196

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ISSN : 21791732

Universidade Federal de ViçosaDepartamento de Matemática

Cálculo Diferencial eIntegral I

Rosane Soares Moreira VianaLaerte Dias de CarvalhoJaques Silveira Lopes

05

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Universidade Federal de Viçosa Reitora

Nilda de Fátima Ferreira Soares

Vice-Reitor Demétrius David da Silva

Conselho Editorial

Andréa Patrícia Gomes João Batista Mota

José Benedito Pinho José Luiz Braga

Tereza Angélica Bartolomeu

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Diretor Frederico Vieira Passos

Prédio CEE, Avenida PH Rolfs s/n

Campus Universitário, 36570-000, Viçosa/MG Telefone: (31) 3899-2858

Fax: (31) 3899-3352

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Ficha catalográfica preparada pela seção de catalogação da Biblioteca Central da UFV

Moreira, Rosane Soares, 1969- M838c Cálculo diferencial e integral I [recurso eletrônico] / 2012 Rosane Soares Moreira, Jaques Silveira Lopes e Laerte

Dias de Carvalho. – Viçosa, MG : UFV/CEAD, 2012. 197p. : il. (algumas col.) ; 29cm. (Conhecimento, ISSN

2179-1732 ; n.5) Livro eletrônico. Bibliografia: p. 196. 1. Cálculo diferencial. I. Lopes, Jaques Silveira, 1975-.

II. Carvalho, Laerte Dias de, 1964-. III. Universidade Federal de Viçosa. Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância. IV. Título.

CDD 22. ed. 515.33

VIANA, Rosane; CARVALHO, Laerte e LOPES, Jaques - Cálculo Diferencial e Integral I. Viçosa, 2012

Layout: Pedro Eni Lourenço Rodrigues Capa: Pedro Eni Lourenço Rodrigues Gráficos e imagens: Rosane Soares Moreira Viana Editoração Eletrônica: Pedro Eni Lourenço Rodrigues Revisão Final: João Batista Mota

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SUMÁRIO CAPÍTULO 1. REVISÃO DE FUNÇÃO 7 CAPÍTULO 2. LIMITES DE FUNÇÕES 14

2.1 NOÇÃO INTUITIVA DE LIMITE 14 2.2 DEFINIÇÃO DE LIMITE 19 2.3 PROPRIEDADES DOS LIMITES 23 TESTE O SEU CONHECIMENTO 25 2.4 LIMITES NO INFINITO E LIMITES INFINITOS 29 2.5 CÁLCULO DE LIMITES 37 TESTE O SEU CONHECIMENTO 41 2.6 LIMITES FUNDAMENTAIS 43 2.7 FUNÇÕES CONTÍNUAS 46 2.8 PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES CONTÍNUAS 51 TESTE O SEU CONHECIMENTO 58

CAPÍTULO 3. DERIVADA 60 3.1 RETA TANGENTE A UMA CURVA 60 3.2 O CONCEITO DE DERIVADA 69 3.3 TÉCNICAS DE DERIVAÇÃO 77 TESTE O SEU CONHECIMENTO 87 3.4 DERIVAÇÃO IMPLÍCITA 95 3.5 DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR 100 3.6 DERIVADAS DE FUNÇÕES INVERSAS 104 3.7 TABELA GERAL DE DERIVADA 109 TESTE O SEU CONHECIMENTO 110

CAPÍTULO 4. APLICAÇÕES DA DERIVADA 113 4.1 TAXA DE VARIAÇÃO 113 4.2 TAXAS RELACIONADAS 119 TESTE O SEU CONHECIMENTO 125 4.3 FUNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTES 126 4.4 MÁXIMOS E MÍNIMOS 131 4.5 CONCAVIDADE E PONTOS DE INFLEXÃO 139 4.6 ASSÍNTOTAS HORIZONTAIS E VERTICAIS 146 4.7 ESBOÇO DE GRÁFICOS 149 4.8 PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 151

CAPÍTULO 5. INTEGRAÇÃO 154 5.1 INTEGRAL INDEFINIDA 154 5.2 PROPRIEDADES DA INTEGRAL INDEFINIDA 157 5.3 MÉTODO DA SUBSTITUIÇÃO (OU MUDANÇA DE VARIÁVEIS) 159 5.4 MÉTODO DE INTEGRAÇÃO POR PARTES 162 TESTE O SEU CONHECIMENTO 167 5.5 INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA. 168 5.6 INTEGRAÇÃO POR FRAÇÕES PARCIAIS 171 5.7 SUBSTITUIÇÕES DIVERSAS 177 TESTE O SEU CONHECIMENTO 179

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5.8 ÁREA E INTEGRAL DEFINIDA 180 5.9 PROPRIEDADES DA INTEGRAL DEFINIDA 183 5.10 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO 185 5.11 CÁLCULO DE ÁREAS 189 5.12 CÁLCULO DE VOLUMES 191 TESTE O SEU CONHECIMENTO 193 BIBLIOGRAFIA 195

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PREFÁCIO Esta obra intitulada CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I foi construída para ser

a referência básica da disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I, do Curso de Licenciatura em Matemática – Modalidade a Distância oferecido pela Universidade Federal de Viçosa. Entretanto, por conter, em detalhes, os principais tópicos da Teoria de Cálculo de funções de uma variável independente, além de algumas importantes aplicações, este texto pode ser utilizado nas disciplinas de Cálculo oferecidas para os demais Cursos de Graduação.

O trabalho de produzir um material deste tipo, cujo conteúdo abordado é muito extenso e bastante minucioso, exigiu grande dedicação da equipe de autores. E o fato da disciplina em tela ser oferecida para alunos que, na maioria das vezes, não tem a disposição uma boa biblioteca faz com que o material seja, em certa medida, suficiente para o aluno compreender os conceitos abordados.

O texto desenvolvido terá, aqui na UFV, o suporte e a complementação de outras mídias (como por exemplo: vídeo aulas e aulas narradas) disponibilizadas na plataforma de interação PVANet, que é um ambiente virtual de aprendizagem. Além do PVANet, a disciplina quando oferecida contará com todos os elementos que esta modalidade de ensino exige: tutores presenciais e a distância; coordenadores de pólos; professores coordenadores de disciplinas; coordenador de tutores; comissão coordenadora de curso etc.

Os gráficos que aparecem ao longo do texto foram construídos pela Professora Rosane, uma das autoras do livro, utilizando o software gratuito Geogebra. E a confecção de tantos gráficos custou muitas horas de trabalho e contou com a habilidade e paciência da autora.

De uma maneira um tanto quanto clássica, os assuntos estão divididos em capítulos e seções, partindo da importante revisão das noções básicas de funções e introduzindo, na sequência, os conceitos de Limite e Continuidade de funções. A Teoria de Derivadas, bem como suas aplicações, aparecem à frente da Teoria de Integrais, simplesmente por uma conveniência didática, pois a ordem aí não era fundamental. Algumas demonstrações são omitidas no decorrer do texto, isto pela complexidade de algumas delas, mas na maioria das vezes pelo fato de que o foco do livro é apresentar as técnicas e as aplicações do Cálculo.

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CAPÍTULO 1. REVISÃO DE FUNÇÃO Para o estudo da disciplina Cálculo Diferencial e Integral I estamos interessados

no estudo de funções reais a uma variável. Faremos uma breve revisão do conceito de função real e sua representação gráfica. Você também deve estar familiarizado

com os conjuntos numéricos N , , , e RI e noções gerais sobre intervalos,

inequações e valor absoluto.

O conceito de função e as suas diversas representações permitem estabelecer conexões entre os diferentes ramos da Matemática e dela com outras ciências. O reconhecimento de variáveis em situações do cotidiano e o estabelecimento de relações entre elas permitem expressar leis matemáticas.

As funções aparecem em muitas situações em que o valor de uma variável pode depender do valor de uma outra variável. Neste contexto, quando uma grandeza

depende de uma grandeza de modo que cada valor determine exatamente um único valor , então dizemos que é função de . Neste caso, chamamos de

variável independente e de variável dependente.

Por exemplo: A área de uma circunferência depende de seu raio . A regra, que relaciona

e a área , é dada pela equação . Assim, a cada número positivo

corresponde exatamente um valor de . Então dizemos que é função de .

Suponhamos que determinada mercadoria esteja sendo vendida a 501R$ , o

quilo. Então quilos dessa mercadoria, custarão x501R$ , . Denotando por o preço

desses quilos, então 2

3501 xxp == , . Temos aqui duas grandezas, e , que

estão relacionadas entre si. Dizemos que é função de porque a cada valor de

corresponde um valor de .

Para modelar essas situações, são utilizadas funções do tipo , sendo

a variável independente e a variável dependente.

Formalmente,

Z Q I

yx x

y y x x

y

A r

r A 2rA π= r

A A r

x p

x x p

p x x

p

)(xfy = x

y

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Definição 1: Sejam e subconjuntos de RI (conjunto dos números reais). Uma

função real é uma correspondência (regra ou lei) que, a cada elemento

associa exatamente um elemento .

Saiba Mais: O conceito de função pode ser estendido a outros conjuntos que não

são, necessariamente, subconjuntos de RI . Para conhecer melhor as funções, consulte uma das referências listadas na Bibliografia (Veja, por exemplo, MEDEIROS, et. al., 2006).

Observação 1: Comumente utiliza-se o valor da função no ponto (imagem

de ) por e a notação para indicar a função com os conjuntos e

relacionados. Ou ainda,

)(:

xfyxBDf

=→→

(i) O conjunto , que também pode ser denotado por ou , é o

domínio da função , isto é, o conjunto em que a função é definida.

(ii) O conjunto é o contradomínio da função , isto é, conjunto em que a função

toma valores.

(iii) Dado , é o valor da função no ponto ou imagem de por

.

(iv) Simbolicamente, é função , ;

Definição 2: O conjunto de todos os valores assumidos por uma função é

chamado conjunto imagem de , representado por , Mais precisamente, a

imagem de uma função real é o subconjunto de pontos para os quais

existe pelo menos um tal que :

{ } { }DxxfyxfDxByfIm ∈==∈∈= ; )()(com existe| )(

Observação 2: Para não confundir o conceito de uma função e do valor da

função podemos pensar intuitivamente uma função como uma “máquina”.

D Bf Dx∈

By∈

xx )(xf BDf →: D

B

D )( fDom )( fD

f

B f

Dx∈ Bxfy ∈= )( f x x

f

BDf →: ⇔ Dx∈∀ !∃ By∈ )(xfy =

f

f )( fIm

BDf →: By∈

Dx∈ yxf =)(

f

)(xf

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Quando inserimos um elemento do domínio de (matéria-prima disponível) na

máquina (que faz papel da função ), a máquina produzir o valor da função

correspondente (produto) conforme ilustra a figura abaixo.

Figura 1: Representações esquemáticas da ideia de função

Assim, o mais correto é dizer “seja a função ” em vez de “seja a função

, muito embora, frequentemente, prefira-se essa última maneira de falar.

Exemplo 1: Considere { } RIRIf →− 2: a função definida por .

Neste caso, o domínio da função real é { }2−RI , o contradomínio é RI e a lei de

definição é . Podemos reescrever , para , como

, pois . Assim:

, , ,

,

Observação 3: Observe que uma função consta de três partes: domínio,

contradomínio e a lei de correspondência )(xfx → . É usual uma função ser dada

pela sua expressão sem especificação do seu domínio. Neste caso, assumimos que o domínio é o maior subconjunto dos números reais para os quais a expressão faz sentido (assume um valor real), isto é, os números com os quais podemos efetuar as operações indicadas na referida expressão. Assim, o domínio de , chamado

domínio natural de , é dado por

{ }RIxfRIxfDom ∈∈= )( | )( .

Neste caso, o contradomínio é .

x f

f

)(xf

f

)"(xf

242

−−

=x

xxf )(

f

242

−−

=x

xxf )( )(xf 2≠x 2+= xxf )(

)()( 2242 −+=− xxx

( ) 20 =f25

221

21

=+=

f 121)1( +=+−=− xxxf 2)( 22 += ttf

hxhxxfhxf =+−++=−+ )()()( 22 1==−+

hh

hxfhxf )()(

f

f

R

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Exemplo 2: Seja a função definida por .

Esta função não está definida para e . Logo,

{ } { }3e1|3,1)( ≠≠∈=−= xxRIxRIgDom .

Exemplo 3: Considere a função . Assim, o domínio de são

todos os números reais que satisfazem a desigualdade . Logo,

{ } [ ]1,11e1|)( −=≤−≥∈= xxRIxhDom .

Exemplo 4: Desejamos construir uma caixa aberta a partir de uma folha retangular de papelão com 30cm de comprimento e 22cm de largura recortando quadrados idênticos (de por cm) de cada canto da folha e dobrando as abas resultantes. Assim, a expressão que fornece o volume da caixa em função de é dada por cujo domínio é o intervalo fechado , pois não podemos ter medida e nem volume negativo.

Figura 2: Esquematização do problema

Observação 4: As funções também podem ser definidas por expressões

distintas em partes do seu domínio. Estas funções são denominadas funções definidas por partes.

Exemplo 5: O custo de uma corrida de táxi em determinada área

metropolitana é tabelado da seguinte maneira: qualquer corrida inferior a 2km custa R$3,75; após os 2km, o passageiro paga um adicional de R$1,50 por km. Assim, para uma corrida de 5km o custo é , ou seja, R$ 8,25.

g)3()1(

1−−

=xx

xg )(

1=x 3=x

21 xxh −=)( h

01 2 ≥− x

x xV x

xxxxV )222()230( −−=)( [ ]110,x V

)25(51753 −+ ,,

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De modo geral, se é o custo total de uma corrida de taxi de km, então o

valor de é:

Definição 3: Seja uma função. O gráfico de , denotado por é o

conjunto de todos os pontos de , onde , isto é

Observação 5: Uma dada curva no plano representa o gráfico de uma

função quando qualquer reta vertical tem, no máximo, um ponto de interseção com essa curva.

Observação 6: Através do gráfico de também podemos determinar o

domínio e a imagem de . O domínio de é a projeção ortogonal do gráfico sobre

o eixo e a imagem sobre o eixo , conforme ilustrado abaixo.

Figura 3: Representação do domínio e imagem de

Exemplo 6: Considere a função definida por . O gráfico de é

esboçado na figura 4. Note que RIfDom =)( e RIfIm =)( .

)(xf x)(xf

>−+≤≤

=2se)2(51753

20se753xx

xxf

,,,

)(

BDf →: f )( fGraf

))(,( xfx 2RRRBD =×⊂× )( fDomx∈

{ } { })(|))(,()(|),()( fDomxxfxxfyBDyxfGraf ∈==×∈=

xy

f

f f

x y

f

f 12 −= xxf )( f

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Figura 4: Gráfico da função

Exemplo 7: Considere a função definida por . O gráfico de é

esboçado na figura 5. Note que e

Figura 5: Gráfico da função

Exemplo 8: Considere a função definida por

.

O gráfico de é esboçado na figura 6. RIhDom =)( e ]4,()( −∞=gIm .

12 −= xxf )(

g 2+= ttg )( g

),[)( +∞−= 2gDom ))( +∞= [0,gIm

2+= ttg )(

h

>+−≤<+−

≤+=

4se12240se44

0se42

ttttt

ttth )(

h

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Figura 6: Gráfico da função

Note que RIhDom =)( e ]4,()( −∞=gIm .

h

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CAPÍTULO 2. LIMITES DE FUNÇÕES

2.1 Noção Intuitiva de Limite O conceito de limite é base fundamental de todos os conteúdos de Cálculo

Diferencial e Integral. Portanto, será o ponto de partida para o estudo da teoria do cálculo.

Para iniciarmos nosso estudo sobre limites, vamos considerar alguns modelos ilustrativos.

Exemplo 1: Seja a função definida por .

Observe que existe para todo , exceto . Investiguemos o comportamento de quando se aproxima de , porém excluindo o . Neste caso, dizemos que tende a e usaremos a notação . Observemos que existem duas possibilidades para se aproximar de :

(i) se aproxima de por valores superiores a e, neste caso, diremos que

tende para pela direita (notação: )

3 2,5 2,1 2,01 2,001 2,0001 2,00001 2,000001

5 4,5 4,1 4,01 4,001 4,0001 4,00001 4,000001

(ii) se aproxima de por valores inferiores a e, neste caso, diremos que

tende para pela esquerda (notação: )

1 1,5 1,9 1,99 1,999 1,9999 1,99999 1,999999

3 3,5 3,9 3,99 3,999 3,9999 3,99999 3,999999

Note que, em ambas as tabelas, à medida que fica cada vez mais próximo de , tanto pela direita, quanto pela esquerda, os valores de tornam-se cada vez

mais próximo de .

Por outro lado, e se , temos que .

Logo, podemos cancelar o fator comum e reescrever . Assim, o gráfico de

será a reta , com o ponto excluído. Observando o gráfico de

{ } RIRIf →− 2:242

−−

=x

xxf )(

)(xf x 2=x)(xf x 2 2

x 2 2→xx 2

x 2 2

x 2 +→ 2x

x

)(xf

x 2 2

x 2 −→ 2x

x

)(xf

x2 )(xf

4

2)2()2(

242

−+−

=−−

=x

xxx

xxf )( 2≠x 02 ≠−x

2+= xxf )(

)(xf 2+= xy )42( ,

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, figura1, vemos que quanto mais próximo de estiver , mais próximo de

estará .

Figura 1: Gráfico da função

Assim, podemos tornar tão próximo de quanto desejarmos, bastando

para isso tomarmos suficientemente próximo de . Daí, dizemos que existe o limite de

quando tende a e seu valor é . Simbolicamente, escrevemos

o qual deve ser lido como "o limite de quando tende a é igual a ".

O limite, portanto, estabelece qual o comportamento da função na vizinhança de um ponto, sem que este pertença necessariamente ao seu domínio.

Isto nos leva a seguinte ideia geral:

Definição informal de limite: Seja uma função definida em todo um intervalo

aberto contendo um número real , exceto possivelmente no próprio . Dizemos

que o limite de quando tende a existe e vale , e escrevemos

, se à medida que se aproxima de por ambos os lados, com ,

tem-se que se aproxima de .

)(xf 2 x 4

)(xf

242

−−

=x

xxf )(

)(xf 4

x 2

242

−−

=x

xxf )(

x 2 4

4242

2=

−−

→ xx

xlim

)(xf x 2 4

f

a a)(xf x a L

Lxfax

=→

)(lim x a ax ≠

)(xf L

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A aproximação de deve ser considerada por ambos os lados, ou seja, aproximar de por valores maiores do que e por valores menores do que . Assim, se restringimos a aproximação por apenas um dos lados, podemos definir o limite lateral à esquerda e à direita.

Definição (limite lateral à direita): Seja uma função definida em um intervalo

aberto . Dizemos que o limite de quando tende a pela direita é , e

escrevemos , se à medida que se aproxima de , com , tem-se

que se aproxima de .

Analogamente, temos:

Definição (limite lateral à esquerda): Seja uma função definida em um

intervalo aberto . Dizemos que o limite de quando tende a pela

esquerda é , e escrevemos , se à medida que se aproxima de ,

com , tem-se que se aproxima de .

Observação 1: Quando o limite lateral à direita é igual ao limite lateral à esquerda,

ou seja, , dizemos que existe e escrevemos . Caso

contrário, dizemos que não existe o e escrevemos ∄ .

Nos exemplos a seguir podemos obter o limite diretamente fazendo uma observação do comportamento gráfico da função.

Exemplo 2: Para a função definida por cujo gráfico é

esboçado na figura 2, podemos observar que .

aa a a

f),( ca )(xf x a L

Lxfax

=+→

)(lim x a ax >

)(xf L

f),( ad )(xf x a

M Mxfax

=−→

)(lim x a

ax < )(xf M

ML = )(lim xfax→

Lxfax

=→

)(lim

)(lim xfax→

)(lim xfax→

f 32 += xxf )(

3320

=+→

)(lim xx

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Figura 2: Gráfico da função

Exemplo 3: Para a função definida por

cujo gráfico é esboçado na figura 3, podemos observar que e

.

Como , não existe e escrevemos ∄ .

Figura 3: Gráfico da função

32 += xxf )(

g

>−=<

=0se20se10se3

xxxxx

xg )(

03

00==

−→−→xxg

xxlim)(lim

2200

=−=+→+→

)(lim)(lim xxgxx

)(lim)(lim xgxgxx +→−→

≠00

)(lim xgx 0→

)(lim xgx 0→

g

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Exemplo 4: Seja a função definida por .

Notemos que não está definida para . Além disso, para , e para , .

Assim, e seu gráfico está esboçado na figura 4.

Figura 4: Gráfico da função

A partir do gráfico podemos observar que,

e .

Como os limites laterais existem, mas são diferentes, concluímos que ∄ .

Notemos que a determinação de um limite a partir do gráfico da função exige o trabalho de esboçar tal gráfico, o que pode não ser muito simples sem a utilização de recursos computacionais ou técnicas mais sofisticadas de cálculo. Vejamos, por

exemplo, o gráfico da função , esboçado na figura 5, gerado utilizando

o software geométrico GeoGebra.

h||

)(22

−−

=xxxh

h 2=x 2>x22 −=− xx || 2<x )(|| 22 −−=− xx

<−>

=2se12se1

xx

xh )(

h

1122

−=−=−→−→

)(lim)(limxx

xh 1122

==+→+→ xx

xh lim)(lim

)(lim xhx 2→

xxxf 1sen)( =

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Figura 5: Gráfico da função

Podemos observar no gráfico da função que e

, daí . Mais adiante utilizaremos resultados teóricos

para a determinação deste limite sem a utilização do recurso gráfico.

Observação 2: Uma abordagem teórica de limites não é o objetivo deste

texto. Entretanto, uma definição formal será apresentada para que não exista uma lacuna entre o que foi exposto até aqui e as várias técnicas de cálculo de limites que veremos posteriormente.

2.2 Definição de Limite

Definição formal de limite: Seja uma função definida para todo número em

algum intervalo aberto contendo , exceto possivelmente no próprio número . O

limite de quando tende a será , escrevemos , se a seguinte

afirmação for verdadeira: Dado qualquer número , existe um tal que se

, , então , ou simbolicamente

, , tal que .

xxxf 1sen)( =

xxxf 1sen)( = 010

=

+→ xx

xsenlim

010

=

−→ xx

xsenlim 01

0=

→ xx

xsenlim

f

a a

)(xf x a L Lxfax

=→

)(lim

0>ε 0>δ( )δδ +−∈ aax , ax ≠ ( )εε +−∈ LLxf ,)(

0>∀ε 0>∃δ δ<−< ax0 ⇒ ε<− Lxf )(

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20

Figura 1: Ilustração gráfica da definição de limite

Observação 1: Notemos que a escolha de na definição acima geralmente

deverá depender de e não poderá depender da variável . Além disso, o valor de

, dado um , não é único. Na visualização da definição de limite, figura

acima, o valor de foi escolhido como sendo o maior que irá garantir que se

, , então .

Exemplo 1: Para mostrar, por definição, que devemos mostrar

que, para cada , existe tal que se , (ou seja,

), então . Assim, para um dado , podemos

escolher . Essa escolha funciona, pois se então

,

como queríamos demonstrar.

Observação 2: Vejamos, por exemplo, tomando um número

apropriado tal que para todo , , implica que

é .

δε x

0>δ 0>εδ

( )δδ +−∈ aax , ax ≠ ( )εε +−∈ LLxf ,)(

5)12(3

=−→

xxlim

0>ε 0>δ ( )δδ +−∈ 33 ,x 3≠x

δ<−< || 30 x ε<−− 5)12( x 0>ε

2εδ = δ<−< 30 x

εεδ ==<−=−=−−=−2

2232625)12(5 xxxxf )(

010,=ε δ

( )δδ +−∈ 33 ,x 3≠x

0105)12( ,|| <−−x 00502

,==εδ

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21

Notemos que é o maior valor de que irá garantir que se

então . Qualquer valor positivo menor que

também serviria como escolha do .

Veremos, nos exemplos a seguir, alguns limites que servirão de base para determinação de limites de expressões mais complexas.

Exemplo 2: Limite de uma função constante. Dado e a função

definida por , , temos que . Para mostrar, por

definição, que devemos mostrar que, para cada , existe tal

que se , (ou seja, ), então .

Assim, para um dado , podemos tomar qualquer . Essa escolha funciona,

pois se então , como queríamos

demonstrar.

Exemplo 3: Limite da função identidade. Seja a função definida por

, então . Para mostrar, por definição, que

devemos mostrar que, para cada , existe tal que se

, (ou seja, ), então .

Assim, para um dado , podemos escolher . Essa escolha funciona, pois se

então , como queríamos demonstrar.

Teorema (Unicidade do limite): Se e , então . Em

outras palavras, se o limite existe, então ele é único.

Demonstração: Desejamos mostrar que sabendo-se que e

. Da definição formal de e , temos que dado

qualquer , existem os números e tais que

e .

0050, δδ<−< || 30 x 0105)12( ,|| <−−x 0050,

δ

RIk∈ f

kxf =)( RIx∈∀ kkxfaxax

==→→

lim)(lim

kkax

=→

lim 0>ε 0>δ

( )δδ +−∈ aax , ax ≠ δ<−< || ax0 ε<− kxf )(

0>ε 0>δδ<−< ax0 ε<=−=− 0)( kkkxf

f

xxf =)( RIx∈∀ axxfaxax

==→→

lim)(lim

axax

=→lim 0>ε 0>δ

( )δδ +−∈ aax , ax ≠ δ<−< || ax0 ε<−=− axaxf )(

0>ε εδ =

δ<−< ax0 εδ =<−=− axaxf )(

Lxfax

=→

)(lim Mxfax

=→

)(lim ML =

ML = Lxfax

=→

)(lim

Mxgax

=→

)(lim Lxfax

=→

)(lim Mxgax

=→

)(lim

0>ε 01 >δ 02 >δ

10 δ<−< ax ⇒ ε<− Lxf )( 20 δ<−< ax ⇒ ε<− Mxf )(

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22

Assim, tomando o número como sendo o menor valor entre os números e

tem-se que e . Portanto, se então

e .

Daí, para o dado valor de , existe tal que se então

Pela arbitrariedade do número positivo , podemos tomar tão pequeno

quanto queiramos e, da desigualdade , segue que

,

como queríamos demonstrar.

δ 1δ

2δ 1δδ ≤ 2δδ ≤ δ<−< ax0

10 δδ ≤<−< ax ⇒ ε<− Lxf )( 20 δδ ≤<−< ax ⇒ ε<− Mxf )(

0>ε 0>δ δ<−< ax0

εεε 2

0

=+<−+−=

−+−≤−+−=−≤

MxfLxf

MxfxfLMxfxfLML

)()(

)()()()(

ε ε

ε20 <−≤ ML

0=− ML ⇒ 0=− ML ⇒ ML =

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23

2.3 Propriedades dos Limites

Teorema (Propriedades dos Limites): Suponhamos que e que

.

P1 (LIMITE DA SOMA): ;

P2 (LIMITE DA DIFERENÇA):

;

P3 (LIMITE DE UMA CONSTANTE VEZES UMA FUNÇÃO): ,

para qualquer ;

P4 (LIMITE DO PRODUTO): ;

P5 (LIMITE DO QUOCIENTE):

, desde que ;

P6 (LIMITE DA N-ÉSIMA POTÊNCIA):

, para qualquer inteiro positivo ;

P7 (LIMITE DA RAIZ N-ÉSIMA):

, desde que e é qualquer inteiro

positivo ou e é qualquer inteiro positivo ímpar;

Observação 1: As propriedades listadas acima podem ser demonstradas

utilizando a definição formal de limite. Mas, no momento, o principal objetivo é a utilização destas propriedades para o cálculo de limites.

Observação 2: As propriedades de limites continuam válidas se substituirmos

por ou .

Lxfax

=→

)(lim

Mxgax

=→

)(lim

[ ] MLxxxx gfgfaxaxax

+=+=+→→→

)(lim)(lim)()(lim

[ ] MLxgxfxgxfaxaxax

−=−=−→→→

)(lim)(lim)()(lim

[ ] Lcxfcxfcaxax

⋅=⋅=⋅→→

)(lim)(lim

RI∈c

[ ] MLxgxfxgxfaxaxax

⋅=⋅=⋅→→→

)(lim)(lim)()(lim

ML

xg

xf

xgxf

ax

ax

ax==

→ )(lim

)(lim

)()(

lim 0≠=→

Mxgax

)(lim

[ ] nLxxn

ax

n

axff =

=

→→)(lim)(lim n

nnax

n

axLxfxf ==

→→)(limlim )( 0≥=

→Lxf

ax)(lim n

0<=→

Lxfax

)(lim n

ax → +→ ax −→ ax

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24

Exemplo 1: Se , e são números reais, então ,

pois utilizando os limites básicos vistos nos exemplos 2 e 3 (seção 2.2) juntamente com as propriedades P1 e P3, temos que

Usando os mesmos argumentos, podemos mostrar que para números reais ,

, ... , , temos que

para todo . Segue então, que:

• se é uma função polinomial do tipo , para

todo , então .

• se é uma função racional do tipo , sendo , funções polinomiais,

então .

Observação 3: Nos exemplos acima de limites com tendendo a , tivemos

sempre no domínio de e Quando isto ocorre, dizemos que é

contínua no ponto . Falaremos mais adiante sobre estes tipos especiais de funções.

Exemplo 2: Para a função definida por temos que

Exemplo 3: Para a função definida por , temos que

ob 1b a ooaxbabbxb +=+

→11 )(lim

ooaxaxoaxaxoaxbabbxbbxbbxb +=+=+=+

→→→→→1111 limlimlimlim)(lim

nb

1−nb 1b ob

on

nn

non

nn

naxbabababbxbxbxb ++++=++++ −

−−

−→

11

111

1 )(lim

2≥n

p on

nn

n bxbxbxbxp ++++= −− 1

11 )(

0≥n )()(lim apxpax

=→

f)()()(

xqxpxf = p q

)()()(

)()(lim)(lim af

aqap

xqxpxf

axax===

→→

x a

a f )()(lim afxfax

=→

f

a

f )()()( 165 −+= xxxf

41612625

165165165

Polinomial Função

22

)P( ePropriedad

2

)P( ePropriedad

2

47

==−⋅+=

−⋅+=−+=−+→→→→

)().(

)(lim)(lim))((lim))((lim xxxxxxxxxx

f2

3

35

)()(

+

−=

xxxxf

131115

3

5

35

2

3Polinomial Função

21

31

P( ePropriedad

2

3

1

)5=

+

−=

+

−=

+

.)(lim

)(limlim

x

xx

xxx

x

x

x

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25

Teste o seu conhecimento 1. Indique, como no exemplo anterior, as propriedades utilizadas no cálculo do limite abaixo:

( )6

483

4168

3

12

83

12

83

12

83

12

234

4

44

23

44

4

44

23

44

4

4

234

4234

4

−=−

−=

−+

=

−+=

−+

=−

−+

→→

→→

→→

x

xx

x

xx

x

xx

x

xx

x

xx

xx

xx

xx

x

x

x

lim

limlim

limlim

limlim

limlim

lim

limlim

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26

Observação 4: Vale ressaltar que a propriedade não é aplicável se o limite

do denominador for zero. Entretanto, se o numerador e o denominador ambos aproximam-se de zero quando aproxima-se de , então o numerador e o denominador poderão ter um fator comum (neste caso, o limite poderá ser obtido cancelando-se primeiro os fatores comuns, conforme ilustram os exemplos 4 e 5) ou poderá ocorrer outras situações nas quais iremos abordar mais adiante.

Exemplo 4: Para achar

não podemos utilizar a

propriedade , pois o limite do denominador é zero. No entanto, o limite do

numerador também é zero e daí eles compartilham um fator comum . Portanto o limite pode ser obtido da seguinte maneira:

Desde que estamos apenas supondo que o valor de esteja aproximando-se do valor

, não é igual a , ou seja, . Assim podemos utilizar a simplificação algébrica

que não tem efeito no cálculo do limite, quando se aproxima de . Daí, posteriormente,

podemos aplicar a propriedade .

Observação 5: No caso de e é comum dizer que

tem uma indeterminação do tipo . Nesta situação, nada se pode afirmar

de imediato sobre . Dependendo das funções e o limite do quociente

pode assumir qualquer valor real ou não existir. No exemplo 4 verificamos que

o limite existiu e seu valor foi .

5P

x aax −

xxxxx

x 332

23

3

3+

+++−→

lim

5P

3+x

310

310

1

13

133

33

3

235P

2

3

2

32

23

3

−=−

=+

=

+=

+++

=+

+++

−→

−→

−→

−→−→

x

x

xx

xxxx

xxxxx

x

x

xxx

lim

)(lim

)(lim)(

))((limlim)(

)(∗ x 3−x 3− 03 ≠+x

x 3−

5P

0=→

)(lim xfax

0=→

)(lim xgax

)()(lim

xgxf

ax→ 00

)()(lim

xgxf

ax→f g

)()(

xgxf

310

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27

Exemplo 5: Para achar não podemos utilizar a propriedade ,

pois o limite do denominador é zero. No entanto, o limite do numerador também é

zero ou seja, temos uma indeterminação do tipo . Para analisarmos esta

indeterminação vamos proceder da seguinte forma:

Exemplo 6 (Cálculo de um limite com mudança de variável): Para o caso

novamente temos uma indeterminação do tipo . Para analisarmos

esta indeterminação, façamos a mudança de variável . Daí, temos e

quando tende a 8, tende a 2 (em símbolos: se , então ). Portanto,

Exemplo 7: Para calcular utilizamos a mudança de variável

, conforme o exemplo 6, ou a mudança de variável (se

então ). Daí,

.

Outro resultado importante no cálculo de limites é o seguinte teorema:

93

9 −−

→ xx

xlim 5P

00

( ) ( )

61

3

1

31

399

3933

93

9

9

9

99

00

9

=+

=+

=

+−

−=

+−

+−=

−−

→→

)(lim

limlim

lim)()()()(limlim

xx

xxx

xxxx

xx

x

x

x

xxx

823

8 −−

→ xx

xlim

00

3 xy = xy =3

x y 8→x 2→y

121

42

1P

421

4222

82

82

22

25

22

2232

0

0

3

8

=++

=++

=

++−−

=−−

=−−

→→→

)(lim

limlim

)()(limlimlim

yyyy

yyyy

yy

xx

y

y

y

yyx

hh

h

283

0

−+→

lim

3 8 hy += hx += 8 0→h

8→x

12limlim 128

823

8

3

0=

−=

−+→→ xh

h xxh

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Teorema do Confronto (ou Teorema do "Sanduíche"): Sejam , e funções

definidas em um intervalo aberto contendo , exceto possivelmente em . Se

para todo e , então .

