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ATENDIMENTO AO CLIENTE Em vários lugares já me passaram informações de qualquer jeito só para livrarem-se da gente e acabo ficando sozinha e à mercê de meu próprio esforço para resolver os problemas burocráticos do dia a dia. Leia mais: Ser professor(a) - as múltiplas funções dos mestres Falar da docência é falar das várias profissões que transpõem e se so- brepõem a esta. Enquanto professo- res... Somos mágicos, ao fazermos malabares com diversas situações... Leia mais: Ano XII - Edição 143 - Outubro de 2019 Distribuição Gratuita CULTURAonline BRASIL Palestras e boa música Palestras: - Cultura - Educação - Meio Ambiente - Cidadania Baixe o aplicativo Google Play no site www.culturaonlinebr.org Irreversível impacto da mudança climá- tica será do tamanho da nossa burrice A segunda Guerra Fria Trabalho com inteligência Emocional A musica na Escola Eles Um episódio da era das trevas Todo o ser humano é um fascista em potencial O Campo de Concentração de Patu (Ceará-Brasil) Descobrimento da América Força Aérea Brasileira Industria Aeronáutica Brasileira Algumas datas comemorativas Quando vamos compreender... Os 11 princípios da propaganda nazista de Joseph Goebbels A Espacialização da Lusofonia Trabalho Infantil; o ciclo perverso da pobreza Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar Mídia brasileira reforça políticas históricas de branqueamento do país A discussão sobre a falta de representação da população negra nas mídias bra- sileiras, como na televisão e na rádio, está cada vez mais difundida entre a popu- lação. Uma pesquisa da Faculdade de Direito (FD) da USP, mostra que esse fe- nômeno pode estar relacionado com as políticas para branqueamento da popula- ção implementadas pelo Estado, após o início do período de escravização de a- fricanos no país. O pesquisador Tiago Vinicius André dos Santos abordou o tema para a sua tese de doutorado, intitulada de Desigualdade racial midiática: o direito à comunicação exercido e o direito à imagem violado. Santos decidiu mudar a perspectiva utilizada normalmente para analisar esse tipo de representação e investigou os motivos pelo qual há uma hiper- valorização de pessoas brancas nesses espaços. “A discriminação é um fator estruturante da sociedade brasileira. É o que chamamos do racismo estrutural. Ele tem uma história que vai se formando e metamorfoseando com o tempo”, explica. Era do branqueamento Santos defende que o Brasil passou por um período em que “usou de uma força política da máquina administrativa para trazer os euro- peus para o Brasil, em uma tentativa de deixar a população mais branca”. Já na década de 1960, há um conjunto de políticas públicas para incentivar a ampliação do uso da televisão e do rádio no Brasil. “Esses meios serviram para estabelecer um consenso social de que o governo brasileiro estava no caminho certo e de que vivemos em uma democracia racial”, defende. O termo “democracia racial” é utilizado para definir a ideia de que no Brasil não há desigualdade de raças, por conta do alto índice de miscigenação. “Com a atuação de movimentos sociais e uma série de legislações criadas para proteger a população negra, esse mito foi predominantemente superado até 1988”, explica o pesquisador. Na telinha A falta de representação de negras e negros pode ser ainda maior na televisão aberta, por conta da dificuldade para a criação de novas concessões. No Brasil, o pesquisador encontrou apenas uma experiência de um canal voltado para grupos sub-representados: a TV da Gente, do apresentador Netinho de Paula. A emissora, que foi inaugurada no dia da Consciência Negra de 2005, tinha programas produzidos e voltados para a população negra. Em menos de três anos, no entanto, a empresa perdeu o caráter nacional e passou a ser exibida apenas no estado do Ceará. Mudança Santos defende que hoje há um quadro maior de pessoas negras trabalhando no sistema midiático brasileiro, mas “a estrutura passou por poucas modificações”. Para uma mudança efetiva, a legislação de concessão desses espaços, deve ser alterada. “É fundamental repensar a concessão das mídias levando em consideração a pluralidade da sociedade brasileira. Leis que demandem que a diversida- de da população esteja contemplada na mídia são essenciais.” Fonte: paineira.usp.br LEIA NESTA EDIÇÃO

Mídia brasileira reforça políticas históricas de branqueamento do … · 2019-09-26 · 04 - Dia Mundial do Sorriso 07 - Dia do Compositor Brasileiro 08 - Dia do Nordestino 12

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ATENDIMENTO AO CLIENTE

Em vários lugares já me passaram informações de qualquer jeito só para livrarem-se da gente e acabo ficando sozinha e à mercê de meu próprio esforço para resolver os problemas burocráticos do dia a dia.

Leia mais:

Ser professor(a) - as múltiplas funções dos mestres

Falar da docência é falar das várias profissões que transpõem e se so-brepõem a esta. Enquanto professo-res... Somos mágicos, ao fazermos malabares com diversas situações...

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Ano XII - Edição 143 - Outubro de 2019 Distribuição Gratuita

CULTURAonline BRASIL

Palestras e boa música

Palestras:

- Cultura

- Educação

- Meio Ambiente

- Cidadania

Baixe o aplicativo Google Play no site

www.culturaonlinebr.org

• Irreversível impacto da mudança climá-tica será do tamanho da nossa burrice

• A segunda Guerra Fria

• Trabalho com inteligência Emocional

• A musica na Escola

• Eles

• Um episódio da era das trevas

• Todo o ser humano é um fascista em potencial

• O Campo de Concentração de Patu (Ceará-Brasil)

• Descobrimento da América

• Força Aérea Brasileira

• Industria Aeronáutica Brasileira

• Algumas datas comemorativas

• Quando vamos compreender...

• Os 11 princípios da propaganda nazista de Joseph Goebbels

• A Espacialização da Lusofonia

• Trabalho Infantil; o ciclo perverso da pobreza

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Mídia brasileira reforça políticas históricas de

branqueamento do país A discussão sobre a falta de representação da população negra nas mídias bra-sileiras, como na televisão e na rádio, está cada vez mais difundida entre a popu-lação. Uma pesquisa da Faculdade de Direito (FD) da USP, mostra que esse fe-nômeno pode estar relacionado com as políticas para branqueamento da popula-ção implementadas pelo Estado, após o início do período de escravização de a-fricanos no país. O pesquisador Tiago Vinicius André dos Santos abordou o tema para a sua tese

de doutorado, intitulada de Desigualdade racial midiática: o direito à comunicação exercido e o direito à imagem violado. Santos decidiu mudar a perspectiva utilizada normalmente para analisar esse tipo de representação e investigou os motivos pelo qual há uma hiper-valorização de pessoas brancas nesses espaços. “A discriminação é um fator estruturante da sociedade brasileira. É o que chamamos do racismo estrutural. Ele tem uma história que vai se formando e metamorfoseando com o tempo”, explica. Era do branqueamento Santos defende que o Brasil passou por um período em que “usou de uma força política da máquina administrativa para trazer os euro-peus para o Brasil, em uma tentativa de deixar a população mais branca”. Já na década de 1960, há um conjunto de políticas públicas para incentivar a ampliação do uso da televisão e do rádio no Brasil. “Esses meios serviram para estabelecer um consenso social de que o governo brasileiro estava no caminho certo e de que vivemos em uma democracia racial”, defende. O termo “democracia racial” é utilizado para definir a ideia de que no Brasil não há desigualdade de raças, por conta do alto índice de miscigenação. “Com a atuação de movimentos sociais e uma série de legislações criadas para proteger a população negra, esse mito foi predominantemente superado até 1988”, explica o pesquisador. Na telinha A falta de representação de negras e negros pode ser ainda maior na televisão aberta, por conta da dificuldade para a criação de novas concessões. No Brasil, o pesquisador encontrou apenas uma experiência de um canal voltado para grupos sub-representados: a TV da Gente, do apresentador Netinho de Paula. A emissora, que foi inaugurada no dia da Consciência Negra de 2005, tinha programas produzidos e voltados para a população negra. Em menos de três anos, no entanto, a empresa perdeu o caráter nacional e passou a ser exibida apenas no estado do Ceará. Mudança Santos defende que hoje há um quadro maior de pessoas negras trabalhando no sistema midiático brasileiro, mas “a estrutura passou por poucas modificações”. Para uma mudança efetiva, a legislação de concessão desses espaços, deve ser alterada. “É fundamental repensar a concessão das mídias levando em consideração a pluralidade da sociedade brasileira. Leis que demandem que a diversida-de da população esteja contemplada na mídia são essenciais.”

Fonte: paineira.usp.br

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ATENDIMENTO AO CLIENTE

Em vários lugares já me passaram informações de qual-quer jeito só para livrarem-se da gente e acabo ficando so-zinha e à mercê de meu próprio esforço para resolver os problemas burocráticos do dia a dia.

Vem chegando a época das festas de final de ano e já fico imaginando ir aos shoppings, supermercados e a falta de um bom atendimento e devida atenção para com o cliente. Em muitos desses lugares nem se vê mais o gerente, o vendedor te entrega um papelzinho com o nome dele para na hora de pagar a conta receber a comissão sem terem feito nada, ou, fica aquele te perseguindo sem a menor

desconfiança que atender bem não é ficar atrás da gente o tempo todo e te empurrando o que ele quer que você compre mesmo que não tenha gostado.

Gerentes ou supervisores deveriam estar “a postos”, não escondidos como se não existis-sem e sim observando e orientando funcionários sob sua responsabilidade, prezando pelo bom atendimento. E, quando raramente são encontrados, percebe-se falta de investimen-to por parte da empresa em treiná-los melhor.

Bem, estou falando do atendimento físico, presencial, aposto que qualquer um se arrepia quando o atendimento é por telefone, no caso, operadoras de celular, internet, TV a cabo, cartão de crédito, telemarketing.

E, se a sua opção for de não se ater muito a esses aparelhos, parece que o mundo vive em função de te ligar, enviar mensagens, acionar o WhatsApp e tirar de vez a sua paz...

Será que a falta de paciência é minha?

Atualmente as pessoas são consumistas e ansiosas por comprar, mas, parece que nem todos querem vender.

Pior é que também não vejo ninguém reclamar. Difícil de entender!

Parece que o coletivo engoliu o indivíduo.

Genha Auga Jornalista MTB: 15.320

Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 2

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download na web

Diretor, Editor e Jornalista responsável Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Colaboradores Fixos:

Mariene Hildebrando Genha Auga Filipe de Sousa João Paulo E. Barros Marcelo Goulart Loryel Rocha Callendar (datas) Fábio Luiz de Souza

+ Colaboradores e Fontes nesta edição: Soraia Aparecida de Oliveira Leonardo Sakamoto Roberto Ravagnani. Douglas G S Gomes Erick Morais Juliana Bezerra defesa.gov.br fab.mil.br Eli Boscatto paineira.usp.br Manu Campagna

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de inteira responsa-bilidade dos colaboradores que assinam as

matérias, podendo seus conteúdos não corresponderem à opinião deste Jornal.

Colaboraram nesta edição

01 - Dia Internacional da Música 01 - Dia Internacional das Pessoas Idosas 02 - Dia Internacional da Não-Violência 03 - Dia das Abelhas 04 - Dia dos Animais 04 - Dia Mundial do Sorriso 07 - Dia do Compositor Brasileiro 08 - Dia do Nordestino 12 - Dia das Crianças 12 - Dia Nacional da Leitura 12 - Descobrimento da América 15 - Dia do Professor 17 - Dia da Indústria Aeronáutica Brasileira 17 - Dia Internacional Erradicação Pobreza 17 - Dia da Música Popular Brasileira 20 - Dia do Poeta 20 - Dia Mundial da Estatística 21 - Dia Nacional da Alimentação na Escola 23 - Dia da Força Aérea Brasileira 29 - Dia Nacional do Livro 31 - Dia do Saci 31 - Dia Nacional da Poesia

ALGUMAS DATAS COMEMORATIVAS

Todas as Datas?

