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FCTM - Captulo 8 Termodinmica:Transmisso de Calor: Conduo, Conveco e Radiao Prof. Dr. Cludio S. Sartori
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Transmisso de Calor Conduo. Fluxo de Calor.
Colocando-se uma das extremidades de
uma barra metlica numa chama e segurando-se a
outra com a mo, sente-se que esta se torna cada vez
mais quente, embora no esteja em contato direto
com o fogo. Diz-se que o calor atinge o extremo
mais frio da barra por conduo atravs do material.
As molculas na extremidade quente aumentam a
intensidade de suas vibraes medida que a
temperatura desta extremidade aumenta. Quando
elas colidem com as molculas vizinhas, transferem
uma parte de sua energia, de modo que a
temperatura vai aumentando em pontos cada vez
mais distantes da extremidade quente. Assim, a
energia de movimento trmico passa de molcula a
molcula, enquanto cada molcula permanece em
sua posio original.
bem conhecido o fato de que metais so
bons condutores de eletricidade e de calor. A
possibilidade que tem um metal de conduzir
eletricidade devido ao fato de eles terem "eltrons
livres", isto , eltrons que se desligaram de suas
molculas ou tomos originais. Os eltrons livres
tambm desempenham um papel relevante na
conduo de calor e a razo pela qual os metais so
bons condutores de calor que os eltrons livres
fornecem um mecanismo eficiente de transporte de
energia trmica das regies quentes para as regies
frias do metal. Somente haver conduo de calor num
corpo, quando suas partes tiverem temperaturas
diferentes sentidos do fluxo de calor so sempre dos
pontos de temperatura mais alta para os de mais baixa.
Para fixar essas ideias, considere o seguinte caso
ideal. Uma barra de comprimento e de seo
transversal A acha-se inicialmente temperatura
uniforme T. Em um certo instante, coloca-se uma
extremidade direita em contato com um corpo mantido
a uma temperatura constante e a esquerda, um outro
corpo mantido a uma temperatura mais alta. O restante
da barra envolvido por um material no condutor de
calor. (Esta condio no pode ser exatamente
alcanada, pois todas as substncias conduzir certa
quantidade de calor.).
Aps um tempo suficientemente longo, durante o
qual as extremidades foram mantidas em Ti e Tf
observa-se que a temperatura em pontos
intermedirios da barra decresce uniformemente com a
distncia da extremidade quente para a extremidade
fria. Em cada ponto, no entanto, a temperatura
permanece constante no tempo. Esta condio chama-
se fluxo "estacionrio" de calor.
A experincia mostra que a taxa de fluxo de calor
atravs da barra, no estado estacionrio, proporcional
rea A, proporcional diferena de temperatura (Tf -
Ti) e inversamente proporcional ao comprimento e.
Estas propores podem ser convertidas em uma
equao que apresenta uma constante k, cujo valor
numrico depende do material da barra. A constante k
chama-se condutividade trmica do material. Essa
equao escrita por:
e
TA
dt
dQ
eR R
A
e
Corpo temperatura T2 Corpo temperatura T1
(T2 > T1 )
Analogia com eletricidade:
TV R I R A e
e A
eR R
A
Onde a quantidade de calor que flui atravs da barra por unidade de tempo, tambm
chamada corrente trmica.
As unidades de so energia por unidade de tempo; no SI, l J s-1 ou l W (Watt).
A acima tambm pode ser usada no clculo
da taxa de fluxo de calor atravs de uma lmina, ou
de qualquer corpo homogneo que tenha sees retas
uniforme, perpendiculares direo do fluxo, desde
que o fluxo tenha atingido as condies de fluxo
estacionrio e as extremidades mantenham-se em
temperaturas constantes.
Quando a seo reta no uniforme, ou
quando o estado estacionrio no foi atingido, a
temperatura no varia necessariamente de modo
uniforme, ao longo da direo de fluxo. Se x for a
coordenada medida ao longo da trajetria do fluxo,
dx ser a espessura da camada e A, a seo reta
perpendicular trajetria. A equao acima pode ser
escrita sob a forma:
dx
dTA
dt
dQ
Onde dT a variao de temperatura entre as duas
faces da camada dx. O sinal negativo foi includo
porque se a temperatura aumentar na direo de x
crescente (dx e dT ambos positivos), a direo de
fluxo de calor ser a de x decrescente e vice-versa. A
variao de temperatura por unidade de comprimento
dT/dx chamada de gradiente de temperatura.
