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Abstrato Amor Porque o amor é sempre a redundância do bem.
Maxximus Soares
O Lírico
Apresentação: Edinaldo Soares
___________________________________________
2014
______________________________________
Agradecimentos
A Deus por sempre acreditar que ainda posso servi-lo.
Aos amigos sempre por perto; aos amigos distantes
que nunca se fizeram longe.
A família, aos meus irmãos e sobrinhos que amo muito.
Aos primos, tios e tias.
Em Especial ao meu pai, Anestor Soares de Souza
– O Homem Bom. (in memoria).
______________________________________
______________________________________
ABSTRATO AMOR
Eu tenho pena de quem nunca morreu de
amor,
Ah, esses não conhecem como é
ressuscitar,
E depois rir daquele padecer
E até tripudiar do fato de morrer.
______________________________________
A Brisa
Parou à beira do caminho
Assoviou para os passarinhos
Contemplou flores silvestres
Sentou-se
Postou a mão sob o queixo
E o cotovelo sobre o joelho
Os olhos direcionados ao céu
Perdidos, nem viam o quanto era azul
Uma brisa tocou-lhe o rosto
Sorriu...
A Essência Genuína do Amor
Se um dia entender que deva partir Mesmo que uma lágrima teime a cair
Oferecer-te-ei meu sorriso mais sincero E olharei pela última vez profundo
Mesmo que eu veja em teus olhos uma verdade A me dilacerar sem piedade
E mesmo sabido da solidão que ronda Desejar-te-ei plena alegria Que o amor fale mais alto Mais brando que o orgulho Que um puro sentimento
Jamais permita Esse egoísmo que limita
E que Minha alma não vague Pelo escuro caminho do rancor
Que esta faculta liberdade Seja a essência genuína do amor
A Décima do Espelho
E viu naquela face
Os olhos e os lábios
Transmitindo falsidades
Cada movimento sutil
A ocultar o egocêntrico
O ser egoísta, sórdido
E no firmamento atroz
Postado do corpo os joelhos
Horrorizado de si mesmo
Ao ver a alma no espelho
A Flauta de Daví
Toda vez que um homem se perde
É triste a face de Deus
A verter em lagrimas...
...e a chuva cai lá fora
E mesmo assim chuvoso
Sairemos a cantar
E tocaremos o instrumento
Da paz a soar
Como a flauta de Davi
E nenhum dragão vencerá nestes dias
Pois o som quebrará todas as barreiras
Do ódio, da arrogância, da mentira, do egoísmo
E a vaidade só servirá para nos tornar mais belos
Em ostentação à glória de Deus
E o céu se abriu, e veio o sol...
A Matriz
No fundo ofuscado da Matriz
Há dragões vindos do caos
Da alcova do mau
Em busca incessante do egeu
E seu domínio permanente
Da essência, a Matriz
E explode a guerra
Anjos guardiões
Digladiam com dragões
No campo de batalha
Dia a dia, dias e dias a fio
O calor, a neve, o frio
A luz e a escuridão
A menina que vendia Lírios
Ela parou fitou-me nos olhos
E me perguntou: quer comprar lírios?
Observei bem aqueles olhos misteriosos
E então eu disse: Os lírios são lindos,
Assim como os seus olhos!
Foi assim; sem a mínima intenção
Apenas um comentário que surgiu
Sem perceber a natureza da ação;
Imediata, aflorado e sutil;
E ela corou-se e sorrindo cabisbaixa
Pôs-se a dizer:
_Um perfume fascinante
Desejo da alquimia
Uma pureza que emana reluzente
Por toda a parte doando magia
Uma beleza que espanta o mal
Teu mistério ilumina a paixão
Anuncia a riqueza de um ser transcendental;
Observe-os nos campos
Pois nem Salomão em toda sua glória
Vestiu-se mais belo que os lírios _. Concluiu ela.
_ Confesso ter ouvido apenas aqueles
Olhos...
Tirei algumas moedas do bolso e disse:
_Bom; se é assim dar-me um ramalhete.
Ela recebeu os trocados
E foi-se a vender lírios...
_____________________________________________
A Morte do Lírico
Foi ao findar da noite
Ainda no véu escuro da ilusão
Adormeceu toda inspiração
A poesia calou-se
Abandonou a escrivaninha
Ajeitou a gravata
Vestiu um velho terno
Rabiscou os últimos versos:
“Destituído da alegria
Cansado dos versos tristes
Aqui Jaz um poeta”
E cravou sobre a lápide:
“Nas asas dos anjos foi-se o lírico”
E abriu-se a porta da realidade
_____________________________________________
A Reza
Meus laços é com quem me laça
Com quem eu laço,
Não faço cara nem bocas
Eu abraço o abraço
Não tenho mascaras
Falta-me tempo ao falso
Lanço-me aos leões
E aprendo a andar na selva
Não tenho fé nas multidões
Mas na união eu faço a reza
_____________________________________________
A Super Nova
Ela era apenas mais um ponto
Brilhante
Uma estrela bem distante
Naquela imensidão escura
Pouco relevante
Ainda desconhecida
Que de repente cresceu
Fez-se naquele manto negro
Bilhões de vezes mais reluzente
E apagou-se, morreu.
A Tempestade
Quando a tempestade passou o homem se levantou da
cadeira
Olhou para o cão ali se enroscando a se esconder do
vento
Ainda caia alguns pingos finos e frios. Quase garoa
As goteiras aparadas pelas velhas vasilhas cessaram
com o tempo
Então ele colocou um velho casaco e caminhou para
fora da varanda
Olhou o céu e as andorinhas que voavam baixo
anunciavam que a chuva passara
Era hora de retornar aos estábulos e alimentar os
cavalos
Ir ao pasto recolher as ovelhas e protegê-las dos lobos
Mas tristemente a tempestade rompeu as estruturas
envelhecidas do estábulo
E não havia mais cavalos
E neste dia os lobos enfrentaram a tempestade
A Tua Face
A tua face
No espelho da vida
Em tua cria retratada
E você entre a cruz e a espada
Na tortura da carne
O império da miséria
Eis a sangrar a alma
É falida qualquer dignidade
E só sobra o céu de esperanças,
Pois aqui embaixo todas morrem
Em promessas não cumpridas;
No mundo mais um destino
Escrito a cravos de estanho
Porque sobreviver é preciso,
(Viver não é preciso).
Abolição
Oferecem-me migalhas
Ainda vivo do resto desse chão
Digladio em guerras desiguais
Aboliram meus direitos
Conceitos desumanos
Aboliram minha autoestima
Padrões introduzidos
Que me tornam imperfeito
A educação faz crescer valores
Nenhuma lei faz um ser “humano”
Abrigos
Não há o que curar
Nem se importe
É só saudade Mansa
Essa Brisa de toda tarde
Nesses mundos de lá e cá
Que há de sabermos enfeitar
Livros, amigos, sorrisos
Disfarces e Abrigos !
Abstrato Amor
Um beijo seu
Foi apenas um beijo
E eu caminhei sobre as nuvens
Fui passando despercebido
cavalgando elefantes alados, azuis
Tropeçando em estrelas
Viajei fora do cosmo, o paraíso
E colhi pra ti, violetas amarelas
Teus lábios e os meus; teu sabor
Pra eu me perder neste abstrato amor
Afeita, Efeito
Afeita aos meus versos
Afeita ao meu mundo
Afeita aos meus sonhos
Afeita a minha vida
Afeita a Minh ‘alma
Afeita, Afeita...
Efeito nauseante
Efeito fatigante
Afeita a mim
Efeito do fim
Andando em Círculos
Perturbo-me com esta angustia tola
Porque jogastes contra mim
Todos meus princípios e certezas
Se em verdades me ama
Já não distingo com destreza
É que estavas bem distante
Caminhando em outros sonhos
E você veio de repente
E abandonei os novos planos
Agora eu ando em círculos
Não quero mais esses espinhos
Que encontrei em teus caminhos
Mas você jura que mudou
E que tem certeza desse amor
Tento não me iludir
E novamente acreditar
Em tuas promessas de me amar
Pra sempre...
Andemos
Andemos esperando com a destreza do mar
E a serenidade do rio,
Andemos esperando com a leveza do ar
E a firmeza do chão,
Andemos esperando com astucia de um felino
E a fidelidade de um cão,
Andemos esperando um melhor dia
E uma noite estrelada,
Andemos esperando o melhor mel
E o sal pra temperar a vida
Andemos. Sempre esperando
Mas andemos...
