/natureza, seja representada pelo uso irracional dos recursos naturais, seja pela

    poluio ambiental por falta de saneamento bsico ou at mesmo pela m gesto dos

    mananciais hdricos, dentre as vrias questes ambientais, vale destacar o problema dos

    resduos slidos, uma realidade dos grandes, mdios e pequenos centros urbanos. Nesse caso,

    podemos inserir o municpio de Guaraciaba do Norte, como um exemplo de (in)gesto dos

    resduos slidos urbanos. Logo, o objetivo desse trabalho elaborar um diagnostico

    situacional do municpio de Guaraciaba do Norte, localizado no Noroeste do estado do Cear,

    atravs da aplicao de um modelo SWOT (foras, fraquezas, oportunidade e ameaas) e

    apresentar uma alternativa sustentvel com a implantao de um aterro sanitrio consorciado.

    Em termos metodolgicos, em primeiro plano, o estudo fundamentado em literaturas

    especficas de reas afins, livros, artigos cientficos, monografias e em segundo plano pode

    ser caracterizado como descritivo e exploratrio conduzido sob a forma de um estudo de caso.

    Os dados foram obtidos, a partir da realizao de pesquisas junto populao e ao poder

    municipal. Verificou-se que esse estudo de fundamental importncia para o conhecimento

    relacionado problemtica dos resduos slidos, possibilitando o uso dos resultados obtidos,

    em futuras anlises para implantao de polticas publicas ligadas aos resduos slidos na

    cidade de Guaraciaba do Norte - CE.

    Palavras chave: SWOT, resduos slidos, diagnstico situacional, aterro sanitrio,

    Guaraciaba do Norte.

  • ABSTRACT

    The Modern society is facing several problems inherent to relation, society / nature, either she

    represented by the use irrational of means natural, either by environmental pollution by lack

    of basic sanitation or even by bad management of water manaciais, among the several

    questions environmental, is important detach the problem of waste solid, a reality of the great,

    middle and small urban centers. In which case, we can insert the city of North Guaraciaba, as

    an example of not management of municipal solid waste. Soon, the objective of this

    monograph, is elaborate a diagnosis situational the municipality of North Guaraciaba, located

    northwest of the state of Cear, through application a model SWOT (strengths, weaknesses,

    opportunities and threats) and show an sustainable alternative with the implantation a

    syndicated sanitary landfill. In terms of methodology, in the first stage, the study is based the

    specific literatures of related fields, books, scientific articles, monographs, and in the second

    stage, can be characterized, as descriptive and exploratory, conducted in the form a case

    study. The Data were obtained from the execution of research with the population and the

    municipal power. It was found that this study is of fundamental importance for knowledge

    related the problematic of the solid waste, enabling the use of results obtained, in future

    analyzes for deployment of public policies related to solid waste in the city of North

    Guaraciaba CE

    Keywords : SWOT, solid waste, situational diagnosis, sanitary landfill, North Guaraciaba.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Situao dos resduos slidos no Brasil .................................................................16

    Figura 2 - Vazadouro a cu aberto, Guaraciaba do Norte CE ..............................................17

    Figura 3 - Grfico referente gerao RSU no Brasil entre os anos de 2012 e 2013.............20

    Figura 4 Grfico referente destinao final dos RSU no Brasil ........................................20

    Figura 5 Grfico referente aos RCD coletados nas regies no Brasil ..................................21

    Figura 6 - Acondicionamento inadequado de resduos slidos perigosos...............................24

    Figura 7- Catadores em lixo...................................................................................................25

    Figura 8 Grfico referente destinao final de RSU (t/dia)...............................................27

    Figura 9 Esquema representativo de um lixo......................................................................28

    Figura 10 Esquema representativo de um aterro controlado................................................29

    Figura 11 - Esquema representativo de um aterro sanitrio....................................................30

    Figura 12 Esquema representativo da compostagem............................................................32

    Figura 13 Lixo em terreno baldio, Guaraciaba do Norte CE.............................................34

    Figura 14 - Rio poludo com resduos slidos.........................................................................35

    Figura 15 Grfico referente coleta e gerao de RSU no Nordeste entre 2012-2013........39

    Figura 16 Grfico referente destinao final de RSU na Regio Nordeste (t/dia).............41

    Figura17 Grfico referente destinao Final de RSU no Estado do Cear (t/dia).............40

    Figura 18 - Mapa demonstrativo da situao dos PMSB do estado do Cear em Maro de

    2013...........................................................................................................................................42

    Figura 19 Funcionamento do aterro sanitrio.......................................................................43

    Figura 20 - Localizao de Guaraciaba do Norte - CE............................................................50

    Figura 21 - Vazadouro cu aberto, Guaraciaba do Norte - CE.............................................53

    Figura 22 Resduos de Construo e Demolio, Guaraciaba do Norte - CE......................54

    Figura 23 Resduos slidos a serem coletado, Guaraciaba do Norte - CE...........................55

    Figura 24 Disposio dos RSU em local indicado, Guaraciaba do Norte - CE....................56

    Figura 25 Atividade de coleta dos RSU, Guaraciaba do Norte - CE....................................57

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Tabela referente quantidade de municpios por tipo de destinao adotada

    2013.25......................................................................................................................................26

    Tabela 2 Tabela referente estimativa da composio gravimtrica dos resduos slidos

    coletados no Brasil entre 2000 e 2008......................................................................................31

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Classificao dos resduos slidos quanto origem. ...........................................22

    Quadro 2 - Classificao dos resduos slidos quanto periculosidade.................................23

    Quadro 3 Quadro de critrios tcnicos para seleo da rea do aterro sanitrio segundo

    ABNT 15849/10........................................................................................................................44

    Quadro 4 Anlise de SWOT.................................................................................................47

    Quadro 5 Quadro da anlise de SWOT................................................................................51

  • LISTA DE SIGLAS

    ONU Organizao das Naes Unidas

    ABRELPE Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais

    RSU Resduos Slidos Urbanos

    PNRS Poltica Nacional de Resduos Slidos

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia Estatstica

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    RCD Resduos de Construo e Demolio

    IPT Instituto De Pesquisas Tecnolgicas

    IBAM Instituto Brasileiro de Administrao Municipal

    SEBRAE Servio Brasileiro de apoio s Micro e Pequenas Empresas

    SINIR Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto dos Resduos Slidos

    SINISA Sistema Nacional de Informaes em Saneamento Bsico

    PNMA Poltica Nacional de Meio Ambiente

    PERS Plano Estadual de Resduos Slidos

    PGIRS Plano de Gesto integrado de Resduos Slidos

    PMSB Planos Municipais de Saneamento Bsicos

    LNSB Lei de Diretrizes Nacionais de Saneamento Bsico

    APRECE Associao de Municpios do Estado do Cear

    ARCE Agncia Reguladora de Servios Pblicos Delegados do Estado do Cear

    CAGECE Companhia de gua e Esgoto do Estado do Cear

    LP Licena Prvia

    IT Instruo Tcnica

    EIA Estudo de Impacto Ambiental

    LI Licena de Instalao

    LO Licena de Operao

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................................................... 14

    1.1 Objetivos ........................................................................................................................ 15

    1.1.1 Geral ......................................................................................................................... 15

    1.1.2 Especficos ............................................................................................................... 15

    1.2 Justificativa .................................................................................................................... 16

    1.3 Estrutura do trabalho ................................................................................................... 18

    2 REFERENCIAL TERICO .............................................................................................. 19

    2.1 Resduos slidos ............................................................................................................. 19

    2.3 Classificao dos resduos slidos ................................................................................ 22

    2.4 A problemtica dos resduos slidos ........................................................................... 23

    2.5 As formas de destinao dos resduos slidos ............................................................ 25

    2.5.1 Lixo ou (deposito a cu aberto) .............................................................................. 27

    2.5.2 Depsito em aterro controlado ................................................................................. 28

    2.5.3 Depsito em aterro sanitrio .................................................................................... 30

    2.5.4 Compostagem ........................................................................................................... 31

    2.4.5 Reciclagem ............................................................................................................... 32

    2.5.6 O impacto ambiental decorrente da destinao final inadequada dos RSU ............. 33

    2.5.7 Desenvolvimento sustentvel e resduos slidos ..................................................... 35

    2.6 Resduos slidos e polticas pblicas ........................................................................... 36

    2.6.1 A Poltica nacional de resduos slidos .................................................................... 37

    2.6.2 Polticas estaduais e municipais de resduos slidos ................................................ 37

    2.7 Aterro sanitrio ............................................................................................................. 42

    2.8 Matriz SWOT anlise das foras e fraquezas, oportunidades e ameaas ......... 47

    3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 49

    3.1 Metodologia ................................................................................................................... 49

    3.1.2 Caracterizao da amostra (Guaraciaba do Norte - CE) .......................................... 49

    3.1.3 A Entrevista e Conduo .......................................................................................... 50

    3.1.4 Aplicao da matriz SWOT ..................................................................................... 51

    5.1.5 Local de aplicao .................................................................................................... 51

    5.1.6 Amostra .................................................................................................................... 52

    4 ANLISE DO RESULTADOS .......................................................................................... 53

    4.1 Proposta, localizao e tipo de aterro ......................................................................... 57

    5 CONCLUSO ...................................................................................................................... 58

  • 7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................. 59

    ANEXO I QUESTIONRIO APLICADO POPULAO GERAL .......................... 63

    ANEXO II QUESTIONRIO APLICADO AO PODER MUNICIPAL ....................... 65

  • 14

    1 INTRODUO

    Define-se saneamento bsico como sendo um conjunto de servios, infraestruturas

    e instalaes operacionais de abastecimento de gua potvel, esgotamento sanitrio, limpeza

    urbana e manejo dos resduos slidos, drenagem urbana e manejo das guas pluviais que

    englobam uma srie de atividades, visando sempre o controle do meio na qual possa exercer

    condies insalubres ao ser humano (BRASIL, 2007).

    A gesto dos resduos slidos urbanos hoje se constitui como um grande desafio

    para as cidades em relao ao desenvolvimento sustentvel. As polticas pblicas utilizadas

    nas cidades, usualmente tratam sobre essa temtica de forma setorizada, obstrudo assim uma

    viso sistmica do problema tornando essas polticas fragmentadas (DIAS, 2012).

