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Magazine de Educação Artística

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1_Editorial

2_Destaque do mês

3_Entrevista com João borges

4_Video do mês

5_Imagem do mês

6_Entrevista com Fernanda da Gama

7_Crónica do mês_Lígia brazão

8_Jovens Artistas 2013

9_Artigo da Crep

10_Artigo comenius regio

11_A acontecer

12_Aconteceu

13_Partilhas

14_Formação

Em 1864, um comerciante de llnoys, EUA de nome Clip Eastewood, cançado da bangunça com seus papeis, dobrou pequenos pedaços de arame para prender esses papeis. A idea agradou tanto as pessoas que frequentavam a loja de Clip que passaram a pedir que ele fizesse para elas também, a ideia deu certo e Clip passou a comercializa-los.

Indice

Coordenação Editorial_ Filipa Silva

Coordenação Gráfica e Paginação_Silvano Rodrigues

Colaboradores_Marília Rodrigues, Paulo Esteireiro, João Borges, Jorge Conduto, Isabel Costa, Nely Silva, João Caldeira, Fernanda Gama, délia, lígia brazão, francisco caldeira, rui camacho

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editorial

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destaque do mês

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entrevista com joão Borges

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Video do mês

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Imagens do mêsFotografo tiago machado

Nikon D3000

Objetiva Nikon DX 18-55 mm, 1:30 s

Abertura de diafragma, f: 4.2

ISO 280

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entrevista com Fernanda da Gama

Pelas comemorações do Dia Mundial do Teatro, celebradas a 27 de março, conversá-mos com Fernanda Freitas, docente do Liceu Jaime Moniz, responsável pelo grupo de teatro O Moniz – Carlos Varela e organizadora do Festival Regional de Teatro Escolar Carlos Varela, que aconteceu entre os dias 11 e 15 do mesmo mês. Com a sua energia e simpatia habitual, conversámos, essencialmente, sobre o trabalho que desenvolve na área do teatro e da edição do festival de teatro escolar deste ano.

MEA: Fala-nos do grupo de teatro O Moniz – Carlos Varela: como é que ele surgiu, como é que se tem apresentado ao longo dos anos e quais os principais eventos em que tem participado.

FF: O grupo de teatro O Moniz - Carlos Varela inicialmente chamava-se apenas O Moniz. Foi criado pelo professor Carlos Varela, entretanto falecido, e passou a chamar-se, depois do seu falecimento, O Moniz - Carlos Varela em hom-enagem ao seu criador. O grupo formou-se em 1990 e contava com poucos elementos na altura. Foi criado a pedido do professor Rui Alberto, da Direção do Liceu Jaime Moniz, ao professor Carlos Varela, pois na altura conhecia-se o seu interesse pelo teatro, propondo-lhe a criação de um grupo de teatro nessa escola. Entretanto o grupo evoluiu, participava nos chamados “ET’s” - Encontros de Teatro Escolares - e, inclusive, teve algumas participações a nível nacional, recebendo até menções honrosas em algumas delas. Como coordenador, o professor Carlos Varela esteve à frente do grupo durante dez anos deixando depois o testemunho às professoras Inácia Carvalho e Isabel Martins. De há seis anos

para cá, eu assumo o papel de coordenadora do grupo de teatro.

No ano passado, realizámos a vigésima edição do festival e elaborámos um historial do grupo e do próprio festival. Um ex-aluno do grupo, o Bruno Costa, teve um papel preponderante na recolha de tudo o que tinha sido feito anteriormente para conseguirmos elaborar uma cronologia de todos os trabalhos que o grupo tinha feito e em que eventos tinha participado. A par disso, também elaborámos a cronologia do próprio festival. Todo o material está disponível numa página na internet (http://historialomonizcarlosvarela.wordpress.com/) para quem quiser pesquisar: quer o historial do grupo O Moniz - Carlos Varela, quer também o historial do Festival Regional de Teatro Escolar Carlos Varela.