Anjo Perverso
Adormeci por teu amor
Sonhei com teu calor
Definhei ao acordar
Por que vivi só de sonhar
Ofereci-te as minhas mãos
Minha alma e o meu coração
Desdenhastes do meu querer
Equilibrei-me mesmo a sofrer
Um cruel lado da vida
Um anjo perverso em ti criava
Eu não podia cair
Não permitir-me desistir
E o anjo perverso que prevaleceu
Apagou as chamas dos desejos meus
Mesmo alvo triste de uma vingança
Por amor, pelo bem teço esperanças
Anjos Caídos
Ela se apaixonou
Ele mais do que ninguém a amou
Ela sentiu-se protegida
Ele útil à amada
Corações intensos
Um só caminho
Planos e sonhos
Amores plenos
Ela se envaideceu
Ele sucumbiu
Ela reclamou
Ele partiu
Sonhos traídos
Corações partidos
Caminhos divididos
Anjos caídos
Anjos Ocultos
Como um livro na estante
E que ninguém lê
Anjos de asas caídas
Que insistem em voar
E são como as flores
Que enfeitam os campos
Sem ninguém as regar
Apenas os olhos da alma
Conseguem enxergar
Sândalos a perfumar
O machado que os ferem
Pedindo perdão
Domingo a cristo
Quarta a oxalá
Benditos sejam
Anjos ocultos
Exalando a pureza
De uma alma do bem
Do ser bom por natureza
Anjos tortos da Aurora
A noite dos anjos tortos
A se embrenhar nas sombras
Neste labirinto em busca do brilho
Ao encontro do outro dia
Cada passo, suplícios
Que sangram a alma
As sobras do amargo silêncio
Mas a busca é intensa
A felicidade em raios de sol
Anjos tortos da Aurora
Aquarela
Eu vejo flores e penso em você
Vem a chuva, arco-íris e eu quero ir te ver
Esperanças pincelando sonhos ao anoitecer
Você é a primeira imagem num claro azul do
amanhecer
Minha poesia num amarelo entardecer
É você que me acrescenta
A tinta que pinta páginas coloridas
Uma aquarela para vida
Uma cerca e a estrada
A casa, o jardim de margaridas
E a flor mais linda: minha amada!
Arcanjo Miguel (O príncipe do Senhor)
_Eis me aqui, senhor
Deixa que eu guie teu exército
E por tua honra empunharei minha espada
Em benefício sagrado
Por amor ouve o clamor...
E mais que angélico
Empoem o amor
Servo em marcha
O príncipe divino do senhor
E a espada de um guardião
Brilha empunhada aos céus
E a luz guia a legião
O exército de Deus
Contra o mal
_Eis-me aqui, senhor
E tua humildade
Faz-te sereno, mas forte
Protetor da humanidade
Artefato Perdido
Quando a tempestade chegar
E as nuvens parecerem escurecidas
Quando o céu estiver zangado
É preciso recolher-se
Olhar bem longe
Bem adentro
Achar o artefato perdido
A chave de concertar sonhos
Mas abandonar os remendos
Comprometer-se com a solidez
Abolir a estupidez
E novamente caminhar
Voltar a sonhar
Ataques de Borboletas
O voo é livre
É leve
Solto no ar
Bem alto
Ataques de borboletas
Rompendo tudo
Ódio, rancor, orgulho
O voo agora é livre
Segura a minha mão
Ah, liberdade ao coração...
O céu azul
Perto de Deus
Pairar o mar
Enfim, a gente pode voar
Ausentes
Quando o pensamento pra longe ausenta
Quando me lembro de você e a saudade aumenta
Choro por causa dessas distâncias
E sorrio quando me vem boas lembranças
O amor se foi e tudo é tristonho
Os dias se tornam longos e enfadonhos
Uma eternidade de lamentos
Quantos sonhos se perderam com os anos
O tempo em que nos ausentamos de nossas vidas
E passamos a viver das despedidas
De cada sentimento que cultivamos
Que foi morrendo e causando profundas feridas
E só nos machucamos
E agora tão próximos
E tão distantes
Em nossos rostos marcados
A tristeza refletida no semblante
Bênção Divina
Um sonho a perambular o presente
No futuro uma esperança
E a bailarina saudade dança
À noite, no coração dos amantes
Mas é do amor, a força Bendita
Que vai construindo pontes
E plataformas firmes
Entre corações e almas
A historia rabiscada no tempo
Vai criando vida, vivida...
É sábia a calma, a espera
Porque tem bênção divina
Aqueles que semeiam o amor
No coração do outro
Caixa de Lembranças
Tudo passa, muda
Cresce, apequena-se
Muitas vezes chega, fica
Mas enferruja, adormece
E é como se fosse embora
Tenho uma enorme caixa de lembranças
Nela guardo todos os bons momentos
E às vezes até esperanças
Construtores de Destinos
Ergamo-nos do trono confortável da mediocridade
Pois somos a fortaleza de nos mesmos,
Despertamo-nos do sono do conformismo
Deixamos o gigante romper o lacre do medo
Vamos matar o demônio do egoísmo
Vamos exorcizar o fantasma da dor
É do desafio que nasce o vencedor
É acordado que se faz sonhos possíveis
Abandonemos o acaso da vida em nossa jornada
E passamos a ser construtores de destinos
Caminharemos ao jardim colhendo as flores da estrada
E mesmo que haja muitos espinhos
O sangue que jorrará das mãos
Regará cada vitória em nossos caminhos
Décima ensandecida
No Décimo da Balança
E da intensidade do Escorpião
E na décima primavera
Eis o Décimo Rei de Canaã
Na deturpação da Décima lei
Degolados adoradores de Baal
Nas entranhas do templo de Vênus
Por Decimus deposto um Cezar
E a terra ainda prometida, Incompreendida
Nesta Décima ensandecida
Déjà vu
Eu ando catando casos vencidos
Vivendo de amores perdidos
Nas armadilhas do tempo
E que se foram com o vento
Saudoso no meu All Star
Não vejo o dia passar
Eu tenho um Ice Kiss
Eu ando tão Bee Gees
Num déjà vu que me move
How Deep Is your Love
Descendentes de Cam
_O que há poeta
O que desagrada
E machuca o coração
E me leva à comoção
_Todos os cantos são tristes
A felicidade não existe
Onde não há mais sonhos
E só os restam prantos
Este soneto é duro
Aos que pouco veem
Do outro lado do muro
É onde vivem os pombos escuros
Injustificados, injustiçados: Descendentes de Cam
Pagando os pecados do mundo
Despidos
Teus pés a roçar os meus
Teus cantos, teus continentes
Minhas mãos em seus cabelos,
A periciar tua derme, ardente;
E num suspiro morno da tua boca
A despudorada resposta neste enlaço
Latente, essa troca
Dentro de ti, de mim te faço
Eu, você: sem juízo
Mais uma vez perdidos
Um nos num só
Dos pudores despidos
Diário (Vida)
A fé e uma estrada
O conhecimento é uma espada
Afiada na busca incessante
Nessa biblioteca constante
A vida ávida
Na vida:
Sem manual de padrões
Nem aquele dicionário
De frases prontas, e
Palavras programadas
Uma mente à frente
Que abraça o novo
Recriando-se
Com a beleza da autenticidade
De uma verdade que cura
Sem a maldade que fere
O presente e o passado
E um futuro moldando
Nessa caminhada
Um Diário de retratos
Momentos...
_____________________________________________
É assim o Nosso Amor
Entre amar e te odiar
É um instante entre outro
Eu peço que vá e você fica mais um pouco
E eu te quero pra sempre
Eu tento beijar-te e você vira o rosto
Me dilacera o orgulho,
Pede-me pra partir
E eu não vou;
Você me olha, balança a cabeça, sorrir...
É assim o nosso amor.
É Bom ter Saudade
Bem distante o horizonte
Reflexo da retina as imagens mais belas
A saudade é um caminho permanente na mente
Desejos vão criando a vida em paralelas
É bom e às vezes ardente
Ter saudade mesmo sucumbido
Nessa vontade de voltar e alcançar o monte
Avistar o outro lado de um sonho adormecido
Maquiado num sorriso e imbuído nas dores
Mas ter saudade é bom, mesmo quando ficamos frágeis
Amigos, um cantinho, canções, sabores, amores...
Tenho vontade de despertar do sonho
Acordar o amante incondicional
Que deslumbra a saudade além do Horizonte AMADO
É BOM TER SAUDADE!
É só você Chegar
A noite fria se aproxima
Mas nem me importo
Porque tenho os teus braços
Como um abrigo
E as estrelas vão brilhar
É só você chegar
Eu tenho o céu azul
Nos dias chuvosos
E raios de luz
Na escuridão
Meu lamento é de saudades
Não conheço solidão
É só você chegar
E tudo se alegrar
E se você partir
Por um segundo
Vem a saudades ruir
E tudo Valerá
A gentileza ou
A estupidez proferida;
A bondade ou
A maldade imposta;
A lealdade ou
A falsidade cedida;
A fidelidade ou
A traição oferecida;
A honestidade ou
A corrupção articulada;
O amor ou
O ódio disseminado;
A Paz ou
A guerra decretada;
E chegará o momento em que Tudo valerá,
Aos olhos do mundo valerá,
Aos olhos de Deus Valerá!
