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Universidade Camilo Castelo Branco Pós-Graduação em Produção Animal MAURO JOSÉ VIANA FERREIRA BEZERRAS DA RAÇA HOLANDESA SUPLEMENTADAS COM COENZIMA Q10: DESEMPENHO E PERFIL METABÓLICO Descalvado, SP 2010

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Universidade Camilo Castelo Branco

Pós-Graduação em Produção Animal

MAURO JOSÉ VIANA FERREIRA

BEZERRAS DA RAÇA HOLANDESA SUPLEMENTADAS COM

COENZIMA Q10: DESEMPENHO E PERFIL METABÓLICO

Descalvado, SP

2010

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Mauro José Viana Ferreira

BEZERRAS DA RAÇA HOLANDESA SUPLEMENTADAS COM

COENZIMA Q10: DESEMPENHO E PERFIL METABÓLICO

Orientador: Dr. Gabriel Maurício Peruca de Melo

Co-orientador: Dra. Liandra Maria Abaker Bertipaglia

Dissertação apresentada ao curso de

Mestrado Profissional, Programa de

Produção Animal, Unicastelo, Campus de

Descalvado, como complementação de

créditos para obtenção do título de Mestre

em Produção Animal.

Descalvado, SP

2010

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F442b Ferreira, Mauro José Viana

Bezerras da raça Holandesa Suplementadas com Coenzima Q10: Desempenho e Perfil Metabólico. Mauro José Viana Ferreira

Descalvado – SP : [sn.], 2010.

63 p.; 21cm

Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Camilo Castelo Branco. Curso de Mestrado Profissionalizante em Produção Animal. Orientador: Dr. Gabriel Maurício Peruca de Melo. Co-orientador: Dra

Liandra Maria Abaker Bertipaglia

1.Ganho de Peso. 2. Semiquinona. 3. Ubiquinona. I. Gabriel Maurício Peruca de Melo. II. Dra. Liandra Maria Abaker Bertipaglia. Universidade Camilo Castelo Branco. Curso de Mestrado Profissionalizante em Produção Animal.

CDD 636.23

Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação, por processos xerográficos ou eletrônicos.

Descalvado, 05 de junho de 2010.

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Dedicatória

Dedico o presente trabalho a minha esposa e mãe

que sempre estão do meu lado me orientando e

ajudando.

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Agradecimentos

Agradeço a vida por estar me ensinando muitas lições valiosas e a

minha família que sempre estará ao meu lado.

Aos meus professores do Mestradoprofessores do Mestradoprofessores do Mestradoprofessores do Mestrado, principalmente ao Prof. Gabriel

Maurício Peruca de Melo que acreditou em mim e me deu todo apoio e

a equipe do Laboratório de Biogeoquímica e Nutrição Animal da

UNICASTELO.

Ao Carlos Marcelo Benvenga, proprietário da Fazenda São Carlos,

pelo apoio que deu ao projeto.

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A melhor coisa da vida é vivê-la intensamente

cada minuto com as pessoas pelas quais você têm

grande carinho e admiração, pois quando

termina não têm mais volta então, aproveite da

melhor forma.

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................................... 1

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 2

2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 4

2.1. Objetivo geral ........................................................................................................... 4

2.2. Objetivos específicos ................................................................................................ 4

3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................ 5

3.1. Características da coenzima Q10 (COQ10) .............................................................. 5

3.2. CoQ10 e produção de energia .................................................................................. 7

3.3. CoQ10 e função antioxidante .................................................................................... 8

3.4. Biossíntese ............................................................................................................... 8

3.5. CoQ10 e outras funções ........................................................................................... 9

3.6. Produção ................................................................................................................. 10

3.7. Fontes dietéticas e consumo de CoQ10 .................................................................. 12

3.8. Níveis de segurança ............................................................................................... 13

4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 14

4.1. Local do experimento ............................................................................................. 14

4.2. Animais ................................................................................................................... 14

4.3. Manejo alimentar .................................................................................................... 14

4.4. Delineamento experimental e tratamentos .............................................................. 15

4.5. Pesagem dos animais ............................................................................................ 15

4.6. Amostragem e avaliações nas amostras de sangue ............................................... 16

4.6.1. Teores de cálcio e fósforo no soro .......................................................................... 17

4.6.2. Teores de magnésio e cloreto no soro .................................................................... 17

4.6.3. Teor de glicose no plasma ...................................................................................... 18

4.6.4. Teores de colesterol total e colesterol HDL nas amostras de soro .......................... 18

4.6.5. Teores de triglicerídeos nas amostras de soro ....................................................... 18

4.6.6. Teores de lipídios totais nas amostras de soro ....................................................... 19

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v

4.6.7. Determinação de teores de enxofre na amostra de soro. ....................................... 19

4.6.8. Determinação da proteína total e da uréia nas amostras de soro ........................... 19

4.6.9. Determinação de creatinina em amostras de soro .................................................. 20

4.6.10. Determinação da atividade de fosfatase nas amostras de soro .............................. 20

4.6.11. Determinação da albumina nas amostras de soro .................................................. 20

4.6.12. Determinação transaminase glutâmico oxalacética (TGO) ..................................... 20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 22

5.1. Desempenho ponderal ................................................................................................ 22

5.2. Perfil Metabólico ......................................................................................................... 23

5.2.1. Glicose plasmática.................................................................................................. 23

5.2.2. Cálcio sérico ........................................................................................................... 25

5.2.3. Fósforo ................................................................................................................... 26

5.2.4. Uréia sérica ............................................................................................................ 27

5.2.5 Albumina sérica ........................................................................................................ 29

5.2.6 Lipídeos totais séricos ............................................................................................... 31

5.2.7 Fosfatase alcalina sérica ........................................................................................... 32

5.2.8 Magnésio sérico ........................................................................................................ 33

5.2.9 Creatina sérica .......................................................................................................... 34

5.2.10. Proteínas séricas totais .......................................................................................... 36

5.2.11. Colesterol total e HDL séricos ................................................................................ 37

5.2.12 Triglicerídeos séricos .............................................................................................. 38

5.2.13 Enxofre sérico ......................................................................................................... 39

5.2.14 Aspartato aminotransferase (TGO) ......................................................................... 40

5.2.15. Cloreto ................................................................................................................... 41

6. CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 43

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 44

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AST ..................... aspartato aminotransferase

ATP ...................... trifosfato de adenosina

CoQ10 ................. co-enzima Q10

CoQ .................... co-enzima Q10

Q10 ..................... co-enzima Q10

Q .......................... co-enzima Q10

Ca ........................ cálcio

CV ........................ coeficiente de variância

DMS ..................... diferença mínima significativa

HDL ...................... lipoproteínas de alta densidade

K .......................... potássio

LDL ...................... lipoproteína de baixa densidade

MDH ..................... malato desidrogenase

Mg ........................ magnésio

Na ........................ sódio

NAD ........................ nicotinamida adenina dinucleotídeo, difosfopiridina nucleotídeo

NADH ................... dinucleotídeo de adenina nicotinamida

NOEL ................... nível no qual não foram observados efeitos adversos

P .......................... fósforo

PTH ...................... paratormônio

S .......................... coordenada geográfica de latitude sul

TCA ...................... ácido tricloroacético

TG ........................ triglicerídeos

TGO ..................... transaminase glutâmico oxalacética

VLDL .................... lipoproteína de muito baixa densidade

WGR .................... coordenada geográfica de longitude

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LISTA DE TABELAS

Páginas

Tabela 1. Teores de coenzima Q10 em alimentos. .............................................. 12

Tabela 2. Dados de ganho de peso médio, expressos em kg/animal/dia e, ganho de

peso total, expressos em kg.animal-1, em função da suplementação e da época de

amostragem. ......................................................................................................... 22

Tabela 3. Valores de glicose plasmática, expressos em mg/dL, em função da

suplementação com CoQ10 e da época de amostragem. .................................... 23

Tabela 4. Dados de cálcio sérico, expressos em mg/dL, em função da

suplementação com CoQ10 e da época de amostragem. .................................... 25

Tabela 5. Dados de fósforo, expressos em mg/dL, em função da suplementação

com CoQ10 e da época da amostragem. ............................................................. 27

Tabela 6. Uréia sérica, expressa em mg/dL, em função da suplementação com

CoQ10 e da época da amostragem. ..................................................................... 28

Tabela 7. Albumina sérica, expressa em g/L, em função da suplementação com

CoQ10 e da época da amostragem. ..................................................................... 31

Tabela 8. Lipídeos séricos totais, expressos em mg/dL, em função da

suplementação com CoQ10 e da época da amostragem. .................................... 32

Tabela 9. Atividade de fosfatase alcalina sérica, expressa em UI/L, em função da

suplementação com CoQ10 e da época da amostragem. .................................... 32

Tabela 10. Magnésio sérico, expressos em mg/dL, em função da suplementação

com CoQ10 e da época da amostragem. ............................................................. 34

Tabela 11. Creatina sérico, expresso em mg/dL, em função da suplementação com

CoQ10 e da época da amostragem. ..................................................................... 35

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Tabela 12. Dados de proteína total sérica, expressos em g/L em função da

suplementação com CoQ10 e da época da amostragem. .................................... 36

Tabela 13. Dados de colesterol total sérico, expressos em g/l em função da

suplementação com CoQ10 e da época da amostragem. .................................... 37

Tabela 14. Dados de colesterol HDL sérica, expressos em g/l, em função da

suplementação com CoQ10 e da época da amostragem. .................................... 37

Tabela 15. Dados de triglicerídeos séricos, expressos em mg/dL em função da

suplementação com CoQ10 e da época da amostragem. .................................... 39

Tabela 16. Dados de enxofre sérico, expressos em mg/l em função da

suplementação com CoQ10 e da época da amostragem. .................................... 40

Tabela 17. Dados de aspartato aminotransferase sérico, expressos em U/L em

função da suplantação com CoQ10 e da época da amostragem. ........................ 41