Visite nossa biblioteca no site

Voluntariado e longevidade Parece que nem aconteceu, foram tão poucas manifestações de lembrança e apoio ao dia nacional, que aconteceu dia 28 de agosto passado e que acontece todos os anos, que realmente ele foi pouco utilizado.

Então resolvi por conta e risco criar o dia mensal do voluntariado, na verdade todo dia é dia de lembrar do voluntariado por que é uma grande ferramenta para o crescimento das pessoas, das organizações sociais e da sociedade.

Este é o grande lema que quero levar adiante, o voluntariado é importante, estamos espe-rando o que para tê-lo como um grande aliado nas escolas, nas empresas, nas universi-dades, nos governos, na vida das pessoas.

Em Okinawa no Japão, as pessoas são as mais longevas do mundo, ultrapassando os 100 anos de idade com muita facilidade, um país onde tem muitos terremotos, neve, vul-cões, como conseguem? Pois descobriram a razão para viver ou o Ikigai e faz parte desta descoberta os trabalhos de apoio ao próximo.

Muitos nesta ilha são voluntários, na verdade no Japão o ser voluntario é quase uma re-dundância, pois praticamente todos tem esse interesse e o entendimento da importância deste ato.

Portanto não é a ilha que tem uma magia qualquer, mas as pessoas que têm uma consci-ência diferenciada em relação ao mundo e a forma que vivemos hoje.

O voluntariado está entre as atividades que dão prazer na sua grande maioria, que tem um resultado visível, faz com que você pertença ao grupo do solucionadores de proble-mas, faz com que você aumente suas conexões.

Feito a defesa da minha causa o “voluntariado”, continuo com o propósito da defesa e da mobilização para o entendimento dela, lembro sempre que não quero que todos se tor-nem voluntários custe o que custar, mas quero que as pessoas entendam o que é e para que serve e assim possam decidir de forma lúcida se querem ou não e se criticam quem o pratica ou não.

Roberto Ravagnani.

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Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 3

Ser professor(a) - as múltiplas funções dos mestres Falar da docência é falar das várias profissões que transpõem e se sobrepõem a esta.

Enquanto professores...

Somos mágicos, ao fazermos malabares com diversas situações que atingem nossa ima-gem e a vida pessoal.

Somos atores, somos atrizes, que interpretam a vida como ela é, sentimos e transmitimos emoções ao conviver com tantas performances.

Somos médicos, ao receber crianças adoentadas pela miséria, pela falta de tempo da fa-mília, pela carência de tempo de viver a própria infância.

Somos psicólogos, ao ouvir as lamentações advindas de uma realidade dura,

que quase sempre nos impede de agir diante do pouco a se fazer.

Somos faxineiros, ao tentarmos lavar a alma dos pequenos,

das mazelas que machucam estes seres tão frágeis e tão heroicos ao mesmo tempo.

Somos arquitetos, ao tentarmos construir conhecimentos, que nem sabemos se precisos, que nem sabemos se adequados.

É só parar para pensar que talvez seja possível encontrar em cada profissão existente um traço de nós professores. Contudo ser professor, ser professora é ser único, pois a docên-cia está em tudo, passa por todos, é a profissão mais difícil, mas a mais necessária.

Ser professor é ser essência, não sabemos as respostas.

Estamos sempre tentando. Às vezes acertamos, outras erramos, sempre mediamos.

Ser professor é ser emoção

Cada dia um desafio

Cada aluno uma lição

Cada plano um crescimento.

Ser professor é perseverar, pois, diante a tantas lamúrias “não sei o que aqui faço, por que aqui fico?” fica a certeza de que...

Educar parece latente, é obstinação.

Ser professor é peculiar,

Pulsa firme em nossas veias,

Professor ama e odeia seu ofício de ensinar

Ofício que arde e queima

Parece mágica, ou mesmo feitiço.

Na verdade, não larga essa luta que é de muitos.

O segredo está em seus alunos, na sua sala de aula, na alegria de ensinar a realização que vem da alma e não se pode explicar.

Não basta ser bom... tem que gostar.

Soraia Aparecida de Oliveira Professora

A Gazeta Valeparaibna parabeniza todos(as) os(as) professores(as) educadores(as) do Brasil, em especial aqueles(as) que acreditam e lutam por uma educação transformadora, que desperta nos educandos o olhar-respeito, o olhar-direitos, o olhar-reconhecimento di-ante do Outro tão diverso.

Um grande abraço,

Esta data homenageia toda a diversidade cultural e folclórica típica da região Nordes-te do Brasil.

O Nordeste brasileiro é conhecido pela sua musicalidade, culinária, danças, supersti-ções, artesanatos, belíssimas paisagens naturais e muito mais.

O povo nordestino é um grande tesouro da cultura nacional, um dos maiores traços da identidade do Brasil.

O Nordeste brasileiro é composto pelos se-guintes estados: Maranhão, Alagoas, Bahi-a, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Mensagem para o Dia do Nordestino

Povo alegre, que vive com um sorriso no rosto! Obrigado por compartilhar conosco toda a riqueza e beleza da sua cultura!

O Nordeste não é feito apenas de praias paradisíacas, belezas naturais, comidas deliciosas, festas animadas e artesanatos lindíssimo… O Nordeste tem tudo isso e muito mais: os nordestinos, povo mais hos-pitaleiro do país! Que sabe abraçar e rece-ber os turistas com todo o carinho e dedica-ção!

Obrigado por dividirem um pedacinho do Paraíso com a gente, meu povo querido do Nordeste! Vocês são a alegria e a identida-de forte que ajudam a construir um Brasil bonito e rico culturalmente.

Origem do Dia do Nordestino

A criação desta data é uma homenagem ao centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Sil-va, conhecido como Patativa do Assa-ré (1909 - 2002).

O Dia do Nordestino foi oficializado com a lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, na cidade de São Paulo, região com a maior concentração de nordestino em todo o país (com exceção do próprio Nordeste, obvia-mente).

08 - Dia do Nordestino

“Semeie bons pensamentos e pratique be-los atos que a sua vida será uma eterna

primavera.” Pierre da Gama

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Irreversível, impacto da mudança climática será do tamanho de nossa burrice

As mudanças climáticas em andamento na Terra são irreversíveis. Nas próximas décadas, teremos milhões de refugiados ambientais por con-ta da subida no nível dos oceanos e pelos eventos climáticos extremos; fome em grande escala devido à redução e desertificação de áreas de produção e à perda da capacidade pesqueira; aumento na quantidade de pessoas doentes e subnutridas, além de conflitos e guerras em bus-ca de água e de terra para plantar. Muita gente vai morrer no Brasil e no mundo. E os sobreviventes terão que adaptar sua vida para convi-ver com um ambiente mais hostil.

A mudança de nosso modelo de desenvolvimento em escala global não serve mais para evitar, mas mitigar impactos. Segundo a Organização Metereológica Mundial, os 20 anos mais quentes, desde 1880, foram registrados nos últimos 22 anos. Tendo em vista o atual comportamen-to de governos, empresas e consumidores, alterações significativas em nossa economia baseada em carbono não devem ocorrer a tempo de nos encaixarmos nos prognósticos menos piores.

Qualquer alce que caiu em um buraco na Sibéria após o colapso do permafrost local ou qualquer urso polar deprimido por estar à deriva em uma placa de gelo que se soltou no Ártico ou ainda qualquer ta-manduá-bandeira cercado pelas chamas de uma queimada descontro-lada na Amazônia é capaz de dizer que, infelizmente, já ajustamos o termostato do planeta para a posição "gratinar os idiotas". E que, neste momento, estamos nos esforçando apenas para que o assado fique pronto antes da hora.

Temos que parar de falar em "evitar" mudanças climáticas e passar-mos a tratar de "reduzir a tragédia que já começou". O mundo precisa entender que já está no poço. Apenas não chegou ainda ao fundo ain-da.

Desfilando nu, apenas coberto de glitter verde e amarelo, com uma bandeirola escrito "soberania", sendo aplaudido por terraplanistas cli-máticos, o presidente vai passando (vergonha) pelo mundo nessa área. Pensa que o calorzinho que sente é orgulho, quando, na verdade, é concentração de gases de efeito estufa. Torço para os que afirmam que as mudanças climáticas são um exagero, como nosso chanceler Ernesto Araújo, tenham uma vida longa a fim de serem cobrados dos resultado de seus discursos e ações. E que possam senti-los na pele.

Não acreditem em quem fala que estamos em contagem regressiva: já adentramos uma nova era de extinção em massa de uma série de es-pécies. Talvez menos a nossa - ao final, os ricos comprarão sua segu-rança e herdarão a Terra, desta vez mais árida e violenta. O tempo que temos é para evitar que o planeta se transforme em um plágio barato de uma locação de Mad Max - no qual, certamente, muitos presidentes, primeiro-ministros e monarcas egoístas e imbecis se sentirão em casa.

Leonardo Sakamoto

Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 4

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A Segunda Guerra Fria

A expressão “guerra fria” se refere a um tipo de conflito em que as superpotências rivais não se confrontam diretamente. A primeira guerra fria durou de 1945 a 1991, foi a rivalidade entre os Estados Unidos da América e a União das Repúbli-cas Socialistas Soviéticas. A rivalidade entre as duas nações tinha origem na incompatibilidade entre as ideologias defendi-das por cada uma delas. Os EUA defendiam (e ainda defen-dem) o capitalismo, e a URSS defendia o socialismo.

A Segunda Guerra Fria, ou Nova Guerra Fria, é outro período de tensão política e militar entre grandes potências mundiais, como os países membros da União Europeia e da OTAN con-tra a Rússia, os Estados Unidos e Japão contra a China e Co-reia do Norte, Estados Unidos e Israel contra o Irã... e esse segundo período começou em 2014, dentro do contexto da crise ucraniana, e continua ainda hoje.

O perigo é o mesmo da Guerra Fria anterior, as grandes po-tências mundiais caminharem rumo a Terceira Guerra Mundi-al. Até onde vai o bom senso das oligarquias políticas interna-cionais? É evidente que a retomada das tensões geopolíticas é a reação dos Estados Unidos da América à sua decadência enquanto superpotência mundial. Mas o que abalou a econo-mia dos EUA não foi justamente os excessos de gastos milita-res? As guerras no Afeganistão e no Iraque? O que acontece realmente com os Estados Unidos (e Europa), as políticas de centro, que predominam há muito, estão em decadência. Ob-servando a História e a Geopolítica, é perceptível que os Es-tados Unidos e a Grã-Bretanha são países “companheiros”, reivindicaram livre-comércio nos anos 90, a Nova Ordem Mundial neoliberal, têm basicamente a mesma ideologia, luta-ram do mesmo lado na Primeira e Segunda Guerras Mundi-ais, será que não convém para os Estados Unidos e a Grã-Bretanha se juntarem ao Canadá e à Austrália, e formarem um megabloco anglo-saxão? Um “NAFTA alternativo” amplia-do entre países desenvolvidos de língua inglesa? Ou que in-clua também países que não são anglo-saxões, como Japão e Coreia do Sul? Também, será que não convém aos Estados Unidos esquecer, por uns tempos, o Oriente Médio? Tentar corrigir os seus erros internos? Reverter a desindustrialização interna? Fazer uma Reforma Política? “Ceder os anéis para não perder dos dedos”, aceitando um mundo multipolar e per-manecer como um dos grandes protagonistas junto com a U-nião Europeia, a China e a Rússia? Para que colocar o mun-do em risco de um holocausto nuclear, de forma a destruir as civilizações atuais?

Os EUA são o quarto maior país do mundo em extensão terri-torial, o terceiro maior em população, têm um PIB com mais de 12 trilhões de dólares, uma influência cultural sem par so-bre outros países, um país ainda muito poderoso como os Es-tados Unidos tem tempo de frear a sua decadência e perma-necer a principal potência do planeta por um bom tempo. Não é necessária outra Guerra Fria! O mundo necessita de paz.