Atualmente, o grupo conta com cerca de 20 elementos; todos os anos temos à volta deste número de elementos mas às vezes chega aos trinta. Entretanto, temos alguns elementos que desistem por causa dos testes ou porque têm

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outras atividades em paralelo. Normalmente e no geral, os alunos que se envolvem nos clubes das escolas são os que têm mais atividades extracur-riculares, não só o teatro.

MEA: Nós somos muito curiosos e queremos saber mais sobre o verdadeiro festival em si. Queres falar-nos um pouco sobre a história deste festival, quem pode participar, os concorrentes e os participantes?

FF: O primeiro festival realizou-se em 1992/1993 e, logo desde o seu início, foi uma colaboração entre o Liceu Jaime Moniz e a Direção Regional de Educação (DRE). Em alguns documentos antigos refere até que se fazia uma conferência de imprensa, de lançamento do festival, em que estava um representante da DRE, um representante da escola e o professor Carlos Varela. Há também registo destas conferências em notícias antigas. Atualmente, não fazemos bem isso: fazemos, em seu lugar, um espetáculo de abertura. Relativamente a quem é que pode participar no festival: normalmente todos os grupos de 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário mas, por vezes, aceitamos inscrições de faixas etárias mais baixas, do 2º ciclo do ensino básico, caso queiram muito participar. Não restringimos inscrições a ninguém. Envia-mos para as escolas de 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário porque são mais velhos e já têm trabalhos mais consistentes. Mas já tivemos casos em que aceitámos alunos de 2º ciclo, de Machico e aqui do Funchal. Inicialmente, nos primeiros anos do festival, os grupos partici-pantes eram da Escola da Levada, da Escola Francisco Franco e nós, aqui do Liceu. Entretanto começou a alargar-se e já chegámos a ter quinze grupos participantes. Mas este número era complicado de gerir: é difícil organizar todo o trabalho, dentro da semana, a nível técnico: porque todos eles precisam de um bocadinho para

bocadinho para fazer a montagem. Nós organiza-mos o espetáculo de abertura na segunda-feira à noite, com a colaboração do clube de dança lá da escola e, por isso, a segunda-feira não é utilizada para espetáculos das escolas: só os outros dias é que são utilizados. Este ano temos oito grupos participantes, menos do que no ano anterior e os motivos são vários. Alguns grupos mudaram de coordenador - e quando se muda as coisas têm de começar quase do início pois vamos criando uma experiência que é impossível de transmitirmos a outros numa hora ou num dia. Outro problema são as dificuldades financeiras a nível de trans-porte que os grupos têm. Outra dificuldade ainda tem a ver com o facto de muitos grupos terem mudado de alunos e, por isso, são menos experi-entes: e, nestes casos, torna-se difícil preparar algo bom para apresentar. Normalmente, no primeiro período, costumamos fazer uma adapta-ção; mas se temos alunos novos, temos de fazer jogos de integração, todo um trabalho de inclusão que é imprescindível. Por essa razão, é impos-sível nestes casos preparar um espetáculo para estar pronto em março.

MEA: Fala-nos um bocadinho sobre o programa deste ano.

FF: Nós iniciámos o festival na segunda-feira, dia 11, à noite, com o espetáculo de abertura. Apresentámos o musical Grease, onde tivemos o John Travolta e a Olivia Newton John numa versão mais maravilhosa e mais bonita. [risos] Na terça-feira de manhã, pelas 11.45, tivemos o espetáculo do nosso grupo, intitulado Para além de nós, os outros: um texto original meu que teve uma revisão do Bruno Costa. À tarde tivemos também um original da Escola da APEL, com texto de Graça Garcês, Vem sentar-te comigo Lídia, mas fica quieta, relacionado com os heterónimos de Fernando Pessoa. Às 17:00 do mesmo dia tivemos a Escola Básica e Secundária

