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1 Seqüência Didática Licenciatura em Física Período Noturno Alberto Holanda Cavalcanti Nº USP: 3298586 Renata C. de Andrade Oliveira Nº USP: 3683172 Talita Raquel Luz Romero Nº USP: 336702226 São Paulo Dezembro de 2004 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP CAMPUS DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO DISCIPLINA: METODOLOGIA DO ENSINO DE FISICA II – EDM 425 PROFESSOR DOUTOR MAURICIO PIETROCOLA

m.dulo - MEF1 - paje.fe.usp.brpaje.fe.usp.br/~mef-pietro/mef2/app.upload/20/_mefmi_018-00.pdf · bebida, quantidade de ervilha, tamanho do tênis, enfim. Terminada esta etapa, deverão

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Seqüência Didática

Licenciatura em Física

Período Noturno Alberto Holanda Cavalcanti

Nº USP: 3298586 Renata C. de Andrade Oliveira

Nº USP: 3683172 Talita Raquel Luz Romero

Nº USP: 336702226

São Paulo Dezembro de 2004

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP CAMPUS DE SÃO PAULO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DISCIPLINA: METODOLOGIA DO ENSINO DE FISICA II – EDM 425

PROFESSOR DOUTOR MAURICIO PIETROCOLA

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Índice Página 1. Material didático do Professor 03

1.1 Tópico 04 1.2 Apresentação 04 1.3 Justificativa do tópico 04 1.4 Objetivos gerais 05 1.5 Publico alvo 05 1.6 Conteúdo Físico 05 1.7 Quadro Sintético 06 1.8 Aulas I e II 08 1.9 Aula III 15 1.10 Aula IV e V 21

2. Material didático do Aluno 29

2.1 Medir para conhecer 30 2.2 Atividade I: dê um chute em seu caderno 31 2.3 O nascimento da medida 31 2.4 Atividade II: Criando sua própria unidade de medida 32 2.5 Vamos vender? 32 2.6 Padrões de medida na antiguidade 33 2.7 O misterio da pirâmide 33 2.8 O sistema internacional 34 2.9 Unidades de base ou fundamentais 34 2.10 Vantagens do uso do si 35

36 36

36 37

2.15 Atividade VI – Astrolábio 38 2.16 Atividade VII – Anemômetro 39 2.17 Atividade VIII – Relógio de areia 40 2.18 Atividade IX – Relógio de água 41 2.19 Atividade X – Relógio de sol 42

2.11 Atividade II: pesquisa 2.12 Os instrumentos de medida 2.13 Atividade IV - Balança 2.14 Atividade V – Pluviômetro

3

Material Didático do Professor

4

Tópico

Na medida certa.

Apresentação

“É logo ali”, “É daqui a pouco”, “Está quente” e “Tá muito leve”, são algumas

das muitas expressões usadas para indicar distância, tempo, temperatura ou massa.

Embora inexatas, essas informações funcionam para o fim a que se destinam. Porém,

quando se deseja estimar o tempo de uma viagem, saber se alguém está ou não com febre

ou se engordou nas férias, é necessário um grau maior de precisão.

Em muitas situações é fácil perceber o envolvimento das medidas nas atividades

diárias de qualquer pessoa. No estudo da Física, as medidas também desempenham um

papel muito importante, assim, é razoável detectar a necessidade de se adquirir alguns

conhecimentos básicos sobre as medidas e as unidades usadas para efetuá-las.

Justificativa do Tópico

Os livros didáticos, em sua maioria, apresentam uma breve introdução sobre a

importância das medidas no estudo da física e percebe-se nos estágios, que os alunos tem

alunos têm dificuldades ao efetuar medidas ou escolher o melhor instrumentos em

atividades experimentais e/ou para determinar quais são as unidades pedidas em um

exercício.

Nesta seqüência didática, as medidas da física são apresentadas em termos de

evolução histórica. Desta forma, o aluno compreenderá a produção e o papel das

Instituições Sociais (como o Sistema Métrico e o Sistema Internacional de Unidades) e

econômicas (o Inmetro), associados aos princípios que regulam a convivência em

sociedade.

Portanto, este tópico foi escolhido visando diminuir, ou mesmo, sanar as

dificuldades que o cotidiano escolar desenvolveu para um costume tão antigo e tão

presente no dia-a-dia dos alunos, o de fazer medições.

5

Objetivos Gerais

Procura-se com esta seqüência didática, desenvolver a noção de medida,

fundamental para a ação consciente no cotidiano. Com este intuito optou-se por uma

ênfase da “ciência do cotidiano”, o que permitirá ao aluno compreender a natureza

evolutiva do conceito de medidas a partir de situações cotidianas que contribuam para

uma compreensão mais clara dos métodos e procedimentos da física, quanto ao uso de

instrumentos de medidas, adequados para diferentes situações.

A importante habilidade de estimar também é trabalhada a partir do dia-a-dia do

aluno, e as discussões e experiências em sala de aula mostram a necessidade de um

Sistema Internacional e até mesmo que o conceito de exatidão muda a cada dia, graças

aos avanços da ciência.

Público Alvo

Alunos do 1º (primeiro) ano do Ensino Médio. Com duração de 5 (cinco) aulas de

45 (quarenta e cinco) minutos.

Conteúdo Físico

Durante as aulas abordar-se-ão assuntos tais como: o nascimento da medida, os

padrões de medida na Antigüidade, os Sistemas Métrico e Internacional, a precisão das

medidas e os diferentes tipos de unidades.

6

Quadro Sintético

Aulas

I e II

Momento Comentário Tempo

Distâncias do

Cotidiano

Os alunos deverão estimar valores para as medidas

pedidas.

20 min.

Discussão geral O professor deverá construir um quadro, na lousa,

junto com os alunos, para comparar as estimativas

feitas.

15 min.

Criando sua

própria unidade

de medida

Em grupos, os alunos deverão criar unidades de

medida para o “produto” determinado pelo

professor.

30 min.

Vendendo seus

“produtos”

Os grupos deverão vender seus “produtos” uns aos

outros.