Tabela 18. Dados de Cloreto sérico, expressos em U/L em função da suplantação

com CoQ10 e da época da amostragem. ............................................................. 42

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ix

LISTA DE FIGURAS

Páginas

Figura 1. Processo de redução da CoQ10 (I) a semiquinona (II) e a ubiquinol (III),

segundo Cordeiro (2006). ....................................................................................... 5

Figura 2. Estruturas químicas da CoQ10 (OVERVAD, 1999). ............................... 6

Figura 3. CoQ10 funcionando como um transportador de electrons na cadeia

respiratória (CORDEIRO, 2006). ............................................................................ 7

Figura 4. Hemi-síntese da coenzima Q10.............................................................. 11

Figura 5. Animais utilizados no experimento. ........................................................ 14

Figura 6. Contenção de animal para aferição de seu peso. .................................. 15

Figura 7. Coleta de sangue. ................................................................................... 16

Figura 8. Tubos destinado à análise bioquímica e elementar. ............................... 17

Figura 9. Teores de glicose plasmática em bezerras da raça Holandesa, submetidos

à suplementação com coenzima Q10 injetável. ..................................................... 24

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RESUMO

Objetivou-se avaliar os efeitos da suplementação de bezerras lactentes da raça

Holandesa, com coenzima Q10 (CoQ10), sobre o desempenho ponderal e o perfil

metabólico, uma vez que na literatura nacional e internacional consultada não foram

encontrados dados da utilização de tal técnica na produção animal, com exceção,

como substrato na produção in vitro de embriões bovinos. O experimento foi

conduzido na Fazenda São Carlos, localizado no município de Descalvado/SP (21º

57’ 05" S, 47º 37’ 26" WGR) e, instalado em delineamento inteiramente casualizado,

com 2 tratamentos (T1 – Testemunha, peso vivo médio de 40,3±3,1 kg; T2 -

suplementação parenteral de CoQ10, 20 mg/animal aplicados em intervalos de 28

dias, peso vivo médio de 39,4±4,1 kg) e 12 repetições. O experimento teve duração

de aproximadamente 56 dias, sendo que, no início e, posteriormente em intervalos

de 28 dias, foram realizadas pesagens e amostragem de sangue, em jejum prévio

de 12 horas. Os animais foram manejados em abrigos individuais, com alimentação

à vontade e aleitados pela manhã e pela tarde (2 litros de sucedâneo em cada

período). A suplementação com CoQ10 promoveu melhora no desempenho

ponderal de bezerras da raça Holandesa (38% superior), esta melhora pode ser

justificada pelas alterações ocorridas no perfil metabólico dos animais

suplementados. Entre os atributos relacionados com o metabolismo energético,

pode-se ressaltar que os níveis de glicose foram superiores entre os animais

suplementados e, entre os constituintes da fração lipídica somente o HDL

apresentou-se elevado entre os animais suplementados. Nenhuma alteração foi

constada no metabolismo protéico e, entre os constituintes da fração mineral,

alterações significativas foram observadas nas concentrações séricas de enxofre

(redução) e cloreto (aumento).

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1. INTRODUÇÃO

Com a finalidade de buscar melhorias na taxa de crescimento animal, peso e

qualidade de carcaça houve a necessidade de se fazer uso de técnicas de

melhoramento genético, podendo-se citar a inclusão de novas raças, cruzamentos,

procedimentos de seleção da população e, que resultaram em aumento da

produtividade. Neste contexto os requerimentos nutricionais foram modificados e a

suplementação de nutrientes exigidos em pequenas quantidades ganhou um novo

cenário, visto que os principais alimentos utilizados na alimentação animal passaram

a não suprir as novas exigências.

A Ubiquinona (também chamada de Coenzima Q10, Coenzima Q e abreviada

como CoQ10, CoQ, Q10 ou Q) é uma benzoquinona presente em praticamente

todas as células do organismo que participa dos processos de produção de ATP. Por

ser essencial a esse processo, órgãos com maior demanda energética como o

coração, o cérebro, os rins e o fígado apresentam maiores concentrações de

CoQ10.

A sua obtenção pode ser por síntese endógena, ingestão de alimentos ou

através de suplementos orais (OVERVAD et al., 1999).

Parte da CoQ é sintetizada a partir da tirosina, enquanto outra parte, é

sintetizada a partir de Acetil-CoA pela via do mevalonato, mesma via utilizada nos

primeiros passos da biossíntese do colesterol. Por apresentar uma parte de sua

síntese em comum com essa molécula, alguns medicamentos para a diminuição da

pressão e dos níveis de colesterol sanguíneo são responsáveis pela inibição da

produção de CoQ10.

Por sua capacidade de transferir elétrons e, portanto, trabalhar como um

antioxidante, a Coenzima Q10 também é utilizada como suplemento nutricional em

humanos. A produção de CoQ diminui com a idade, o que aumenta a necessidade

de sua suplementação, já que a falta de CoQ10 pode causar danos no cérebro, em

outros órgãos e em mitocôndrias do corpo todo.

Baseado nas características químicas e biológicas da Coenzima Q10 e, além

das evidências consistentes sobre a sua função no metabolismo energético das

células, o presente trabalho tem por objetivo avaliar os efeitos da sua

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suplementação parenteral, no desempenho ponderal e no perfil metabólico de

bezerras da raça Holandesa, na fase de aleitamento, visando a contribuir na

elucidação das respostas à suplementação desta categoria animal.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Os efeitos benéficos da Q10 em humanos têm sido amplamente publicados

nos últimos anos. Levando isso em consideração, o presente trabalho tem como

objetivo geral levantar informações básicas sobre os efeitos da suplementação desta

coenzima em bezerros lactentes da raça Holandesa.

2.2. Objetivos específicos

De maneira específica, pretende-se:

I. Avaliar os efeitos da suplementação com CoQ10, sobre o perfil metabólico de

bezerras da raça Holandesa submetidos às condições de desmama, utilizando as

informações para justificar alterações no desempenho ponderal.

II. Avaliar os efeitos da suplementação com CoQ10, no desempenho ponderal de

bezerras lactantes.

III. Explorar os efeitos da suplementação com CoQ10, para esta categoria animal,

visto que nenhum trabalho com animais de produção foi encontrado na literatura.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Características da coenzima Q10 (COQ10)

Esta molécula foi primeiramente isolada das mitocôndrias existentes nas

células no coração de vacas, recebendo o nome de coenzima Q10. Nesse mesmo

ano, atribuiu-lhe o nome de Ubiquinona, uma vez que é uma quinona existente em

células de vários tecidos (CORDEIRO, 2006).

Sua estrutura química foi identificada em 1958. Em termos químicos a

ubiquinona é designada por 2,3-dimetoxi-5-metil-6-decaprenil-1,4-benzoquinona (I)

(Figura. 1).

Figura 1. Processo de redução da CoQ10 (I) a semiquinona (II) e a ubiquinol (III),

segundo Cordeiro (2006).

A quantidade de CoQ10 existente no plasma sanguíneo de humanos encontra-

se entre 0,75-1,00 µg/ml, estando 75% na forma reduzida, ubiquinol (III). O conteúdo

total no corpo, estima-se que seja 1,0-1,5g, encontrando-se a maior parte em células

musculares (OVERVAD, 1999).

A coenzima Q10, também conhecida como Ubidecarenona, é uma vitamina-

símile lipossolúvel comumente conhecida como Ubiquinona, CoQ e vitamina Q10.

Essa substância está envolvida na transferência de elétrons na cadeia mitocondrial,

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cuja principal função é a produção de ATP, sendo essencial em várias atividades

relacionadas ao metabolismo energético (OVERVAD, 1999).

Somente a partir de meados dos anos 80 que a comunidade científica veio

realmente compreender a multivariedade de funções que esta substância exerce no

corpo humano. As doses, dependendo da idade (ser humano) e das necessidades

individuais, podem variar de 50 a 200mg/dia, sendo que em animais de produção,

não foram encontrados valores de referência na literatura consultada.

A CoQ10 é um nutriente ou agente terapêutico quase perfeito, devido à sua

baixa toxicidade e porque a suplementação com CoQ10 não provoca perturbações

maiores no metabolismo da CoQ10 endógena. Por último, pode ter efeitos

extraordinários sobre o resultado do tratamento de uma série de graves condições

mórbidas.

Algumas das propriedades biológicas da CoQ10 podem explicar seu papel

biológico. É cofator essencial da produção celular de energia e componente

essencial da cadeia respiratória da mitocôndria, desempenhando um importante

papel na produção de ATP, principal fonte de energia celular.

Trata-se de uma substância lipossolúvel que apresenta 10 unidades de

isopreno. Nos indivíduos saudáveis é biossintetizada normalmente, apresentando-se

em duas formas: oxidada (ubiquinona) e reduzida (ubiquinol) (Figura 2).

Figura 2. Estruturas químicas da CoQ10 (OVERVAD, 1999).

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3.2. CoQ10 e produção de energia

A CoQ10 é um componente essencial do sistema de transporte de íon da

membrana plasmática (PMIT) da mitocôndria para a síntese de ATP. A principal

parte da produção de ATP ocorre no interior da membrana da mitocôndria, onde a

CoQ10 fica alocada. A CoQ10 dá suporte à síntese de ATP no interior da membrana

e estabiliza a membrana celular, preservando, deste modo, sua integridade e função

(DUTTON et al., 2000; CRANE, 2001).

A CoQ10 apresenta particular relevância em eucariontes, uma vez que é

essencial no processo de respiração celular, produção de ATP, que ocorre nas

mitocôndrias.(BERG et al., 2003 e NELSON & COX, 2004)

Nas mitocôndrias desempenha um papel crucial, funcionando como um

transportador de electrons na cadeia respiratória, tal como é observável na Figura 3.

Assim, esta molécula existe em maior quantidade em órgãos com maior

necessidade energética, como o coração, o cérebro, o fígado e os rins (CORDEIRO,

2006).

Figura 3 . CoQ10 funcionando como um transportador de electrons na cadeia

respiratória (CORDEIRO, 2006).