    De acordo com Dias (2012), para os gestores pblicos de todo o mundo, o

    gerenciamento de resduos slidos se tornou, nas ltimas dcadas, um tema de preocupao.

    Segundo a Organizao das Naes Unidas (ONU, 2012) citado por Dias (2012), a atual

    gerao de resduos no mundo gira em torno de 12 bilhes de toneladas/ano e, at 2020, o

    volume previsto de 18 bilhes de toneladas/ano. Segundo levantamento realizado pela

    Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais (ABRELPE,

    2012) mostra que o volume de RSU gerado no Brasil foi de 60 milhes de toneladas/ano em

    2010, 6,8% superior ao ano anterior.

    O desafio atual controlar o desenvolvimento e o crescimento das cidades e da

    populao com sustentabilidade e preservao. importante observar que os resduos slidos

    constituem um problema que afeta os pequenos, mdios e grandes centros urbanos do pas.

    (MURGO et al, 2010).

    Segundo Morais (2003), citado por Rablo (2007), o modelo de gesto de resduos

    slidos urbanos (RSU) utilizado atualmente na maioria das cidades brasileiras baseado na

    coleta e afastamento dos resduos gerados e, em casos isolados, na disposio adequada dos

    mesmos, constituindo-se em solues geralmente pontuais, tem se mostrado inadequado

    necessitando de alternativas para destinao final.

    Nesse contexto, a Lei n 12.305, de 02 de agosto de 2010 institui a Poltica

    Nacional de Resduos Slidos (PNRS), com o objetivo de estabelecer princpios e diretrizes

    relativas gesto integrada e ao gerenciamento dos resduos estabelecendo metas e diretrizes

    aos entes envolvidos. Essa lei dispe sobre ampla temtica da gesto integrada de resduos

    slidos nos municpios brasileiros que necessitam ser considerados luz de aspectos

    socioambientais e comportamentais a ela relacionados (BRASIL, 2010).

  • 15

    A busca por um novo paradigma para a gesto dos resduos slidos certamente o

    grande desafio para essa poltica, visto que a maioria dos municpios brasileiros enfrenta,

    alm dos problemas de ordem ambiental, tambm problemas polticos para fazer a

    implantao destas aes. Neste cenrio de descaso e por vez abandono de polticas pblicas

    voltadas para o tratamento adequado de resduos slidos, encontra-se a cidade Guaraciaba do

    Norte, situada na regio Noroeste do Estado do Cear, na qual so evidentes os problemas em

    virtude da falta de planejamento e gesto adequada dos resduos slidos, bem como planos

    sustentveis para uma perfeita homogeneizao da interao humana com a o meio ambiente.

    Este trabalho demonstra os desafios encontrados para implantao de polticas

    voltadas para o gerenciamento dos resduos slidos, um diagnstico local da cidade de

    Guaraciaba do Norte CE, tendo como base a poltica do RSU implantada atualmente na

    mesma, e as estratgias desenvolvidas para a implantao de um aterro sanitrio consorciado

    como alternativa mais sustentvel na disposio final dos RSU.

    1.1 Objetivos

    1.1.1 Geral

    Analisar a situao do municpio de Guaraciaba do Norte em relao produo e

    disposio de resduos slidos urbanos, bem como a proposta de criao de um aterro

    sanitrio consorciado.

    1.1.2 Especficos

    a) Diagnosticar a situao atual dos resduos slidos urbanos da sede distrital do

    municpio de Guaraciaba do Norte - CE;

    b) Identificar as aes desenvolvidas pelo municpio de Guaraciaba do Norte - CE

    para se adequarem s normas impostas pela Lei 11.445 de 2007.

    c) Identificar e caracterizar as melhorias na qualidade ambiental e social com a

    implantao de um sistema sustentvel de tratamento dos resduos slidos.

  • 16

    1.2 Justificativa

    Em muitos municpios brasileiros ainda no existe um espao apropriado para a

    destinao final dos RSU. As dificuldades encontradas para a efetivao de um sistema de

    gesto integrado nas regies do Brasil so evidentes, e a falta de polticas pblicas voltadas

    para a implantao e fiscalizao na disposio final dos resduos so temas que nos ltimos

    tempos trouxeram relevncia para o cenrio atual de melhoria contnua da qualidade de vida.

    A busca por alternativas de tratamento dos RSU que se mostrem mais sustentveis

    atualmente objeto de debates e discusses na busca por melhores solues.

    Segundo a Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos

    Especiais (ABRELPE, 2013) tendo como fonte Instituto Brasileiro de Geografia Estatstica

    (IBGE, 2010), vlido destacar que a regio Nordeste do Brasil que possui menor

    abrangncia de coleta de lixo (77,43%), situao que contrasta com as regies Sul, Sudeste e

    Centro-oeste que possui abrangncia acima de 90% (figura 1), indicando um bom indicador

    de coleta de lixo. Na mesma pesquisa, os institutos destacam que o grande problema no Brasil

    se d na exposio e no tratamento do lixo urbano. Visto que, apenas 60% dos municpios

    brasileiros possuem iniciativas para coleta seletiva dos resduos, no Nordeste esse percentual

    abaixo de 30%, enquanto que na regio Sudeste ultrapassa os 80% (figura 1).

    Figura 1 Situao dos resduos slidos no Brasil.

    Fonte: Pesquisa Abrelpe, 2013.

  • 17

    A coleta seletiva permite o reaproveitamento de parte dos resduos gerados pela

    populao, originando novos produtos a serem inseridos na cadeia econmica e produtiva do

    pas.

    Em Guaraciaba do Norte - CE a situao no parece ser diferente, a cidade produz

    uma enorme quantidade de lixo diariamente que so levadas para um lixo (figura 2) como

    destino final, o que acaba poluindo rios, mananciais, degradando o meio ambiente, trazendo

    problemas de sade pblica e provocando poluio ambiental.

    Figura 2 Vazadouro cu aberto, Guaraciaba do Norte - CE.

    Fonte: O autor, 2014.

    Diante dessa situao este trabalho faz uma anlise da realidade atual da cidade de

    Guaraciaba do Norte CE, mostrando um diagnstico do problema, bem como apresenta um

    processo mais vivel de disposio final dos RSU a ser implantado pelo governo municipal.

  • 18

    1.3 Estrutura do trabalho

    Este trabalho de concluso de curso se encontra dividido em cinco captulos. O

    capitulo um, traz uma abordagem que retrata a problemtica dos resduos slidos,

    contextualizando-a com o meio. O captulo dois faz um referencial terico sobre o assunto,

    mostrando um embasamento completo a cerca da temtica, desde as formas de destinao dos

    resduos slidos, permeando por polticas pblicas at a definio da ferramenta (matriz

    SWOT) de anlise do trabalho. O capitulo trs, retrata o estudo de caso, nesse captulo feita

    a aplicabilidade do modelo SWOT adotado, mostra os mecanismos aplicados na pesquisa. O

    captulo quatro, apresenta os resultados da pesquisa, discutindo a realidade apresentada diante

    da aplicao do modelo SWOT. Nessa capitulo tambm mostrado uma proposta de

    implantao de uma alternativa sustentvel na cidade de Guaraciaba do Norte CE. O captulo

    cinco apresenta a concluso do trabalho.

  • 19

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 Resduos slidos

    Os resduos slidos constituem-se hoje grande preocupao para a sociedade

    moderna, visto que o rpido crescimento das cidades e o grande avano no desenvolvimento

    tecnolgico, na qual incorporam cada vez mais novos insumos no processo produtivo geram

    uma enorme quantidade de resduos ao fim de todos esses processos, os mesmos ainda em sua

    grande maioria, sem uma destinao final adequada (MURGO et al, 2010) .

    Define-se por resduos slidos como aqueles que esto:

    Nos estados slido e semi-slido, que resultam de atividades de origem

    industrial, domstica, hospitalar, comercial, agrcola, de servios e de

    varrio. Ficam includos nesta definio os lodos provenientes de sistemas

    de tratamento de gua, aqueles gerados em equipamentos e instalaes de

    controle de poluio, bem como determinados lquidos cujas particularidades

    tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou corpos de

    gua, ou exijam para isso solues tcnica e economicamente inviveis em

    face melhor tecnologia disponvel (ASSOCIAO BRASILEIRA DE

    NORMAS TCNICAS, 2004, p. 07).

    De acordo com a Lei n 12.305, de 02 de agosto de 2010, da Poltica Nacional de

    Resduos Slidos, em seu artigo terceiro inciso XVI dispe sobre resduos slidos como

    sendo:

    Material, substncia, objeto ou bem descartado resultante de atividades

    humanas em sociedade, a cuja destinao final se procede, se prope

    proceder ou se est obrigado a proceder, nos estados slido ou semi-slido,

    bem como gases contidos em recipientes e lquidos cujas particularidades

    tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou em corpos

    d'gua, ou exijam para isso solues tcnica ou economicamente inviveis

    em face da melhor tecnologia disponvel (BRASIL, 2010, p.02).

    A gerao dos resduos slidos cresce simultaneamente ao aumento do

    consumismo do ser humano, quanto mais produtos so incorporados no cotidiano das pessoas,

    mas recursos naturais so utilizados e trazem como decorrncia uma grande gerao de lixo.

    Segundo a ABRELPE (2013), entre os anos de 2012 e 2013, houve aumento nas taxas de

    gerao de RSU no Brasil, um aumento de 4,1%, ndice superior ao crescimento populacional

    do pas (figura 3).

  • 20

    Figura 3 - Grfico referente gerao RSU no Brasil entre os anos de 2012 e 2013.

    Fonte: Pesquisa ABRELPE 2013.

    Borgonovi e Marcelino (2009) afirmam que, em consequncia desse aumento

    crescente na produo de lixo, ainda sem uma disposio ideal, possvel observar nas

    pequenas e mdias cidades muitos casos de contaminao do solo, do ar, da gua, bem como a

    proliferao de agentes transmissores de doenas, entupimento em rede drenagem urbana, que

    por sua vez provocam enchentes, alm da degradao do meio ambiente. Segundo Abrelpe

    (2013), mais de 40% dos RSU gerados no possuem destinao adequada no Brasil, esse

    quadro no apresentou alteraes significativas entre 2012 e 2013 (figura 4).