João Paulo E. Barros

Terceirizar responsabilidades pessoais é uma forma de não assumir compromissos sustentáveis com nin-guém! Sinal promissor de perda de identidade e autonomia! Se pra você, tudo, tanto faz... lamento informar

que o seu cortejo já partiu, e nem isso você decidiu! Douglas G S Gomes

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Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 5

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TRABALHANDO COM INTELIGÊNCIA EMOCIONAL UM DESAFIO DA ESCOLA CONTEMPORÂNEA.

Não é nenhuma novidade que os estudos acerca da inteligência emocional nos ajudam a compreender e a trabalhar melhor as emoções. Mas para isso, faz-se necessária uma força-tarefa. Desenvolver a inteligência emocional não é uma competência que cabe ape-nas à escola. A família possui uma participação imprescindível neste processo. Especia-listas em educação de diversos países, já vêm discutindo nas últimas décadas, a ideia de que cada indivíduo é dotado de inteligências múltiplas e cada um deles possui o seu pró-prio ritmo e o seu próprio tempo de aprendizagem. Mas de que forma a inteligência emo-cional pode auxiliar a escola em seu papel de aprendizagem? Como a escola, enquanto instituição pode estimulá-la no aluno? Estas questões serão elucidadas a seguir.

A inteligência emocional consiste em uma construção permanente do indivíduo, por meio de uma abordagem em que a reflexão e a compreensão dos sentimentos negativos são trabalhadas por meio da criação de um repertório emocional que resultará na otimização das faculdades ligadas à sua inteligência. Por esta razão, o estímulo à inteligência emo-cional deve ocupar um papel primordial na vida do individuo desde sua juventude, exerci-tando-o a lidar com seus sentimentos de forma construtiva. Este trabalho exaustivo, inicia-se na infância, por meio da socialização primária. Na medida em que a criança cresce e ocupa outros espaços além do ambiente doméstico, seus atributos socioemocionais ne-cessitam ser trabalhados com maior intensidade. Neste sentido, entra a escola.

A neurociência, entre outros campos do conhecimento, nos ajuda a compreender melhor como se desenvolve a aprendizagem. A escola é o espaço aonde as crianças e os jovens passam a maior parte de seu tempo, tornando-se o local propício para a socialização e para uma abordagem socioemocional. Claro que para isso, a escola necessita incorporar este papel e abandonar as amarras que ainda a mantém aprisionada nos séculos passa-dos. O velho modelo de educação necessita ceder espaço para que a escola assuma de fato o seu papel, com a formação integral dos indivíduos.

Incorporar esta demanda não é tão simples assim. Não basta a alteração de regimento escolar e do PPP da instituição a, b ou c. Uma transformação deve ocorrer em todo o sistema de ensino, a começar no responsável pela formação do professor. É notório que as licenciaturas e os ISE, base da formação inicial do professor, não estão preparados para dar conta desta mudança e não oferecem formação suficiente para subsidiar a ação do professor frente aos desafios da sala de aula. Este debate ainda é novo e não está perto de chegar integralmente nos bancos das universidades. Outra verdade é, que as instituições, tampouco o Poder Público demonstra qualquer preocupação ou compromis-so com a formação continuada do professor. O resultado? Como dizia meu falecido avô, na hora do ‘pega pra capar‘, cada um se vira como pode.

Muitas escolas já têm aderido a esta iniciativa. Muitas redes de ensino já têm aceitado o desafio, mas ainda há um longo caminho a trilhar nesta busca por uma educação que for-me “cidadãos globais”.

As perguntas que eu sempre ouço em minhas palestras e percursos formativos é: Mas como a minha escola, pode fazer a diferença, com os profissionais que nós temos e com os recursos que dispomos hoje? A minha resposta é sempre a mesma: As escolas preci-sam exercer um papel ativo na formação das crianças e dos jovens. Alguns países já in-cluíram a educação emocional em seus currículos, associados a outras disciplinas. Mas, adequando à realidade brasileira, este tema pode ser trabalhado de forma transversal e interdisciplinar. É claro que, para que este processo ocorra de forma eficiente, o professor precisa abandonar o papel de mero reprodutor de conteúdo.

Neste processo, o papel do professor deverá ser, de fato, voltado a preparar os indiví-duos para se tornarem cidadãos globais, conscientes, críticos e responsáveis pela forma como pensam, sentem e agem. Reconhecendo as emoções do aluno ao seu redor, o pro-fessor poderá criar um elo de comunicação para proporcionar uma interação saudável de sentimentos como alegria, tristeza, raiva, medo ou até mesmo a vergonha.

A partir disto, podemos concluir que, trabalhar as emoções potencializa e otimiza o pro-cesso de aprendizagem do aluno, pois o permite que eles identifiquem e desafiem os limi-tes de seus estudos e os obstáculos encontrados tanto para aprender o conteúdo, quanto para se relacionar com a família e professores, processo fundamental em sua aprendiza-gem. Claro que, sabemos que o caminho a ser percorrido é quilométrico, e muitos fatores externos são fundamentais neste processo; mas nós, enquanto atores do processo de aprendizagem, podemos mudar a forma como enxergamos a aprendizagem de nossos alunos e criar a partir de nossa realidade, mecanismos que irão proporcionar de fato uma educação significativa.

Prof. Fábio Luiz de Souza Diretor Pedagógico da Via Educa Consultor Educacional Vamos falar sobre educação? (86) 99911-1320

Cidadão de bem Já não tenho certeza Se sou cidadão de bem Porque não frequento igreja Nem falo em matar ninguém Não quero arma na cintura Sou contra a tortura E defendo a justiça social Repudio qualquer discriminação Então para mim não há perdão Por eu ser um cidadão do mal. . Não sou um cidadão de bem Carregarei esse fardo comigo Porque além de tudo eu também Condeno a subserviência aos gringos E sou totalmente contrário À redução do erário Que custeia a educação E porque acho que as artes Constituem importante parte Da identidade da Nação. . Não sou um cidadão de bem Porque valorizo a mulher E acho que ela detém O direito de ser o que quiser Então aceito com resignação A inevitável condenação Por não seguir o exemplo do mito Aos cidadãos de bem digo adeus E convido os do mal como eu A continuarem seguindo o Cristo. Eduardo de Paula Barreto

LER FAZ BEM

O objetivo desta data é incentivar a prática da leitura

entre jovens e adultos. A leitura é essencial para a formação do senso crítico, estimulan-do a criatividade, imaginação e enriquecen-do o vocabulário dos leitores.

A data foi instituída através da Lei nº 11.899, de 8 de janeiro de 2009, que também prevê a celebração da Semana Nacional da Leitu-ra e da Literatura no Brasil.

Várias campanhas são feitas neste período para incentivar a leitura, principalmente en-tre crianças e jovens, para que cresçam e desenvolvam o gosto por esta atividade.

Atividades para o Dia da Leitura

- Organizar um encontro literário com os a-migos;

- Ir à biblioteca com os seus filhos;

- Visitar uma Feira do Livro;

- Passar dia com os amigos numa livrari- a;

- Doar livros para bibliotecas, escolas ou ou-tros espaços públicos;

12 - Dia Nacional da Leitura

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Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 6

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

A música na escola

A música e suas possibilidades....Falando aqui

do ensino de música nas escolas, mas não dá

para não pensar nos sons, nas melodias infini-

tas, no bem que a música nos faz, nos senti-

mentos que ela provoca, nas recordações que

elas evocam, em tantos momentos que ela es-

tá presente em nossas vidas. Ela é fundamental, os ritmos, as melodias, a harmonia nos

provocam sensações maravilhosas, nos permite viajar em pensamento. Alguns autores

dizem: “que música é a combinação de sons e silêncios de uma maneira organizada”.

Música é arte. Faz parte da cultura de um povo, expressa sentimentos, emoções. São

muitos tipos de músicas, várias interpretações, várias melodias, uma pluralidade de inter-

pretações e sons infinitos que não acabam nunca, sem falar nas várias funções que ela

pode exercer. Se isso não fosse suficiente, basta pensar que a vida sem música seria bem

menos encantadora, e que os benefícios da música fazem muita diferença no nosso bem-

estar físico, emocional e mental.

A Lei nº 11.769 tornou obrigatório o ensino de música nas escolas. Há dois anos surgiu

uma nova lei que incluiu além da música, o teatro, a dança e as artes visuais como disci-

plinas obrigatórias.

É sabido que a música promove o desenvolvimento da criança, desperta a criatividade e

facilita a inclusão do aluno no ambiente escolar. Os benefícios são muitos, mas então por-

que não temos uma disciplina de música na maioria das escolas?

Encontramos geralmente aula de artes, mas o resto não vem junto. São quatro professo-

res para essas áreas que poderiam trabalhar juntos, mas uma das dificuldades é encontrar

profissionais habilitados, existem poucos. Outra dificuldade são as políticas públicas que

deveriam considerar a importância de adaptar o ensino de música a realidade de cada lu-

gar. O que normalmente acontece nas escolas é termos um professor que abarca todos os

quatro componentes curriculares, quando o ideal seria cada professor ter a sua formação

específica para trabalhar com os alunos de forma interdisciplinar.

Sobram vagas nos cursos. São cerca de 128 cursos de música no país que oferecem

8.384 vagas, sendo que 2.246 finalizaram o curso em 2016. Segundo o censo também em

2016 havia 36 cursos de formação de professores em artes sendo que apenas metade

das vagas foi preenchida. 52 cursos de formação de professores em teatro com 1974 va-

gas e apenas 595 finalizaram o curso. Assim ocorreu também com o curso de dança, mais

vagas do que pessoas interessadas. Falta incentivo, apoio, bons salários para que esses

cursos sejam procurados, e também a valorização e a oferta de vagas para esses profis-

sionais nas escolas para que a procura aumente.

Precisamos nos dar conta que a música é uma forma de expressão que contribui para a

formação da criança de várias maneiras, despertando a sensibilidade, melhorando a auto-

estima, desenvolvendo a criatividade. Estimula o processo de ensino aprendizagem, en-

volvendo todos os sentidos. Aumenta o vocabulário, pode revelar habilidades até então

desconhecidas. Trabalha a cooperação quando a proposta é tocar em grupo, permite que

os alunos se associem por gostos e interesses musicais. Promove a autonomia, individua-

lidade a concentração, a criatividade. Pesquisas mostram que as crianças que tem em seu

aprendizado a música, apresentam uma performance melhor no ambiente escolar e na vi-

da em geral. Já dizia Platão que “a música é um instrumento educacional mais potente

do que qualquer outro”.

A música é importante para o desenvolvimento do raciocínio. São tantos os benefícios da

música, seja aprendendo um instrumento, ou aprendendo a cantar . A arte estimula e

transforma as pessoas, nos ajuda a nos conhecer e a compreender os outros. A música

encurta as relações entre as pessoas e contribui para o desenvolvimento cognitivo da cri-

ança.

Perecebe-se então que a música é um dos meios de comunicação mais importantes do

homem, e isso já é suficiente para que ela esteja presente no processo de alfabetização.

“Uma coisa boa sobre a música é que quando ela bate você não sente dor”

(Bob Marley)

Mariene Hildebrando

Especialista em Direitos Humanos

Chega!