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de Santa Cruz que, este ano, voltou a inscrever-se após ter estado muitos anos sem participar. Veio com Um olhar sobre o natal - fora de horas mas, como dizem, todos os dias é natal: é quando o homem quiser. Na quarta-feira tivemos uma escola que nunca tinha vindo, a Básica do 2º e 3 ciclos Cónego João Jacinto Gonçalves de Andrade, do Campanário, com a Cinderela Radical. Depois temos a Oficina de Teatro Corpus, da Escola Francisco Franco, que vem sempre ao festival, com a peça Atores Precisam-se. Na quinta-feira, para além do Conservatório Escola das Artes da Madeira, temos a Escola Básica Professor Francisco M. S. Barreto, da Fajã da Ovelha, que já tinha participado há uns anos atrás e que este ano voltou com uma adaptação de O auto dos animais, da autoria de Fernando Melro. Depois, ao fim da tarde, tivemos o Línguas de Palco da DRE/Educação Artística com Uma família à beira de um ataque de nervos. Na sexta-feira tivemos novamente o Conser-vatório Escola das Artes, que este ano se predis-pôs a fazer vários espetáculos e na sede do TEF: não precisámos de usar o palco do Liceu Jaime Moniz. Eles fizeram o espetáculo Lilás, com autoria de Jon Fosse, na quinta e na sexta-feira de manhã. Ainda na sexta-feira, último dia de festival, tivemos a cerimónia de encerramento às 11:45, onde contámos com a participação dos nossos clube de teatro, clube de dança, o Enigma, e clube de ginástica, assim como do coro também. Neste espetáculo, houve também a participação do projeto Espaço Anjos: Prevenção dos Comportamentos de Risco pois foi uma apresentação relacionada com a toxicodependên-cia, mais concretamente com o bloom, uma aposta na esperança de que há outras coisas mais importantes na vida do que ficar deprimido, do que ficar dependente de algo que depois nos tira tudo. Do programa, constaram também alguns ateliês de formação, com o Luís Melim, que é um

entusiasta do teatro. Ele predispôs-se a vir-nos fazer duas formações, uma de construção e manipulação de fantoches, com a técnica de papel e fita-cola, na quarta-feira à tarde, e na quinta-feira de manhã uma formação inicial de modelagem de balões. Também tivemos uma formação de sonorização com o António Freitas, que é um professor do Liceu Jaime Moniz que está ligado à multimédia. E tudo gratuito, quer as entradas quer as formações.

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Beatriz e Diogo, (vencem) os Jovens Artistas!

para todo o jovem que “sonha” enveredar por uma carreira artÍstica, os concursos permitem, nÃo sÓ promover o desenvolvimento artÍstico como

tambÉm fortalecer uma motivaÇÃo intrÍnseca, quando confrontados com o reconhecimento pÚblico; por outro lado, criam oportunidades para revela-

ÇÃo de novos talentos.

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Texto de Marília Rodrigues

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vencedor Absol

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infantil

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A Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, através da Direção Regional de Educa-ção, realizou, no passado dia 17 de março, a Final da XII edição do Concurso Jovens Artistas da Direção de Serviços de Educação Artística e Multi-média, no Teatro Municipal Baltazar Dias.

Este evento, destinado a crianças e jovens intérpre-tes que se destacam pela qualidade das suas performances artísticas, na Divisão de Expressões Artísticas, contou, numa fase inicial, com a realiza-ção de eliminatórias, nas quais os concorrentes se apresentaram em duas categorias, a infantil (até aos 13 anos) e a juvenil (dos 14 aos 18 anos). Nesta fase registou-se um total de 50 concorrentes inscri-tos e de 23 professores envolvidos.

No espetáculo final estiveram presentes os 11 alunos (de 9 professores) que na fase eliminatória, respetiva de cada categoria, obtiveram a pontuação máxima na classe a que concorriam, e competiram entre si: Canto, Cordas, Percussão, Sopros, Teatro e Teclado. Por sinal, concorrentes que apresenta-ram grande qualidade de interpretação das peças, verificada pela notória satisfação do público presente.

Em cada uma das categorias, o concorrente que reuniu maior pontuação de entre as diversas classes, foi considerado o “vencedor absoluto” desta mesma. No caso da categoria infantil, Beatriz Spínola de 12 anos conquistou o júri, interpretando no Violino, o Concerto em Lám – I andamento, de J.S. Bach, com acompanhamento ao piano pela sua professora, Parandzem Kachkalyan. Na categoria Juvenil, foi a vez do Diogo Gomes, de 17 anos, aluno do professor Norberto Cruz, interpretar Burletta e Mitoka Dragomirna, de Armin Kaufmann, acompanhado ao piano pela professora Galina Stetsenko.