15 min.

Finalização O professor conversa com a classe sobre a confusão

criada durante a venda, seus porquês e soluções.

05 min.

Aula

III

Momento Comentário Tempo

Confusões reais O professor conta histórias sobre confusões

causadas pelo uso de diferentes unidades de

medidas.

10 min.

Aula Expositiva Sistema Internacional de Unidades 30 min

Finalização Para finalizar, o professor divide a sala em grupos e

determina um instrumento de medida para cada

grupo pesquisar.

05 min.

Aulas

IV e V

Momento Comentário Tempo

Atividade Construção dos instrumentos de medidas 50 min.

7

Experimental pesquisados.

Apresentando

seus

instrumentos

Os alunos deverão apresentar para os outros grupos

a atividade que realizaram e contar às curiosidades

que encontraram em suas pesquisas.

30 min.

Finalização O professor finaliza destacando a importância das

unidades de medida para a física.

10 min.

8

Aulas I e II

Tema

Medidas do Cotidiano.

Objetivo

Apresentar o tema desta seqüência didática incitando os alunos a discutirem sobre

as distancia do cotidiano, criarem unidades de medidas e perceberem sua importância no

mundo físico.

Recursos Instrucionais

- Discussões.

- Trabalho em grupo.

- Material didático dos alunos.

Motivação

Vivenciar a necessidade de um Sistema Internacional de Unidades.

Momentos

O professor introduz o tema aos alunos e distribui o material didático conduzindo-os a

realizarem a primeira atividade proposta: Medidas do Cotidiano.

(Tempo: 20 min.)

O professor conduz uma discussão geral sobre a atividade realizada, construindo com os

alunos um quadro, na lousa, que permita que comparem suas estimativas com a dos

colegas.

9

(Tempo: 15 min.)

Dividindo a sala em grupos de cinco alunos, o professor dará a cada grupo um “produto”,

para que estes criem as unidades necessárias para sua venda, sem utilizar instrumentos

conhecidos.

(Tempo: 30 min.)

Os alunos deverão vender os “produtos” para seus colegas de classe.

(Tempo: 15 min.)

Para finalizar a aula o professor permite que os alunos relatem como foram as vendas e

pede que pensem, para próxima aula, uma maneira de solucionar o problema causado.

(Tempo: 05 min.)

10

Aulas I e II

Introdução

Estas aulas introdutórias procuram desenvolver a noção de

medida, fundamental para a ação consciente sobre o mundo

moderno. Parte-se de situações do cotidiano dos alunos, o que

contribui par uma compreensão mais clara dos métodos e

procedimentos da Física, quanto ao uso de instrumentos de medidas

(réguas, relógios, balanças, etc), adequados para diferentes

situações.

A importante habilidade de estimar também é trabalhada a partir

do dia-a-dia do aluno. Além de “chutar” valores para a distancia de

sua casa à escola, a largura da porta, o comprimento da sala, etc, o

aluno é estimulado a explicar como estes valores podem ser

obtidos. Espera-se assim que ele compreenda a idéia do “valor” das

grandezas presentes em sua vida.

Atividade I – Medidas do Cotidiano

Nessa atividade os alunos deverão estimar medidas do cotidiano,

ou seja, preencher um valor aproximado para cada grandeza pedida

na tabela de seu material didático, similar a seguinte:

Grandeza Estimativa

Sua própria altura

Distância da escola ao centro da cidade

Distância da Terra à Lua

Distância da Terra à estrela mais próxima

Espessura de uma folha de papel

Sugestões

Se achar

conveniente, peça aos

alunos que durante a

atividade, anotem

individualmente, seus

procedimentos,

resultados e

conclusões. Ao final

da aula permita que

façam uma síntese

contendo o acordo

estabelecido na

discussão com o

grupo todo da sala, o

11

Diâmetro de um átomo

Altura de uma mesa

Altura de uma porta

Distância de São Paulo a Brasília

Distância da Terra ao Sol

Espessura de uma moeda de um centavo

Diâmetro de um fio de cabelo

Temperatura da sala

Peça aos alunos que, neste primeiro momento, não discutam suas

estimativas entre si. Após terminarem de preencher seus quadros

inicie uma discussão geral, colocando na lousa as estimativas mais

extremas para que possam compará-las. Faça perguntas tais como:

“Por que são tão diferentes?”, “Por que as estimativas de maiores

distancias e menores tamanhos são responsáveis por mais

divergências?”, etc, visando introduzir a necessidade de

instrumentos de medida que substituam nossas intuições e sentidos.

Atividade II – Criando Unidades

Divida a sala em grupos e determine para cada grupo um

“produto”, como por exemplo:

• Grãos de ervilha

• Casa / Terreno

• Calça e tênis

• Farinha de trigo

• Televisão

• Cerveja / Refrigerante

Cada grupo deverá estimar todas as medidas necessárias para a

objetivo da atividade,

o material utilizado, o

procedimento,

resultados obtidos e

conclusões. Esta

síntese deve ser-lhe

entregue, assim

poderá acompanhar

os resultados e

conclusões dos alunos

e evitar uma avaliação

baseada meramente

na memorização.

Pode determinar

que diferentes grupos

trabalhem com o

mesmo “produto”,

para que possam

comparar as

diferentes maneiras

de medir um mesmo

“produto”. Neste

caso, é interessante

que os grupo seja

formado por um

número menor de

alunos.

12

venda deste “produto”, comprimento da casa, temperatura da

bebida, quantidade de ervilha, tamanho do tênis, enfim. Terminada

esta etapa, deverão “vender” seus produtos uns aos outros.

Observe bem cada “venda” estimulando os “compradores” a

questionarem as medidas do produto, comparando as unidades do

corpo do vendedor com as suas.

Para finalizar a aula, permita que alguns alunos relatem as

experiências de “compra” e “venda”, destacando as dificuldades

encontradas, procurando possíveis soluções e justificando suas

escolhas.

Peça que os alunos

descrevam os

instrumentos (partes

do corpo, referenciais

de massa, etc)

utilizados para cada

produto, seu objetivo

e identifiquem

situações do cotidiano

em que esse tipo de

medição ainda se

apresenta.

