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MEDICAMENTOS E SUPLEMENTOS NOS EXERCÍCIOS E ESPORTES Dopagem e antidopagem Orientações de uso Riscos à saúde Responsabilidade profissional Elaborado com contribuições do ABCD, CBF, CFM, COB, CPB, SBMEE

MEDICAMENTOS - portal.cfm.org.brportal.cfm.org.br/images/PDF/medicina_esporte.pdf · Medicamentos e suplementos nos exercícios e esportes: dopagem e antidopagem, orientações

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  • MEDICAMENTOSE SUPLEMENTOS NOS EXERCCIOS

    E ESPORTES

    Dopagem e antidopagemOrientaes de uso

    Riscos sadeResponsabilidade profissional

    Elaborado com contribuies doABCD, CBF, CFM, COB, CPB, SBMEE

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  • MEDICAMENTOSE SUPLEMENTOS NOS EXERCCIOS

    E ESPORTESElaborado com contribuies de

    ABCD, CBF, CFM, COB, CPB e SBMEE

    Dopagem e antidopagemOrientaes de uso

    Riscos sadeResponsabilidade profissional

    Braslia, 2018

    CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

  • 2018 Medicamentos e suplementos nos exerccios e esportes: dopagem e antidopagem, orientaes de uso, riscos sade, responsabilidade profissional

    Conselho Federal de Medicina CFMSGAS 915, Lote 72CEP: 70390-150 Braslia/DF BrasilTel.: (61) 3445 5900 / Fax (61) 3346 0231 / e-mail: [email protected] eletrnica disponvel em: portal.cfm.org.br

    Superviso editorial: Paulo Henrique de Souza

    Copidesque e reviso: Caio Ramalho | Tikinet

    Projeto grfico e diagramao: Diagraf Comunicao, Marketing e Servios Grficos Ltda.

    Tiragem: 3.000

    Ficha catalogrfica Catalogao: Biblioteca do CFM

    Conselho Federal de MedicinaMedicamentos e suplementos nos exerccios e esportes: dopagem e antidopagem, orientaes

    de uso, riscos sade, responsabilidade profissional. / Conselho Federal de Medicina. - Braslia, DF: CFM, 2018.

    72 p.; 15x21cm

    1. Medicina esportiva. 2. Nutrio esportiva. 3. Doping nos esportes. 4.Responsabilidade profissional. 5.tica mdica. I. Ttulo.

    CDD 615.739

  • DIRETORIA DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

    Presidente: Carlos Vital Tavares Corra Lima1 vice-presidente: Mauro Luiz de Britto Ribeiro

    2 vice-presidente: Jec Freitas Brando3 vice-presidente: Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti

    Secretrio-geral: Henrique Batista e Silva1 secretrio: Hermann Alexandre Vivacqua von Tiesenhausen

    2 secretrio: Sidnei FerreiraTesoureiro: Jos Hiran da Silva Gallo

    2 tesoureiro: Dalvlio de Paiva MadrugaCorregedor: Jos Fernando Maia Vinagre

    Vice-corregedor: Celso Murad

    CMARA TCNICA DE MEDICINA DO ESPORTEIntegrante Representao

    Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti (coordenador)

    Conselho Federal de Medicina (CFM)

    Cludio Balduino Souto FranzenHsojy Gley Pereira Vital da Silva

    Joo Alves Grangeiro Neto Nabil Ghorayeb

    Renato Brito de Alencastro Graa Ricardo Munir Nahas Samir Salim Daher

    Serafim Ferreira Borges Sidney Pinto da Silva

    Tatty Fofano Berno Fiorini Gomes Roberto Vital Comit Paralmpico Brasileira (CPB)

    Marcelo Bichels Leito Sociedade Brasileira de Medicina do

    Exerccio e do Esporte (SBME)Jorge Roberto Pagura

    Confederao Brasileira de Futebol (CBF)Fernando Antnio Gaya Solera

    Jos Kawazoe Lazzoli (convidado)Autoridade Brasileira de Controle de

    Dopagem (ABCD)

    PESQUISA E ELABORAO DO TEXTO

    Hsojy Gley Pereira Vital da Silva (organizao geral)

    *Para acessar a lista integral de conselheiros federais de medicina (efetivos e suplentes), visite o site cfm.portalmedico.org.br.