_____________________________________________
Ecos do Tempo
La fora
A chuva
Fina
Fria
Velhas
Vasilhas
Vazias
Goteiras
Pingam
Tilintam
Imitam
O sino
O som
Do vento adentro, Ecos do tempo
______________________________________
Ela, eu
Enfim nos achamos
E nos entrelaçamos
Eu pássaro livre
Voando em declive
Ela flor; dia amável
Em um mundo, indomável
E agora:
Ela é dona de mim
Faz das noites sem fim
Tem um dom que me nega
E de repente se entrega
Encontrar-te ou Reencontrar
Eu sei que sempre serei seu
Eu que nem te conheci
E você que também nunca me viu
Mas eu te amarei pra sempre
Talvez você seja alguém que não notei
Ou se tua notória beleza observei
Relapso deixei fugir da memória
Talvez por uma ilusão perturbada
Pode ser que já tenha te sentido
Em um dia ou uma noite badalada
E no fim da madrugada te perdido
Proposto ao exercício de te amar
É que me imponho ao constante ato
De encontrar-te ou reencontrar
Epitáfio de um Amante
Assim bem fácil
Destilou o amor
E mostrou todo o encanto
Alinhou-o à paixão e reproduziu
Em demasiado amou
Todas em atos vis (?)
E mostrou o céu sem pudor
Paixão em tom viril
Luzes acesas, acalorados
Amado, amou e partiu
Esperando papai Noel Chegar
Tantos passarinhos a voar
Imagino minha pipa lá no alto...
Bem no alto cortando o ar;
Hoje estarei acordado
Quando o papai Noel chegar
Da grade eu vejo um menino lá embaixo
Estendendo as mãos a quem passar
Os pés descalços, a cara suja
A roupa em trapos
Andando livre pela rua,
Perambulando entre os carros
É intensa a noite e tende a esfriar
Na calçada como abrigo
Ele também espera papai Noel chegar
Estranho
Estranho é não se sensibilizar com dor
Mesmo que do inimigo,
Estranho é não se animar com um sorriso
Mesmo que alheio,
Estranho é nunca ter medo
Mesmo com as luzes acesas,
Estranho é abandonar as crianças
Mesmo a de dentro do adulto,
Estranho é semear discórdias
Invés de harmonia,
Estranho é estar à face do mal
E perpetuá-lo,
Estranho é ver o nascer do sol
E não sorrir, mesmo que pra dentro.
Eu sou lá do Vale
Eu sou lá do Vale
Onde as serras escondem as cidades
Onde do alto ainda se vê a fumaça das chaminés
E senti o cheiro doce do café
Eu sou lá do Vale
Da Santa Cruz da Chapada
Sou da terra dos quilombos
Da inspiração da mais simples e rica arte
Da arte de cantar em encantar
Da arte de viver do simples viver
Da arte de com pouco ainda se alegrar
Eu sou lá do Vale Jequitinhonha
Das promessas esquecidas
Nas estradas que rumam às alterosas
Tenho-te
Tenho-te mesmo distante
Eu carrego em mim teu rastro
Teus jeitos e afetos
Tenho-te em mim
Tenho um sorriso seu
Nos pensamentos meus
Tenho-te e sempre terei
Fotos suas: uma coleção
E sua imagem em meu coração
Tenho-te bem aqui
Minha flor, sempre linda flor
Meu desejo mais puro, meu amor!
Falecimento
Coração pulsando
Descompassando
Acelerando
Turbulento
Silenciando
Lento
Parando
Silente
... Prantos
Coração a clamar
Àquele silenciar
Olhos intumescidos
Vidas a soluçar
Desoprimidos
Sentimentos
Finalzinho de Tarde
Era no finalzinho da tarde
O sol se escondendo atrás da serra
Numa xícara pequena o café
A luz refletindo partículas de poeira
Que subiam da velha estrada
E eu observava, admirava
O dia amarelando
E a noite chegando
Eu a esperava
E eu dormia...
Porta cerrada
A TV ligada
Todas as vezes que vinha
Construía novas esperanças
Sempre Jurava que voltava
Eu sempre esperava
Numa enluarada noite
Esperei, esperei...
Até que manter-me ali
Era apenas um constate esperar
Então decidir partir
E enquanto esse sonho inútil nutrir
Vou de passadas largas caminhar
Até o coração de saudade sarar
Flor de Outono
Quando chegou o outono
Folhas caíram por toda parte
Tudo era vazio e inerte
E uma linda flor nasceu
Naquele enfadonho abril
Em maio tudo brilhava
Como um sol de primavera
E quando junho chegou
Sucumbira a linda flor
Era o inverno Frio; arrebatador.
Flor menina
Assim: Flor menina
No seu jeito que fascina
Embriaga a noite
Ao dia alucina
Dos meus sonhos
são teus; janeiros
até dezembros
e o dia inteiro
É fitar e me dominar
com este seu olhar
estes olhos de lince
a me perceber
bem no intimo
e se embrenhar
no meu interior
Flor Orvalhada
Minha amada
Encara a vida
Com determinação
E a dureza de guerreira
Mas afinal, de pétalas é flor
Ela tem doçura dosada
Pra quem sabe encontrá-la
Minha amada
É flor atenta
Tem cada movimento
Cada semblante
E sem perceber o tamanho do atrito
Que a beleza e a coragem podem causar é De repente;
flor distraída que nasce no asfalto
A minha amada
Tem o cheiro e a beleza
De flor orvalhada
Tem sorriso de domingo
Quando a gente acorda
Pra não fazer nada
_____________________________________________
Flores Brilhantes
Ha flores no jardim
São cravos, jasmins
E belas margaridas
Flores fechadas
Ora desabrochadas
São sementes que caem
E no chão germinam
Brotam, renascem
Há flores no jardim
Que quando orvalhadas
Tem os raios do sol reluzentes
A natureza resplandecente
De flores brilhantes
_________________________________________________
Flores e Passarinhos
Quando o caminhada lhe fazer doer os pés
Pare, senta-te á beira da estrada
Tire os sapatos e massageie os pés
Fecha os olhos e sinta o alivio
Então olhe pra traz e observe
O quanto tem caminhado
E se doem os pés é que não pode ser vão,
Olhe pra frente porque agora é hora de
Calçar novamente os sapatos e caminhar então,
Ninguém chegará ao paraíso sem que haja dor
Porque a dor pode ser o sacrifício da vitória
Mas note que o alento não esta apenas na
chegada
Quando parares para descansar os pés
Não se esqueça de observar o quanto é lindo os
Passarinhos que cantam sobre arvores à beira
da estrada
E o quanto são tão belas as flores
Chegar até o final pode ser um objetivo
Mas ser feliz é saber apreciar
Cada oportunidade de um sorriso
É saber caminhar sem parar de sonhar
E não deixar que as amarguras façam-nos
cegos
Porque a felicidade pode ser proporcionada
Apenas pelo fato de podermos caminhar
Focinho
Beijinhos na orelha
Sussurros ao ouvido
Lambidas, latidos
Olhos nos olhos
Lábios nos lábios
Carinhos
E um Focinho
Foi Aprendizado
Sozinho agora
É melhor assim
Um tempo pra mim
Então é melhor que vá
É só o que sobrou
Quando nunca houve amor
Entre nos dois: Culpas
Nos restam apenas desculpas
Quando não há mais clima
É cada um para o seu lado
Não foi tempo perdido
Foi um aprendizado
Fuzil de Tinta
No cano
De um fuzil de tinta
Sempre empunhado
Pelo caráter de um bacana
Corrupto e corruptor
Com sua mala cheia de dólar
Mentor intelectual de um caos
Maquiado e silenciado em cada promessa
A realidade é inversa
Na mira
O engatilhado
Um cano quente encostado
No crânio de quem suplica
E essa antropologia
Sangra quando explica
Essa anomalia
Encrostada no peito do homem
Diz:
Falta educação
A grande solução
Pois um maltratado
Sem conhecimento
É presa fácil
Pobre manipulado
Alimenta o bicho
Que come sua carne
E sua dignidade
Hoje é um dia Perfeito
Eu vou acreditar nos sonhos
Hoje eu vou sonhar
Eu vou acreditar nas pessoas
Hoje eu vou sorrir, cantar
Hoje eu vou viver os sonhos
Hoje eu vou me decepcionar
Porque hoje é um dia perfeito
E eu permitir-me acordar
Hoje eu posso fazer direito
Mas me permito errar
Porque hoje é um dia perfeito
Pra quem quer nascer, renascer
Pra quem se permite viver
Hoje é um dia perfeito
Pra quem não tem medo de vencer
Hoje eu Acordei
Hoje eu acordei e percebi que o papai Noel não veio,
Abri a janela do quarto e descobri que os duendes
nunca estiveram no jardim,
Olhei-me pelo espelho e no meu rosto;... Credo havia
pelos,
Tomei um café e estranhamente minha boca pediu um
cigarro,
Vesti um velho paletó que me parecia enorme, mas que
coube sob medida em mim;
Abri a porta da rua e vagarosamente caminhei sobre a
calçada molhada do inverno,
As meninas já não brincavam de amarelinha, elas
tinham ido embora dali;
Caminhei pela rua que já não era mais larga nem tão
longa como antes parecia;
Já não havia mais moleques jogando bola no campinho,
nem o campinho;
Curioso porque o mercado do outro lado da rua era
agora uma pracinha,
Num banco ao longe me acenava um velhinho de cabelo
bem grisalho,
Ao me aproximar ele me disse: Jorge achei que não viria
hoje jogar damas.