Anote na lousa

cada uma das

dificuldades e

possíveis soluções

apontadas, peça que

um aluno as registre

para que possa

retomá-las na

próxima aula.

13

Aula III

Tema

Solucionando um problema.

Objetivo

Fazer um breve histórico sobre as diferentes unidades de medidas utilizadas por

nossos antepassados. E expor, com base nestes referenciais históricos, o Sistema

Internacional de Unidades.

Conteúdo Físico

Sistema Internacional de Unidades.

Recursos Instrucionais

- Pesquisa.

- Material didático dos alunos.

Motivação

Conhecer as soluções encontradas ao longo da história para as diferentes unidades

de medida criadas pelas sociedades.

Momentos

O professor faz um breve histórico sobre as diferentes unidades de medidas utilizadas por

nossos antepassados.

(Tempo: 10 min.)

14

Aula expositiva, com referencias históricos, sobre o Sistema Internacional de Unidades e

apresentação do quadro de unidades físicas.

(Tempo: 30 min.)

O professor divide a sala em grupos e determina que cada um deles pesquise sobre um

instrumento de medida por ele determinado.

(Tempo: 05 min.)

15

Aula III

Sugestões: Os textos do material didático dos alunos não contém todas as informações abaixo, selecione o

que considerar interessante acrescentar.

Pode iniciar essa aula retomando as anotações registradas a seu pedido, por um aluno, na aula

anterior.

O nascimento da medida

A capacidade do ser humano realizar estimativas vem desde muito tempo, pois já

em épocas remotas os homens precisavam determinar distâncias para caçar, comparar o

tamanho de diferentes objetos de seu cotidiano e fazer trocas.

Quando o homem passou a viver em grupo, sua necessidade de realizar medições

aumentou. A construção de casas, a divisão de terrenos e o comércio são exemplos de

situações em que se utilizam unidades de medida.

As primeiras medições foram efetuadas utilizando-se como unidades de medida

as partes do corpo, como o comprimento do pé, a largura da mão, o palmo ou a passada.

Com o desenvolvimento das civilizações, essas unidades tornaram-se inadequadas, pois,

como sabemos e vivenciamos em nossa atividade II, as partes do corpo têm diferentes

medida de uma pessoa para outra.

Para que as medidas fossem as mesmas em qualquer lugar, foram criados os

padrões de medida. Porém algumas unidade baseadas no corpo humano foram

transformadas em padrões, muitos dos quais são utilizados até hoje.

O dedo polegar originou a unidade padrão da polegada; o côvado (ou cúbito) dos

egípcios baseava-se no comprimento equivalente à distância do cotovelo até o estremo

dos dedos estendidos; a jarda corresponde a três pés ou a uma passada; e mil passadas

duplas formam a milha.

Na Grécia Antiga, o dedo foi utilizado como unidade de comprimento padrão, e

16

cada dezesseis dedos eram iguais a um pé; já vinte e quatro dedos eram iguais a um

côvado olímpico.

Medidas de comprimento usadas na antiguidade Conversões atuais

Palmo 22,5 cm

Côvado 45 cm

Cana 3 m

Braça 1,8 m

Estádio 180 m

Histórico do Sistema Internacional de Unidades

O Sistema Internacional de Unidades [SI] está fundamentado em sete unidades

de base (comprimento, massa, tempo, corrente elétrica, temperatura termodinâmica,

quantidade de matéria e intensidade luminosa) que, por convenção, são tidas como

dimensionalmente independentes. Todas as outras são unidades derivadas, formadas

coerentemente por multiplicação ou divisão entre si, sem fatores numéricos.

O sistema decimal de unidades foi concebido no século XVI, quando era grande

a confusão das unidades de pesos e medidas. A partir de 1790, a Assembléia Nacional

Francesa solicitou que a Academia Francesa de Ciências desenvolvesse um sistema de

unidades que fosse adequado para uso internacional. Este sistema, baseado no metro

como unidade de comprimento e no grama como unidade de massa, foi adotado

inicialmente como medidas práticas no comércio e na indústria, sendo posteriormente

também adotado nos meios técnicos e científicos.

A padronização em nível internacional começou em 1870, resultado da

Convenção Internacional do Metro, da qual o Brasil foi um dos signatários em maio de

1875, e que foi ratificada em 1921. Esta Convenção estabeleceu a Agência Internacional

para Pesos e Medidas (131PM - Bureau International des Pois et Mesures) e constituiu

também a Conferência Geral em Pesos e Medidas (CGPM - Conférence Générale de

Pois et Mesures), para tratar de todos os assuntos relativos ao sistema métrico. 0 BlPM,

17

cuja tarefa principal é a unificação das medidas físicas, opera sob a supervisão do

Comitê Internacional para Pesos e Medidas (CIPM - Comité International des Pois et

Mesures) e sob a autoridade da CGPM.

As atividades do BIPM, que no início eram restritas apenas às medidas de

comprimento e de massa e a estudos metrológicos relativos a estas quantidades, foram

estendidas a padrões de medidas de eletricidade (1927), fotometria (1937), radiações

ionizantes (1960) e de escalas de tempo (1988) Devido a abrangência das atividades do

BlPM, o CIPM criou, a partir de 1927, os Comitês Consultivos de Unidades (CCU -

Comité Consultatif des Unítés) para assessorar na elaboração dos documentos a serem

levados à aprovação, assegurando uniformidade mundial para as unidades de medidas.