Devido à sua função intrínseca no crescimento celular, metabolismo de energia

(síntese de ATP) e efeito protetor contra o estresse oxidativo, a CoQ10 é um forte

substrato a ser usado no crescimento de células em cultivo. Todavia, devido à sua

estrutura química, é extremamente lipolítica e praticamente insolúvel em água.

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3.3. CoQ10 e função antioxidante

Na forma reduzida atua como importante antioxidante no corpo (CUPP &

TRACY, 2003; TURUNEN, 2004; DALLNER & STOCKER, 2005), sendo esta função

já convencionada. A forma reduzida ubiquinol representa 80% do total da CoQ10 no

plasma humano, sendo um importante antioxidante nas lipoproteínas do plasma. O

ubiquinol inibe a oxidação das proteínas e lipídios na membrana celular e, previne o

início da peroxidação lipídica, que é uma injúria oxidativa ao DNA e outras moléculas

(THOMAS & STOCKER, 2000).

A CoQ10 atua como um antioxidante através de vários mecanismos que são

essenciais e são classificados em dois mecanismos: 1) reação direta com os

radicais livres; 2) regeneração da forma ativa da vitamina E pela redução do radical

alfa-tocoferil (QUINN et al.1999; ARROYO et al.,2000).

Através destas funções, a suplementação de CoQ10 tem efeito benéfico na

manutenção da saúde (DALLNER & STOCKER, 2005).

3.4. Biossíntese

Segundo Cordeiro (2006) o pirofosfato de isopentenilo é um importante

precursor na biossíntese da CoQ10, do colesterol, carotenóides e algumas

proteínas. Pode ser obtido mediante dois processos distintos: um é a via do

mevalonato, usado pelas leveduras, archaebactérias e animais, enquanto

eubactérias, algas verdes e cloroplastos de plantas superiores o produzem por outra

via.

De acordo com artigos mais recentes, a biossíntese da CoQ10 começa no

retículo endoplasmático e é completada nas membranas do complexo de Golgi, a

partir das quais a quinona é transportada para diferentes sítios na célula. A

ubiquinona pode ser encontrada nas mitocôndrias, no complexo de Golgi, no retículo

endoplasmático, nos lisossomas, nos peroxissomas e na membrana plasmática

(CORDEIRO, 2006).

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3.5. CoQ10 e outras funções

Sabe-se que é biossintetizada nos tecidos vivos, mas a necessidade orgânica

desse cofator essencial também pode ser suprida por meios dietéticos (encontrada

na carne bovina, sardinha, espinafre e no amendoim).

Nos últimos 15 anos, vários trabalhos científicos, têm apontado e confirmado

inúmeras e importantíssimas ações de CoQ10, dentre as quais

(www.mapric.com.br):

●Aumento da capacidade imunológica.

●Redução do tempo de cicatrização.

●Melhora da resposta ao trauma cirúrgico.

●Diminuição da incidência de doenças neurodegenerativas.

●Melhora a função tireoidiana.

●Melhora a taxa fertilidade.

●Reduz a incidência da doença periodontal, que é uma das principais causas

de perda dentária.

●Ajuda nos controles do diabetes e aumenta a resposta ao esforço físico.

●É, entretanto, no coração, aonde os efeitos desta substância são mais

impressionantes. Inúmeros e recentes estudos científicos, realizados nos mais

importantes centros de pesquisa do mundo, são unânimes em apontar exuberantes

benefícios para o coração humano, quando suplementamos a CoQ10. O grupo de

condições cardíacas é bastante extenso e inclui: insuficiência cardíaca congestiva,

cardiomiopatia, hipertensão, angina, prolapso mitral, arritmias variadas,

aterosclerose, peroxidação lipídica, proteção do miocárdio durante cirurgias

cardíacas, dentre outras.

●Neutraliza os radicais livres. É parte importante do sistema de defesa

antioxidante da célula. A CoQ10, além de servir como cofator da produção de

energia, funciona como um antioxidante tão eficaz quanto a vitamina E no tecido

cardíaco, mas menos eficiente em tecido hepático. Este estudo sugere que a

suplementação de CoQ10 deve ser incluída em qualquer programa antioxidante

abrangente.

●Retarda o processo de envelhecimento. A propriedade anti-envelhecimento

pode ser devida à capacidade da CoQ10 de melhorar o estado de energia das

células e aumentar a eficiência da utilização do oxigênio. O conteúdo de CoQ10

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diminui com o avançar da idade, especialmente nos tecidos cardíaco e hepático.

Protegendo as células contra a peroxidação, a CoQ10 aumenta a tolerância de

idosos e sedentários ao exercício físico e pode corrigir falhas do sistema

imunológico.

●O declínio dos níveis de CoQ10 pode ser uma possível explicação para uma

série de condições associadas ao envelhecimento, como uma maior vulnerabilidade

às infecções bacterianas e virais. Estudos efetuados em ratos com CoQ10

demonstraram parciais de declínios na função imunológica relacionados com a

idade.

●Pesquisas de longevidade em ratos demonstraram que a suplementação

semanal de CoQ10 (em forma de emulsão) aumentou significativamente a duração

da vida quando o tratamento foi iniciado no ponto médio da expectativa de vida. As

doses usadas nos ratos foram mais ou menos equivalentes a dose de 30 miligramas

por dia de CoQ10 utilizada em seres humanos. Na dose de 30 a 800 mg/dia não foi

constatada alteração clínica.

3.6. Produção

A coenzima Q10 pode ser obtida por processos sintéticos, semi-sintéticos e

por fermentação, utilizando leveduras ou bactérias (CORDEIRO, 2006).

Uma das mais recentes sínteses químicas desenvolvidas é a de Negishi et al

2001. Neste processo sintético, a cadeia isoprenóide lateral é sintetizada com uma

grande estereoseletividade e com rendimentos elevados, só possível recorrendo a

acoplamentos sucessivos, catalizados por paládio, com sintões de (E)-isopreno,

neste caso com (E)-1,4-diiodo-2-metil-1-buteno.

As reações que utilizam paládio são muito importantes do ponto de vista da

síntese orgânica, uma vez que permitem obter produtos que de outra maneira são

difíceis de obter (TSUJI, 1996; CLAYDEN et al. 2001). Neste caso especifico, os

acoplamentos que ocorrem são reações de trasmetalação, um vez que, para além

do paládio, encontra-se presente outro metal, o zinco. O rendimento obtido para

síntese da CoQ10 recorrendo a este processo sintético é de 26% (CORDEIRO,

2006).

As hemi-sínteses químicas caracterizam-se por serem utilizados produtos

naturais como materiais de partida. No caso deste processo semi-sintético, utiliza-se

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o solanesol, um composto encontrado na cinza do tabaco, como material de partida

para a síntese da cadeia isoprenóide lateral da CoQ10. A vantagem que este

processo apresenta, em relação ao método exclusivamente sintético, é que os

rendimentos obtidos por este processo são mais elevados, uma vez que esta síntese

envolve menos passos reacionais (CORDEIRO, 2006).

Figura 4. Hemi-síntese da coenzima Q10 realizada por Lipshutz et al., (2005).

No que diz respeito a processos fermentativos para a obtenção da CoQ10,

são conhecidos diversos microorganismos, bactérias e leveduras, que produzem

CoQ10, sendo por isso objeto de patente. Em 1998 foi publicado um trabalho em

que foram selecionadas três estirpes de bactérias como excelentes produtoras de

CoQ10: Agrobacterium tumefaciens KY-3085 (ATCC4452) Paracoccus denitrificans

KY-3940 (ATCC19367) e Rhodobacter sphaeroides KY-4113. Estas estirpes

exibiram um crescimento favorável, num meio contendo melaço de cana, licor de

milho e amônia (CORDEIRO, 2006)

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A CoQ10 também pode ser produzida por E. coli recombinada, mas a

especificidade que se obtêm para a produção desta molécula é ainda baixa,

carecendo assim de melhoramentos (CORDEIRO, 2006).

3.7. Fontes dietéticas e consumo de CoQ10

A CoQ10 está presente em uma variedade de alimentos (Tabela 1). O maior

nível de CoQ10 foi avaliado em carne vermelha e de peixe. Vegetais e produtos

lácteos contêm níveis relativamente baixos.

A média de consumo de CoQ10 em alimentos é estimada em próximo de 10

mg. Segundo Weber et al. (2001), a média de consumo de CoQ10 na população da

Dinamarca foi estimada em 3-5mg/dia em função do consumo de carne. Já Kamei et

al. (1986) observaram consumo médio entre 4 a 21 mg/dia e Hallström (1993)

estimou consume entre 2 mg/dia e 20 mg/dia .

De maneira geral, a CoQ10 no corpo humano tem origem em três fontes:

síntese endógena, ingestão de alimentos e suplementação da dieta.O nível médio

da concentração de CoQ10 do plasma humano é de 0,8µg/mL. A deficiência pode

resultar da diminuição da ingestão de alimentos, defeito na biossíntese de CoQ10,

aumento do uso de CoQ10 pelo corpo (estresse oxidativo), ou combinação destes

fatores (KALLEN et al., 1989).

Tabela 1 . Teores de coenzima Q10 em alimentos, segundo alguns autores.

Alimentos Teor de CoQ10 (µg/100 g de peso úmido)

Kamei (1986) Weber (1997) Mattila (2001) Kubo (2008) Carne bovina 3100 3100 3650 3030-4010 Carne de aves 2100 1700 1400 1710-2500 Peixes 550-6430 430-2700 850-1590 180-13000 Brócolis 860 660 - 701 Leite 40 - 10 31 Ovo 370 150 120 73

De acordo com o Healthcare (2003), a suplementação de 100µg/dia de CoQ10

é necessária para tecidos deficientes, o que não pode ser encontrado em uma dieta

normal.

A Coenzima Q10 é absorvida no intestino delgado, sendo que a

biodisponibilidade é maior quando a fonte é a carne bovina.