    Figura 4 Grfico referente destinao final dos RSU no Brasil.

    Destinao final em 2013 (t/dia) Destinao final em 2012 (t/dia)

    Fonte: Pesquisa ABRELPE, 2013.

    Gerao de RSU Gerao de RSU per capita

    (t/dia) (kg/hab/dia)

    201.058 209.208

    1.041

    1.037

    4,10% 0,39%

    2012 2013 2012 2013

    Nota: Os ndices per capta referentes a 2013 e 2012 foram calculados

    com base na papulao total dos municpios

  • 21

    Outra preocupao emergente observada nos ltimos anos recai sobre os resduos

    de construo e demolio (RCD), que entre 2012 e 2013 apresentaram um crescimento de

    4,6%. Vale destacar que no papel dos agentes pblicos coletarem (figura 5) e destinarem

    esse tipo de resduo, via de regra geral, coletam apenas RSU lanados nos logradouros

    pblicos (figura 5). Deste modo, os RCDs constituem uma preocupao real e precisam ser

    alvo de discusso, pois podem e devem ser na maioria das vezes reaproveitado pela

    construo civil. Alm dos RCDs tambm h uma preocupao com os resduos hospitalares

    ou da rea de sade (RSS), que so de responsabilidade dos geradores. Contudo, em diversos

    municpios os resduos de unidades pblicas de sade so coletados pelas prefeituras.

    Figura 5 Grfico referente aos RCD coletados nas regies no Brasil.

    Fonte: Pesquisa ABRELPE, 2013.

    Tudo que foi destacado anteriormente acaba refletindo na qualidade de vida dos

    seres humanos, visto que o bem estar, a sade est intrinsecamente relacionado s condies

    de saneamento bsico que o mesmo est inserido. Essa contextualizao torna vidente a

    complexidade e diversidade dos resduos slidos urbanos (RSU), fazendo-se urgente uma

    reviso dentro da tica de espao autossustentvel, uma vez que dele depende a existncia do

    ser humano.

    11%

    19%

    4%

    14%

    52%

    Porcentagem de toneladas dirias de RDC

    coletados nas regies

    Centro -Oeste Nordeste Norte Sul Sudeste

  • 22

    2.3 Classificao dos resduos slidos

    Segundo A Lei n 12.305, em seu captulo I, artigo 13, os resduos slidos

    apresentam uma classificao dividida em duas classes (BRASIL, 2010).

    A primeira classe dividida quanto origem, que ficou dividida da seguinte

    forma (quadro 1). A segunda classificao classifica quanto periculosidade (quadro 2).

    Quadro 1 Classificao dos resduos slidos quanto origem.

    Tipo de resduos Origem

    Resduos domiciliares Os originrios de atividades domsticas em residncias urbanas;

    Resduos de limpeza

    urbana

    Os originrios da varrio, limpeza de logradouros e vias

    pblicas e outros servios de limpeza urbana;

    Resduos slidos urbanos Os englobados nos resduos domiciliares e de limpeza urbana

    Resduos de

    estabelecimentos

    comerciais e prestadores de

    servios: os gerados nessas

    atividades, excetuados os

    seguintes resduos de

    Limpeza urbana, servios s de saneamento bsico, servios de

    sade, construo civil e servios de transporte

    Resduos dos servios de

    saneamento bsico

    Os gerados nessas atividades, excetuados os resduos slidos

    urbanos.

    Resduos industriais Os gerados nos processos produtivos e instalaes industriais;

    Resduos de servios de

    sade

    Os gerados nos servios de sade, conforme definido em

    regulamento ou em normas estabelecidas pelos rgos do

    Sisnama e do Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria;

    Resduos da construo

    civil

    Os gerados nas construes, reformas, reparos e demolies de

    obras de construo civil, includos os resultantes da preparao

    e escavao de terrenos para obras civis;

    Resduos

    agrossilvopastoris:

    Os gerados nas atividades agropecurias e silviculturais,

    includos os relacionados a insumos utilizados nessas

    atividades;

    Resduos de servios de

    transportes

    Os originrios de portos, aeroportos, terminais alfandegrios,

    rodovirios e ferrovirios e passagens de fronteira;

    Resduos de servios de

    transportes

    Os originrios de portos, aeroportos, terminais alfandegrios,

    rodovirios e ferrovirios e passagens de fronteira;

    Resduos de minerao Os gerados na atividade de pesquisa, extrao ou

    beneficiamento de minrios;

    Fonte: BRASIL, 2010.

  • 23

    Quadro 2 - Classificao dos resduos slidos quanto periculosidade.

    Tipos de Resduos Periculosidade

    Resduos perigosos

    Aqueles que, em razo de suas caractersticas de

    inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,

    patogenicidade, carcinogenicidade , teratogenicidade e

    mutagenicidade, apresentam significativo risco sade pblica

    ou qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou

    norma tcnica;

    Resduos no perigosos Aqueles no enquadrados nos resduos perigosos.

    Fonte: Brasil, 2010.

    Dependendo do tipo de classificao cada resduo slido possui sua destinao

    mais adequada em decorrncia da tentativa de diminuir os impactos ambientais causados.

    2.4 A problemtica dos resduos slidos

    Segundo Sabadia et al (2008), o notrio processo de crescimento vivenciado pelos

    pases desenvolvidos e em desenvolvimento fazem surgir transformaes profundas no

    cotidiano das pessoas. Os problemas ambientais, sociais e os de sade pblica, so

    consequncias da busca do que se entende hoje por praticidade e melhor qualidade de vida, na

    qual em muitas situaes viola o meio ambiente, dando origem a uma maior diversidade,

    quantidade e qualidade de embalagens e produtos, como o que acorre nas grandes cidades em

    que o preo pelo pago alto consumismo evidenciado pelos vrios problemas, sendo um dos

    mais graves a exorbitante quantidade de lixo sem destinao adequada.

    O alto consumismo, estimulado pelas prticas capitalistas que valorizam o ter, o

    possuir, influenciado por um ambiente moderno, que joga o ser humano a uma busca

    desenfreada por novas aquisies, tem como uma de suas grandes consequncias a gerao de

    resduos, que a cada descarte incorpora ao meio ambiente materiais diferentes, exigindo para

    este um tratamento mais adequado (RIBEIRO; MORELLI 2009). Nesse sentido, ainda sem a

    aplicao efetiva de tecnologias para o tratamento adequado desses novos resduos gerados, o

    meio ambiente e o prprio ser humano so vtimas da falta de um correto sistema de

    gerenciamento de resduos slidos.

    Os resduos slidos, em termos tanto de sua composio como de seu volume,

    esto presentes em todos os estgios das atividades desenvolvidas pelo homem e variam em

  • 24

    funo da prtica de consumo e dos mtodos de produo e podem ser encontrados desde

    resto de animais mortos at baterias de carro de ltima gerao. Atualmente as principais

    preocupaes esto nas conseqncias que estes podem causar sobre a sade humana e sobre

    o meio ambiente (solo, gua, ar e paisagem). (RIBEIRO; MORELLI, 2009)

    Ribeiro e Morelli (2009) apontam que entre os graves problemas associados existncia de

    resduos slidos est

    a eminncias da ocorrncia de acidentes ambientais. Estes acidentes podem

    se manifestar de diversas formas, envolvendo: descarte de resduos ou

    produtos qumicos em vias pblicas, disposio indevida sob o solo, bem

    como o armazenamento inadequado destes em indstrias, galpes de

    armazenamento, massas falidas, terrenos baldios e instituies de ensino, o

    que coloca em risco a sade pblica e meio ambiente (figura 6) (RIBEIRO;

    MORELLII, 2009, p.36).

    Figura 6 - Acondicionamento inadequado de resduos slidos perigosos.

    Fonte: http://www.alexandergomes.com.br/artigos/residuos-classe-i-e-classe-ii-voce-sabe-identificar/.

    Acesso em: 16. Set. 2014.

    De acordo com o IBGE (2010), diariamente, so coletadas no Brasil entre 180 e

    250 mil toneladas de resduos slidos urbanos. A impreciso nessa estimativa se deve a

    diferentes metodologias empregadas nos levantamentos realizados e s dificuldades inerentes

    a essa avaliao. Observa-se ainda que a produo de resduos est em franca ascenso, com

    crescimento estimado em 7% ao ano, valor bastante superior a 1% anual observado para o

    crescimento da populao urbana no pas recentemente. Apesar das grandes diferenas

    regionais, a produo de resduos tem crescido em todas as regies e estados brasileiros. A

  • 25

    gerao mdia de resduos slidos urbanos prxima de 1 Kg por habitante/dia no pas,

    padro j similar ao de alguns pases da Unio Europia.

    Afora os problemas de origem fsica, qumica e biolgica intrinsecamente ligados

    s questes ecolgicas e sanitrias, o lixo tambm gera problemas de ordem social, como a

    atividade da catao de produtos aproveitveis para a venda ou para o uso prprio. Esta

    atividade, geralmente, realizada por mulheres e crianas de baixa condio scio-cultural

    econmica (figura 7) (MARCELINO; BORGONOVI, 2009).

    Figura 7- Catadores em lixo.

    Fonte: http://vivoverde.com.br/wp-content/uploads/2011/03/small_lixao-ceu-

    aberto.jpg. Acesso em: 16. Set. 2014.

    2.5 As formas de destinao dos resduos slidos

    Com a expanso crescente das cidades, o desafio atualmente da limpeza urbana

    no se constitui apenas remover ou simplesmente afastar o lixo de logradouros e edificaes,

    mas principalmente, em dar um destino final adequado aos resduos coletados.

    Existem diversas formas de descarte dos resduos slidos, como a compostagem, a

    1incinerao,

    2esterilizao, aterro sanitrio, aterro industrial, aterro controlado, lixo, porm

    1 Ao de reduzir as cinzas (http://www.dicio.com.br/incineracao/, 2014).

    2 Desinfeco (http://www.dicio.com.br/desinfeco/, 2014).

  • 26

    nem todas so adequadas podendo acarretar problemas sade pblica, como a proliferao

    de doenas, gerando tambm a poluio dos solos e das guas atravs do 3chorume (MURGO

    et al, 2010).