Era o meu amigo de infância!
_____________________________________________
Homens distraídos
Homens distraídos
Sempre esquecem o guarda-chuva
São pastelões, naturalmente o clown
E mesmo que o sol apareça
À tarde certamente irá chover
Um choro é escondido atrás da tinta
Mas há sempre uma lágrima
Borrando adentro toda maquiagem
E demasiadamente distraídos
Outrora sufocando a dor
Para sempre oferecerem um sorriso
E algo mais que a vida não lhes deu
Distraídos a asseverarem o amor
Imagens Estáticas
Olhando o horizonte distante
Murmurei teu nome
E imaginei-te:
Simplesmente linda assim...
Teus olhos a ofuscar diamantes
Tuas mãos como pétalas de rosas
Teu corpo deslumbrante em paisagens de primavera
Teus gestos; mais leves que plumas
Olhando o horizonte distante
Eu te amei muito mais
Amei tudo o que me destes
Lembranças tuas, puro prazer
A imagem bela de um ser
E te amar assim é tão simples
Basta-me observar o horizonte
Naquelas imagens estáticas
Sobre a escrivaninha, minha mente
Foi tudo que guardei e vejo
O que me oferecestes de te
De mais belo
_____________________________________________
Joaninhas
Sessou-se o pranto
E só me vem os seus encantos
Que eu guardo na lembrança
Contemplei-te todas as manhas
O seu jardim de menina
Ramos de um pé de flor
Adereçado de joaninhas
Lago Louise
Eu vou até o céu colher estrelas
Se for preciso eu as trago pra ela
Eu cumpro o meu destino
E não desanimo
Um raio de luz a me iluminar
E quando o dia não clarear
Eu a levarei o brilho do sol
E amanhecer com cantos de rouxinol
E cantarei Beatles
Em chinês recito Vinicius
Só pra vê-la sorrir
Ela é meu luar sobre o lago Louise
Parece poesia. De Deus
Um soneto mais bonito
Liberdade
Não há liberdade pois não sabemos voar
Posso subir ao topo da montanha e de la despencar
Mas eu não tenho asas para me equilibrar além do
firmamento
Então a liberdade é só do pensamento
Eu sou livre mas não tenho grana
Então eu só posso caminhar
E e eu não tenho passaporte e nenhuma fronteira
Eu poderei cruzar
Que me valha as asas então
E um escudo para evitar a artilharia de um falcão
Então a liberdade é só do pensamento
Com ele vou como o vento
Até o arbítrio de minha cresça lastimar
Então mesmo no pensamento liberdade não há.
Liberto
Bom por apenas fazer bem
Sem que por querer cultivar galardões
Humilde e purificado seja sempre o meu coração
Bom por se sentir simplesmente bem
Levemente sem malicias
Em êxtase de prazer
Pelo bem tecer
Por bem regar esperanças
Que seja sempre bom o meu espírito
Não pela lei a mim imposta
Nem por qualquer religião ou cresça
Naturalmente bom. E pelo bem, liberto!
Linha da Vida
Apenas os deuses sabiam
A luz do sol que a lua reflete
Todas as flores aromatizam
Um escrito romance
Vagando no tempo
Viajando por galáxias
Anos luz oculto
Na linha da vida
Como uma explosão
De feixes de luzes coloridas
Transbordando nos corações
A energia que vai e dissipa
Irradia pela boca, pelos poros:
O amor, assim nascia!
Lua Minguante
Observo
Essas nuvens branquinhas
Leves e cheias de formas
Faz-se arte com o azul do céu
Que quando a noite
Enfeita-se de constelações
Um monte de pontinhos luzentes
E a lua em meio a tanto astros
Mostra o seu lado maior
Mimado, escuro, tristonho e só
Aí meu coração da um nó de dó.
Uma de Um Pagodinho (Amor não vai Faltar)
Com você o mundo é mais bonito
Meu oásis no deserto dos sonhos
Um amor infinito
Deixa-me beijar tua boca
E viajar no céu
Eu vou te deixar louca
E apreciar teu mel
Menina deixa este seu jeito
De achar que amar não é direito
Não há nada ainda nesse mundo
Quanto à beleza de um amor profundo
Sei que as ilusões dessa vida
Provocaram em ti tantas feridas
E sei que eu não sou perfeito
Mas amor não vai faltar
Eu prometo.
Malditos Ventos do Norte
Que ventos são esses
Que do norte entoam
Seus males ecoam
Na fraqueza da mente
Oh, pobre Bentinho
Em comum sentimento
Sofreu Otelo
Amaldiçoado vento
Eis aí a alma corroída
Pedindo a esse amor
Como verdadeiro guia
Que o amor não permita
Qualquer julgamento injusto
Nessa leviandade da dúvida
Males Ocultos
Postado ao artifício da desculpa
A nós o descuido vil de machucar
Aqueles propostos a nos amar
Mas que sobre consciência
E o exercício de não errar
Cuidamos, resguardamos
Aqueles que amamos
Dos nossos males ocultos
Que não façamos mais cortante
Do que o fio impiedoso da navalha
O olhar de quem ferimos injustamente
Menina e Mulher
Se quiser andar comigo
Segura a minha a mão
Porque eu quero te dar o mundo
Não quer dizer que eu posso,
Mas se me amar eu vou tentar até o fim
Pois em minhas preces eu tenho você assim:
Bela é sempre a majestade
Em pompas a vaidade,
Mas simples é linda como a flor no campo
De gestos nobres criando teu universo amplo
De sinceridade reflete a tua essência
Na tua alma a pureza em transparência
É assim, você que eu quero
É assim que você é num todo
Menina e mulher
Dona na certeza do que quer.
Mentiras Tão Tuas
Leves que nem me ínsita a ira
E te faz desleal a ti mesma
E me desperta o riso fácil
Que até me doe a descrença
Esta leviandade útil
Mentiras puras
Inverdades leves
Cheias de canduras
Instantes de insanidades
Mentiras tão tuas
Milagres
A maquiagem tensa e pesada
Deturpada,
O rosto queimado e a tinta
Escondendo as rugas
A lagrima que escorre o rosto
Vai limpando a alma
Um espirito quebrado
Juntando os cacos
Não há fim
Tudo se transforma
O melhor por vim
Tudo adorna
Há uma luz adiante
Que ofusca as mais efêmeras
Vis Vaidades
Deus, a vida e seus milagres.
Minha Paz
Se for bom deixa ficar
Deixa rolar
É quando é bom ter saudade
A espera, essa ansiedade
Desenho teus lábios nos meus
E um coração na folha de papel
Com nossos nomes dentro;
Fecho olhos pra ficar perto
Lamentamos essas distancias
Namoramos, casamos... Sonhamos
E aquecemos esperanças
E você diz: te amo
É quando eu te amo ainda mais
Sua luz, teu amor: minha paz!
Mosaico
Zé Maria da Luz
Em sete meses nasceu
Magro, magro, magro
Perambulando Cresceu
Casou-se
Teve cinco filhos
Separou-se
Mudou de cidade
Zé Maria da Luz
Trabalhou!
Pensou um dia em ser pastor
Foi mecânico em Salvador
Encanador em Bom Jesus
Em Guariba lavrador
Zé Maria da luz
Viveu!
Em mosaico fez sua vida
E sobreviveu do brilho do sol
Forte às suas costas
Se apaixonou e demais amou
Queria ser engenheiro
Mas foi bom pedreiro
Zé Maria da luz
Sonhou com zebra
E jogou no bicho
Escapou de ser rico,
E driblou tanta tristeza
Que se tornou grande perito
_____________________________________________
Mulher
É todo o céu azul
Mesmo num longo espaço
Em tom leve e esbranquiçado
Tem a natureza das flores
E quando o teu céu é turvo
Tem a dureza das pedras
Tem o suspiro da alma que brota dos teus
E o singelo dom da vida
É a arte mais perfeita de Deus!