Chega, é hora do basta Rendam-se servos do mal Que ao invés de doces balas Distribuem balas de metal Que voam a esmo Nos lugares ermos Cruzando distâncias Insípidas balas perdidas Que abreviam a vida De inocentes crianças. Chega, rendam-se insanos Que criam governos paralelos Formados por milicianos Que oprimem e causam flagelo Às populações desassistidas Pelo Governo homicida De alma doente e mente torpe Que com seu vasto arsenal Combate a desigualdade social Eliminando os pobres. Chega, é hora de pormos um fim Nesse Governo mesquinho Que incendeia o nosso jardim Queimando rosas e deixando espinhos Para ferir os pés dos quilombolas E dos índios que vão embora Para as selvas de pedra Onde não há árvores verdes Nem rios que matam a sede Da tradição que seca. Chega, já atingimos o limite Se a justiça a sociedade postula Trata-se de sábio alvitre Libertar o ex-presidente Lula E dar-lhe justo julgamento Que tenha como fundamento A busca pela justiça cega Para que haja equilíbrio E mantenhamos o livre-arbítrio Para podermos gritar: Chega! Eduardo de Paula Barreto.

Os compositores são as pessoas que com-põem músicas, seja a letra ou a sua melo-dia. Esta data é uma homenagem aos artis-tas brasileiros que se imortalizaram como mestres da composição musical.

Compositores brasileiros famosos

Alguns dos compositores brasileiros que se imortalizaram na história da Música Popular Brasileira, estão: Heitor Villa-Lobos, Chico Buarque, Gilberto Gil, Cazuza, João Gilber-to, Tom Jobim, Cartola, Raul Seixas, Cae-tano Veloso, Noel Rosa, Vinícius de Mora-es e muitos outros.

O Dia Mundial do Compositor é comemora-do em 15 de janeiro, no entanto, o Brasil é o berço de grandes compositores, mere-cendo uma data especialmente dedicada a esses nomes.

07 - Dia do Compositor Brasileiro

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“ELES” Ao final do dia pegam o mesmo bonde e seguem juntos calados, cansados demais. Cada qual com seus pensamentos. Saudosos de seus costumes e da sua gente, ali-viados por já não sentirem os cor-pos tremerem pelos estrondos que

os ensurdeciam e que os faziam esconderem-se em buracos, a dor agora é mais amena, sentem no coração mas não na carne, olham para fora tranquilos, observam pequenas casas, gente chegando e luzes acendendo os lares.

Numa pequena vila, forma-se uma comunidade onde aos poucos vão mudan-do a sua história...

Ela, uma jovem morena, cabelos longos e pretos, corpo bem feito, prenuncio da mocidade. Ao chegar, encontra seu jantar feito; uma boa sopa, que a mãe lhe prepara e a acompanha na degustação ouvindo-a tagarelar sobre seu dia, a mãe lhe cuida com apreço enquanto aguarda o pai que virá mais tarde do tra-balho, pai severo na educação e de pouca fala mas como o leão, sempre a es-preitar as fêmeas que são de sua guarda.

Ele, um rapaz de pouco mais de dezoito anos, louro, olhos azuis como o mar que o trouxe de tão longe, não tem a mesma sorte; em seu pequeno quarto ao fundo de um quintal que uma senhora lhe alugara e que por vezes oferece al-guma comida que sobrou, ou, sacia a fome com pão que come com o que tiver.

Na casa dela se faz preces agradecendo pelo dia, depois mãe e filha põem-se a costurar pequenos remendos, o pai fuma na porta da casa e observa a noite prevendo o tempo. Recolhem-se e dormem.

O jovem louro após sua refeição, deita-se, sente o corpo cansado relaxar e os pensamentos vão longe, lembranças dos seus familiares que lá ficaram, espe-rança de dias melhores encontrarem. O corpo pesa, a cabeça confusa, ador-mece.

Na manhã seguinte a chuva fina os espera e os molha, sem pena de quem vai trabalhar, sobem ao bonde, cada qual percebe o outro num rápido olhar e vol-tam-se para suas mentes até seus destinos cada qual chegar.

Na comunidade da vila, nos finais de semana, começam a sentar nos bancos da praça para conversar e desenvolvem um benquerer, afinidades e uma proxi-midade das famílias.

Filhos de imigrantes, aqui encontraram refúgio, trabalho duro, costumes dife-rentes mas, o tempo passou, a comunidade cresceu e a alegria foi tomando conta de todos naquele lugar onde podiam recordar suas histórias mas também encontraram muito afeto e boas relações com os brasileiros.

A vida foi melhorando, puderam estudar, ajudar os pais e daquela amizade surgiu um grande amor, um bom casamento, e uma filha nascida nesse Brasil que sempre foi acolhedor com seus estrangeiros que aqui vieram tentar conti-nuar a vida.

Já se passaram muitos anos, muitos deles já se foram mas, restou, a filha, pa-ra quem sabe, deixar um último registro dessa história...

Genha Auga Jornalista Mtb:15.320

Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 7

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DIA DAS CRIANÇAS

DOZE DE OUTUBRO DIA DE ALEGRIA...

NESSA DATA PODE TUDO! NA VERDADE, É POESIA, SOMENTE POR UM DIA.

ESTÃO PELAS RUAS

PASSANDO FOME E ABANDONADAS, SEM DIREITO À EDUCAÇÃO,

NUM MUNDO DE DEVASTAÇÃO, CRIADAS EM MEIO HÁ TANTA DESTRUIÇÃO.

BUSCAM NO LIXO

UM PEDAÇO DE PÃO ENQUANTO AS IGREJAS REVESTEM-SE DE OU-

RO, E O GOVERNO IRONICAMENTE PRA LÁ E PRA CÁ DE AVIÃO...

GANÂNCIA E MALDADE,

DOMINOU O CORAÇÃO DO HOMEM E NOSSAS POBRES CRIANÇAS

SOFREM O RESULTADO...

NESSA DATA NÃO COMEMORE NADA, NÃO DIGA VIVA A ESSE DIA.

MAS LUTEMOS SIM, PRA QUE SALVEM NOSSAS CRIANÇAS!

Genha Auga

Esta data celebra o profissional, que pode (e deve) ser reconhecido como um artista escritor, que usa de sua criatividade, imaginação e sensibilidade para escrever, em versos, as poesias que faz.

O principal propósito desta data é incentivar a leitura, escrita e pu-blicação de obras poéticas nacionais.

Há séculos as pessoas se emocionam, riem e choram com essas belas produção artísticas, consideradas como uma das Sete Artes Tradicionais.

Origem do Dia do Poeta

O Dia Nacional do Poeta é comemorado a nível extraoficial, ou se-ja, não há uma lei que oficialize o 20 de outubro como Dia do Poeta

no país.

Mas, a data foi escolhida por uma razão bastante especial para os poetas brasileiros. No dia 20 de outubro de 1976, em São Paulo, surgia o Movimento Poético Nacional, na casa do jornalista, roman-cista, advogado e pintor brasileiro Paulo Menotti Del Picchia.

A data homenageia e lembra este momento ímpar para os poetas do Brasil.

Curiosidade sobre o Dia da Poesia

Antigamente, a poesia era cantada e acompanhada pela lira, um instrumento musical típico da Grécia. Por isso, a poesia é classifi-cada como pertencente ao gênero lírico da literatura.

20 - Dia do Poeta

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Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 8

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Um episódio da Era das trevas Faltavam poucos minutos para o enforcamento. Eram 15 h e o sino da igreja da vila repicava sem parar, emitindo sons que chegavam como soco no nariz, dedo nos olhos e picada de marimbondo. To-dos acotovelavam-se na praça para ouvir as acusações contra o condenado . Dali alguns instantes seria enfocado um homem com cerca de 74 anos. O carrasco observava de maneira enigmática a série de sete janelas trancadas no céu. Ele iria proferir antes do en-forcamento um discurso incriminador perante a população compos-ta essencialmente de operários, trabalhadores de aplicativos, pro-fessores, faxineiros, caixas de super mercado e atendentes de tele-marketing . Ao fundo uma orquestra tocava pela quinta e última vez o hino nacional.

O homem estava com a corda com pele de sucuri em volta do pes-coço. A longa corda foi amarrada no galho de uma árvore centená-ria. O condenado com as mãos atadas, os pés amarrados e a boca tampada, mal conseguia se equilibrar no banquinho, que seria chu-tado dentro de instantes. O carrasco iniciou seu discurso:

- Me perdoem, mas mal consigo voltar meus olhos para o condena-do. Vejam o que as forças do mal podem lançar sobre a terra! Esta-mos diante daquilo que no século XX chamavam de “ intelectual “. Um homem que passou décadas da sua vida, da vida que é conce-dida por Deus!, doutrinando jovens. Ele possui uma ideologia, sim uma ideologia... Em suas aulas e em seus artigos falava sobre a miséria no Brasil e portanto falava mal do nosso país. Ele usou a palavra “ cultura “ mas para pronunciar na verdade o idioma de Sa-tã! Em escolas, universidades e centros culturais, locais aonde os jovens inocentes deveriam aprender os conhecimentos necessários para servir ao mercado, esse homem promovia debates, discus-sões sobre as diferenças entre ricos e pobres.

Duas mulheres que estavam junto ao público gritaram :

- Comunista!

- Terrorista!

O carrasco continuava:

- Mas tem mais senhoras e senhores, muito mais! Este homem possui objetos que comprovam a sua falta de patriotismo, o seu ó-dio contra a família e a propriedade.

Uma senhora sorridente caminhou em direção ao carrasco com u-ma caixa contendo variados itens que pertenciam ao condenado. O carrasco retirou da caixa um exemplar do livro A origem das Espé-cies, de Charles Darwin.

- Temos aqui um exemplar demoníaco que nega o fato do homem ser criação divina.

A evolução das espécies é uma teoria que nega a Deus.

Um homem gritou:

- Ateu!

O carrasco retirou outro livro: A Interpretação dos Sonhos, de Sig-mund Freud. Nem foi preciso que ele comentasse a obra, sendo interrompido por três pessoas que gritavam:

- Pornográfico!

- Devasso!

- Tarado!

O carrasco colocava as mãos sobre o rosto e em seguida as eleva-va em direção ao céu, como se pedisse auxílio divino. Ele prosse-guiu e retirou da caixa uma pilha de revistas de histórias em quadri-nhos e um antigo single dos Beatles:

- O que dizer destes itens? Gibi: sabemos quantas pessoas se en-tregaram aos pecados da carne e aos mais hediondos comporta-

mentos após a leitura de histórias em quadrinhos. Essas revistas são desenhadas com o intuito de destruir as nossas tradições e corromper os nossos jovens!

Pessoas gritavam:

- Ideologia de gênero!

- Multiculturalismo!

- Apologia da Revolução!

O carrasco prosseguiu tendo em mãos agora o velho single do quarteto de

Liverpool:

- Beatles! Temos aqui a canção I Want To Hold Your Hand. Parece uma música inocente mas não é! Se colocarmos este disco de trás pra frente numa vitrola, será possível ouvir “ Proletários de todos os países, uni-vos! “. Os Beatles eram agentes secretos que trabalha-vam para a União Soviética. Este homem que está diante de nós participa de um culto de drogados e pervertidos, cujo líder espiritual John Lennon se dizia mais popular do que Jesus Cristo!

Mais gritos vinham do público:

- Maconheiro!

- Comunista!

O carrasco pediu calma e prosseguiu:

- Até agora nos deparamos com objetos que apenas sugerem o ca-ráter maligno deste homem. Passo agora a comprovar que esta-mos, de fato, diante de um comunista.

O carrasco retirou da caixa livros assinados por autores como Marx, Engels, Lenin, Trotski, Rosa Luxemburgo, Gramsci, Marcuse e outros. Ele atirava os livros pelo ar. Transtornado, descabelado, ele vociferou em meio aos gritos da multidão suas palavras finais:

- Basta! Basta de imundices! Homens como esse falam em cultura mas participam junto aos marcianos de uma grande conspiração, de um conjuração contra a civilização! Ele é um inconfidente! Mos-tremos com o exemplo da sua morte que o capitalismo é eterno! Que é o sol que gira em torno da terra e não a terra que gira em torno do sol! Mostremos que quem deseja mudanças na sociedade não aceita na verdade os desígnios de Deus! Não existe Paraíso sem acumulação de capital! As multinacionais nos dão o pão de cada dia! Quem não trabalha desobedece as leis de Deus! Quem não trabalhar hoje irá para o inferno amanhã!