  • SUMRIO1. APRESENTAO .........................................................................7

    2. INTRODUO ..............................................................................9

    3. DOPAGEM (DOPING)/ANTIDOPAGEM ........................................113.1 O atleta e a dopagem ..................................................................... 123.2 As regras antidopagem .................................................................. 13

    4. SUBSTNCIAS E MTODOS PROIBIDOS NO ESPORTE .............254.1 Lista de substncias e mtodos proibidos ............................... 254.2 Guia mdico (WADA/AMA) para autorizao de uso

    teraputico (AUT) de substncias restritas no esporte ......... 324.3 Efeitos colaterais .............................................................................. 35

    5. RELAO DE FRMACOS DE REFERNCIA PERMITIDOS .........39

    6. SUPLEMENTOS ALIMENTARES E PRODUTOS NATURAIS .........456.1 Suplementos: o que realmente funciona? ................................. 496.2 Recomendaes especficas do Brasil

    (inclusive de dosagem diria) ....................................................... 526.3 Contaminao de suplementos por substncias dopantes .... 53

    7. RESPONSABILIDADE TICA E PROFISSIONAL DOS MDICOS ...55

    8. CONCLUSO .............................................................................65

    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...............................................67

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    1. APRESENTAOCasos de dopagem no esporte, na sua grande maioria, ocorrem quando

    um atleta ou praticante de atividade fsica utiliza substncias no naturais no corpo que potencializam seu desempenho, aumentando sua fora, resistncia e velocidade. Essa prtica pode acontecer de duas formas: propositalmente, com o objetivo claro de alcanar esses resultados, ou em consequncia da ingesto inadvertida de frmulas aparentemente inofensivas, cujo efeito colateral tambm pode render punies aos seus usurios.

    Infelizmente, h vrios registros de dopagem nessas duas modalidades durante disputas envolvendo competidores e membros de comisses tcnicas. Por isso, fortalecer mecanismos que afastem essa ameaa de pistas e estdios configura um desafio e um compromisso com a tica.

    Como parte integrante de comisses tcnicas ou simplesmente como um profissional que acolhe pacientes em seus consultrios ou numa emergncia de pronto-socorro, o mdico pode ser importante agente de preveno e de combate ao emprego inadequado de medicamentos e suplementos. Por isso, relevante mant-lo bem informado sobre esses riscos.

    Para tanto, com o suporte dos integrantes da sua Cmara Tcnica de Medicina do Esporte, o Conselho Federal de Medicina (CFM) elaborou este guia, cujo alvo principal so os mdicos. De linguagem clara e didtica, podendo ser consultado inclusive pelos prprios desportistas, este documento traz orientaes adequadas sobre os riscos e limites a serem respeitados.

    Como defensor da tica no exerccio da medicina e em todas as circuns-tncias, o CFM entende ser essa uma oportunidade de contribuir com o estmulo adoo de comportamentos exemplares dentro e fora das pistas.

    CARLOS VITAL TAVARES CORRA LIMA Presidente do Conselho Federal de Medicina

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    2. INTRODUOEsta publicao foi elaborada com o objetivo de oferecer informaes e

    subsdios para todos os mdicos que, em algum momento, participam da rotina de atletas, esportistas e praticantes de atividade fsica, uma populao que tem crescido constantemente, sobretudo nas ltimas dcadas, e necessita de cuidados especiais eadequados.