Em 1948, a 9a. CGPM, por sua Resolução n. 6, encarregou o CIPM de .. "estudar

o estabelecimento de uma regulamentação completa das unidades de medidas" .... e

"emitir recomendações pertinentes ao estabelecimento de um guia prático de unidades de

medidas, para ser adotado por todos os países signatários da Convenção do Metro". A

mesma Conferência Geral adotou também a Resolução n. 7, que fixou princípios gerais

para os símbolos das unidades e forneceu uma lista de nomes especiais de unidades. A

10ª. CGPM, em 1954, decidiu adotar como base deste "sistema prático de unidades% as

unidades das grandezas de comprimento, massa, tempo, intensidade de corrente elétrica,

temperatura termodinâmica e intensidade luminosa. A 1 Ia. CGPM, em 1960, através de

sua Resolução n. 12, adotou finalmente o nome SISTEMA INTERNACIONAL DE

UNIDADES, com abreviação internacional SI para o sistema prático de unidades, e

instituiu regras para os prefixos, para as unidades derivadas e as unidades suplementares,

além de outras indicações, estabelecendo uma regulamentação para as unidades de

medidas. A definição de Quantidade de Matéria (mol) foi introduzida posteriormente em

1969 e adotada pela 14ª. CGPM, em 1971.

Pesos e Medidas no Brasil

Até 1862 o Brasil utilizava as unidades e medidas de Portugal (ex. vara , braça

(extensão), quintal (massa), etc), mas estas medidas nunca foram rigorosamente

cumpridas. Em 1862 o Sistema Métrico francês foi adotado em todo o Império, mas

18

somente em 1872 foi aprovado o Regulamento do Sistema adotado. Em 1875 o Brasil

fez-se representar na Conferência Internacional do Metro, mas como este Ato não foi

retificado no Brasil, logo a partir da 1 CGPM (1889), deixamos de manter ligações com

esta Entidade. Somente em outubro de 1921, o Brasil aderiu novamente à Convenção do

Metro, iniciando em 1935 a elaboração de um projeto de regulamentação do seu sistema

de medidas. Com o advento do Estado Novo, foi somente a partir de 1938 que foram

fixadas as bases para a adoção definitiva do sistema de pesos e medidas, o que culminou

em 1953 com a adesão do Brasil à CGPM. Em 1960, o Brasil participou da 11 a. CGPM,

que criou o Sistema Internacional de Unidades. Em conseqüência destes fatos, foi criado

em 1961 o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), hoje designado como

Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO), ao

qual cabe a responsabilidade de manter atualizado o quadro geral de unidades e resolver

as dúvidas que possam surgir da sua aplicação ou interpretação.

Unidades de Base ou Fundamentais

São sete unidades bem definidas que, por convenção, são tidas como

dimensionalmente independentes:

Grandeza Unidade Símbolo

comprimento metro m

massa quilograma kg

tempo segundo s

corrente elétrica ampère A

temperatura termodinâmica Kelvin K

quantidade de matéria mol mol

Intensidade luminosa candela cd

19

É o caminho percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 11299

792 458 de um segundo :[17a. CGPM (1983)]

Quilograma (kg)

Pressão bar bar 1 bar

radioatividade curie Ci 1 Ci = 3,7 x 10"

exposição (radiação) roentgen R 1 R = 2,58 x 1 õ!'

dose absorvida rad rd 1 rd = 0,01 Gy

equivalente rem rem 1 rem = 0,01Sv = 10 mSv

Vantagens do uso do SI

São basicamente quatro as vantagens obtidas no uso do Sistema Internacional de

Unidades:

• Unicidade: existe uma e apenas uma unidade para cada quantidade física [ex: o

metro para comprimento, o quilograma para massa, o segundo para tempo, e

assim por diante]. É a partir destas unidades, chamadas fundamentais, que todas

as outras são derivadas.

• Uniformidade: elimina confusões desnecessárias no uso dos símbolos.

• Relação decimal entre múltiplos e sub-múltiplos: a base 10 é conveniente para o

manuseio da unidade de cada quantidade física e o uso de prefixos facilita a

comunicação oral e escrita.

• Coerência: evita interpretações errôneas.

OS ARGUMENTOS MAIS FORTES A FAVOR DO USO DO SISTEMA

INTERNACIONAL DE UNIDADES SÃO UNIFORMIDADE E COERÊNCIA,

EVITANDO O RISCO DE CONFUSÃO E AMBIGÜIDADE.

O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES É O SISTEMA OFICIAL NO

BRASIL.

20

Sugestões: Para dividir os grupos pergunte aos alunos outras unidades conhecidas para distâncias, tempo, massa,

temperatura, anote cada uma dessas unidades num papel para fazer um sorteio. Os alunos que pegaram

unidades de distância formaram um grupo, os de tempo outro e assim por diante.

Se preferir, ao invés de pedir que os alunos pesquisem sobre instrumentos de medida, lance

“problemas”, de acordo com as sugestões de cada experimento da próxima aula, e peça que pesquisem

sobre as “soluções”. Por exemplo, “Como podemos medir alturas de prédios?” ou “Como é possível medir

a quantidade de chuva que cai em uma represa?”.

Atividade III - Pesquisa

Cada grupo deverá realizar uma pesquisa sobre um instrumento de medidas

determinado pelo professor (e relacionado com a unidade sorteada, caso tenha aceito a

sugestão acima).

Pode-se pesquisar sobre os seguintes instrumentos ou qualquer outro que deseje:

• Balança

• Pluviômetro

• Astrolábio

• Anemômetro

• Relógio de areia - Ampulheta

• Relógio de água - Clepsidra

• Relógio de Sol – Gnômon

Os grupos poderão pesquisar sobre a história desses instrumentos, suas utilidades e

inovações, além de outros instrumentos com o mesmo objetivo e as concepções de

medida em diferentes comunidades e épocas.

21

Aulas IV e V

Tema

Com a mão na massa.

Objetivo

Construir diferentes instrumentos de medida.

Recursos Instrucionais

- Laboratório ou sala de aula previamente preparada para trabalho em grupo.

- Pesquisa dos alunos.

Motivação

Visualizar o funcionamento dos instrumentos pesquisados.

Momentos

O professor recolherá as pesquisas feitas e distribuirá os materiais para que cada grupo

construa seu instrumento de medida.

(Tempo: 50 min.)

Cada grupo apresenta seus instrumentos e conta às curiosidades encontradas em sua

pesquisa para a sala de aula.

(Tempo: 30 min.)

O professor finaliza a seqüência didática ressaltando o que considerar pertinente.