    No Brasil a soluo mais adequada para a disposio dos resduos slidos so os

    aterros sanitrios, apesar de exigir investimentos considerveis, por muitos, como caros e de

    custo operacional elevado, o que pode ser considerado uma das causas de ainda existir na

    maioria das cidades o descarte do lixo ser feito em vazadouros a cu aberto (MURGO et al,

    2010).

    A nova lei da poltica nacional de resduos slidos em seu artigo 3, inciso VIII,

    discorre como disposio final ambientalmente adequada

    a distribuio ordenada de rejeitos em aterros, observando normas

    operacionais especficas de modo a evitar danos ou riscos sade pblica e

    segurana e a minimizar os impactos ambientais adversos. (BRASIL,

    2010, p. 02).

    Segundo a ABRELPE (2013), observa-se que na destinao dos resduos slidos,

    os vazadouros a cu aberto (lixes) constituram o destino nal em aproximadamente 28,2%

    dos municpios brasileiros (Tabela 1). Constata-se tambm que na destinao final dos

    resduos slidos os vazadouros a cu aberto representam 17,4% em 2013, o que representa um

    avano pouco significativo em relao o ano anterior (figura 8).

    Tabela 1 - Quantidade de municpios por tipo de destinao adotada 2013.

    Destinao Final 2013 - Regies e Brasil

    Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil

    Aterro Sanitrio 92 453 161 817 703 2.226

    Aterro

    Controlado 111 504 148 645 367 1.775

    Lixo 247 837 158 206 121 1569

    Brasil 450 1794 467 1668 1191 5570

    Fonte: Pesquisa ABRELPE, 2013.

    3 Lquido encontrado no lixo, resultante da decomposio da matria orgnica

    (http://www.dicio.com.br/chorume/, 2014).

  • 27

    Figura 8 Grfico referente destinao final de RSU (t/dia).

    Fonte: Pesquisa ABRELPE, 2013.

    Nesse sentido algumas das principais formas de destinao final sero apresentadas a

    seguir.

    2.5.1 Lixo ou (deposito a cu aberto)

    O lixo (figura 9) uma forma inadequada de disposio final de resduos slidos,

    que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem medidas de proteo ao meio

    ambiente ou sade pblica. O mesmo que descarga de resduos a cu aberto (IPT - SP,

    2010).

    Segundo o site Ache Tudo e Regio (2014), os lixes tambm so depsito de lixo

    sem nenhum tratamento. Esses depsitos causam poluio do solo, das guas que bebemos e

    do ar, pois as queimas constantes acabam exalando gases que contamina mesmo. A disposio

    do lixo nesses locais inadequados atingem muitos quilmetros em volta, ou at mais, j que as

    guas e o ar que o mesmo contamina, movimentam-se.

    110.232

    105.111

    46.041

    43.881

    32.946

    32.296

    2012 2013 2012 2013 2012 2013

    58,0% 58,3% 24,2% 24,3% 17,8% 17,4%

    Aterro ControladoAterro Sanitrio Lixo

  • 28

    Figura 9 Esquema representativo de um lixo.

    Fonte: http://ambientalsustentavel.org/wp-content/uploads/2011/08/lixaoxaterro1.jpg. Acesso: 20.

    Ago. 2014.

    Segundo o IBAM (2001), os lixes, alm de problemas sanitrios como a

    proliferao de vetores de doenas, apresentam tambm problemas de ordem social, dentre

    estes se destacam o fato de que o mesmo acaba atraindo famlias que, por no terem aonde

    trabalhar e morar, fazem da catao do lixo um meio de sobrevivncia e acabam por formar

    comunidades no local de trabalho, apresentando uma forma sub-humana de sobrevivncia, um

    dos casos mais graves que podemos observar neste aspecto, a insero do trabalho infantil

    nos lixes, pois muitas crianas abandonam a escola para ajudar seus pais com as despesas da

    famlia.

    2.5.2 Depsito em aterro controlado

    Aterro controlado uma tcnica de disposio de resduos slidos urbanos no

    solo, sem causar danos ou riscos sade pblica e a segurana, minimizando os impactos

    ambientais. Esse mtodo utiliza princpios de engenharia para confinar os resduos slidos,

    cobrindo-os com uma camada de material inerte na concluso de cada jornada de trabalho.

    Esta forma produz, em geral, poluio localizada, pois similarmente ao aterro sanitrio, a

  • 29

    extenso da rea de disposio minimizada. Porm, geralmente no se dispe de

    impermeabilizao de base (comprometendo a qualidade das guas subterrneas), nem

    sistemas de tratamento de chorume ou de disperso dos gases gerados. (IPT, 2010)

    A utilizao de aterro controlado no faz uso de medidas mitigadoras do que diz

    respeito ao combate poluio, pois no incorpora em sua infraestrutura nenhum material

    impermeabilizante ideal antes da deposio de lixo. As atividades do aterro controlado ficam

    expostas ao ambiente, no possuindo nenhuma cobertura vegetal. Esse processo acaba

    causando poluio do solo e do lenol fretico. Nesse tipo de disposio tambm no se faz de

    forma integral, a coleta e o tratamento do chorume, nem a coleta e queima do biogs (figura

    10) (MURGO et al, 2010).

    Figura 10 Esquema representativo de um aterro controlado.

    Fonte: http://ambientalsustentavel.org/wp-content/uploads/2011/08/aterrocontrolado.jpg. Acesso em:

    20. Set. 2014.

    A funo do aterro controlado no prevenir a poluio em sua forma integral e sim

    minimizar os efeitos ao meio ambiente. Esta forma de disposio

    produz em geral, poluio localizada, pois similarmente ao aterro sanitrio, a

    extenso da rea de disposio minimizada. Porm, geralmente no dispe

    de impermeabilizao de base (comprometendo a qualidade das guas

    subterrneas), nem sistemas de tratamento de chorume ou de disperso dos

    gases gerados. Este mtodo prefervel ao lixo, mas, devido aos problemas

    ambientais que causa e aos seus custos de operao, a qualidade inferior ao

    aterro sanitrio. (IPT-SP, 2010, p. 143).

  • 30

    2.5.3 Depsito em aterro sanitrio

    De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de So Paulo (CETESB, 2014)

    o aterro sanitrio uma tcnica que era utilizada pelo homem antigamente, chamada de

    aterramento e foi aprimorada para servir ao descarte de seus resduos na atualidade.

    Modernamente, uma obra de engenharia que tem como objetivo acomodar no solo, resduos

    no menor espao prtico possvel, causando o menor dano possvel ao meio ambiente ou

    sade pblica.

    Murgo et al (2010), afirma que, esta tcnica consiste resumidamente na

    compactao dos resduos no solo, colocando-os em camadas que so repetidamente cobertas

    com terra ou outro material inerte, formando clulas de modo a se ter uma alternncia entre os

    resduos e o material de cobertura (figura 11).

    Figura 11 - Esquema representativo de um aterro sanitrio.

    Fonte: http://ambientalsustentavel.org/wp-content/uploads/2011/08/aterro-sanit%C3%A1rio.jpg.

    Acesso: 20. Set. 2014.

    O aterro sanitrio considerado como a alternativa mais adequada na disposio

    final do lixo urbano, ainda que sendo um mtodo mais simples e seguro. Essa tcnica exige

    cuidados especiais e tcnicas apuradas a serem seguidas em todas as suas etapas, desde a

    seleo e preparo da rea at sua operao e monitoramento.

  • 31

    Foi realizada uma abordagem mais aprofundada sobre aterro sanitrio no captulo

    4.

    2.5.4 Compostagem

    Dar-se o nome de compostagem ao processo biolgico de decomposio da matria

    orgnica contida em restos de origem animal ou vegetal. Esse processo tem como resultado

    final um produto o composto orgnico que pode ser aplicado ao solo para melhorar suas

    caractersticas, sem ocasionar riscos ao meio ambiente (IPT, 2010).

    Ainda segundo IPT (2010, p. 123), A compostagem a decomposio aerbia da

    matria orgnica que ocorre por ao de agentes biolgicos microbianos na presena de

    oxignio e, portanto, precisa de condies fsicas e qumicas adequadas para levar a formao

    de um produto de boa qualidade.

    Essa tcnica permite reduzir de forma significativa a quantidade de resduos que

    so conduzidos a aterros, visto que a metade do lixo gerado composto de matria orgnica,

    tornando assim essa tcnica muito vantajosa. A tabela 2 mostra a estimativa mdia da

    composio gravimtrica dos resduos coletados no Brasil.

    Tabela 2 Estimativa da composio gravimtrica dos resduos slidos coletados no Brasil entre 2000

    e 2008.

    Materiais Participao

    Quantidade

    2000 2008

    % t/dia t/dia

    Material reciclvel 31,9 47.558,50 58.527,40

    Metais 2,9 4.301,50 5.293,50

    Papel, papelo e tetrapak 13,1 19.499,90 23.997,40

    Plstico 13,5 20.191,10 24.847,90

    Vidro 2,4 3.566,10 4.388,60

    Matria orgnica 51,4 76.634,50 94.309,50

    Outros 16,7 24.880,50 30.618,90

    Total coletado 100 49.094,30 183.481,50

    Fonte: IBGE, 2010.

    A tcnica da compostagem em um pas com caractersticas tropicais como o

    Brasil, associado a sua grande produo diria de resduos orgnicos reverte-se de grande

    importncia e necessidade. Trata-se de uma medida que atende a vrios objetivos sejam eles

    sanitrios, eliminao de doenas, de vetores, aspectos ambientais, sociais entre outros. uma

  • 32

    tcnica simples que ao final gera um material estabilizado e seguro (figura 12) (PEREIRA

    NETO, 1996).

    Como se pode observar para eficcia desse processo, a conscientizao e

    sensibilizao ambiental, imprescindvel para garantir uma soluo vivel para esta

    problemtica.

    Figura 12 Esquema representativo da compostagem.

    Fonte: http://www.altogagreen.com/pt/compostagem.htm. Acesso em 20. Set. 2014.

    2.4.5 Reciclagem

    A reciclagem o resultado de uma serie de atividades utilizadas no processo de

    segregao dos materiais que se tornariam lixo, ou esto no lixo. Eles so desviados,

    coletados, separados e processados para serem usados como matria-prima, na manufatura de

    novos produtos (IPT, 2010).