Na Rua da Esquerda
Na rua da esquerda perdeu-se
A dignidade,
Na rua da esquerda perdeu-se
A honestidade
Na rua da esquerda perde-se
A vergonha
Na rua da esquerda nasceu
A ganancia
Na rua da esquerda nasceu
A mentira
Na rua da esquerda nasceu
A arte da enganação
Na rua da esquerda agoniza
O homem justo
Na rua da esquerda agoniza
O trabalhador
Na rua da esquerda agoniza
A educação
Na rua da esquerda agoniza
A democracia
Na rua da esquerda agoniza
A esperança
_________________________________________________
Narciso Complexo
Contemplo-me
Na simplicidade em teu olhar
Na meiga inércia que envolve tua presença
Na autenticidade da tua palavra
Enamoro-me
Em tua boca querendo a minha
Nos teus seios recostados no meu peito
Em teus belos e velhos segredos
Adoro-me
Quando encontro em ti, eu invisível
Eu, por mim venerável
Encontro-me
Ao revirar teus anexos
Eu em ti narciso. Em mim complexo
_________________________________________________
Náufragos
Você é o meu amor
E com você eu vou
Entre a cruz e a espada
Sempre ao fio da navalha
E eu tenho o paraíso
Eu vivo, oras sobrevivo
Com você eu tenho a flor
E simultâneo a dor
Embriago com teu mais doce mel
E definho com o amargo do teu fel
Minha gloria e minha salvação
Meu pecado e minha perdição
E com você eu vou
Românticos num barco,
Felicidade plena, enamorados
De repente... Náufragos
_____________________________________________
No Meu Samba
Eu que já a fiz uma rainha
Quando o bolso era cheio
E não faltava dinheiro
Ela gostava de mim
E assim,
A eternizei no meu samba
Mas quando eu cantar de bamba
Vai querer voltar pra mim
E eu não vou nem ligar
Não adianta chorar
Vai ser melhor desistir
Não adianta insistir
E ai eu vou beijar outras bocas
E conhecer outras moças
Então; ela vai olhar pra mim
Mas não quero mais, enfim;
_____________________________________________
Nova Trama
Minhas escolhas
É o meu caminho
Estou deixando tuas migalhas
Estou me fadando ao desafio
Agora é outra cena, nova trama;
Eu vou viver bem mais que o sonho
Bem mais que a cama
Depois do sono
Que o sol brilhe aos teus planos
E nesta vida desvairada
Que supere os desenganos
Neste drama de atmosfera de incógnitas
Eu vou acima das nuvens
Sem imagens rebobinadas;
______________________________________
Novos Sinais
Nova ordem mundial
Nova capitalização
Novo neanderthal
Nova civilização
Novo conceito
Nova humanidade
Novo pré-conceito
Nova desumanidade
Novos tempos
Novas via lácteas
Novo mundo
Novos sinais
______________________________________
O Amor tem dessas Coisas
É um complemento que não falta, Mas que parece essencial,
É uma peça de um quebra cabeça que nem requer encaixe,
Mas fica perfeito ao se completar,
O amor tem dessas coisas: você olha o outro e ele te reflete;
mesmo que as formas pareçam distintas.
O Baile da Dor
Dos meus dias tristes ninguém soube
Eu fiz piadas com as lagrimas
Que corriam adentro
E em meio à solidão eu sorria
Eu dancei com a dor
E entendia que amor próprio
Não era um proceder egoísta
Que me fazia único de mim
Então, partilhei o meu melhor
Enquanto eu dançava
Eu entendia que nem a dor
Era capaz de diminuir
Um verdadeiro AMOR.
O Beneficio do Perdão
Andei por este mundo de montanhas e vales
Vivi dias de sol, dias nublados
Viajei envolvido pelo manto da noite
Deslumbrei-me com auroras e Auroras
Iludir-me, arrisquei em muitas curvas
Caminhei sozinho e acompanhado
Amei em demasiado, fui amado
Por muitas vezes magoado, magoei
Vaguei nas terras da dor e da desilusão
E conheci a beleza e o beneficio do perdão
O Big Bang do Senhor do Tempo
E a energia dissipou-se
E nasceu o espaço
O tempo...
Em todos os cantos partículas
E então expandiu, resfriou-se
Em violeta, amarela, laranja e vermelha
Enfim transparente...
E a luz lançou-se livremente
Seus pontos em toda parte
E fundiram-se os elementos,
Brotaram galáxias...
(O Senhor do tempo brincava de fazer mágica).
O Campo de Batalha
É noite. Exausto de mais uma luta
Em mim acampado
A armadura descansada
De um corpo pesado
E com os olhos serrados
Pus-me frente às sombras
Intensamente digladiando
Rompendo trincheiras
Sombra a sombra
Por terra, suprimidas,
Aniquiladas
E quando raiou o dia
Já não havia mais inimigos
No campo de batalha
O Chão
Um passo em falso
Um só instante
Um momento no vácuo
A vida...
Ensandecido pela vitória
Acumulei derrotas
Provoquei feridas
Agora esse desespero
Rumo ao firmamento
Que me aguarda irredutível
Maciço e impiedoso
Tantos caminhos em vão
Tantas chances desperdiçadas
... O chão
O Coração de Dom Quixote
Eu queria ficar pra sempre
Mas talvez eu precise deste vazio
Quero tua doce companhia
Mas preciso deste silêncio
Porque ressuscito a cada partida (?)
E na realidade deste caminho
Na desilusão depois das curvas
Digladiando com gigantes
Vou restaurando armaduras
Pra este coração errante
O Fim é o Recomeço
Eu cruzei o mar da escuridão
Aceitei o desafio da vida
Mas definhei às margens da desilusão
Meu coração petrificado morria
Meu egoísmo me amargurava
Minhas palavras se tornaram ferinas
Magoei quem mais me amava
Andei sobre minhas ruínas
Levantei-me do duro e frio mármore
Da lápide da minha falência
Converti-me à vida e retardei a morte
Vencer é mais do que mera sobrevivência
Agora eu vivo
Eu venci porque me libertei no fim
Eu acordei do sono
E ressuscitei em mim
E neste fim agora eu recomeço...
_____________________________________________
O Homem Bom
Mesmo que quase vencido
Cansado da longa estrada
Há de se acreditar no sonho
Há de se acreditar na vida
Que a força esteja ainda dentro
Que a fé ainda resista
E mesmo que bem no fundo
Que ainda perpetua, a permita
E que nunca sejam guias
Os olhos cegos das vaidades, das maldades
Que ainda valha viver com honestidade
Que o homem bom não se canse
E que ainda há de se acreditar
Que o bem sempre vencerá
_________________________________________________
O Jardim do Coração
Aquele que não tem jardim no coração
Não se habituará a andar entre as flores
E sucumbirá à melancolia da abstração
Os sem jardins são almas mortas
Que não sentem dor
Vão vagando em vida
Insípidas e incolor
Mas há quem tenha jardim e deixa morrer
Mesmo sabendo caminhar entre as flores
Por regar erva daninha tende a perecer
E a vida: as dores, mágoas e rancores a subtrai
_________________________________________________
O jeito dela
Ela chega assim toda linda
Um jeito de menina
Força de mulher
De um jeito de seduzir
Sem nem perceber
De um jeito que encanta
Sem mesmo querer
O sorriso dela esconde a lágrima
De menina e mulher tristemente
Importunada, cansada
O Mar, O Pescador e o Luar
Sim, foi o mar
Suas ondas que vem e vão
Fez o pescador chorar
Oh, coração de pescador
Que se apaixonou pelo luar
Porque a lua “novamente” nova
Tornara-se cheia, de amor
E essas ondas que vem com a dor
E essas ondas que vão e levam tão pouco
Torna a lua minguante
Mas é culpa do mar
O pobre pescador a choramingar
Embriagado e cego de amor
Nem percebe que no mar
Quem manda é o luar
O Morno Hálito do Amor
Venha caminhar, andar com calma
Deixa o amor reinar até tua alma
Essa que entende desse encontro
Já marcado em outro plano
Fecha os olhos e sinta-me
Sorria olhando o nada, permita-te
O morno hálito do amor:
Este milagre que sara a antiga dor
Por favor, dai-me tua mão
E eu te dou meu coração
Rompa tuas travas
Adota-me, me abraça
O Oitavo Anjo
Em tempos escuros
Prevalecerá o ódio
A mentira e a corrupção
Prevalecerá o egoísmo
Corrompidas todas as nações
A ambição faz Homens sedentos
Embriagados pelo ópio do poder
Seduzidos pela maquina da vaidade
O domínio do maléfico tende a vencer
Eis que surge o OITAVO ANJO...
O Plebeu
Não estenda o teu amargo
Nem tenho a ambição de ser rei
Sou simplesmente plebeu, e feliz
Não preciso de um trono
Então, não é necessário
Nunca fui de dar ordens
Teu ouro não me convém
Nem vou confiscar o alheio
Faço-me anjo pra velar teu sono
Um humilde servo em teu mundo
Orando ao pé da noite
E eu ganho o meu tesouro
Estampado em teu rosto
Ao acordar, me olhar e sorrir
O Regador de Flores
_Ele chegou, observou o jardim e pensou...