(Tempo: 10 min.)

22

Aulas IV e V

Recolha para avaliação as pesquisas feitas pelos alunos, peça

que organizem a sala para que continuem trabalhando em grupo.

Com todos os materiais para as atividades sobre uma mesa, permita

que discutam sobre o que acham necessário para construção do

instrumento pesquisado e depois comparem com as instruções do

material didático e comecem a atividade. Para esta atividade,

oriente-os a, individualmente, anotar todas as hipóteses, discussões,

procedimentos, objetivos e conclusões numa folha que ao final da

aula será recolhida.

Com a mão na massa

Atividade IV - Balança

Material:

• Uma régua plástica de 30 cm

• Uma vela

• Fósforo

• Um prego

• Um pregador de madeira

• Clipes metálicos de papel, de tamanho médio

Como fazer:

Com o prego (utilize o pregador para segurar o prego enquanto

o aquece), aquecido, faça um furo em cada extremidade da régua e

Sugestões:

Ao invés de

mostrar aos alunos

como montar os

experimentos ou fazer

o proposto ao lado,

uma vez que fizeram

pesquisas sobre eles,

entregue os materiais

e permita que lancem

hipóteses sobre como

construir estes

instrumentos e as

testem.

Se possível, tenha

uma pomada para

queimaduras na sala

de aula.

23

no seu centro, abra três clipes e prenda-os nestes furos. Suspenda a

régua em qualquer suporte a deixe solta e observe se ela ficou

equilibrada.

Atividade V – Pluviômetro

Material:

• Uma garrafa pet de 2L transparente

• Cola

• Dois palitos de churrasco de madeira

• Um pedaço retangular de papelão (10cm x 6 cm)

• Régua

• Durex

• Um vaso de planta

• Areia

Como fazer:

Corte a garrafa a 17 cm do fundo. Coloque a parte de cima da

garrafa virada com gargalo para baixo, dentro da parte do fundo.

Faça uma fenda no centro do papelão. Com a régua, gradue a parte

de dentro da fenda, marcando os centímetros e os milímetros. Cole

a escala na parte de baixo da garrafa e cubra-a com durex, para

protegê-la da chuva. Passe cola também entre uma parte e outra da

garrafa. Cole os espetos de churrasco, com fita durex,m deixando

sobrar parte das pontas para baixo. Enterre essas pontas no vaso de

planta cheio de areia. Quando chover, ponha o pluviômetro do lado

de fora de casa, bem debaixo da chuva. Quando parar de chover,

verifique quanto está marcado na escala graduada.

Se desejar,

contextualize esta

atividade

apresentando alguns

dos freqüentes dados

sobre o nível de água

nas represas.

Questione os alunos

quanto à coleta desses

dados.

24

Atividade VI – Astrolábio

Material:

• Um transferidor

• Um pedaço de linha ou fio dental

• Um clipe de papel de metal

• Um tubo de caneta plástica sem a carga

Como fazer:

Amarre a caneta, pelo meio, com a linha, deixando uma ponta

de cerca de 10 cm. Amarre o clipe nessa ponta, cole a caneta na

parte reta do transferidor. Agora, é só apontar para o objeto cuja

altura você quer medir. No transferidor você terá essa altura

marcada em graus. Usando a lei de semelhança entre triângulos, é

possível calcular a altura em metros ou centímetros.

Atividade VII – Anemômetro

Material:

• Um espeto de churrasco de madeira

• Uma conta de plástico com um furo no qual passe o espeto

de churrasco, com folga

• Um canudo plástico

• Três palitos de dente

• Duas rolhas

• Uma garrafa pet de 2L com tampa

Esta atividade

pode ser

problematizada com a

seguinte pergunta:

“Como podemos

medir alturas de

prédios?”.

“Para que saber e

como saber a

velocidade do

vento?”. Esta

pergunta pode

problematizar a

pesquisa que

finalizará com a

construção do

anemômetro.

25

• Areia

• Cola

• Uma vela

• Fóforo

• Um prego

• Um pregador de madeira

• Estilete

• Tesoura

• Um pedaço de papelão

Como fazer:

Encha a garrafa de areia, até um pouco abaixo do gargalo. Faça

três copinhos (como o modelo indicado no material didático do

aluno) de papelão. Dobre os copinhos na linha pontilhada e cole as

abas. Recorte uma das rolhas em três rodelas e cole-as no fundo dos

copos. Espete um palito de dente em cada rodela de rolha. Espete o

palita de churrasco na outra rolha. Faça um furo na tampa da

garrafa e passe por ele o canudo plástico, enterrando-o na areia.

Encaixe o espeto de churrasco dentro do canudo. Na ponta do

espeto, coloque uma conta de plástico. Espete o palito de churrasco

na rolha, mas sem atravessá-la. Seu anemômetro está pronto,

quanto mais forte é o vento, mais rápido ele gira. Tente contar o

numero de vezes que ele gira em um minuto, fazendo uma marca

com caneta, em um dos copinhos.

Atividade VIII – Relógio de Areia

Materiais:

Pode-se também,

pesquisar somente

sobre relógios. Após

cada grupo construir

sua ampulheta,

clepisidra ou gnômon,

26

• Duas garrafas pet de 600 ml, uma delas com tampa

• Areia fina, sal ou farinha de trigo

• Durex largo

• Um prego bem largo

• Uma vela

• Fósforo

• Um pregador de madeira

Como fazer:

Encha uma das garrafas com a areia, sal ou farinha. Tampe esta

garrafa e faça um furo na tampa com o prego aquecido. Cole uma

garrafa na outra pelo gargalo com o durex. Ponha a garrafa cheia de

areia para baixo e espere. A areia vai cair para a garrafa de baixo. O

tempo que a areia leva para passar de uma garrafa para a outra

depende da quantidade de areia, do tamanho e do gargalo. Se a

areia estiver úmida, pode ser que ela nem caia. Você pode fazer

ajustes aumentado ou diminuindo a quantidade de areia.