    Qualquer indivduo passar por intercorrncias em relao sade e precisar de algum tratamento mdico, e o uso no orientado de alguns produtos e substncias pode colocar o bem-estar e a vida do paciente em risco. Alm disso, um possvel efeito deletrio aos atletas a melhora artificial do seu desempenho, aumentando fatores como resistncia, fora e velocidade, na contramo do esprito esportivo.

    De acordo com diversos estudos e especialistas, praticamente 100% dos atletas de alto rendimento usam suplementos alimentares ou produtos classificados como naturais em busca de uma performance mais competitiva. Por isso a orientao de mdicos e outros profissionais de sade qualificados tem sido exigida com maior frequncia.

    Porm, mais do que aconselhar ou orientar, hoje se exige uma participao mais ativa desses especialistas, pois eles se tornaram corresponsveis em todo o processo, cabendo-lhes a misso de adotar prticas recomendveis e evitar a prescrio de substncias inadequadas ou suplementos contaminados. Tambm existe o outro lado dessa atuao, quando, de modo deliberado, os profissionais usam conhecimentos tcnicos e cientficos para ajudar o atleta ou o praticante de atividade fsica a se dopar, o que chamado no meio desportivo de associao proibida, onde predomina o interesse em alcanar melhores ndices e marcas ou mudanas estticas. Isso deve ser coibido, pois os indivduos que consomem frmulas erroneamente prescritas colocam sade e vida na berlinda, muitas vezes por motivos fteis, como vaidade ou ganhofinanceiro.

    Para que o mdico, mesmo no especialista, contribua para o uso correto de diferentes substncias e evite a exposio de seus pacientes a

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    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    produtos inadequados e/ou contaminados, sugerimos a leitura deste texto, cujas informaes podem ser utilizadas por todos os profissionais da medicina e orientar tcnicos, treinadores, dirigentes e demais membros das equipes. Na verdade, este contedo pode ser til para os prprios competidores e atletas, dos mais variados perfis, outorgando-lhes acesso a subsdios fundamentais para compreender como se d o consumo correto, responsvel, sensato e tico de medicamentos e suplementos.

    Promover a sade um dos deveres fundamentais do mdico, profissional--chave no diagnstico, prescrio e tratamento de doenas e outros agravos. Por isso cabe-lhe a misso de incentivar a prtica do esporte e da atividade fsica, sempre atento aos limites ticos e legais. Dessa forma, alm de colaborar com o aumento da percepo de bem-estar (individual e coletivo), esse profissional ajuda no combate ao ilcito, visando a igualdade entre todos os atletas e, conse-quentemente, a manuteno na esfera da sade dos princpios ticos e bioticos, calcados na autonomia, justia, beneficncia e no maleficncia.

    EMMANUEL FORTES SILVEIRA CAVALCANTI Coordenador da Cmara Tcnica de Medicina do Esporte

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    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    3. DOPAGEM (DOPING)/ANTIDOPAGEMCom a finalidade de tratar condies patolgicas e, muitas vezes, melhorar

    uma performance, os medicamentos e suplementos no mbito das atividades fsicas e desportivas tm caractersticas peculiares. O consumo equivocado desses produtos e substncias (por conta prpria ou sob prescrio) pode impedir que os objetivos iniciais sejam atingidos e ainda podem causar danos irreversveis vida e sade de praticantes de exerccios. Da mesma forma, essa distoro pode ter um efeito devastador na carreira de atletas e competidores, especialmente em modalidades ou categorias de alta exigncia.

    Assim, antes de iniciarmos uma abordagem mais detalhada, apresentamos a seguir alguns conceitos bsicos e importantes para compreender as orientaes desta publicao:

    Atividade fsica: qualquer atividade da musculatura esqueltica com gasto de energia.

    Exerccio fsico: atividade fsica com planejamento, estruturada e repetitiva.

    Esporte: exerccio fsico com regras e metas definidas, podendo ser competitivo ou recreacional, profissional ou amador.

    Aptido fsica: valncias relacionadas sade ou habilidades do indivduo.