Quem semear amor
Não pode só colher a dor
Quem cultiva flores
Não pode só colher espinhos
Mas a vida nem sempre é justa
Por vez quem colhe flores
Nem sempre semeou amores
Mas quem sempre as regou
Pode ser que jamais as sinta
Jamais as toque
O Sândalo
Eu vi você perder o rumo
Cair sobre o deserto da desilusão
E tuas palavras amargas
Vão destilando magoas
E cultivando solidão
Como o sândalo te perfumei
Enquanto o teu machado me cortava
Mas sempre deixarei flores a tua porta
E falarei ao mundo do seu sorriso que encantava
Velarei teu sono em oração
Encomendei a Deus o teu coração
E sonharei com o êxito da tua felicidade
E sem dor
Verei novamente o teu sorriso
Porque ressurgirá o teu brilho
E tua alma feliz em esplendor
_____________________________________________
O Silêncio
O olhar...
Vazio, vazio
A distanciar, fazer gerar
Fantasias, Incógnitas
A imensidão. Tristezas (?)
vasto mundo, Vago...
Que nada; apenas mania
de contemplar o silêncio
O Silêncio II
Tenho o meu crepúsculo
Tenho os olhos vedados ao paraíso
Tenho alegria do palhaço ao final do espetáculo
Tenho a dor dos amores perdidos
Tenho um sapato apertado
Tenho sonhos vencidos
Tenho um cão e um gato a minha espera
Tenho o horizonte ao longínquo
Tenho o céu bem depois da estratosfera
Tenho o silêncio...
O Tolo
O que há em você que me faz correr de volta?
Mas agora não vai mais ser assim ...
Nem sei mais quantas dessas mentiras
Já contei pra mim.
Deixo à tona todo o meu amor
Pra você usar como o chiclete
Que mascou e jogou fora
quando o doce acabou
Eu sei que seu afeto não é mais o mesmo,
Isso não é jeito de amar...
É difícil resistir, mas não vou mais me entregar
E você sorrir
É mais uma mentira do meu coração
Que tem medo de solidão
Tolo não sabe que já é solitário
Neste estilo de viver mal amado
_____________________________________________
Os Ratos
E acostumados andamos:
Arrastando os chinelos
Com passos rápidos
Errados ou certos (?)
Incertos, rasteiros
Rastejantes, irados
Deixando os rastros
E restos para os ratos
Bichos eretos, raros
Submersos nos ralos
Otimismo Natural
Caminhei perdido
Encontrei-me
Cair muitas vezes
Muitas vezes levantei
Se venci (?)
Vivi cada dia
Sobrevivi
Otimismo natural
Cresci...
Sou um protegido
Direcionado pela fé
Pouco peço
E sem lamúrias
Agradeço!
Pagina em Branco
O Nada
É essa pagina em branco
Não há poeta sem história
Essa mente vazia
Não gera poesia
Para um coração
Que ignora o amor
Foge por medo da dor
O que sobra (?)
É nada...
É nada o que consta
Não há nada de belo
Numa página em branco
Até mesmo uma linha
Um simplório rabisco
Precisa de historia
Paixão divida
Quantas noites perdidas
Olhando o céu
Procurando uma saída
Mas relembrando o teu mel
E agonizando em feridas
Estou precisando do seu amor
Tua paixão dividida
Deixa-me ser único, por favor,
És a razão da minha vida!
Para Sempre (Poesia)
Juntando-nos
Unificando-nos
Ligando-nos para a eternidade
Inseparáveis para sempre
Agora, mesmo distante
Não há como separar; mesmo que
As almas não mais se encontrem
Eternizados estamos. Juntos
Diante de Deus, do mundo
Interligados nos versamos, e
Nada fará sentindo ao separar
Às letras embrenhamos, casamos, em
Literatura nos transformamos
Damo-nos vida eterna
Oras, somos agora; Poesia!
Paz, Amor e Alguma Cura
Entra e não saia
Faz-se poesia
Estrofes, rimas
Palavras: suturas
Desenterra um verso leve
E entusiasta
Que acorde e eleve-me
E apaga a tristeza
Egoísta que acha-se
Maior que todas
As outras tristezas
Inclua-me neste acordo
Nupcial com a beleza
Doa-me qualquer sentimento
Acima desse momento
Faça-me ver outras feridas
Em outras vidas
Em tantas agruras
Faça-me instrumento
De paz, amor e alguma cura
_____________________________________________
Pelos Cantos
Quero-te tanto
Que viajo em planos
De um dia ter teus encantos
Nus
O teu feitiço de sereia
É que me deixa à beira
Da mais insana loucura
Eu quero a doçura
Deste teu veneno
Eu tenho andado triste
Porque a mim resiste
Eu tenho tantos prantos
E ando pelos cantos
_____________________________________________
Pensando em Você
Pensando em você
Esqueço do mundo
Por que é tão profundo
Querer-te mais que tudo (?)
Mais que o sol
Além da lua
Mais que a rua
Mais que a mim
Pensando em você
Neste insensato querer
Pois se não vem
Eu fico aquém
Desse insistente sofrer
_____________________________________________
Perdão
Quando optou pelo silencio
Talvez fosse este o momento
Em que precisou ouvir minha voz
Mas só quero um minuto de atenção
Um instante de compressão
Talvez seja uma chance a nós
Quem é que nunca se perdeu
Eu sei: não foi legal, doeu
Estou aqui entregue a ti
E aí então, peço perdão
É todo seu meu coração
Peregrino
Se um dia me perguntarem por onde andei eu direi:
Andei por vários caminhos
Muitas vezes sem rumo algum
Andei por caminhos tortuosos
Muitas vezes sujos,
Mas não me perdi em nenhum
E não deixei que corrompesse minha alma
Por muitas vezes chorei à beira da estrada
E senti meu coração pedindo que parasse
Mas sempre seguirei em frente
Mesmo fragilizado e ferido
Ainda continuarei a caminhar
Sou peregrino sem pressa de chegar
Permita-me, Permita-te
Permita-me guiar teus passos
Curar seu coração
Impiedoso ou relapso?
Permita-me mostrar teu mundo
E outros mundos
Onde o “ser triste” é mais profundo
Onde a desesperança faz calejados
Permita-me mostrar tua humanidade
Porque perdeste neste insólito
E cruel habitat das vaidades
Que não te deixa perceber
Que há um irmão do outro lado
Calejado a perecer
Permita-te falar de paz
Permita-te fazer viver
Permita-te dizer que és capaz
De sonhar e voar com a leveza de pássaros
Permita-te oferecer suas mãos
Seus olhos sadios
A um cego irmão
_____________________________________________
Plataforma de Mármore (Soneto Póstumo)
Essa noite em meu sonho, eu vi
De uma plataforma de Mármore
Vocês sumirem na neblina, partir
E longe dos meus olhos, distante
Mas eu sentia todos o corações
Perto, a pulsarem por mim
Então não houve solidão
E era como se estivessem ali (comigo)
Por isso todas as noites
Eu vou rezar, orar
Vou meditar por vocês
Pedir para o anjo olhar
Seus caminhos, velar teus sonos
E iluminar os sonhos
Poema de um Pagodinho
Não, não vai passar
Quando bate a solidão
E a vontade de te amar;
De amar com o coração
Com entusiasmo pra sonhar
Então me deixa entrar
Na sua vida meu bem,
Não se pode caminhar
Sem olhar o mau e o bem;
A minha estrada é colorida quando você
Pra mim vem;
Vem pra eu te amar
Vem pro meu mundo Preto e branco
Sua aquarela desenhar;
Vem que eu te amo tanto, tanto
Que essa dor só o teu amor pode sarar.
Possessivo
Meu sonho, o teu desejo, uma paixão!
Há de se empenhar no meu caminho
Você e eu, o meu desejo,
E o seu coração...
Mas é assim: é o seu brilho;
Dilacera o meu peito e me condena ao vento,
Desesperadamente ofereço ao mundo,
O meu sorriso amarelo,
Com a destreza de um czar,
Me ergo só para os teus olhos me veem,
É no firmamento onde vejo você estrelar,
Porque nada é como o meu bem;
E o nosso amor vai calando,
Cada vez que você sobe e se eleva ao céu:
Eu; tolo, simplório, ofuscado e ciumento,
Enquanto a sua alma é coletiva e reluzente,
O seu desejo é conjugal com o mundo,
O teu sonho é uma epopeia cadente,
Apequeno-me na minha luz opaca, soberba e vazia;
Chorando a minha biografia triste e vaga,
Você é meu desejo mesmo num clarão à luz de vela.
Dócil Dia
Dona do pensamento,
Incrivelmente única;
Ainda distante vem o vento,
Na penumbra da noite intensa
Anunciar sua presença,
Deitada em teu leito, lindamente linda,
Insensato o coração que pulsa ao longe
Alegro-me ao ver-te mesmo que estática
Numa foto eu observo-te;
Animo com um BOM DIA via satélite,
Dócil é o dia
Inóspito nos males;
Ainda sim dócil dia
Na sua presença em frases,
Ah, como é belo o dia...