Todos gritavam:

- Enforquem o maldito!

O homem foi enforcado. No final da tarde, a caixa contento os itens do morto deveria ser levada para longe da vila e enterrada em local desconhecido. Um jovem, que passa os dias fazendo entregas de bicicleta foi escalado junto a outros dois jovens que trabalham co-mo atendentes de telemarketing, para enterrar a caixa. Os três en-terraram a caixa tomados por uma grande curiosidade pelos itens que esta continha. Estes jovens não tinham as mesmas opiniões dos outros habitantes da vila. A caixa foi enterrada naquela noite. Porém, passados dois dias, a caixa foi desenterrada e seu conteú-do desapareceu.

Naquela vila, por volta das 2 h da madrugada, quando os homens e mulheres tementes a Deus dormem, aqueles três jovens estudam documentos históricos, leem aquelas obras que pertenceram a um condenado.

Observação: esta é uma pequena obra de ficção. Apesar do seu pano de fundo ser inevitavelmente histórico, personagens e lugares foram inventados.

Manu Campagna

PRECISA-SE VOLUNTÁRIO

Para revisão de textos do jornal de acordo com as novas normas do acordo ortográfico.

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Todo ser humano é um fascista em potencial:

Reflexões sobre a Banalidade do Mal

Theodor Adorno disse que todo ser humano é um fascista em po-tencial, pois nenhum de nós está isento de cometer atrocidades contra o outro, uma vez que todos podem perder ou deixar-se per-der a capacidade de pensar o mundo como uma dimensão de es-paços que coabitam. Ou seja, qualquer ser humano pode deixar de enxergar a dimensão que forma o outro e passar a entender o mun-do a partir de um único ponto de vista, sem direito ao diálogo, até porque, como disse, não há um interlocutor para que o diálogo seja estabelecido.

Dessa forma, há de se considerar a força que a estrutura sociopolí-tica exerce para que o indivíduo se torne um fascista, como ocorreu na Alemanha nazista, em que o próprio Estado criou mecanismos para que qualquer pensamento contrário ao dominante fosse exter-minado pelo ódio e pela violência. Naquela ocasião, o horror nazis-ta não foi praticado por pessoas “demoníacas”, tomadas por um ente abstrato, como muitas vezes aparenta, e sim, por pessoas co-muns, adaptadas e subservientes ao sistema, inclusive, um totalitá-rio.

Analisando por essa perspectiva, percebemos que de fato há no homem uma potencialidade para o mal. Mais que isso, existe uma potencialidade para que o mal seja praticado e banalizado. Em to-da prática fascista, portando, há uma banalização do mal, uma vez que ao se tornar parte do cotidiano, algo padrão compartilhado por todos, o fascismo se torna banal, um mal não de “monstros”, mas de homens comuns.

Nesse ponto, o pensamento de Adorno se encontra com o de Han-nah Arendt, em que se constata que o vetor do mal praticado em regimes fascistas é o homem comum, destituído da capacidade de pensar. A perplexidade que essa análise traz não está apenas em perceber que responsáveis por milhares de mortes eram indivíduos médios, mas, sobretudo, em entender que qualquer um pode se tornar uma pessoa abominável e externar o monstrinho que somos, lembrando Saramago.

Obviamente, dificilmente teremos a repetição de modelos totalitá-rios como o nazismo, o stalinismo, ou as ditaduras latino-americanas, em que sobressaltaram aos olhos indivíduos como Hi-tler e Stálin. No entanto, na conjuntura atual, é possível que peque-nos reinos totalitários sejam instalados, bem como, o levante de

pequenos tiranos. E é exatamente isso que se observa dentro do panorama social contemporâneo.

Discursos de ódio, segregação, culpabilidade dos problemas produ-zidos socialmente a determinados grupos, isolamento, egoísmo, egocentrismo, competição extrema por todos os espaços, incapaci-dade de ouvir, enxergar, ver e reparar. Todas essas características, as quais poderiam se relacionar com os regimes totalitários supra-citados, na verdade, também pertencem a nossa sociedade. Sendo assim, a banalização do mal em uma nova faceta nos atinge e de-monstra que o inferno não está nos outros, em outro lugar, mas em nós, aqui e agora.

A grande problemática, desse modo, reside no fato de, mesmo a-pós tantas experiências negativas para o ser humano, a sociedade insistir em se organizar de maneira autodestrutiva, desintegrada e excludente. Com uma estrutura social que estimula uma concorrên-cia brutal, em uma espécie de luta de todos contra todos, como se fôssemos inimigos, gladiadores no coliseu, no melhor estilo do hu-manitismo desenvolvido por Machado, não é estranho que tenha-mos perdido a capacidade de enxergar o outro como um ser com dimensão própria e diferente da nossa, que mais do que meros jul-gamentos, deve ser compreendido em sua individualidade e com-plexidade.

Quando se desenvolve um sistema que cria condições favoráveis ao afloramento do mal e sua prática por todos (banalização), há se entender que os dispositivos possuem problemas e precisam ser corrigidos. Isso não significa estabelecer um determinismo, em que todos, sem exceção, agirão do mesmo modo quando expostos a determinada circunstância sociopolítica, mas perceber que os mol-des em que a sociedade se constrói são fundamentais para que se tenha indivíduos inclusivos ou exclusivos (autoritários, incapazes de dialogar e, não raras vezes, agressivos).

Se vivemos em uma sociedade pautada no reino do eu, então, so-mos incapazes de enxergar o outro de forma autônoma e diferente. Pelo contrário, enxergamos o outro somente como um reflexo nos-so e na medida em que não conseguimos perceber esse reflexo, vemo-nos na obrigação de por meio da força torná-lo igual ao mo-delo-padrão. Trocando em miúdos, não há na base formadora da nossa sociedade elementos que estimulem o diálogo, a capacida-de, para lembrar Rubem Alves, de enxergar que o outro possa ver mundos que eu não enxergo. E é justamente essa incapacidade que produz a violência, seja verbal, como discursos de ódio e into-lerância nas redes sociais, seja física, quando o indivíduo-tirano não aceita a insubordinação daquele que vive diferente das suas normas.

Posto isso, o mal pode existir e ser banalizado em qualquer época e sociedade, porque, como disse Bertold Brecht – “A cadela do fas-cismo está sempre no cio” – à espera de sistemas que a copulem e produzam cachorrinhos obedientes a todo comando do pai. Sendo, portanto, o mal oriundo do homem comum, banal, que estava ape-nas procurando do melhor modo estar adaptado ao sistema, é pre-ciso ressaltar a sua incapacidade de ser diferente e romper com a ordem. É preciso ressaltar a nossa extrema facilidade em se adap-tar e banalizar o mal, mesmo que, no fim das contas, todos seja-mos afetados pela violência do totalitarismo, verdadeira tragédia do homem comum.

Erick Morais

Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 9

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Esta data é destinada a fortalecer o reconhecimento do importante papel dos estudos estatísticos perante a sociedade. No Brasil, o principal órgão responsável pelos estudos estatísticos da população brasileira é o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Origem do Dia Mundial da Estatística

A World Statistics Day foi criada pela Organização das Nações Uni-das – ONU e celebrada pela primeira vez em 2010, com o intuito de homenagear e reconhecer a importância que os estudos estatísti-

cos possuem sobre a sociedade. Atualmente, mais de 130 países celebram esta data em 20 de outubro.

Importância das estatísticas

Como ferramenta para conclusões de trabalhos científicos e acadê-micos; Análise do desenvolvimento econômico e social de um país; Como diagnóstico para tomadas de decisões importantes dos go-vernos, empresas e demais instituições; Para a definição de serviços e produtos mais adequados aos dife-rentes tipos de consumidores.

20 - Dia Mundial da Estatística

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Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 10

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Campo de concentração do Patu

(A história que poucos contam)

Poucos brasileiros conhecem a história do sítio arquitetônico do “Campo de Concentração do Patu”, no Ceará. Tombado patrimônio histórico-cultural da cidade de Senador Pompeu, recentemente, o local foi palco de muito sofri-mento no passado.

O Campo de Concentração do Patu, como ficou conhecido, servia para confinar milhares de pessoas que fugiam da seca no interior do Ceará.

O objetivo era evitar que os retirantes chegassem a outras cidades, princi-palmente Fortaleza, capital cearense. Oficialmente, 16.221 pessoas ficaram concentradas no local, sob alegação de que estariam sob a proteção do go-verno.

De acordo com historiadores, lá elas eram expostas a uma série de sofri-mentos e privações. Muitas delas morreram de inanição e de doenças, co-mo tifo.

Os retirantes também seriam explorados como mão de obra escrava, traba-lhando de forma forçada em obras públicas.

A história dos campos de concentração no Ceará origina-se em processos vividos na seca de 1877, quando um ciclo intenso de estiagem motivou grandes deslocamentos de retirantes do interior do estado para Fortaleza.

Em 1915, temendo que a situação de 1877 se repetisse, o governador da época, coronel Benjamin Liberato Barroso, criou o primeiro campo de con-centração do Ceará, em Fortaleza, no chamado Alagadiço, atualmente bair-ro de São Gerardo. Com o fim da estiagem, em 1916, o campo foi desfeito.

Em 1932, mais uma vez a seca foi intensa e novos campos de concentra-ção surgiram para confinar os retirantes, não só em Fortaleza, mas em ou-tras cinco cidades também: Crato, Senador Pompeu, Quixeramobim, Cariús e Ipu. Ao todo, eram sete campos de concentração, sendo dois deles em Fortaleza.

O isolamento das pessoas de baixa renda dos grandes centros urbanos não era o único propósito dos campos. Na época, a ideia do darwinismo social era popular e ajudava a justificar iniciativas como essas. De acordo essa teoria, algumas sociedades seriam superiores às outras. Esse concei-to motivou as ideias de eugenia, racismo, fascismo e nazismo. Os campos de concentração brasileiros foram criados quase meio século antes dos na-zistas, que tiveram os primeiros campos em 1933.

Os campos de concentração do Ceará foram desativados em 1933. O nú-mero de mortos nunca foi oficialmente contabilizado.

Da redação

A data homenageia o Saci-Pererê, figura mi-tológica do imaginário folclórico brasileiro.

O Dia do Saci foi criado com o intuito de ajudar a valorizar o folclore nacio-nal, ao invés do Dia das

Bruxas (Halloween), que é celebrado no mesmo dia e que nada tem a ver com a cultura do Brasil.

Origem do Dia do Saci

Com o objetivo de fazer resistência à cultura norte-americana, a Comissão de Educação e Cultura elaborou o Projeto de Lei Federal nº 2.479, de 2013, que institui o 31 de Outubro como sendo o Dia do Saci.

Dia do Saci x Halloween

Como dito, o Dia do Saci surgiu como uma alternativa ao Halloween, uma celebração baseada na cultura norte-americana. O objetivo é conscientizar a população sobre a rica variedade cultural do folclore brasileiro.

A Lei n.° 2.479, de 2003, diz que:

“A data escolhida, 31 de outubro, dia em que se festeja o Halloween, “Dia das Bruxas”, nos Estados Unidos, parece-nos pertinente. A comemoração do Halloween no Brasil – como tantas outras celebrações da cultura norte-americana de forte apelo comercial – tem atraído cada vez maior número de jovens e crianças. Criar, na mesma data, o “Dia do Saci” é, portanto, uma forma de se ofere-cer à juventude brasileira a alternativa de festejar as ma-nifestações de sua própria cultura.”

A Lenda do Saci-Pererê

Há quem diga que a lenda do Saci surgiu no sul do Brasil, em meados do século XVII, onde as histórias populares narravam as travessuras de um pequeno índio de rabo que assustava os animais e destruía plantações.