Figura: Ilustração gráfica do Teorema do Confronto

Observação 6: A ideia deste resultado é que podemos determinar o limite da função bastando para isso conhecer os limites das funções e que delimitam

nas proximidades do ponto .

Observação 7: O teorema do Confronto é também válido se substituirmos

por e .

Exemplo 8: Seja a função definida por . Vimos, pelo gráfico

de , que . Uma alternativa para o cálculo deste limite, sem o

conhecimento do gráfico de , é utilizar o Teorema do Confronto, como segue:

Sabemos que para todo . Assim,

f g hI a ax =

)()()( xhxgxf ≤≤ Ix∈ Lxhxfaxax

==→→

)(lim)(lim Lxgax

=→

)(iml

g f hg a

ax → +→ ax −→ ax

gxxxg 1sen)( =

g 010

=

→ xx

xsenlim

g

111 ≤≤−x

sen 0≠x

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29

• para temos que . Como e

segue, pelo Teorema do Confronto, que .

• para temos que ou, equivalentemente,

para . Como e , segue, pelo

Teorema do Confronto, que .

Portanto, como e , temos que .

2.4 Limites no Infinito e Limites Infinitos Até o momento estudamos os limites do tipo onde e

representam números reais. Entretanto, podemos considerar outras situações: Vejamos os exemplos abaixo:

Exemplo 1: Considerando a função definida por .

Investiguemos o comportamento de , quando cresce indefinidamente.

Novamente vamos fazer o uso de uma tabela de valores:

10 100 1000 10000 100000 1000000 …

1,25 1,02 1,002 1,0002 1,00002 1,000002 …

Note que à medida que cresce indefinidamente os valores de tornam-se

cada vez mais próximo de 1.

Por outro lado, observando o gráfico de abaixo, vemos que quanto maior o

valor de , mais próximo de 1 estará .

0>x xx

xx ≤≤−1sen 0

0=−

+→)(lim x

x0

0=

+→x

xlim

010

=

+→ xx

xsenlim

0<x xx

xx ≥≥−1sen

xx

xx −≤≤1sen 0<x 0

0=

−→x

xlim 0

0=−

−→)(lim x

x

010

=

−→ xx

xsenlim

010

=

+→ xx

xsenlim 01

0=

−→ xx

xsenlim 01

0=

→ xx

xsenlim

Lxfax

=→

)(lim a L

f2−

=x

xxf )(

)(xf x

x)(xf

x )(xf

fx )(xf

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30

Figura1: Gráfico da função

Assim, podemos tornar tão próximo de 1 quanto desejarmos, bastando

para isso tomarmos valores para suficientemente grandes. Usaremos a notação para representar o crescimento indefinido de Daí, dizemos que existe o

limite de quando tende a e seu valor é1. Simbolicamente,

escrevemos o qual deve ser lido como "o limite de quando

tende a é igual a 1".

Investiguemos agora o comportamento de quando se aproxima de 2 por

valores superiores a2 ( ).

Novamente vamos fazer o uso de uma tabela de valores:

2,5 2,1 2,01 2,001 2,0001 2,00001 …

5 21 201 2001 20001 200001 …

Note que à medida que fica cada vez mais próximo de 2, por valores superiores a 2, os valores de ficam arbitrariamente grande.

Por outro lado, observando o gráfico de , figura 1, podemos tornar tão

grande quanto desejarmos, bastando para isso tomarmos suficientemente próximo de 2, por valores superiores a 2. Para indicar este tipo de comportamento exibido

usamos a notação .

2−=

xx

xf )(

)(xf

x∞+→x x

2−= x

xxf )( x ∞+

12=

−∞+→ xx

xlim )(xf x

∞+

)(xf x

+→ 2x

x)(xf

x)(xf

f )(xf

x

∞+=−+→ 22 xx

xlim

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31

Analogamente, podemos investiguemos tanto o comportamento de ,

quando decresce indefinidamente (notação: ) quanto o comportamento de

quando se aproxima de 2 por valores inferiores a 2 ( ). Para esta

função podemos ainda indicar estes comportamentos usando a notação:

e .

Observação 1: Convém ressaltar que o símbolo não é numero real e,

consequentemente, não podem ser manipulados usando regras de álgebra.

Por exemplo, não é correto escrever . Dizer que um

determinado limite de uma função existe significa dizer que o valor do limite é um número real único. No caso acima,

é simplesmente uma forma particular da não existência do limite. No entanto, escrever que

é uma informação adicional que, além de dizer que o limite não existe, estamos

informando que, se então os valores ficam arbitrariamente grandes.

Pode suceder também que, quando se torna muito grande se torna

muito grande, ou muito negativo. No primeiro caso, indica-se e, no

segundo, . Além desses, temos de considerar ainda

e .

Daremos a seguir as definições dos símbolos de diversos tipos de limites. Ao invés de procurar decorá-las, você deve intuí-las geometricamente. Faça a ilustração gráfica de cada definição.

Símbolo Definição

)(xf

x ∞−→x)(xf x −→ 2x

f

12=

−∞−→ xx

xlim ∞−=

−−→ 22 xx

xlim

0=+∞−+∞ )()(

∞+=−+→ 22 xx

xlim

∞+=−+→ 22 xx

xlim

+→ 2x )(xf

x )(xf

∞+=∞+→

)(lim xfx

∞−=∞+→

)(lim xfx

∞+=∞−→

)(lim xfx

∞−=∞−→

)(lim xfx

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32

, , tal que .

, , tal que .

, , tal que .

, , tal que .

, , tal que .

, , tal que

, , tal que

, , tal que

, , tal que

, , tal que

, , tal que

, , tal que

, , tal que

Tabela: Definições formais dos casos de limites de funções

Observação 2: As propriedades de limites listadas na seção 2.3 continuam

válidas se substituirmos por ou .

Observação 3: Para o cálculo de limites infinitos e limites no infinito

utilizaremos o seguinte teorema, cuja demonstração segue das definições listadas acima.

Teorema: Se é um número inteiro positivo qualquer, então

Lxfax

=→

)(lim 0>∀ε 0>∃δ δ<−< ax0 ⇒ ε<− Lxf )(

Lxfax

=+→

)(lim 0>∀ε 0>∃δ δ+<< axa ⇒ ε<− Lxf )(

Lxfax

=−→

)(lim 0>∀ε 0>∃δ axa <<−δ ⇒ ε<− Lxf )(

Lxfx

=∞+→

)(lim 0>∀ε 0>∃N Nx> ⇒ ε<− Lxf )(

Lxfx

=∞−→

)(lim 0>∀ε 0<∃N Nx< ⇒ ε<− Lxf )(

+∞=+→

)(lim xfax

0>∀M 0>∃δ δ+<< axa ⇒ Mxf >)(

−∞=+→

)(lim xfax

0<∀M 0>∃δ δ+<< axa ⇒ Mxf <)(

+∞=→

)(lim_

xfax

0>∀M 0>∃δ axa <<−δ ⇒ Mxf >)(

−∞=→

)(lim_

xfax

0<∀M 0>∃δ axa <<−δ ⇒ Mxf <)(

∞+=+∞→

)(lim xfx 0>∀M 0>∃N Nx> ⇒ Mxf >)(

∞−=+∞→

)(lim xfx

0<∀M 0>∃N Nx> ⇒ Mxf <)(

∞+=−∞→

)(lim xfx

0>∀M 0<∃N Nx< ⇒ Mxf >)(

∞−=−∞→

)(lim xfx

0<∀M 0<∃N Nx< ⇒ Mxf <)(

ax → +∞→x −∞→x

n

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33

, , ,

Observação 4: Vale ressaltar que podemos intuir os resultados do teorema

acima observando o comportamento dos gráficos:

Figura 2: Gráfico de Figura 3: Gráfico de

Exemplo 2: Para achar façamos

Do teorema anterior segue que , , tendem a zero quando se torna muito

grande. Além disso, utilizamos também as propriedades de limites dadas na seção 2.3.

Exemplo 3: Para achar , façamos

01=

+∞→ nxxlim 01

=−∞→ nxx

lim ∞+=+→

nxx1

0lim

∞−∞+

=−→ ímpar é se

par é se10 n

n

xx nlim

ímpar ,1 nx

xfn

=)( par ,1 nx

xfn

=)(

110327

4

4

+−

−∞+→ xx

xxlim

37

00307

1103

27

1103

27

110327

43

4

434

44

4

4=

+−−

=+−

−=

+−

=+−

− ∗

∞+→∞+→∞+→

)(limimlim l

xx

x

xxx

xx

xxx

xxx

)(∗ 42x 3

10x 4

1x

x

xxx

x 10327

4

2

−∞−→

lim

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34

Do teorema anterior segue que e tendem a zero quando se torna muito

negativo. Além disso, utilizamos também as propriedades de limites dadas na seção 2.3.

Observação 5: O Teorema do Confronto é também válido se substituirmos

por ou . Vejamos os exemplos.

Exemplo 4: Para achar não podemos utilizar a propriedade ,

pois o limite do denominador não é um número real ( ). Além disso,

observe também que não existe , ou seja, ∄ (Para se convencer

deste fato, observe o comportamento do gráfico da função , quando cresce indefinidamente).

Para resolver devemos utilizar o Teorema do Confronto. Vejamos,

sabendo que para todo , tem-se que para todo

. Como e , segue que .

Exemplo 5: Para calcular façamos

( ) ( )xxxx

xxxxxxxxxx

xxxx ++=

++−+

=++

++⋅−+=−+

+∞→+∞→+∞→+∞→ 11

11

1111 limlimlimlim .

Agora vamos utilizar o Teorema do Confronto para resolver

.

Vejamos, para temos que

, .

0370

103

271

103

27

10327

3

2

2

34

22

4

2=⋅=

−⋅=

=−

− ∗

∞−→∞−→∞−→

)(limlimlim

x

xx

xx

xx

xxx

xxx

)(∗ 21

x 310x

x

ax → ∞+→x ∞−→x

xx

x

senlim∞+→ 5P

∞+=∞+→

xxlim

xx

senlim+∞→

xx

senlim+∞→

xxf sen)( = x

xx

x

senlim∞+→

11 ≤≤− xsen RIx∈xx

xx

11≤≤−

sen

0>x 01=−

+∞→ xxlim 01

=+∞→ xx

lim 0=∞+→ x

xx

senlim

( )xxx

−+∞+→

1lim

xxx ++∞+→ 11lim

0>x

01 >++ xx ⇒ 011

>++ xx

0>∀ x

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35

Por outro lado,

, ,

, .

Portanto, para todo , temos

.

Uma vez que e segue que

.

Observação 6: Na prática, para calcular

procedemos da seguinte maneira: Como e crescem indefinidamente

quando cresce temos que cresce indefinidamente, quando cresce.

Assim, quando cresce,

tende a zero, isto é, .

Observação 7: No caso de e é comum dizer que

tem uma indeterminação do tipo . Nesta situação, nada se

pode afirmar de imediato sobre . Dependendo quais são as funções

e o limite da diferença pode assumir qualquer valor real ou não existir. No

exemplo 5 verificamos que o limite existiu e seu valor foi zero. Vejamos mais um exemplo do caso de indeterminação do tipo

em que o valor do limite existe e

não é igual a zero.

Exemplo 6: Para calcular procedemos da seguinte

forma:

xx >+1 0>∀ x ⇒ xxxxx 21 =+>++ 0>∀ x

⇒xxx 2

111

<++

0>∀ x

0>x

xxx 21

110 <++

<

00 =+∞→x

lim 02

1=

+∞→ xxlim

( ) 0111 =++

=−+∞+→∞+→ xx

xxxxlimlim

xxx ++∞+→ 11lim

1+x x

x xx ++1 xx

xx ++11 0

11

=++∞+→ xxx

lim

+∞=→

)(lim xfax

+∞=→

)(lim xgax

( ))()(lim xgxfax

−→

∞−∞

( ))()(lim xgxfax

−→

f g

∞−∞

)(lim 224 xxxx

−+∞+→

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36

[ ]

21

111

1

111

11

222

2

22

4

2

224

424

224

224224224

=++

=

++

=

+

+

=++

−+=

++

++⋅−+=

−+

∞+→∞+→

∞+→∞+→

∞+→

∞−∞

∞+→

xxx

x

xx

x

x

xxx

xxxxxx

xxxxxxxxx

xx

xx

xx

limlim

limlim

)(limlim

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37

2.5 Cálculo de Limites Em termos de cálculos de limites, as seguintes formas são consideradas

indeterminadas: , , , , , , .

Na resolução do cálculo de limite de expressões que envolvem essas formas de indeterminações é comum o uso de fatorações, simplificações, artifícios algébricos ou conhecimentos de limites especiais que possam eliminar as indeterminações e avaliar corretamente os limites estudados.

Para orientar o cálculo de limites no infinito daremos a seguir uma tabela sobre o procedimento a serem seguidos. Ao invés de procurar decorar as propriedades você deve utilizar a intuição, desde que não tenha um caso de indeterminação.

)(lim#

xfx→ )(lim

#xg

x→ )(lim

#xh

x→

1 2 3 (?) indeterminação 4 5 6 7 8 9

10 0 (?) indeterminação

11 )()( xgxf 0

12 )()( xgxf (?) indeterminação

13 )()( xgxf 14 )()( xgxf 15 )()( xgxf 16 )()( xgxf 17 )()( xgxf (?) indeterminação

Tabela: Principais casos envolvendo limites infinitos e limites no infinito

Nesta tabela: • o símbolo # pode ser substituido por , , , , .

• o símbolo significa que o limite da função é zero, todavia se aproxima de zero por valores positivos para #.

• o símbolo significa que o limite da função é zero, todavia se aproxima de zero por valores negativos para #.

Vejamos mais alguns exemplos:

00

∞∞−∞ ∞×0 00 0∞ ∞1

)(xh

∞+ ∞+ )()( xgxf + ∞+∞− ∞− )()( xgxf + ∞−∞+ ∞+ )()( xgxf −

∞+ k )()( xgxf + ∞+∞− k )()( xgxf + ∞−∞+ ∞+ )()( xgxf ⋅ ∞+∞+ ∞− )()( xgxf ⋅ ∞−∞+ 0>k )()( xgxf ⋅ ∞+∞+ 0<k )()( xgxf ⋅ ∞−∞± )()( xgxf ⋅

k ∞±∞± ∞±

0>k +0 ∞+

∞+ +0 ∞+

0k > −0 ∞−

∞+ −0 ∞−

0 0

a +a −a ∞+ ∞−+0→x

−0→x

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38

Exemplo 1: Para achar façamos

Utilizamos a propriedade 8 do quadro acima, pois quando se torna muito negativo, se

torna muito grande, e o quociente se aproxima de .

Exemplo 2: pois quando tende a 2 pela esquerda, isto é,

tende a 2 por valores menores que 2, o numerador tende a 2, que é positivo. O denominador, por sua vez, tende a 0, por valores negativos, pois se .

Logo, quando está próximo de 2 pela esquerda e torna-se muito

negativo à medida que se aproxima de 2 pela esquerda.

Exemplo 3: , pois quando tende a 2 pela direita, isto é,

tende a 2 por valores maiores que 2, o numerador tende a 2, que é positivo. O

denominador, por sua vez, tende a 0, mantendo-se positivo. Daí, e torna-

se arbitrariamente grande desde que esteja suficientemente próximo de 2, mas mantendo-se maior que 2.

Exemplo 4: Para achar analisamos os limites laterais,

1231

4

6

++

−∞−→ xx

xxlim

∞+=++

−⋅=

++

=++

− ∗

∞−→∞−→∞−→

)(limlimlim

43

62

434

66

4

6

123

11

123

11

1231

xx

xx

xxx

xx

xxx

xxx

)(∗ x 2x

43

6

123

11

xx

x

++

−0

31>

∞−=−−→ 22 xx

xlim x x

02 <−x 2<x

02

1<

−xx

x

+∞=−+→ 22 xx

xlim x x

02>

−xx

x

22 4 xx

x −→lim

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39

e .

Considerando que os limites laterais não foram representados pelo mesmo símbolo,

escrevemos .

Observação: Nos cálculos de limites no infinito, quando

e , escrevemos .

Analogamente, quando

e

escrevemos .

Convém ressaltar que, em ambos os casos, não existe (lembre-se que

a existência de um limite significa dizer que o valor do limite é um número real

único). Escrever, por exemplo, que é uma informação adicional que,

apesar do limite não existir, estamos informando que os valores crescem

arbitrariamente independentes de como aproximamos de .

Exemplo 5: Para achar vamos calcular os limites laterais:

e .

Considerando que os limites laterais foram representados pelo mesmo símbolo,

escrevemos .

Exemplo 6: Para calcular procedemos da seguinte forma:

+∞=+−

=− −→−→ ))((

limlimxx

xx

xxx 224 222

−∞=−+→

22 4 xx

xlim

22 4 xx

x −→∃ lim/

∞+=+→

)(lim xfax

∞+=−→

)(lim xfax

∞+=→

)(lim xfax

∞−=+→

)(lim xfax

∞−=−→

)(lim xfax

∞−=→

)(lim xfax

)(lim xfax→

∞+=→

)(lim xfax

)(xfa

23 31

)lim

( −→ xx

+∞=−−→

23 31

)lim

(xx+∞=

−+→23 3

1)

lim(xx

∞+=−→ 23 31

)lim

(xx

52

522 −

+∞−→ x

xxlim

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40

Como temos que . Assim, . De forma análoga,

quando temos que e portanto . Daí resulta que

.

22

252

52

52

52

52

52

52

52

52

52

52

52

22

222

22

2

−=−=

+−

=

−⋅−

+⋅

=

−⋅

+⋅

=

−⋅

+⋅

=

−⋅

+⋅

=−

+

∞−→∞−→

∞−→∞−→∞−→∞−→

x

x

xx

xx

xx

xx

xx

xx

xx

xx

x

x

xx

xxxx

lim)(

lim

||limlimlimlim

)(

)(∗ −∞→x 0<x xxx −== ||2

+∞→x 0>x xxx == ||2

252

522

=−

+∞+→ x

xxlim

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41

Teste o seu conhecimento 1. Faça o que se pede:

1.1. Um estudante afirma que se e implica . Você concorda ou discorda? Justifique apresentando os cálculos.

1.2. Prove, usando a definição, que .

2. Prove, por definição, que

3. Prove que , mostrando que para todo , existe um número real ,

tal que se então .

4. Nos exercícios abaixo, calcule os limites:

4.1.

4.2.

4.3.

4.4.

4.5.

4.6.

4.7.

4.8.

4.9.

4.10.

4.11.

4.12.

4.13.

4.14.

4.15.

4.16.

4.17.

4.18.

4.19.

4.20.

4.21.

4.22.

4.23.

4.24.

4.25.

4.26.

4.27.

4.28.

4.29.

4.30.

4.31.

4.32.

4.33.

4.34.

4.35.

10 ≤< δ δ<+< || 20 x δ522 <−+ || xx

222

=+−→

)(lim xxx

221

−=−→ xx

lim

015

2=

−∞+→ xxlim 0>ε 0>N

Nx > ε<−−

015

2x

134

2 −+

→ xx

xlim

2652

2 +++

→ xxx

xlim

34

32 +→

xxlim

432

2 −−

→ xxx

xlim

( )2

4 3

1 ++

−→ xx

xlim

5

21 2

4x

x

x

+

→lim

242

2 −−

→ xx

xlim

16116

2

23

1 −

−+−→ x

xxxxlim

12167485

23

23

2 −+−−+−

→ xxxxxx

xlim

( )x

xx

162 4

0

−+→

lim

xx

x

220

−+→

lim

482 2

4 ++−

−→ xxx

x

)(lim

113

1 −−

→ xx

xlim

033

≠−−

→a

axax

ax;lim

022

22

0>

−+

−+→

babbx

aaxx

,;lim

11

4

3

1 −

−→ x

xxlim

( )233 2

1 112

+−→ x

xxxlim

xx

x −−

+−→ 51

534

lim

xxx

x

−−+→

110

lim

852

+−

+∞→ xx

xlim

24532

5

3

+−−∞→ x

xxxlim

74

342 −

++∞→ x

xxlim

74

342 −

+−∞→ x

xxlim

−+

+∞→xxx

x12lim

−−+

+∞→11 22 xx

xlim

−+

+∞→xxx

x2lim

−+

+∞→xx

x

3 3 1lim

+−+

−∞→

3 33 3 1xxxxlim

1+++

+∞→ xxxx

xlim

112

2

3

−+−

−∞→ xxx

xlim

33 −+→ xx

xlim

33 −−→ xx

xlim

21

2 −+→ xxlim

21

2 −−→ xxlim

[ ])(ln)(lnlim xxx

−++∞→

1

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42

5. Calcule os limites, se existirem. Se não existir, justifique a sua não existência.

5.1.

5.2.

5.3.

5.4.

5.5.

5.6. ; .

5.7. ;

5.8. ;

6. Encontre para as seguintes funções:

6.1.

6.2. 6.3.

6.4.

7. Para cada uma das seguintes funções ache .

7.1. 7.2.

4628

2

3

2 ++

+−→ xx

xxlim

22

−→

xx

lnlim

xx

x

||lim0→

( )xxx

coslim −

+∞→2

→ 3

40

1x

xx

coslim

hxfhxf

h

)()(lim −+→0

3 xxf =)(

)(lim 44

−→

xfx

<+≥

=0 se 1

0 sexx

xexfx

)(

)(lim xgx 0→

>=0 se

0 se12

xx

xx

senxxg )(

( ) ( )h

xfhxf

h

−+

→ 0lim

( ) 2xxf =

( ) 3xxf =xxf 1

=)(

( ) xxf =

( ) ( )2

22 −

−→ x

fxfxlim

( ) 0,1≠= x

xxf ( ) 153 2 −+= xxxf

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43

2.6 Limites Fundamentais Existem determinados limites que são chamados Limites Fundamentais e que

vamos utilizá-los para o cálculo de outros limites. São eles:

LF1) (indeterminação do tipo ).

LF2) (indeterminação do tipo ), onde é o número irracional

neperiano cujo valor aproximado é 2,718281828459045...

LF3) (indeterminação do tipo ).

LF4) (indeterminação do tipo ).

Saiba Mais: Para provar a veracidade do limite fundamental LF1 consulte uma das

referências bibliográficas listadas abaixo. Quanto a LF2 e LF3 a demonstração é muito trabalhosa e utiliza conceito de séries.

Utilizando o software GeoGebra (encontra-se disponível em www.geogebra.org)

podemos esboçar os gráficos das funções e e observar o

comportamento dessas funções para verificar os limites fundamentais LF1, LF2 e LF3.

O gráfico de , esboçado na figura 1, mostra que se aproxima de ,

quando se aproxima de zero.

Figura 1: Gráfico da função

10

=→ x

xsenxlim

00

e=

+

∞+→

x

x x11lim ∞1 e

e=

+

∞−→

x

x x11lim ∞1

( )1010

≠>=−

→aaa

xa x

x,lnlim

00

xxxf sen)( =

x

xxg

+= 11)(

xxxf sen)( = )(xf 1

x

xx

xfsen

)( =

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44

Já, o gráfico de , esboçado na figura 2, mostra que tende

para o número quando tende para ou infinito.

Figura 2: Gráfico da função

Justificativa de LF4

Quanto a veracidade da afirmação

utilizamos a mudança de variável e, nesse caso, . Daí,

, ou seja, . Como temos que

. Assim, quando então e, portanto,

Exemplo 1: Para calcular façamos a mudança de variável .

Daí, temos e, quando tende a zero, tende a zero (em símbolos: se ,

então ). Portanto, vemos que

x

xxg

+= 11)( )(xg

e x )(+ )(−

x

xxg

+=

11)(

( )1010

≠>=−

→aaa

xa x

x,lnlim

1−= xay ya x += 1)(log)(log ya a

xa += 1 )(loglog yax aa +=⋅ 1 1=aalog

)(log yx a += 1 0→x 0→y

aa

y

yyy

yy

xa

ay

ya

ya

ya

yay

x

x

lnloglog

)(limlog

)(log

lim)(log

lim)(log

limlim

===

+

=

+

=+

=

+=

→→→→

ee1

1

1

1

1

111

11

LF2

1

0

10000

xx

x

)(senlim 30→

xu 3=

3ux = x u 0→x

0→u

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45

.

Exemplo 2: Para calcular , sendo procedemos

conforme o exemplo anterior. Façamos a mudança de variável e verificamos

que se , então . Assim, .

Exemplo 3: Para calcular façamos

Portanto, .

Exemplo 4: Para calcular analisamos os limites laterais

e . Em ambos os casos, façamos a mudança de variável

e utilizamos os limites fundamentais LF2 e LF3. Note que se , então

e, se , então . Daí,

e

Portanto, .

Exemplo 5: Para calcular , sendo , façamos e

verificamos que se , então . Assim,

31333

3

3 LF1

0000=⋅=⋅=⋅==

→→→→ uu

uu

uu

xx

uuux

senlimsenlimsenlim)(senlim

axax

x

)(senlim0→

{ }0−∈ RIa

axu =

0→x 0→u 1LF1

00==

→→ uu

axax

ux

senlim)(senlim

hh

h

10

−→

coslim

00111

11

1111

LF1

0

2

0

2

000

=⋅−=

+

⋅−=+

−=

+−

=

++

=−

→→

→→→

)(cos

sensenlim)(cos

senlim

)(coscoslim

coscoscoslimcoslim

hh

hh

hhh

hhh

hh

hh

hh

hh

hhh

010

=−

→ hh

h

coslim

( ) xx

x1

01+

→lim

( ) x

xx

1

01+

+→lim ( ) x

xx

1

01+

−→lim

xu 1= +→ 0x

+∞→u −→ 0x −∞→u

( ) e=

+=+

∞+→+→

u

ux

x ux 111

1

0limlim ( ) e=

+=+

∞−→−→

u

ux

x ux 111

1

0limlim

( ) e=+→

xx

x1

01lim

x

x xa

+

∞+→1lim { }0−∈ RIa

xau =

+∞→x 0→u

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46

Portanto, .

Exemplo 6: Para calcular sendo fazemos:

Portanto, .

Utilizamos as propriedades de limites, o limite fundamental LF1 e .

Observação: Podemos mostrar que se então

procedendo analogamente

conforme o exemplo 6. Deixamos este fato como exercício.

Exemplo 7: Para calcular façamos:

Portanto, .

2.7 Funções Contínuas Na linguagem cotidiana, usamos a palavra contínuo para nos referirmos a uma

situação que não se interrompe ou ininterrupta. Por exemplo, dizemos que o tempo é

( ) ( ) ( ) aa

u

u

au

u

ua

u

x

xuuu

xa e

4 Exemplo1

0

1

001111 =

+=

+=+=

+

+→+→+→∞+→limlimlimlim

ax

x xa e=

+

∞+→1lim

hxfhxf

h

)()(lim −+→0

( ) xxf sen=

xxx

xh

hsenhhx

hxhsenhx

hxxhsenhx

hxsenhxsen

hxfhxf

hh

hhh

coscossen

coscossenlimcos)cos(senlim

sencoscossenlim)(lim)()(lim

=⋅+⋅=

⋅+

−⋅=

+−=

−+=

−+=

−+

→→

→→→

10

11

)(

00

000

xh

xsenhxsenh

cos)()(lim =−+

→0

)(∗ 010

=−

→ hh

h

coslim

( ) xxf cos=

xh

xhxh

xfhxfhh

sen)cos()cos(lim)()(lim −=−+

=−+

→→ 00

xba xx

x

−→0

lim

=

⋅=

⋅=

=−

→→→ ba

bab

x

ba

bx

bab

xba

x

xx

x

xx

x

xx

xlnlnlimlimlim 0

000

11

=

−→ b

ax

ba xx

xlnlim

0

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47

contínuo. Também, é de senso comum que um objeto em movimento não pode, em um só instante, desaparecer de uma posição e reaparecer em outra. Desta forma, seu movimento descreve uma trajetória bem comportada, sem falhas ou buracos.

Antes de apresentarmos o conceito de continuidade, vamos analisar alguns gráficos de funções:

(i) (ii) (iii)

Figura 1: Ilustração gráfica de algumas funções

Observe que: • em (i), não está definida;

• em (ii), e , mas ou seja,

;

• em (iii), existem e , mas .

Definição: Dizemos que uma função é contínua em um número se satisfaz as seguintes condições: • existe ou seja, pertence ao domínio de ; • existe ;

• Se uma das três condições acima não for satisfeita dizemos que é descontínua em

e o ponto é chamado ponto de descontinuidade de .

Observação 1: Ao utilizar a definição para mostrar que uma função é contínua em um número basta verificar a condição (iii), porque com isto, as duas primeiras condições já ficam analisadas.

Observação 2: Note que se é contínua em então a propriedade (iii) nos diz que .

)(afLxf

ax=

−→)(lim )()(lim afxf

ax=

+→)(lim)(lim xfxf

axax +→−→≠ )(lim/ xf

ax→∃

)(af )(lim xfax→

)()(lim afxfax

≠→

f a

)(af a f)(lim xf

ax→

)()(lim afxfax

=→

fa a f

f

f a)lim()(lim xfxf

axax →→=

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48

Observação 3: Nas ilustrações gráficas das funções listadas na figura 1 todas as funções são descontínuas em .

Exemplo 1: A função definida por é contínua em

. De fato, pela definição de função contínua, temos:

(i) , ou seja, pertence ao domínio de ;

(ii) e . Daí, como os limites

laterais à esquerda e à direita são iguais, temos que .

(iii)

Figura 2: Gráfico da função

Exemplo 2: Seja a função definida por .

Note que é descontínua em . De fato,

e

e desta forma , ou seja, a condição (iii) da definição de continuidade

não é satisfeita.

ax =

f

≥−<−

=1se11se1

xxxx

xf )(

1=x

01 =)(f 1 f

0111

=−=−→−→

)(lim)(lim xxfxx

0111

=−=+→+→

xxfxxlim)(lim

01

=→

)(lim xfx

)()(lim 101

fxfx

==→

f

g

=

≠−−

=2se6

2se242

x

xx

x

xg )(

g 2=x

422

2224

22

2

22=+=

−+−

=−−

=→→→→

)(lim))((limlim)(lim xx

xxx

xxgxxxx

62 =)(g

)()(lim 22

gxgx

≠→

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49

Figura 3: Gráfico da função

Exemplo 3: Considere a função definida por .

Vamos mostrar que é descontínua em e contínua em .

(i) é descontínua em . Com efeito, analisando os limites laterais temos:

e

Daí, concluímos que não existe , ou seja, a condição (ii) da definição de

continuidade não é satisfeita. (ii) é contínua em . De fato, de maneira análoga, é necessário analisarmos os limites laterais. Vejamos:

e

Daí, resulta que e como temos que .

Figura 4: Gráfico da função

g

h

>−−

≤<−

≤+

=

2se23

4

20se2

0se12

xx

xxxx

xh )(

h 0=x 2=x

h 0=x

1100

=+=−→−→

)(lim)(lim xxhxx

02

2

00=

−=

+→+→

xxhxxlim)(lim

)(lim xhx 0→

h 2=x

22

2

22−=

−=

−→−→

xxhxxlim)(lim 2

23

422−=

−−

=+→+→

xxhxxlim)(lim

22

−=→

)(lim xhx

22 −=)(h )()(lim 22

hxhx

=→

h

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50

Definição: Dizemos que:

• é contínua à direita em ;

• é contínua à esquerda em ;

• é contínua em um intervalo aberto se for contínua em cada ponto de ;

• é contínua em um intervalo fechado aberto se for contínua em , contínua à

direita em e à esquerda em ;

• é contínua se for contínua em cada ponto de seu domínio.

Observação: De forma análoga, podemos definir uma função contínua nos intervalos , , , , , , . A figura abaixo ilustra o gráfico de funções definidas num intervalo fechado .

(i) (ii) (iii)

Figura 5: Ilustração gráfica de algumas funções definidas em

• A função (i) é descontínua à direita em e contínua à esquerda em ; • A função (ii) é contínua à direita em e descontínua à esquerda em ; • A função (iii) é contínua à direita em e à esquerda em .

Exemplo 4: Para mostrar que a função definida por é

contínua devemos mostrar que é contínua em cada ponto de seu domínio que é

dado por , ou seja, necessitamos investigar a continuidade de no intervalo

aberto e a continuidade à direita no extremo . De fato,

• é contínua à direita em pois .

• é contínua em pois para qualquer tem-se que

.

f a ⇔ )()(lim afxfax

=+→

f b ⇔ )()(lim bfxfbx

=−→

f ),( ba ),( ba

f ],[ ba ),( ba

a bf

),[ ba ],( ba ),( +∞−∞ ),[ +∞a ),( +∞a ],( b−∞ ),( b−∞],[ ba

],[ ba

ax = bx =ax = bx =ax = bx =

f 62 −= xxf )(

f

),[ +∞3 f

),( +∞3 3=x

f 3=x )(lim)(lim 306233

fxxfxx

==−=+→+→

f ),( +∞3 ),( +∞∈ 3c

)(lim)(lim cfcxxfcxcx

=−=−=→→

6262

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51

2.8 Propriedades das Funções Contínuas Daremos a seguir alguns resultados de funções contínuas que seguem da

definição e das propriedades de limite vistas anteriormente.

Teorema 1: Se as funções e são contínuas em um número , então:

• é contínua em ;

• é contínua em ;

• é contínua em ;

• é contínua em , desde que .

Teorema 2: • Toda função polinomial é contínuas para todo número real;

• Toda função racional é contínuas em todo o seu domínio;

• As funções trigonométricas são contínuas em todo o seu domínio.

• As funções exponencial e logarítmica são contínuas em todo o seu domínio.

O conhecimento de quais funções são contínuas nos capacita a calcular de maneira mais rápida alguns limites, como no exemplo a seguir:

Exemplo 1: Para calcular

podemos observar que é uma função racional cujo

domínio é . Do teorema 2 sabemos que é contínua. Portanto,

f g a

gf + a

gf − a

gf ⋅ a

gf a 0≠)(ag

xxx

x 2632 23

1 −++

−→lim

xxxxf26

32 23

−++

=)(

}{3−RI f

21

12631211

2632 23

1

23

1=

−−+−⋅+−

===−

++−→−→ )(

)()()()(limlim fxfx

xxxx

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52

Exemplo 2: Considere a função

sendo uma constante real. Vejamos se é possível determinar um valor de de modo que a função seja contínua. Note que, para temos que e

portanto é contínua. Por outro lado, se temos que e da mesma

forma é contínua. Daí, para analisar a continuidade de , basta analisar a

continuidade em . Como

e

temos que para que exista é suficiente que . Daí, é contínua em

pois . Portanto, para que seja contínua o valor de

deve ser igual a 2.

Teorema 3: Se e é contínua em , então

. Se é contínua em e é contínua em então é contínua em ,

ou seja,

Exemplo 3: Para justificar que a função é contínua observamos

que , sendo e . Como e

são funções contínuas para todo número real segue, pelo teorema 3, que a composta é contínua.