Para o próximo ano, fica a promessa da revelação de novos talentos, e de um grande espetáculo!

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EXPRESSÃO PLÁSTICA: DA ESCOLA PARA A COMUNIDADE.Quando a Expressão Plástica não se limita ao espaço escolar ese apresenta à comunidade, ganha uma dimensão fundamentada

no ensino que não pode ser ignorada. Texto de Helena Berenguer

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Na Região Autónoma da Madeira a atividade de Expressão Plástica tem uma expressão relativamente significativa no panorama educativo, que resulta do apoio legal definido em portaria, (n.º 56/2009 de 08 de junho, SREC), quando foram estabelecidos os grupos de recrutamento das atividades de enriquecimento do currículo do 1.º ciclo do ensino básico. Esse fator resultou numa valorização desta atividade, cujos benefícios para a formação integral dos alunos têm sido amplamente defendidos, sendo considerada uma área que permite a formação de cidadãos com maior autonomia, respeito pela diferença, (…), sentido crítico e abertura à mudança, essenciais no mundo em que vivemos.

O Programa do 1.º Ciclo do Ensino Básico define princípios orientadores para a área da Expressão e Educação Plástica que são a base essencial para todo o processo de ensino aprendizagem na área. No entanto, o enquadramento regional permitiu um desenvolvimento especial desta área no enriquecimento curricular, sustentado pela criação de uma coordenação regional de Expressão Plástica. Esta coordenação funciona de forma organizada desde 1999/2000, através da DSEAM, e tem vindo a desenvolver um trabalho de promoção e divulgação da educação pela e através da arte nas escolas da Região, de uma forma sistemática e continuada, através de formação de professores e da promoção de concursos e exposições regionais, que resultam em momentos de apresentação do potencial criativo da área nas escolas.

Durante alguns anos a exposição regional de expressão plástica, resultou numa atividade paralela e de apoio ao então MUSICAebs, que se realizava no Casino. Uma amostra diversificada de objetos elaborados nas escolas com os alunos, onde era dada primazia à recuperação criativa de materiais de desperdício. Esse modelo de exposição deu lugar a um novo conceito de exposição / instalação em 2008/2009 com a apresentação do projeto “Floresta Encantada”, em que, a cada escola se solicitou a construção de uma árvore com materiais de desperdício. Desde então foram elaboradas mais duas instalações coletivas com projetos devidamente fundamentados e respetivo acompanhamento pedagógico, pela coordena-ção regional, nas escolas da RAM. Os projetos que sucederam foram também programados em moldes de instalação artística, com a exposição “Como se faz verde?”, em 2010, e “Vai-se andando…”, em junho de 2011, inserida na Semana

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entusiasta do teatro. Ele predispôs-se a vir-nos fazer duas formações, uma de construção e manipulação de fantoches, com a técnica de papel e fita-cola, na quarta-feira à tarde, e na quinta-feira de manhã uma formação inicial de modelagem de balões. Também tivemos uma formação de sonorização com o António Freitas, que é um professor do Liceu Jaime Moniz que está ligado à multimédia. E tudo gratuito, quer as entradas quer as formações.

Regional das Artes, sendo que esta última edição foi a primeira a ser projetada para um espaço exterior, Avenida Arriaga, (Funchal), com um impacto importantíssimo ao nível do público em geral e inclusive turístico. Em 2012 a Exposição Regional, “Estend’arte” apresentou pinturas em lençóis, baseadas numa aborda-gem pedagógica da obra de arte em contexto escolar.

A exposição regional de 2013 tem a água como temática no desenvolvimento concetual dos projetos escolares, com o título, H2@rte, que agrega o símbolo químico da água (H2O) e a palavra Arte que reforça o sentido artístico da abordagem do tema.