Porém, quando a lenda chegou ao norte do país, as ca-racterísticas do personagem mudaram. Passou a ser ne-gro, usar um gorro vermelho e a fumar um cachimbo (por influência da cultura africana na região). A lenda também descreve o Saci como tendo apenas uma perna, pois a outra teria perdido em uma luta de capoeira.

A lenda do Saci-Pererê é transmitida ainda hoje de gera-ção em geração nas comunidades rurais do Brasil, princi-palmente.

O mito ficou conhecido nas grandes cidades do país e internacionalmente graças aos livros de Monteiro Lobato, com destaque para "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", que teve sua adaptação para a TV e tornou as histórias do Saci conhecidas em todos os cantos do Brasil.

Edição: Filipe de Sousa

Fonte: Callendar

A data tem o objetivo de conscientizar a sociedade e os governos de todo o mundo sobre o elevado número de pessoas que ainda estão vivendo na extrema pobreza, expostos à miséria, fome crôni-ca e violência. O Dia Internacional Para a Erradicação da Pobreza surgiu a partir de uma iniciativa de Joseph Wresinski, em 17 de outubro de 1987. A pobreza extrema é considerada um crime contra os Direitos Hu-manos, e todos os governos devem assegurar que os seus habitan-

tes vivam com qualidade de vida e dignidade. De acordo com dados da UNESCO (Organização das Nações Uni-das para a Educação, a Ciência e a Cultura), mais de 840 milhões de pessoas continuam sofrendo de fome excessiva entre os anos de 2011 e 2013, em todo o planeta. A erradicação da pobreza e da fome é um dos oito objetivos de De-senvolvimento do Milênio, definidos no ano 2000 pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas. No Brasil, de acordo com estimativas, cerca de 16 milhões de pes-soas vivem em situação de pobreza extrema.

17 - Dia Internacional da Erradicação da Pobreza

31 - Dia do Saci

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Descobrimento da América Chama-se Descobrimento da América a chegada e ocupação da América pelo navegador Cristóvão Colombo (1452-1516) em 12 de outubro de 1492.

A expedição foi patrocinada pelos reis católicos de Espanha, Fer-nando de Aragão e Isabel de Castela.

Atualmente, questiona-se o uso da palavra "descobrimento" para nomear este feito, pois as terras já se encontravam habitadas por povos nativos.

A Busca pelo Oriente

Com as dificuldades importas pelos turcos ao comércio europeu, após a tomada de Constantinopla em 1453, a busca por uma rota alternativa à Mediterrânea se tornou prioridade para a Europa.

Neste momento, Portugal liderava uma série de expedições maríti-mas que o levou a tomar posse das ilhas atlânticas como Açores, Madeira e da cidade de Ceuta, na África.

Em seguida, os portugueses foram se lançando a percorrer a Áfri-ca, mas sem perder de vista a costa deste continente.

Como os reis de Castela também se interessaram em se lançarem ao mar, ambas coroas assinaram vários tratados a fim de repartir as terras descobertas e por descobrir.

Um dos acordos assinados foi o Tratado de Tordesilhas, em 1492, que dividia o mundo entre Portugal e Espanha.

Expedição Marítima de Colombo

"Primeira homenagem a Colombo", pintado em 1892, retrata a a chegada de Cristóvão Colombo à América de maneira eurocêntrica. Neste contexto, o navegador genovês Cristóvão Colom-bo alimentou a ideia de chegar às Índias navegando pelo poente. Ou seja: ele queria tentar um novo caminho até então inexplorado.

Esta rota era baseada no mapa do florentino Paolo Toscanelli (1397-1482), e a ideia foi apresentada ao rei de Portugal, Dom Jo-ão II (1455-1495). O monarca negou o apoio, pois duvidava que fo-ra possível fazê-lo.

Colombo parte para os reinos de Castela e Aragão em busca de ajuda. Apesar de unificadas, parte da nobreza castelhana queria continuar a sustentar guerras no continente europeu. A outra parte desejava arriscar-se em buscar o denominado "novo mundo".

Após sete anos de reuniões, discussões e intrigas, Colombo conse-gue dinheiro para realizar seu empreendimento. Assim, partiu em 13 de agosto de 1492, com apenas duas caravelas: Nina e Pinta e a nau Santa Maria.

A tripulação estava composta de 90 homens que chegaram à Amé-rica 61 dias depois, aportando nas Bahamas e, logo depois, em Cu-ba e Santo Domingo.

Colombo acreditava ter encontrado as Índias e tentou por mais qua-tro vezes chegar aos mercados indianos. Sempre acreditou que ti-nha chegado à Ásia, porém suas incursões resultaram no descobri-mento das Antilhas e da América Central.

Um Novo Continente: América Viagens dos navegadores de várias nacionalidades ao continente americano

Foi em 1504 que o navegador florenti-no a serviço da Es-panha, Américo Vespúcio (1454-1512), classificou como um continen-te as novas terras descobertas.

O fato foi confirma-do em 1513 pelo navegador Nuñez de Balboa (1476-

1519) que atravessou a América Central e chegou ao oceano Pací-fico.

Mais tarde, o cartógrafo Martin Waldseemüller (1470-1520) come-çaria a empregar o termo América em seus mapas, em homena-gem a Américo Vespúcio, para designar o "novo mundo".

Por sua parte em 1519, o navegador português Fernão de Maga-lhães (1480-1521) iniciou a primeira viagem de circunavegação pe-lo planeta.

Rejeitado pelo rei português, ele se pôs a serviço do monarca es-panhol Carlos I (1500-1558). Sua expedição partiu de Cádiz, e fez paradas nas Canárias, Recife e Buenos Aires. De lá, atravessou o Estreito de Todos os Santos que posteriormente foi chamado de "Magalhães" em sua homenagem.

Com isso, ele conseguiu chegar à Ásia, especialmente nas Filipinas e nas Ilhas Molucas.

Magalhães morreu em 1521, nas Filipinas, em combate com os na-tivos. A viagem foi concluída no ano seguinte pelo espanhol Juan Sebastián Elcano (1476-1526) e dezoito sobreviventes.

As Grandes Navegações

As grandes navegações foram um empreendimento que mudou a fisionomia do mundo para sempre

As grandes navegações foram impulsionadas pelo fechamento das rotas comerciais pelos turcos, após a queda de Constantinopla em 1453.

A conquista de um mundo desconhecido representava um desafio para as monarquias nacionais, que viam neste empreendimento uma foram de legitimar seu poder e expandir seu território.

O continente europeu recebia do Oriente açúcar, ouro, cânfora, por-celanas, pedras preciosas, pimenta, cravo, canela, noz-moscada, gengibre, drogas medicinais, bálsamos, unguentos, perfumes e ó-leos aromáticos.

As mercadorias que saíam do Oriente rumo ao Ocidente eram transportadas por árabes em caravanas realizadas por terra até a Itália, chegando a Gênova, Veneza e Pisa.

Como intermediárias, essas cidades monopolizavam o comércio do Mar Mediterrâneo e havia uma pressão das monarquias nacio-nais para a quebra do monopólio.

Além do comércio paralisado, a união entre o Estado e a burguesia consistiu em outro importante fator para as grandes navegações. Era de interesse dos monarcas e burgueses financiar a tecnologia para subsidiar as incursões marítimas.

Surgem, assim, os barinéis, pequenos barcos de dois mastros e velas quadrangulares; seguidos pelas caravelas com três mastros e, por fim, as naus, mais sofisticadas e dotadas de leme.

Da China provinha a bússola, e das regiões árabes, o astrolábio, que serão fundamentais para auxiliar e fazer possível a navegação de grande distância.

Todo esse conhecimento náutico, o Estado centralizado, uma bur-guesia interessada em expandir seus negócios, e a Igreja Católica desejando expandir a fé cristã, favoreceram o sucesso das navega-ções europeias à América e Ásia.

Juliana Bezerra Professora de História

Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 11

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12 - Descobrimento da América

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Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 12

Foi em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, que a Força Aérea Brasileira (FAB) teve seu batismo de fogo. A partir da jun-ção de equipamentos aéreos e pessoal da Marinha, do Exército e do então Departamento de Aviação Civil (DAC), instituiu-se o Ministério da Aeronáutica, que teve na FAB seu braço armado.

Passada a heróica participação em combates nos céus da Itália, ao lado das forças aliadas, a FAB tem hoje a missão de manter a soberania do espaço aéreo nacional, prevenindo e impedindo a prática de atos hostis ou contrários aos interesses do país.

A Força Aérea Brasileira está capacitada para atuar tanto na vigilância, quanto no controle e na defesa do espaço aéreo. Pa-ra tanto, dispõe de modernos recursos para detecção, intercep-tação e eliminação de equipamentos aéreos, terrestres e aquáti-cos.

Amplas, as atribuições do Comando da Aeronáutica incluem o provimento da segurança da navegação aérea; a operação do Correio Aéreo Nacional; o apoio logístico, de inteligência, de co-municações e instrução na repressão a delitos que envolvam o uso do espaço aéreo e as áreas aeroportuárias; além do contro-le do espaço aéreo brasileiro em cooperação com os organis-mos de fiscalização competentes.

Para reforçar a capacidade dissuasória da Força Aérea Brasilei-ra, o Ministério da Defesa anunciou, em dezembro de 2013, a negociação, com transferência de tecnologia, de modernos ca-ças Gripen-NG, fabricados pela empresa sueca SAAB.

A FAB conta hoje com mais de 68 mil homens e mulheres em seus quadros. O atual comandante da Aeronáutica é o tenente-brigadeiro-do-ar Antonio Carlos Moretti Bermudez.

Fonte: defesa.gov.br

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QUEIMADAS CRIMINOSA. A Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605 de 1998, em seu artigo 54, descreve: “Causar poluição de qual-quer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mor-tandade de animais ou a destruição significativa da flora”.

23 - Dia da Força Aérea Brasileira

Aviação de Transporte e indústria aeronáutica brasileira

O ano de 2018 é emblemá-tico para a Aviação de Transporte na Força Aérea Brasileira (FAB): a aerona-ve C-95 Bandeirante com-pleta 50 anos de seu pri-meiro voo e a primeira uni-dade do avião KC-390 de-ve ser entregue no segun-do semestre. Ambas as

aeronaves são marcos da indústria aeronáutica brasileira, desenvolvi-das pela empresa Embraer.

Desde o início, esta história teve as duas instituições caminhando la-do a lado. O fundador da Embraer, Ozires Silva, destaca a importân-cia da fundação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 1950, para alavancar a indústria aeronáutica no país. “Em 1965, uma pequena equipe de apenas quatro engenheiros formados pelo ITA, através de estatísticas internacionais e nacionais, encontrou uma o-portunidade para criar um avião diferente, não fabricado pelas concor-rentes internacionais”, conta.

Este avião – projetado para atender uma área até então deixada de lado pelos fabricantes internacionais, ou seja, voos regionais e pistas de menor porte – seria o EMB 110, na FAB batizado como C-95 Ban-deirante. A iniciativa, segundo Ozires, foi apoiada pela Força Aérea Brasileira e, em 22 de outubro de 1968, foi realizado o primeiro voo do protótipo.

Diante do sucesso do projeto, surgiu a base nos mercados nacional e mundial para a criação da Empresa Brasileira de Aeronáutica – Em-braer – em 1969.

Em 1973, o Ministério da Aeronáutica recebeu os primeiros Bandei-rantes e, desde então, as aeronaves fazem parte dos esquadrões de transporte da FAB cumprindo as mais variadas missões.

A eles foram somados outros projetos da Embraer também utilizados pela FAB, como o VU-9 Xingu e o C-97 Brasília, além de aviões de fabricantes internacionais, como o C-98 Caravan, o C-105 Amazonas e o C-130 Hercules.