>≤−

=1 se1 se35

3 xkxxx

xf )(

k kf 1<x 35 −= xxf )(

1>x 3kxxf =)(f

1=x

23511

=−=−→−→

)(lim)(lim xxfxx

kkxxfxx

==+→+→

3

11lim)(lim

)(lim xfx 1→

2=k f

1=x kfxfx

===→

211

)()(lim f k

bxgax

=→

)(lim f b

)())(lim())((lim))((lim bfxgfxgfxgfaxaxax

===→→→

g a f bag =)( gf a

))(())(())(lim())((lim))((lim agfagfxgfxgfxgfaxaxax

====→→→

xexh sen)( =

))(()( xgfxh = xexf =)( xxg sen)( = xexf =)( xxg sen)( =

gfh =

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53

Observação 1: O conhecimento do teorema 3 nos permite justificar, por

exemplo, as seguintes propriedades de limites:

• , para qualquer inteiro positivo ;

• , desde que e é qualquer inteiro

positivo ou e é qualquer inteiro positivo ímpar;

• , desde que ;

• , desde que exista ;

• , desde que exista ;

• , desde que exista .

Teorema 4: Seja uma função contínua num intervalo . Seja . Se

admite uma função inversa , então é contínua em todos os pontos

de .

Observação 2: Com auxílio do teorema 4 podemos justificar a continuidade de

várias funções inversas, como por exemplo, , , ,

.

Teorema 5 (Teorema do Valor Intermediário - TVI): Se é contínua em um

intervalo fechado e se é um número entre e então existe ao

menos um número em tal que .

[ ]n

ax

n

axxfxf

=

→→)(lim)(lim n

nax

n

axxfxf )(limlim )(

→→= 0≥

→)(lim xf

axn

0<→

)(lim xfax

n

=

→→)(limln)]([lnlim xfxf

axax0>

→)(lim xf

ax

=

→→)(limcos)]([coslim xfxf

axax)(lim xf

ax→

=

→→)(limsen)]([senlim xfxf

axax)(lim xf

ax→

)(lim)(lim

xfaxxf

axee →

→= )(lim xf

ax→

f I )Im( fJ = f

IJfg →= − :1 g

J

xy ln= xy arcsen= xy arccos=

xy arctg=

f

],[ ba w )(af )(bf

c ],[ ba wcf =)(

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54

Figura 1: Ilustração gráfica do Teorema do Valor Intermediário

Observação 3: O teorema afirma que quando varia de até a função

contínua assume todos os valores entre e . Graficamente, para

qualquer número entre e , a reta intercepta o gráfico de em

pelo menos um ponto. Daí concluímos que o gráfico de funções contínuas podem ser traçados sem retirar o lápis do papel, isto é, não há interrupções no gráfico.

Uma infinidade de problemas pode ser reduzida a encontrar raízes da equação . Um procedimento para aproximação de raízes está baseado na seguinte

consequência do Teorema do Valor Intermediário:

Teorema 6 (Teorema de Bolzano): Se é uma função contínua num intervalo

fechado e (isto é, e são diferentes de zero e tem

sinais opostos) então existe ao menos um número entre e tal que ,

isto é, tem um zero em .

Figura 2: Ilustração gráfica do Teorema de Bolzano

x a bf )(af )(bf

w )(af )(bf wy = f

0=)(xf

f

],[ ba 0<⋅ )()( bfaf )(af )(bf

c a b 0=)(cf

f ],[ ba

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55

Exemplo 4: Para mostrar que tem um zero entre

e observamos inicialmente que é uma função polinomial e portanto contínua

para todo número real, em particular, será contínua no intervalo . Uma vez que

e , o Teorema de Bolzano garante a existência

de um número entre e tal que

.

Note que, o Teorema de Bolzano não informa qual é o valor deste número e nem garante a unicidade. No caso deste exemplo, podemos mostrar que também existe uma raiz entre e já que é contínua no intervalo e

. O gráfico abaixo ilustra a localização das raízes às quais mostramos a

sua existência.

Figura 3: Gráfico da função

Observação 4: Este exemplo ilustra um esquema para a localização de raízes

reais de um polinômio. Utilizando um método de aproximações sucessivas, podemos aproximar cada zero do polinômio com qualquer grau de precisão bastando enquadrá-los em intervalos cada vez menores.

Uma forma equivalente do Teorema de Bolzano é a seguinte resultado:

Teorema de Bolzano (Forma equivalente): Se uma função é contínua num

intervalo fechado e não tem zeros neste intervalo, então ou ou em

todo intervalo.

3262 345 −+−+= xxxxxf )(

1 2 f

],[ 21

041 <−=)(f 172 =)(f ( )021 <⋅ )()( ffc 1 2

03262 345 =−+−+= cccccf )(

c

1− 0 f ],[ 01−

001 <⋅− )()( ff

3262 345 −+−+= xxxxxf )(

f

0>)(xf 0<)(xf

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Podemos utilizar este resultado para estudar o sinal de uma função , isto é, encontrar, se existirem, os intervalos onde , os intervalos onde e os pontos em que , conforme veremos no próximo exemplo.

Exemplo 5: Para estudar o sinal da função definida por

observamos, inicialmente, que é uma função racional, logo contínua em

.

Assim, temos que é descontínua somente em .

Além disso, é a única raiz de . Portanto, é contínua nos intervalos abertos

, e . Analisemos o sinal de no intervalo . Como,

neste intervalo, é contínua e não tem zeros então, pela forma equivalente do Teorema de Bolzano, ou ou em todo intervalo. Daí, basta analisar o sinal de em um único ponto teste deste intervalo, como por exemplo, em . Assim, como tem-se que

, .

Analogamente, concluímos que

0>)(xf ,

∈∀ 2,

32x e 0<)(xf , ( )+∞∈∀ ,2x

já que, por exemplo, e . Para simplificar, é comum utilizarmos o diagrama abaixo para representar o sinal da função:

Figura 4: Diagrama do sinal da função

f0<)(xf 0>)(xf

0=)(xf

f

3

2

3233126

)())(()(

xxxxxf

+−+−=

f

−=

32RIfD )(

f32

=x

2=x f f

∞−

32,

2

32 , ( )+∞,2 f

∞−

32,

f0>)(xf 0<)(xf

f 0=x00 <)(f

0<)(xf

∞−∈∀

32,x

01 >)(f 03 <)(f

3

2

32

33126

)(

))(()(

x

xxxxf

+−+−=

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Exemplo 6: Vejamos os gráficos I e II da figura 5:

Figura 5: Gráfico I Gráfico II

Observe que, no gráfico I, a função muda de sinal em que é um “zero” da função. Já no gráfico II, a função muda de sinal no ponto que é um ponto de descontinuidade da função.

Podemos concluir que se uma função muda de sinal em , então ou ou é descontínua em . Isto é, os únicos pontos em que uma função

pode mudar de sinal são aqueles onde ela se anula ou onde é descontínua.

aa

f ax =0=)(af f a

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Teste o seu conhecimento Nos exercícios abaixo você deve justificar todas as respostas explicitando o raciocínio utilizado.

1. Utilizando os limites fundamentais, encontre os limites abaixo:

1.1.

1.2.

1.3.

1.4.

1.5.

2. Encontre para as seguintes funções:

2.1. 2.2. 2.3.

3. Encontre, quando existir, os pontos de descontinuidade de e faça um esboço do gráfico de em cada caso:

3.1. 3.2. 3.3.

4. Determine o(s) valor(es) de , caso exista(m) para que a função seja contínua.

4.1.

4.2. 4.3.

4.4.

xx

x

coslim −→

10

xxsen

x 75

0

)(lim→

x

x x

+

∞+→

21lim

x

x x

∞+→

31lim

x

xx

x

320

−→

lim

( ) ( )h

xfhxf

h

−+

→ 0lim

( ) xxf cos= ( ) xaxf = ( ) xxfa

log=

ff

3−=

||)(

xxxf

||)(

xxxxf

33

2 +

+=

>+

≤+= 4se167

4se32x

x

xxxf )(

k

>≤−

=1se1se7

2

2

xkxxxxf )(

>+≤

=2se22se2

xkxxkxxf )(

=

≠−+

=0se

0se283

xk

xx

x

xf )(

>

=0se

0se32

2

xxk

xx

xsen

xf

)(

)(

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59

5. Determine, se possível, os valores das constantes e de modo que a função abaixo seja contínua em .

6. Seja uma função real de variável real.

6.1. Escreva como uma função definida por partes;

6.2. Faça um esboço do gráfico de ;

6.3. Encontre e , se eles existirem. A função é contínua em ?

6.4. Encontre e , se eles existirem. A função é contínua em ?

7. Mostrar que tem uma raiz entre e .

8. Prove que tem pelo menos uma solução em , sendo .

9. Mostre que possui pelo menos uma raiz real.

10. Estude o sinal da função definida por .

a b f),( +∞−∞

>

+

=

<+

=

+

0se2

1

0se2

0se1

23

xx

xa

xbxx

xf

xx

sen

)(

211+

+−

=||

||)(xxxf

f

f

)(lim xfx +−→ 1

)(lim xfx −−→ 1

f 1−=x

)(lim xfx +→0

)(lim xfx −→0

f 0=x

xxxf −= 2sen)(4π

−2π

1−=)(xf ),( 12 −− 423 +−= xxxf )(

4467 +−+= xxxxf )(

f 3

252

24143)(

)()()(−

−+=

xxxxf

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60

CAPÍTULO 3. DERIVADA

3.1 Reta Tangente a uma Curva O desenvolvimento do cálculo foi estimulado, em grande parte, por dois

problemas geométricos:

Problema das Tangentes: Calcular o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de uma função em um ponto dado , veja figura 1.

Problema das Áreas: Calcular a área da região sob o gráfico de uma função de até , veja figura 2.

Tradicionalmente, a parte do cálculo que estuda o problema das tangentes é chamada de cálculo diferencial e a parte que estuda o problema das áreas é chamada de cálculo integral. Estes dois problemas estão relacionados através do conceito de limite.

Figura 1: Reta tangente à curva no ponto Figura 2: Área da região limitada .

A partir de agora estudaremos as idéias e as técnicas desenvolvidas para resolver esses problemas e as aplicações originadas deles.

Antes, porém, lembremos como determinar o coeficiente angular (ou

inclinação) da reta que passa pelos pontos e . Para isso, basta

observar que a inclinação de uma reta é definida por e utilizar a definição

de tangente de um ângulo obtendo , conforme ilustrado na

figura 3.

P

1x 2x

P R

m

r ),( 11 yx ),( 22 yx

αtg=m

α12

12xxyy

xym

−−

=∆∆

== αtg

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61

Figura 3: Inclinação de uma reta

Daí, obtemos uma equação da reta dada por

ou .

Note que essas equações conduzem a uma única equação na forma reduzida

que é dada por , sendo .

Você Sabia? Na Roma Antiga, a origem da palavra calculus era uma pedra de

pequena dimensão utilizada para contagem e jogo, e o verbo latino calculare passou a significar "figurar", "computar", "calcular". Atualmente o cálculo é um sistema de métodos para resolver problemas quantitativos como, por exemplo, no cálculo de probabilidades, cálculo tensorial e cálculo das variações.

Passamos agora ao estudo do problema da reta tangente. Lembramos que, em uma circunferência, uma reta tangente seria aquela que intercepta a circunferência em apenas um ponto. Porém, para curvas em geral, essa definição pode falhar, pois como na figura 4, a reta que "supostamente" é tangente no ponto intercepta à curva em mais de um ponto.

Figura 4 Reta tangente à curva no ponto P

r

)( 11 xxmyy −=− )( 22 xxmyy −=−

bmxy +=2211 mxymxyb −=−=

P

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Eis que Fermat, grande matemático do século XVII, generalizou o conceito de reta tangente à curvas quaisquer. Veja um exemplo ilustrando a técnica desenvolvida por Fermat.

Exemplo 1: Para encontrar a equação da reta tangente à cúbica no ponto devemos encontrar o coeficiente angular desta

reta a qual denotaremos de reta . A dificuldade está em termos somente um ponto , sobre a reta , ao passo que para calcular o coeficiente angular são necessários dois pontos, como vimos anteriormente.

Para calcular uma aproximação de escolhemos um ponto ,

próximo a sobre a cúbica e calculamos a inclinação da reta secante

.

Figura 5: Reta secante à curva

Daí, escolhendo , o coeficiente angular desta reta secante é, evidentemente:

.

As tabelas abaixo mostram os valores de para alguns valores de próximos de 1 (à direita e à esquerda).

0 1 2 1

0,5 0,25 1,5 0,25

0,9 0,01 1,1 0,01

0,99 0,0001 1,01 0,0001

0,999 0,000001 1,001 0,000001

Tabela: Análise do coeficiente angular da reta secante

21 3 +−= )()( xxf ),( 21P mt P

t

m ))(,( xfxQ

),( 21P PQm

QP

21 3 +−= )()( xxf

1≠x

11

1221

12 33

−−

=−

−+−=

−−

=xx

xx

xxfmPQ

)()()(

PQm x

x PQm x PQm

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63

Observe que, quanto mais próximo estiver de 1 (à direita ou à esquerda), estará próximo de zero. Note que, dizer que tende a 1 equivale a dizer que o ponto variável se aproxima de ao longo da curva. Isso sugere que a inclinação da reta tangente deve ser . Assim, a inclinação da reta tangente é o limite das inclinações das retas secantes e expressamos isso simbolicamente escrevendo:

ou, equivalentemente,

.

Daí, a equação da reta tangente é dada por

ou seja, a reta tangente à cúbica no ponto é a reta

horizontal de equação .

A Figura 6 ilustra o processo de limite que ocorre neste exemplo. À medida que tende a ao longo da cúbica, as retas secantes correspondentes giram em torno

de e tendem à reta tangente.

Figura 6: Retas secantes aproximando da tangente

Vamos generalizar agora o procedimento realizado no exemplo 1 para uma curva arbitrária , dada pelo gráfico de uma função , em um ponto fixo do

gráfico. Para isso, vamos considerar sobre este gráfico dois pontos distintos , conforme a figura 7.

x PQm

xQ P

0=m

mmPQPQ=

→lim

011

1 21

3

1=−=

−−

==→→→

)(lim)(limlim''

xxxmm

xxPQPQ

210211 =⇔−=−⇔−=− yxyxxmyy )()(

21 3 +−= )()( xxf ),( 21P

2=y

Q P

P

C f

))(,())(,( xfxQafaP e

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Figura 7: Reta secante à curva

Observação 1: O símbolo (correspondente a letra "d" maiúscula do alfabeto

grego denominado delta) quando escrito na frente de uma variável significa a diferença entre dois valores desta variável. Este artifício notacional é conveniente em todas as partes da Matemática e em outras ciências. Assim, a notação padrão para representar a variação de uma variável (leia-se delta ), de modo que

representa a variação em ao se passar do primeiro valor para o

segundo. Um fato importante que devemos observar é que não é o produto de um

número por um número , mas um único número, que poderá ser positivo ou negativo, denominado variação de ou incremento de .

Consideramos agora a reta secante que passa pelos pontos

Observe que o coeficiente angular dessa reta é

.

Então, mantendo o ponto fixo, fazemos o ponto aproximar-se de ,

passando por sucessivas posições , ao longo da curva . Logo, a

secante assumirá as posições , aproximando visivelmente da

tangente em como sua posição limite, conforme a figura 8.

)(xfy =

xx Ǝ x

12 xxx −=∆ x

x∆∆ x

x x

))(,())(,( xfxQafaP e PQm

axafxf

xymPQ −

−=

∆∆

=)()(

P Q P

,,, 321 QQQ CPQ ,,, 321 PQPQPQ

P

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65

Figura 8: Reta secante aproximando da tangente (o ponto está à direita de ).

Intuitivamente, o coeficiente angular da secante se aproxima de um determinado valor , à medida que o ponto se aproxima de . O modo de

aproximar-se consiste em fazer se aproximar de (ou,

equivalentemente, se aproximar de zero). Observe que na figura 8 fizemos se aproximar de pela direita o que equivale a tomar positivo. Note

que, quando se aproxima de pela esquerda é negativo e o

coeficiente angular da secante também se aproxima do valor . Isso acontecendo,

definimos a reta tangente à curva no ponto como sendo aquela que passa por e cujo coeficiente angular é .

Considerando o conceito de limite podemos expressar mais adequadamente na forma

.

Observação 2: Outra expressão para a inclinação da reta tangente é

considerar a mudança de variável . Assim, e, quando

temos que . Daí, se o limite existe, temos:

Com o intuito de simplificar a notação é comum utilizar a letra no lugar de

e, neste caso, podemos escrever

(se o limite existir).

Q P

m Q PPQ de x a

axx −=∆Q P axx −=∆

Q P axx −=∆

mC P

P m

axafxf

xymm

axxPQPQ −−

=∆∆

==→→∆→

)()(limlimlim0

axx −=∆ xax ∆+= ax →0→∆x

xafxaf

axafxfm

xax ∆−∆+

=−−

=→∆→

)()(lim)()(lim0

hx∆

hafhaf

axafxfm

hax

)()(lim)()(lim −+=

−−

=→→ 0

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66

Definição 1: Suponhamos que é uma curva dada pelo gráfico de uma função ,

contínua em um ponto . Definimos a reta tangente a em um ponto

como sendo: A reta que passa por com coeficiente angular (inclinação) dado por

desde que esse limite exista.Neste caso, a equação da reta tangente é dada por

A reta vertical de equação se

Exemplo 2: Para encontrar a equação da reta tangente ao gráfico de

no ponto devemos inicialmente observar que o ponto

pertence ao gráfico de . Agora, vamos determinar o coeficiente angular da reta

tangente, utilizando a definição 1. Daí,

Portanto, a equação da reta tangente à curva no ponto é

dada por: .

Exemplo 3: Para encontrar o coeficiente angular da reta tangente à

parábola num ponto arbitrário procedemos segundo a definição 1.

Daí, ou, se

preferir, podemos determinar a inclinação da reta tangente da seguinte forma:

C fa C ))(,( afaP

P

xafxaf

axafxfm

xax ∆−∆+

=−−

=→∆→

)()(lim)()(lim0

)()( axmafy −=− ax =

)()()(lim)()()(lim ∞−∞+=−−

∞−∞+=−−

−→+→oueou

axafxf

axafxf

axax

34 −= xxf )( ),( 33P ),( 33P

f

32

64

3944

3944

394394394

394933433

0

00

000

==++

=

++=

++

++−+=

−+=

−−+=

−+=

→→

→→→

h

hhh

hhhh

hh

hh

hfhfm

h

hh

hhh

lim

)(lim

)())((lim

lim)(

lim)()(lim

34 −= xxf )( ),( 33P

1323

323 +=⇔−=−⇔−=− xyxyaxmafy )()()(

m2xxf =)( ),( 2aaP

aaxax

axaxaxax

axafxfm

axaxaxax2

22=+=

−−+

=−−

=−−

=→→→→

)(lim))((limlim)()(lim

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67

Agora, sabendo-se que o coeficiente angular é , podemos encontrar a

equação da reta tangente à parábola no ponto arbitrário que é

dada por

.

Em particular, se então e a equação da reta tangente à

parábola no ponto é dada por . Note que, em qualquer

outro ponto desta parábola, a tangente terá um coeficiente angular diferente. Por exemplo, no ponto e a equação da reta tangente é dada por

.

Observação 3: Você deve observar que a reta tangente e seu coeficiente

angular são objetos diferentes.

Exemplo 4: Para encontrar a equação da reta tangente ao gráfico de

no ponto observamos que

e

Daí, de acordo com a definição 1 (parte ii), podemos concluir que a reta

tangente à curva no ponto é a reta vertical de equação .

A figura 9 ilustra a reta tangente ao gráfico de no ponto .

axax

xaxx

axxaax

axax

afxafm

xx

xxx

222

2

00

222

0

22

00

=∆+=∆

∆+∆=

∆−∆+∆+

=∆

−∆+=

∆−∆+

=

→∆→∆

→∆→∆→∆

)(lim)(lim

)(lim)(lim)()(lim

am 2=

2xxf =)( ),( 2aaP

22 22 axayaxaayaxmafy −=⇔−=−⇔−=− )()()(

1=a 212 == .m2xxf =)( ),( 11P 12 −= xy

632,93 =⋅=m),(

96 −= xy

3 1−= xxf )( ),( 01P

∞+=−

=−−−

=−−

−→−→−→ 3 21

3

11 1

11

011

1

)(limlim)()(lim

xxx

xfxf

xxx

∞+=−

=−−−

=−−

+→+→+→ 3 21

3

11 1

11

011

1

)(limlim)()(lim

xxx

xfxf

xxx

3 1−= xxf )( ),( 01P 1=x

34 −= xxf )( ),( 01P

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68

Figura 9: Reta tangente vertical ao gráfico de em

Observação 4: Lembramos que duas retas são paralelas se e

são perpendiculares, em um dado ponto, se os

coeficientes angulares das retas , respectivamente.

Definição 2: A reta normal a uma curva num ponto dado é a reta perpendicular à

reta tangente à curva neste ponto. Neste caso, a equação da reta normal ao gráfico

de no ponto é dada por , sendo o coeficiente

angular da reta tangente ao gráfico de no ponto .

Exemplo 5: Para encontrar a equação da reta normal ao gráfico de

no ponto basta utilizar o resultado do exemplo 2 e a definição

2. Daí, e a equação da reta normal é dada por

Exemplo 6: Para encontrar a equação da reta tangente e normal à curva

no ponto devemos inicialmente calcular o coeficiente angular

da reta tangente a essa curva neste ponto. Assim,

3 1−= xxf )( ),( 01P

nt e nt mm =

ntnt mmmm esendo,1−=⋅

nt e

f ))(,( afaP )()( axm

afy −−=−1 0≠m

f ))(,( afaP

34 −= xxf )( ),( 33P

32

=m

215

233

233 +−=⇔−−=− xyxfy )()(

31−

=x

xf )( ),( 14P tm

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69

Por outro lado, o coeficiente angular da reta normal é dado por

.

Assim, as equações das retas tangente e normal são dadas, respectivamente, por:

3.2 O conceito de Derivada O limite

não é útil

apenas para se obter o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de mas

tem outras aplicações em uma grande variedade de situações. Um nome especial é dado a este limite. É chamado derivada de e é representada por

. Isto nos conduz à seguinte definição:

Definição 1: Seja uma função definida em . Então, a derivada de no ponto

, denotada por (lê-se: linha de ), é dada por

,

desde que este limite exista. Neste caso, dizemos que é derivável (ou

diferenciável) em .

11

1111

11

1134

144

44

00

0004

−=+

−=+

+−

=

−+=

−−+=

−+=

−−

=

→→

→→→→

)(lim

)(

lim

limlim)()(lim)()(lim

hhhh

hh

hh

hh

fhfx

fxfm

hh

hhhxt

nm

1111=

−−

=−

=t

n mm

3411

5411

e

−=⇔−=−

+−=⇔−−=−

xyxy

xyxy

)(

)(

hafhaf

xafxaf

axafxf

hxax

)()(lim)()(lim)()(lim −+=

∆−∆+

=−−

→→∆→ 00

f

af em

axdxdyaf

=

′ ou)(

f a f

a )(af ′ f a

hafhaf

xafxaf

axafxfaf

hxax

)()(lim)()(lim)()(lim)( −+=

∆−∆+

=−−

=′→→∆→ 00

f

a

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Resumo: Com esta definição e conforme vimos na seção anterior, temos que a

derivada da função no ponto representa geometricamente o coeficiente

angular da reta tangente ao gráfico de no ponto , isto é,

,

desde que este limite exista. Neste caso, as equações das retas tangente e normal à curva no ponto podem ser reescritas, respectivamente, na forma:

Exemplo 1: Para o caso do exemplo 3, seção 3.1, o resultado pode ser

expresso da seguinte forma: Se .

Quando a função possui derivada em todos os pontos de um conjunto

podemos considerar a função derivada, conforme a definição que segue.

Definição 2: Seja uma função que possui derivada em todos os

pontos do conjunto . A derivada de é a função , que associa a

cada a derivada , dado por

. Além disso, dizemos que é derivável (ou diferenciável) se é derivável em cada

ponto do seu domínio.

Observação 1: Se podemos utilizar outros símbolos para denotar a

derivada de , a saber: .

f ax =

f ))(,( afaP

hafhaf

xafxaf

axafxfafm

hxax

)()(lim)()(lim)()(lim)( −+=

∆−∆+

=−−

=′=→→∆→ 00

)(xfy = ))(,( afaP

.0 ,1que desde

e

≠′−′

−=−

−′=−

)()()(

)(

)()()(

afaxaf

afy

axafafy

aafxxf 2então2 =′= )()(

f

RIX ⊂

RIRIXf →⊂:

X f RIRIXf →⊂′ :

Xx∈ )(xf ′

hxfhxf

xxfxxfxf

hx

)()(lim)()(lim)( −+=

∆−∆+

=′→→∆ 00

f

)(xfy =

f yDdxdyxfy x==′=′ )(

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Você Sabia? Se a notação que representa a derivada de foi criada

por Leibniz (1646-1716), um dos invetores da derivada. Para explicar esta notação,

Leibniz escreveu o quociente na forma

. Assim, .

Exemplo 2: Para o cálculo da derivada da função procedemos como

o exemplo 3, seção 3.1 apenas realizando o cálculo na variável , conforme segue:

xhxh

hxhh

xhxhxh

xhxh

xfhxfxf

hh

hhh

222

2

0

2

0

222

0

22

00

=+=+

=

−++=

−+=

−+=′

→→

→→→

)(limlim

lim)(lim)()(lim)(

Podemos também escrever:

Exemplo 3: Para determinar façamos,

Portanto, .

Exemplo 4: Para determinar a derivada da função trigonométrica

definida por , façamos

Justificado no exemplo 6 da seção 3.6

)(xfy =dxdy f

xxfxxf

∆−∆+ )()(

)()( xfxxfyxy

−∆+=∆∆∆

sendoxyxf

dxd

dxdy

x ∆∆

==→∆ 0

lim)(

2xxf =)(

x

xxdxd 22 =)(

xxfxf 1

se =′ )()(

200000

1111

xhxxhxhxh

hhxxhxx

hxhx

hxfhxfxf

hhhhh−=

+−

=+

−=

++−

=−

+=−+

=′→→→→→ )(

lim)(

lim)()(

limlim)()(lim)(

211

xxdxd

−=

],[: 11−→RIf ( ) xxf sen=

xh

xhxh

xfhxfxfhh

cossen)(senlim)()(lim)()(∗

→→=

−+=

−+=′

00

)(∗

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72

Portanto, .

Exemplo 5: Para determinar a derivada da função trigonométrica definida por , façamos

Justificado na observação da seção 2.6

Portanto, .

Exemplo 6: Para determinar a derivada da função exponencial

definida por , façamos

)(ln1limlim1lim)1(lim

limlim)()(lim)(

)(

0000

000

aah

aah

aah

aa

haaa

haa

hxfhxfxf

xh

hx

h

hx

h

hx

h

xhx

h

xhx

hh

→→→→

+

→→

=−

⋅=

−⋅=

−=

−⋅=

−−+=′ =

Utilizamos que e o limite fundamental LF4.

Portanto, .

Em particular, se o número irracional neperiano, então

Exemplo 7: A função modular não é derivável em já que

calculando os limites laterais:

( ) xxdxd cossen =

],[: 11−→RIf ( ) xxf cos=

xh

xhxh

xfhxfxfhh

sencos)(coslim)()(lim)()(−=

−+=

−+=′

→→ 00

)(∗

( ) xxdxd sencos −=

),(: +∞→ 0RIf

( )10 ≠>= aaaxf x ,)(

)(∗ 100

==→

aaxhlim

( ) )(ln aaadxd xx =

ee sendo,=a

( ) xxx

dxd eeee == )(ln

xxf =)( 0=a

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73

temos que . Daí, não existe e,

portanto não é derivável em . Note que não admite reta

tangente em .

Figura 1: Gráfico de

Este exemplo nos motiva a seguinte definição:

Definição 3: Seja uma função definida em . Então, a derivada à direita de

, denotada por , é dada por

,

caso este limite exista a derivada à esquerda de , denotada por , é

dada por , caso este limite exista.

Observação 2: Uma função é derivável (ou diferenciável) em , quando as derivadas laterais (derivada à direita e à esquerda) existem e são iguais no ponto , e neste caso, seu valor é o valor comum das derivadas laterais, isto é,

.

110

00

110

00

0000

0000

e

===−

=−−

−=−=−

=−

=−−

+→+→+→+→

−→−→−→−→

xxxx

xxxx

xx

xx

xfxf

xx

xx

xfxf

limlimlim)()(lim

)(limlimlim)()(lim

00

00

00 −−

≠−−

+→−→ xfxf

xfxf

xx

)()(lim)()(lim0

00 −

−→ x

fxfx

)()(lim

xxf =)( 0=a xxf =)(

),( 00

||)( xxf =

f a

af em )(af+′

hafhaf

axafxfaf

hax

)()(lim)()(lim)( −+=

−−

=′+→+→

+0

af em )(af−′

hafhaf

axafxfaf

hax

)()(lim)()(lim)( −+=

−−

=′−→−→

−0

aa

)()()( afafaf +− ′=′=′

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74

Observação 3: De forma análoga ao que foi visto para funções contínuas, podemos definir função derivável nos seguintes intervalos:

.

Exemplo 8: Para verificar que a função não é

derivável em devemos calcular as derivadas laterais em . Vejamos:

Como a derivada lateral à direita não existe, temos que não é derivável em . Note que, neste exemplo, também é descontínua em .

Figura 2: Gráfico de

Exemplo 9: Para verificar que a função não é

derivável em devemos calcular as derivadas laterais em . Vejamos:

),(,],(,),(,),[,),(,],(),[],[),( bbaababababa −∞−∞+∞+∞+∞−∞,,,

>−−≤+

=0se 10se1

2

2

xxxxxf )(

0=a 0=a

∞−=−−

=−−−

=−−

=′

===−+

=−−

=′

+→+→+→+

−→−→−→−→−

xx

xx

xfxff

xx

xx

xx

fxff

xxx

xxxx

2110

00

0110

00

2

0

2

00

0

2

0

2

00

e

limlim)()(lim)(

limlimlim)()(lim)(

f 0=af 0=a

f

>≤+−

= − 1se 1se2

1

2

xxxxxxg )(

1=a 1=a

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75

Como as derivadas laterais existem, mas são diferentes, então não existe . Daí, não é derivável em . Note que, neste exemplo, é contínua em .

Figura 3: Gráfico de

Observação 4: Nos exemplos 7 e 9 vimos que as funções , definidas por

,

não são deriváveis em . Porém, essas funções são contínuas neste ponto. Isto mostra que uma função pode ser contínua em um ponto sem ser derivável neste ponto. Portanto, uma função ser contínua em um ponto não implica ser derivável neste ponto. A recíproca, entretanto, é verdadeira conforme o resultado a seguir:

Teorema 1: Se for derivável em então será contínua em .

Demonstração: Se é derivável em então existe, isto é,

1111

11

1

11

111

0111

112

111

11111

1

2

1

2

11

e

−=

−=

−−−

=−−

=−

−=

−−

=′

=−−=−−−

=−

−+−=

−−

=′

+→+→+→+→+→+

−→−→−→−→−

xxxx

xxx

xx

xgxgg

xxx

xxx

xgxgg

xxxxx

xxxx

lim)()(lim

)(limlim)()(lim)(

)(lim)(limlim)()(lim)(

)(1g ′g 1=a g 1=a

g

gf e

>≤+−

== − 1se 1se2

1

2e

xxxxxxgxxf )()(

0=a

f a f a

f a )(af ′

axafxfaf

ax −−

=′→

)()(lim)(

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76

é um número real e, portanto, também existe. Como

Então ,

ou seja, é contínua em .

Forma Equivalente do Teorema 1: Se é descontínua em então não é

derivável em .

Exemplo 10: Outra forma de mostrarmos que a função

não é derivável em é utilizar a Forma Equivalente do Teorema 1. Para

isso, basta mostrar que esta função é descontínua em . De fato, não existe

já que pois,

.

Observação 5: A existência da derivada em um ponto implica a existência de

uma reta tangente neste ponto. Porém, uma função pode não ter derivada em um ponto e admitir reta tangente neste ponto. Conforme vimos no exemplo 4, seção 3.1,

a função não é derivável em mas admite uma tangente vertical no

ponto .

)(af

[ ] ,,00 se axafaxax

afxfaxax

afxfafxfaxaxaxax

≠=⋅′=−⋅−−

=−⋅−−

=−→→→→

)()(lim)()(lim)()()(lim)()(lim

[ ] [ ] )()()(lim)()(lim)()()(lim)(lim afafafafxfafafxfxfaxaxaxax

=+=+−=+−=→→→→

0

f a

f a f

a

>−−≤+

=0se 10se1

2

2

xxxxxf )(

0=a0=a

)(lim xfx 0→

)(lim)(lim xfxfxx +→−→

≠00

1111 2

00

2

00e −=−−==+=

+→+→−→−→)(lim)(lim)(lim)(lim xxfxxf

xxxx

3 1−= xxf )( 1=a),( 01P

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77

Figura 4: Reta tangente ao gráfico de em

Resumo: Uma função pode deixar de ser derivável em um número por

uma das seguintes razões:

• quando a função for descontínua em ; • quando a função for contínua em e o gráfico de tem uma reta tangente

vertical no ponto ; • quando a função for contínua em e o gráfico de não tem uma reta tangente no ponto .

3.3 Técnicas de Derivação O cálculo de derivada utilizando a definição é bastante demorado e trabalhoso

para a maioria das funções. Agora vamos desenvolver algumas regras formais que nos capacitaremos a derivar de forma mais rápida e eficiente a derivada de uma função. O processo utilizado para encontrar a derivada de uma função chama-se derivação ou diiferenciação.

Regras de Derivação:

Derivada de uma constante: Se é uma constante e para todo , então

, ou equivalentemente, Em palavras, "a derivada de uma constante

é igual a zero".

Para provar essa regra seguimos a definição de derivada e que para

todo . Daí,

Derivada de uma potência: Se é um inteiro positivo e , então

, ou equivalentemente, . Em palavras, "a derivada de é

obtida baixando o expoente e tomando-o como um coeficiente de uma nova

potência de cujo expoente obtemos subtraindo 1 de ".

3 1−= xxf )( ),( 01P

f a

f af a f

))(,( afaf a f

ax =

c cxf =)( x

0=′ )(xf 0=cdxd

cxf =)(

x 00000

==−

=−+

=′→→→ hhh h

cch

xfhxfxf limlim)()(lim)(

n nxxf =)(

1−=′ nnxxf )( 1−= nn nxxdxd nx

nx n

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78

Para provar essa regra seguimos a definição de derivada e usamos a Fórmula do Binômio de Newton que diz: Se é um inteiro positivo então

.