Atividade IX – Relógio de Água

Materiais:

• Dois recipientes de plástico transparente, em que um deles

se encaixe no outro, mas não até o fundo

• Relógio que marque segundos

• Uma agulha de costura

• Uma vela

• Água

• Pregador de madeira

formar grupos

maiores com os três

relógios para que

estabeleçam

parâmetros entre as

medidas de cada um

desses instrumentos e

que pensem sobre

como estabelecer

correspondências

entre medidas tiradas

segundo diferentes

sistemas.

27

• Fósforo

Como fazer:

Aqueça a agulha e faça um furo no centro do recipiente que se

encaixa em cima do outro. Coloque o dedo no furo e encha este

recipiente de água. Faça com a caneta, pelo lado de fora a marca do

nível inicial de água. Pegues este recipiente e encaixe-o dentro do

outro, que está vazio.

Atividade X – Relógio de Sol

Materiais:

• Um pedaço de isopor de 2 cm de espessura e 1m de lado

• Uma cartolina com as mesmas medidas

• Uma haste de isopor de cerca de 15cm de altura e 1,5cm de

espessura

• Cola para isopor

• Estilete

• Esquadro

• Régua

Como fazer:

Coloque no chão a base de isopor e cole a cartolina. Encaixe ou

cole no centro da base a haste do gnômon. Use um esquadro para

verificar se a haste está perpendicular a base. De uma em uma hora,

marque na cartolina um ponto que indique a extremidade da sombra

formada pela haste naquela hora. Escreva a lápis na base a hora

28

correspondente aquele ponto. Depois trace com a régua e o lápis

retas que saiam do gnômon passem pelos pontos e cheguem até a

borda da base. Agora, escreva perto da beirada da base as horas

correspondentes a cada uma das retas.

Finalização

Cada grupo deve fazer uma breve apresentação de sua pesquisa e

do instrumento que construiu para os outros alunos.

29

Material Didático do Aluno

30

MEDIR PARA CONHECER

Nesta seqüência didática, você vai

conhecer situações do dia-a-dia em que as

unidades de medida estão bastante presentes

em seu dia-a-dia. Vai estudar um pouco da

história dos padrões de medida, como o metro

e o segundo. Além de utilizar instrumentos de

medida (réguas, cronômetros, balanças etc.),

você terá a oportunidade de investigar

dimensões muito pequenas, como a espessura

de uma folha de papel, e dimensões muito

grandes, como a distância da Terra até o Sol.

Em nossa vida encontramos diversas

situações em que precisamos realizar diferentes

tipos de medidas. Ao planejarmos uma visita a

um amigo distante, nos perguntamos qual deve

ser, mais ou menos, a distância que nos separa

dele. Porém, se o problema for cercar um

terreno, será necessário medir de forma mais

exata as distâncias que o limitam.

Todas as manhãs, ao percebermos a claridade do Sol, temos uma noção

aproximada da hora. Mas, se quisermos acordar cedo para um compromisso, vamos

precisar de um relógio despertador, que irá nos fornecer uma medida mais precisa do

tempo.

Ao colocarmos a comida em nosso prato, temos uma idéia de quantos gramas

estamos comendo. Porém, quando verificamos nossa massa em uma balança, realizamos

uma medição mais precisa.

Antes do banho, costumamos pôr a mão na água para verificar qual é,

aproximadamente, sua temperatura. Entretanto, quando verificamos a febre de uma

pessoa, precisamos medir sua temperatura com o auxílio de um termômetro.

31

Quando bebemos um copo de água temos uma noção do volume de água ingerido,

mas se formos vender refrigerantes deveremos indicar precisamente o volume de nosso

produto.

Todos esses exemplos mostram que, em alguns casos, desejamos apenas ter uma

noção aproximada do valor de uma grandeza física, e então realizamos uma estimativa;

em outras situações, necessitamos medir com maior precisão e utilizamos para tanto os

instrumentos de medida.

ATIVIDADE I: DÊ UM CHUTE EM SEU CADERNO

Espere um pouco! O que você deve fazer é estimar, ou seja, anotar um valor

aproximado para cada grandeza indicada abaixo. (Mas atenção: não use nenhum

instrumento de medida; se não souber, "chute").

GRANDEZA ESTIMATIVA

Sua própria altura

Distância da escola ao centro da cidade

Distância da Terra à Lua

Distância da Terra à estrela mais próxima

Espessura de uma folha de papel

Diâmetro de um átomo

Altura de uma mesa

Altura de uma porta

Distância de São Paulo a Brasília

Distância da Terra ao Sol

Espessura de uma moeda de um centavo

Diâmetro de um fio de cabelo

Temperatura da sala

O NASCIMENTO DA MEDIDA

32

A capacidade do ser humano de realizar estimativas vem desde muito tempo, pois

já em épocas' remotas os os homens precisavam determinar distâncias para caçar e

comparar o tamanho de diferentes objetos do seu cotidiano.

Quando o homem passou a viver em grupo, sua necessidade de realizar medições

aumentou. A construção de casas, a divisão de terrenos e o comércio são exemplos de

situações em que se utilizam unidades de medida.

As primeiras medições foram efetuadas utilizando-se como unidades de medida as

partes do corpo, como o comprimento do pé, a largura da mão, o palmo ou a passada.

Com o desenvolvimento das civilizações, essas unidades tornaram-se inadequadas, pois,

como sabemos, as partes do corpo têm diferentes medidas de uma pessoa para outra. Para

que as medidas fossem as mesmas em qualquer lugar, foram criados os padrões de

medida.

ATIVIDADE II: CRIANDO SUA PRÓPRIA UNIDADE DE MEDIDA

1. Crie unidades de medida com base em partes de seu corpo. Sugestões: o palmo, a

largura do dedo, a passada, um fio de cabelo, ou outra que você quiser. Estas unidades

deverão determinar todas as dimensões e valores necessários para a venda do objeto que

está sendo medido.

VAMOS VENDER?