Este tipo de projeto implica um grande acom-panhamento, por parte da Coordenação Regional da área, ao longo de todo o ano letivo: desde a conceção geral da ideia e respetiva fundamentação teórica, passando pela apresen-tação da ideia às escolas (em regulamento), pelo acompanhamento pedagógico de projetos, sempre devidamente alicerçados nos conteúdos programáticos da Expressão e Educação Plástica. Os projetos regionais em moldes de exposição / instalação contribuíram também em grande medida para uma mudança paradig-mática do modelo de trabalho pedagógico nas escolas e começaram a exigir dos docentes, um enquadramento teórico da área, fundamentado em projetos de trabalho e trabalho de projeto. As exposições têm servido para mudar proces-sos de abordagem da área nas escolas, para mudar a forma como esta é vista e reconhecida na mesma e pelo meio envolvente, mas ainda não se conseguiu estabilizar um corpo docente que torne rentável este investimento de forma-ção e acompanhamento pedagógico de proje-tos por parte da Coordenação Regional da área. Recomeçar ciclicamente o mesmo processo invalida a sua progressão linear e essa é uma situação que tem impedido que a área esteja a um nível de desenvolvimento proporcional ao investimento nela feito. A criação do GR 140 surgiu como primeira tentativa de colmatar essa falta de estabilização de docentes especialistas na área, no entanto ainda se revela insuficiente para responder à realidade regional.

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Crónica com Lígia Brazão

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Quando me foi pedido para escrever uma crónica sobre o Festival da Canção Infantil da Madeira, mais uma vez constatei da voracidade do tempo, como corre. E é também ao correr do pensamento que vou recordar o festival que teve início há mais de três décadas. Para mim, falar do Festival da Canção Infan-til da Madeira é também rever o meu passado, pessoal e profissional, já que sempre lhe estive ligada. Primeiro, apenas como concorrente, depois, integrada na organização e, mais tarde, como membro de júri de pré-seleção ou mesmo de seleção final.Mas recuemos aos anos oitenta: os festivais televisivos estavam em alta, reinava o entusiasmo pelo Festival da Eurovisão, para adultos, e o deslumbramento pela atuação dos mais pequenos no Sequim de Ouro, em Itália, ou mesmo no internacional da Figueira da Foz, onde a “Marcha do vapor” que abria cada edição convidava a entrar numa viagem pelo mundo da música. Era a presença neste festival que permitia a representação de Portugal em Itália e, assim, nasceu na Madeira um festival que tinha, entre outros, o objetivo de escolher a nossa representação na Figueira da Foz e, consequentemente, a hipó-tese de estar presente em Itália no Sequim de Ouro. O evento ficou a cargo dos Serviços de Juventude - assim se chamava na altura o que é hoje o Instituto da Juventude - nas pessoas da escultora Manuela Aranha, que também criou o troféu “Folhas de Prata” a ser atribuído ao vencedor do festival, e das pintoras Dalila Muller e Guida Lemos Gomes. Em abril de 1981 teve então lugar, no Teatro Municipal, o primeiro Festival da Canção Infantil da Madeira, com a participação de vinte canções previamente selecionadas num universo de várias dezenas de concorrentes. As canções foram acompanhadas, ao vivo, pela orquestra de Tony Amaral.Estava habituada a fazer canções para as minhas aulas mas aqui foi a minha estreia em público, com a canção “Quando eu era pequenina”: e tenho o prazer de saber que, passados todos estes anos, ainda hoje é cantada em algumas escolas. Neste festival, saiu vencedora a canção “Meu jardim”, com letra de Irene Lucília, música de Carlos Gonçalves e interpretada pela pequena Mónica Alexandra, a qual viria a granjear o primeiro lugar no festival da Figueira da Foz. E sucederam-se os bons resultados madeirenses na Figueira da Foz nos anos seguintes: vieram para a Madeira vários primeiros lugares: melhor música, melhor letra, canção recomendada para crianças e até a nossa presença no Sequim de Ouro com a canção “Estrelinha Pisca-pisca”, interpretada pela pequena Mariana que, na altura, tinha cerca de cinco anos. Tinha letra de Isabel Mendonça Soares e música de Isabel Clode. Na altura, a idade dos concorrentes ia dos quatro aos doze anos. E a nossa presença em Itália voltaria a repetir-se mais tarde, pela voz da pequenita Catarina, com música de João Atanásio e letra de António de Castro.