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A excreção é realizada basicamente pelas fezes, mas pode ocorrer via ducto

biliar. Cerca de 62,5% da dose administrada oralmente é recuperada nas fezes

durante uma dupla dosagem (2 dias com 333 mg/dia e 5 dias com 100 mg/dia)

(LUCKER et al., 1984).

3.8. Níveis de segurança

De acordo com William et al. (1999), em estudos de toxicidade em ratos, foi

observada, na 52ª semana de suplementação, tolerância em fêmeas e NOAEL: dose

sem efeito observado (mg/kg de peso/dia) na concentração de 1.200 mg/kg/dia. Para

o homem é aceitável uma ingestão diária de 12 mg/kg/dia, calculada da NOAEL pela

aplicação do fator de segurança de 100, por exemplo, 720mg/60kg/dia. Outros níveis

foram relatados por diferentes pesquisadores, como 900 mg/kg/dia (IKEMATSU et al.,

2006) e 1.200 mg/kg/dia (HATHCOCK et al., 2006)

Pesquisadores australianos notificaram que a ingestão máxima deve ser 150

mg/kg/dia (www.tga.gov.au). O “The Japan Health Food & Nutrition Food Association”

publicou que a ingestão máxima deve ser 300 mg/kg/dia (www.jhnfa.org). Já na

Bélgica, foi proposto ingestão máxima de 200 mg/kg/dia.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Local do experimento

O experimento foi instalado e conduzido na Fazenda São Carlos, no município

de Descalvado, SP, coordenadas geográficas 21º51’41,7”S e 47º39’31,5”WGr. As

análises laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Biogeoquímica e Nutrição

Animal da Universidade Camilo Castelo Branco, UNICASTELO, Descalvado, SP.

4.2. Animais

Foram utilizadas 24 fêmeas lactentes da raça Holandesa, PO, malhada de

preto, peso vivo médio de 40 kg no início do experimento.

Figura 5. Animais utilizados no experimento.

4.3. Manejo alimentar

Diariamente, foram fornecidos 2 L de sucedâneo no período da manhã e da

tarde, ração peletizada e volumoso composto da mistura de feno de Tiffton

(Cynodon dactilon) e silagem de milho, ad libtum.

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4.4. Delineamento experimental e tratamentos

O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado, com

dois tratamentos e 12 repetições. Os tratamentos avaliados foram: T1. Testemunha-

sem suplementação parenteral de CoQ10; T2. Suplementação parenteral de CoQ10

– 20 mg/animal a cada 28 dias.

O tratamento T2 com a suplementação de CoQ10 foi caracterizado pela

aplicação de injetável de 2mL/animal, , via sub-cutânea, de solução contendo 1% de

CoQ10.

Os dados foram analisados como medidas repetidas no tempo.

4.5. Pesagem dos animais

A pesagem dos animais foi realizada sempre, após a amostragem de sangue,

evitando-se que este estresse adicional interferisse nas características bioquímicas

do sangue. Para tal, os animais foram submetidos ao jejum total por 12 horas. As

pesagens foram realizadas no tempo zero (início do experimento) e, posteriormente,

a cada período de 28 dias.

Figura 6. Contenção de animal para aferição de seu peso.

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4.6. Amostragem e avaliações nas amostras de sangue

Amostras de sangue foram obtidas no tempo zero (início do experimento) e,

posteriormente, em intervalos de 28 dias (duas amostragens, totalizando 56 dias de

experimento), através de punção da jugular, utilizando-se agulhas descartáveis

(40x12) e, tomando-se o cuidado de deixar o sangue fluir pela parede do tubo sem

turbilhonamento, evitando a hemólise (DIRKSEN et al, 1993).

Foram utilizados dois tubos, dos quais um não apresentava anticoagulante,

destinado à análise bioquímica e elementar, e, o outro tubo contendo fluoreto de

potássio, o qual foi destinado à dosagem de glicose.

Figura 7. Coleta de sangue.

Após a colheita de sangue, os tubos destinados à análise dos parâmetros

bioquímicos do sangue foram encaminhados ao Laboratório para serem efetuadas

as análises.

Foram realizadas as seguintes determinações bioquímicas no sangue: glicose,

uréia, proteína total, albumina, minerais (cálcio, fósforo, magnésio, cloreto, enxofre),

creatinina, fosfatase alcalina, teor de lipídios totais, triglicérides, colesterol total,

TGO, HDL.

A lavagem dos utensílios para colheita das amostras de sangue, além dos

utilizados para procedimentos de análise laboratorial, seguiram procedimentos de

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rotina no laboratório de Nutrição Animal e Biogeoquímica, UNICASTELO,

Descalvado, SP.

Figura 8. Tubos destinado à análise bioquímica, elementar e dosagem de glicose.

4.6.1. Teores de cálcio e fósforo no soro

O cálcio foi determinado através de kit, sendo o método baseado na

determinação colorimétrica em comprimento de onda de 570 nm ou filtro laranja do

complexo formado entre o cálcio e a cresolftaleína em meio alcalino (DOLES, 2000).

O fósforo inorgânico foi determinado por kit, sendo o princípio do método

baseado na reação do fosfato com o molibdato em meio ácido, formando o

complexo fosfomolibdato, sendo este reduzido pela presença de ácido ascórbico,

resultando em complexo de cor azul, cuja absorbância foi lida a 660 nm ou com filtro

vermelho (DOLES, 2000).

4.6.2. Teores de magnésio e cloreto no soro

Através de kits colorimétricos, procedeu-se á determinação dos teores de

magnésio e cloreto nas amostras de soro sanguíneo.

A metodologia para determinar magnésio baseou-se na reação do íon, em

meio alcalino, com o corante de Mann e Yoe com leitura em espectrofotômetro

505nm (DOLES, 2000).

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O princípio para determinar a concentração de cloretos consistiu na formação

de um complexo colorido através da reação do íon com sulfoxicianeto de mercúrio e

nitrato férrico, lendo-se a absorbância a 510 nm ou com filtro verde (ZALL et al.,

1956).

4.6.3. Teor de glicose no plasma

O teor de glicose no plasma sanguíneo foi determinado através de kit

enzimático (DOLES, 2000). O método baseou-se na reação da glicose com a glicose

oxidase, formando-se como produto ácido glicônico e peróxido de hidrogênio. Em

uma segunda etapa, o peróxido formado, na presença de 4-aminoantipirina e

peroxidase, deu origem a um complexo de coloração avermelhada, cuja absorbância

foi medida a 510 nm, ou filtro verde.

4.6.4. Teores de colesterol total e colesterol HDL nas amostras de soro

O teor de colesterol total nas amostras de soro sanguíneo foi determinado

através de kit enzimático, tendo como princípio a reação dos ésteres de colesterol

com a colesterol esterase, formando ácidos graxos e colesterol livre que, na

presença da colesterol esterase, forma colesterona e peróxido de hidrogênio. O

peróxido, na presença da 4-aminoantipirina, produz um complexo de coloração

avermelhada, cuja absorbância foi lida a 510 nm ou filtro verde.

O procedimento para determinar o colesterol HDL consistiu na precipitação

seletiva das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e as de muito baixa densidade

(VLDL) na presença de polietilenoglicol, sendo a fração HDL determinada pelo

método enzimático já descrito (DOLES, 2000).

4.6.5. Teores de triglicerídeos nas amostras de sor o

Os triglicerídeos foram determinados nas amostras de soro sanguíneo,

utilizando-se de kit enzimático. As reações envolvidas na determinação podem ser

assim resumidas: os triglicerídeos, na presença de lípase, produzem glicerol e

ácidos graxos. O glicerol, na presença de ATP e glicerolquinase, forma glicerol-3P e

ADP. Em uma terceira etapa, o glicerol-3P, na presença da glicose fosfato oxidase,

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produz peróxido de hidrogênio, entre outros compostos. O peróxido, por sua vez, na

presença de 4 aminoantipirina e peroxidase, forma um complexo de coloração

avermelhada, cuja absorbância foi lida a 510 nm ou com filtro verde (DOLES, 2000).

4.6.6. Teores de lipídios totais nas amostras de so ro

O teor de lipídios totais nas amostras de soro sanguíneo, fração representada

pelos triglicerídeos, colesterol e fosfolipídios, foi determinado pelo método que se

baseia na liberação, por hidrólise, dos ácidos graxos presentes no soro através do

ácido sulfúrico, os quais, por sua vez, reagem com a vanilina em meio ácido,

formando um complexo de cor rósea, cuja absorbância foi determinada a 510 nm ou

com filtro verde (DOLES, 2000).

4.6.7. Determinação de teores de enxofre na amostra de soro.

Os teores de enxofre nas amostras de soro sangüíneo foram determinados

conforme a metodologia descrita em Krugsheld et al., (1979). Foram adicionados a

500 µL de soro, 2 mL de TCA (50 g L-1), deixando-se em repouso por 10 minutos.

Decorrido este período, as amostras foram centrifugados a 3000 rpm por 15

minutos. Então, a 1 mL do sobrenadante adicionaram-se 0,25 mL de solução de

BaCl2 ( 20 g de BaCl2 e 10 g de dextran por litro de solução), seguindo-se repouso

de 35 minutos, após o que foi feita a leitura da absorbância do precipitado de BaSO4

em comprimento de onda de 360 nm. O branco consistiu em 1 mL de sobrenadante

e 0,25 mL de dextran (10 g por litro de solução).

4.6.8. Determinação da proteína total e da uréia na s amostras de soro

Para a determinação dos teores de proteína sérica e de uréia total nas

amostras de soro sanguíneo foi utilizado kit colorimétrico.

No caso da proteína sérica, o princípio foi baseado na reação do biureto

(sulfato de cobre, citrato trissódico, carbonato de sódio e hidróxido de sódio) com a

proteína da amostra, lendo-se a absorbância do complexo colorido a 510 nm ou com

filtro verde (CELM, 1999).

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A determinação do teor de uréia nas amostras de soro foi baseada na

formação de cor pela reação da uréia com a diacetilmonoxina, em meio ácido. A

absorbância do produto colorido foi lida a 510 nm ou com filtro verde (FOSTER &

HOCHHOLZER, 1971).