    Dopagem ou doping: considera-se dopagem a soma de pelo menos duas das trs condies abaixo:

    1. Uso de substncias ou mtodos capazes de aumentar artificialmente o desempenho esportivo;

    2. Uso de substncias ou mtodos potencialmente prejudiciais sade do atleta ou de seus adversrios, como as drogas sociais, que

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    no aumentam desempenho mas ainda assim so consideradas dopagem;

    3. Uso de substncias ou mtodos que atentem contra o esprito esportivo do jogo; em outras palavras, contra o jogo limpo (fair play).

    3.1 O atleta e a dopagemMuitos atletas olmpicos usariam drogas para melhorar suas performances

    a concluso de artigo publicado na revista Sports Illustrated, resultado de uma srie de entrevistas conduzidas por pesquisadores com 198 atletas olmpicos. Eles foram questionados se usariam drogas para melhorar seu desempenho, sob a condio hipottica de que seriam descobertos e atingiriam a vitria. Desse total, 195 (98,4%) aceitariam a possibilidade.

    Esse dado sugere que entre atletas e competidores h uma preocupao soberana com os resultados, pois podem trazer reconhecimento e outras vantagens, em detrimento da ateno aos riscos da sade. O trabalho chama ateno para outro aspecto relevante: quando se alegou aos entrevistados que, nas mesmas condies da primeira pergunta, o uso da substncia causaria morte certa por seus efeitos colaterais, mais da metade respondeu que a usaria mesmo assim. um percentual estarrecedor, que demonstra como, para muitos atletas, a glria temporria vale mais do que uma vida inteira no anonimato.

    Isso confirma a importncia de fiscalizar, controlar e monitorar as competies, com o intuito de assegurar a igualdade e, ao mesmo tempo, prevenir futuras complicaes para a sade dos indivduos que no respeitam limites.

    A seguir apresentaremos mais detalhes sobre as regras antidopagem.

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    3.2 As regras antidopagem

    Como qualquer regra de validade internacional, as de antidopagem seguem um sistema signatrio, pelo qual as entidades que concordam em limites, direitos e deveres cumpram suas propostas.

    Criada em 10 de novembro de 1999, a Agncia Mundial Antidoping (AMA) em ingls, World Anti-Doping Agency (WADA) estabelece regras e diretrizes para combater a dopagem em escala global, expandidas politicamente pela Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (Unesco) e outros rgos.

    Esse escopo compe o Cdigo mundial antidopagem, documento-base para todas as entidades esportivas que seguem as orientaes definidas pela AMA, renovado a cada cinco anos (sua ltima verso de 2015). Ele serve como parmetro para todos os atletas vinculados em entidades esportivas filiadas ou signatrias (direta ou indiretamente) ao Comit Olmpico Internacional (COI), Comit Paralmpico Internacional (CPI), federaes internacionais e s prprias agncias nacionais de antidopagem. Ressalte-se, no entanto, que existem algumas modalidades e organizaes que atuam contra a dopagem em alguns pases com regras prprias mas mantm similaridade com os preceitos da AMA.

    Figura 1 Organograma da relao entre as entidades esportivas

    I PC

    Federaes

    internacionais

    Agncias

    nacionais

  • 14

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    3.2.1 As diferentes categorias das regrasO Cdigo mundial antidopagem foi aprovado pela primeira vez em 2003,

    entrou em vigor em 2004 e foi posteriormente revisto. Ele formado por vrios tpicos que, de forma integrada, buscam proteger o direito fundamental de os praticantes desportivos participarem em competies sem dopagem, com promoo da sade, justia e igualdade entre todos.

    Da mesma forma, este texto ajuda a assegurar a existncia de programas harmonizados, coordenados e eficazes, nacional e internacionalmente, para detectar e prevenir a dopagem e punir seus responsveis. Adiante, apresentamos a principal regra do Cdigo e algumas outras.