No SI, a unidade da taxa de fluxo de calor o
joule por segundo, embora outras unidades, como a
caloria por segundo, ou Btu por segundo, possam ser
usadas.
As unidades de k so dadas por:
l Js/(mK)
IJ-(s m 0C)
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Valores de condutividade trmica freqentemente
so tabelados em unidades CGS com a caloria como
unidade de energia; assim, a unidade de k seria l cal (s cm C)-1 e o fator de converso:
l cal (s cmC)-1
= 419J(s mC)-1
.
A condutividade trmica da maioria dos materiais
funo da temperatura, aumentando suavemente com
esta, mas a variao pequena e freqentemente pode
ser desprezada. Alguns valores numricos de k, a
temperatura ambiente, so dados na Tabela 2-1. As
propriedades dos materiais usados comercialmente
como isolantes trmicos so expressas, nos EUA, num
sistema no qual a unidade de corrente trmica l Btu
h -1, a unidade de rea l p2 e a de gradiente de temperatura, 1F p -1.
evidente, observando a equao anterior, que
quanto maior for a condutividade k, maior a corrente
trm desde que os outros parmetros no variem. Um
material para o qual k seja grande indica ser um bom
con tor, enquanto para um k pequeno, ser um bom
isolante. (Um condutor trmico ideal (k = ) ou isolante trmico ideal (k = 0) no existe). V-se, na Tabela 2-1, entretanto, que os metais possuem maior
condutividade que os no-metais e que, para os gases,
ela bastante pequena.
Tabela 2-1 Condutividade Trmica
k,
k.
l cal (s cmC)-1
(C)-1
J(s mC)-1
Metais
Alumnio
0,49
205
Lato
0,26
109
Cobre
0,92
385
Chumbo
0,083
34,7
Mercrio
0,020
8,3
Prata
0,97
406
Ao
0,12
50,2
Slidos (valores representativos)
Tijolo
refratrio
0,000 35
0,15
Tijolo de
argila
vermelha
0,001 5
0,6
Concreto
0,002
0,8
Cortia
0,000 1
0,04
Feltro
0,000 1
0,04
Vidro
0,002
0,8
Gelo
0,004
1,6
La de vidro
0,000 1
0,04
Madeira
0,000 3- 0,000 1
0,12-0,04
Gases
Ar
0,000 057
0,024
Argnio
0,000 039
0,016
Hlio
0,000 34
0,14
Hidrognio
0,000 33
0,14
Oxignio
0,000 056
0,023
Um corpo de material homogneo em forma
de paraleleppedo com uma diferena de temperatura
= A - B entre as faces opostas A e B, distantes e uma da outra e de rea S.
Conforme princpios da termodinmica, o calor Q
deve se transmitir de A para B, considerando a
temperatura de A maior que a de B. No referido
tpico, vimos que o calor transmitido por unidade de
rea e por tempo t dado por:
dQ d
A Adt dx
Onde a condutividade
trmica do material do corpo poderamos definir a
resistividade trmica do material assim:
A B
dQT T R
dt
eR R
A
O fator R denominado resistncia trmica do
corpo. A unidade usual C/W (grau Celsius por
Watt) ou K/W (grau Kelvin por Watt). So idnticas
porque, conforme definio anterior, diferena de
temperatura por potncia e intervalos em C e em K
so equivalentes.
A resistncia trmica de um corpo depende da
sua geometria e da condutividade (ou o inverso,
resistividade) trmica do material. Isto significa, por
exemplo, que dois corpos de materiais idnticos
podem ter resistncias trmicas diferentes. Basta que
algumas dimenses sejam diferentes.
Se tivermos n materiais de resistncias R1, R2,...
podemos associ-los em srie ou paralelo, que
equivalente a um nico material de resistncia
trmica Rs e Rp, respectivamente. Nesse caso, a
resistncia trmica ser dada por:
1 2s nR R R R (srie)
1 2
1 1 1 1
p nR R R R (paralelo)
Exemplo 1 - Uma caixa de isopor usada para
manter geladas as cervejas para um piquenique. A
rea total das paredes (incluindo a tampa) de 0,8 m2
e a espessura das paredes de 0,02 m. A
condutibilidade trmica do isopor 0,01 J(s mC)-1
. A
caixa est cheia de gelo e cerveja a 0C. Qual a taxa
de fluxo de calor para dentro da cauta temperatura
exterior de 30C? Que quantidade de gelo derrete
em um dia?
Soluo. Admita que o fluxo total de calor se