Daí,

Observação 1: Essa regra pode ser generalizada para potências reais, isto é,

se e

Exemplo 1: Vejamos alguns casos particulares desta regra:

(provada também por definição na seção anterior)

(provada também por definição na seção anterior)

Exemplo 2: Para encontrar a equação da reta tangente ao gráfico de

no ponto lembramos que a derivada no ponto , dada por , fornece o

coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de no ponto . Neste caso,

n

nnnnnnn babnbannnbannbnaaba +++−−

+−

++=+ −−−− 133221

621

21

))(()()(

1

1223210

1332210

1332210

0

621

21

621

211

621

211

−−−−−

−−−−

−−−−

=

+++

−−+

−+=

+++

−−+

−+=

−+++

−−+

−++=

−+=′

n

nnnnnh

nnnnnh

nnnnnnnh

nn

h

xn

hxhnhxnnnhxnnnx

hxhnhxnnnhxnnhnxh

xhxhnhxnnnhxnnhnxxh

hxhxxf

))(()(lim

))(()(lim

))(()(lim

)(lim)(

RI∈α 1então −=′= αα α xxfxxf )()(

1=′/⇒= )()( xfxxf

xxfxxf 22 =′/⇒= )()(

45 5xxfxxf =′/⇒= )()(

221 11

xxxfx

xxf −=−=′/⇒== −− )()(

xxxfxxxf

21

21 2

12

1==′/⇒==

−)()(

2xxf =)(

),( 93 a aaf 2=′ )(f ))(,( afa

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79

considerando que temos que a equação da tangente é

dada por

96)3(69)()()( −=⇒−=−⇒−′=− xyxyaxafafy .

Exemplo 3: Para encontrar a equação da reta normal ao gráfico de

que seja paralela à reta de equação observamos inicialmente

que o coeficiente angular da reta normal, , é igual a , já que as retas e

são paralelas e . Note que, neste exemplo, temos o coeficiente angular da

reta normal ao gráfico de , mas não temos o ponto do gráfico por onde ela passa.

Para determinar este ponto, sendo

o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de no ponto

(já que as retas são perpendiculares), temos que

. Assim,

. Daí,

é o ponto do gráfico de em que a reta normal deverá passar. Portanto, a

equação da reta normal é dada por

.

Figura 1: Reta tangente ao gráfico de em

69,3 e =′== )()( afafa

n

xxf =)( r 4=+ yx

nm 1− r n

1−=rmf

aafmt 2

1=′= )(

t f

1e −=⋅ nt mmafa ))(,( nt e

112

1−=−⋅ )(

a

21

41

41

e === )(afa

21

41 ,

f

n

43

411

21

+−=⇒

−−=−⇒−=− xyxyaxmafy n )()(

xxf =)(

2

1

4

1,

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80

Derivada do produto de uma constante por uma função: Sejam uma função

derivável e uma constante.

Se , ou equivalentemente, .

Em palavras, "a derivada de uma constante por uma função é a constante pela derivada da função".

Para provar essa regra usaremos a definição de derivada. De fato,

)()()(lim

)()(lim)()(lim)()(lim)(

xfch

xfhxfc

hxfhxfc

hxcfhxcf

hxyhxyxy

h

hhh

′=−+

=

−+

=−+

=−+

=′

→→→

0

000

Exemplo 4: Vejamos alguns exemplos:

(i) (ii) (veja exemplo 4, seção 3.2)

(iii) (veja exemplo 6, seção 3.2)

Derivada de uma soma: Sejam funções deriváveis. Se ,

então , ou equivalentemente, . Em palavras, "a

derivada da soma é a soma das derivadas".

Para provar essa regra usaremos a definição de derivada. De fato,

f

c

)()()( xfcxyxfcy ′=′= então [ ] [ ])()( xfdxdcxfc

dxd

=

45 102 xxfxxf =′/⇒= )()(xxfxxf cos)(sen)( 33 =′/⇒=

244421

24 lnln)()( xx

xxfxf =⋅⋅=′/⇒=

gf e )()( xgxfy +=

[ ] [ ] [ ])()()()( xgdxdxf

dxdxgxf

dxd

+=+

[ ] [ ]

[ ] [ ]

)()(

)()(lim)()(lim)()()()(lim

)()()()(lim)()(lim)(

xgxfh

xghxgh

xfhxfh

xghxgxfhxfh

xgxfhxghxfh

xyhxyxy

hhh

hh

′+′=

−++

−+=

−++−+=

+−+++=

−+=′

→→→

→→

000

00

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81

Observação 2: Esta regra se aplica para um número finito de funções, isto é,

o resultado pode ser aplicado diversas vezes e assim a derivada da soma de um número finito de funções é igual à soma de suas derivadas, se estas existirem.

Exemplo 5: Vejamos alguns exemplos:

(i)

(ii)

Exemplo 6: Para achar o ponto da parábola , no qual

a tangente é horizontal lembramos que retas horizontais têm coeficiente angular

igual a zero. Desta forma, como devemos ter , ou

seja, . Note que este resultado está de acordo com o que foi visto no Ensino

Médio que é denominado de abscissa do vértice da parábola e denotado por

. Como

aaacb

aacbb

ca

ba

abca

bba

baxfy vv

444

442

2422222

2

2

22

∆−=

−−=

+−=

+−=+

−+

−== )(

o ponto da parábola no qual a tangente é horizontal é o vértice da

parábola de coordenadas .

Exemplo 7: Considere a parábola e o ponto não

pertencente à parábola. Para encontrar uma equação de cada uma das retas que passa pelo ponto A, que sejam tangentes à parábola vamos inicialmente encontrar a equação da reta tangente ao gráfico de em um ponto arbitrário . Sabemos

que a equação desta reta é dada por , e como e

, temos

74181597263 24235 +++=′/⇒++++= xxxxfxxxxxf )()(

3 23

3

122x

xfxxf xx +=′⇒+= ee )()(

0,2 ≠++= acbxaxxf )(

baxxf +=′ 2)( 02 =+=′ baxxf )(

abx

2−=

abxv 2

−=

),( vv yxV

−−aa

b42

,

12 2 −= xxf )( ),( 134A

f ))(,( afa

))(()( axafafy −′=− 12 2 −= aaf )(

aaf 4=′ )(

124412 22 −−=⇒−=−− aaxyaxaay )()(

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82

isto é, é a equação da reta tangente ao gráfico de 12)( 2 −= xxf

em um ponto arbitrário .

Agora, procuramos uma reta que seja tangente ao gráfico de no ponto

e que passe pelo ponto . Daí, o ponto deverá satisfazer a

equação da reta tangente, ou seja, . Simplificando esta equação

obtemos cujas raízes são ou . Portanto,

• se a equação da reta tangente ao gráfico de que passa pelo ponto do

gráfico e pelo ponto , não pertencente ao gráfico, é dada por

.

• se a equação da reta tangente ao gráfico de que passa pelo ponto do

gráfico e pelo ponto , é dada por

A figura 2 apresenta um esboço da parábola com as equações de cada uma das retas tangentes à parábola, passando pelo ponto .

Figura 2: Retas tangentes ao gráfico de que passa pelo ponto

Observação 3: Veremos a seguir que a regra do produto não é o produto das

derivadas. De fato, para se convencer deste fato considere as funções dadas

por . Então

e daí . Por outro

lado, e, desta forma, . Portanto,

.

124 2 −−= aaxy))(,( afa

f

))(,( afa ),( 134A ),( 134A

124413 2 −−⋅= aa

0782 =+− aa 1=a 7=a

1=a f))(,( 111 fP ),( 134A

341124124 22 −=⇒−⋅−=⇒−−= xyxyaaxy

7=a f))(,( 772 fP ),( 134A

992817274124 22 −=⇒−⋅−⋅⋅=⇒−−= xyxyaaxy

),( 134A

12 2 −= xxf )( ),( 134A

gf e

1423 e +=+= xxgxxf )()(

211121423 2 ++=++=⋅ xxxxxgxf )()()()( [ ] 1124 +=′⋅ xxgxf )()(

43 e =′=′ )()( xgxf 12=′⋅′ )()( xgxf

[ ] )()()()( xgxfxgxf ′⋅′≠′⋅

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83

Derivada do produto: Sejam funções deriváveis. Se , então

, ou equivalentemente,

.

Em palavras, "a derivada do produto é a derivada da primeira pela segunda, mais a primeira, pela derivada da segunda".

Para provar essa regra usaremos a definição de derivada. De fato,

Utilizamos o fato que, sendo derivável, então é contínua. Daí,

.

Exemplo 8: Vejamos alguns exemplos:

16830

16123631234

32223

+++=

++++=′⇒++=

xxx

xxxxxxfxxxxf )()()()()()()(

Observação 4: Do mesmo modo que a derivada do produto não é igual ao

produto das derivadas, a derivada do quociente não é igual ao quociente das derivadas.

gf e )()( xgxfy ⋅=

)()()()()( xgxfxgxfxy ′⋅+⋅′=′

[ ] [ ] [ ])()()()()()( xgdxdxfxgxf

dxdxgxf

dxd

⋅+⋅=⋅

[ ] [ ]

[ ] [ ]

)()()()(

)()(lim)(lim)(lim.)()(lim

)()()(lim)()()(lim

)()()()()()(lim

)()()()()()()()(lim

)()()()(lim)()(lim)(

)*(xgxfxgxf

hxghxghxfxg

hxfhxf

hxghxghxfxg

hxfhxf

hxghxghxfxgxfhxf

hxgxfxghxfxghxfhxghxf

hxgxfhxghxf

hxyhxyxy

hhhh

hh

h

h

hh

′⋅+⋅′=

−+⋅++

−+=

−+⋅++⋅

−+=

−+⋅++⋅−+=

⋅−⋅++⋅+−+⋅+=

⋅−+⋅+=

−+=′

→→→→

→→

→→

0000

00

0

0

00

)(∗ f f

)()(lim)(lim xfhxfhxfhh

=

+=+

→→ 00

1124423143 142314231423

+=+++=

′++++′+=′⇒++=xxx

xxxxxfxxxf)()(

)()()()()()()()(

[ ]xxxxxfxxf xxxx cossen)ln(cossen)ln()(sen)( +=+=′/⇒= 222222

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84

Derivada do quociente: Sejam funções deriváveis. Se

, então ,

ou, equivalentemente, .

Em palavras, "a derivada do quociente é o quociente entre a derivada da primeira pela segunda, menos a primeira, pela derivada da segunda e o quadrado da segunda".

Para provar essa regra usaremos a definição de derivada. De fato,

Utilizamos o fato que, sendo derivável, então é contínua. Daí,

Exemplo 9: Vejamos alguns exemplos:

gf e

0 , com ≠= )()()( xg

xgxfy

[ ]2)()()()()()(

xgxgxfxgxfxy

′⋅−⋅′=′

[ ] [ ]

[ ]2)(

)()()()(

)()(

xg

xgdxdxfxgxf

dxd

xgxf

dxd ⋅−⋅

=

[ ]2

00

0000

0

0

000

1

1

)()()()()(

)(lim)(lim

)()(lim)(lim)(lim.)()(lim

)()(

)()()()(.)()(

lim

)()()()()()()()()()(lim

)()()()()()(lim)(

)()()(

lim)()(lim)(

)*(

xgxgxfxgxf

hxgxgh

xghxgxfxgh

xfhxfhxgxg

hxghxgxfxg

hxfhxf

hxgxghxgxfxgxfxgxfxghxf

h

hxgxghxgxfxghxf

hhxgxf

hxghxf

hxyhxyxy

hh

hhhh

h

h

hhh

′⋅−⋅′=

+⋅

−+⋅−

−+

=

+

−+⋅−

−+

=

+

+−+−+=

+

+−+=

−++

=−+

=′

→→

→→→→

→→→

)(∗ g g

)()(lim)(lim xghxghxghh

=

+=+

→→ 00

2211101xx

xxfx

xf −=⋅−⋅

=′⇒= )()(

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85

Note que, neste caso, é mais conveniente considerar a função e

derivar utilizando a regra da potência.

Exemplo 10: Para derivar a função devemos utilizar as

regras do quociente e do produto. Vejamos:

Exemplo 11 (Derivadas das funções trigonométricas): Vejamos as

derivadas das outras funções trigonométricas:

• Se então, usando o fato de que e a regra do quociente, temos

Portanto,

• Se então, usando o fato de que e a regra do quociente,

obtemos

11 −== xx

xf )(

( )

( )

3

3

2

4

2

4

22

4

2222

2

2

15

122121

1221211

1222121

112212

12

)(

)()()()(

)()()()()(

)()()()(

)()()()()(

)()(

−−

=

⋅−+−−⋅−=

⋅−+−−⋅−−=

−⋅−+−−⋅−=

′+−⋅−+−−⋅′−+

=′/⇒−−+

=

xx

xxxxx

xxxxxx

xxxxxx

xxxxxxxxxf

xxxxf

xxxf

x

sen)()( 35 +

=e

( )

( )

( )[ ]x

xxxx

xxxxx

xxxxxxf

x

xxx

xx

2

2

2

3585

35535

3535

sencos)(sen

)(sencos)(sen)(

)(sen))(sen(sen)()(

+−+=

+−++=

′+−′

+=′/

e

eee

ee

xy tg=xxx

cossentg =

xxx

xxx

xxxxy 222

22

21 sec

coscossencos

)(cos)sen(sencoscos

==+

=−−

=′

( ) xx 2sectg =′

xy cotg=xxx

sencoscotg =

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86

xx 2cossec)(cotg −=′

• Se então, usando o fato de que e a regra do quociente,

obtemos

Portanto,

• Se então, usando o fato de que e a regra do

quociente, obtemos

xy sec=x

xcos

sec 1=

xxxx

xxx

xxxy tgsec

cossen

coscossen

)(cos)sen(cos

=⋅==−⋅−⋅

=′110

22

xxx tgsec)(sec =′

xy seccos=x

xsen

seccos 1=

xxx cotgcossec)sec(cos −=′

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87

Teste o seu conhecimento 1. Ache os pontos da curva nos quais a tangente é horizontal.

2. Encontre a equação da reta tangente à curva que seja paralela à reta .

3. Ache uma equação de cada reta tangente à curva que é perpendicular à reta .

4. Dê exemplo (por meio de um gráfico) de uma função , definida e derivável em tal que

. O que este valor significa?

5. Dê exemplo (por meio de um gráfico) de uma função , definida e derivável em tal que

, para todo . O que este valor significa?

6. Mostre que é contínua em , mas não é derivável neste ponto.

Esboce o gráfico de .

7. Achar os valores de tais que seja derivável no ponto , sendo

8. Seja . Verifique se:

a) é derivável em .

b) é contínua em .

9. Seja . Verifique se é derivável em . Determine a função

derivada e seu domínio.

10. Mostre, usando a definição de derivada, que:

a)

102464 23 +−+= xxxy

32 2 += xxf )(038 =+− yx

xxy 33 −=09182 =−+ yx

f RI01 =′ )(f

f RI0>′ )(xf x

>+−≤+

=1se41se12

xxxx

xg )( 1=x

g

ba e f 1=x

>≤+

=1se1se

2

3

xbxxaxxxf )(

<≥−

=1se1se12

2 xxxx

xf )(

f 1=x

f 1=x

>+≤−−

=0se10se1

2

2

xxxxxf )( f 0=x

f ′

( ) 23 3xxdxd

=

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88

b)

11. Derive as funções dadas:

a)

b)

c)

12. Sabendo que (seno hiperbólico de ) e (cosseno

hiperbólico de ), mostre que:

a) .

b) .

13. Derive cada uma das seguintes funções de duas maneiras: derivando antes de multiplicar e multiplicando antes de derivar e verifique que as respostas coincidem:

a)

b)

14. Derive as funções abaixo e as simplifique o tanto quanto for possível

a)

b)

c)

15. Ache dxdy de duas maneiras distintas: dividindo e derivando (sem usar a regra do quociente) e

depois usando a regra do quociente. Verifique que as respostas coincidem.

a)

( )x

xdxd

−−

=−3213

xxxf xx seccos)( ee +=

xxxxf tgcossen)( +=

xxxxf

tg)(tg)(

11 ++=

2

xxx

−−=

eesenh x2

xxx

−+=

eecosh

x

( ) xxdxd coshsenh =

( ) xxdxd senhcosh =

)()( xxxxf 23 24 +=

))(()( 321 2 −−+= xxxxg

1

1

+=

xxxxxf )(

1212

2

2

+−

++=

xxxxxf )(

23

2

+=

xxxf )(

2

39x

xy −=

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89

b)

16. Estenda a regra do produto para três funções mostrando que:

17. Derive as funções:

a)

b)

435

xxy −

=

dxdwvuw

dxdvuwv

dxduwvu

dxd

⋅⋅+⋅⋅+⋅⋅=⋅⋅ )(

xxxf x tg)( ⋅⋅= 23

xxxxg e⋅⋅= sen)(

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90

Vimos que, para derivar a função podemos expandir o binômio e

obter a função polinomial cuja derivada é .

Por outro lado, se a potência fosse maior, como por exemplo, , o

procedimento usado acima é inviável. Neste caso, podemos observar que a função

é uma função composta. De fato, se tomarmos e

então podemos escrever . O resultado que

enunciaremos a seguir é uma das mais importantes regras de derivação, denominada Regra da Cadeia, que nos possibilitará derivar uma função composta.

Derivada da função composta – Regra da Cadeia: Sejam funções tais

que se pode considerar a função composta . Se é derivável em é

derivável em então .

Utilizando a notação de Leibniz podemos reescrever a Regra da Cadeia da seguinte forma:

Fazendo temos que e assim

. Daí,

Em palavras, a derivada da composta , tal que é a derivada

da função externa calculada na função interna vezes a derivada da função

interna .

( ) ( )

interna função da derivada

interna função na calculada

externa função da derivada

interna função na calculada externa função

)( )( )( xgxgfxgfdxd ′⋅′=

A prova da Regra da Cadeia é um pouco mais técnica em relação às regras anteriores e por isso será omitida.

312 )( += xy16128 23 +++= xxxy 62424 2 ++=′ xxy

103712 )( += xy

103712 )( += xy 1037xxf =)(12 += xxg )( ))(())(( xgfxgfy ==

gf e

gf g fx e

)(xg )())(()()( xgxgfxgf ′⋅′=′

)(xgu = )(ufy =

dxdyxgf

dudyxgfuf

dxduxg =′=′=′=′ )()())(()()( , e

dxdu

dudy

dxdyxgxgfxgf ⋅=⇔′⋅′=′ )())(()()(

gf ))(())(( xgfxgf =

f g

g

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91

Observação 5: Cuidado com as notações e .

A notação é o valor que a derivada de assume calculada em ,

enquanto .

Exemplo 12: Para derivar tomamos .

Daí, podemos escrever . Como temos,

pela regra da cadeia, que

Note que o resultado está de acordo com a conclusão realizada na observação 4

pois .

Outra forma de derivar é utilizar a regra da cadeia na notação de

Leibniz. Desta forma, chamando , temos . Portanto,

.

Exemplo 13: Para derivar procedemos de maneira análoga ao

exemplo 12 fazendo . Daí, . Como

temos, pela regra da cadeia, que

Exemplo 14: Para derivar podemos também proceder da

seguinte forma: Escrevemos . Daí, utilizando a

regra da cadeia, temos

.

))(( xgf ′ [ ] [ ]))(())(( xgfdxdxgf =′

))(( xgf ′ f )(xg

[ ] [ ] )())(())(())(( xgxgfxgfdxdxgf ′⋅′==′

312 )( += xy 12e3 +== xxgxxf )()(

))(())(( xgfxgfy == 23 e2 =′=′ )()( xgxxf

[ ] 222 126212323 )()()()())(()()( +=⋅+=⋅=′⋅′=′=′ xxxgxgxgfxgfy

62424126 22 ++=+=′ xxxy )(

312 )( += xy

12 +== xxgu )( 3uy =

223 1262312 )()()( +=⋅=+⋅=⋅= xuxdxdu

dud

dxdu

dudy

dxdy

103712 )( += xy

12e1037 +== xxgxxf )()( ))(())(( xgfxgfy ==

21037 e1036 =′=′ )()( xgxxf

10361036 1220742121037 )()()())(()()( +=⋅+=′⋅′=′=′ xxxgxgfxgfy

−= xy

2πsen

uufyxxgu sen)()( ==−== e2π

xxxxudxdu

dudy

dxdy sensensencoscoscos)()(cos −=

+−=

−−=−⋅=⋅=

2221 πππ

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92

Como , acabamos de mostrar que

.

Consequências da Regra da Cadeia:

Se α é um número real qualquer e é uma função derivável então

[ ] [ ] )()()( 1 xgxgyxgy ′⋅=′⇒= −αα α .

Alternativamente, se , então

A justificativa deste resultado é imediata. De fato, se tomarmos

então podemos escrever . Como

então, pela regra da cadeia, segue que

.

Essa consequência é útil para calcular a derivada da potência de uma função. Na prática, podemos omitir a substituição , conforme o exemplo 16.

Exemplo 15: Para derivar podemos proceder alternativamente

utilizando a consequência 1 da regra da cadeia com e .

Daí,

[ ]10361036

110371

1220742121037

12121037

)()(

)()()()(

+=⋅+=

+⋅+=′⋅=′ −−

xx

xdxdxxgxgy αα

Exemplo 16: Para derivar escrevemos e

usamos a consequência 1 com . Daí,

[ ] ( ) ( )

( ) .)163(

)1(2163)1(2

6616331)()(

3 2232

2

131

21

++

+=+++=

+⋅++=′⋅=′

−−

xx

xxxx

xxxxgxgy αα

Algumas vezes, para derivar determinadas funções podemos ter à disposição mais de um método de derivação, como veremos no exemplo 17.

xxxxy coscossencossensen =−=

−=

222πππ

xx sen)(cos −=′

g

)(xgu = uuu ′⋅=′ −1αα α)(

)()( xguxxf == eα ))(())(( xgfxgfy ==

1−=′ αα xxf )(

[ ] )()()())(()()( xgxgxgxgfxgfy ′⋅=′⋅′=′=′ −1αα

)(xgu =

103712 )( += xy

12 +== xxgu )( 1037=α

3 2 163 ++= xxy ( ) 312 163 ++= xxy

16331 2e ++== xxxg )(α

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93

Exemplo 17: Para derivar , podemos optar pelos seguintes

métodos de derivação:

Método 1: Aplicar a regra do quociente e depois a regra da cadeia.

[ ]

52

82

32

82

4242

)27()72(12

)27()72()27(430

)27()27(3)27()3(

+−−−

=

+−−⋅+−⋅⋅−

=

+−

′+−⋅−+−⋅′=′

xxx

xxxxx

xxxxxxy

Método 2: Aplicar a regra da derivada de uma constante por uma função e

depois a regra da cadeia.

Inicialmente escrevemos

.

Daí,

.

Agora, retornamos nas consequências da regra da cadeia:

Se é uma função derivável, então .

Alternativamente, se , então .

Exemplo 18: Para derivar podemos proceder diretamente pela

consequência2 da regra da cadeia sendo . Daí,

.

Similarmente, supondo uma função derivável, podemos deduzir outras

consequências da regra da cadeia, a saber:

42 273

)( +−=

xxy

4242 273

273 −+−=+−

= )()(

xxxx

y

[ ] [ ] 525242

277212722712273)()()()()(

+−−−

=−⋅+−−=′+−⋅=′ −−

xxxxxxxxy

g [ ] [ ] )()(cos)(sen xgxgyxgy ′⋅=′⇒=

)(xgu = uuu ′⋅=′ )(cos)(sen

xy sen=

xxgexxg

21

=′= )()(

[ ] xx

xgxgy cos)()(cos2

1=′⋅=′

)(xgu =

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94

1) uuyuy ′⋅−=′⇒= )sen(cos

2) uuyuy ′⋅=′⇒= )(sectg 2

3) uuucyuy ′⋅⋅=′⇒= )tg(sesec

4) uuyuy ′⋅−=′⇒= )cossec(cotg 2

5) uuuyuy ′⋅⋅−=′⇒= )cotgcossec(cossec

6) uaayaaay uu ′⋅⋅=′⇒≠>= )ln()1 , 0(

7) uyy uu ′⋅=′⇒= )(ee

Observação 6: Em todas as consequências da regra da cadeia mencionadas

acima aparecem um fator multiplicativo no final da regra de derivação. Além disso, quando as regras de derivação se simplificam obtendo as derivadas

das funções elementares vistas anteriormente. Assim, as consequências da regra da cadeia nos fornecem uma generalização das derivadas das funções elementares.

Observação 7: Outras consequências da regra da cadeia, semelhantes às

vistas anteriormente, serão apresentadas em uma Tabela Geral de Derivadas que veremos posteriormente.

A regra da cadeia pode ser usada repetidamente, como veremos no exemplo 19 e exemplo 20 que seguem.

Exemplo 19: Para derivar utilizamos os seguintes passos:

• Façamos e utilizamos a consequência 9 da regra da cadeia para derivar

, em relação a . Daí, . • Façamos, agora, e utilizamos a consequência 3 da regra da cadeia para

derivar , em relação a . Assim, .

Unindo os dois passos de derivação obtemos:

.

u′xxgu == )(

xy cose=

xu cos=uy e= x )(coscos ′⋅=′⋅=′ xuy xu ee

xv =

vcos xx

xvvv2

1⋅−=′−=′ )sen()sen()(cos

xxsen

xxsenxuy

xxxu

221 cos

coscos )()(cos eeee ⋅−=⋅−⋅=′⋅=′⋅=′

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95

Observação 8: No caso do exemplo 19 fizemos duas substituições, a saber,

. Com um pouco de prática, podemos dispensar as substituições

indicadas, tendo presente na memória, porém sem escrevê-las, e proceder, de forma

direta, o processo de derivação. Desta forma, para derivar procedemos da

seguinte forma:

Exemplo 20: Para derivar vamos utilizar as consequências 1 e 4

mantendo as devidas substituições na memória, sem escrevê-las, isto é,

3.4 Derivação Implícita As funções dadas até agora foram descritas expressando-se uma variável

explicitamente em termos de outra como, por exemplo,

que expressa em termos da variável , denominada forma explícita de uma

função. Vimos também regras para derivar funções definidas nesta forma. Entretanto, muitas funções não são expressas na forma explícita e sim através de uma equação que envolve as variáveis , tais como

.

Nesse caso, a variável é definida implicitamente como função de . Em

geral, se uma função for dada sob a forma , então, dizemos que está na

forma explícita. Porém, se uma função for expressa por uma equação da forma

dizemos que está na forma implícita ou que a função é definida

implicitamente pela equação . Neste caso, substituindo tem-se

uma identidade.

xvxu == ecos

xy cose=

xxsen

xxsenx

dxdy

xxxx

221 cos

coscoscos )()(cos eeee ⋅−=⋅−⋅=′⋅=

=′

35xtgy =

[ ] [ ]3234223243

332433435335

1535

55

xxtgxxxxtg

xxxtgxtgxtgxtgxtgy

sec)(sec)(

)()(sec)()()()(

⋅⋅=⋅⋅=

′⋅⋅=′⋅=′=′

=′

)(cos xfyxxyxxy ==++= ouou 32 1

y x

yx e

06016 ouou 3322 ==+=−+ ),( yxfxyyxyx

y x

)(xfy = f

f

0=),( yxF )(xfy =

0=),( yxF )(xfy por

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96

Exemplo 1: A equação define implicitamente a função

, pois substituindo na equação ,

obtemos a identidade

.

Neste caso é possível resolver a equação isolando como uma (ou até

mais de uma) função explícita de . Por exemplo, podemos resolver esta equação

escrevendo que são duas funções explícitas de

que satisfazem a equação dada. Assim, se temos, pela consequência 1

da regra da cadeia, ou, equivalentemente,

.

Note que, se escolhemos a função (forma explícita) temos que

ou, equivalentemente, .

Devemos observar que existem várias outras funções na forma explícita que

satisfazem também a equação , por exemplo, a função , definida por

.

e sua derivada também é dada por sendo .

No entanto, nem sempre é fácil encontrar, quando existir, a forma explícita de uma função definida implicitamente por uma equação. Por exemplo, se fosse para

explicitar como uma função de em , a tarefa seria bem

complicada. Com o uso do software GeoGebra podemos traçar a curva descrita por

esta equação . Esta curva é denominada Fólio de Descartes, veja

figura 1.

1622 =+ yx

216 xxf −−=)( 216 xy −−= 1622 =+ yx

161616 222

22 =−+=

−−+ xxxx

1622 =+ yx yx

22 16 16 ou xyxy −−=−= x

216 xy −=

22 162

162

1

x

xxxdx

dy

−−=−⋅

−= )(

yx

dxdy

−=

216 xy −−=

22 162

162

1

x

xxxdx

dy

−−−=−⋅

−−= )(

yx

dxdy

−=

1622 =+ yx h

≤<−−

≤≤−−=

40se16

04se16

2

2

xx

xxxh )(

yx

dxdy

−= )(xhy =

y x xyyx 1833 =+

xyyx 1833 =+

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97

Figura 1: Gráfico da curva

Observe no gráfico da curva que existem funções que

satisfazem a equação dada.

Assim, para o cálculo de derivadas de funções implícitas vamos utilizar um método conhecido como derivação implícita que descrevemos a seguir:

Método de derivação implícita: Dada uma equação na qual se

estabelece implicitamente como função derivável de , calcula-se do

seguinte modo: Passo 1: Derive ambos os membros da equação em relação a . Tenha em mente

que é encarado como uma função de e, portanto, ao derivar, você deverá

utilizar as regras de derivação (regra da soma, produto, quociente, regra da cadeia, etc.).

Passo 2: O resultado do passo 1 será uma equação nas variáveis . Escreva

todos os termos que envolvem no 1º membro desta equação e os outros

termos no 2º membro.

Passo 3: Coloque em evidência e explicite em função de .

Vimos no exemplo 1 que ao passarmos da forma implícita para a forma explícita podemos calcular a derivada. Vamos mostrar no exemplo 2 que, utilizando o método

xyyx 1833 =+

xyyx 1833 =+ )(xfy =

0=),( yxF

y xdxdyy =′

xy x

yyx ′ , e

dxdyy =′

dxdyy =′

dxdyy =′ yx e

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98

de derivação implícita descrito acima, podemos também calcular sem

necessidades de passar para a representação explícita.

Exemplo 2: Considere a equação . Vamos calcular, por derivação

implícita, admitindo que define implicitamente uma função derivável de

. Seguindo os passos do método descrito acima, temos:

[ ] [ ] [ ] [ ] 022016 2222 =⋅+⇒=+⇒=+dxdyyxy

dxdx

dxd

dxdyx

dxd

xdxdyy 22 −=⋅⇒ y

xyx

dxdy

−=−=⇒22

que corresponde a derivada de cada função f , definida por )(xfy = que satisfaz a

equação (compare com o exemplo 1). Observe que a derivada está

expressa em termos de , mas isto não é uma desvantagem porque, na maioria dos

problemas, estamos interessados em calcular apenas em alguns pontos.

Observação: Observe que, para calcular a derivada de , em relação a ,

admitindo uma função derivável de , usamos a regra da cadeia para obter

. No exemplo 2 utilizamos este resultado com .

Exemplo 3: Suponhamos que a relação define uma função

e que essa função é derivável em um determinado intervalo. Para

determinar em termos de derivamos em relação a , com o auxílio da

regra da cadeia e regra do produto, ambos os lados da equação e

isolamos em função de . Vejamos,

dxdyy =′

1622 =+ yx

dxdyy =′ y

x

1622 =+ yxy

y′

ny x

y x

[ ]dxdyyny

dxd nn ⋅⋅= −1 2=n

xyyx 1833 =+

)(xfy =

dxdyy =′ yx e x

xyyx 1833 =+

dxdyy =′ yx e

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99

Assim, conseguimos calcular sem a necessidade de explicitar como

uma função de .

Exemplo 4: Para encontrar a equação da reta tangente à curva

no ponto podemos utilizar que , conforme vimos no exemplo

3. Daí, que é o coeficiente angular da reta tangente

ao Fólio de Descartes em . Portanto, a equação da reta tangente é dada por

.

Figura 2: Tangente à curva .

Exemplo 5: Suponhamos que a equação define uma

função derivável em um determinado intervalo. Para encontrar a equação

da reta tangente e da reta normal ao gráfico da equação dada no ponto

[ ] [ ]

.

)(

xyxyy

xyyxy

xyyxyy

yxyyyxxydxdyx

dxd

183318

318183

318183

18183318

2

2

22

22

2233

−=′⇒

−=′−⇒

−=′−′⋅⇒

′+=′⋅+⇒=+

dxdyy =′ y

x

xyyx 1833 =+

),( 84Pxy

xyy183318

2

2

−=′

54

12096

41883438184 2

2==

⋅−⋅

⋅−⋅=′ )(y

),( 84P

524

544

548444 +=⇔−=−⇔−′=− xyxyxffy )())(()(

),( 8418 em33 Pxyyx =+

xyxy 443 24 −=− sen

)(xfy =

),( 01

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100

utilizaremos o método de derivação implícita. Assim, para determinar em

termos de derivamos em relação a , com o auxílio da regra da cadeia e regra

do produto, ambos os lados da equação dada e isolamos em função de .

Vejamos,

[ ] [ ]

yxyyxyyxyyxy

yyxyxyyxdxdyxy

dxd

cossensen)cos(

)cossen(sen

⋅−−⋅

=′⇒−⋅=′⋅−⇒

−=′⋅⋅+⋅−′⋅⇒−=−

2323

2324

12424212

4212443

Daí, o coeficiente angular da reta tangente à curva dada no ponto é

. Logo, a equação da reta tangente é dada por .

Já o coeficiente angular da reta normal à curva dada no ponto vale

e, portanto, a equação da reta normal é dada por .

3.5 Derivadas de Ordem Superior Se é uma função derivável, então também é uma função que pode ter

sua própria derivada. Se for derivável, a derivada de é denominada derivada

segunda de , e representada pelo símbolo . Daí,

ou .

De modo análogo, podemos definir a derivada de , denominada derivada

terceira de , representada por .

ou .

Continuando o processo, obtemos derivadas de ordem superior de . A

derivada de ordem ou enésima derivada de representada por , é

obtida derivando a derivada de ordem , ou seja,

dxdyy =′

yx e x

dxdyy =′ yx e

),( 01

41 =′ )(y 44140 −=⇔−=− xyxy )(

),( 0141

41

411

410 +−=⇔−−=− xyxy )(

f f ′

f ′ f ′

f f ′′

[ ])()( xfdxdxf ′=′′ 2

2notação

dxyd

dxdy

dxd

dxydy =

=

′=′′

f ′′

f f ′′′

[ ])()( xfdxdxf ′′=′′′ 3

3notação

2

2

dxyd

dxyd

dxd

dxydy =

=′′

=′′′

f

n ,f n

nn

dxydy =)(

1−n

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101

.

sendo , ou seja, a derivada de ordem zero de uma função é a própria

função. Existem várias formas de representar derivadas de ordem superior, como vemos a tabela a seguir.