    Regra central do Cdigo mundial antidopagem

    Artigo 2.0 2.1.1 O atleta o principal responsvel

    obrigao pessoal de cada atleta garantir que nenhuma substncia proibida entre em seu corpo.

    Os atletas so responsveis por qualquer substncia proibida ou seus metablitos e marcadores encontrados, presentes em suas amostras.

    No necessrio que seja demonstrada inteno, culpa, negligncia ou uso consciente por parte do atleta para se estabelecer violao de uma ou mais normas antidopagem.

    Violaes das Regras Antidopagem (VRAD) no mbito do Cdigo mundial antidopagem

    Os critrios a seguir enquadram o atleta numa possvel dopagem. Aprimeira se chama violao analtica; as demais, no analticas:

    1. Ser detectado com substncias proibidas no corpo;

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    2. Usar ou tentar usar substncia proibida ou de mtodo proi bido;

    3. Recusar-se a (ou deixar de) se submeter a coleta de amostra;

    4. No fornecer informaes para o Whereabouts (sistema de busca) grupo-alvo para testes fora de competio e/ou no realiz-los;

    5. Adulterar ou tentar adulterar qualquer parte do controle de dopagem;

    6. Ter posse de substncias proibidas e mtodos proibidos;

    7. Traficar ou apoiar a tentativa de trfico de qualquer substncia proibida ou mtodo proibido;

    8. Administrar ou tentar administrar a qualquer atleta substncia proibida ou mtodo proibido.

    3.2.2 A aplicao dos testes

    A dopagem pode ser detectada no sangue ou na urina. Espera-se que no futuro tambm possa ser detectada em fios de cabelo e saliva, entre outras fontes. Para tornar o controle mais inteligente e menos dispendioso, substncias externas ou indicadores internos so avaliados em momentos diferentes. Destaque-se trs tipos de controle de antidopagem:

    Controle em competioRealizado em at 12 horas antes e imediatamente aps o trmino de

    uma compe tio esportiva. Testa-se a presena de substncias que possam influenciar ilicitamente tanto o treinamento quanto o desempenho do competidor em disputa. o modelo de busca de substncias considerado mais completo.

    Controle fora de competioPode ser efetuado a qualquer momento (durante um treinamento, na

    residncia do atleta e at antes ou depois de uma competio esportiva). Esse modelo mais econmico, pois busca substncia e/ou mtodo que influenciem

  • 16

    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    de modo artificial o aperfeioamento fsico durante o treinamento e cujo efeito perdure ao longo da competio. Estimulantes, narcticos analgsicos e drogas sociais no so analisados com esse tipo de controle.

    Controle de sade (passaporte biolgico)Realizado em qualquer perodo, pode ser designado como um controle

    de sade. Ele avalia indicadores de sade para descobrir alteraes indiretas causadas por agentes externos. Os marcadores so comparados mdia populacional e aos valores do prprio atleta ao longo de vrias amostras. Os itens analisados so:

    Mdulo hematolgico: so dosados biomarcadores da srie vermelha do sangue em busca de indicadores de eritropoiese irregular, transfuso ou manipulao de sangue (Figura 2).