    Nos termos da Lei Federal 12.305 (2010), a reciclagem o processo de

    transformao dos resduos envolvendo a alterao de suas propriedades fsicas, fsico-

    qumicas ou biolgicas, com vistas transformao destes em insumos ou novos produtos.

    Essa atividade foi inserida como uma das aes prioritrias no princpio da hierarquia na

    gesto de resduos.

  • 33

    De acordo com o Manual de Educao para o Consumo Sustentvel (2005), a

    reciclagem uma das alternativas de tratamento de resduos slidos muito vantajosa, tanto do

    ponto de vista ambiental como do social. Ela reduz o consumo de recursos naturais, poupa

    energia e ainda diminui o volume de lixo a ser destinado a aterros, e conseqentemente, a

    poluio. Alm disso, quando h um sistema de coleta seletiva bem estruturado, a reciclagem

    pode ser uma atividade econmica rentvel. Pode gerar emprego e renda para as famlias de

    catadores de materiais.

    O IPT (2010, p.156), define a coleta seletiva como um sistema de recolhimento

    de materiais reciclveis, tais como papis, plsticos, vidros, metais, e orgnicos,

    previamente separados na fonte geradora. A ABRELPE (2013, p. 119) afirma a que coleta

    seletiva, por sua vez, ainda no se tornou uma prtica no pas, apesar de ser um elemento

    indispensvel para viabilizar a recuperao dos materiais descartados e seu posterior

    encaminhamento para processos de reciclagem e aproveitamento.

    As maiores vantagens da reciclagem so a minimizao da utilizao de fontes

    naturais, muitas vezes no renovveis; a minimizao da quantidade de resduos que

    necessitam de tratamento final como aterramento ou incinerao (MURGO et al, 2010).

    2.5.6 O impacto ambiental decorrente da destinao final inadequada dos RSU

    Segundo Mucelin e Bellin (2007) afirmam que nas cidades brasileiras na qual um

    servio de coleta que no prev a segregao dos resduos na fonte comum observarmos

    hbitos de disposio final inadequados de lixo. Materiais sem utilidade se amontoam

    indiscriminada e desordenadamente, muitas vezes em locais indevidos como lotes baldios

    (figura 13), margens de estradas, fundos de vale e margens de lagos e rios (figura 14).

    As descobertas dos inmeros danos ambientais resultantes das prticas

    inadequadas das disposies dos resduos tm aumentado o conhecimento e a preocupao da

    populao do planeta sobre esta questo. Nos ltimos anos, esta preocupao tem sido

    manifestada e concretizada, atravs da promulgao de uma srie de legislaes federais,

    estaduais e municipais (MAZZER; CAVALCANTI, 2004).

  • 34

    Figura 13 Lixo em terreno baldio, Guaraciaba do Norte CE.

    Fonte: Autor, 2014.

    Entre os diversos problemas ambientais existentes, os dos resduos slidos tem se

    tornado um dos maiores desafios da atualidade.

    Entre os impactos ambientais negativos que podem ser originados a partir do

    lixo urbano produzido esto os efeitos decorrentes da prtica de disposio

    inadequada de resduos slidos em fundos de vale, s margens de ruas ou

    cursos dgua. Essas prticas habituais podem provocar, entre outras coisas, contaminao de corpos d gua, assoreamento, enchentes, proliferao de vetores transmissores de doenas, tais como ces, gatos, ratos, baratas,

    moscas, vermes, entre outros. Some-se a isso a poluio visual, mau cheiro e

    contaminao do ambiente (MUCELLI; BELLINI, 2007, p 03).

    Segundo Mucelin e Bellin (2007, p.03), a vivncia cotidiana muitas vezes

    mascara circunstncias visveis, mas no perceptveis. Nesse sentido mesmo possuindo

    informaes a respeito de conseqncias de alguns hbitos cotidianos, contemplando casos de

    agresses ao ambiente, muita coisa concorre para que o morador urbano no reflita sobre os

    males de tais hbitos.

  • 35

    Figura 14 - Rio poludo com resduos slidos.

    Fonte: http://ferreirafatima1.blogspot.com.br/2010/11/producao-de-texto.html. Acesso em: 16. Set.

    2014.

    Mazzer e Cavalcanti (2004, p.10), concluram que os resduos slidos, se

    descartados inadequadamente no ambiente, podem provocar alteraes intensas no solo, na

    gua e no ar, alm da possibilidade de causarem danos a todas as formas de vida, trazendo

    problemas que podem comprometer as futuras geraes.

    Ainda segundo Mazzer e Cavalcanti (2004), caso as autoridades pblicas e a

    sociedade civil no se mobilizem para que medidas necessrias e urgentes sejam tomadas, o

    futuro reservar humanidade srios problemas relacionados ao meio ambiente,

    principalmente com a escassez da gua e o excesso de lixo.

    2.5.7 Desenvolvimento sustentvel e resduos slidos

    O grande desafio da atualidade promover o desenvolvimento de forma

    sustentvel, ou seja um processo de evoluo capaz de satisfazer as necessidades presentes

    sem no entanto comprometer de alguma forma as necessidades das prximas geraes. O

    conceito de desenvolvimento sustentvel estar ligado preocupao na manuteno e na

    existncia de recursos naturais para a continuidade das geraes futuras. Ainda que a idia de

    sustentabilidade esteja vinculada a diferentes interpretaes sob vrias pticas apresentando

  • 36

    assim, diferentes interpretaes, elas devero ter como objetivo comum a centralizao das

    ideias, inerente ao conceito de desenvolvimento sustentvel e nas estratgias necessrias para

    sua execuo (COSTA, 2011).

    Segundo o Servio Brasileiro de apoio s Micro e Pequenas Empresas

    (SEBRAE/MS, 2012), o surgimento de conceitos como da sustentabilidade e do

    ambientalmente correto tem mudado a forma como as pessoas se comportam em sociedade. A

    idia de que o seu consumismo deve estar ligado tambm hbitos ecolgicos tem se mostrado

    cada vez mais necessrio para a sua prpria qualidade de vida. certo que falta ainda muita

    coisa em termos de adoo de prticas ambientais, mas a incorporao de aes ligadas ao

    tema, pelas novas geraes traz a perspectiva crescente de responsabilidade em relao s

    questes ambientais.

    Ainda segundo o SEBRAE/MS (2012), necessrio um ambiente favorvel,

    conhecimentos de prticas eficazes, a coordenao de atividades para desenvolvimento

    sustentvel local e regional que estejam em conjunto com setor privado e as instncias

    estadual e federal em consonncia com a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS). Os

    gestores pblicos, afirmam que, torna-se imperativo adequar-se a novos modelos para destino

    do lixo e para a dinamizao econmica a partir da produo. O mesmo caderno afirma ainda

    que para transformar os municpios em cidades sustentveis, possvel acessar fontes de

    recursos e incentivos para a instalao de estrutura adequada para a gesto dos resduos e

    melhor aproveitamento energtico, transformando os lixes em aterros sanitrios, desde que a

    estratgia seja participativa e represente incluso produtiva.

    Nesse sentido, para uma gesto de desenvolvimento adequada, deve-se aliar a

    utilizao responsvel dos recursos naturais disponveis com as expectativas econmicas,

    gerando assim um cenrio de benefcios para ambas s dimenses. Assim, a idia que se

    discute sobre desenvolvimento sustentvel, junta-se com a deciso de custo versus benefcios.

    Isto retoma a necessidade de repensar como produzir e aproveitar de forma eficiente os

    recursos disponveis.

    2.6 Resduos slidos e polticas pblicas

    Buscando sempre solues para os problemas demandados pela sociedade, os

    governos traam aes metas e planos visando sempre o bem estar da mesma e o interesse

    pblico. Nesse sentido, as polticas publicas podem ser definidas como um campo de

  • 37

    conhecimento que busca colocar o governo em ao e se necessrio promover mudanas nos

    rumos dessas aes (MALLMANN, 2013).

    2.6.1 A Poltica nacional de resduos slidos

    Historicamente no Brasil, algumas leis e resolues relacionadas a aspectos

    ambientais e sobre resduos slidos j haviam sido criadas, mas o grande marco da gesto

    ambiental no Brasil foi a criao da lei que estabelece a PNRS, vindo esta de encontro a uma

    viso moderna na luta contra um dos maiores problemas do Planeta: O lixo urbano.

    Segundo a Lei n 12.305, de 02 de agosto de 2010, os governos municipais e

    estaduais tm prazo de dois anos para elaborar um plano de resduos slidos, com diagnstico

    da situao lixo e metas para reduo e reciclagem, alm de dar um fim aos lixes e buscar

    solues consorciadas com outros municpios. Devem tambm identificar os principais

    geradores de resduos, calcular melhor os custos e criar indicadores para medir o desempenho

    do servio pblico nesse campo.

    A Lei n 12.305 em seu artigo 8, tambm estabelece instrumentos a fim de

    estruturar a PNRS na qual, pode-se citar com maior destaque os planos de resduos slidos; as

    ferramentas relacionadas implementao da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de

    vida dos produtos; o monitoramento e a fiscalizao ambiental, sanitria e agropecuria; a

    pesquisa cientfica e tecnolgica; os incentivos financeiros, fiscais e creditcios; o Sistema

    Nacional de Informaes sobre a Gesto dos Resduos Slidos (SINIR); o Sistema Nacional

    de Informaes em Saneamento Bsico (SINISA); e os instrumentos da Poltica Nacional de

    Meio Ambiente (PNMA), no que couber (BRASIL, 2010).

    2.6.2 Polticas estaduais e municipais de resduos slidos

    A elaborao do Plano Estadual de Resduos Slidos (PERS), nos termos

    previstos no artigo 16 da Lei n 12.305/2010, condio para os Estados terem acesso a

    recursos da Unio, a partir de 2 de agosto de 2012, (O texto da medida provisria 651/14

    ampliou o prazo para 2016 para os estados e municpios elaborarem seus planos de resduos

    slidos) esse destinados a empreendimentos e servios relacionados gesto de resduos

    slidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de

    crdito ou fomento para tal finalidade (MMA, 2014).