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O entusiasmo dos concorrentes continuava e, no terceiro festival, foram tantas as canções concorren-tes, e com qualidade, que a organização resolveu fazer dois festivais. Uma pré-seleção, que se realizou no Teatro Municipal, donde saíram as vinte que ficaram depois presentes no festival propriamente dito.Em 1998, coube-me a vez de conseguir o primeiro lugar na Figueira da Foz, com a canção “Música música”. Para mim, foi fechar com chave de ouro a minha participação no festival como concorrente já que, a partir dessa data, o evento passou a ser organizado pelo, então, Gabinete Coordenador de Educação Musical e Dramática, da responsabilidade do professor Carlos Gonçalves e da sua equipa. Ali, desempenhava funções de coordenadora regional de expressão dramática e, como tal, não fazia sentido apresentar-me como concorrente. Passei, então, a participar de outra forma: com um aponta-mento de teatro; esse, que considero ser um grande elemento educativo. Neste festival, fui convidada a apresentar os “Gatos janotas”, uma pretensa opereta da minha autoria, com desempenho da Equipa de Animação, para o ensino pré-primário, que era por mim dirigida. O trabalho agradou bastante e deu-nos incentivo para continuarmos com a nossa presença nos festivais que se seguiram, o que aconteceu por mais doze anos, sempre com a colaboração inexcedível da Equipa de Animação. Com que alegria procurávamos, em cada ano, superar o anterior! E, quando parecia estar esgotada a cria-tividade, ela surgia! É que nós responsabilizávamo-nos, não só pelo desempenho das personagens, mas também pelos adereços, guarda-roupa e projeto dos cenários! Muitas vezes, as férias da Páscoa ficaram encurtadas para que tudo pudesse resultar bem. É que, não sei se sabem, as peças de teatro tinham de ser previamente gravadas já que não nos punham microfones individuais e, então, a repre-sentação em playback trazia trabalho redobrado pois nada podia falhar. Nestas circunstâncias, os tempos e as deslocações em palco têm de ser muito bem cronometrados sobre pena de nos perder-mos e não conseguirmos recuperar. A determinada altura, pareceu-me que o desfile das canções poderia integrar-se numa peça teatral, constituindo um todo, e assim aconteceu. Nasceu então um figurino novo na apresentação do festival e os resultados obtidos foram, sempre, a melhor recompensa para o nosso empenho. Cabe aqui recordar que, ao longo dos anos, foram sendo introduzidas algu-mas alterações no sentido de melhorar o evento. Logo no segundo ano, passou a haver a colaboração da RTP- Madeira, incluindo a transmissão do espetáculo, o que foi, sem dúvida, uma mais-valia e, a partir do terceiro, fez-se a gravação do LP. Se, no primeiro ano, só a canção vencedora era presen-teada, nos anos subsequentes passaram também a ser atribuídos prémios à melhor letra, melhor música e canção recomendada para crianças.

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Surgiu agora um Festival Infanto-Juvenil, abrindo o leque de idades aos participantes, que vai dos cinco aos doze e dos treze aos dezoito anos, respetivamente. E, se outros festivais se distinguiram, aqui está a Madeira pronta a enfrentar novos desafios. Resta-me reconhecer os momentos de alegria que o festival da canção sempre me proporcionou e desejar aos seus continuadores muita força e empenho, tão necessários para poderem prosseguir com esta atividade artística, à qual a população já se habituou e espera com espectativa a cada ano. A integração do Coro Infantil do Gabinete Coordenador de Educa-ção Artística também veio trazer um novo impacto ao evento. Se, de início, a escolha dos intérpretes e os ensaios dos mesmos ficava a cargo dos compositores e/ou letris-tas, essas responsabilidades passaram para o gabinete, quiçá melhorando o desempenho das crianças concorrentes. Criou-se um programa sociocultural para todas as crian-ças, permitindo um são convívio, e a vê-las a cantar com entusiasmo as canções umas das outras. Passou também a haver um beberete durante o qual se faz a entrega dos prémios. Enfim, tudo se tornou muito mais profissional graças ao apoio da SRE e à colaboração de