    Figura 2 Exemplos de marcadores presentes no mdulo hematolgico

    HGB

    18

    17

    16

    15

    14

    13

    15.7 15.7 15.7 15.7 15.7 15.7 15.7 15.7 15.7 15.7 15.7

    14.8

    12.9 12.9 12.9 12.9 12.9 12.9 12.9 12.9 12.9 12.9 12.9

    14.1

    14.9

    13.7

    15.1

    14.514.1 14.0 14.0

    14.3

    32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42

    90% 95% 97.5% 99% 99.5% 99.9%

    Off-score

    120

    105.34

    32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42

    90% 95% 97.5% 99% 99.5% 99.9%

    110

    100

    90

    80

    70

    60

    106.36 106.47 106.41 106.40 106.88 107.00 107.12 106.87 106.41 105.69

    86.7083.50 84.35

    95.04

    97.67 88.10

    97.11

    73.20

    65.50

    60.41 61.50 61.68 61.68 61.7362.26 62.41 62.58 62.36 61.93 61.25

    1.63

    32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42

    90% 95% 97.5% 99% 99.5% 99.9%

    21

    0.00

    32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42

    90% 95% 97.5% 99% 99.5% 99.9%

    0.02

    -0.02

    1

    1.60 1.59 1.60 1.59 1.59 1.58 1.58 1.581.67 1.62

    0.60

    0.82

    1.19

    0.770.87

    0.790.90

    1.03

    1.24

    1.59

    0.47 0.46 0.47 0.47 0.46 0.46 0.46 0.46 0.47 0.49

    0

    -1

    -2

    -0.06 -0.08 -0.07 -0.08 -0.10 -0.12 -0.14 -0.14

    -0.77

    -1.73-1.90

    -1.66

    -0.99

    -1.42-1.60 -1.67 -1.68

    -1.46

    -2.27 -2.25 -2.28 -2.31 -2.34 -2.32 -2.33 -2.35 -2.36 -2.38 -2.39

    RET% ABPS

    0.48

    101.53

  • 17

    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    Mdulo esteroidal avalia biomarcadores de agentes anablicos endgenos que se alteram com a administrao de estrognicos exgenos. Alm disso, avalia modulares seletivos de receptores andrginos (Figura 3).

    Figura 3 Exemplos de marcadores presentes no mdulo esteroidal

    Lembre-se: alteraes do padro podem levar a punies, mesmo se nenhuma outra substncia proibida for encontrada.

    Procedimentos relacionados ao controle antidopagemO controle antidopagem executado a partir de uma sucesso de etapas

    que, entre outras, inclui (Figura 4): Seleo do atleta. Notificao da necessidade de exame. Coleta da amostra. Anlise do material coletado. Avaliao dos resultados. Tomada de providncias.

  • 18

    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    Figura 4 Fluxo do controle de dopagem

    Planomedalhas

    Bolsa-atleta,olmpico,

    paralmpico,internacional

    Demais atletas do bolsa-atleta e

    atletas defederaesnacionais

    Atleta:

    sorteio e indicao.

    Notificao da

    necessidade

    de exame.

    Coleta da

    amostra.

    Avaliao dos

    resultados.

    Anlise do

    material coletado.

    TESTE A TESTE B

    Tomada de

    providncias.

  • 19

    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    3.2.3 Procedimentos em atletas paralmpicosEsses procedimentos seguem, em linhas gerais, as mesmas regras

    e critrios j descritos. Contudo, h algumas peculiaridades que devem ser observadas, conforme descrito:

    Bexiga neurognica: quadro que mostra a incapacidade de controle neurolgico completo da urina pela bexiga. Para coleta urinria, a ceteterizao quase sempre necessria.

    Cateterizao: insumos devem ser de uso pessoal, de responsabilidade do atleta, com os quais ele deve realizar procedimentos da coleta aps ser cateterizado.

    Cegos, deficientes visuais e intelectuais: nesses casos permitido manipulao pelo acompanhante ou pelo oficial de coleta. Se o atleta portador de deficincia intelectual for do tipo parcial, a presena do acompanhante passa a ser opcional.

    Efeito boosting: situao em que h descontrole autonmico.

    Ressalte-se tambm que atletas com leso medular acima de T6 perdem a preciso do controle neurolgico da frequncia cardaca e presso arterial. Muitos esportistas provocam esse efeito propositalmente para melhorar o desempenho, colocando a prpria vida em risco, pois resulta na perda do controle preciso dos nveis mximos. Assim, nenhum atleta deve competir com presso arterial sistmica inicial igual ou acima de 160mmHg.

    3.2.4 Procedimentos em atletas com prescrio de substncia proibida (autorizao para uso teraputico AUT)

    Nem mdico pessoal, nem mdicos do clube do atleta podem prescrever qualquer medicamento com substncia proibida em sua frmula. Caso seja necessrio, existe uma comisso especial de mdicos, que avaliar a possibilidade de liberar seu uso concomitantemente prtica esportiva competitiva.