Notações para Derivadas de Ordem Superior

Derivada primeira

Derivada segunda

Derivada terceira

Derivada quarta

Derivada enésima

Exemplo 1: Dado que vamos determinar

4,0)(

0)(

,18)()(

,1218)()(

,1129)()(

)(

)4(

)3(

)2(

2)1(

≥∀=

=

=′′′=

−=′′=

+−=′=

nxf

xf

xfxf

xxfxf

xxxfxf

n

Exemplo 2: Seja . Vamos encontrar

Vejamos:

1, para1

1≥

==

−n

dxyd

dxd

dxydy n

n

n

nn)(

ydx

ydy == 0

00)(

y′ )(xf ′dxdy [ ])(xf

dxd [ ]yDx

y ′′ )(xf ′′2

2

dxyd [ ])(xf

dxd

2

2[ ]yDx

2

y ′′′ )(xf ′′′3

3

dxyd [ ])(xf

dxd

3

3[ ]yDx

3

)(4y )()( xf 44

4

dxyd [ ])(xf

dxd

4

4[ ]yDx

4

)(ny )()( xf nn

n

dxyd [ ])(xf

dxd

n

n[ ]yD n

x

xxxxf +−= 23 63)(

.,),()( NInnxf n ∈≥ ,1 todo para

11313

1 −+=+

= )()( xx

xf ., fff ′′′′′′ e

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102

Exemplo 3: Dado que vamos determinar

Vejamos:

ou, equivalentemente, .

Exemplo 4: Seja . Para encontrar procedemos da

seguinte forma:

• para ;

• para ;

• para temos que aplicar a definição. Como pois,

decorre que não existe .

Portanto, a função é definida por .

De forma análoga, para determinar procedemos da seguinte forma:

• para ;

13

16213162313(318

,13

18131831323

,13

33131

444

333

22

)()())()(

)()()()()()(

)()()(

+−

=+−=⋅+⋅−⋅=′′′

+=+=⋅+⋅−⋅−=′′

+−

=⋅+−=′

−−

−−

xxxxf

xxxxf

xxxf

xxf sen)( =

.,),()( NInnxf n ∈≥ ,1 todo para

xxfxf

xxfxf

xxfxf

xxfxf

cos)()(

sen)()(

cos)()(

sen)()(

)(

)(

)(

)(

−=′′′=

−=′′=

=′=

==

3

2

1

0

=−=−==

=

,,,;cos,,,;sen

,,,;cos,,,;sen

)()(

11731062951840

nxnxnxnx

xf n

NInxnxf n ∈

+= ,

2πsen)()(

>≤

=1se11se2

xxxxf )( ff ′′′ e

xxfxxfx 21 2 =′⇒=< )()(,011 =′⇒=> )()(, xfxfx

1=x )()( 11 +− ′≠′ ff

00111

111

211

1111

111

111

11

2

11

e

==−−

=−−

=′

=+=−

+−=

−−

=−−

=′

−→+→+→+

−→−→−→−→−

xxx

xxxx

xxfxff

xx

xxx

xx

fxff

limlim)()(lim)(

)(lim))((limlim)()(lim)(

)(1f ′

f ′

><

=′1012

sese

xxx

xf )(

f ′′

221 =′′⇒=′< )()(, xfxxfx

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103

• para ;

• para temos que não existe pois não é derivável em .

Portanto, a função é definida por .

Exemplo 5: Considere a equação . Vamos calcular, por derivação

implícita, admitindo que define implicitamente uma função duas vezes

derivável de . Vejamos,

Assim, conseguimos calcular expressa em termos de . Agora,

repetimos o método de derivação implícita na nova equação . Observe que,

inicialmente, para o cálculo da derivada do quociente , aplicamos a regra do

quociente e, para a potência , a regra da cadeia. Daí,

Portanto, é a derivada segunda expressa em termos de .

Utilizamos a relação já encontrada para a derivada primeira expressa em termos de

que vale .

001 =′′⇒=′> )()(, xfxfx1=x )(1f ′′ f 1=x

f ′′

><

=′′1012

sese

xx

xf )(

163 44 =+ yx

2

2

dxydy =′′ y

x

[ ] [ ]

3

3

3

3

3344

3124

0124163

yx

yxy

yyxdxdyx

dxd

−=

−=′⇒

=′⋅+⇒=+

dxdyy =′ yx e

3

3

3yxy −

=′

3

3

3yx−

3y

[ ] ( ) ( ) ( )( )

+−=−

−=

−⋅+

−=′′⇒

′+

−=

′+−=′′⇒

′⋅⋅−−⋅−=′′⇒

−=′

7

442

7

6

3

2

3

3

4

3

3

2

4

3

3

2

6

2332

23

2332

3

3

33

33

999

3

9333

yxyx

yx

yx

yx

yx

yxy

yyx

yx

yyyxyxy

y

yyxyxyyx

dxdy

dxd

)(

+−=′′ 7

442

33

yxyxy yx e

)(∗

yx e 3

3

3yxy −

=′

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104

3.6 Derivadas de Funções Inversas Nas seções 3.2 e 3.3, aprendemos como derivar a função exponencial e as

funções trigonométricas. Agora, aprenderemos uma regra para derivar a inversa de uma função derivável e aplicaremos tal regra para encontrar a derivada da função logarítmica (inversa da função exponencial), bem como as derivadas das funções trigonométricas inversas.

Teorema 1 (Regra da derivada da função inversa): Seja uma função definida

em um intervalo aberto . Suponhamos que admite uma função inversa , isto

é, se, e somente se, . Se é derivável em e ,

então é derivável e vale

, ou equivalentemente, .

Demonstração: Considerando que é a inversa de (isto é,

) temos, derivando implicitamente em relação a , a equação

, .

Como e então , e . Daí,

ou, equivalentemente, .

Exemplo 1: Se é a função definida por , sabemos que sua

inversa é a função definida por . Como

para todo temos que, se tomarmos sendo um intervalo aberto que não

contenha a origem, como por exemplo , a derivada de é

f

I f g)(xfy = )(ygx = f I Ixxf ∈∀≠′ ,0)(

1−= fg

))(()(

ygfyg

′=′ 1

)())(()(

xfxff

′=′− 11

g f

)()( ygxxfy =⇔= x

)(ygx = [ ] [ ]dxdy

ygdxdyygyg

dxdx

dxd 11 =′⇔′=⇔= )()()(

)(xfy = )(ygx = )(xfdxdy ′= )(yg

dydx ′= ))(()( ygfxf ′=′

dxdydy

dx 1=

))(()(

ygfyg

′=′ 1

f 38xxfy == )(

1−= fg 321 yygx == )( 024 2 ≠=′ xxf )(

0≠x I

),( +∞= 0I 1−= fg

Iyy

yygygf

yg ∈∀=

==′

=′ − ,61

2124

124

11 322

32

/

)]([))(()(

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105

Observação 1: A letra do alfabeto utilizada para representar a variável de

uma função não é relevante. No exemplo 1, é comum dizermos que a inversa da

função é a função cuja derivada é dada por

, onde usamos como variável, a letra no lugar de .

Teorema 2 (Derivada da função logarítmica): Se então

.

Demonstração: Sabemos que se então . Derivando

implicitamente em relação a a equação e utilizando a consequência 8 da

regra da cadeia temos

Em particular se temos a função e a derivada será

.

Teorema 3 (Derivada da função inversa do seno): Se , então

.

Demonstração: Sabemos que a função inversa da função seno é definida por

. Derivando implicitamente em relação a

a equação obtemos

.

38xxf =)( 321 xxg =)(

Ixxxg ∈∀=′ − ,61 32 /)( x y

),,log 10( e ≠>= aaxy a

axy

ln⋅=′

1

xy alog= xa y =

x xa y =

[ ] [ ]axaadx

dydxdyaax

dxda

dxd

yyy

lnln)ln(

⋅=

⋅=⇒=⇒=

111

e=a xxy lnlog == e

xexy 11

==′ln

xy arcsen=

21

1

xy

−=′

22e

ππ≤≤−=⇔= yxyxy senarcsen x

xy =sen

[ ] [ ]y

yyyxdxdy

dxd

cos)(cossen 11 =′⇒=′⇔=

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106

Precisamos, agora, escrever em função de . Para isso, usaremos a

relação trigonométrica que resulta . Uma vez

que temos que . Daí, e como ,

então .

Portanto, , ou seja,

Teorema 4 (Derivada da função inversa do cosseno): Se , então

.

Demonstração: Sabemos que a função inversa da função cosseno é definida

por .

Derivando implicitamente em relação a a equação obtemos

.

Uma vez que temos que . Daí,

.

Portanto, ou seja, .

Teorema 5 (Derivada da função inversa da tangente): Se , então

.

ycos x

1sen22 =+ yycos yy 21 sencos −±=

22ππ

≤≤− y 0≥ycos yy 21 sencos −+= xy =sen

21 xy −=cos

21

11

xyy

−==′

cos 21

1

xx

dxd

−=)(arcsen

xy arccos=

21

1

xy

−=′

π≤≤=⇔= yxyxy 0ecosarccos

x xy =cos

[ ] [ ]y

yyyxdxdy

dxd

sen)sen(cos 11 −

=′⇒=′−⇔=

π≤≤ y0 0≥ysen

22 11 xyy −=−+= cossen

21

11

xyy

−=

−=′

sen 21

1

xx

dxd

−=)(arccos

xy arctg=

211x

y+

=′

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107

Demonstração: Sabemos que a função inversa da função tangente é definida

por . Derivando implicitamente em relação a

a equação obtemos

[ ] [ ]y

yyyxdxdy

dxd

22

sec11)(sectg =′⇒=′⇔= .

Uma vez que yy 22 tg1sec += e xy =tg , segue que

222 11

tg11

sec1

xxyy

+=

+==′

ou seja, 211)(arctgx

xdxd

+= .

Observação 2: De forma análoga, podemos derivar a função inversa da

secante, cossecante e cotangente.

Supondo uma função derivável, podemos deduzir também outras

consequências da regra da cadeia relacionadas com as funções inversas, a saber:

(1)

(2)

(3)

(4)

Exemplo 2: Para derivar aplicamos a regra

, juntamente com a regra do quociente. Daí,

.

22e

ππ<<=⇔= − yxyxy tgarctg x

xy =tg

)(xgu =

[ ] uu

udxd ′⋅=

1ln

[ ] uu

udxd ′⋅

−=

21

1arcsen

[ ] uu

udxd ′⋅

−−=

21

1arccos

[ ] uu

udxd ′⋅

+= 21

1arctg

3xy arcsen=

[ ] uu

udxd ′⋅

−=

21

1arcsen

[ ] ( )6

23

233

1

3

1

1

x

xxx

xdxd

−=′⋅

−=

)(arcsen

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108

Exemplo 3: Para derivar aplicamos as regras e

. Daí,

Exemplo 4: Para derivar aplicamos a regra

, juntamente com a regra do quociente. Daí,

4422

33

4242

22

22

22

2222

22

22

22

22

222

2

2

2

22

2

12

224

)1(

22222121

)1(

)1(

2)1()1(2

)1()1()1(

)1(2)1()1(2

)1()1(1

111

111

1

1

1arctg

xx

xx

x

xxxxxxxx

x

x

xxxx

xxx

x

xxxx

xxx

x

xxx

xdxd

+

−=

+

−=

+

+−−−⋅

+−++++=

+

−−+−⋅

−++

+=

+

−−+−⋅

+

−+

=′

+

−⋅

+

−+

=

+

Agora, vamos apresentar um resumo das principais fórmulas de derivadas vistas até o momento.

21 xy += ln [ ] uu

udxd ′⋅=

1ln

[ ] uuudxd ′⋅= −1αα α

[ ] ( )

[ ] 22221

22

2121

22

22

2

11121

21

1

1

1121

1

111

11

xx

xx

xxxx

xxx

xx

xdxd

+=

+⋅+=⋅+⋅⋅

+=

′+⋅+⋅⋅+

=′

+⋅

+=

+

)(

ln

+−

= 2

2

11

xxy arctg

uu

udxd ′⋅

+= 21

1)(arctg

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109

3.7 TABELA GERAL DE DERIVADA Na tabela que se segue são funções deriváveis de e são

constantes reais.

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11)

(12)

(13)

(14)

(15)

(16)

(17)

(18)

(19)

(20)

vu, x ac , , α

0=′⇒= ycy

1=′⇒= yxy

ucyucy ′⋅=′⇒⋅=

vuyvuy ′+′=′⇒+=

vuvuyvuy ′⋅+⋅′=′⇒⋅=

2vvuvuy

vuy

′⋅−⋅′=′⇒=

)(, 01 ≠′⋅=′⇒= − αα αα uuyuy

),(,ln 10 ≠>′⋅⋅=′⇒= aauaayay uu

uyy uu ′⋅=′⇒= ee

),(,ln

log 101≠>′⋅

⋅=′⇒= aau

auyuy a

uu

yuy ′⋅=′⇒=1ln

uuyuy ′⋅=′⇔= )(cossen

uuyuy ′⋅−=′⇔= )sen(cos

uuyuy ′⋅=′⇔= )(sectg 2

uuucyuy ′⋅⋅=′⇔= )tg(sesec

uuyuy ′⋅−=′⇔= )cossec(cotg 2

uuuyuy ′⋅⋅−=′⇔= )cotgcossec(cossec

uu

yuy ′⋅−

=′⇔=21

1arcsen

uu

yuy ′⋅−

−=′⇔=

21

1arccos

uu

yuy ′⋅+

=′⇔= 211arctg

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110

Teste o seu conhecimento 1. Ache os pontos da curva nos quais a tangente é horizontal.

2. Encontre supondo que a equação dada determina implicitamente como uma função

derivável de .

2.1.

2.2.

2.3. 3. Encontre a derivada das seguintes funções:

3.1.

3.2.

3.3.

3.4.

3.5.

3.6.

3.7.

3.8.

3.9.

3.10.

3.11.

3.12.

3.13.

3.14.

3.15.

3.16.

3.17.

3.18.

3.19.

3.20.

3.21.

3.22.

3.23.

3.24.

4. Esboce os gráficos de e .

4.1. ;

)sen( xy 3=

dxdy y

x

yxyyx cossen)ln( =−+ 42

( ) xyxx −=+ 453 3arctg

433 6)(sen −=+ xy ye

( ) ( ) 578 −−= xxf

( )( )42 1−

=x

xxf

( )3

7643

−+

=xxxf

( ) ( ) 32

2 892−

+−= xxxf

( ) ( ) ( )422 23132 ++−= xxxxf

( ) 324 2 ++= xxxf

( )( )3 243

1

−=

xxf

( )6

2 37

++= xxxf

( ) ( ) ( )3 225 2314 ++= xxxf

( ) )( 752 −= xxf e

( ) )sen 37( 3−= xxf e

( ) ( )32 += xxf ln

( ) ( )75 5 −= ttf cos

( ) ( )xxf etg=

( ) ( )xxf lncos=

( ) ( )75 −= xxf sen

( ) xxf 3sen=

( ) 3xxf sen=

( ) 33 xxf sen=

( ) ( )( )xxxf 2

2coscos

=

( ) ( )xexf x 432 sen+=

= 212

tttf ln)(

21 ttf += arctg)(

[ ]2xxf arctgln)( =

f f ′

xxxf 2=)(

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111

4.2. .

5. Determine, se existir, a derivada da função nos pontos indicados , e . Caso não exista, justifique.

5.1. ;

5.2. ;

5.3. ;

5.4.

5.5.

6. Encontre os valores de para os quais a derivada das seguintes funções é igual a zero.

6.1.

6.2.

6.3.

6.4.

7. Dada a função abaixo determine , e

7.1.

7.2.

7.3.

7.4.

7.5.

>−≤+

=1se151se32

xxxxxf )(

f a b c

( )

>≤≤−

<−=

232032

032

xxx

xxxf

,,,

120 === cba ,,

( )

>≤≤+

<+

=23

201

0122

xxx

xx

xf,,

,

120 === cba ,,

( )

≥+

<+=

01

012

3

xx

xxxf

,

,330 =−== cba ,,

( ) 42 −= xxf 522 ==−= cba ,,

( ) 5−= xxf 305 −=== cba ,,

x

( ) 73104 23 −+−= xxxxf

( ) xxf e=

( ) xxf cos=

( ) xxf tg=

f ( )fD ( )xf ′ ( )fD ′

( ) 5−= xxf

( )x

xfln1

=

( )

>

≤=

0

022 xx

xxxf

,

,

( ) xxf 215=

( )

−≥+−<−

=1 se 321 se 2

xxxxxf

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112

8. Seja a função definida por . Verifique se

8.1. é derivável no intervalo ;

8.2. é derivável no intervalo ;

9. Calcule das seguintes funções:

9.1.

9.2.

9.3.

9.4.

9.5.

9.6.

10. Calcule das seguintes funções:

10.1.

10.2.

11. Verifique os intervalos onde as derivadas de segunda ordem das seguintes funções são positivas e negativas.

11.1.

11.2.

11.3.

12. Dada a função determine:

12.1. os valores de para os quais ;

12.2. intervalos onde e ;

12.3. os valores de para os quais ;

12.4. intervalos onde e ;

f ( ) xxf −= 4

[ ]40,

f [ ]31,

( )xf ′′

( ) ( )72 67 xxxf +=

( ) xxsenxf 22 cos+=

( ) xxf −= 1e

( )4

1−

=x

xf

( ) ( )12 += xxf ln

( )33

2−

=x

xxf

( )( )xf 4

( ) 45 47 xxxf −=

( ) xxf 43 −=

( ) xxf 2e=

( ) 73104 23 −+−= xxxxf

( ) 42 2 −= xxf

( ) ( )31−= xxf

x ( ) 0=′ xf

( ) 0>′ xf ( ) 0<′ xf

x ( ) 0=′′ xf

( ) 0>′′ xf ( ) 0<′′ xf

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113

CAPÍTULO 4. APLICAÇÕES DA DERIVADA

4.1 Taxa de Variação Vimos que a interpretação geométrica da derivada de uma função em um

ponto é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de em .

Agora veremos que a derivada de uma função pode ser interpretada como uma

“taxa de variação de em relação a ” em um ponto . Veremos que

existem muitas aplicações práticas da taxa de variação, como por exemplo, velocidade, aceleração, taxa de crescimento de uma população e outras.

A taxa de variação pode ser de dois tipos: taxa de variação média e taxa de variação instantânea. Para introduzirmos essas taxas e analisarmos a diferença entre elas, necessitamos de definições e algumas notações específicas.

Relembramos que o símbolo (delta) quando escrito na frente de uma variável significa a diferença entre dois valores desta variável. Assim, a notação padrão para representar a variação de uma variável (leia-se "delta "), de

modo que (valor final de menos o valor inicial de ) representa a

variação em ao se passar do primeiro valor para o segundo. Também vale ressaltar

que não é o produto de um número por um número , mas um único número, que poderá ser positivo ou negativo, denominado variação de ou incremento de . Podemos considerar também .Se e a variável independente

muda de para então podemos definir e da seguinte maneira:

e

Note que, neste caso, o valor de depende de e de .

Figura 1: Representação gráfica de e

f

))(,( afaP f Pf

f x ))(,( xfx

xx Ǝ x

o1 xxx −=∆ x x

x

x∆ ∆ xx x

xxx ∆+= o1 )(xfy =

ox xxx o ∆+=1 x∆ y∆

ooo xxxxxx −∆+=−=∆ )(1 )()()()( ooo xfxxfxfxfy −∆+=−=∆ 1

y∆ ox x∆

x∆ y∆

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114

Vamos agora analisar o comportamento de uma partícula que se move no plano numa trajetória qualquer, retilínea ou não. Seja o espaço percorrido pela partícula

até certo instante de tempo . Como é uma função do tempo, escreveremos

. Agora vamos considerar o movimento durante um intervalo de tempo ,

isto é, entre um intervalo de tempo e outro instante subsequente .

Consequentemente, o espaço sofrerá uma variação correspondente . Essa

variação, dada por , é o espaço percorrido desde o instante até o

instante . A velocidade média , nesse intervalo de tempo que vai de a

, é definida como sendo igual ao quociente da variação do espaço percorrido

pelo tempo gasto em percorrê-lo, isto é, .

Exemplo 1: A função , definida por , , fornece a distância,

em km, em linha reta, que um motorista de caminhão se encontra do local de partida

após horas. Assim,

• no intervalo de a horas a taxa média de variação no espaço é

km/h que é a velocidade média no intervalo de

2,8 a 3 horas. • no intervalo de a horas a taxa média de variação no espaço é

km/h que é a velocidade média no intervalo de

2,9 a 3,0 horas. • no intervalo de a horas a taxa média de variação no espaço é

km/h que é a velocidade média no intervalo

de 3,0 a 3,2 horas.

Sabemos que a velocidade do carro varia durante o percurso, isto é, o carro tem sua velocidade aumentada ou diminuída durante o intervalo de tempo considerado. Daí, a velocidade média pode não ser igual à velocidade mostrada no

velocímetro no instante (velocidade instantânea). Por exemplo, como podemos saber exatamente qual é a velocidade (velocidade instantânea) do carro no instante

? Para isso vamos calcular a velocidade média em intervalos de tempo cada

vez menores e próximos de . Vejamos alguns dados em uma tabela.

Intervalo de tempo t∆ (h) s∆ (km) tsvm ∆

∆= (km/h)

38,2 ≤≤ t 0,2 11,6 58

st s

)(tss = t∆t tt ∆+

s s∆)()( tsttss −∆+=∆ t

tt ∆+ mV ttt ∆+

ts

ttsttsvm ∆

∆=

∆−∆+

=)()(

s 210tts =)( 40 ≤≤ t

t

82,=t 3=t

5820

47890823

823=

−=

−−

=∆∆

,,

,),()( ss

ts

92,=t 3=t

5910

47890923

923=

−=

−−

=∆∆

,,

,),()( ss

ts

3=t 23,=t

6220

904102323

323=

−=

−−

=∆∆

,,

,)(),( ss

ts

t

3=t t∆3=t

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115

39,2 ≤≤ t 0,1 5,9 59

399,2 ≤≤ t 0,01 0,599 59,9

39992 ≤≤ t, 0,001 0,05999 59,99

2,33 ≤≤ t 0,2 12,4 62

1,33 ≤≤ t 0,1 6,1 61

01,33 ≤≤ t 0,01 0,601 60,1

001,33 ≤≤ t 0,001 0,060 60,01

Com base na tabela acima, podemos observar que, quanto menor for o valor de

, a velocidade média tsvm ∆

∆= , em intervalos de tempo do tipo [ ]t∆+3,3 ou

[ ]3,3 t∆− , torna-se cada vez mais próxima de km/h. Assim, a estimativa para

velocidade exata (velocidade instantânea) no momento horas será

km/h.

Em geral, para caracterizarmos o estado do movimento num dado instante ,

vamos imaginar intervalos de tempo cada vez menores, para que as velocidades médias correspondentes possam dar informações cada vez mais precisas do que se

passa neste instante. A velocidade média torna-se cada vez

mais próxima da velocidade instantânea, , no instante , quanto menor for o

valor . Assim, , e essa aproximação será cada vez melhor quanto menor for

o valor . Isto nos leva ao conceito de velocidade instantânea, , no instante

, como sendo , isto é, a velocidade

instantânea no instante ou, simplesmente, velocidade no instante , é a derivada

do espaço em relação ao tempo no instante .

Exemplo 2: A função , definida por , , fornece a distância,

em km, em linha reta, que um motorista de caminhão se encontra do local de partida

após horas. Para obter a velocidade exata em (velocidade instantânea),

observamos os valores da velocidade média nas vizinhanças de , com intervalos

cada vez menores, isto é, quando t∆ se aproxima de zero ( ). O valor exato da

velocidade no instante é dado por .

0>∆t

603=t

603 ≈∆∆

≈tsv )(

tt∆

ts

ttsttsvm ∆

∆=

∆−∆+

=)()(

)(tvv = t

t∆tsv

∆∆

t∆ )(tvv =

t )(lim)()(lim)( tsdtds

ts

ttsttstv

tt′==

∆∆

=∆

−∆+=

→∆→∆ 00

t tt

s 210tts =)( 40 ≤≤ t

t 3=t3=t

0→∆t

3=t ttststv

t20

0=′=

∆∆

=→∆

)(lim)(

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116

Logo, para tem-se que km/h.

Este resultado está de acordo com o que vimos no exemplo 1.

Observamos que a velocidade média é a razão entre duas variações, que denominamos de taxa de variação média, conforme definição a seguir.

Definição 1: Se , a taxa de variação média de em relação a no

intervalo é dada pela razão das variações, isto é

Figura 2: Taxa de variação média

Definição 2: Se , a taxa de variação instantânea ou, simplesmente, taxa

de variação de em relação a em um ponto é dada pela seguinte

expressão:

Exemplo 3: Sabemos que a inclinação da reta que passa pelos pontos

),( oo yx e ),( 11 yx é dada por xy

xxyy

xym

o

o

de variação de variação

1

1 =−−

=∆∆

= .

3=t 60320330

=⋅=′=∆∆

=→∆

)(lim)( stsv

t

)(xfy = y x

[ ]xxx oo ∆+,

xxfxxf

xy oo

∆−∆+

=∆∆

=)()(

média variação de Taxa

)(xfy =

y x ))(,( xfx

xxfxxf

xy

xx ∆−∆+

=∆∆

=→∆→∆

)()(limlim00

variação de Taxa

r

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117

Então é possível expressar a inclinação de uma reta como quociente de dois incrementos. Ao fazermos isto estamos considerando a inclinação de uma reta como uma taxa de variação média de em relação a . Note que αm tg= , conforme

ilustra a figura 3.

Figura 3: Inclinação de uma reta

Em particular, a inclinação da reta tangente ao gráfico de no ponto

))(,( oo xfx é a taxa de variação instantânea de uma variável em relação à outra, no

ponto ))(,( oo xfx e isto é exatamente a derivada de , calculada em .

Observação 1: Nos problemas práticos, é importante definir a unidade que

será utilizada para medir a taxa de variação. Uma taxa de variação do tipo é

sempre medida em “unidades de ” por “unidades de ”. Assim, por exemplo, se

é medido em quilômetros e é medido em horas, é medido em quilômetros por

hora. Também é conveniente usar com sendo a variável independente, em lugar de , quando a variável independente está relacionada com o tempo.

Exemplo 4: Em 2010, a população mundial era de 6,908 bilhões de habitantes,

conforme dados divulgados pelo Fundo de População das Nações Unidas. A projeção feita para 2050 é de que habitarão o planeta 9,1 bilhões de pessoas. Determine a

taxa de variação média da população mundial em relação a t , tP∆∆

, no intervalo

[ ]2050,2010 .

y x

)(xfy =

f ox

xy

∆∆

y x y

xxy

∆∆

tx

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Solução: Como a população mundial em 2010 era de 6,908 bilhões e a

projeção para 2050 é de 9,1 bilhões, então a variação da população será dada por

e a variação do tempo será .

Portanto, a taxa de variação média da população mundial em relação a , no

intervalo , é dada por bilhões/ano.

Exemplo 5: Numa experiência controlada, a área total utilizada para certa

cultura é anotada a cada hora. Um estudante obtém experimentalmente a seguinte tabela:

Área de criação (cm2) 320 500 600 540 504

tempo (hora) 0 12 24 36 48

No intervalo de tempo de a a taxa média de variação na área é

15012320500

=−−

=∆∆

ty

cm2/h

No intervalo de tempo de a a taxa média de variação na área é

52436600540

−=−−

=∆∆

ty

cm2/h

O significado da taxa de variação negativa indica que a quantidade desta cultura está diminuindo.

Observação 2: Uma aplicação comum da taxa de variação média é a

determinação da velocidade média de um corpo que está se movendo em linha reta.

Temos é uma taxa média de

variação. Quando passamos ao limite com obtemos a velocidade instantânea

ou velocidade no instante . que é uma taxa de variação

instantânea.

Exemplo 6: Uma pedra é lançada verticalmente do solo, para cima, com

velocidade inicial de 112m/s. Após segundos, sua distância do solo é dada por

.

1922908619 ,,, =−=∆P 4020102050 =−=∆t

t

[ ]20502010, 050401922 ,,

==∆∆

tP

0=t 12=t

24=t 36=t

ts

∆∆

==tempo do variação

distância da variaçãomédia velocidade

0→∆t

tdtds

ts

t=

∆∆

=→∆ 0

velocidade lim

t294112 ttts ,)( −=

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Determine:

• a velocidade da pedra, quando segundos; • o instante em que a velocidade da pedra é zero; • a velocidade da pedra ao atingir o solo.

Solução: Sabemos que . Portanto, m/s

é a velocidade da pedra quanto segundos.

Basta resolver a equação cuja solução é

segundos.

Inicialmente, devemos determinar os instantes em que ,

ou seja, segundos. Daí, a velocidade da pedra ao

atingir o solo é dada por m/s.

O significado da velocidade negativa indica que a pedra está descendo e atinge

o solo à velocidade de m/s.

Observação 3: Observe a relação existente entre o sinal da derivada e o

crescimento ou decrescimento de uma função. Note que, se uma função é crescente então sua derivada é positiva ou zero, ou seja, a “taxa de variação” é positiva ou zero e sendo decrescente sua derivada é negativa ou zero. Este fato será estudado posteriormente com maiores detalhes.

4.2 Taxas Relacionadas O problema que relaciona duas ou mais variáveis que dependem de outra

variável independente, por exemplo, o tempo , é chamado de problema de taxas relacionadas.

Exemplo 1: O raio de uma circunferência cresce à taxa de 21 cm/s. Determine

a taxa que aumenta o comprimento da circunferência.

Solução: Sejam o raio da circunferência, em

centímetros (cm), o tempo, em segundos (s) e o

v 3=t

tdtdstv 89112 ,)( −== 6823 ,)( ==

dtdsv

3=t

089112 =−== tdtdstv ,)( 411,=t

094112 2 =−= ttts ,)(

922ou0094112 ,),( ==⇔=− tttt

112922922

−=== ,

),(tdt

dsv

112

t

rt C

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comprimento da circunferência, em cm. Observe que, à medida que o tempo passa, o raio e o comprimento aumentam, de modo que o raio e são dados

em função de . Sabemos que as variáveis e estão relacionadas por

meio da fórmula . Além disso, a informação que o raio cresce à taxa de

21 cm/s, significa que cm/s. Precisamos determinar a que taxa aumenta o

comprimento da circunferência, isto é, dtdC

. Derivando implicitamente, em relação a

, a equação , encontramos uma nova equação que envolve as taxas de

variação, isto é, ( as taxas estão relacionadas).

Agora, considerando que , temos cm/s,

isto é, a taxa com que o comprimento da circunferência aumenta é de, aproximadamente, 131,95 cm/s e independe, neste caso, do raio.

Diretrizes para resolver problemas envolvendo taxas relacionadas. • Passo 1: Desenhe, se possível, uma figura e identifique as variáveis e as

constantes. Use para tempo. Considere que todas as variáveis são funções deriváveis de ;

• Passo 2: Expresse todas as informações numéricas dadas em termos dos símbolos que você escolheu;

• Passo 3: Expresse o que você deseja determinar, geralmente uma taxa, em termos da derivada;

• Passo 4: Obtenha uma equação que relacione as variáveis do problema. Talvez você possa combinar duas ou mais equações para conseguir uma única,

• Passo 5: Derive implicitamente, em relação a , a equação encontrada no passo 4. Neste caso, será encontrada uma nova equação que envolve as taxas de variação (taxas relacionadas);

• Passo 6: Expresse a taxa que você deseja determinar em termos das taxas e variáveis cujos valores são conhecidos;

• Passo 7: Substitua as informações numéricas dadas na equação obtida no passo 6 para encontrar a taxa desconhecida. Estes valores numéricos devem ser introduzidos somente no estágio final do processo de resolução do problema.

Exemplo 2: Quando uma chapa metálica circular é aquecida, seu raio aumenta

a uma taxa de 0,01cm/min. Determine a que taxa a área da chapa aumenta quando seu raio é de 50cm.

)(trr = )(tCC =

t )(trr = )(tCC =

)()( trtC π2=

21=dtdr

t )()( trtC π2=

dtdr

dtdC π2=

21=dtdr 9513114342422122 ,, =⋅≈=⋅== πππ

dtdr

dtdC

tt

t

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Solução: Inicialmente, identificamos no problema as

variáveis e as constantes. Sejam o tempo, em minutos, o

raio, em cm, e a área, em cm2, da chapa metálica

circular. Observe que, à medida que o tempo passa, o raio e a

área aumentam, de modo que o raio e são

funções de relacionadas pela equação .

Além disso, a informação que o raio cresce à taxa de 0,01cm/min, significa que

cm/min. Precisamos determinar a que taxa aumenta a área da chapa

quando seu raio é de 50 cm, isto é, . Derivando implicitamente, em

relação a , a equação , encontramos uma nova equação que envolve as

taxas de variação, isto é, (as taxas estão relacionadas).

Agora, considerando que , temos cm2/min.

Observe que, neste caso, a taxa de variação da área depende, não apenas da taxa de variação do raio, mas também, do próprio raio.

Exemplo 3: Uma escada com 25m de comprimento está apoiada em uma

parede vertical. Se a base da escada deslizar horizontalmente, afastando da parede à taxa de 3m/s, com que velocidade o topo da escada está deslizando, quando sua base está a 15m da parede?

Solução: Inicialmente, vamos identificar as variáveis e as constantes do problema. Denotemos por o tempo medido em segundos, a variável como sendo a distância, em metros, do chão ao topo da escada e por

a distância, em metros, da base da escada à parede.

Pelas informações dadas no problema, podemos

escrever m/s. Precisamos determinar . Pelo Teorema de Pitágoras

podemos relacionar as variáveis e pela equação .

t r

A

)(trr = )(tAA =

t [ ]2)()( trtAA π==

010,=dtdr

)(tAA =50=rdt

dA

t 2rA π=

dtdrr

dtdA π2=

010,=dtdr ππ =⋅⋅=

=),()( 010502

50rdtdA

ty

x

3=dtdx

15=xdtdy

)(txx = )(tyy = 22225 yx +=)(

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122

Derivando implicitamente, em relação a , encontramos

ou, equivalentemente,

Substituindo as informações numéricas dadas

m/s.

Exemplo 4: Um reservatório tem a forma de um cone circular reto invertido,

com 16m de altura e 4m de raio da base. Se a água entra no reservatório a uma taxa de 2m3/min, com que velocidade o nível da água estará subindo quando a profundidade é de 5m?