  • 38

    A Lei n 12.305, em seu artigo 45 estimula a formao de consrcios de

    municpios para viabilizar a descentralizao e a prestao de servio facilitando a execuo

    da gesto integrada (BRASIL, 2010).

    Os Planos estaduais devem prever zonas favorveis para a localizao das

    unidades de tratamento de resduos slidos ou disposio final de rejeitos, alm da

    recuperao das reas degradadas em razo da disposio inadequada de resduos slidos

    (SEBRAE/MS, 2012).

    A Lei n 12.305 em seu artigo 18 dispe sobre a elaborao dos Planos

    Municipais, determinando que

    condio para o Distrito Federal e os Municpios terem acesso a recursos

    da Unio, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e

    servios relacionados limpeza urbana e ao manejo de resduos

    slidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos

    de entidades federais de crdito ou fomento para tal finalidade (BRASIL,

    2010, p. 10).

    Os Planos Municipais so planos mais detalhados, que devem incluir a

    identificao de reas favorveis para disposio final ambientalmente adequada de rejeitos,

    assim como a identificao das possibilidades de implantao de solues consorciadas ou

    compartilhadas com outros municpios (BRASIL, 2010).

    Em se tratando da situao da regio Nordeste, segundo dados ABRELPE (2013),

    os 1.794 municpios dos nove Estados da regio Nordeste geraram, em 2013, a quantidade de

    53.465 toneladas/dia de RSU, das quais 78,2% foram coletadas. Os dados indicam

    crescimento de 4,5% no total coletado e aumento de 3,4% na gerao de RSU em relao ao

    ano anterior (figura 15).

    A comparao entre os dados relativos destinao adequada de RSU no

    apresentou evoluo de 2012 para 2013 na regio. Dos resduos coletados na regio, cerca de

    65%, correspondentes a 27.116 toneladas dirias, ainda so destinados para lixes e aterros

    controlados que, do ponto de vista ambiental, pouco se diferenciam dos prprios lixes, pois

    no possuem o conjunto de sistemas necessrios para proteo do meio ambiente e da sade

    pblica (figura 16) (ABRELPE, 2013).

  • 39

    Figura 15 Grfico referente coleta e gerao de RSU no Nordeste entre 2012-2013.

    Fonte: Pesquisa Abrelpe, 2013.

    Figura 16 Grfico referente destinao final de RSU na Regio Nordeste (t/dia).

    Fonte: Pesquisa Abrelpe, 2013.

    Em uma situao mais local, no caso do Estado do Cear que ainda no concluiu a

    seu Plano Estadual de Resduos Slidos (PERS), estando o mesmo ainda em fase de

    anteprojeto e disponvel para consulta popular no stio do Governo do Estado (LEITE et al,

    2014).

    O estado do Cear, segundo o IBGE (2010), possui uma populao de 8.452.381

    habitantes, com uma rea territorial de 148.920,472 km, com um total de 184 municpios,

    subdivididos em 33 microrregies e no que concerne ao destino dos RSU, cerca de 24,9% do

    mesmo, tem como destino final, os lixes como pode ser observado na figura 17 abaixo.

    Coleta de RSU Gerao de RSU

    (t/dia) (t/dia)

    40.021 41.820

    53.465

    51.689

    4,50% 3,40%

    2012 2013 2012 2013

    14.704

    14.161

    13.824

    13.221

    13.292

    12.639

    2012 2013 2012 2013 2012 2013

    35,4% 35,2% 33,0% 33,0% 30,6% 31,8%

    Aterro ControladoAterro Sanitrio Lixo

  • 40

    Figura17 Grfico referente destinao Final de RSU no Estado do Cear (t/dia).

    Fonte: Pesquisa ABRELPE, 2013.

    Em abril de 2005, o governo federal regulamentou a Lei n 11.107, que dispe

    sobre normas gerais para unio, os estados o distrito federal e os municpios contratarem

    consrcios pblicos para realizao de suas metas de interesse (MORAES, 2012).

    A Lei n 12.305/2010 em seu artigo 45, trata de incentivos financeiros e sugere

    que:

    Os consrcios pblicos constitudos, nos termos da Lei n 11.107, de 2005,

    com o objetivo de viabilizar a descentralizao e a prestao de servios

    pblicos que envolvam resduos slidos, tm prioridade na obteno dos

    incentivos institudos pelo Governo Federal (BRASIL, 2010, p.20).

    No estado do Cear as iniciativas individuais de destinar os resduos para aterros

    no conseguem se desenvolver, acabando por transformar o espao antes projetado, em lixes

    com agresso direta ao meio ambiente e a sade pblica. Pesadas multas vm sendo aplicadas

    pelos rgos de controle e ambiental como forma de punir tal agresso, onerando cada vez

    mais os municpios. Para minimizar esta problemtica, estudos apontaram a necessidade de

    se dividir o Estado em 30 consrcios regionais, englobando os 184 municpios, para essa

    finalidade especfica (MORAES, 2012).

    A Lei federal n 11.445/2007, conhecida como a Lei de Diretrizes Nacionais de

    Saneamento Bsico (LNSB), regulamentada pelo decreto federal n 7.217/2010, estabelece

    em seu artigo 2 a universalizao da prestao dos servios como um de seus princpios

    3264

    3171

    2208

    2147

    1814

    1778

    2012 2013 2012 2013 2012 2013

    44,6% 44,8% 30,2% 30,3% 25,2% 24,9%

    Aterro ControladoAterro Sanitrio Lixo

  • 41

    fundamentais. A Lei define universalizao como sendo a ampliao progressiva do acesso de

    todos os domiclios ocupados ao saneamento bsico (GALVO JNIOR, 2013).

    Galvo Jnior (2013) afirma que a LNSB estabeleceu vrios instrumentos a fim

    de alcanar o acesso universal aos servios de saneamento bsicos, alm de fortalecer outros

    j existentes, entre os quais o planejamento, o controle social, a regulao e o exerccio da

    titularidade. Nesse sentido a poltica pblica municipal deve ser formulada de tal forma que a

    universalizao da prestao dos servios seja o foco principal, sendo o PMSB o instrumento

    de definio de estratgias e de diretrizes.

    Os municpios devem elaborar seus planos com prazo para concluso at

    dezembro de 2013 (O decreto 8.211/2014 altera para 31 de dezembro de 2015 o prazo final

    para a elaborao dos PMSBs). Uma vez elaborados, cabero s entidades reguladoras a

    verificao do cumprimento dos planos.

    Segundo Galvo Jnior (2014), no incio de 2014 apenas 35 municpios dos 184

    tinham seus PMSB concludos e a perspectiva segundo o mesmo era que at o final do

    referido ano tero no mximo 50% dos planos finalizados.

    Como se pode observar na figura 18, na regio Noroeste do estado do Cear, mais

    precisamente na Regio da Serra da Ibiapaba, dentre os 09 municpios que a compe, so

    poucos os que tm seus PMSB definidos, pode-se destacar a cidade de Graa, Croat,

    Mucambo como exemplo. Em Guaraciaba do Norte, cidade circunvizinha s citadas

    anteriormente, no existe PMSB, evidenciado a ausncia de planejamento e gesto no que

    concerne a polticas publicas ligadas a saneamento.

    Assim, o PMSB configura-se como uma ferramenta estratgica de planejamento e

    de gesto, com vistas a alcanar a melhoria da qualidade e da cobertura dos servios de

    saneamento bsico, com impactos positivos nas condies ambientais, de sade e na

    qualidade de vida da populao (GALVO JUNIOR, 2013).

  • 42

    Figura 18 - Mapa demonstrativo da situao dos PMSB do estado do Cear em Maro de 2013.

    Fonte: ARCE, 2013

    2. 7 Aterro sanitrio

    A NBR 8419 (ABNT, 1992), Apresentao de Projetos de Aterros Sanitrios de

    RSU, define como aterro sanitrio a:

    Tcnica de disposio de resduos slidos urbanos no solo, sem causar danos

    sade pblica e sua segurana, minimizando os impactos ambientais,

    mtodo este que utiliza princpios de engenharia para confinar os resduos

    slidos menor rea possvel e reduzi-los ao menor volume permissvel,

    cobrindo-os com uma camada de terra na concluso de cada jornada de

    trabalho, ou a intervalos menores, se necessrio (ABNT, 1983, p. 01).

  • 43

    O aterro sanitrio, entre outros requisitos, deve ser construdo de acordo com os

    critrios e as normas de engenharia. Segundo Arajo (2008), em regra deve possuir duas

    unidades, que so as seguintes: operacional; e, apoio.

    Esta tcnica consiste basicamente na compactao dos resduos no solo, dispondo-

    os em camadas que so periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte, formando

    clulas de modo a se ter uma alternncia entre os resduos e o material de cobertura (figura19)

    (MURGO et al, 2010).

    Figura 19 Funcionamento do aterro sanitrio.

    Fonte: http://desenvolvimentosustentavelcienciasgcu.blogspot.com.br/. Acesso em 26. Set. 2014.

    H trs formas de aterro sanitrio para a disposio dos resduos slidos, so elas:

    os aterros sanitrios, para onde so levados os resduos de origem urbana, os industriais, na

    qual so utilizados para o tratamento de matrias com origem industrial, classificados como

    perigosos, e os aterros controlados.

    A escolha de uma rea para instalao de aterro sanitrio no uma tarefa

    simples, uma vez que o alto grau de utilizao das cidades acabou por no disponibilizar

    terrenos prximos aos geradores de lixo e com as dimenses tcnicas almejadas (ARAJO,

    2008).

  • 44

    Os aspectos econmicos e financeiros tambm so fatores de forte relevncia uma

    vez que a eficincia na disposio final lixo, depende das disponibilidades dos recursos e so

    fundamentais para que todas as exigncias tcnicas sejam satisfeitas.

    Estudos gerais so realizados a fim de identificar a melhor rea dentre as

    potencialmente existentes.

    O levantamento de dados gerais feito junto Administrao Pblica municipal e

    busca saber aspectos relacionados ao nmero de habitante; classificao do lixo; e,

    informaes referentes coleta e transporte.

    A partir da analise e interpretao das informaes coletadas com o estudo para

    viabilizao das reas pr selecionadas, possvel definir a rea que mais tecnicamente

    atende a instalao do aterro (ARAJO, 2008).