diferentes entidades oficiais e particulares.Entretanto, extinguiu-se o Festival da Figueira da Foz. Ainda se tentou concorrer direta-mente ao Sequim de Ouro mas as regras mudaram: já não englobava todos os países mas sim a presença das diferentes línguas, o que quer dizer que, para representar o portu-guês, a escolha podia recair numa criança brasileira ou dos PALOP, o que tornava menos provável a nossa presença. Essa e outras dificuldades fizeram com que a ida a Itália deixasse de fazer parte dos nossos objetivos.Passaram trinta anos e concluiu-se um ciclo do Festival da Canção Infantil da Madeira com o modelo a que estávamos habituados.

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Por Paulo Esteireiro

Concerto “Pontes Musicais: da Madeira à Galiza”

foi um sucesso

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Terminou com grande sucesso o con-certo de encerramento da quarta e última visita galega à Madeira, real-izado no âmbito do projeto europeu Comenius Regio “Património Cultural em Educação Artística: promover a diversidade e valorizar o património musical de Madeira e Galiza junto de alunos e pessoal docente”. Relembre-se que este projeto, coordenado pelo Governo Regional, através da Secre-taria Regional da Educação e Recursos Humanos, une as regiões da Madeira e da Galiza, e decorre entre outubro de 2011 e junho de 2013. O concerto aconteceu no Fórum Machico, no passado dia 12 de abril, e encerrou uma semana repleta de work-shops e atividades musicais que culmi-naram num espectáculo cheio de público. No final, os músicos foram aplaudidos de pé por uma plateia con-stituída por muitos familiares de alunos, músicos madeirenses e também turis-tas, que puderam apreciar um programa de concerto variado e repleto de obras musicais tradicionais de Galiza e Madeira.O concerto começou com um grupo de acordeonistas talentosos da Direção de Serviços de Educação Artística e Multi-média (DSEAM) da DRE, que tocaram arranjos do músico galego Marcos Padrón e uma composição original do músico madeirense João Caldeira, criada de propósito para esta parceria: a “Rapsódia Galego-Madeirense”. Seguiram-se duas composições para percussão da autoria do músico galego

David Outumuro, percussionista que orientou ao longo da semana work-shops com alunos e professores de percussão na DSEAM. O concerto prosseguiu com um grupo de músicos galegos que tocaram três composições tradicionais de Galiza. A música teve bastante impacto no público presente, que puderam apreciar músicos virtuosos em instrumentos pouco habituais entre nós, tais como a zanfona ou a gaita-de-foles. Ainda se ouviu um grito de “Viva a Galiza” vindo do público, ao qual um músico galego respondeu “E Viva a Madeira”. A primeira parte do programa terminou com um agrupamento de música tradi-cional madeirense que uniu alunos de três instituições: Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia, Asso-ciação Musical e Cultural Xarabanda e Escola Básica dos 2.ºe 3.ºCiclos Bar-tolomeu Perestrelo. Este grupo de alunos, que tocaram instrumentos característicos da Madeira – braguinha, rajão e viola de arame –, demonstraram uma excelente atitude em palco e executaram com bom nível géneros da tradição madeirense: uma mourisca, um jogo de roda e uma lengalenga.O concerto encerrou com a orquestra de sopros da DRE/Educação Artística, que foi dirigida primeiramente pelo excelente compositor e maestro galego Jose Pérez, que regeu duas obras da sua autoria (“Reboraina” e “Rande. 1702”), tendo o concerto terminado com dois arranjos musicais do maestro e

Regional das Artes, sendo que esta última edição foi a primeira a ser projetada para um espaço exterior, Avenida Arriaga, (Funchal), com um impacto importantíssimo ao nível do público em geral e inclusive turístico. Em 2012 a Exposição Regional, “Estend’arte” apresentou pinturas em lençóis, baseadas numa aborda-gem pedagógica da obra de arte em contexto escolar.