4.6.9. Determinação de creatinina em amostras de so ro

Na determinação da creatinina sérica, utilizaram-se kits colorimétricos de ponto

final, que se baseiam na reação da creatinina com picrato alcalino (reação de Jaffé),

produzindo um cromógeno vermelho, sendo a leitura efetuada em comprimento de

onda de 500 nm (CELM, 1999).

4.6.10. Determinação da atividade de fosfatase nas amostras de soro

A amostra de soro foi incubada com p-nitrofenilfosfato (substrato) que, sob a

ação da fosfatase, sofre hidrólise, com liberação p-nitrofenil que, na presença de

meio alcalino, apresenta coloração amarela, determinada por espectrofotometria no

visível. A quantidade de p-nitrofenil tem relação direta com a atividade de fosfatase

(DOLES, 2000).

4.6.11. Determinação da albumina nas amostras de so ro

A albumina presente na amostra reage com o verde de bromocresol em meio

ácido, formando um complexo colorido que é quantificado espectrofotometricamente.

A absorbância do complexo formado, medida em 630 nm, é diretamente

proporcional à concentração de albumina na amostra analisada (PETERS et al.,

1982).

4.6.12. Determinação transaminase glutâmico oxalacé tica (TGO )

A aspartato aminotransferase (AST/TGO) cataliza a transferência do grupo

amino do aspartato para 2-oxoglutarato com a formação de oxalacetato e glutamato.

O oxalacetato é reduzido a malato por ação da malato desidrogenase (MDH), e

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paralelamente a coenzima NADH é oxidada a NAD+ . A coenzima NADH tem um

coeficiente de absorção molar elevado em 340 nm, sendo quase nula a absorção de

NAD em 340 nm. A oxidação de NADH é diretamente proporcional à atividade da

AST/TGO. A atividade enzimática é então calculada através da diminuição da

absorvância da solução de NADH em 340nm (BURTIS et al., 1994)

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Desempenho ponderal

Na Tabela 2, encontram-se os resultados obtidos do ganho em peso médio,

expressos em kg.dia-1, divididos em intervalos de 28 dias, e do ganho de peso total,

expresso em kg.animal-1, assim como a comparação de médias.

Tabela 2. Dados de ganho de peso médio, expressos em kg/animal/dia e, ganho de peso total, expressos em kg.animal-1, em função da suplementação e da época de amostragem.

Tratamentos Ganho de peso médio (kg/dia) Ganho de peso total

(kg) 28 dias 56 dias CoQ10 (-) 0,235 b 0,265 b 14,00 b CoQ10 (+) 0,353 a 0,342 a 18,99 a DMS 0,061 0,063 3,07 CV % (Tratamento) 34,43 22,02 CV % (Período) 35,42 Letras minúsculas comparam médias, na coluna, pelo teste de Tukey P< (0,05). CoQ10 (-) Tratamento sem suplementação. CoQ10 (+) Tratamento com 20 mg CoQ10.

A suplementação com 20 mg de CoQ10 afetou significativamente o ganho em

peso nos dois períodos avaliados (P<0,01) e, independente do período, os animais

suplementados apresentaram ganhos superiores. A média dos suplementados e não

suplementados, nos dois períodos, foi de 0,347 kg/dia e 0,250 kg/dia,

respectivamente, sendo a diferença entre tratamentos de 97 g (38,80% superior).

Esta diferença em ganho de peso fez com que os animais com suplementação

apresentassem, na desmama, superioridade de 4,99 kg de ganho de peso total

(P<0,01).

Os valores de ganho de peso total, nos tratamentos sem suplementação e

com suplementação, foram de 14kg e de 18,99 kg, respectivamente. Os resultados

do ganho de peso observados não puderam ser comparados com dados de

literatura uma vez que não foram encontrados trabalhos na área com bovinos.

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5.2. Perfil Metabólico

5.2.1. Glicose plasmática

Na tabela 3, pode-se observar que, na primeira amostra de sangue obtida, os

níveis de glicose foram inferiores entre os animais suplementados com CoQ10, fato

este não observado na segunda amostragem, apesar dos valores plasmáticos de

glicose serem ligeiramente superiores entre os animais que receberam CoQ10. Os

valores de glicose nas três amostragens, não tiveram uma constância sendo

observada redução e um aumento dos valores no tratamento com suplementação de

CoQ10, e igualmente, no grupo controle.

Tabela 3. Valores de glicose plasmática, expressos em mg/dL, em função da suplementação com CoQ10 e da época de amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 81,05 aA 59,98 bB 61,54 bB 67,52 10,47 CoQ10 (+) 76,90 aAB 72,22 aB 83,72 aA 77,61 Média 78,97 66,10 72,63 DMS 10,46

CV% Parcela 22,51 Subparcela 14,57

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação, CoQ10(+) Tratamento com suplementação de 20 mg CoQ10

Na Figura 9, encontram-se os resultados obtidos de glicose plasmática,

expressos em mg.dL-1, divididos em intervalos de 28 dias, assim como a

comparação de médias.

A suplementação com CoQ10 elevou a concentração plasmática de glicose

nos dois períodos avaliados (Figura 9). Níveis mais elevados de glicose plasmática

podem justificar, em parte, as diferença de ganho em peso de animais

suplementados e não suplementados (QUIGLEY et al., 1991).

Entre os metabólitos sanguíneos mais usados para avaliar o estado

energético estão a glicose, o beta-hidroxibutirato (BHB) e os ácidos graxos não

esterificados ou livres (AGL) (PAYNE & PAYNE,1987)

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Figura 9. Teores de glicose plasmática em bezerras da raça Holandesa, submetidos à suplementação com coenzima Q10 injetável. Letras maiúsculas comparam médias no tempo de amostragem e, letras minúsculas compraram médias de tratamentos em um mesmo período amostral.

Apesar de a glicose ser o metabólito selecionado para avaliar o estado

energético dos ruminantes, trabalhos têm demonstrado certa contrariedade nos

resultados, uma vez que mecanismos homeostáticos que controlam a glicemia

tornam difícil estabelecer uma clara relação entre estado nutricional e níveis de

glicose, pois além de grande parte dos tecidos utilizarem ácidos graxos livres (AGL)

e corpos cetônicos como fonte energética, o fígado destes animais possui alta

função neoglicogênica.

O nível de glicose plasmático é o indicador menos expressivo do perfil

metabólico para avaliar o estado energético devido à insensibilidade da glicemia a

mudanças nutricionais e à sensibilidade ao estresse. A glicemia, todavia, pode ser

de utilidade em condições de déficit energético severo e em animais que não estão

em gestação e em lactação.

Segundo Quigley et al. (1991), espera-se redução dos níveis de glicose sérica

com o avanço da idade, em razão da atividade fermentativa ruminal. Entretanto,

esses autores relataram que, nos animais de até 14 semanas de idade, os níveis de

glicose podem ser maiores, em decorrência da adaptação fisiológica da mudança de

pré-ruminante para ruminante. Segundo Nussio et al.(2003) mostram claramente,

em seu experimento, redução nas concentrações de glicose plasmática com o

avanço da idade dos animais.

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25

Os valores séricos de glicose encontram-se próximos aos relatados por

Quigley et al. (1991), com valores médios de 76 mg/dL.

Os fatores climáticos como a umidade e a temperatura relacionadas às

estações do ano, também, podem influenciar os valores dos teores de glicose, pois

em meses mais quentes há aumento da freqüência respiratória causando rápida

utilização da glicose sangüínea pelos músculos respiratórios e assim resultando em

uma queda na glicemia sob stress do calor. (POGLIANI & BIRGEL JUNIOR, 2007)

5.2.2. Cálcio sérico

Na tabela 4, pode-se observar que a utilização de coenzima Q10 não afetou

os níveis séricos de cálcio. Foi observada redução nas concentrações séricas do

elemento com o aumento da idade dos animais.

O cálcio é um mineral que está intimamente associado ao metabolismo.

Apresenta-se no plasma, na forma livre ionizada (cerca de 45%) e na forma

orgânica, associada a proteínas, principalmente albumina (cerca de 45 %). Estas

duas formas estão em equilíbrio e sua distribuição final depende do pH, da

concentração de albumina e da relação ácido-base. Quando existe acidose, há uma

tendência para aumentar a forma ionizada de Ca. Uma queda no nível de albumina

causa diminuição do valor de Ca sangüíneo (CHALLA et al., 1989). Seu nível no

plasma é bastante constante nas espécies animais, localizando-se entre 8 a 12

mg/dL (GONZALEZ et al., 2000).

Tabela 4. Dados de cálcio sérico, expressos em mg/dL, em função da suplementação com CoQ10 e da época de amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 11,01 9,88 9,10 10,00 a 0,48 CoQ10 (+) 10,99 10,28 9,62 10,30 a Média 11,00 A 10,08 B 9,36 C DMS 0,49

CV% Parcela 9,69 Subparcela 7,00

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05).. CoQ10(-) Tratamento sem suplementação, CoQ10(+) Tratamento com suplementação de 20 mg CoQ10

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26

O cálcio, mineral mais abundante no organismo animal, é essencial na

formação do esqueleto, coagulação do sangue, regulação do ritmo cardíaco,

excitabilidade neuromuscular, ativação de enzimas e permeabilidade de membranas

(McDOWELL, 1999).

Os valores observados estão de acordo com os parâmetros fisiológicos de

bovinos, descritos por González & Silva (2003).

O sistema endócrino envolvendo a vitamina D3, o paratormônio (PTH) e a

calcitonina, responsáveis pela manutenção dos níveis sanguíneos de cálcio, atua de

forma bastante eficiente para ajustar-se à quantidade de cálcio disponível no

alimento e às perdas que acontecem, principalmente na gestação e na lactação. O

firme controle endócrino do Ca faz com que seus níveis variem muito pouco (17%)

comparado com o fósforo (variação de 40%) e o magnésio (variação de 57%).