Solução: Sejam o tempo decorrido, em minutos, desde que a água começou

a entrar no reservatório, a altura, em metros, do nível de água em minutos, a

medida em metros do raio da superfície da água, em minutos e a medida, em

m3, do volume de água, em minutos. Observe que, à medida que o tempo passa, as

variáveis , e aumentam, de modo que , e são

funções de relacionadas pela equação (volume do cone). Pelos dados

do problema podemos escrever m3/min e precisamos determinar .

Por semelhança de triângulos podemos relacionar as variáveis e , obtendo a

equação . Daí, podemos escrever

Derivando implicitamente, em relação a , encontramos

Substituindo as informações numéricas dadas temos que

t

[ ] [ ]dtdx

yx

dtdy

dtdyy

dtdxxyx

dtd

dtd

⋅−

=⇔⋅+⋅=⇔+= 22025 222)(

dtdx

x

xdtdy

⋅−

−=

2625

252493

15625

15215

,)(

−=−=⋅−

−=

=xdtdy

t

h t r

t V

tr h V )(trr = )(thh = )(tVV =

t hrV 2

31π=

2=dtdV

5=hdtdh

r h

hrhr 4

1164=⇔=

32

2

4841

31

31 hhhhrV πππ =⋅

==

t

dtdV

hdtdh

dtdhh

dtdVh

dtd

dtdV

223 16

483

48 πππ

=⇔

⋅=⇔

=

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123

m/min.

Exemplo 5: Um trabalhador ergue um saco de areia de cimento para uma

plataforma situada a 12m acima de sua cabeça por meio de um cabo de 24m de comprimento que passa por uma roldana na plataforma. Ele segura firmemente a extremidade da corda ao nível da cabeça e caminha a 1,5m/s, na horizontal, de

modo a se afastar do ponto que está diretamente abaixo da roldana. Com que velocidade o saco de areia está sendo levantado quando o trabalhador está a 9m do

ponto ?

Solução: Façamos um desenho para modelar o problema. Vejamos:

Figura 1: Modelagem do problema

Agora, vamos identificar as variáveis e as constantes. Usando para tempo, denotamos por a distância do saco à roldana e, por , a distância do ponto P ao

trabalhador. Observemos que e são funções de . Além disso, como

o cabo tem 24 m de comprimento, temos que a distância do saco de areia ao trabalhador é 24m. Daí, a distância da roldana ao trabalhador de , conforme

ilustra a figura 2.

Figura 2: Identificando as variáveis

ππ 25322

516

25

=⋅== )(hdt

dh

P

P

ty x

)(tyy = )(txx = t

y−24

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Pelos dados do problema podemos escrever m/s e precisamos

determinar .Pelo Teorema de Pitágoras podemos relacionar as variáveis

e , obtendo a equação . Derivando

implicitamente, em relação a , encontramos

Expressando a taxa que você deseja determinar em termos das taxas e variáveis

cujos valores são conhecidos, temos

ou, equivalentemente,

.

Substituindo as informações numéricas dadas

m/s

Portanto, a velocidade que o saco de areia está sendo levantado quando o

trabalhador está a 9 m do ponto é de 0,9 m/s. O significado da velocidade negativa indica que a distância está decrescendo com o tempo, de acordo com a

modelagem do problema, o que indica que o saco de areia está subindo. Este problema pode ser modelado de outra forma, o que não altera a resposta do problema.

2351 == ,

dtdx

9=xdtdy

)(txx = )(txy = 222 1224 xy +=− )()(

t

[ ] [ ]dtdxx

dtdyyx

dtdy

dtd

⋅=

−⋅−⇔+=− 22421224 222 )()()(

dtdx

yx

dtdy

⋅−

−=

24

dtdx

x

xdtdy

⋅+

−=

2144

90109

23

9144

929

,−=−=

+

−=

=xdtdy

Py

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Teste o seu conhecimento 1. Uma pedreiro deixa uma escada de 12 m de comprimento encostada na lateral de um prédio. Se a base da escada começa a deslizar horizontalmente, à razão de 0,8 m/s, qual a velocidade o topo da escada percorre a parede, quando está a 7m do solo?

2. Uma bola de neve desce uma montanha e seu volume aumenta à taxa de 16dm3/min. Determine a taxa a qual o raio é aumentado quando a bola de neve tem 8 dm de diâmetro.

3. Uma móvel parte de um ponto P em direção leste a 4m/s. Um minuto depois, outro móvel parte de P e segue em direção norte a 3m/s. A que taxa está variando a distância entre eles 1 minuto depois da partida do segundo móvel?

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126

4.3 Funções Crescentes e Decrescentes Vimos que a interpretação geométrica da derivada de uma função em um

ponto é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de em .

Este fato nos permite aplicar as derivadas como um auxílio no esboço de gráficos. Por exemplo, a derivada pode ser usada para determinarmos os pontos em que a reta tangente é horizontal; para encontrarmos os intervalos em para os quais o gráfico de uma função está acima ou abaixo da reta tangente, etc.

Antes de aplicarmos a derivada para traçarmos esboço de gráficos necessitamos de algumas definições e resultados.

Definição 1: Seja uma função definida em um intervalo . Então

• é crescente em se, para todo , , com tem-se que .

• é decrescente em se, para todo , , com tem-se que .

• é constante em se, para todo , , tem-se que .

Em outras palavras, é crescente em se, a medida que aumenta

ocorrer também um aumento no valor , e, é decrescente em se, à medida

que aumenta ocorrer que o valor diminui (veja figura 1).

Figura 1: é decrescente em , crescente em e constante em

f

))(,( afaP f P

f I

f I 1x Ix ∈2 21 xx < )()( 21 xfxf <

f I 1x Ix ∈2 21 xx < )()( 21 xfxf >

f I 1x Ix ∈2 )()( 21 xfxf =

f I Ix∈

)(xf f IIx∈ )(xf

f ],[ 04− ],[ 40 ],[ 84

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127

Teorema 1 (Teorema de Rolle): Seja uma função contínua no intervalo fechado

e derivável no intervalo aberto . Se , então existe pelo menos

um ponto , , tal que .

Em palavras, este teorema diz que sendo uma função contínua em e

derivável em tal que então existe pelo menos um número entre

e tal que a reta tangente ao gráfico de no ponto é uma reta horizontal

(tem coeficiente angular ).

Teorema 2 (Teorema do Valor Médio (TVM): Seja uma função contínua em

e derivável em . Então existe um número , no intervalo tal que:

ou, equivalentemente, .

Figura 2: Representação gráfica do TVM

Observe que é o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos

e e é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de

no ponto . Daí, o TVM diz que existe uma reta tangente ao gráfico de

que é paralela a reta que passa pelos pontos e .

Agora, considere a figura 4.

f],[ ba ),( ba )()( bfaf =

c bca << 0=′ )(cf

f ],[ ba

),( ba )()( bfaf = c

a b f ))(,( cfc

0=′ )(cf

f

],[ ba ),( ba c ),( ba

abafbfcf

−−

=′ )()()( ))(()()( abcfafbf −′=−

abafbf

−− )()(

))(,( afa ))(,( bfb )(cf ′

f ))(,( cfc f

))(,( afa ))(,( bfb

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128

Figura 3: é decrescente em , crescente em e constante em

Podemos observar que, sendo derivável em um intervalo aberto (isto é, o

gráfico de admite reta tangente em todos os pontos do intervalo aberto ). Se a

declividade da reta tangente ao gráfico de no ponto é negativa, a

função é decrescente em . Se a declividade da reta tangente é positiva, a

função é crescente em . Se a declividade da reta tangente no ponto

é zero, a função é constante em .

Formalizando o resultado acima, segue o teorema 2.

Teorema 3 (Teste da 1ª derivada para Crescimento/Decrescimento): Seja

uma função contínua no intervalo fechado e derivável no intervalo aberto

.

• Se , então é crescente em .

• Se , então é decrescente em .

• Se , então é constante em .

Demonstração: Sejam , , com . Como é contínua em e

derivável em temos, pelo Teorema do Valor Médio, que existe

tal que , ou seja, . Além

f ],[ 04− ],[ 40 ],[ 84

f If I

f ,)),(,( Ixxfx ∈

f If I

,)),(,( Ixxfx ∈ I

f

],[ ba

),( ba

0>′ )(xf ),( bax∈∀ f ],[ ba

0<′ )(xf ),( bax∈∀ f ],[ ba

0=′ )(xf ),( bax∈∀ f ],[ ba

1x ],[ bax ∈2 21 xx < f [ ]baxx ,],[ ⊂21

( )baxx ,),( ⊂21

],[ 21 xxc∈12

12

xxxfxf

cf−

−=′

)(()( )

)()()()( 1212 xxcfxfxf −′=−

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129

disso, se , e então . Daí, sendo

e segue que , para todo ,. Portanto, para todo , isto é, é crescente em

.

É análoga a parte (i).

Sejam , , com . Pelo Teorema do Valor Médio aplicado a

em , existe tal que . Como ,

e então . Daí, ,

ou seja, , .

Observe a figura 4:

Figura 4: Teste da 1ª derivada

• No intervalo aberto temos que , , pois todas as retas tangentes ao gráfico de são horizontais e, portanto, é constante no intervalo fechado ;

• Nos intervalos aberto , e temos que ,

pois todas as retas tangentes ao gráfico de são inclinadas para a direita (inclinação positiva) e, portanto é crescente nos intervalos fechados

, e ; • No intervalo temos que , , pois todas as retas

tangentes ao gráfico de são inclinadas para a esquerda (inclinação negativa) e, portanto é decrescente em .

Observação 1: O teorema 3 diz que podemos obter informações sobre o

comportamento do gráfico de estudando o sinal da função (função derivada

de ). Conforme vimos no exemplo5 da seção2.8 os únicos pontos em que a função

pode mudar de sinal são aqueles onde ela se anula ou onde é descontínua. Em particular, a função pode mudar de sinal em se ou .

0>′ )(xf ),( bax∈∀ ],[],[ baxxc ⊂∈ 21 0>′ )(cf

012 >− xx 0>′ )(cf 01212 >−′=− )()()()( xxcfxfxf 1x

],[ bax ∈2 )()( 12 xfxf > 1x ],[ bax ∈2 f

],[ ba

1x ],[ bax ∈2 21 xx < f

],[ 21 xx ],[ 21 xxc∈ )()()()( 1212 xxcfxfxf −′=− 0=′ )(xf

),( bax∈∀ ],[],[ baxxc ⊂∈ 21 0=′ )(cf 01212 =−′=− )()()()( xxcfxfxf

)()( 12 xfxf = ],[, baxx ∈∀ 21

),( 21 xx 0=′ )(xf ),( 21 xxx∈∀f f

],[ 21 xx),( 32 xx ),( 54 xx ),( 65 xx 0>′ )(xf

ff

],[ 32 xx ],[ 54 xx ],[ 65 xx),( 43 xx 0<′ )(xf ),( 43 xxx∈∀

ff ],[ 43 xx

f f ′

f

f ′ ax = 0=′ )(af )(/ af ′∃

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130

Observação 2: Utilizaremos os símbolos e para representar

crescimento e decrescimento de , respectivamente. Daí,

• crescente ( )

• é decrescente.( )

Exemplo 1: Para determine os valores de nos quais a função

é crescente ou decrescente vamos estudar o sinal da função

. Como é derivável em todos os pontos,

temos que poderá mudar de sinal apenas nos pontos onde , ou seja,

ou . Para ou temos que e, portanto, pelo

teste da 1ª derivada, é crescente nos intervalos e . Para

temos que e, portanto, é decrescente no intervalo

. Para simplificar, é comum utilizarmos o diagrama abaixo para representar

a relação do sinal de com o estudo de crescimento/decrescimento de .

Figura 5: Diagrama da relação de com a

Exemplo 2: Para determine os valores de nos quais a função é

crescente ou decrescente vamos estudar o sinal da função . Como

não possui raízes reais temos que poderá mudar de sinal

apenas nos pontos onde não é derivável, isto é, nos pontos ou . Mas,

para ou ou temos que e, portanto, pelo teste

da 1ª derivada, é decrescente nos intervalos , e . O

diagrama abaixo representa a relação do sinal de com o estudo de

crescimento/decrescimento de .

Figura 6: Diagrama da relação de com a

↑f ↓f

f

0>′ )(xf )(+ ⇒ f ↑f0<′ )(xf )(− ⇒ f ↓f

x

1823 −−+= xxxxf )(

f ′

−+=−+=′

3423823 2 xxxxxf )()(

f ′ 0=′ )(xf

2−=x 34=x 2−<x 34>x )()( +>′ 0xf

f ( ]2−∞− , [ )+∞,34

342 <<− x 0<′ )(xf f

[ ]342,−

f ′ f

f ′ f

x4

32 −

=x

xxf )(

f ′

22

2

443

)()()(

−+−

=′x

xxf f ′

f 2−=x 2=x

2−<x 22 <<− x 2>x )()( −<′ 0xf

f ( )2−∞− , ( )22,− ( )+∞,2

f ′

f

f ′ f

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131

Uma conseqüência importante do teorema 3 é que se duas funções e tem

a mesma derivada em um intervalo aberto então e difere por uma

constante. Vamos formalizar este resultado.

Consequência do Teorema 3: Sejam e funções contínuas em e

derivável em . Suponha que . Então existe um número

tal que .

De fato, seja .

Como e são funções contínuas em e derivável em temos que

é contínua em e derivável em . Por outro lado, como

temos que , ou seja, é constante

em . Daí existe um tal que , ou seja,

.

4.4 Máximos e Mínimos

Definição 1: Dizemos que uma função

• tem um valor máximo relativo (ou máximo local) em se existe um intervalo aberto

, contendo , tal que para todo em . Neste caso, dizemos que

é um valor máximo relativo (ou, simplesmente, máximo relativo) de .

• tem um valor mínimo relativo (ou mínimo local) em se existe um intervalo aberto

, contendo , tal que para todo em . Neste caso, dizemos que

é um valor mínimo relativo (ou, simplesmente, mínimo relativo) de .

f g),( ba f g

f g ],[ ba

),( ba ( )baxxgxf ,),()( ∈∀′=′

c [ ]baxcxgxf ,,)()( ∈∀+=

[ ]baxxgxfxH ,),()()( ∈∀−=

f g ],[ ba ),( ba

gfH −= ],[ ba ),( ba

)()( xgxf ′=′ [ ]baxxgxfxH ,,)()()( ∈∀=′−′=′ 0 H],[ ba RIc∈ [ ]baxcxgxfxH ,,)()()( ∈∀=−=

[ ]baxcxgxf ,,)()( ∈∀+=

f

c

)( fDomI ⊂ c )()( xfcf ≥ x I)(cf f

c

)( fDomI ⊂ c )()( xfcf ≤ x I)(cf f

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132

Figura 1: Representação geométrica de máximos e mínimos relativos de

Observando a figura 1 temos que existe um intervalo aberto , contendo ,

por exemplo, , tal que o valor .

• Isto significa que é um mínimo relativo de . Analogamente, existe um

intervalo aberto , contendo , por exemplo, , tal que o valor .

• Isto significa que é um mínimo relativo de . Também existe um

intervalo aberto , contendo , por exemplo, , tal que o valor .

• Isto significa que é um máximo relativo de . De forma análoga, temos

que é também um máximo relativo de .

Por outro lado, no intervalo temos que e

, ou seja, o valor é o menor valor de em

e é o maior valor de em . Neste caso, dizemos que, em

, é o mínimo absoluto de e é o máximo absoluto de .

Definição 2: Seja uma função definida em um intervalo tal que , )( fDomI ⊂ Dizemos que :

• tem um valor máximo absoluto (ou máximo global) em se para todo

. Neste caso, é o valor máximo absoluto (ou máximo global) de em .

• tem um valor mínimo absoluto (ou mínimo global) em se para todo

. Neste caso, é o valor mínimo absoluto (ou mínimo global) de em .

f

I 2x

),( 31 xxI = ( )312 xxIxxfxf ,),()( =∈∀≤

)( 2xf fI 4x ),( 71 xxI =

( )714 xxIxxfxf ,),()( =∈∀≤)( 4xf f

I 3x ),( 42 xxI =( )423 xxIxxfxf ,),()( =∈∀≥

)( 3xf f)( 6xf f

[ ]71 xxI ,= [ ]714 xxIxxfxf ,),()( =∈∀≤

[ ]716 xxIxxfxf ,),()( =∈∀≥ )( 4xf f

[ ]71 xxI ,= )( 6xf f [ ]71 xxI ,=

[ ]71 xxI ,= )( 4xf f )( 6xf f

f I Ic∈

fc )()( xfcf ≥

Ix∈ )(cf f Ic )()( xfcf ≤

Ix∈ )(cf f I

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133

Definição 3: Os máximos ou mínimos relativos de são chamados extremos

relativos de . Os máximos ou mínimos absolutos de são chamados extremos

absolutos de .

Observação 1: Analisando a figura 1 podemos observar que se é um

extremo relativo de então ou , como veremos no próximo

teorema.

Teorema 1 (Teorema de Fermat): Se tem um máximo ou mínimo relativo em

e se existe, então .

Demonstração: Suponhamos que tem um mínimo relativo em . Assim, existe um intervalo aberto , contendo , tal que para todo , ou equivalentemente, para todo . Se existe, então existe

.

Logo, se e , então . Assim,

.

Por outro lado, se e , então . Assim,

.

Portanto, .

O caso de máximo relativo pode ser demonstrado de forma análogo.

Observação 2: A interpretação geométrica do Teorema de Fermat é que se

tem um extremo relativo em e se existe, então o gráfico de tem uma

reta tangente horizontal no ponto .

ff f

f

)(cf

f 0=′ )(cf )(/ cf ′∃

f c

)(cf ′ 0=′ )(cf

f cI c )()( xfcf ≤ Ix∈

0≥− )()( cfxf Ix∈ )(cf ′

)()()(lim)()(lim)()(lim cfcx

cfxfcx

cfxfcx

cfxfcxcxcx

′=−−

=−−

=−−

+− →→→

Ix∈ −→ cx 0<− cx

000 ≤′⇒≤−−

⇒≤−−

−→)()()(lim)()( cf

cxcfxf

cxcfxf

cx

Ix∈ +→ cx 0>− cx

000 ≥′⇒≥−−

⇒≥−−

+→)()()(lim)()( cf

cxcfxf

cxcfxf

cx

0=′ )(cf

f

c )(cf ′ f

))(,( cfc

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134

Observação 3: A recíproca do Teorema de Fermat não é verdadeira, isto é,

não implica necessariamente que tem um extremo relativo em . Este

fato pode ser visualizado na figura 1 acima tomando , pois e, no

entanto, não é um extremo relativo de . Daí, se é uma função derivável,

os únicos valores possíveis de para os quais possa ter um extremo relativo serão

aqueles que .

Observação 4: Notemos também que uma função pode ter um extremo

relativo em e pode não existir. Este fato pode ser visualizado também na

figura 1 acima tomando , ou , pois e e, no entanto,

e são extremos relativos de .

Definição 4 (ponto crítico): Um número é chamado ponto crítico de uma função

quando e ou não existe.

Conclusão: Se é uma função definida em , os únicos números possíveis

de para os quais possa ter um extremo relativo são aqueles que ou

não existe. Isto é, tem um extremo relativo em então é um ponto

crítico de .

Exemplo 1: Para encontrar os pontos críticos da função

devemos inicialmente observar que . Agora, como

temos que os pontos nos quais não é derivável são e . Além disso,

.

Como os números , e pertencem ao , segue que

estes são os pontos críticos de .

Exemplo 2: Para encontrar os pontos críticos da função

devemos inicialmente observar que

0=′ )(cf f c

5xc = 05 =′ )(cf

)(cf f fx f

0=′ )(xf

f

c )(cf ′

2xc = 6xc = )(/ 2xf ′∃ )(/ 6xf ′∃

)( 2xf ′ )( 6xf ′ f

c

f )( fDomc∈ 0=′ )(cf )(cf ′

f c

c f 0=′ )(cf

)(cf ′ f c c

f

( )322 9−= xxf )(

RIfDom =)(

( )3 2

31

2

93429

32

−⋅=⋅−=′

x

xxxxf )(

f 3−=x 3=x

00 =⇔=′ xxf )(

3−=x 3=x 0=x )( fDom

f

92 −=

xxxf )(

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135

.

Agora, como

temos que os pontos nos quais não é derivável são e , mas estes não

pertencem ao domínio de e, portanto, não são pontos críticos. Além disso,

, . Portanto, não tem pontos críticos. Como

conseqüência, não terá também extremos relativos.

Conforme vimos, os únicos números possíveis de para os quais possa ter

um extremo relativo são os pontos críticos de . Porém, se é ponto crítico de ,

não podemos afirmar que tem um extremo relativo em . O teorema a seguir

classificará estes pontos críticos para os quais terá um extremo relativo.

Teorema 2 (Teste da 1ª derivada para extremos relativos): Seja uma função

contínua no intervalo fechado e derivável no intervalo aberto , exceto

possivelmente num ponto crítico de .

(i) Se , e , então tem um máximo relativo em

(ii) Se , e , então tem um mínimo relativo em .

(iii) Se possui o mesmo sinal em ambos os lados de , então não tem um

extremo relativo em .

Demonstração: (i) Se , temos, pelo teste da 1ª derivada para

crescimento/decrescimento, que é crescente em . Daí, sendo temos que .

(ii) Se , temos, pelo Teste da 1ª derivada para crescimento/decrescimento, que é decrescente em . Daí, sendo

temos que .

Daí, para todo , ou seja, tem um máximo relativo em .

(iii) Deixamos como exercícios a parte

{ } { } { }333e3092 ,;;)( −−=≠−≠∈=≠−∈= RIxxRIxxRIxfDom

( ) ( )22

2

22

2

9

9

9

29

+−=

⋅−−=′

x

x

x

xxxxf )()()(

f 3−=x 3=x

f

0≠′ )(xf )( fDomx∈∀92 −

=x

xxf )(

c f

f c f

f c

f

f

],[ ba ),( ba

),( bac∈ f

0>′ )(xf cx <∀ 0<′ )(xf cx >∀ f c

0<′ )(xf cx <∀ 0>′ )(xf cx >∀ f c

)(xf ′ c fc

0>′ )(xf cx <∀f ],[ ca cx <

)()( cfxf ≤ ],[ cax∈∀0<′ )(xf cx >∀

f ],[ cacx > )()( cfxf ≤ ],[ bcx∈∀

)()( cfxf ≤ [ ]bax ,∈ f c

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136

Diretrizes para Determinar os Extremos Relativos de uma Função :

• Passo 1: Encontrar ;

• Passo 2: Encontrar ; • Passo 3: Encontrar os pontos críticos de ;

• Passo 4: Estudar o sinal de ; • Passo 5: Aplicar o Teste da derivada primeira para determinação de extremos.

Exemplo 3: Para encontrar os extremos relativos da função

vimos, pelo exemplo1, que , e os pontos críticos de

são , e .

O diagrama abaixo representa a relação do sinal de com o estudo de

crescimento/decrescimento de .

Figura 2: Diagrama da relação de com a

Aplicando o Teste da 1ª derivada para extremos relativos temos que tem um

mínimo relativo em e em e um máximo relativo em , ou seja,

é um valor mínimo relativo e é um valor máximo

relativo de .

Agora que já sabemos encontrar os extremos relativos de uma função veremos como determinar os extremos absolutos de uma função contínua num intervalo fechado.

Exemplo 4: Vejamos os extremos absolutos, se existirem de algumas funções:

f

)( fDom)(xf ′

f)(xf ′

( )322 9−= xxf )(

RIfDom =)(3 2 93

4

−⋅=′

x

xxf )(

f 3−=x 3=x 0=x

f ′

f

f ′ f

f

3−=x 3=x 0=x

033 ==− )()( ff 3 330 ⋅=)(f

f

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em é o valor mínimo absoluto de em e não existe valor máximo absoluto de

em .

2)( xxf −= em é o valor máximo absoluto de em e não existe valor mínimo absoluto de

em . Observe que é também valor máximo relativo de em .

em

é o valor máximo absoluto de em e é o valor mínimo absoluto de em . Observe que

não existe e é também valor máximo relativo de em

, 0≠x , em ]2,2[− Não existe valor máximo absoluto e nem mínimo absoluto de em ]2,2[− .

3xxf =)( ),[ 11−)( 1−f f),[ 11−

f ),[ 11−

],( 12−)(0f f],( 12−

f ],( 12− )(0ff ],( 12−

≤<+−≤≤−

=32se14521se2

xxxxxf )(

],[ 31−

42 =)(f f],[ 31− 13 −=)(f

f ],[ 31−)(2f ′ 42 =)(f

f ],[ 31−

xxf 1=)(

f

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138

Nestes exemplos podemos observar que se uma função não for contínua e/ou o intervalo não for fechado, não temos garantia da existência dos extremos absolutos. Porém, garantindo que a função é contínua e o intervalo é fechado sempre haverá máximo e mínimo absoluto e estes ocorrerão nas extremidades do intervalo ou em um ponto crítico no interior do intervalo. E quando um extremo absoluto ocorrer no interior ele também será um extremo relativo.

Teorema 3 (Teorema do Valor Extremo): Se é uma função contínua no

intervalo fechado , então tem um valor máximo absoluto e um valor mínimo

absoluto em .

A demonstração do teorema do valor extremo é mais sofisticada e, portanto, não iremos demonstrar.

Diretrizes para determinar os extremos absolutos de uma função contínua em um intervalo fechado :

• Passo 1: Encontre os pontos críticos de em ;

• Passo 2: Calcule o valor de em cada ponto crítico encontrado no passo 1; • Passo 3: Encontre e ; • Passo 4: Compare os valores encontrados no passo 2 e no passo 3. O maior dos valores é o máximo absoluto e o menor é o mínimo absoluto de em .

• Exemplo 5: Encontre os extremos absolutos de ,

.

Solução: Como é um função contínua no intervalo fechado temos,

pelo teorema do valor extremo, que tem um valor máximo absoluto e um valor

mínimo absoluto em . Vamos seguir as diretrizes acima para determinar os

extremos absolutos de . Vejamos:

Daí, .

Portanto, os pontos críticos de no intervalo são , e .

Mas, ,

f

],[ ba f

],[ ba

f

],[ ba

f ],[ baf

)(af )(bf

f ],[ ba234 18163 xxxxf +−=)(

41 ≤≤− x

f ],[ 41−

f

],[ 41−

f

)()( 3412364812 223 +−=+−=′ xxxxxxxf

3 1 003412364812 ouou223 ===⇔=+−=+−=′ xxxxxxxxxxf )()(

f ],[ 41− 0=x 1=x 3=x

00 =)(f

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139

Figura 3: Gráfico de em

4.5 Concavidade e Pontos de Inflexão Agora vamos obter algumas informações dadas pela derivada segunda. Vamos

mostrar que o sinal da derivada segunda dará informações úteis quanto à forma do gráfico de uma função. Isto nos auxiliará muito no esboço do seu gráfico. Além disso, fornecerá também uma outra maneira de caracterizar máximos e mínimos relativos.

Definição 1 (Concavidade): Seja uma função derivável em um intervalo aberto

.

• Quando as retas tangentes ao gráfico de no ponto , , estiver

sempre abaixo do gráfico dizemos que o gráfico de tem concavidade voltada para cima

(ou côncavo para cima) em . A concavidade para cima será indicada por . • Quando as retas tangentes ao gráfico de no ponto , , estiver

sempre acima do gráfico dizemos que o gráfico de tem concavidade voltada para baixo

(ou côncavo para baixo) em . A concavidade para baixo será indicada por .

234 18163 xxxxf +−=)( ],[ 41−

f

If ))(,( xfx Ix∈∀

f f

I ∪f ))(,( xfx Ix∈∀

f f

I ∩

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140

Figura 1: Representação gráfica da concavidade

Observação 1: Observe que, quando a inclinação da reta tangente ao gráfico

de no ponto passa de negativa (inclinada para à esquerda) para positiva

(inclinada para à direira), à medida que cresce então o gráfico de tem

concavidade voltada para cima em . Isto significa que, se é crescente em

então o gráfico de tem concavidade voltada para cima em . Analogamente,

quando a inclinação da reta tangente ao gráfico de no ponto passa de

positiva para negativa, à medida que cresce então o gráfico de tem

concavidade voltada para baixo em . Isto significa que, se é decrescente em

então tem concavidade voltada pra baixo em .

A observação 1 sugere o seguinte teorema:

f ))(,( xfx

Ix∈ f

I f ′ I

f If ))(,( xfx

Ix∈ f

I f ′ I

f I

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141

Teorema 2 (Teste da 2ª derivada para Concavidade): Seja uma função

contínua no intervalo fechado e derivável até a 2ª ordem no intervalo aberto

, exceto possivelmente num ponto crítico de .

• Se , , então o gráfico de tem concavidade voltada pra cima em

.

• Se , , então o gráfico de tem concavidade voltada pra baixo em

.

Demonstração: Como , , então, pelo teste da 1ª

derivada para crescimento/decrescimento aplicado à função , temos que é

crescente em . Daí, o gráfico de tem concavidade voltada para cima em

. É análoga a parte (i).

Observação 1: O teorema 2 diz que podemos obter informações sobre a

concavidade de estudando o sinal da função (função derivada segunda de ).

Definição 1 (Ponto de Inflexão): Um ponto no gráfico de é chamado

ponto de inflexão de se é contínua em e existe um intervalo aberto

contendo tal que uma das seguintes situações ocorra: • é côncavo para cima em e côncavo para baixo em .

• é côncavo para baixo em e côncavo para cima em .

ou seja, um ponto do gráfico de no qual muda o sentido da concavidade.

Exemplo 1:

f],[ ba

),( ba ),( bac∈ f

0>′′ )(xf ),( bax∈∀ f

),( ba

0<′′ )(xf ),( bax∈∀ f

),( ba

[ ] 0>′′=′′ )()( xfxf ),( bax∈∀

f ′ f ′

),( ba f

),( ba

f f ′′ f

))(,( cfcP f

f f c ),( ba

cf ),( ca ),( bc

f ),( ca ),( bc

f

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142

Figura 2: Representação gráfica de pontos de inflexão

Os pontos , , , e são pontos de

inflexão. O teorema a seguir fornece um modo de obter os possíveis números tais que possa ser um ponto de inflexão.

Teorema 3: Se a função tem um ponto de inflexão em então ou

ou não existe.

Diretrizes para Determinar os Pontos de Inflexão de uma Função :

• Passo 1: Encontrar ; • Passo 2: Encontrar ;

• Passo 3: Encontrar os números tais que ou não existe; • Passo 4: Estudar o sinal de e aplicar o teste da 2ª derivada para concavidade.

Verifique se muda de sinal nos pontos encontrados no passo 3. Se muda de sinal em e então é um ponto de inflexão de .

Exemplo 2: Considere a função . Determine:

• os pontos críticos de ;

• os intervalos onde é crescente ou decrescente; • os extremos relativos de , se existirem; • os intervalos onde o gráfico de é côncavo para cima ou côncavo para baixo;

• os pontos de inflexão de , se existirem.

))(,( 22 xfx ))(,( afa ))(,( bfb ))(,( cfc ))(,( 66 xfx

c))(,( cfc

f ))(,( cfc

0=′′ )(cf )(cf ′′

f

)( fDom)(xf ′′

x 0=′′ )(xf )(xf ′′)(xf ′′

)(xf ′′ )(xf ′′cx = )( fDomc∈ ))(,( cfc f

22

2

4 11x

xx

xxf +=+

=)(

ff

ff

f

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143

Solução: , .

Observe que não existe, mas como temos que não é ponto

crítico de . Daí, e são os únicos pontos críticos de .

Façamos o diagrama para estudar o sinal de

.

Figura 3: Diagrama da relação de com a

Portanto, é decrescente nos intervalos , e crescente nos

intervalos , .

Pelo teste da derivada primeira para determinação de extremos, temos que

tem mínimo relativo em e também em (ou, equivalentemente, é um valor mínimo relativo de . Note que não tem um máximo

relativo em , pois este não é ponto crítico de .

Temos que . Observe que não existe, mas

.

Façamos o diagrama para estudar o sinal de :

Figura 6: Diagrama da relação de com a .

nos intervalos , . Portanto, pelo teste da 2ª derivada

para concavidade, temos que o gráfico de tem concavidade voltada para cima nos

intervalos , . não tem ponto de inflexão.

{ }0−= RIfDom )( 111022 433 ±=⇔=⇔=⇔=−=′ xx

xx

xxxf )(

)(0f ′ )( fDom∉0 0=x

f 1=x 1−=x f

3

22

3

4

31121222

xxx

xx

xxxf ))(()()( +−

=−

=−=′

f ′ f

f ( ]1−∞− , ( ]10,

[ )01,− [ )+∞,1

f

1−=x 1=x211 ==− )()( ff f f

0=x f

4

4

46262

xx

xxf +

=+=′′ )( )(0f ′′

)( fDom∉0

)(xf ′′

f ′′ f

0>′′ )(xf ( )0,∞− ( )+∞,0

f

( )0,∞− ( )+∞,0 f

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Teorema 2 (Teste da 2ª derivada para extremos relativos): Seja um ponto

crítico de no qual e é derivável em um intervalo aberto contendo

. Então, se existe e

• se então tem um mínimo relativo em .

• se então tem um máximo relativo em .

Exemplo 3: Encontre os extremos relativos de .

Solução: Temos que .

Daí,

(único ponto crítico de

Como segue que

.

Portanto, pelo teste da 2ª derivada, temos que tem um mínimo relativo em

, ou equivalentemente, é o único valor mínimo relativo de .

Experimente aplicar o teste da 1ª derivada, será bem mais trabalhoso!

Observação 2: O teste da 2ª derivada para extremos relativos é, às vezes,

mais simples de ser aplicado do que o teste da 1ª derivada, pois não precisamos analisar o sinal da 1ª derivada e nem da 2ª derivada, basta apenas saber o sinal da derivada 2ª aplicada no ponto crítico. Porém, se é um ponto crítico de e

cf 0=′ )(cf f ′ Ic )(cf ′′

0>′′ )(cf f c

0<′′ )(cf f c

222000 xx

xf π+=)(

xx

xf π420002 +

−=′ )(

332

50020004042000π

ππ =⇒=⇒=+−

=′ xxxx

xf )(

)f

π440003 +=′′

xxf )(

0124500

40004500

40005003

3

3 >=+⋅=+

=

′′ ππππ

π

πf

f

3 500π

=x

3 500

πf f

c f

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145

ou não existe, o teste falha e portanto devemos usar o teste da 1ª

derivada. Vejamos dois exemplos para mostrar que o teste falha.

Exemplo 4: Considere a função . Temos que

onto crítico de ). Como e, daí, ,

não podemos aplicar o teste da 2ª derivada para extremos relativos. Observe que

não tem máximo nem mínimo relativo. Esta conclusão é imediata pelo

teste da 1ª derivada.