O desenvolvimento – pela Embraer – de diversos projetos, aliado à utilização ao longo de décadas – pela FAB – de diferentes aeronaves, fez com que os brasileiros obtivessem a experiência necessária para alçar um novo e importante voo: a fabricação do cargueiro multimis-são KC-390. A aeronave, que tem previsão de entrega à FAB ainda em 2018, será a nova espinha dorsal da Aviação de Transporte militar no Brasil.

“Da Amazônia à Antártica, a frota de 28 aeronaves terá um papel fun-damental para os mais diversos projetos do Estado brasileiro, da pes-quisa científica à manutenção da soberania", ressaltou o Comandante da FAB, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, em fevereiro de 2015, após o primeiro voo do protótipo do KC-390.

As duas primeiras unidades estão confirmadas para serem entregues à Ala 2, em Anápolis (GO). Ao todo, 28 aeronaves adquiridas pelo go-verno brasileiro irão compor a frota da Força Aérea Brasileira.

Fonte: fab.mil.br

17 - Dia da Indústria Aeronáutica Brasileira

PRECISA de voluntário corretor (a) de textos do Jornal.

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Esta data tem o objetivo de homenagear uma das formas de arte mais apreciadas pelas pessoas: a música. Origem do Dia Internacional da Música A ideia para criar o Dia Mundial da Música surgiu a partir de uma iniciativa da UNESCO, em 1975, através da International Music Council – uma organização não-governamental, fundada em 1949, e que tem o objetivo de promover a paz e a amizade entre os po-vos com o auxílio da música.

Também conhecido como Dia Internacional do Idoso, o principal objetivo desta data, além de homenagear as pessoas de mais ida-de, é incentivar a conscientização da sociedade sobre as necessi-dades das pessoas idosas. Para isso, os cidadãos e os governantes devem estar cientes sobre os papéis sociais que devem desempenhar, desde o respeito e au-xílio aos indivíduos idosos, até políticas e estratégias (nos variados setores) que garantam que as pessoas tenham um envelhecimento com qualidade de vida e dignidade.

Com o rápido envelhecimento da população mundial, a necessida-de de criar cidades e espaços inclusivos também é um assunto e-mergencial a ser debatido nesta data.

Ao longo desta data, são realizadas diversas pales-tras, workshops e demais atividades direcionadas para todos os públicos sobre as mais variadas questões relacionadas ao envelhe-cimento.

No Brasil, através da lei nº 10.741, de 1 de outubro de 2003, está presente o Estatuto do Idoso, uma legislação que dispõe os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior aos 60 (sessenta) anos.

A data tem o objetivo de homenagear e lembrar da importância que este pequeno inseto possui para o bem-estar dos seres humanos, sendo o único animal do planeta capaz de produzir o mel - conside-rada a primeira substância adocicada utilizada pelo homem na anti-guidade.

Não se sabe ao certo como surgiu o Dia Nacional das Abelhas no país, mas a data já faz parte do calendário oficial de datas come-morativas do Ministério do Meio Ambiente.

Curiosidades para o Dia da Abelha:

- Principal forma de polinização elas são responsáveis pela frutifica-ção da maioria das plantas.

- Uma abelha é capaz de produzir no máximo cinco gramas de mel por ano.

- Para produzir um quilo de mel, as abelhas precisam colher o néc-tar de pelo menos cinco milhões de flores.

- Para produzir um grama de cera, as abelhas devem consumir cer-ca de seis a sete gramas de mel.

- A abelha rainha é capaz de pôr entre 2 mil e 5 mil ovos por dia.

- A Apicultura é a arte de tratar do cultivo de abelhas e da produção de mel e cera.

- Diariamente, uma abelha passa por cerca de 50 mil flores, em busca de néctar e pólen.

Existem, aproximadamente, 20 mil espécies diferentes de abelhas, divididas em 10 famílias.

A data destaca a importância que os animais têm na vida dos seres humanos e do planeta Terra, ressaltando o respeito e o compromis-so que todos os seres humanos devem ter com o meio ambiente.

O Dia dos Animais é amplamente comemorado pela Igreja Católica. Em muitas paróquias são rezadas missas, onde os donos podem

levar seus animais para receberem uma bênção especial.

A educação infantil deve ser direcionada desde cedo para a consci-entização da importância de proteger e valorizar os seres que habi-tam o nosso meio ambiente, sejam os animais domésticos (cães e gatos, por exemplo), até mesmo os selvagens (leão, tigre, elefante e etc).

A existência de todas as espécies é essencial para o equilíbrio da cadeia alimentar de um ecossistema.

O Dia Mundial do Sorriso é celebrada na primeira sexta-feita de ou-tubro. Conhecido em inglês como World Smile Day, foi criado em 1999, sendo celebrado desde então todos os anos na primeira sex-ta-feira do mês de outubro. A sua criação deve-se a Harvey Ball, um artista de Worcester, Massachussets.

Esta data tem o objetivo de chamar a atenção de toda a comunida-de sobre a importância de pensar e manter bons hábitos alimenta-res para as crianças, jovens e adultos estudantes.

Uma boa alimentação é fundamental para o desenvolvimento da capacidade cognitiva dos alunos, ajudando no rendimento escolar e proporcionando outras melhorias, como: aumento da qualidade do sono, da capacidade respiratória e a prevenção do aparecimen-to de doenças cardiovasculares, por exemplo.

É essencial a introdução de bons hábitos alimentares desde os pri-meiros anos de vida do indivíduo.

Para ajudar nesta tarefa (que também deve ser acompanhada de perto pelos pais ou responsáveis), foi criado o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que desde 1955 contribui para a construção e fortalecimento de hábitos alimentares saudáveis para os alunos de educação básica das redes públicas de ensino.

Nesta data, as escolas também costumam realizar palestras ou-workshops direcionados aos responsáveis dos alunos, explicando e dando dicas de como manter a alimentação saudável para cada faixa etária.

Existem diversas opções baratas (e gostosas) para montar uma merenda escolar com qualidade.

A data celebra uma das invenções mais enriquecedoras do ser hu-mano: o livro!

O livro pode ser uma fonte inesgotável de conhecimento, transpor-tando os leitores para os lugares mais espetaculares da imagina-ção humana, além de informar e ajudar a diversificar o vocabulário das pessoas.

Os livros surgiram há centenas de anos e, desde então, continuam maravilhando as gerações com contos fantásticos e registrando os principais acontecimentos da história da humanidade.

Faça da biblioteca a sua academia de ginástica do cérebro.

A data foi criada em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade, um dos principais no-mes da literatura brasileira.

O Dia Nacional da Poesia foi ofi-cializado através da lei nº 13.131, de 3 de junho de 2015,

por sugestão do senador Álvaro Dias do PSDB do Paraná.

O dia 31 de outubro remete à data de nascimento de Drummond de Andrade, conhecido por ser um dos principais nomes da segunda geração do Modernismo brasileiro. A data, além de homenagear os poetas em geral, também serve para lembrar da riqueza e impor-tância cultural que a arte poética representa.

Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 13

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+ ALGUMAS DATAS COMEMORATIVAS

01 - Dia Internacional da Música

01 - Dia Internacional das Pessoas Idosas

03 - Dia das Abelhas

VISITE NOSSO SITE - Lá verá todas as datas comemorativas

21 - Dia Nacional da Alimentação na Escola

04 - Dia Mundial do Sorriso

04 - Dia dos Animais

29 - Dia Nacional do Livro

31 - Dia Nacional da Poesia

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Quando vamos compreender?

Muita gente está escandalizada com a postura do presidente da República Federativa do Brasil diante do mundo. Um homem que se expressa de forma grosseira, fica defendendo o Regime Militar e até as torturas praticadas durante os governos militares, tem uma paranoia gritante com o socialismo, enfim, ele não demonstra ter bom senso. Talvez aquele homem não tenha noção do que está realmente defendendo.

O pior de tudo é que tal presidente realmente representa uma am-pla camada de pessoas de nacionalidade brasileira. Aquela cama-da de pessoas que avaliam as outras pessoas pela roupa que ves-te, pelo carro que tem, pela casa que tem, pelo emprego que tem... aquela gente que exige ter empregada doméstica sem ter que pa-gar caro, aquela gente que não gosta de intelectuais e nem de for-madores de opinião, porque acha que todos são de esquerda e contra o capitalismo, aquele pessoal que se diz “cristão” e repete o mantra “não existe almoço grátis” e acha errado ajudar aos social-mente vulneráveis, aquela gente que ofende e até faz ameaças contra quem tem opinião diferente da sua, pessoas que são favorá-veis a pena de morte confiando que nunca alguém da sua família será réu, e se alguém propõe combater as desigualdades sociais, esse pessoal já acusam o tal de “comunista”, já gritam “vai para Cuba!” ou “vai para a Venezuela!”, e já rotulam “esquerda caviar”, pessoas apaixonadas pelo American Way of Life, fãs “de carteiri-nha” dos Estados Unidos, neoliberais fanáticos, pessoas que tra-tam a política na base da comoção, da paixão.

Queridos leitores, todo ser humano normal gosta de consumir, quer ter dinheiro e bens. O problema é que, o caminho que está sendo escolhido pelos “reacionários” é o que justamente levará ao colap-so do capitalismo mais rápido. O que sustenta o modo de produção capitalista é justamente o consumo, e quem mais consome é justa-mente a maioria da população. Se a maioria não tem dinheiro para gastar, o fluxo vai ser interrompido, a concentração exagerada de renda compromete a saúde do fluxo de oferta e demanda. Se não tiver alguém para comprar, o vendedor não consegue vender. Não conseguindo vender, o vendedor não consegue ter lucro. Além do colapso do capitalismo, o mundo ainda testemunhará o colapso ambiental também. As gerações futuras verão um mundo árido, po-luído, a maioria da população doente, miserável, será “o inferno na terra”.

Quando vamos compreender que é justamente o Estado do Bem-Estar Social somado ao Desenvolvimento Sustentável, lembrando que o Estado Social também não é perfeito, tem sim as suas fa-lhas, mas é o que vai fazer o modo de produção capitalista durar mais tempo? Quando vamos entender que é o que vai sustentar as civilizações por mais tempo? Quando as pessoas vão perceber que é inevitável abrir mão de algumas coisas agora para ganhar outras lá no futuro? De que adianta um seleto grupo ganhar o mundo intei-ro agora e, lá no futuro, a humanidade perder a sua própria existên-cia? De que adianta perder a saúde para ganhar muito dinheiro e depois ter que abrir mão desse dinheiro para recuperar a saúde? De que adianta valorizar só aquelas pessoas que possuem e pelo que podem comprar, se qualquer um está correndo risco de falir e ficar pobre? De que adianta recusar o espírito de comunidade e op-tar pelo de individualidade, se o ser humano é incapaz de sobrevi-ver sozinho? Por que a sociedade não compreende que é mais difí-cil lidar com pessoas ignorantes, pessoas analfabetas funcionais, porque, salvo as boas exceções, a tendência é pessoas assim se-rem rudes, truculentas, ter comportamento de bárbaros, tomar atitu-des típicas de pessoas pré-civilizacionais, é justamente uma boa educação que faz o ser humano ser civilizado, ter princípios eleva-dos, ter respeito pelo seu semelhante.

De que adianta brigar só com o presidente Bolsonaro se há milhões de brasileiros que pensam como ele?

João Paulo E.Barros

Os 11 princípios do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels

Qualquer semelhança com as práti-cas da mídia golpista brasileira é me-ra coincidência...

Conhece Joseph Goebbels, o violen-to ministro de propaganda de Hitler? Estes são os 11 princípios que leva-ram o povo alemão a tentar extermi-nar à humanidade:

1.- Princípio da simplificação e do inimigo único.

Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

2.-Princípio do contágio perfeito

Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem. Colocar um antes e mostrar como o presente e o futuro estão sendo conta-minados por este inimigo.

3.-Princípio da Transposição

Transladar todos os males sociais a este inimigo.

4.-Princípio da Exageração e desfiguração

Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um deli-to em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “O que nos acontecerá?”

5.-Princípio da Vulgarização

Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.