Portanto, o nível sanguíneo de cálcio não é um bom indicador do estado nutricional,

enquanto que os níveis de fósforo e magnésio refletem diretamente o estado

nutricional com relação a estes minerais (WITTWER et al., 1993).

Os níveis de Ca e P no sangue são regulados pelo paratormônio, calcitonina

e pela vitamina D e estão inter-relacionados (CAVALHEIRO & TRINDADE, 1992).

A absorção de Ca no intestino diminui com a idade. Quando ocorrem

desequilíbrios, os animais mais velhos não são capazes de mobilizar reservas,

sendo, portanto, mais suscetíveis a sofrerem hipocalcemia. Este transtorno também

foi detectado em animais que têm alta produção de leite, devido à grande perda de

Ca, diariamente (GONZALEZ, 2000).

Denek et al. (2006), estudando o efeito da carga de calor na utilização de

nutrientes e nos parâmetros do sangue de 16 cordeiros Awassi de 2 anos de idade,

alimentados com diferentes níveis e tipos de forragem, observaram que as

concentrações de Ca no soro foram afetadas pelo tipo e nível da forragem, mas não

pela carga de calor (MARQUES, 2007).

5.2.3. Fósforo

A concentração sérica de fosfato inorgânico não foi afetada pela utilização de

CoQ10 ou pelo tempo de amostragem (Tabela 5). A média de fosfato inorgânico

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sérico nos animais suplementados e não suplementados foi de 7,97 mg/dL e 7,76

mg/dL, respectivamente.

O fósforo circulante no organismo de ruminantes está tanto na forma orgânica

como na inorgânica, predominando a forma inorgânica numa relação de 4:1, sendo

que esta forma está presente principalmente no plasma e predominantemente

ionizado. Nos eritrócitos, o P está ligado na forma de éster (BARCELLOS, 1998).

Timm (2001) afirma que os níveis de fósforo podem permanecer inalterados

no sangue por longos períodos após exposição à deficiência. No entanto, valores

baixos asseguram o diagnóstico de carência.

Tabela 5. Dados de fósforo, expressos em mg/dL, em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 8,04 8,38 6,88 7,76

1,45 CoQ10 (+) 7,39 10,03 6,49 7,97

Média 7,71 B 9,20 A 6,68 B

DMS 0,83

CV% Parcela 21,61 Subparcela 26,30

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação, CoQ10(+) Tratamento com suplementação de 20 mg CoQ10

Estes valores estão de acordo com os parâmetros fisiológicos normais nos

bovinos, descritos por González & Silva (2003).

5.2.4. Uréia sérica

Na tabela 6, pode-se observar que, nas três amostragens realizadas, os

valores séricos de uréia não foram afetados pela suplementação com CoQ10. Houve

redução na concentração deste metabólito com o aumento da idade dos animais,

ocorrendo diferença significativa somente entre os valores obtidos na primeira e

terceira amostragens.

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Tabela 6. Uréia sérica, expressa em mg/dL, em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 32,41 32,04 29,24 31,23 a 3,96 CoQ10 (+) 36,90 32,29 30,08 33,09 a Média 34,66 A 32,16 AB 29,66 B DMS 4,86

CV% Parcela 25,24 Subparcela 21,62

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação, CoQ10(+) Tratamento com suplementação de 20 mg CoQ10

Valores de concentração sanguínea da uréia são determinados pela

velocidade de desintoxicação da amônia e pela quantidade e velocidade de sua

síntese hepática, considerando-se a sequência de eventos proteólise e formação de

aminoácidos; desaminação de aminoácidos e produção de amônia; utilização da

amônia para síntese protéica microbiana e/ou condensação de duas moléculas de

amônia com CO2 para formação de uréia (CONTRERAS, 2000).

A avaliação do perfil metabólico, ligada ao estado nutricional e desempenho

reprodutivo, tem despertado o interesse de diversos pesquisadores, enfocando

principalmente as maiores exigências nutricionais associadas com o melhor

desempenho produtivo dos rebanhos, em contraponto, apresentam queda nas taxas

reprodutivas e maior teor dos metabólicos protéicos do sangue, como uréia e

albumina (PEIXOTO et al., 2007).

Os níveis de uréia sanguínea além de sofrerem influência do fator etário

também se alteram em função da ingestão protéica (BENESI et al, 2005).

Para se determinar a concentração de uréia no sangue é importante

considerar a quantidade de proteínas ingeridas na ração, pois animais que são

alimentados com dietas deficitárias em proteínas apresentam valores baixos de

uréia no sangue (GONZALEZ et al., 2000).

Outro fator que também está relacionado à concentração de uréia no sangue

é a energia. Gonzales et al. (2000) observou que bovinos que utilizavam dietas com

déficit de energia mostraram valores altos de uréia no sangue.

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29

Cerca de 60 a 80% da proteína é transformada em amônia no rúmen, que é

utilizada pelos microrganismos ruminais para a síntese de suas proteínas

estruturais. A amônia absorvida chega ao fígado por via sangüínea, onde é

transformada em uréia. A proteína degradável está acompanhada por proteínas não

degradáveis que escapam à utilização ruminal, sendo absorvida na forma de

aminoácidos no intestino delgado. A diminuição da ingestão de energia influi

inversamente na concentração de amônia ruminal devido à redução da síntese

protéica microbiana, elevando a concentração de uréia sangüínea. Dessa forma, os

valores de concentração sanguínea da uréia são determinados pela velocidade de

desintoxicação da amônia e pela quantidade e velocidade de sua síntese hepática,

considerando-se esta seqüência de eventos: proteólise e formação de aminoácidos;

desaminação de aminoácidos e produção de amônia; utilização da amônia para

síntese protéica microbiana e/ou condensação de duas moléculas de amônia com

CO2 para formação de uréia (CONTRERAS, 2000).

Mas ainda vale lembrar que, além dos fatores mencionados anteriormente

como agentes que interferem na concentração da uréia, o parto e a lactação

também podem ser responsáveis por alteração na concentração de uréia

(MARQUES, 2007).

Segundo Mulholland et al. (1976), o principal fator controlador dos níveis de

uréia no plasma é a formação de amônia no rúmen, e o nível de uréia no sangue

parece refletir as modificações na produção de amônia ruminal. Desta forma, a

concentração de uréia no sangue é influenciada pela extensão que os aminoácidos

absorvidos são oxidados e pela absorção de amônia do rúmen, refletindo

substancialmente a extensão do balanço de nitrogênio da dieta, considerando-se

tanto as exigências dos microrganismos ruminais como as do animal hospedeiro

(MARQUES, 2007)

5.2.5 Albumina sérica

Na tabela 7, pode-se observar que, nas três amostragens realizadas, os

valores séricos de albumina não foram afetados pela suplementação de CoQ10. Os

menores valores foram observados na terceira amostragem, diferindo

significativamente da segunda amostragem.

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No caso das proteínas, os dois principais indicadores do metabolismo em

ruminantes são os níveis séricos de uréia e albumina; a uréia demonstra o estado

protéico do animal em curto prazo, enquanto que a albumina o demonstra em longo

prazo (PAYNE & PAYNE, 1987).

A albumina é considerada o indicador mais sensível para determinar o estado

nutricional protéico; valores persistentemente baixos de albumina sugerem

inadequado consumo protéico. Ela é a principal proteína plasmática sintetizada no

fígado e representa cerca de 50 a 65% do total das proteínas séricas, além de

contribuir com 80% da osmolaridade do plasma sanguíneo. Entretanto, para detectar

mudanças significativas na concentração de albumina, é necessário um período de

pelo menos um mês, devido à baixa velocidade de síntese e de degradação desta

proteína no ruminante (PAYNE & PAYNE, 1987).

A bioquímica das proteínas séricas é de primordial importância na avaliação

do estado nutricional, podendo indicar alterações metabólicas e auxiliar no

diagnóstico clínico de diversas enfermidades. Para uma interpretação correta dos

resultados obtidos, existe a necessidade de se conhecer os valores de referência

para as diferentes espécies, raças, sexos e idades de animais criados em diferentes

regiões do Brasil, e sob diversas condições de manejo (BARIONI et al., 2001).

Wittwer et al. (1987) defendem que a albuminemia pode variar ao longo do

ano em função das variações climáticas e o efeito destas sobre as pastagens. No

verão, é comum encontrar altos níveis de albumina sérica, pelo fato das pastagens

apresentarem melhor qualidade. González et al. (2000) relataram variações mensais

de uréia e albumina em novilhas de corte em pastagens nativas do Rio Grande do

Sul, sendo janeiro e junho os meses em que ocorre maior deficiência de substratos

protéicos na dieta, com maior falta em junho, indicada pela queda simultânea de

albumina e uréia sangüíneas neste mês. Nos meses de março e julho, haveria uma

moderada deficiência de proteína, que se reflete na diminuição da uréia sanguínea

sem, porém, atingir a albumina.

Segundo Guyton (1978) a albumina é a principal responsável pela

manutenção da pressão osmótica no soro sangüíneo, podendo a sua concentração

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variar, também, em conseqüência da flutuação de outras classes de proteínas

séricas (citado por MARQUES, 2007)

A hipoalbuminemia pode afetar o metabolismo e as concentrações obtidas de

outras substâncias devido ao papel da albumina como transportador, principalmente

de cálcio, fructosamina e ácidos graxos livres, além de causar queda da pressão

osmótica do plasma com probabilidade de levar a ascite, o que ocorre quando a

concentração de albumina cai para menos de 20 g/L. Aumentos de albumina ficam

praticamente restritos a situações de desidratação (GONZÁLEZ, 2010).

Tabela 7. Albumina sérica, expressa em g/L, em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 25,14 26,42 23,61 25,06 a 2,14 CoQ10 (+) 27,26 27,98 24,24 26,50 a Média 26,20 AB 27,20 A 23,93 B DMS 2,38

CV% Parcela 16,97 Subparcela 13,22

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação de 20 mg CoQ10

5.2.6 Lipídeos totais séricos

Na tabela 8, pode-se observar que durante o período experimental não houve

efeito significativo da suplementação com CoQ10 nos teores séricos de lipídeos

totais. Valores inferiores foram observados na segunda amostragem do período

experimental.