Figura 3: Gráfico de

Exemplo 5: Considere a função . Temos que

(ponto crítico de ). Como e, daí, ,

não podemos aplicar o teste da 2ª derivada para extremos relativos. Observe que

tem um mínimo relativo em . Esta conclusão é imediata pelo teste

da 1ª derivada.

Figura 4: Gráfico de

0=′′ )(cf )(cf ′′

32xxf =)(

006 2 =⇔==′ xxxf )( f xxf 12=′′ )( 00 =′′ )(f

32xxf =)(

32xxf =)(

42xxf =)(

008 3 =⇔==′ xxxf )( f 224xxf =′′ )( 00 =′′ )(f

42xxf =)( 0=x

42xxf =)(

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146

4.6 Assíntotas Horizontais e Verticais Inicialmente, vamos verificar o que pode ocorrer com o gráfico de algumas

funções:

(i) (ii)

(iii) (iv)

Figura 1: A reta é uma assíntota vertical do gráfico de

Definição 1 (assíntota vertical): Dizemos que a reta é uma assíntota vertical

do gráfico de uma função se pelo menos uma das seguintes afirmações for

verdadeira:

• ∞+=

+→)(lim xf

ax

• ∞−=

+→)(lim xf

ax

• ∞+=

−→)(lim xf

ax

• ∞−=

−→)(lim xf

ax

∞+=+→

)(lim xfax

∞−=+→

)(lim xfax

∞+=−→

)(lim xfax

∞−=−→

)(lim xfax

ax = f

ax =f

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147

Observação 1: Devemos ter cuidado em diferenciar o número com a reta

. Observe que uma assíntota vertical é uma reta vertical e sabemos que equação de reta vertical é da forma .

Exemplo 1: A reta é uma assíntota vertical do gráfico

pois .

Figura 2: A reta é uma assíntota vertical do gráfico de

Observação 2: Observe que no exemplo 1 também ocorre .

Mas, basta que ocorra uma das condições listadas na definição 1 para concluirmos que, neste caso, é uma assíntota vertical do gráfico de .

Observação 3: Lembramos que se uma função é contínua em então

existem , , e valem . Para que a reta possa

ser uma assíntota vertical do gráfico de um dos limites laterais da definição 1 não

poderá existir e terá que ser representado pelo símbolo de ou . Daí, se a reta é uma assíntota vertical do gráfico de então é descontínua em .

Porém, se é descontínua em não podemos afirmar que é uma assíntota

vertical do gráfico de . Por exemplo, a função é descontínua em

. Porém não é uma assíntota vertical do gráfico de , pois

aax =

ax =

1−=x 211

)()(

+=

xxf

∞+=++−→ 21 11

)(lim

xx

1−=x 21

1

)()(

+=

xxf

∞+=+−−→ 211

1 )(lim

xx

1−=x f

f a

)(lim xfax→

)(lim xfax +→

)(lim xfax −→

)(af ax =

f

∞+ ∞−ax = f f a

f a ax =

f42

2 −

+=

xxxf )(

2− 2−=x42

2 −

+=

xxxf )(

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148

(o limite existe).

Também pode ocorrer nos gráficos de funções a seguinte situação:

(i) (ii)

Figura 3: A reta é uma assíntota horizontal do gráfico de

Definição 2 (assíntota horizontal): Dizemos que a reta é uma assíntota

horizontal do gráfico de uma função se pelo menos uma das afirmações for

verdadeira:

Exemplo 2: As retas e são assíntotas horizontais do gráfico

pois

e

41

21

222

42

22222−=

−=

+−+

=−

+=

−→−→−→−→ xxxx

xxxf

xxxxlim

))((limlim)(lim

Lxfx

=∞−→

)(lim Lxfx

=∞+→

)(lim

Ly = f

Ly =

f

Lxfx

=∞−→

)(lim

Lxfx

=∞+→

)(lim

2=y 2−=y

34

42 +

=x

xxf )(

2

431

2

4312

44

312

4

4314

4

34

4

22

222

2

−=

+

−=

+⋅

−=

+⋅

=

+⋅

=+

=

∞−→∞−→

∞−→∞−→∞−→∞−→

xxx

xx

x

x

xx

x

x

xxf

xx

xxxx

limlim

limlimlim)(lim

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149

Figura 4: As retas e são assíntotas horizontais do gráfico de

4.7 Esboço de Gráficos O processo de esboçar, no plano , o gráfico de uma função contínua ligando

um número finito de pontos do seu gráfico não revela informações qualitativas, como os extremos relativos, a concavidade, os pontos de inflexão, as assíntotas, etc. Nosso objetivo agora é unir todas estas informações dadas até o momento para esboçar o gráfico de uma função.

Utilizaremos a terminologia “esboço completo do gráfico de uma função” ao esboço do gráfico de uma função com todas as informações qualitativas analisadas, inclusive as assíntotas, se existirem.

Exemplo1: Faça um esboço completo do gráfico da função

.

2

431

2

4312

44

312

4

4314

4

34

4

22

222

2

=

+

=

+⋅

=

+⋅

=

+⋅

=+

=

∞+→∞+→

∞+→∞+→∞+→∞+→

xxx

xx

x

x

xx

x

x

xxf

xx

xxxx

limlim

limlimlim)(lim

2−=y 2=y34

42 +

=x

xxf )(

xy

22

2

4 11x

xx

xxf +=+

=)(

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150

Solução: Já vimos no exemplo 2 da seção 4.5 que não existe,

é um valor mínimo relativo de e que não tem um máximo

relativo e nem pontos de inflexão. Além disso, as informações sobre o crescimento/decrescimento e a concavidade são resumidas na tabela a seguir.

Resumo das Informações sobre a função

intervalos crescimento/

decrescimento concavidade

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

Analisamos agora as assíntotas:

Como

e

não existem assíntotas horizontais.

Quanto às assíntotas verticais devemos analisar apenas se a reta é uma assíntota vertical já que o único ponto de descontinuidade de é zero. Vejamos:

é uma assíntota vertical do gráfico de .

Agora, juntando todas as informações acima, podemos obter o esboço de gráfico:

)(0f ′

211 ==− )()( ff f f

f

1−<x ↓ ∪

01 <<− x ↑ ∪

10 << x ↓ ∪

1>x ↑ ∪

∞+=

+=

+=

+=

∞−→∞−→∞−→∞−→ 42

2

44

2

4 11

111

xx

xx

x

xxxf

xxxxlimlimlim)(lim

∞+=

+=

+=

+=

∞+→∞+→∞+→∞+→ 42

2

44

2

4 11

111

xx

xx

x

xxxf

xxxxlimlimlim)(lim

0=xf

012

4

00=⇒∞+=

+=

−− →→x

xxxf

xxlim)(lim f

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151

Figura 4: Esboço do gráfico de 2

4 1

x

xxf

+=)(

4.8 Problemas de Otimização Os problemas aplicados de otimização podem ser classificados de duas formas:

• Problemas que se reduzem a maximizar ou minimizar uma função contínua definida em um intervalo fechado . Neste caso, usamos as diretrizes para determinar os extremos absolutos de uma função contínua em .

• Problemas que se reduzem a maximizar ou minimizar uma função contínua em um intervalo que não seja da forma . Neste caso usamos o teste da 1ª ou da 2ª derivada para extremos relativos e, se necessário, o esboço do gráfico da função.

Diretrizes para resolução de problemas de otimização: • Passo 1: Leia o problema atentamente; • Passo 2: Faça uma figura apropriada e identifique as variáveis a serem utilizadas; • Passo 3: Expresse a variável a ser maximizada ou minimizada como função de uma

variável independente; • Passo 4:.Determine o domínio da função encontrada no passo 3, levando em

consideração as restrições física do problemas; • Passo 5:.Use as técnicas do cálculo para obter, no domínio, os extremos absolutos da

função; • Passo 6:.Interprete a solução e responda a questão proposta no problema.

Exemplo 1 [Fonte: Exame Nacional de Cursos/Provão 2001] Duas cidades,

e , estão situadas em lados opostos de um rio, que tem um curso retilíneo

],[ ba],[ ba

],[ ba

X Y

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152

nesse trecho, conforme a figura. As duas cidades vão ser ligadas por uma ponte AB, perpendicular ao rio, de modo que a soma das distâncias seja a menor possível. Onde deverá ser localizada essa ponte?

Solução: Para modelar o problema vamos identificar as variáveis a serem

utilizadas. Denotemos por a distância da cidade à margem do rio, por a distância da cidade à outra margem do rio, por l a largura do rio, por a

projeção de à reta, paralela ao rio, passando por , por a distância de a e, finalmente, por a distância da projeção de à margem do rio ao ponto ,

conforme ilustra a figura 1. Vale observar todas as variáveis envolvidas são não negativas.

Figura 1: Modelagem do problema

Para minimizar observamos que

, =AB e .

Assim, podemos definir a função

,

Como é uma função contínua definida no intervalo fechado temos, pelo

Teorema do Valor Extremo, que tem máximo e mínimo absoluto em . Assim,

para minimizar a função vamos utilizar as diretrizes para determinar os extremos absolutos de uma função contínua em intervalo fechado. Vejamos:

BYABXA ++

a X bY P

X Y d PY x X A

BYABXA ++

22 xaXA += 22 )( xdbBY −+=

2222 )()( xdbxaBYABXAxL −++++=++= ],[ dx 0∈

L ],[ d0

L ],[ d0

L

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153

e

[ ] ( )

badax

xdaxbxdaxb

xdaxbxdxxdaxdxxb

xaxdxdbxxaxdxdbx

xaxdxdbxxdb

xd

xa

xxL

+=⇔

−=⇔−=⇔

−=⇔−+−=−+⇔

+−=−+⇔

+−=

−+⇔

+−=−+⇔=−+

−−+

+⇔=′

)()(

)()()()(

)()()()(

)()(0)(

)1)((0)(

2222

222222222222

2222222

222

22

22222222

Denotaremos por este ponto. Vamos mostrar agora que . De

fato, é claro que . Por outro lado,

.

Daí, é o único ponto crítico de em . Note que

, e .

Deixamos como exercícios mostrar que e . Com isso,

podemos concluir que é o valor mínimo absoluto de em , ou seja, a

ponte deverá estar localizada a uma distância da projeção do ponto à

margem do rio ao ponto , conforme ilustra a figura 1.

22222222

1

2

12

2

2

)(

))((

)(

))(()(xdb

xd

xa

x

xdb

xd

xa

xxL−+

−−+

+=

−+

−−+

+=′

badaxo +

= ),( dxo 0∈

0>ox

dxdba

addbaadbaab o <⇒<+

⇒+<⇒+<⇒< )(0

badaxo +

= L ),( d0

+++= 22 dbaxL o )()( +++= adbL 220)( +++= bdadL 22)(

)()( 0LxL o < )()( dLxL o <

)( oxL L ],[ d0

bada+

X

A

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154

CAPÍTULO 5. INTEGRAÇÃO Neste capítulo vamos introduzir o conceito de integral indefinida. Este conceito

é de grande importância para definirmos o conceito de Integral Definida que terá um papel fundamental no cálculo de áreas e volumes.

5.1 Integral Indefinida Definição 1: Dizemos que uma função é uma primitiva (ou antiderivada) de

uma função , num intervalo aberto se, e somente se, para todo

em .

Observação 1: Na definição de primitiva de uma função, quando não

explicitarmos o intervalo , admitiremos que este seja o domínio de .

Exemplo 1: Vejamos alguns exemplos:

(i) Se então uma primitiva de é dada por , uma vez que

. Note que e, portanto assumimos que

,este fato vai se repetir com muita frequência.

(ii) Se então uma outra primitiva de é dada por , uma vez

que .

(iii) Se então uma primitiva de é dada por , uma vez

que .

(iv) Se então uma primitiva de é dada por , uma vez que

.

Neste momento o leitor astuto já deve ter observado que se adicionarmos qualquer constante a uma determinada primitiva de uma função ainda teremos uma primitiva desta mesma função. De fato, é o que veremos no teorema que se segue.

Teorema 1: Se F é uma primitiva de f em um intervalo aberto I , então a função

G , definida por CxFxG += )()( , onde C é uma constante qualquer, também é uma primitiva de f em I .

Ff I )()( xfxF =′ x

I

I f

xxf 2)( = f 2)( xxF =

RIxxfxF ∈∀=′ ,)()( RIfD =)( )( fDI =

xxf 2)( = f 1)( 2 += xxFRIxxfxF ∈∀=′ ,)()(

xxf cos)( = f xxF sen)( =

RIxxfxF ∈∀=′ ,)()(

xxf

21)( = f xxF =)(

RIxxfxF ∈∀=′ ,)()(

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155

Demonstração: Com efeito, dado uma constante qualquer, se é uma

primitiva de em um intervalo aberto , então sabemos pela definição de

primitiva que . Assim, ,

ou seja, também é primitiva de em . Isto conclui a demonstração.

Observação 2: Uma questão que precisa ser respondida é a seguinte: Será que

toda primitiva de uma função é da forma , onde é uma

primitiva qualquer de e uma constante qualquer? Isto é, digamos, por exemplo,

que tenhamos , sabemos que , onde é uma constante

qualquer, é uma primitiva de . A questão a ser respondida é a seguinte: Não

haveria outra função , bem diferente de , tal que . Para respondermos a

esta questão precisaremos da conseqüência do teorema 3 vista na seção 4.3. Para comodidade do leitor, vamos repetir o enunciado e demonstração desta conseqüência no teorema que segue.

Teorema 2: Seja uma função derivável em um intervalo aberto , tal que

, então é constante em .

Demonstração: Consideremos tais que . Como é uma função

derivável em , em particular, é contínua em e derivável em , então

pelo Teorema do Valor Médio, existe , tal que

.

Como , então e assim teremos

,

ou seja, . Pela arbitrariedade de , resulta

que é constante em . Isto conclui a demonstração.

Agora estamos em condições de responder a questão proposta anteriormente. É o que fará o Teorema que se segue.

C Ff I

IxxfxF ∈∀=′ ,)()( ( ) IxxfxFCxFxG ∈∀=′=′+=′ ,)()()()(

CFG += f I

f CxFxG += )()( Ff C

xxf 2)( = CxxF += 2)( Cf

G F fG =′

f I

Ixxf ∈∀=′ ,0)( f I

Iyx ∈, yx < f

I f ],[ yx ),( yx),( yxz∈

xyxfyfzf

−−

=′ )()()(

Ixxf ∈∀=′ ,0)( 0)( =′ zf

0)()(=

−−

xyxfyf

0)()( =− xfyf ⇒ )()( xfyf = Iyx ∈,

f I

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156

Teorema 3: Se e são primitivas de , em um intervalo aberto , então

existe uma constante tal que , ou equivalentemente,

.

Demonstração: Considere a função auxiliar definida por

. Note que por hipótese temos que .

Assim,

.

Portanto pelo Teorema 2, é constante em , ou seja, existe uma constante

tal que .

Isto conclui a demonstração.

Observação 3: Os teoremas enunciados e demonstrados nos dizem que se é

uma primitiva particular de em , então toda primitiva de em é da forma

, onde é uma constante qualquer. Assim o problema de determinarmos as primitivas de uma função se resume a determinar uma primitiva particular de

. Isto nos leva a seguinte definição.

Definição 2: Seja uma primitiva de , a integral indefinida de , denotada por

, é definida por .

Observação 4: De acordo com nossa definição o símbolo é chamado de

sinal de integração, de função integrando e integrando. O processo

pelo qual determinamos todas as primitivas de uma função é denominado integração. Pela definição de integral indefinida, concluímos resumidamente que:

(i)

(ii) representa a família de todas as primitivas de .

F G f IC IxCxFxG ∈∀+= ,)()(

IxCxFxG ∈∀=− ,)()(

RII →:ϕ

)()()( xFxGx −=ϕ IxxfxGxF ∈∀=′=′ ,)()()(

( ) IxxfxfxFxGxFxGx ∈∀=−=′−′=′−=′ ,0)()()()()()()(ϕ

ϕ IC IxCx ∈∀= ,)(ϕ ⇒ IxCxFxG ∈∀=− ,)()( ⇒ IxCxFxG ∈∀+= ,)()(

Ff I f I

CFG += Cf

f

F f f

∫ dxxf )( CxFdxxf +=∫ )()(

∫)(xf dxxf )(

CxFdxxf +=∫ )()( ⇔ fF =′

∫ dxxf )( f

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157

Exemplo 2: Vejamos alguns exemplos, onde é uma constante qualquer.

(i)

(ii)

(iii)

5.2 Propriedades da Integral Indefinida Veremos agora algumas propriedades da integral indefinida que nos permitirá

obter integrais de funções mais complexas.

Teorema 1: Sejam funções e uma constante. Então:

P1) ∫ ∫= dxxfkdxxfk )()(

P2)

Demonstração: P1) Sejam uma primitiva de ( isto é, ) e uma constante. Então

é uma primitiva de , uma vez que . Desta forma, temos

que

∫ ∫=+=+= dxxfkCxFkCxFkdxxfk )())(()()( 1

P2) Sejam e primitivas de e , respectivamente. Então, é

uma primitiva de , uma vez que . Portanto,

∫ ∫∫

+=+++=

+++=++=+

dxxgdxxfCxGCxF

CCxGxFCxGxFdxxgxf

)()(])([])([

)]()([)]()([)]()([

21

21

A demonstração com o sinal de menos é idêntica e assim a demonstração está concluída.

C

Cxdxx +=∫ 22

Cxdxx +=∫ sencos

Cxdxx

+=∫ 21

RIRIIgf →⊆:, K

∫∫ ∫ ±=± dxxgdxxfdxxgxf )()()]()([

F f fF =′ KKF Kf KfFKKF =′=′)(

F G f g GF +

gf + gfGFGF +=′+′=′+ )(

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158

Observação 1: Para determinarmos a integral de uma função precisamos

conhecer muito bem o processo de derivação, pois o que pretendemos realizar agora é um processo inverso que exigirá muita intuição. A seguir exibiremos uma Tabela de Integrais Imediatas a qual usaremos com muita frequência.

Tabela de Integrais Imediatas

Nesta tabela admitiremos e constantes tais que e e

.

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11)

(12)

(13)

(14)

(15)

(16)

Exemplo 1: Calcule as integrais indefinidas:

(i)

(ii)

(iii)

(iv)

a,α C 1−≠α 0>a1≠a

∫ += Cudu

∫ += Cuduu

ln1

∫ ++

=+

Cuduu1

1

α

αα

∫ += Ca

aduau

u

ln

∫ += Cedue uu

∫ +−= Cuduu cossen

∫ += Cuduu sencos

∫ += Cuduu tgsec2

∫ +−= Cuduu cotgcossec2

∫ +=⋅ Cuduuu sectgsec

∫ +−=⋅ Cuduuu cosseccotgcossec

Cuduu

+=−∫ arcsen

11

2

Cuduu

+=+∫ arctg

11

2

Cuduuu

+=−∫ arcsec

112

∫ += Cuduu coshsenh

∫ += Cuduu senhcosh

Cxxxdxx

dxxdxxdxx

xx +++=++=

++∫ ∫∫∫ 352424 2

2165

2165

Cxexdxxdxedxxxe xxx ++=⋅+=⋅+∫ ∫∫ sec4tgsec4)tgsec4(

Cxxdxx

dxx

dxxx

++=−

+=

−+ ∫∫∫ arcsenln2

1112

112

22

Cxx

dxxdxx

dxdxxxx

xx +++=+−

+=+− ∫∫∫∫ − tg15ln

5sec15)sec5( 22

22

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159

Observação 2: Para calcularmos a integral de funções mais complicadas

necessitamos de técnicas mais apuradas, não podemos confiar apenas na Tabela de Integrais Imediatas e na nossa experiência em derivação. Nosso objetivo agora é desenvolver métodos de integração para facilitar o processo de integração.

5.3 Método da Substituição (ou Mudança de Variáveis) Este método se baseia em fazer uma mudança de variáveis com o objetivo de

simplificar a integral que desejamos calcular. Sejam uma função e uma

primitiva de , isto é, .

Suponhamos que seja uma função derivável tal que podemos considerar a

função composta . Nosso problema é calcular a integral .

Sabemos pela regra da cadeia que , no

entanto, como é uma primitiva de , então podemos escrever

. Desta forma mostramos que é uma primitiva de

. Assim, podemos escrever:

Na prática procedemos da seguinte forma:

Façamos a mudança de variável e note que

Exemplo 2: Calcule a integral .

Solução:

(*) Façamos a mudança de variável e note que

f Ff fF =′

g

gF ∫ ′⋅ dxxgxgf )())((

( )xgxgFxgFxgF ′⋅′=′=′ ))((]))(([)()(

F f

)())(()()( xgxgfxgF ′⋅=′ gF

)())(( xgxgf ′⋅ CxgFdxxgxgf +=′⋅∫ ))(()())((

CxgFCuFduufdxxgxgf +=+==′⋅ ∫∫ ))(()()()())(()*()*(

)*( )(xgu = dxxgdu )(′=

dxxex∫2

2

dxxex∫2

2 )*(

=Cedue uu +=∫ )*(

= Cex +2

2xu = xdxdu 2=

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160

Exemplo 3: Calcule a integral .

Solução:

Façamos a mudança de variável e note que

Exemplo 4: Calcule a integral .

Solução:

Cxxdxx

dx

dxx

dxxxdx

xxdx

xx

+−=+

−=

+−

++

=+−+

=+

∫∫

∫∫∫∫arctg

11

11

11

11)1(

1

2

22

2

2

2

2

2

Exemplo 5: Calcule a integral .

Solução:

Façamos a mudança de variável e note que

Observação 1: Um fato importante é que o nome da variável não é relevante

no processo de integração, mais especificamente, a integral

dxx

x∫ cos

dxx

x∫ cos)*(

=Cuduu +=⋅∫ sen2cos )*(

= Cx +sen

)*( xu =dx

xdu

21

=⇒

dxx

du 12 =

dxx

x∫ +12

2

)0(;22 >+∫ a

uadu

∫∫∫

+

=

+

=+ 222

222

1

1

1au

dua

aua

duua

du

)*(

=

Cwa

dwwa

dww

aa

+=+

=+ ∫∫ arctg1

111

11

222C

au

a+

= arctg1)*(

)*( auw = du

adw 1

=⇒ dwadu =

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161

.

Exemplo 6: Calcule a integral

Solução:

Façamos a mudança de variável e note que

Pelo Exemplo 5 , temos o resultado.

O processo de escrever é denominado processo de “completar o quadrado”.

Exemplo 7: Calcule a integral

Solução:

dxx

x∫ +−2

62)*(

=

=+

−+⋅=

+=⋅

+ ∫∫∫ duu

uduu

uduuu

u10

10)10(210

2

210 2

2

2

2

2

=

+−=

+−

++

=+

−+⋅=

∫∫

∫∫∫

duu

du

duu

duuudu

uu

22

22

2

2

2

)10(1102

10110

10102

1010)10(2

Cuu +

−=

10arctg

10102

∫∫ ∫ ∫ === dttfdwwfduufdxxf )()()()(

∫ ++ 522 xxdx

∫∫∫ ++=

+++=

++ 2222 )1(2)12(452 xdx

xxdx

xxdx

)*(

= ∫ + 222 udu

)**(

=Cu

+

2arctg

21

)*(

=

Cx+

+

21arctg

21

)*( 1+= xu dxdu =

)**(

2222 )1(2)12(452 ++=+++=++ xxxxx

dxx

x∫ +−2

62

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162

)*(

= Cxx +

−−−

1062arctg

1010622

Cxx +

−−=10

62arctg10622

Façamos a mudança de variável e note que

.

Além disso, temos que

5.4 Método de Integração por Partes Este método de integração consiste em escrever uma determinada integral

como uma soma de uma função com uma outra integral, na esperança que esta nova integral seja mais fácil de integrar. Vejamos com mais detalhes. Considere duas funções deriváveis em algum intervalo. Pela regra de derivação do produto entre funções temos:

Integrando ambos os lados desta última equação, obtemos

ou equivalentemente,

Observação 1: Uma observação importante é com relação à constante de

integração que omitimos na última passagem da descrição acima, procedemos assim porque aparecerão outras constantes no decorrer do processo de integração e a soma de todas elas poderá ser representado por uma única constante que introduziremos no final do processo. Após a última integração, a constante deverá ser introduzida obrigatoriamente.

)*( 62 −= xu

duudxdxx

du =⇒−

=622

2

2102

2662

222 +

=+⇒+

=⇒=−uxuxux

)()()()(])()([ xgxfxgxfxgxf ′⋅+⋅′=′⋅ ⇒ )()(])()([)()( xgxfxgxfxgxf ⋅′−′⋅=′⋅

∫∫∫ ⋅′−′⋅=′⋅ dxxgxfdxxgxfdxxgxf )()(])()([)()(

∫∫ ⋅′−⋅=′⋅ dxxgxfxgxfdxxgxf )()()()()()(

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163

Observação 2: Na prática procedemos da seguinte forma . Digamos que

queremos calcular a integral

.

Então façamos e .

Portanto, podemos escrever , que é denominada de fórmula para integração por partes.

Exemplo 1: Calcule a integral

Solução:

Por integração por partes, temos

Exemplo 2: Calcule a integral dxxx∫ sen2

Solução:

dxxx∫ sen2 )1(= ∫+− dxxxxx cos2cos2 = ( )∫−+− dxxxxxx sensen2cos2

( ) Cxxxxx +++−= cossen2cos2 Cxxxx +−+= cos)2(sen2 2

)1( Por integração por partes, temos

2xu = dxxdv sen=

dxxdu 2= xv cos−=

)2( Por integração por partes, temos

∫ ′⋅ dxxgxf )()(

dxxfduxfu )()( ′=⇒= dxxgdvxgv )()( ′=⇒=

∫ ∫−= vduuvudv

dxex x∫ 3

dxex x∫ 3 )*(

=dxexe

xx ∫− 33

1 33

=dxexe xx ∫− 33

31

31

==+− Cexe xx 33

91

31

=( ) Cxe x

+−139

3

)*( xu = dxedv x3= dxdu = 3

3xev =

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164

xu = dxxdv cos=

dxdu = xv sen=

Exemplo 3: Calcule a integral

Solução:

Por integração por partes, temos e

Exemplo 4: Calcule a integral

Solução:

dxxe x∫ )2sen(3 )1(= ∫+− dxxexe xx )2cos(

23)2cos(

21 33

)2(=

−+− ∫ dxxexexe xxx )2sen(

23)2sen(

21

23)2cos(

21 333

)2(=

dxxexexe xxx ∫−+− )2sen(49)2sen(

43)2cos(

21 333

Aparentemente não houve evolução no processo de integração, entretanto se

denotarmos a integral que desejamos calcular por , isto é, ,

obteremos:

oxx CIxexeI +−+−=

49)2sen(

43)2cos(

21 33

Note que neste momento introduzimos uma constante aleatória , pois não iremos resolver mais integrais e todas as constantes estavam acumuladas na última

integral a ser calculada. Assim, isolando , obtemos

ox

oxx CxxeICxexeII +

−=⇒++−=+ )cos()sen()sen()cos( 2

212

43

4132

432

21

49 333

⇒ [ ] CxxeCxxeI xo

x +−=+

−= )2cos(2)2sen(3

131

134)2cos(

21)2sen(

43

134 33 ,

dxx∫ ln

dxx∫ ln )*(

= ∫ ⋅− dxx

xxx 1ln= ∫− dxxx ln

= Cxxx +−ln

)*( xu ln= dxdv 1= dxx

du 1=

xv =

dxxe x∫ )2sen(3

I dxxeI x∫= )2sen(3

oC

I

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165

onde denotamos oCC134

= .

Portanto, .

)1( Por integração por partes, temos

xeu 3= dxxdv )2(sen=

dxedu x33= )2cos(21 xv −=

)2( Por integração por partes, temos

xeu 3= dxxdv )2(cos=

dxedu x33= )2(sen21 xv =

Exemplo 5: Calcule a integral

Solução:

Portanto,

Portanto,

Por integração por partes, temos

Usaremos a Relação Trigonométrica:

)*(

Cxxedxxex

x +−=∫ )]2cos()2sen(3[11

)2sen(3

3

dxxI ∫= 3sec

dxxI ∫= 3sec )1(=

dxxxxx ∫ ⋅−⋅ 2tgsectgsec )2(=

=−⋅−⋅ ∫ dxxxxx )1(secsectgsec 2

oCdxxIxxdxxxxx ++−⋅=−−⋅= ∫∫ sectgsec)sec(sectgsec 3

oCdxxIxxI ++−⋅= ∫sectgsec)3(

⇒ oCCxxIxxI ++++−⋅= 1tgseclntgsec

⇒2tgseclntgsec2 CxxxxI +++⋅= ⇒ [ ] CxxxxI +++⋅= tgseclntgsec

21

[ ] Cxxxxdxx +++⋅=∫ tgseclntgsec21sec3

)1(= xu sec= dxxdv 2sec= dxxxdu tgsec ⋅= xv tg=

)2(= 1sectgsectg1 2222 −=⇒=+ xxxx

)3(= ∫∫∫ +

⋅+=

++⋅

= dxxx

xxxdxxx

xxxdxxtgsec

tgsecsectgsec

)tg(secsecsec2 )*(

= ∫ += 1ln1 Cwdww

)*(

= 1tgsecln Cxx ++

dxxxxdwxxw )tgsec(sectgsec 2 ⋅+=⇒+=

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166

Observação 3: Em todas as integrais indefinidas que havíamos visto pode ser feita uma verificação ao final do processo de integração. Para isso, usaremos o

seguinte fato

Vejamos isto neste último exemplo.

Verificação do Exemplo 5: Vimos que

.

[ ]

++⋅

++⋅=′

+++⋅

xxxxxxxxCxxxx

tgsecsectgsecsectgsec

21tgseclntgsec

21 2

32

[ ]xxxx

xxxxxxxx

sec)sec(tgsec

tgsec)sec(tgsecsectgsec

++=

++

++⋅=

22

32

2121

[ ][ ] xxxxx

xxxx

333

22

21

121

secsecsecsecsec

sec)sec(secsec

=++−=

++−=

CxFdxxf +=∫ )()( ⇔ fF =′

[ ] Cxxxxdxx +++⋅=∫ tgseclntgsec21sec3

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167

Teste o seu conhecimento 1. Nos exercícios de 1 a 6, calcule as integrais e verifique sua resposta por derivação.

1.1.

1.2.

1.3.

1.4.

1.5.

1.6.

2. Encontre uma função tal que e .

3. Nos exercícios que se seguem calcule as integrais.

3.1.

3.2.

3.3.

3.4.

3.5.

3.6.

3.7.

3.8.

3.9.

3.10.

3.11.

3.12.

3.13.

3.14.

3.15.

3.16.

3.17.

3.18.

3.19.

3.20.

∫ 4xdx

dxx∫ − 21

9

dxx

xxx∫ −+3

56 234

dxx

x∫ seccossec2

∫ +− dx

xx

11

2

2

∫ dxxxx

2lnln

f 0sen)( =+′ xxf 3)0( =f

∫ +dx

xx

212

∫ dxxtg

dxxxx∫ +⋅−+ )12()522( 62

dxxx∫ − 42 2

dxe

ex

x

∫ + 4

∫ +dx

xx21

arctg

∫ + 216 xdx

∫ dxxx2ln

dxxx∫ −+13

∫ +16x

x

ee

∫ ++ dx

xx

11cos

∫ ⋅ dxxx ln

∫ −− dxex x)1(

∫ dxex x2

∫ dxex x 25

dxx3sen∫dxx∫ 3seccos

∫ dxex

x1

31

∫ dxxxarctg

∫ dxxe x )4cos(3

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168

5.5 Integração por Substituição Trigonométrica. Suponhamos que desejamos calcular uma integral onde o integrando contém

expressões da forma , ou , onde admitiremos .

Nestes casos, quando não for possível uma substituição simples, podemos remover o radical com substituições trigonométricas convenientes.

(i) A função integrando envolve a expressão

Neste caso, podemos fazer a substituição . Assim, , e desta forma podemos escrever:

(ii) A função integrando envolve a expressão

Neste caso, podemos fazer a substituição . Assim, , e desta forma podemos escrever:

(iii) A função integrando envolve a expressão

Neste caso, podemos fazer a substituição . Assim, , e desta forma podemos escrever:

Vejamos alguns exemplos para esclarecer o procedimento.

Exemplo 1: Calcule a integral

Solução:

dxx

x∫

−2

24 )*(

= θθθθ

θθθθ

dd cos2sen4

)sen1(4cos2

)sen2()sen2(4

2

2

2

2

∫∫−

=−

θθθθθ

θθθθ

θθ ddd ∫∫∫ === 2

2

22

2

sen4cos4cos2

sen4cos2cos2

sen4cos4

θθθθθθθ ddd )1(cosseccotg

sencos 22

2

−==

= ∫∫∫

22 ua − 22 ua + 22 au − 0>a

22 ua −

θsenau = θθ dadu cos=

θθθθ coscos)sen1()sen( 22222222 aaaaaua ==−=−=−

22 ua +

θtgau = θθ dadu 2sec=

θθθθ secsec)tg1()tg( 22222222 aaaaaua ==+=+=+

22 au −

θsecau = θθθ dadu tgsec ⋅=

θθθθ tgtg)1(sec)sec( 22222222 aaaaaau ==−=−=−

dxx

x∫ −2

24

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169

∫∫ −= θθθ dd2cossec C+−−= θθcotg

Cxx

x+

−−=

2arcsen4 2

Façamos a substituição

Além disso, e .

Observação 1: Havendo dificuldade para retornar à variável original , faça

uso de um triângulo retângulo que satisfaz a relação ..

Exemplo 2: Calcule a integral

Solução

dxx∫ + 24)*(

= =⋅+=⋅+ ∫∫ θθθθθθ dd 2222 sec2tg44sec2)tg2(4

)**(32

2222

sec4sec2sec2

sec2sec4sec2)tg1(4

==⋅=

⋅=⋅+=

∫∫

∫∫θθθθθ

θθθθθθ

dd

dd

)**(

= [ ] C+++⋅ θθθθ tgseclntgsec2

)*(

= Cxxxx+

+++

+24ln

442

22

Façamos a substituição . Além disso, e

.

Vimos no exemplo 5 da seção 5.4, que

)*( θsen2=x ⇒ θθ ddx cos2=

xx24

sencoscotg −

==θθθ

=

2arcsen xθ

x

2hipotenusaoposto catetosen x

==θ

dxx∫ + 24

)*( θtg2=x ⇒ θθ ddx 2sec2=2

tg x=θ

24sec

2x+=θ

)**( [ ] Cxxxxdxx +++⋅=∫ tgseclntgsec21sec3

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170

Observação 2: Havendo alguma dificuldade para retornar à variável original ,

faça uso de um triângulo retângulo que satisfaz a relação

.

Exemplo 3: Calcule a integral

Solução:

Façamos a substituição Além disso,

e .