Compare as medidas obtidas por você

com as obtidas por um colega e discuta as

questões a seguir:

1. Vocês obtiveram os mesmos resultados?

2. Por que vocês obtiveram, ou não, os mesmos resultados?

3. O que poderia ser feito para que todos obtivessem resultados mais parecidos?

4. Volte aos itens da atividade I e diga quais as dificuldades em determinar suas medidas

com as unidades que você criou

33

PADRÕES DE MEDIDA NA ANTIGUIDADE

Diversos padrões de medida foram criados pelo homem em diferentes momentos

da história e em diferentes regiões.

As unidades de medida baseadas no corpo humano foram

transformadas em padrões, muitos dos quais são utilizados até

hoje.

O dedo polegar originou a unidade padrão da polegada; o

côvado (ou cúbito) dos egípcios baseava-se no comprimento

equivalente à distância do cotovelo até o extremo dos dedos

estendidos; a jarda corresponde a três pés ou a uma passada; e mil

passadas duplas formam a milha.

Na Grécia Antiga, o dedo foi utilizado como unidade de comprimento padrão, e

cada dezesseis dedos eram iguais a um pé; já vinte e quatro dedos eram iguais a um

côvado olímpico.

MEDIDAS DE COMPRIMENTO USADAS NA

ANTIGUIDADE

CONVERSÕES

ATUAIS

Palmo 22,5 cm

Côvado 45 cm

Cana 3 m

Braça 1,8 m

Estádio 180 m

O MISTERIO DA PIRÂMIDE

Próximo ao rio Nilo, por volta de 2600 a.C., na Pirâmide de Quéops, construída

há cerca de 4 700 anos, foi determinada uma medida utilizada pelos egípcios denominada

"polegada piramidal" Ao estudar esse padrão de medida, cientistas concluíram que o

diâmetro da Terra mede 1, 5 bilhão dessas polegadas. A base da pirâmide foi construída

34

de forma a ter um perímetro equivalente a 365,242 polegadas piramidais. Os algarismos

desse número correspondem ao número de dias do ano (365,242).

O SISTEMA INTERNACIONAL

Um dos problemas, mais comumente enfrentados pelos cientistas a partir do final

do século XVIII era a existência de diferentes unidades para expressar as subdivisões das

unidades padrão de medida estabelecidas pelo Sistema Métrico.

Para solucionar esse problema e melhorar a comunicação científica, foi criado o

Sistema Internacional de unidades (SI).

Em 1960 foram estabelecidos prefixos para os múltiplos (valores grandes) e

submúltiplos (valores pequenos) das unidades,

UNIDADES DE BASE OU FUNDAMENTAIS

São sete unidades bem definidas que, por convenção, são tidas como

dimensionalmente independentes:

GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO

comprimento metro m

massa quilograma kg

tempo segundo s

35

corrente elétrica ampère A

temperatura termodinâmica Kelvin K

quantidade de matéria mol mol

Intensidade luminosa candela cd

METRO (M)

É o caminho percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 11299

792 458 de um segundo :[17a. CGPM (1983)]

QUILOGRAMA (KG)

Pressão bar bar 1 bar

radioatividade curie Ci 1 Ci = 3,7 x 10"

exposição (radiação) roentgen R 1 R = 2,58 x 1 õ!'

dose absorvida rad rd 1 rd = 0,01 Gy

equivalente rem rem 1 rem = 0,01Sv = 10 mSv

VANTAGENS DO USO DO SI

São basicamente quatro as vantagens obtidas no uso do Sistema Internacional de

Unidades:

• Unicidade: existe uma e apenas uma unidade para cada quantidade física [ex: o

metro para comprimento, o quilograma para massa, o segundo para tempo, e

assim por diante]. É a partir destas unidades, chamadas fundamentais, que todas

as outras são derivadas.

• Uniformidade: elimina confusões desnecessárias no uso dos símbolos.

• Relação decimal entre múltiplos e sub-múltiplos: a base 10 é conveniente para o

manuseio da unidade de cada quantidade física e o uso de prefixos facilita a

comunicação oral e escrita.

• Coerência: evita interpretações errôneas.

36

OS ARGUMENTOS MAIS FORTES A FAVOR DO USO DO SISTEMA

INTERNACIONAL DE UNIDADES SÃO UNIFORMIDADE E COERÊNCIA,

EVITANDO O RISCO DE CONFUSÃO E AMBIGÜIDADE.

O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES É O SISTEMA OFICIAL NO

BRASIL.

OS INSTRUMENTOS DE

MEDIDA

As ilustrações da capa deste

material didático, mostram como é

necessário ter instrumentos de

medida confiáveis em nossa vida. O

relógio deve funcionar direito para

não nos atrasarmos, ou a balança

deve estar regulada para

conhecermos nossa massa corporal e

assim por diante.

Portanto, iremos aprender

instrumentalmente, um pouco sobre

alguns instrumentos de medida.

ATIVIDADE IV - BALANÇA

Material:

• Uma régua plástica de 30 cm

• Uma vela

ATIVIDADE II: PESQUISA

Em grupo pesquise sobre um dos

instrumentos de medidas abaixo listados:

• Balança

• Pluviômetro

• Astrolábio

• Anemômetro

• Relógio de areia - Ampulheta

• Relógio de água - Clepsidra

• Relógio de Sol – Gnômon

Os grupos poderão pesquisar sobre a história

desses instrumentos, suas utilidades e inovações,

além de outros instrumentos com o mesmo

objetivo e as concepções de medida em

diferentes comunidades e épocas.

37

• Fósforo

• Um prego

• Um pregador de

madeira

• Clipes metálicos

de papel, de

tamanho médio

Como fazer:

Com o prego

(utilize o pregador para

segurar o prego enquanto o aquece), aquecido, faça um furo em cada extremidade da

régua e no seu centro, abra três clipes e prenda-os nestes furos. Suspenda a régua em

qualquer suporte a deixe solta e observe se ela ficou equilibrada.

ATIVIDADE V – PLUVIÔMETRO

Material:

• Uma garrafa pet de 2L transparente

• Cola

• Dois palitos de churrasco de madeira

• Um pedaço retangular de papelão (10cm x 6 cm)

• Régua

• Durex

• Um vaso de planta

• Areia

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Como fazer:

Corte a garrafa a 17 cm do fundo. Coloque a parte de cima da garrafa virada com

gargalo para baixo, dentro da parte do fundo. Faça uma fenda no centro do papelão. Com

a régua, gradue a parte de dentro da fenda, marcando os centímetros e os milímetros.