Poema para Iluminar uma Estação
Era um dia de festa e de verão: eu continuava
na sala
Alinhando a noite o dia e a solidão bravia;
Faltou-me um sol e a manhã de uma sexta-feira,
Faltaram-me as rosas e os jasmins da
primavera,
As folhas no outono caem e cobrem as ruas,
E eu só tenho o um quintal;
Do sofá eu ouço uma voz feminina,
Há agora uma lembrança que expira o mal;
É no frio do inverno que a minha alma
adormece,
Não é aquela voz nem aquela menina,
Todo dia e a noite,
Toda noite e o dia...
Nem um raio do sol ultrapassa a janela,
E nos meus sonhos eternos eu vejo sempre um
rosto
Um instante em que uma luz me ilumina.
Poema para uma Loira Amada
Minha loira amada
Branca como a neve,
Sinto o salivar na boca
Quando te vejo;
Ou me basta apenas imaginar você
Molhadinha quando parece me convidar
a consumir-te toda;
A força da tua sedução chega a gelar-me num dia de calor,
E minha cabeça girar quando te tenho toda. e
excessivamente em mim;
Ah, como eu te quero agora!!!
Vou te devorar vorazmente
E apreciar o seu sabor de loira amada;
Alivia em mim esta intensa quentura
Que vai me consumindo por dentro,
Que me faz transpirar;
Minha doce loira amada,
Ah, como eu te quero bem gelada
_____________________________________________
Poetizar
Eu vivo o amor
Além da matéria
De outro plano
A vida em outra instância
E quando inteiro me dôo
À plenitude do teu beijo
Ganho todo teu universo
Eu vivo o amor
Nunca oferecido
Um poema que você escreveu
Pontuando, mostrando-me estrelas Nunca vistas no
escuro véu
Do meu, agora todo seu, céu!
Assim faz-se constante poetizar
Doses diárias da minha vida a versejar
______________________________________________________
Por Ela
Por ela
Vale a pena lutar no presente
Vale a pena nutrir o futuro
Vale a pena diluir o passado
Vale a pena enfrentar o medo
Por ela
Vale a pena a angustia
Vale a pena a ansiedade
Vale a pena a saudade
Por ela
Vale a pena sorrir
Vale a pena Chorar
Vale a pena esperar
Vale a pena sonhar
Porque é Amor Se um dia sozinha a caminhar E um vazio extremo lhe tocar Lembra do quanto é lindo Do quanto é profundo O nosso Amor Que ainda não acabou Tanto tempo se passou E há lembranças ainda Que essa distancia não finda Porque é Amor E é belo este infinito Este romance já escrito Em pergaminhos, papiros E por nós vivido Isto é Amor!
Lembra...
Só o amor pode produzir essências que ao mesmo tempo embriagáveis, são também puras e capazes de fazer criar momentos inesquecíveis.
Primavera de Outubro
É chegado abril...
Mas há primavera de outubro
Colorindo paisagens cinzentas
A desinibida de olhos estrelados sorri
Mas é primavera é para todas as meninas
Então a inibida com os olhos baixos sorri
É primavera para os meninos desenvoltos
Mas o tipo tolhido também sorriu
Acho que a primavera chegou para todos
E que haja sempre primavera de outubro
E brilho de sol nos dias de chuva
Primavera e chocolate quente no inverno
... é chegado Janeiro e ainda é Primavera
Quanta Tristeza
Oh meu Deus;
Quanta tristeza...
Tanto dissabor;
Quanta pobreza...
A deles de pão e a minha de AMOR;
Enquanto isso eu decido por mim
Que nem sou tão sofrido assim;
O meu espírito é fraco
E sucumbi à minha vaidade e egoísmo.
Eles estão sozinhos enquanto eu visto a minha fantasia
para mais um CARNAVAL".
Que Valha Um Poema
Mesmo que eu não queira
Mesmo que eu fuja
Às vezes ela vem
E me detém
Envolve-me em seus braços
Mostra-me todos os laços
De lapsos de outrora
Tem-me o tempo e devora
Eu disfarço esse domínio
Maduras falas e sorrisos
Quimeras, tênue menino
Deixo então que ela me tenha
Me lance em seus cantos
E que valha um poema.
Quebra-cabeça
Mirei pra vida outro rumo,
No semblante o riso fácil
Ela despertou de mim o melhor
O amor que posso doar
A alegria que posso compartilhar
Por querer viver ao lado dela a vida inteira
Uma espera; a angustia amenizada pela esperança
E o destino vai jogando e ajuntando
Peças de um quebra-cabeça
Expondo-nos à realidade crua,
É a vida fazendo a seu jogo;
E lanço todos meus medos ao fogo
Quem me dera
Quem me dera a luz
Para iluminar essa escuridão
E no fim da tarde, as mão de Deus, a chuva
Apagando as chamas da guerra (qualquer guerra)
Quem me dera às mãos do tempo
Suavizando os passos de quem promove a paz
De quem caminha contra o vento
Em defesa da vida
Provendo o amor que é belo
Quero me Encontrar
Quero me encontrar
na praticidade do tempo
e com a leveza do vento
quero caminhar;
Quero me encontrar
na beleza do universo
na perfeição deste cosmo
quero me inspirar;
Quero me encontrar
na simplicidade das rosas
que nascem nos campos
sem ninguém às regar;
Quero me encontrar
Longe deste custo caro
Do amor cada vez mais raro;
Quero me encontrar
Onde o meu Deus estiver
Longe da fé monetária
que individualiza o seres
e vai criando novas classes
banalizando a crença
e manipulando a massa
_____________________________________________
Radiante
E uma lágrima rola em seu rosto
E tudo se quebrou por dentro
Mas eu preciso dizer adeus
O que restou de nos se perdeu
E eu levo o seu jeito mais bonito
De ter-me mesmo em teus maus afeitos
Levo o teu sorriso de moleca
E a lição da tua glória ávida
E do amor te ofereço a pureza
Da sinceridade de ver-te feliz
E que não haja mais tristeza
E mesmo que distante
Ver-te-ei em sorrisos de felicidade
De amor exaltado radiante
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Então Vá
Se quiseres ir
Não me beije
Antes de partir
Não digas que sente
Não olhe pra trás
Siga em frente
Eu vou ficar
Com o coração triste
Se o seu amor já não existe
Então vá,
Nem precisa se despedir
Leve tudo que é seu
Se não há mais solução
Fica o desencanto
Esta já amarga solidão
Leva a minha felicidade
Ficam os desalentos
Fica comigo a saudade
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Sem Despedir
É só chegar a noite
Para que eu peça a Deus
Que chegue o dia
Essa noite dura, fria
A noite é uma estrada longa
Infinda em tristezas
Angustia e dissabor
Ladrilhada de dor
Um chá pra me apagar
Quem sabe eu possa sonhar
Com o dia, aqueles belos dias
Em que o meu amor valia
Quem sabe ao despertar
Eu a tenho de volta pra me amar
Achei-me, não me perdi
Mas ela se foi sem despedir.
Tomara
Tomara que sim
Tomara que não
Deixa eu me perder
Pra não me vender
Claro que não
Claro que sim
Será que sou assim
Tão senhor de mim (?)
Não sei
Mas é coisa tua
A me olhar desnuda
De qualquer ciência
Da tal consciência
Mas tomara que eu me perca
Que o orgulho adormeça
E que seja sempre o amor
Pra que mesmo em dissabor
Que eu sempre te enobreça
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Seu Coração Numa Janela
O novo terá o mesmo tempo anterior?
Os dias remontam a estrada de ida,
E as partidas constroem a dor,
E me lembrarei das nossas distancias tão próximas,
O tempo se fará saudade,
E não me esquecerei dos seus telefonemas,
Mas não é a partida,
Nem a estrada que te emudece,
Mas a sua esperança diluída!
Os muros que fisicamente te limitam,
Espero que não limite seus sentimentos,
Pois os meus jamais cessaram,
Há muito tempo te entreguei o meu coração;
E eu descobrir o seu numa janela,
Nossa estrada recomeça nas suas mãos;
“ Por tanto amor, quando a chuva passar”,
A brisa do final de tarde me trará de volta,
Deixe a janela aberta para que eu possa entrar.
Só Seu
Vejo-te cada dia mais distante
Nos já não somos mais amantes
Quando é que a gente se perdeu (?)
Nos teus olhos perdidos me confundo
Então te julgo em um segundo
É mais um erro que é tão meu;
O teu silencio é uma tortura
Que me desperta uma loucura
O homem insano então sou eu;
O que eu faço eu já nem sei
Você é tudo que sonhei
E sou feliz se sou só seu.
Só
É só olhar nos meus olhos e ver
Todo amor que eu disponho a você
E eu sei que não é fácil entender
Porque é que eu preciso partir (?)