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Tabela 8. Lipídeos séricos totais, expressos em mg/dL, em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 221,84 139,19 244,03 201,69 a 15,37 CoQ10 (+) 231,92 159,56 224,57 205,35 a Média 226,88 A 149,38 B 234,30 A DMS 30,92

CV% Parcela 15,44 Subparcela 21,70

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

5.2.7 Fosfatase alcalina sérica

Na tabela 9, pode-se observar que os valores séricos na terceira amostragem

(56 dias) foram inferiores nos animais recebendo suplementação com CoQ10, sendo

que nos demais períodos não houve diferença significativa entre os tratamentos.

Pode–se observar também, que os níveis séricos foram mais constantes nos

animais com suplementação com CoQ10, não havendo diferenças significativas

entre os períodos de amostragem, fato não observado entre os animais sem

suplementação.

Tabela 9. Atividade de fosfatase alcalina sérica, expressa em UI/L, em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 108,11 aA 87,03 aB 107,75 aA 100,96 14,00 CoQ10 (+) 97,18 aA 86,53 aA 85,12 bA 89,61 Média 102,65 86,78 96,44 DMS 13,76

CV% Parcela 22,24 Subparcela 14,84

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

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33

Em animais normais, a atividade da fosfatase alcalina (ALP) origina-se

principalmente dos ossos e fígado. Elevações nas atividades desta enzima são

observadas em animais em crescimento ou em adultos com atividade osteoblástica.

A atividade da ALP pode também estar elevada nas doenças hepáticas agudas e

crônicas; porém, aumentos marcantes não são indicativos de colestase (TENNANT,

1997).

Autores, como Luvizotto (1984), em estudos realizados considerando

condições patológicas como o hiperparatireoidismo em bovinos, encontrou

correlação entre os níveis do Ca e os níveis da fosfatase alcalina e afirmou que a

relação entre eles era de proporcionalidade inversa. Simensen (1970) e Coles

(1984) consideraram que a fosfatase alcalina participa dos processos de aposição

óssea e também do processo de reabsorção e, por isso, em casos de

hiperparatireoidismo, seus níveis mostram-se elevados. A condição de

hiperparatireoidismo a que se referem esses autores é condizente com o a situação

de baixos índices de Ca na dieta animal (Hiperparatireoidismo nutricional

secundário).

5.2.8 Magnésio sérico

Na tabela 10, pode-se observar que, não houve efeito da suplementação com

CoQ10 ou do tempo de amostragem sobre os valores séricos de magnésio.

O magnésio é o quarto elemento mais abundante no organismo e está

associado com o Ca e o P nos tecidos e no metabolismo animal (CAVALHEIRO &

TRINDADE, 1992). Não existe controle homeostático do Mg, por isso a sua

concentração sangüínea reflete diretamente o nível da dieta.

O controle renal de Mg está mais direcionado para prevenir a

hipermagnesemia, mediante a excreção do excesso de Mg pela urina. Diante de

uma deficiência de Mg, seus níveis na urina caem a praticamente zero. Assim, os

níveis de Mg na urina também podem ser indicadores da ingestão do mineral.

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34

Tabela 10. Magnésio sérico, expressos em mg/dL, em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 2,37 2,47 2,18 2,34 a 0,15 CoQ10 (+) 2,25 2,40 2,33 2,33 a Média 2,31 A 2,44 A 2,26 A DMS 0,19

CV% Parcela 13,65 Subparcela 11,79

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação, CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

A hipomagnesemia tem sérias consequências para os ruminantes podendo

levar até a morte, enquanto que a hipermagnesemia não causa maior transtorno. A

hipomagnesemia pode levar à tetania hipomagnesêmica, doença causada pela

baixa ingestão de Mg na dieta ou pelo consumo aumentado de compostos que

causam interferência com o Mg, tais como potássio e proteínas. O Mg está mais

disponível em forragens secas e em concentrados do que em pastos frescos.

Pastagens jovens com altos níveis de proteína e K inibem a absorção de Mg. O Mg

é absorvido no intestino mediante um sistema de transporte ativo que pode ser

interferido pela relação Na:K e ainda pela quantidade de energia, de Ca e de P

presentes no alimento. A hipomagnesemia também pode ser consequência de uma

excessiva lipólise em decorrência de uma deficiência de energia.

O nível de Mg no perfil metabólico pode indicar estados subclínicos antes de

surgir o problema (nível normal 2,0-3,0 mg/dL), sendo especialmente útil antes do

parto para evitar problemas de tetania no pós-parto, geralmente complicados com

febre de leite (WITTWER et al., 1993).

5.2.9 Creatina sérica

Na tabela 11, pode-se observar que os valores séricos na terceira

amostragem (56 dias) foram inferiores nos animais recebendo suplementação com

CoQ10, sendo que nos demais períodos não houve diferença significativa entre os

tratamentos. Entre os animais sem suplementação pode-se observar que ocorreu

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35

aumento nos níveis séricos com o avançar da idade, fato não observado entre os

animais suplementados.

A creatinina sérica é uma substância nitrogenada não protéica, formada a

partir do metabolismo muscular da creatina e da fosfocreatina, não sendo

influenciada na sua formação, nem pela dieta ou pelo catabolismo protéico, por isso

não sofreria influência dos fatores etários ou sexuais.

A capacidade funcional renal vai sendo gradativamente assumida pelo

neonato, refletindo no comportamento observado para a creatinina (BENESI, 2005).

Ao nascimento várias alterações ocorrem para permitir a sobrevivência dos

neonatos. Os rins assumem o controle do balanço hidroeletrolítico e as trocas

gasosas são realizadas pelos pulmões, assumindo esses órgãos as funções da

placenta. Em razão disto, a creatinina sérica avaliada em sua pesquisa sofreu uma

queda de 50 % nas primeiras 24 horas de vida dos bezerros avaliados

provavelmente devido ao aumento do fluxo sanguíneo renal que ocorre ao longo da

primeira semana de vida (BENESI, 2005).

Tabela 11. Creatina sérico, expresso em mg/dL, em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 1,05 aB 0,92 aB 1,47 aA 1,15 0,23 CoQ10 (+) 1,25 aA 1,01 aB 1,19 bAB 1,15 Média 1,15 0,96 1,33 DMS 0,21

CV% Parcela 26,68 Subparcela 20,71

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação, (oQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

Adams et al. (1993) relataram que o alto teor de creatinina ao nascimento

reflete a pobre remoção placentária e, não um mau funcionamento dos rins fetais.

Quando o neonato é sadio, suas taxas séricas de creatinina diminuem nos dias

subseqüentes devido a ação renal. Este mesmo decréscimo foi relatado por Egli &

Blum (1998).

Segundo Benesi (2005) é incorreto acreditar numa possível influência

nutricional nos teores deste catabólito, pois os resultados obtidos para creatinina

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sérica em sua pesquisa mostraram-se mais homogêneos do que aqueles

observados para uréia sérica, descartando-se tal possibilidade.

A possível influência da constituição muscular sobre os teores séricos de

creatinina também foi descartada devido a homogeneidade dos resultados ao longo

dos 30 dias experimentais (BENESI, 2005).

5.2.10. Proteínas séricas totais

Na tabela 12, pode-se observar que, não houve efeito da suplementação com

CoQ10 sobre os valores séricos de proteína total. Os maiores valores foram obtidos

na primeira amostragem, não diferindo significativamente da terceira.

As principais proteínas plasmáticas são a albumina, as globulinas e o

fibrinogênio. Elas estão envolvidas em múltiplas funções, tais como a manutenção

da pressão osmótica e da viscosidade do sangue, o transporte de nutrientes,

metabólitos, hormônios e produtos de excreção, a regulação do pH sanguíneo e a

participação na coagulação sanguínea.

Tabela 12. Dados de proteína total sérica, expressos em g/L em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 6,16 5,46 5,96 5,86 a 0,46 CoQ10 (+) 5,69 5,54 5,69 5,64 a Média 5,92 A 5,50 B 5,82 AB DMS 0,33

CV% Parcela 16,43 Subparcela 8,19

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey P<(0,05). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação, CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

As proteínas sanguíneas são sintetizadas principalmente pelo fígado, sendo

que a taxa de síntese está diretamente relacionada com o estado nutricional do

animal, especialmente com os níveis de proteína e de vitamina A, e com a

funcionalidade hepática. A hipoproteinemia pode ser indicadora de estados de

subnutrição, bem como de insuficiência ou de lesão hepática e hemorragias.

Animais jovens têm valores menores que os animais adultos (PAYNE & PAYNE,

1987). Hiperproteinemia pode ser observada em casos de desidratação, infecções,

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37

tumores e, artificialmente, em amostras hemolisadas. Foram relatados valores de

proteína total sérica em vacas da raça Holandesa no sul do Brasil de 84,5 + 18,8 g/L

(GONZÁLEZ et al., 1996).

5.2.11. Colesterol total e HDL séricos

Na Tabela 13, pode-se observar que não houve efeito da suplementação com

CoQ10 sobre os valores séricos de colesterol total, no entanto, com base nos dados

da Tabela 14, pode-se observar que a concentração sérica de HDL foi superior nos

animais com suplementação de CoQ10, não havendo efeito do tempo de

amostragem.