    Ainda na determinao da rea, devem-se levar em considerao parmetros

    tcnicos contidos nas normas e diretrizes federais, estaduais e municipais, os aspectos legais

    das trs instncias governamentais, planos diretores dos municpios envolvidos, plos de

    desenvolvimento locais e regionais, e os aspectos polticos e sociais. (MURGO et al, 2010).

    Todos os condicionantes tcnicos para a escolha da rea do aterro sanitrio a ser

    implantado esto definidos em normas da ABNT. O quadro 3 abaixo define esses critrios:

    Quadro 3 Critrios tcnicos para seleo da rea do aterro sanitrio segundo ABNT 15849/10

    citado por IBAM (2001).

    Uso do solo As reas tm que se localizar numa regio onde o uso do

    solo seja rural (agrcola) ou industrial e fora de

    qualquer Unidade de Conservao Ambiental.

    Proximidades a cursos d'gua

    relevante

    As reas no podem se situar a menos de 200 metros de

    corpos d'gua relevantes, tais como rios, lagos, lagoas e

    oceano. Tambm no podero estar amenos de 50 metros

    de qualquer corpo d'gua, inclusive valas de drenagem que

    pertenam ao sistema de drenagem municipal ou estadual.

    Proximidades a ncleos

    residenciais urbanos

    As reas no devem se situar a menos de mil metros de

    ncleos residenciais urbanos que abriguem 200 ou mais

    habitantes.

    Proximidade a aeroportos As reas no podem se situar prximas a aeroportos ou

    aerdromos e devem respeitar a legislao em vigor.

  • 45

    Distncia do lenol fretico As distncias mnimas recomendadas pelas normas federais

    e estaduais so as seguintes:

    Para aterros com impermeabilizao inferior atravs de manta plstica sinttica, na distncia do lenol

    fretico manta no poder ser inferior a 1,5

    metros.

    Para aterros com impermeabilizao inferior atravs de camada de argila, a distncia do lenol fretico

    camada impermeabilizante no poder ser inferior a

    2,5 metros e a camada impermeabilizante dever ter

    um coeficiente de permeabilidade menor que 10-6

    cm/s

    Vida til mnima desejvel que as novas reas de aterro sanitrio tenham,

    no mnimo, cinco anos de vida til.

    Permeabilidade do solo natural desejvel que o solo do terreno selecionado tenha certa

    impermeabilidade natural, com vistas a reduzir as

    possibilidades de contaminao do aqufero. As reas

    selecionadas devem ter caractersticas argilosas e jamais

    devero ser arenosas.

    Extenso da bacia de drenagem A bacia de drenagem das guas pluviais deve ser pequena,

    de modo a evitar o ingresso de grandes volumes de gua de

    chuva na rea do aterro.

    Facilidade de acesso de veculos

    pesados

    O acesso ao terreno deve ter pavimentao de boa

    qualidade, sem rampas ngremes e sem curvas acentuadas,

    de forma a minimizar o desgaste dos veculos coletores e

    permitir seu livre acesso ao local de vazamento mesmo na

    poca de chuvas muito intensas.

    Disponibilidade de material de

    cobertura

    Preferencialmente, o terreno deve possuir ou se situar

    prximo a jazidas de material de cobertura de modo a

    assegurar a permanente cobertura do lixo a baixo custo.

    Fonte: IBAM, 2001.

    Para a implantao de um aterro sanitrio ser necessrio o processo de

    licenciamento da rea que deve comear to logo a liberao que seja assinada o contrato pra

    a execuo do servio e compreendem algumas etapas. Segundo IBAM (2001), o

    licenciamento ambiental deve seguir alguns critrios.

    importante que todo o procedimento administrativo seja feito de forma

    encadeado de tal forma que enquadre a atividade dentro dos padres ambientais permitidos. O

    licenciamento ambiental deve ser elaborado de tal forma que possa por um lado, evitar a

  • 46

    degradao ambiental quando puder ser previamente identificada e, por outro, minimizar o

    dano quando no for possvel contorn-lo (ARAJO, 2008).

    No que concerne aos projetos bsicos e executivos, os mesmos so fundamentais

    para a instalao do aterro sanitrio. Uma vez elaborado e aprovado o projeto bsico, passa-se

    para o projeto executivo. S aps isso, pode-se iniciar a obra de instalao do aterro sanitrio

    (ARAJO, 2008).

    A NBR n 8.419, de 1992 da ABNT estabelece os critrios de apresentao de

    projetos de aterros sanitrios de resduos slidos urbanos.

    O projeto executivo do aterro sanitrio deve ser desenvolvido tendo como

    objetivo maximizar a vida til da rea disponvel, assegurando, no mnimo, um perodo de

    atividade de cinco anos (IBAM, 2001).

    Com a licena ambiental concedida e os projetos executivos aprovados, dar-se

    inicio a implantao do aterro sanitrio. As etapas dos servios devem seguir todas as

    especificaes tcnicas contidas no projeto executivo, bem como diretrizes de normas da

    ABNT e de rgo ambientais responsveis pela fiscalizao, Ministrio do Trabalho, alm de

    recomendaes e padres das concessionrias de servios pblicos.

    Quanto operao de aterros mdios e grandes, Arajo (2008), afirma que o

    processo utilizado para operao de aterros sanitrios leva em considerao aspectos

    correlacionado a topografia do terreno selecionado para a implantao, o material adequado

    para a cobertura e a profundidade do lenol fretico. Estes mtodos podem ser: os seguintes

    (1) rampa; (2) trincheira; e, (3) rea.

    Depois de escolhido o mtodo que se encaixe com perfil da rea pr-selecionada e

    executadas todas as etapas na fase de implantao do aterro sanitrio, inicia-se sua operao.

    A operao propriamente dita comea com o recebimento de lixo a portaria do

    aterro, quando o caminho pesado, em balana rodoviria localizada, antes e depois da

    descarga para se ter o controle dirio/mensal. Aps esse momento o caminho deve ser

    vistoriado por tcnicos devidamente treinados para inspecionar, classificar e direcion-lo para

    o local onde ser disposto (IPT, 2010).

    Depois desse processo, o lixo deve ser regularizado e compactado por uma

    mquina especfica, um trator de esteira. Aps a concluso da clula, os resduos devem ser

    cobertos com o material devido. Esse procedimento de cobertura do lixo tem como finalidade

    evitar que o vento araste-o, evita tambm a atividade de catao e a proliferao de vetores. O

    cobrimento do lixo tambm ajuda no deslocamento dos veculos assim como dificulta a

    infiltrao de gua precipitado no solo (IPT, 2010).

  • 47

    2.8 Matriz SWOT anlise das foras e fraquezas, oportunidades e ameaas

    A anlise de SWOT uma ferramenta de grande importncia para as empresas,

    pois visa formulao de estratgias que auxiliam na permanncia e desenvolvimento da

    organizao no mercado competitivo existente na atualidade. Possibilitando realizao de uma

    minuciosa anlise do ambiente interno da organizao e atravs disso identificar as foras e

    fraquezas da empresa, o que permite sugerir quais as oportunidades e ameaas externas

    (SOUSA et al, 2012).

    Sousa et al (2012) afirma que SWOT uma sigla que indica a primeira letra das

    palavras Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats (Foras, Fraquezas, Oportunidades e

    Ameaas) e uma definio das fraquezas e fortalezas de uma empresa, bem como as

    oportunidades e ameaas inseridos em seu ambiente interno e externo.

    Quadro 4 Anlise de SWOT.

    Fonte: Sousa, 2012.

    De acordo com o quadro 4 pode-se constatar que:

    a) Foras: So os recursos que a organizao dispe.

    b) Fraquezas: Determina as fraquezas da organizao, tanto do ponto de vista de quem

    analisa, como dos clientes.

    c) Oportunidades: Determinar como a organizao pode continuar a crescer dentro de seu

  • 48

    mercado.

    d) Ameaas: So fatores externos que esto fora de nosso controle. vital estar preparado e

    enfrentar as ameaas durante situaes de turbulncia.

    Nesse sentido a anlise da Matriz SWOT uma ferramenta essencial para uma

    organizao, uma vez que atravs dela que as organizaes consegue ter uma viso clara e

    objetiva sobre quais so suas foras e fraquezas no ambiente interno e suas oportunidades e

    ameaas no ambiente externo, os gerentes conseguem assim, traar estratgias para obter

    vantagens e melhorar o desempenho organizacional (SOUSA et al, 2012).

  • 49

    3 ESTUDO DE CASO

    3.1 Metodologia

    O objeto de estudo compreende uma anlise do municpio de Guaraciaba do Norte

    - CE em relao produo e disposio de resduos slidos, diagnstico da situao do

    mesmo no que concerne polticas pblicas voltadas ao tratamento de resduos slidos, e

    apresenta alternativas sustentveis para disposio final. Este trabalho foi dividido em duas

    etapas, sendo que a primeira consta de uma reviso bibliogrfica sobre resduos slidos, na

    qual foram feitas pesquisas em livros, artigos, monografias e sites de internet no intuito de

    obter um embasamento terico para que possibilitasse a avaliao tcnica.

    Em um segundo momento, foi realizado um levantamento das informaes

    primrias mediantes entrevistas dirigidas ao poder municipal e a populao em geral em que

    foi preparado um subsdio para que as informaes geradas pela observao direta ganhem

    respaldo e sejam reforadas facilitando na aplicao de um modelo aplicvel de gesto de

    resduos slidos. Nesse sentido, criou-se um modelo propositivo, por meio de uma anlise de

    SWOT (foras, fraquezas, oportunidade e ameaas) com sugesto aos pontos fracos

    encontrados, alm da manuteno dos fortes.