A exposição regional de 2013 tem a água como temática no desenvolvimento concetual dos projetos escolares, com o título, H2@rte, que agrega o símbolo químico da água (H2O) e a palavra Arte que reforça o sentido artístico da abordagem do tema.

Este tipo de projeto implica um grande acom-panhamento, por parte da Coordenação Regional da área, ao longo de todo o ano letivo: desde a conceção geral da ideia e respetiva fundamentação teórica, passando pela apresen-tação da ideia às escolas (em regulamento), pelo acompanhamento pedagógico de projetos, sempre devidamente alicerçados nos conteúdos programáticos da Expressão e Educação Plástica. Os projetos regionais em moldes de exposição / instalação contribuíram também em grande medida para uma mudança paradig-mática do modelo de trabalho pedagógico nas escolas e começaram a exigir dos docentes, um enquadramento teórico da área, fundamentado em projetos de trabalho e trabalho de projeto. As exposições têm servido para mudar proces-sos de abordagem da área nas escolas, para mudar a forma como esta é vista e reconhecida na mesma e pelo meio envolvente, mas ainda não se conseguiu estabilizar um corpo docente que torne rentável este investimento de forma-ção e acompanhamento pedagógico de proje-tos por parte da Coordenação Regional da área. Recomeçar ciclicamente o mesmo processo invalida a sua progressão linear e essa é uma situação que tem impedido que a área esteja a um nível de desenvolvimento proporcional ao investimento nela feito. A criação do GR 140 surgiu como primeira tentativa de colmatar essa falta de estabilização de docentes especialistas na área, no entanto ainda se revela insuficiente para responder à realidade regional.

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compositor madeirense Aquilino Silva, maestro titular da referida orquestra de sopros: “Tema e Varia-ções N.º 36”, para braguinha e orquestra de sopros, que contou com a participação de Roberto Moritz como solista (braguinha) e “Cantiga do Ladrão”, na qual participaram alguns elementos do grupo de música tradicional Xarabanda.Relembre-se que os resultados desta parceria serão incluídos numa edição em DVD-Rom que será constituída por vários recursos pedagógicos. Estes recursos destinam-se principalmente às escolas das duas regiões, mas também poderão ser utilizados por outros países da Europa, visto ser uma edição em quatro línguas (português, galego, castelhano e inglês). Nesta edição, será possível: visu-alizar vídeos de instrumentos de Madeira e Galiza, acompanhados de textos explicativos de cariz organológico; imprimir partituras de composições pertencentes ao repertório tradicional de Galiza e Madeira, que permitem efectuar uma comparação dos cancioneiros das duas regiões, mas também a partilha de canções de raiz popular; realizar jogos didáticos para testar os conhecimentos adquiridos de forma lúdica; e interpretar composições eruditas originais compostas por autores da Madeira e da Galiza sobre temas melódicos ou instrumentos tradicionais das duas regiões.

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Bloco de Notas ? X

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PARTILHAS

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compositor madeirense Aquilino Silva, maestro titular da referida orquestra de sopros: “Tema e Varia-ções N.º 36”, para braguinha e orquestra de sopros, que contou com a participação de Roberto Moritz como solista (braguinha) e “Cantiga do Ladrão”, na qual participaram alguns elementos do grupo de música tradicional Xarabanda.Relembre-se que os resultados desta parceria serão incluídos numa edição em DVD-Rom que será constituída por vários recursos pedagógicos. Estes recursos destinam-se principalmente às escolas das duas regiões, mas também poderão ser utilizados por outros países da Europa, visto ser uma edição em quatro línguas (português, galego, castelhano e inglês). Nesta edição, será possível: visu-alizar vídeos de instrumentos de Madeira e Galiza, acompanhados de textos explicativos de cariz organológico; imprimir partituras de composições pertencentes ao repertório tradicional de Galiza e Madeira, que permitem efectuar uma comparação dos cancioneiros das duas regiões, mas também a partilha de canções de raiz popular; realizar jogos didáticos para testar os conhecimentos adquiridos de forma lúdica; e interpretar composições eruditas originais compostas por autores da Madeira e da Galiza sobre temas melódicos ou instrumentos tradicionais das duas regiões.