Cole a escala na parte de baixo da garrafa e cubra-a com durex, para protegê-la da chuva.

Passe cola também entre uma parte e outra da garrafa. Cole os espetos de churrasco, com

fita durex,m deixando sobrar parte das pontas para baixo. Enterre essas pontas no vaso de

planta cheio de areia. Quando chover, ponha o pluviômetro do lado de fora de casa, bem

debaixo da chuva. Quando parar de chover, verifique quanto está marcado na escala

graduada.

ATIVIDADE VI – ASTROLÁBIO

Material:

• Um transferidor

• Um pedaço de linha ou fio dental

• Um clipe de papel de metal

• Um tubo de caneta plástica sem a

carga

Como fazer:

Amarre a caneta, pelo meio, com a linha, deixando uma ponta de

cerca de 10 cm. Amarre o clipe nessa ponta, cole a caneta na parte reta do

transferidor. Agora, é só apontar para o objeto cuja altura você quer medir.

No transferidor você terá essa altura marcada em graus. Usando a lei de

semelhança entre triângulos, é possível calcular a altura em metros ou

centímetros.

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ATIVIDADE VII – ANEMÔMETRO

Material:

• Um espeto de churrasco de madeira

• Uma conta de plástico com um furo no qual

passe o espeto de churrasco, com folga

• Um canudo plástico

• Três palitos de dente

• Duas rolhas

• Uma garrafa pet de 2L com tampa

• Areia

• Cola

• Uma vela

• Fóforo

• Um prego

• Um pregador de madeira

• Estilete

• Tesoura

• Um pedaço de papelão

Como fazer:

Encha a garrafa de areia, até um pouco abaixo do

gargalo. Faça três copinhos (como o modelo indicado no

material didático do aluno) de papelão. Dobre os copinhos

na linha pontilhada e cole as abas. Recorte uma das rolhas

em três rodelas e cole-as no fundo dos copos. Espete um

palito de dente em cada rodela de rolha. Espete o palita de

40

churrasco na outra rolha. Faça um furo na tampa da garrafa e passe por ele o canudo

plástico enterrando-o na areia. Encaixe o espeto de churrasco dentro do canudo. Na ponta

do espeto, coloque uma conta de plástico. Espete o palito de churrasco na rolha, mas sem

atravessá-la. Seu anemômetro está pronto, quanto mais forte é o vento, mais rápido ele

gira. Tente contar o numero de vezes que ele gira em um minuto, fazendo uma marca

com caneta, em um dos copinhos.

ATIVIDADE VIII – RELÓGIO DE AREIA

Materiais:

• Duas garrafas pet de 600 ml, uma delas com tampa

• Areia fina, sal ou farinha de trigo

• Durex largo

• Um prego bem largo

• Uma vela

• Fósforo

• Um pregador de madeira

Como fazer:

Encha uma das garrafas com a areia, sal ou

farinha. Tampe esta garrafa e faça um furo na

tampa com o prego aquecido. Cole uma garrafa na

outra pelo gargalo com o durex. Ponha a garrafa

cheia de areia para baixo e espere. A areia vai cair

para a garrafa de baixo. O tempo que a areia leva

para passar de uma garrafa para a outra depende

41

da quantidade de areia, do tamanho e do gargalo. Se a areia estiver úmida, pode ser que

ela nem caia. Você pode fazer ajustes aumentado ou diminuindo a quantidade de areia.

ATIVIDADE IX – RELÓGIO DE ÁGUA

Materiais:

• Dois recipientes de plástico transparente, em que um deles se encaixe no outro,

mas não até o fundo

• Relógio que marque segundos

• Uma agulha de costura

• Uma vela

• Água

• Pregador de madeira

• Fósforo

Como fazer:

Aqueça a agulha e faça um furo no centro do recipiente que se encaixa em cima do

outro. Coloque o dedo no furo e encha este recipiente de água. Faça com a caneta, pelo

lado de fora a marca do nível inicial de água. Pegues este recipiente e encaixe-o dentro do

outro, que está vazio.

Se o recipiente de cima é vertical, ou reto, quando ele está mais cheio, a

água cai mais depressa. Para compensar essa irregularidade, os egípcios

construíram relógios de água com as paredes inclinadas num ângulo de 70

graus. Assim, a água ia caindo com regularidade o tempo todo

42

Na Idade Média, usavam-se velas para medir intervalos de tempo, Traçava-se

uma escala na vela, com intervalos de, por exemplo, 15 minutos. Depois de acesa, a vela

ia queimando e consumindo os intervalos da escala.

Um outro modo curioso de se marcar intervalos de tempo era o de alguns monges

da Idade Média. Em certos conventos, havia sempre um monge que ficava lendo, durante

a noite.Se ele soubesse exatamente quanto tempo levava para ler cada página, saberia há

quantos intervalos de tempo estava de guarda e quanto faltava para ir dormir.

ATIVIDADE X – RELÓGIO DE SOL

Materiais:

• Um pedaço de isopor de 2 cm de espessura e 1m de lado

• Uma cartolina com as mesmas medidas

• Uma haste de isopor de cerca de 15cm de altura e 1,5cm de espessura

• Cola para isopor

• Estilete

• Esquadro

• Régua

Como fazer:

Coloque no chão a base de isopor e cole a cartolina. Encaixe ou cole no centro da base

a haste do gnômon. Use um esquadro para verificar se a haste está perpendicular a base.

De uma em uma hora, marque na cartolina um ponto que indique a extremidade da

sombra formada pela haste naquela hora. Escreva a lápis na base a hora correspondente

aquele ponto. Depois trace com a régua e o lápis retas que saiam do gnômon passem

pelos pontos e cheguem até a borda da base. Agora, escreva perto da beirada da base as

horas correspondentes a cada uma das retas.