    3.1.2 Caracterizao da amostra (Guaraciaba do Norte - CE)

    A cidade de Guaraciaba do Norte (figura 20) localiza-se no Noroeste do Cear,

    tem como municpios limtrofes: ao Norte, Graa, So Benedito, Sobral; ao Sul, Croat, Ip;

    ao Oeste, Carnaubal, Estado do Piau, Croat. A rea absoluta de 611,46 km, altitude 902,4

    m, a distncia capital de 257 km, tendo como coordenadas geogrficas: latitude (S): 4 10

    01; Longitude (WGR): 40 44 51. Apresentando: Clima: Tropical Quente Semi-rido;

    Pluviosidade (mm): 1273,0; Temperatura Mdia (c): 24 a 26; Perodo Chuvoso: Janeiro a

    Maio. E caracterstica ambientais como: relevo da Ibiapaba; solos Areias Quartzosas

    Distrficas e Latossolo Vermelho-Amarelolo; vegetao tipo Carrasco e Floresta

    Subpereniflia Tropical Pluvio-Nebular. Possuindo a bacia hidrogrfica do Parnaba. (IPECE,

    2013). Segundo IBGE (2010) em 47,09% dos domiclios o lixo era coletado, isso representa

    4806 domiclios atendidos, superior ao ano de 2000 quando esse ndice representava 25,39%,

    cerca de 2023 domiclios.

  • 50

    Figura 20 - Localizao de Guaraciaba do Norte - CE.

    Fonte: Google Earth, 2014.

    Segundo o IBGE (2010), o aspecto demogrfico, Guaraciaba do Norte apresenta

    as seguintes caracterstica: mulheres: 19115 (50,60 %); homens: 18660 (49,40 %); Rural:

    20372 (53,93 %); Urbana: 17403 (46,07%), totalizando 37.775 habitantes e densidade

    demogrfica de 61,78 hab/km.

    3.1.3 A Entrevista e Conduo

    A escolha da entrevista foi feita por um modelo:

    a) Estruturada: A entrevista foi feita com base em perguntas diretivas, no-diretivos.

    Onde ela desencadeia-se atravs de uma relao fixa;

    b) Dirigido e Padronizado: Promovendo a aplicao de um questionrio predeterminado

    com uma maioria de perguntas abertas e com um papel ativo do entrevistador na em

    algumas pergunta caso o entrevistado no demonstrasse conhecimento que

    possibilitasse a continuao do questionrio.

  • 51

    3.1.4 Aplicao da matriz SWOT

    Atravs da aplicao do mtodo de analise acima descrito, na gesto dos resduos

    slidos urbanos do municpio de Guaraciaba do Norte, estado do Cear, foi possvel

    estabelecer a analise SWOT (quadro 4). Em anexo I consta o modelo de questionamento

    dirigido populao e anexo II, ao pode municipal, a fim de compor a analise SWOT.

    Quadro 5 Quadro da anlise de SWOT.

    STRENGS (FORAS) OPPORTUNITIES (OPORTUNIDADES)

    - Nvel de conhecimento da populao

    sobre o assunto

    - Participao da populao para minimizar a

    gerao de RSU

    - Plano diretor participativo com leis

    voltadas para a participao de resduos - Criao de Aterro Sanitrio consorciado

    - Periodicidade da coleta de lixo - Criao de cooperativas de catadores e

    beneficiadores de resduos

    - Local de destinao dos RSU

    - Coleta de entulhos e materiais de

    construo

    WEAKNESSES (FRAQUEZAS) THREATS (AMEAAS)

    - Responsabilidade da gesto dos RSU

    segundo a populao

    - Efeitos que falta de tratamento adequado dos

    RSU causam, sob ptica da populao.

    - Ausncia de gesto socialmente integrada - Manejo inadequado nos processo de coleta e

    disposio dos resduos

    - Ausncia de reciclagem - Impactos ambientais

    - Uso de alternativa de incinerao

    - Uso de alternativa de compostagem

    Fonte: Autor, 2014

    5.1.5 Local de aplicao

    Os questionrios foram aplicados em domiclios por escolha aleatria tentando

    percorrer os mais diversos pontos dos bairros da cidade Guaraciaba do Norte - CE, e assim

    como ao poder pblico responsvel.

  • 52

    5.1.6 Amostra

    Seguindo um modelo de amostragem aleatria, onde se deseja conhecer a opinio

    da populao sobre o assunto saneamento bsico mais especificamente resduos slidos e

    retratar a vida dessas pessoas associadas a esse tema. A amostra definida nessa pesquisa foi de

    30 entrevistados tendo como a populao em geral e o poder municipal sendo possvel assim

    montar um relatrio da analise SWOT. Foram estabelecidas 5 (cinco) perguntas direcionadas

    ao pblico geral e ou 10 (dez) ao poder pblico municipal.

  • 53

    4 ANLISE DO RESULTADOS

    Strengths (Foras)

    Diante dos questionamentos os resultados mostraram que a maior parte da

    populao associa saneamento bsico ao tratamento de esgoto, abastecimento de gua e em

    alguns casos a resduos slidos. Quanto ao nvel de conhecimento sobre resduos slidos, a

    maioria o define como aquilo que sobrou aps a utilizao dos produtos, e mesmo a lixo.

    Quanto periodicidade da coleta de lixo, segundo o poder municipal, a cidade est entre as

    184 dos municpios cearenses que pratica a coleta de lixo contnua. A mesma realizada

    diariamente na sede do municpio intercalada com os distritos e alguns stios conforme o

    calendrio de coleta. A cidade no possui plano diretor que prev aes voltadas para resduos

    slidos, sua implantao est sendo estudada e sua elaborao consta no plano Plurianual

    2014/2017. A cidade tambm no possui PMSB desenvolvido, evidenciando a ausncia de

    planejamento e gesto inadequada para os RSU. Quanto destinao dos resduos slidos, os

    mesmos so direcionados a um vazadouro cu aberto (figura 21), no passando por nenhum

    tratamento especifico antes do lanamento. Em relao coleta dos RDC (figura 22), a

    prefeitura afirma que a sua coleta de responsabilidade do proprietrio da obra, ficando a

    cargo da mesma apenas a fiscalizao. Os resduos de origem hospitalar segundo o poder

    municipal so incinerado.

    Figura 21 - Vazadouro cu aberto, Guaraciaba do Norte - CE.

    Fonte: Autor, 2014.

  • 54

    Figura 22 Resduos de Construo e Demolio, Guaraciaba do Norte - CE.

    Fonte: Autor, 2014.

    Weaknesses (Fraquezas)

    A populao entrevistada em sua grande maioria, quase totalidade, apontaram que

    a responsabilidade pelo tratamento adequado do poder municipal (figura23), mas que deve

    ser compartilhada com a prpria populao. Quanto gesto socialmente integrada, remete-se

    a participao da populao em iniciativas, como campanha em coleta seletiva, de reciclagem,

    educacionais. Nesse sentido o poder municipal afirma que realiza palestras educativas e que

    alguns programas esto em processo de implantao. Quantos aos processos reciclagem,

    incinerao e compostagem, o poder municipal afirma que sero ampliados com a

    implantao do aterro sanitrio consorciado.

  • 55

    Figura 23 Resduos slidos a serem coletado, Guaraciaba do Norte - CE.

    Fonte: Autor, 2014.

    Opportunities (Oportunidades)

    Quando questionada a populao sobre o que ela fez, ou faz para contribuir para a

    reduo na gerao de resduos slidos, as respostas variaram muito, a maioria apontou que

    procura coletar e destinar em local indicado (figura 24), na lixeira da rua, mas algumas

    pessoas disseram que no fazem nada para reduzir, em alguns casos que reutilizam por

    exemplo o lixo orgnico para outros fins, outros que procuram orientar as pessoas do bairro.

    A criao de aterro que fazem o controle e tratamento de guas percoladas, bem como biogs

    fundamental em todo aterro sanitrio. Segundo o poder municipal existe um projeto de

    aterro consorciado a ser implantado na cidade, o consrcio formado por algumas cidades da

    Serra do Ibiapaba. O poder municipal afirma que j foi assinado um consrcio, porm o que

    falta implantao seria um projeto que atenda a realidade dos municpios e a definio de

    quais municpios iro realmente participar do consrcio. Tendo em vista as necessidades

    econmicas da regio, que so muito ligados a agricultura e ao comrcio, seria uma forma de

    parte da populao aumentar sua renda, a criao de cooperativas de catadores, mas segundo

    o poder municipal na cidade no possui nenhuma iniciativa para a implantao dessa poltica.

  • 56

    Figura 24 Disposio dos RSU em local indicado, Guaraciaba do Norte - CE.

    Fonte: Autor, 2014.

    Threats (Ameaas)

    Em relao s consequncias que a ausncia de um tratamento adequado de RSU

    pode ocasionar, a maioria da populao afirmou que essa negligncia causa doenas, ameaa

    sade pblica, outros afirmaram que polui o solo, o lenol fretico. Em relao forma de

    coleta, de acordo com o exposto pelo poder municipal, esse processo atende as normas para

    insalubridade dos trabalhadores, os funcionrios utilizam todos os materiais de segurana

    necessrios, EPIs, fardamento, o que no foi constatado (figura 25). notrio que o

    municpio de Guaraciaba do Norte CE, no pratica iniciativas sustentveis para minimizar

    os impactos decorrentes da destinao inadequada do RSU, no existe no municpio nenhuma

    implantao de medida mitigadora.

  • 57

    Figura 25 Atividade de coleta dos RSU, Guaraciaba do Norte - CE.

    Fonte: Autor, 2014.

    4.1 Proposta, localizao e tipo de aterro

    Uma forma eficiente para amenizar o problema evidenciado at ento, est na

    construo de um aterro sanitrio consorciado, cujos impactos causados ao meio ambiente

    com a sua implantao so pequenos e de fcil controle, se comparado com os benefcios que

    o mesmo capaz de proporcionar ao municpio ao investir neste tipo de sistema, alm do fato

    do consrcio minimizar os custos de implantao e operao do aterro, atendendo assim a

    realidade local. Contudo a escolha da rea para implantao de aterros sanitrios deve contar

    com estudos tcnicos criteriosos que ajudem a apontar quais as consequncias futuras para

    cada rea considerando as caractersticas especficas de cada local, os critrios tcnicos,

    econmicos, polticos e sociais, bem como a legislao do rgo regulamentador.

    Aterro sanitrio um sistema eficaz para o descarte dos resduos e que auxiliar

    na preservao do meio ambiente na cidade de Guaraciaba do Norte - CE. Um aterro sanitrio

    representa uma evoluo e uma soluo em relao deposio incorreta do lixo urbano

    atualmente encontrada, porque consiste numa forma de disposio controlada de resduos.

  • 58

    5 CONCLUSO

    Na cidade de Guaraciaba do Norte -