6.-Princípio da Orquestração

Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial’.

7.-Princípio da Renovação

Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.

8.-Princípio do Verossímil

Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.

9.-Princípio do Silêncio.

Ocultar toda a informação que não seja conveniente.

10.-Princípio da Transferência

Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes

11.-Princípio de Unanimidade

Busca convergência em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.

Qualquer semelhança com as práticas aplicadas a mando do siste-ma pela nossas mídias corporativas, especialmente a TV aberta, não é pura coincidência.

Edição: Filipe de Sousa

Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 14

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O Estado de bem Estar social não é característico de regimes socialistas ou capitalistas, de esquerda ou de direita. O Estado de Bem Estar Social é característico de Governos justos.

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Outubro de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 15

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A Espacialização da Lusofonia

A lusofonia − ou ainda, as lusofonias, conforme pro-

posição deste espaço – é decorrente da utilização de um idioma comum nas mais diferentes instâncias do espaço que abrange, atu-almente, nove países de língua oficial portuguesa.

A geografia da língua portuguesa tem sido observada pelos princi-pais grupos de pesquisas linguísticas no mundo. É o caso do Ob-servatório da Língua Portuguesa que considerou o português, em 2016, como o quarto idioma materno mais falado no mundo. Idem para o Ethnologue que, também em 2016, classificou a língua de Camões e Eça de Queiroz como o sexto idioma mais falado em ní-vel mundial. Torna-se importante, entretanto, entender que os prin-cipais dados estatísticos indicam que os países de língua oficial portuguesa somam 3,7% do PIB mundial e 3,8% da população mundial distribuídos em 4 continentes. Números reduzidos, no en-tanto, jamais desprezíveis.

Pois que, na visão de Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros, de Portugal, a Língua Portuguesa é a base para a formação de uma identidade individual e ao mesmo tempo coletiva das sociedades que a adotam. Elo entre o cultural e o político, para além dos aproximadamente 280 milhões de falantes no mundo, o português é percebido por um largo potencial econômico.

Conforme o barômetro das línguas, de Calvet, a língua portuguesa é classificada como língua supercentral, uma vez que a mesma es-tá à volta do inglês – a única língua hipercentral – assim como o alemão, o espanhol e o francês, dentre outros. Nessa perspectiva, estimativas da ONU sinalizam que a Língua Portuguesa terá um crescimento, sobretudo, em África, a ponto de ultrapassar em nú-mero de falantes o Brasil, até o final do século. Juntos, Angola e Moçambique, com base em tal previsão, possuirão quantitativos populacionais superiores ao país sul-americano até 2100.

Na prática, a língua portuguesa já assume uma lacuna aberta por conta da diversidade de línguas em países africanos de língua ofici-al portuguesa (PALOP), o que favorece a expansão do português que, cada vez mais, é utilizado em ambientes do cotidiano. O escri-tor José Eduardo Agualusa, certa feita, afirmou: “Um quarto de sé-culo após a independência, o número de falantes de português cresceu de forma impressionante, devendo o português ser hoje a segunda língua materna mais falada em Angola, logo depois do umbundo. Tal fenómeno parece-me verdadeiramente espantoso. Pela primeira vez uma língua de origem europeia conseguiu enrai-zar-se em África, tornando-se numa língua africana, num espaço de tempo muitíssimo curto e por ação dos próprios filhos do país”.

Outrossim, as questões geopolíticas em torno da temática revelam a pertinência da atuação de uma ativa comunidade política que re-presente os interesses dos governos lusófonos, uma vez que a lu-sofonia é a base cultural (e linguística) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Diante de iniciativas para tornar a língua portuguesa como língua oficial da Organização das Nações Unidas (ONU), o português já é língua de trabalho nas seguintes organizações internacionais: Or-ganização dos Estados Americanos (OEA); Mercado Comum do Sul (MERCOSUL); Associação Latino-Americana de Integração (ALADI); União de Nações Sul-Americanas (UNASUL); Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL); Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI); Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC); União Africana (UA); Comunidade Econômica dos Esta-dos da África Ocidental (CEDEAO); Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZPCAS); União Europeia (UE); Comunidade de Esta-dos do Sahel-Saara (CEN-SAD); Comunidade Econômica dos Es-tados da África Central (CEEAC); Mercado Comum da África Orien-tal e Austral (COMESA); Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO); e, por fim, Organização

Mundial da Saúde (OMS).

O ingresso nas diversas comunidades políticas e/ou econômicas está diretamente ligado ao contorno geopolítico da CPLP, haja vis-ta a substanciosa articulação que a lusofonia tem despertado aos Observadores Associados.

Entretanto, em artigo anterior defendi que as ligações imateriais tor-naram-se limitadoras da própria lusofonia, fato que permitiu à eco-nomia assumir a capacidade de projetar, concomitantemente, um futuro e uma nova identidade espacial ao espaço lusófono.

Nesse sentido, estudos do governo português apontam que esta nova perspectiva para lusofonia é caracterizada, essencialmente, pela proposição de valorização da Língua Portuguesa como ativo comercial ao identificá-la, através de um conjunto de indicadores, como uma língua global e em crescimento.

A esse respeito, destacam-se as seguin-tes publicações: (i) Potencial Econômico da Língua Portuguesa; e (ii) Novo Atlas da Língua Portuguesa.

Coordenado por Luís Reto, Reitor do Instituto Superior de Ciências do Traba-lho e da Empresa-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), o Potencial Eco-nómico da Língua Portuguesa, publica-do em 2012, concluiu que a língua Por-tuguesa é responsável por 17% do Pro-duto Interno Bruto (PIB) de Portugal. Também foi constatada a relevância da

proximidade linguística nos processos de internacionalização da economia e, por conseguinte, nos fluxos populacionais e comerci-ais.

Segundo Reto, ter acesso a uma nova língua, além de levar à valo-rização do capital humano próprio, na medida em que esta ganha valor de troca pelos recursos a que dá acesso, produz, também, um efeito de rede, ou seja, maiores recursos podem ser obtidos quanto maior for o número de falantes.

Mais recente, o Novo Atlas da Língua Portuguesa, publicado em 2016, foi pro-duzido para ser um instrumento de afir-mação da lusofonia. De autoria de Luís Reto, Fernando Machado e José Paulo Esperança, a ideia foi fazer um atlas com um conjunto de indicadores econô-micos, demográficos, geoestratégicos. O livro mescla textos e ilustrações, com mapas e gráficos, além de homenagens a alguns autores lusófonos.

Para Reto, “há pouca divulgação sobre a língua portuguesa e sobre os países” da CPLP, ao sublinhar que o português

“está vivo e a crescer”, principalmente devido ao crescente número de alunos estrangeiros que desejam aprender o idioma lusófono.

Recordo que, em entrevista realizada na capital portuguesa, em fevereiro de 2017, fui presenteado por Luís Reto com uma cópia da referida publicação. Meses antes, o Ministro dos Negócios Estran-geiros de Portugal, Augusto Santos Silva, fizera o mesmo gesto, durante o encontro dos Chefes de Estado e de Governo que assi-nalara os 20 anos da Comunidade dos Países de Língua Portugue-sa (CPLP), em Brasília.

Assim, para finalizar, ao lembrar o Modelo de Uppsala, apesar de a língua ser um elemento de aproximação que tende a facilitar os ne-gócios, a espacialização da língua portuguesa faz referência neces-sariamente a uma visão mais pragmática na relação cultura e eco-nomia.

Marcelo Goulart

Geógrafo e Professor de Geografia Mestre em Geografia (UFBA)

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TRABALHO INFANTIL, O CICLO PERVERSO DA POBREZA

O trabalho infantil no mun-do não é exagero de organizações não governamentais, tão pouco é modismo do "politicamente correto" como querem fazer crer al-guns. É de lamentar que a mão de obra infantil ainda persista no século 21

Não tentemos desqualificar o problema colocando o trabalho infantil no mesmo plano da criança que ajuda seus pais arrumando sua cama, guardando seus brinquedos, limpando seu quarto. Estamos falando de escravidão, de trabalhos de longa jornada com finalida-de lucrativa, e que no caso de crianças é ainda pior porque roubam sua infância e as impedem de estudar. Tratam-se de trabalhos pe-sados, insalubres, perigosos, além é claro, das atividades ilícitas que também utilizam crianças, como o tráfico de drogas e a explo-ração sexual. A OIT Organização Internacional do Trabalho, estima que cerca de 215 milhões de crianças no mundo trabalhem em di-versos segmentos: na indústria têxtil, em minas de carvão, lavouras de cacau, plantações de algodão, entre outros.

Mas se engana quem pensa que só a agricultura e pequenos negócios incorrem nesse tipo de transgressão. Multinacionais de renome já foram e são com frequência flagradas utilizando mão de obra infantil. O problema não se restringe apenas aos países subdesenvolvidos da África e Ásia, é também encontrado em países desenvolvidos, mas muito mais comum nos primeiros. Em países desenvolvidos as crianças de famílias de baixa renda, principalmente filhos de imigrantes, são as mais vulneráveis. Os próprios pais empurram as crianças para o trabalho infantil a fim de contribuírem com a renda familiar. Algu-mas dessas multinacionais donas de marcas famosas, que já foram denunciadas por uso do trabalho escravo e infantil, sequer passou por nossa imaginação.

Depois da indústria têxtil, a indústria do chocolate é um dos setores que mais empregam cri-anças, no cultivo e colheita do cacau. Multinacionais conhecidíssi-mas do público consumidor exploram mão de obra infantil em paí-ses da África Ocidental de onde provém dois terços do cacau utili-zado na produção de chocolate em todo o mundo.

Já o Brasil, segundo dados da Fundação Abrinq, possui 2,6 milhões de crianças em situação de trabalho infantil. Ainda, conforme o levantamento da entidade, 17,3 milhões de crianças de 0 a 14 anos, equivalente a 40,2% da população brasileira nessa faixa etária, vivem em domicílios de bai-xa renda, segundo dados do IBGE (2015). Elas trabalham nas car-voarias, em olarias fazendo tijolo, em pedreiras, na extração de castanhas, na colheita de laranja, no corte de cana, na extração de sal, além do serviço doméstico em casas de família ou vendendo quinquilharias nas ruas das cidades. A informalidade e a precariza-ção dessas atividades aliada às dimensões do país e a uma fiscali-zação pouco eficiente, permitem que esses setores tenham facilida-de na obtenção da mão de obra de crianças e pouco receio de pu-nições. Há lugares completamente esquecidos pelo poder público, caso das comunidades quilombolas em Goiás, onde houveram de-núncias de trabalho infantil doméstico e exploração sexual, que já estariam acontecendo há duas décadas, bem como da exploração de mão de obra de crianças indígenas.

Se é possível explicar a exploração da mão de obra infantil pela facilidade propiciada em setores informais da economia, como explicar que o mesmo tipo de crime ocorra em grandes companhias, com grandes marcas? Elas alegam em sua defesa que não sabiam o tipo de mão de obra que era utilizada. Ora, mas grandes companhias não deveriam ter o há-bito de fiscalizar seus fornecedores dentro e fora do país. Elas não se informam sobre as condições políticas e sociais dos países em que instalam suas fábricas? A verdade é que a mão de obra barata, e melhor ainda se for gratuita, pressupõe aumento nos lucros. É isso que no final importa, e ao se aproveitarem da fragilidade social dessas crianças, contribuem para um ciclo perverso de pobreza que passa de geração em geração. Mas se o comportamento do mercado é a única coisa que sensibiliza grandes companhias que não deveriam fazer uso de tais meios, nada como trocar de marcas ou parar de consumir os produtos. Mas este é outro desafio: sensi-bilizar a opinião pública para um problema que está distante de su-as vistas, e no caso das grandes marcas, quase nunca exposto na mídia tradicional.

Eli Boscatto

Outubro de 2019 ÚLTIMA PÁGINA

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