Tabela 13. Dados de colesterol total sérico, expressos em g/l em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 90,51 130,56 130,68 117,25 a 6,51 CoQ10 (+) 93,50 132,63 130,10 118,74 a Média 92,01 B 131,60 A 130,39 A DMS 7,73

CV% Parcela 11,28 Subparcela 9,37

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ( 5% ). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

Tabela 14. Dados de colesterol HDL sérica, expressos em g/l, em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 64,54 a 65,55 b 65,29 b 65,13 3,28 CoQ10 (+) 64,41 a 71,74 a 71,37 a 69,17 Média 64,47 A 68,64 A 68,33 A DMS 5,19

CV% Parcela 10,01 Subparcela 11,04

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ( 5% ). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

O colesterol nos animais pode ser tanto de origem exógena, proveniente dos

alimentos, como endógena, sendo sintetizado a partir do acetil-CoA no fígado, nas

gônadas, no intestino, na glândula adrenal e na pele. A biossíntese de colesterol no

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38

organismo é inibida com a ingestão de colesterol exógeno. O colesterol circula no

plasma ligado às lipoproteínas (HDL, LDL e VLDL). Os níveis de colesterol

plasmático são indicadores adequados do total de lipídeos no plasma, pois

corresponde a aproximadamente 30% do total. O colesterol é necessário como

precursor dos ácidos biliares, os quais fazem parte da bile, e dos hormônios

esteróides (adrenais e gonadais). É excretado pela bile, na forma de ácidos biliares,

ou na urina, na forma de hormônios esteróides.

Aumento nos valores do colesterol sanguíneo podem ser observados em

casos de hipotireoidismo, diabetes mellitus, obstrução biliar, síndrome nefrótico,

dieta rica em gorduras, gestação e início da lactação. Os animais mais jovens, em

geral, têm menor teor de colesterol que os mais velhos. Diminuição de colesterol

sanguíneo pode ser observada em casos de insuficiência hepática, dieta baixa em

energia, hipertireoidismo e no pré-parto.

Pogliani & Birgel Jr. (2007) com o intuito de estabelecer os valores de

referência do lipidograma de bovinos, da raça Holandesa, criados no Estado de São

Paulo, examinaram amostras de soro e plasma sangüíneo de 413 bovinos

clinicamente sadios encontrando assim os seguintes valores de referência:

colesterol – entre 86,5 e 120,8 mg/dL para bezerros com até 3 meses.

5.2.12 Triglicerídeos séricos

Na Tabela 15, pode-se observar que, não houve efeito da suplementação

com CoQ10 sobre os valores séricos de triglicerídeos. Os maiores valores foram

obtidos na terceira amostragem, não diferindo significativamente da primeira.

Os triglicérides são ésteres de glicerol e ácidos graxos provenientes da dieta

ou sintetizados no fígado. São transportados no plasma pelas lipoproteínas para o

tecido adiposo, muscular e outros, onde são utilizados como fonte de energia

celular.

Dokovic et al. (2005) mostraram que em vacas cetósicas a concentração

sérica de TG é menor que em vacas sadias porque os TG podem estar se

acumulando no tecido hepático e não saem para a circulação. González et al. (2009)

relatam que 52% de vacas com alta lipomobilização no primeiro mês de lactação e

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43% de vacas com baixa lipomobilização no terceiro mês de lactação, tiveram

valores de TG <10,6 mg/dL.

Tabela 15. Dados de triglicerídeos séricos, expressos em mg/dL em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 12,70 6,92 12,33 10,65 a 0,90 CoQ10 (+) 11,48 7,50 12,26 10,41 a Média 12,09 A 7,21 B 12,30 A DMS 1,23

CV% Parcela 17,52 Subparcela 16,77

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ( 5% ). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

5.2.13 Enxofre sérico

Na Tabela 16, pode-se observar que, aos 56 dias a suplementação com

CoQ10 promoveu redução nos teores de enxofre sérico. Observou-se redução nos

níveis séricos de enxofre com o avançar da idade dos animais, sendo esta redução

de forma mais acentuada nos animais com suplementação de CoQ10.

Usualmente, tem sido recomendada a dosagem dos teores de enxofre dietético

para avaliar o status deste elemento em ruminantes; Entretanto, em relação à

concentração deste nas pastagens, deve-se considerar sua biodisponibilidade, já

que boa parte do enxofre contido nas forragens não está disponível para os

ruminantes, e sua absorção depende ainda da interação com outros elementos

minerais (McDOWELL, 1999). Por esse motivo, alguns autores têm indicado a

dosagem da concentração de sulfato inorgânico sérico em bovinos, a fim de avaliar

o status de enxofre nos animais (KENNEDY & SIEBERT, 1972; ORTOLANI et al.,

2001).

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Tabela 16 . Dados de enxofre sérico, expressos em mg/l em função da suplementação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 5,00 aA 4,32 aB 3,66 aC 4,33 0,62 CoQ10 (+) 4,64 aA 4,83 aA 2,80 bB 4,09 Média 4,82 4,58 3,23 DMS 0,50

CV% Parcela 14,67 Subparcela 14,90

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ( 5% ). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

5.2.14 Aspartato aminotransferase (TGO)

Na Tabela 17, pode-se observar que, não houve efeito da suplementação

com CoQ10 sobre os valores séricos de aspartato aminotransferase. Aos 28 dias

ocorreu redução nos níveis séricos deste atributo, não diferindo dos valores obtidos

aos 56 dias.

Juntamente com outras enzimas, a dosagem da TGO é mais empregada para

o diagnóstico de doenças hepáticas, cardíacas. Valores elevados dessa enzima

podem ser encontrados em diversas patologias, como: hepatites, cirrose hepática,

necrose hepática, metástase hepática, drogas hepatotóxicas, processo infiltrativo

hepático (tumor), infarto do miocárdio, operações cardíacas, angioplastia e

cateterização cardíaca, pancreatite aguda, trauma muscular esquelético,

queimaduras graves, anemia hemolítica aguda, distrofia muscular progressiva,

mononucleose infecciosa com hepatite, doenças musculares primárias (miopatia,

miosite), doença renal aguda e convulsões recentes (LOPES, 2010).

A aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico-oxalacética

(GOT ou TGO) é uma enzima encontrada em concentração muito alta no músculo

cardíaco, no fígado, músculos esqueléticos e em menor concentração nos rins e

pâncreas. Nas células hepáticas, a AST localiza-se no citoplasma (40%) e na

mitocôndria (60%). Qualquer lesão tissular ou doença afetando o parênquima

hepático liberará uma maior quantidade da enzima para a corrente sanguínea,

elevando os níveis séricos da AST. Sempre que ocorrer uma lesão hepatocelular de

qualquer etiologia haverá uma grande liberação da enzima AST para a corrente

sanguínea, elevando seus níveis séricos. (LOPES, 2010).

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41

Na hepatite virótica aguda, os níveis de AST encontram-se quase sempre

elevados em mais de 10 vezes o limite superior da faixa de referência e em alguns

casos ultrapassam a 20 vezes esse limite superior de normalidade. Entretanto,

dentro de uma a duas semanas, os valores de AST diminuem bastante podendo cair

para a faixa normal ou apresentar ligeiro aumento. (LOPES, 2010). Nos casos de

obstrução extra-hepática, as elevações de AST não são comuns, mas podem

ocorrer quando há lesão parenquimatosa secundária aguda. Na cirrose, as

alterações da AST e seus respectivos níveis vão depender da ocorrência e do grau

de lesão hepatocelular ativa presente. Geralmente, na cirrose inativa os valores de

AST não se alteram. Na cirrose alcoólica ativa, os valores de AST se elevam

moderadamente (LOPES, 2010).

Tabela 17. Dados de aspartato aminotransferase sérico, expressos em U/L em função da suplantação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 67,92 71,84 73,05 70,94 a 2,02 CoQ10 (+) 67,80 73,45 72,24 71,16 a Média 67,86 B 72,65 A 72,65 A DMS 2,30

CV% Parcela 5,83 Subparcela 4,63

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ( 5% ). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

5.2.15. Cloreto

Na Tabela 18, pode-se observar que, aos 56 dias a suplementação com

CoQ10 elevou os teores de cloreto sérico. Animais pertencentes ao tratamento

Testemunha não apresentaram alterações séricas deste atributo durante o período

experimental, no entanto, entre os animais suplementados com CoQ10 observou-se

elevação nos níveis séricos no terceiro período amostral.

O cloreto (Cl-) é o principal íon negativo extracelular do corpo. Sua função mais

importante é manter a neutralidade elétrica, principalmente como uma contrapartida

ao íon de sódio. As alterações séricas de cloreto muitas vezes são acompanhadas

pela perda ou pelo excesso de sódio no corpo.

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Benesi et al. (2005) encontraram oscilações nos níveis séricos deste atributo

ao longo dos 30 dias do período experimental, no entanto, não foi observada

influência significativa do fator etário sobre os teores séricos deste eletrólito. Tal

constatação também foi descrita por Adams et al. , 1993 que estudaram bezerros

durante as primeiras 48 horas de vida. Isto sugere que este eletrólito não sofreu

influência das diversas variações fisiológicas que ocorrem durante o período

neonatal.

Tabela 18. Dados de Cloreto sérico, expressos em U/L em função da suplantação com CoQ10 e da época da amostragem.

Tratamentos Período experimental (dias)

Média

DMS 0 28 56

CoQ10 (-) 87,85 aA 84,38 aA 89,93 bA 87,39 6,03 CoQ10 (+) 88,70 aB 87,39 aB 108,25 aA 94,78 Média 88,27 85,89 99,09 DMS 5,20

CV% Parcela 7,60 Subparcela 6,69

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ( 5% ). CoQ10(-) Tratamento sem suplementação; CoQ10(+) Tratamento com suplementação com 20 mg CoQ10

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43

6. CONCLUSÕES

A suplementação com CoQ10 promoveu melhora no desempenho ponderal de

bezerras da raça Holandesa, que pode ser justificada pelas alterações ocorridas no

perfil metabólico dos animais suplementados. Entre os atributos relacionados com o

metabolismo energético, pode-se ressaltar que os níveis de glicose foram superiores

entre os animais suplementados. Entre os constituintes da fração lipídica, somente o

HDL apresentou-se elevado entre os animais suplementados. Nenhuma alteração foi

constada no metabolismo protéico e entre os constituintes da fração mineral,

alterações significativas foram observadas nas concentrações séricas de enxofre

(redução) e cloreto (aumento).

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