Vimos no exemplo 5 da seção 5.4, que

e

Observação 3: Havendo alguma dificuldade para retornar à variável original

, faça uso de um triângulo retângulo, construa o triângulo retângulo com a informação de que

.

x

2adjacente catetooposto cateto xtg ==θ

dxx∫ − 42

dxx∫ − 42)*(

= =⋅⋅−=⋅⋅− ∫∫ θθθθθθθθ dd tgsec2)1(sec4tgsec24)sec2( 22

=⋅=⋅⋅= ∫∫ θθθθθθθ dd 22 tgsec4tgsec2tg4

=−=−⋅= ∫∫ θθθθθθ dd secsec4)1(secsec4 32

=−= ∫∫ θθθθ dd sec4sec4 3

[ ] =++−++⋅= Cθθθθθθ tgsecln4tgseclntgsec2

[ ] C++−⋅= θθθθ tgseclntgsec2)*(

= Cxxxx+

−+−

−2

4ln4

4222

)*( θsec2=x ⇒ θθθ ddx tgsec2 ⋅=2

4tg2 −

=xθ

2sec x

)**( 1tgseclnsec Cxxdxx ++=∫[ ] Cxxxxdxx +++⋅=∫ tgseclntgsec

21sec3

x

2adjacente catetohipotenusa

cos1sec x

===θ

θ

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171

5.6 Integração por Frações Parciais Inicialmente, lembremos que uma função racional é, por definição, o quociente

entre duas funções polinomiais, isto é,

onde e são funções polinomiais. Vale ressaltar que algumas funções

racionais simples podem ser resolvidas por processos de integração vistos anteriormente, como, por exemplo, as integrais

, , e

Nesta seção vamos apresentar um método de integração, denominado “Integração por Frações Parciais”. Este método se baseia em escrever a função racional como soma de frações mais simples, na esperança de facilitar a integração, integrando as frações mais simples. Para isto, usaremos um resultado da Álgebra, que é dado no teorema que se segue.

Teorema 1: Todo polinômio, com coeficientes reais, pode ser escrito como um

produto de fatores lineares e/ou quadráticos irredutíveis, todos com coeficientes reais.

Demonstração: Não veremos a demonstração neste curso para não desviarmos

de nosso objetivo imediato que são as técnicas de integração. Não obstante, o estudante verá a demonstração em um curso de álgebra mais adiante. Dividiremos o

nosso estudo em quatro casos, dependendo de como o denominador , da função

racional , seja decomposto. Admitiremos no que segue que o grau de

é menor que o grau de , isto é, , se isso não ocorrer,

façamos a divisão inicialmente, e desta forma voltaremos aos casos tradicionais. Mais

precisamente, se então existem polinômios e tais que

, onde , assim obtemos

, onde

.

Outra simplificação útil em nosso estudo é admitir que o polinômio possui

coeficiente do termo de mais alto grau igual a , se isto não ocorrer divida o

)(xp )(xq

dxx∫ 21 dx

x∫ +161

2 dxx

x∫ + 422 dx

xx∫ ++ 1361

2

)(xq

)()()(

xqxpxf =

)(xp )(xq )()( xqxp ∂<∂

)()( xqxp ∂≥∂ )(xm )(xr)()()()( xrxmxqxp +⋅= )()( xqxr ∂<∂

∫ ∫∫∫ ∫ +=+⋅

== dxxqxrdxxmdx

xqxrxmxqdx

xqxpdxxf

)()()(

)()()()(

)()()(

)()( xqxr ∂<∂

)(xq1

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172

numerador e o denominador da função racional por este fator.

Passemos aos casos.

(Caso 1) é um produto de fatores lineares distintos.

Neste caso podemos escrever na forma ,

desta forma o Teorema das frações parciais estabelece que existem constantes

tais que

Estas constantes serão determinadas conforme o exemplo abaixo. Daí teremos:

Exemplo 1: Calcule a integral

Solução:

• Para , temos que

)()()(

xqxpxf =

)(xq

)(xq )())(()( 21 naxaxaxxq −−−=

nAAA ,,, 21 n

n

axA

axA

axA

xqxpxf

−++

−+

−==

2

2

1

1

)()()(

∫∫∫ =−

++−

+−

== dxax

Aax

Aax

Adxxqxpdxxf

n

n2

2

1

1

)()()(

=−

++−

+−

= ∫∫∫ dxax

Adxax

Adxax

An

n2

2

1

1

dxax

Adxax

Adxax

An

n∫∫∫ −++

−+

−=

111

22

11

CaxAaxAaxA +−++−+−= 332211 lnlnln

dxxxx∫ −+− 6116

123

dxxxx

dxxxx ∫∫ −−−

=−+− )3)(2)(1(

16116

123

)*(

= =−

+−−

+−∫ dx

xxx 32

1

21

12

1

=−

+−

−−

= ∫∫∫ dxx

dxx

dxx 3

121

21

11

21

Kx

xxCxxx +−

+−=+−+−−−=

234ln3ln

212ln1ln

21 2

)*( 321)3)(2)(1(1

−+

−+

−=

−−− xC

xB

xA

xxx⇒ 1)2)(1()3)(1()3)(2( =−−+−−+−− xxCxxBxxA

1=x2112 =⇒= AA

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173

• Para , temos que

• Para , temos que

Desta forma, podemos escrever

Note que, neste caso, não é aconselhável multiplicar os fatores e fazer identificação de polinômios, daria mais trabalho. Não obstante, se assim procedermos, obteríamos o mesmo resultado.

Exemplo 2: Calcule a integral

Solução: Como o grau do numerador, , é maior que o grau do

denominador, , efetuamos inicialmente a divisão dos polinômios, para obter:

Assim,

Kx

xxxx+

−+−

++2

34ln42

22

(Caso 2) é um produto de fatores lineares distintos, alguns dos quais repetidos.

Se um determinado fator linear de , digamos , tem multiplicidade ,

a esse fator corresponderá uma soma de frações parciais da forma

Estas constantes podem ser determinadas conforme o exemplo que se segue.

2=x 11 −=⇒=− BB

3=x2112 =⇒= CC

32

1

21

12

1

)3)(2)(1(1

−+

−−

+−

=−−− xxxxxx

dxxxx

xxxx∫ −+−−+−−

61162338132

23

234

)(xp

)(xq

1)6116)(4(2338132 23234 +−+−+=−+−− xxxxxxxx

=−+−

+−+−+=

−+−−+−− ∫∫ dx

xxxxxxxdx

xxxxxxx

61161)6116)(4(

61162338132

23

23

23

234

=−+−

++=−+−

+−+−+= ∫∫ dx

xxxxdx

xxxxxxx

61161)4(

61161)6116)(4(

2323

23

∫ ∫ −+−++= dx

xxxdxx

61161)4( 23

1Exemplo

=

)(xq

)(xq ax − k

k k

k k

a x A

a x A

a x A

a x A

) ( ) ( ) ( 1 1

2 2 1

− +

− + +

− +

− − − ���

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174

Exemplo 3: Calcule a integral

Solução: O primeiro passo é decompor o denominador da função racional.

Vejamos, . Desta forma o denominador é um produto

de fatores lineares distintos, alguns dos quais repetidos. Assim,

dxxxx

xx∫ −+−+−

485573

23

2

= dx

xxxx∫ −−+−

2

2

)2)(1(573

= dx

xxxx

∫ −−+−

2

2

)2)(1(573

dxx

dxx

dxx ∫∫∫ −

+−

+− 2)2(

132

121

1

K

xxx +

−−−+−=

232ln21ln

Kx

xxx +−

−−+−=2

3485ln 23 .

• Para , temos que • Para , temos que • Para , temos que

Portanto, podemos escrever

(Caso 3) é um produto de fatores lineares e quadráticos irredutíveis, sendo que os fatores quadráticos não se repetem.

Neste caso, para cada fator quadrático irredutível ( ) da forma

, corresponderá uma fração parcial da forma Estas constantes

podem ser determinadas conforme o exemplo que se segue.

Exemplo 4: Calcule a integral

Solução: O primeiro passo é decompor o denominador da função racional.

Vejamos, . Desta forma, o denominador é um

produto de fatores lineares e quadráticos irredutíveis. Assim,

dxxxx

xx∫ −+−+−

485573

23

2

223 )2)(1(485 −−=−+− xxxxx

)*(

=

)*( 22

2

)2(21)2)(1(573

−+

−+

−=

−−+−

xC

xB

xA

xxxx ⇒

573)1()2)(1()2( 22 +−=−+−−+− xxxCxxBxA

1=x 1=A2=x 3=C3=x 271121122 =⇒−=⇒=++ BBCBA

22

2

)2(3

22

11

)2)(1(573

−+

−+

−=

−−+−

xxxxxxx

)(xq

042 <−=∆ cb

cbxx ++2

cbxxBAx++

+2

dxxxx

xx∫ −++++

31

23

2

)32)(1(3 223 ++−=−++ xxxxxx

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175

Fazendo a identidade dos polinômios, obtemos o sistema:

cuja solução é dada por . Portanto, podemos escrever

(Caso 4) é um produto de fatores lineares e quadráticos irredutíveis, sendo que alguns dos fatores quadráticos se repetem.

Neste caso, para cada fator quadrático irredutível ( ) da forma

, que se repete com multiplicidade , corresponderá uma soma de frações parciais da forma

Estas constantes podem ser determinadas conforme o exemplo que se segue.

Exemplo 5: Calcule a integral

dxxxx

xx∫ −++++

31

23

2

= dxxxx

xx∫ ++−++

)32)(1(1

2

2 )*(

= ∫ =

+++

+−

dxxx

xx 32

11

121

2

∫∫ =++

++

−= dx

xxxdx

x 3222

41

11

21

2 =++++− Kxxx 32ln411ln

21 2

Kxxx +++⋅−= 4 2 321ln

)*( 31

23

2

−++++xxx

xx =)32)(1(

12

2

++−++

xxxxx

321 2 +++

+−

=xxCBx

xA

⇒ 1))(1()32( 22 ++=+−+++ xxCBxxxxA

⇒ 1)3()2()( 22 ++=−++−++ xxCAxCBAxBA

111

32

===

−+−

+

CACBA

BA

21

=== CBA3

123

2

−++++xxx

xx

+++

+−

=32

11

121

2 xxx

x

)(xq

042 <−=∆ cbcbxx ++2 k

kkk

cbxxBxA

cbxxBxA

cbxxBxA

)()( 22222

211

+++

++++

++

+++

dxxxxxx

xxx∫ −+−+−−++

12224

2345

24

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176

Solução: O primeiro passo é decompor o denominador da função racional.

Vejamos, . Desta forma o denominador é

um produto de fatores lineares e quadráticos irredutíveis que se repetem. Assim,

dxx

xx∫

++

+− 22 )1(

321

1

∫∫∫ ++

+−

=

++

+−

= dxx

xdxx

dxx

xx 2222 )1(

321

1)1(32

11 ∫∫∫ +

++

+−

= dxx

dxx

xdxx 2222 )1(

13)1(

21

1

24

)()()2()()(24

234

−++=

−−++−+−++−+++−++⇒

xxx

ECAxEDCBxDCBAxCBxBA

Fazendo a identidade dos polinômios, obtemos o sistema:

Cuja solução é dada por , , e . Portanto, podemos

escrever

Fazendo a substituição trigonométrica

222345 )1)(1(122 +−=−+−+− xxxxxxx

dxxxxxx

xxx∫ −+−+−−++

12224

2345

24

= dxxx

xxx∫ +−−++

22

24

)1)(1(24 )*(

=

−+

−−=1

11ln 2

)**(

xx oK

xxx +

++

1arctg

23

2

)*( 12224

2345

24

−+−+−−++

xxxxxxxx = 22

24

)1)(1(24

+−−++

xxxxx = 222 )1(11 +

++

++

+− x

EDxx

CBxx

A

⇒ =+−++−+++ ))(1()1)(1)(()1( 222 EDxxxxCBxxA 24 24 −++ xxx

⇒ 24))(1()1)(()12( 242324 −++=+−+−+−++++ xxxEDxxxxxCBxxxA

−=−−=+−+−=+−+

=+−=+

2142

01

ECAEDCB

DCBACBBA

1=A 0== CB 2=D 3=E

222222345

24

)1(32

11

)1(1112224

++

+−

=++

+++

+−

=−+−+−

−++x

xxx

EDxx

CBxx

Axxxxx

xxx

)**( ∫ +dx

x 22 )1(1 )#(

= =+

=== ∫ ∫∫∫ θθθθθθθ

θθ dddd2

2cos1cossec

1sec

sec 224

2

ooo Kx

xxKK ++

+=+⋅+=++=12

1arctg21cossen

21

22sen

41

2 2θθθθθ

θθθ ddxx 2sectg =⇒=

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177

5.7 Substituições Diversas Nesta seção veremos algumas substituições especiais que podem ser usadas

para resolvermos determinadas integrais. Veremos vários exemplos onde usaremos algumas dessas substituições.

Exemplo 1: Calcule a integral

Solução:

dxxduxu cossen =⇒=

Exemplo 2: Calcule a integral dxx∫ 4sen .

Solução:

∫∫∫∫ +−=

== dxxxdxxdxxdxx )2cos2cos21(41

22cos1)(sensen 2

2224

Neste exemplo não fizemos nenhuma substituição, procedemos de maneira direta. No processo de integração é importante adquirir tal habilidade.

Exemplo 3: Calcule a integral

Solução:

dxx∫ 5cos

∫∫∫ ⋅−=⋅= dxxxdxxxdxx cos)sen1(cos)(coscos 22225)*(

=

∫∫∫ ⋅−=⋅= dxxxdxxxdxx cos)sen1(cos)(coscos 22225)*(

=

)*(

= =+−−=−−=− ∫∫ Cuuuduuuduu 534222

51

32)21()1(

)*(

= Cxxx +−− 53 sen51sen

32sen

)*(

= ∫∫∫∫ =+−=+

+− dxxdxxdxdxxx 4cos812cos

21

83)

24cos12cos21(

41

Cxxx ++−= 4sen3214sen

41

83

dxx∫ 3tg

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178

Observação: Quando temos uma integral da forma , isto é,

o integrando é uma função racional de e , devemos fazer a seguinte

substituição .

Além disso, como

e .

Assim, quando utilizamos esta substituição podemos fazer uso das fórmulas

.

Vejamos esta substituição no exemplo que se segue.

Exemplo 4: Calcule a integral

Solução:

Fazendo a substituição . Além disso, temos

e . Resolvendo a integral pelo método de

frações parciais, temos

=−⋅=−⋅=⋅= ∫∫∫∫ dxxxxdxxxdxxxdxx tgsectg)1(sectgtgtgtg 2223

Cxxdxxdxxx +−=−⋅= ∫∫ cosln2

tgtgsectg2

2

∫ dxxxR )sen,(cos

xsen xcos

dtt

dxtxxt 212arctg2

2tg

+=⇒=⇒=

22 1

2sen

2tg1

2tg2

senttxx

x

x+

=⇒+

= 2

2

2

2

11cos

2tg1

2tg1

costtxx

x

x+−

=⇒+

−=

dtt

dx 212+

= 212sen

ttx

+= 2

2

11cos

ttx

+−

=

xdxcos53+∫

xdxcos53+∫

)*(

= dtt

tt 2

2

2 12

1153

1+

+−

+∫ =

−−=

−= ∫∫ dt

tdt

t 41

282

22

)**(

= CttC

tt

+−+

=++−

−22ln

41

22ln

41 )*(

= Cx

x

+−

+

22

tg

22

tgln

41

)*( dtt

dxtxxt 212arctg2

2tg

+=⇒=⇒=

212sen

ttx

+= 2

2

11cos

ttx

+−

= )**( dtt∫ − 4

12

Cttdt

t+

+−

=−∫ 2

2ln41

41

2

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179

Teste o seu conhecimento 1. Calcule as integrais dadas.

1.1.

1.2.

1.3.

1.4.

1.5.

1.6.

1.7.

1.8.

dxx

x∫ −2

2

29

dxxx∫ + 43 2

2

dxxx∫ −16123

dxxxx

x∫ +−−−

332

23

dxxx

xx∫ −−+

24

3

413

dxxxx

xx∫ −++++

3452

23

2

dxxxx

x∫ +++

22 )32(1

∫ ++ 2cossen xxdx

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180

5.8 Área e Integral Definida Agora vamos introduzir o conceito de integral definida. Veremos as

propriedades das integrais definidas e veremos o Teorema Fundamental do Cálculo que é a peça chave de todo o Cálculo Diferencial e Integral, pois é o elo de ligação entre as operações de derivação e integração. Veremos dentro das aplicações da integral, o cálculo de áreas entre curvas e volumes de sólidos de revolução.

Considere uma função contínua e não negativa . Desejamos analisar agora o

problema de definir a área de uma região plana , delimitada pelo gráfico de ,

pelo eixo dos e pelas retas e , conforme figura 1.

Figura 1: Área sob o gráfico de , de até .

Para calcular esta área, considere uma partição P do intervalo , isto é,

uma subdivisão do intervalo em subintervalos, escolhendo os pontos

.

Com o objetivo de entender a definição, considere também

o comprimento do intervalo .

Além disso, em cada um destes intervalos , escolhemos um ponto

qualquer .

Para cada , , construímos um retângulo de base e altura .

A soma das áreas dos retângulos, que denotaremos por , é dada por

Esta soma é denominada soma de Riemann da função . Note que à medida

que n cresce muito e cada , , torna-se muito pequeno, a soma das

fA S f

x ax = bx =

f a b

],[ ba],[ ba n

bxxxxxxa nii =<<<<<<<= − 1210

1−−=∆ iii xxx

],[ 1 ii xx −

],[ 1 ii xx −

ic

i ni ,,1= ix∆ )( icf

n nS

∑=

∆=∆++∆+∆=n

iiinnn xcfxcfxcfxcfS

12211 )()()()(

f

ix∆ ni ,,2,1 =

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181

áreas retangulares aproxima-se do que entendemos intuitivamente como sendo a

área da região plana .

Definição 1: Seja f uma função contínua e não negativa em ],[ ba . A área sob a

curva )(xfy = , de a até b , é definida por

∑=

→∆→∆∆==

n

iiin xcfSA

10ixmáx0ixmáx

)(limlim

onde ic é um ponto aleatório do intervalo ],[ 1 ii xx − , para cada ni ,,2,1 = .

Observação 1: Podemos provar, não o faremos aqui neste curso, que o limite

da definição anterior existe e é um número não negativo.

Definição 2: Seja uma função definida no intervalo e seja P uma partição

qualquer de . A integral definida de até , denotada por , é dada

por , desde que o limite exista. Se existe,

dizemos que é integrável em .

Observação 2: O símbolo foi introduzido por Leibniz e é chamado de sinal

de integração. Na notação de integral definida, , os números e são

denominados limites de integração, mais precisamente, é denominado limite

inferior e de limite superior. Além disso, quando é integrável em ,

temos que é um número real e não depende da variável utilizada para

integração, desta forma podemos escrever, , isto é,

podemos usar qualquer símbolo para representar a variável independente.

S

f ],[ ba

],[ ba a b ∫b

adxxf )(

∑∫=

→∆∆=

n

iii

b

axcfdxxf

10xmáx

)(lim)(i ∫

b

adxxf )(

f ],[ ba

∫∫

b

adxxf )( a b

a

b ∫b

adxxf )( ],[ ba

∫b

adxxf )(

∫∫∫ ==b

a

b

a

b

adwwfdttfdxxf )()()(

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182

Observação 3: Uma observação de grande importância é que se é contínua

e não negativa em , as definições de área e integral definida coincidem e

portanto temos que , isto é, a integral definida representa a área da

região sob o gráfico de , de até .

Figura 2: Área sob , de até .

Observação 4: No que segue, quando usarmos um intervalo ,

admitiremos .

Definição 3: Suponhamos que é integrável em . Então,

(i)

(ii) Se existe, então

Teorema: Se é contínua em , então é integrável em .

Demonstração: Não será feita neste curso. Não obstante, o estudante verá

esta demonstração num primeiro curso de análise na reta que fará futuramente.

f

],[ ba

∫=b

adxxfA )(

f a b

f a b

],[ baba ≤

f ],[ ba

=∫a

bdxxf )( ∫−

b

adxxf )(

)(af 0)( =∫a

adxxf

f ],[ ba f ],[ ba

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183

5.9 Propriedades da Integral Definida Agora, listaremos várias propriedades da integral definida. Não é o nosso

objetivo demonstrar estas propriedades, apenas usá-las. O leitor interessado na demonstração destas propriedades encontrará nas bibliografias listadas abaixo.

Teorema 1: Se é uma função integrável em e é um número real arbitrário, então é uma também uma função integrável em e

.

Teorema 2: Sejam e funções integráveis em , então é integrável em e

Observação: O teorema 2 pode ser generalizado para a soma de um número

finito de funções e podemos escrever

Além disso, o teorema também é válido para diferença de função

Teorema 3: Suponhamos que e é integrável em e em , então é integrável em e

Teorema 4: Seja uma função integrável em tal que , então

f ],[ ba kkf ],[ ba

∫∫ =⋅b

a

b

adxxfkdxxfk )()(

f g ],[ ba gf +],[ ba

∫∫∫ +=+b

a

b

a

b

adxxgdxxfdxxgxf )()()]()([

∫∫∫∫ +++=+++b

an

b

a

b

a

b

an dxxfdxxfdxxfdxxfxfxf )()()()]()()([ 2121

∫∫∫ −=−b

a

b

a

b

adxxgdxxfdxxgxf )()()]()([

bca << f ],[ ca ],[ bcf ],[ ba

∫∫∫ +=b

c

c

a

b

adxxfdxxfdxxf )()()(

f ],[ ba ],[,0)( baxxf ∈∀≥

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184

Teorema 5: Sejam e funções integráveis em tais que

, então

Teorema 6: Se é uma função contínua em , então

Teorema 7: Se é uma função contínua em , então existe um ponto entre

e tal que

Teorema 8: Se é uma função contínua em , tal que

, então

0)( ≥∫b

adxxf

f g ],[ ba

],[),()( baxxgxf ∈∀≥

∫∫ ≥b

a

b

adxxgdxxf )()(

f ],[ ba

∫∫ ≤b

a

b

adxxfdxxf )()(

f ],[ ba ca b

)()()( cfabdxxfb

a−=∫

f ],[ ba

],[,)( baxMxfm ∈∀≤≤

)()()( abMdxxfabmb

a−≤≤− ∫

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185

5.10 Teorema Fundamental do Cálculo O Teorema Fundamental do Cálculo estabelece uma conexão entre os dois

ramos do cálculo: o cálculo diferencial e o cálculo integral. O Cálculo Diferencial surgiu do problema da tangente, enquanto o cálculo integral surgiu de um problema aparentemente não relacionado, o problema da área. O Teorema Fundamental do Cálculo dá a precisa relação inversa entre a derivada e a integral. Foram Newton e Leibniz que exploraram essa relação e usaram-na para desenvolver o cálculo como um método matemático sistemático. Em particular, eles viram que o Teorema Fundamental do Cálculo os capacitou a computar áreas e integrais muito mais facilmente, sem que fosse necessário recorrer à definição diretamente.

Teorema 1: Seja uma função contínua em , então a função ,

definida por , é derivável em e ,

.

Demonstração: De fato, dado , temos

)(lim)(lim00

zfh

hzfhh →→

=

Como é contínua em , em particular o será em , então pelo Teorema 7,

existe tal que .

Além disso, como está entre e , segue que quando . Então

pela continuidade da função , temos que .

Note que se for ou , considere os limites laterais adequados. Isto completa a demonstração.

Agora, estamos em condições de estabelecer o principal teorema do cálculo integral denominado Teorema Fundamental do Cálculo.

f ],[ ba RIbaG →],[:

∫=x

adttfxG )()( ],[ ba )()()( xfdttf

dxdxG

x

a==′ ∫

],[ bax∈∀

],[ bax∈

=−+

=−

=−+

=′ ∫ ∫∫∫ ∫+

+

→→ h

dttfdttfdttf

h

dttfdttf

hxGhxGxG

x

a

x

a

hx

xh

hx

a

x

ahh

)()()(lim

)()(lim)()(lim)(

000

h

dttfhx

xh

∫+

→=

)(lim

0

)*(

=)**(

= )(xf

)*( f ],[ ba ],[ hxx +

),( hxxz +∈ hzfxhxzfdttfhx

x)())(()( =−+=∫

+

)**( z x hx + xz → 0→h

f )()lim()(lim00

xfzfzfhh

==→→

x a b

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186

Teorema 2 (Teorema Fundamental do Cálculo): Sejam uma função contínua em e uma primitiva de em , então

.

Demonstração: Como é uma função contínua em , então pelo

Teorema 1 , segue que é uma primitiva de em . Seja

uma primitiva de em , então existe uma constante tal que

.

Note agora que e .

Assim, temos que

.

Isto conclui a demonstração.

Exemplo 1: Calcule a integral dxx∫1

0

2

Solução: . Note que, como a função é

contínua e não negativa em , resulta que a área sob o gráfico de , de a , é

igual a

Exemplo 2: Calcule a integral

f],[ ba F f ],[ ba

[ ] )()()()( aFbFxFdxxf ba

a

b−==∫

f ],[ ba

∫=x

adttfxG )()( f ],[ ba F

f ],[ ba C

],[,)()( baxCxGxF ∈∀+=

0)()( == ∫a

adttfaG ∫=

b

adttfbG )()(

∫∫ =−=−=−−+=−b

a

b

adttfdttfaGbGCaGCbGaFbF )(0)()()())(())(()()(

310

31

3

1

0

31

0

2 =−=

=∫ xdxx 2)( xxf =

]1,0[ f 0 1

.31

dxx∫2

0

cosπ

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187

Solução: . Note que, como a função

é contínua e não negativa em , resulta que a área sob o gráfico

de , de a , é igual a

Exemplo 3: Calcule a integral

Solução: Neste caso, temos dois procedimentos para calcular a integral.

Vejamos em detalhes estes procedimentos.

Primeiro Procedimento: Calculamos, inicialmente, a integral indefinida

.

Façamos a mudança de variáveis . Portanto, . De

posse da primitiva de que é dada por , calculamos a

integral. Com efeito,

Segundo Procedimento: Calculamos diretamente a integral dada.

Façamos a mudança de variáveis . Portanto, Além disso,

como , então e

[ ] 101sencos 20

2

0

=−==∫ ππ

xdxx

xxf cos)( =

2,0 π

f 02π

.1

dxx

x∫ +

1

02 1

∫ +dx

xx

12

∫ +dx

xx

12

)*(

= Cuduu

+=∫ ln211

21 )*(

= Cx ++ )1ln(21 2

)*( xdxduxu 212 =⇒+= xdxdu =21

1)( 2 +=

xxxf CxxF ++= )1ln(

21)( 2

2ln2ln2102ln

211ln

212ln

21)0()1()]([

110

1

02 ==−=−=−==+∫ FFxFdx

xx

dxx

x∫ +

1

02 1

)*(

= [ ] [ ] 2ln2ln211ln2ln

21ln

211

21 2

1

2

1

==−=+=∫ Cuduu

)*( xdxduxu 212 =⇒+= xdxdu =21

1)( 2 +== xxuu 1)0( =u 2)1( =u

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188

A vantagem do segundo procedimento está em não haver a necessidade de desfazermos a substituição. Por outro lado, se a integral for um pouco mais complicada, o primeiro procedimento é mais indicado.

Note também que, como a função é contínua e não negativa em

, resulta que a área sob o gráfico de , de a , é igual a

Exemplo 4: Calcule a integral

Solução: Sabemos que , vimos este fato quando

estudamos integração por partes. Assim,

.

Note que, como a função é contínua e não negativa em ,

resulta que a área sob o gráfico de , de a , é igual a .

Observação: Quanto ao método de integração por partes, na prática

procedemos da seguinte forma. Digamos que queremos calcular a integral

. Então façamos e

.

Portanto, podemos escrever , que é denominada de

fórmula para integração por partes com limites de integração.

1)( 2 +=

xxxf

]1,0[ f 0 1 2ln2ln21

=

dxxe

∫1

ln

∫ +−= Cxxxdxx lnln

[ ] [ ] 111ln1ln]ln[ln 1

1

=−−−=−=∫ eeexxxdxx ee

xxf ln)( = ],1[ ef 1 e 1

∫ ′⋅b

adxxgxf )()( dxxfduxfu )()( ′=⇒= dxxgdvxgv )()( ′=⇒=

∫∫ −=b

a

b

a

ba duvuvdvu ][

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Exemplo 5: Calcule a integral

Solução: [ ] [ ] [ ] 1)1()0(10

1

0

1

0

1

0

1

0=−−−=−=−= ∫∫ eeexedxexedxex xxxxx

Por integração por partes, temos

5.11 Cálculo de Áreas Podemos calcular áreas de figuras planas com o auxílio da integral definida.

Vejamos alguns exemplos.

Exemplo 1: Determine a área limitada pela curva e o eixo dos .

Solução: Como é uma função contínua e não negativa no

intervalo , então a área procurada, que denotaremos por , é dada por

Portanto, a área é unidades de área.

Exemplo 2: Determine a área limitada pela curva e o eixo dos .

Solução: Como é uma função contínua no intervalo

,no entanto, negativa no intervalo , então a área procurada, que denotaremos

por , é dada por

Portanto, a área é unidades de área.

∫1

0

dxex x

)*( dxduxu

==

x

x

evdxedv

=

=

29 xy −= x

29)( xxfy −==

]3,3[− A

( ) 36)927(9273

9)9()(3

3

33

3

2 =+−−−=

−=−==

−−∫∫ xxdxxdxxfA

b

a

36

92 −= xy x

9)( 2 −== xxfy ]3,3[−

)3,3(−A

( ) 36)927(9273

9)9()(3

3

33

3

2 =+−−−=

−=−==

−−∫∫ xxdxxdxxfA

b

a

36

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190

Exemplo 3: Determine a área limitada pela curva e o eixo dos , de

até .

Solução: Como é uma função contínua em , positiva no

intervalo e negativa em , então a área procurada, que denotaremos

por , é dada por

Portanto, a área é unidades de área.

Exemplo 4: Determine a área limitada pelas curvas e .

Solução: Sejam e . Inicialmente, vamos determinar a

interseção entre as curvas dadas. Vejamos,

. Logo, as curvas se

interceptam nos pontos de abscissa e . Note que

. Então a área procurada, que denotaremos por , é dada

por

Portanto, a área é unidades de área.

Observação: Em geral, a área limitada pelas curvas e e

pelas retas e , é dada por

xy sen= x

0 π2

xxfy sen)( == ]2,0[ π

),0( π )2,( ππA

4)11()11(][cos]cos[

sensensen)(

20

2

0

2

0

=+++=+−=

=−+=== ∫∫∫∫π

ππ

π

π

ππ

xx

dxxdxxdxxdxxfAb

a

4

2xy = 6+= xy

2)( xxf = 6)( += xxg

251

22411066 22 ±

=⇒+±

=⇒=−−⇒+= xxxxxx

2−=x 3=x]3,2[),()( −∈∀≥ xxfxg A

[ ] [ ]

6125

322

227

3812

24918

29

36

26)()(

3

2

323

2

23

2

=+=

=

+−−

−+=

−+=−+=−=

−−−∫∫ xxxdxxxdxxfxgA

6125

A )(xfy = )(xgy =

ax = bx = dxxgxfAb

a∫ −= )()(

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191

Exemplo 5: Determine a área limitada pelas curvas e .

Solução: Sejam e . Inicialmente, vamos determinar a

interseção entre as curvas dadas. Vejamos,

.

Logo, as curvas se interceptam nos pontos de abscissa e . Note

que . Então a área procurada, que denotaremos por , é

dada por

Portanto, a área é unidades de área. Observe que recaímos basicamente

no Exemplo 4, o que fizemos foi transladar verticalmente para baixo, unidade, a região do Exemplo 4. É claro que, desta forma, o valor da área não se altera.

5.12 Cálculo de Volumes

Definição: Seja uma função contínua e não negativa no intervalo e seja

a região sob o gráfico de de até . A volume do sólido de revolução , gerado

pela rotação de em torno do eixo dos , é definido por

,

desde que o limite exista.

Observação: De acordo com a definição, temos a fórmula .

12 −= xy 5+= xy

1)( 2 −= xxf 5)( += xxg

251

224110651 22 ±

=⇒+±

=⇒=−−⇒+=− xxxxxx

2−=x 3=x]3,2[),()( −∈∀≥ xxfxg A

[ ] [ ]

6125

322

227

3812

24918

29

36

2)1()5()()(

3

2

323

2

23

2

=+=

=

+−−

−+=

−+=−−+=−=

−−−∫∫ xxxdxxxdxxfxgA

6125

1

f ],[ ba ℜ

f a b Tℜ x

∑=

→∆∆=

n

iii xcfV

1

2

0xmáx)(lim

i

π

dxxfVb

a)(2∫= π

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Exemplo: Calcule o volume do sólido , gerado pela rotação da região

, limitada pela curva , o eixo e as retas e , em torno do eixo dos

Solução: Seja . Sabemos que o volume é dado por

V T ℜ2xy = x 0=x 1=x

.x

2)( xxf = V

5)(

1

0

42 πππ === ∫∫ dxxdxxfVb

a

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193

Teste o seu conhecimento Calcule as integrais.

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

11.

12.

13. Seja uma função contínua em , onde . Mostre que:

13.1. Se é par, então .

13.2. Se é ímpar, então .

14.

15.

16. Calcule

17. Determine a área da região limitada pelas curvas e e

dxx∫4

0

dxx

x∫ +

3

02 1

4

dxe x∫2ln

0

3

∫4

22ln xx

dx

dxx∫ +3

0

1

∫2

1

ln dxxx

dxxx )6(2

0

3∫ −+

∫3

62sen

π

πx

dx

∫2

0

2sen

π

dxx

dxx∫π2

0

sen

dxx∫ −

1

024

1

∫e

dxx1

)cos(ln

f ],[ aa− 0>a

f ∫∫−

=aa

a

dxxfdxxf0

)(2)(

f ∫−

=a

a

dxxf 0)(

∫−

π

π

dxxx tg2

∫−

−π

π

dxxe x sen2

∫ − dtedxd

xt

0

2

S 3xy = 22 xy −= .0=x

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194

18. Calcule o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo dos , da região limitada

pela parábola e pela reta .

19. (Desafio) Calcule a integral

x

)13(41 2xy −= )5(

21

+= xy

dxe

xx∫

−+

1

1

2

1

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195

BIBLIOGRAFIA STEWART, James. Cálculo. 5 ed. Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2008.

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GUIDORIZZI, H. L., Um Curso de Cálculo, vols. 1 e 2, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos S.A, 2001.

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http://www.labma.ufrj.br/~mcabral/bvm/bvm-ufrj-disciplina.html

http://ecalculo.if.usp.br