Vou levá-lo pra onde eu for
Mas o amor por si só, é apenas Amor
E viver é muito mais além
Do que se entregar a alguém
Momentos podem ser intensos
Mas sentimentos devem ser recíprocos
Pra solidão a dois não há alento
É vida que segue triste
Quando não compreende
E neste sonho insiste
Sonetinho de um Apaixonado
Quantos versos cantar
Quantas flores levar?
Para te ter em meus braços
Sem você o que eu faço?
Eu sou caso perdido
Sem você eu não vivo
Eu sou um vaso quebrado
Sem você do meu lado
Quantas palavras em vão
Estou morrendo aos pouco
Eu já não tenho mais chão
O que será que eu preciso
Para te ter de uma vez
Aqui pra sempre comigo
Sonetinho de Vida
Quando te tenho
É quando existo
É neste teu brilho
Que insisto
É por você que vivo
É a mais bela razão
Que faz pulsar esse coração
Louco por teu amor
Viver é mais que um castigo
Se não tenho você eu fico assim:
Mesmo em fortaleza sem abrigo
Uma inspiração constante
É sonetinho de vida; poesia,
da minha felicidade radiante
Soneto da Nova Estrada
A porta aberta deixa entrar o vento
O meio dia entra pela fresta do telhado
Um raio de sol refletido no chão
E o silencio que extravasa o coração
O olhar indica a direção
Mas os passos negam
A fraqueza retrai o ímpeto
Dor articulada com abandono
É o caminho que encurta
É sonho que já passou
Talvez nem a ele chegou
É uma nova estrada anunciada
Que a própria vida aproxima
No fim de cada jornada
Soneto do Barqueiro (Dor Eterna)
O que há do outro lado da margem (?)
Do lado de cá há almas para atravessar
O rio que corre aparentemente calmo
Que esconde seus perigos bem ao fundo
E vem, vem àquele encontro
Da noite sem fim o vento frio
Hálito cortante da dúvida (do medo)
O barqueiro funestamente rema
Murmúrios e rezas inúteis
Ninguém mais ouve as súplicas
O arrependimento tortura
A vida inteira em segundos...
E o barqueiro se aproxima
E o outro lado, a dor, eterna
Superlativamente Felizes
Deixe as estrelas brilharem pra ti Deixa o universo conspirar a teu favor
Solte essas amarras do tempo Esse tempo que só te amargurou Deixa tua alma viajar com o vento
Você tem dois corações de paixão pulsantes Um é seu e o outro doou-se a ti E tornou-se seu irredutivelmente Todas as emoções provenientes
Dessa vontade de ver você indizivelmente Neste mundo dos superlativamente felizes
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Tão Ela
Ela chegou de mansinho
Foi demonstrando um carinho
Que me conquistou
E ela me dominou
E fui ficando tão dela
E ela tão ela
Foi me deixando sozinho
Perdido sem destino
E eu já não estava com ela
Ela foi embora pra sempre
E foi me deixando a sequela
E sempre dona da razão
Só me deixou dissabor
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Linda Flor
Tão linda flor encantada
Meu simples desejo
Em mim sacramentada
Minha sorte de amuleto
Que nunca vem pra selar
Teus sonhos com os meus
Eu; neste angustioso esperar
Que os meus desejos sejam os teus
Tão linda flor
Exalas teu perfume
Em qualquer canto que for
Em minha esperança viva
Eu? Ainda seu
E lá se foi mais um dia
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Tricotadeiras de Interior
Café de fim de tarde
E o sol poente
Atrás da serra
Adormecendo
Envelhecido
A rua ladrilhada
O coreto, a praça
A igreja matriz
E a madrugada que chega
Com olhos sorrateiros
Por traz das empobrecidas
Cortinas escuras
E vem o sol
Nascendo
Do outro lado
Moço e brilhante
Quente e insistente
É mais um bom dia
Pras meninas,
Debruçadas às janelas
Tricotando vidas
Costurando retalhos
Casos novos e costumeiros
De mundos alheios
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Triste Melancolia
A tempestade vai passar
É o que me resta;
Acreditar,
Que além das nuvens
Ou em qualquer lugar
Que exista um paraíso
Por onde eu possa vagar
Livre deste escuro abismo
Dessa triste melancolia
Que em mim habita
Troncos Ocos Abençoados
Jorram por entre as veias as sensações
O som que provoca sem permissão, inquietas vibrações;
Ao toque dos tambores ecoando por dentro
Os olhos fechados podem remeter ao passado
Poderosos troncos ocos abençoados
Roda a mística no canto rouco do mestre
Embriagados de fé homens à frente
Tocando em reverência à Virgem do Rosário
Olhai que até no céu os anjos dançam em louvor
Andam às pressas sem ter pressa de parar
Ungindo as mãos na água ardente
Ganhando o tempo num vai que nem demora pra voltar
Urge a tona todo verso a entoar
Sábio é aquele que nem tem pressa pra chegar
Toques repicados póstumos a homenagear
Instintos a aflorar de dentro os ancestrais
Nascem pretos e que nem eram todos pretos
Honrarias ao Rosário
O tambor: troncos ocos abençoados
(Em memória aos mestres João Preto e Augustinho. Tambor do
Rosário, de Chapada do Norte, Minas Gerais)
Besouros, Borboletas e Colibris
Sim, aqui dentro de mim
Sempre seu habitat
Com aquela sua luz
Que eu sei encontrar
Cânticos de canarinhos
Seus; eu sei escutar
Talvez eu fique mudo
Mas nada finda
Tudo é seu, e mantido
Em vivas entrelinhas
Felicidade é te ver sorrir
E acertar a rosa dos ventos
E em seu mundo colorir
Jardins: e voam besouros
Borboletas e colibris
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Outra Jornada
S e um dia eu partir numa outra jornada,
Não se perca pelo caminho que escolheu,
As ilusões são muitas e a estrada é longa;
Lembra que um dia sonhamos juntos;
E caminhamos lado a lado;
E mesmo que me esqueça que por alguns segundos,
Lembre-se que a busca era a felicidade;
Mesmo numa outra estrada,
Eu caminharei ao seu lado;
Com todas as forças eu desejo a sua vitória;
E estará comigo,
Porque eu fecho olhos e sinto a sua mão,
Sinto tuas lagrimas quentes e o teu sorriso mais lindo;
Vejo sua alma e o seu coração;
A intensidade da procura faz o cego terminal
Faz deixar de perceber que por vários momentos da
caminhada,
A felicidade estava ali no meio da estrada; e não no
final.
Vem tentar ser feliz
Escuta a razão, meu coração quer o seu calor
De uma chance pra nos dois e vem viver
Deixa esse passado que só te deu a dor
Que só te fez sofrer
Levar-te pela mão
É que eu sempre quis
Não vai andar em vão
Vem tentar ser feliz
Eu quero o seu amor
Só quero é ter você
Faço o que preciso for
Impossível não perceber
Versos demasiados Simples
Vidas incertas
Noites quentes e frias
Rabiscadas na ventania
Às vezes brisa
Versos demasiados simples
Universo de palavras constantes
Rimando facilmente
Agrupados, cadentes (Estrofes)
Romances vividos
Amores ouvidos
Anjos santificados
Anjos caídos
Vinhos e Espinhos
Eu vivo essa coisa louca de se apaixonar
De ser intenso a cada instante
E me disponho ao risco de me machucar
E eu sei exatamente o quanto doe
Mas eu insisto, persisto neste incerto
Sempre exposto a esta ansiedade crua
Disponho-me ao prazer de cada beijo
Permito-me a angustia da distancia
E vivo por constantemente morrer
E vou ressuscitar em outro olhar
Proposto a sanar este atual sofrer
Chegando e de repente partindo
A felicidade é vizinha da dor
Entre vinhos e espinhos ressurgindo
Vossa Alteza
Bom dia, Princesa
Vossa alteza
Sim, vossa
Porque és tua!
Devolvo-te
Ao findar a noite
Pra ser minha
Linda princesa
Assim; solta!
Vou Andando
Vou andando sempre
À frente. Meu mundo
Já coube num haicai
Onde o meu mar
Sereno.
Era o mesmo bravo mar.
Observei a estrada.
Caminhei
Um vinho envelhecido. Mudei!
Menos bravo. Sereno
Mais astúcia
Menos veneno
Assim vou andando...
Amor X Dor
Amor e dor
Não rimam direito
Fica subtendido
O que é perfeito
ôh, rima triste...
Se a dor persiste
O amor desiste
E nesse tanto de ”istes”
É então que distes
De um bem querer que insiste
E o amor resiste!
Unicamente Minha (Unicamente Meu)
Versos e melancolias
Madrugada adentram
A procura de beleza
Palavras tristes me aconchegam
Eu escrevo um poema de amor
Subscrevendo-me sob a linha
Densa e tortuosa da dor
Dor minha. Unicamente minha.
Assim como o amor
Que apenas em min sobreviveu
É meu. Unicamente meu!
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