  • 20

    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    Com esse objetivo, existe um documento chamado Autorizao de Uso Teraputico (AUT), do ingls Therapeutic Use Exemption (TUE), que deve ser preenchido e assinado por mdico e atleta e anexado a exames complementa-res e relatrios mdicos, com pedido de autorizao do uso do medicamento em questo, contemplando sua administrao participao em atividades de prtica desportiva.

    Uso de receitas, relatrios ou exames como justificativaDurante a coleta do material, no basta apenas oferecer receitas,

    relatrios ou exames para justificar o emprego de medicamentos constantes na lista de substncias e mtodos proibidos, tampouco fazer o comunicado verbal da situao. Para que o caso seja devidamente analisado, obrigatrio anexar resultados de exames complementares e/ou relatrios mdicos complementares ao pedido de AUT, que devem preenchidos pelo mdico que indicou o tratamento. O atleta deve usar a substncia apenas depois de sua aprovao (Figura 5).

    Para ter seu tratamento bem avaliado e aprovado pela comisso mdica, os seguintes pr-requisitos devem ser considerados:

    1. No ter substituto por substncia ou mtodo no proibido.

    2. A condio patolgica deve ser suficientemente impactante condio de sade.

    3. O resultado do tratamento aplicado no deve elevar a performance a nveis superiores aos naturais ou condio normal.

    4. O tratamento em questo no pode ser usado para tratar uma condio causada por uso de outra substncia proibida (ex.: uso de medicamentos para tratar efeitos coletarias de anabolizantes).

  • 21

    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    Figura 5 Fluxo de anlise de pedido para uso de medicamentos

    DOENA E POSSVEL QUEDA DE

    APTIDO FSICA

    Tratamento com substncia proibida?

    Trata condio

    causada por outra

    substncia proibida?SIM NO

    Tem substituto?

    AUT no necessria

    SIM NO

    AUT

    SADE E APTIDOFSICA NORMAL

    AUT

    Usar substituto SADE E APTIDO FSICA AUMENTADA ARTIFICIALMENTE

    AUT

    AUT

    AUT quando obrigatria

    A AUT no necessria em toda prescrio feita por mdico assistente ou equipe esportiva; ela deve ser encaminhada, depois de preenchida, somente em casos onde a substncia ou mtodo proibido pela AMA conste da frmula ou da abordagem teraputica pretendida.

    Importante reiterar: deve-se aguardar o resultado do pedido de anlise feito por comisso mdica de AUT da instituio responsvel pelo atleta antes de usar a medicao.

    Prazo de envio da AUTDe acordo com padres internacionais, a AUT deve ser enviada pelo

    menos 30 dias antes do incio do evento, e a comisso mdica tem at 21 dias para comunicar o resultado. Devido s especificidades de algumas modalidades,

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    com demanda contnua de treinos e competies ao longo da temporada, h um esforo para reduzir esse tempo.

    Comprovao de critrios de exignciaComo forma de agilizar e oferecer subsdios para a anlise do pedido,

    sugere-se enviar o mximo de informaes clnicas, em detalhes, com o formulrio. Da mesma forma, oatleta deve incluir relatrios de outros colegas e resultados de exames complementares relacionados.

    Onde obter o formulrio de AUT e para onde envi-loOs formulrios geralmente so encontrados no site de agncias de

    antidopagem ou de federaes internacionais (FIs) pelas quais o atleta competir. Tambm costumam estar disponveis no site dos organizadores das competies, sobretudo as de grande porte (jogos olmpicos e paralmpicos, continentais; finais de campeonato etc.). Essa escolha depende do nvel do competidor, de acordo com a explicao a seguir (Figura 6):

    Atletas de nvel nacional: nessa situao, deve-se submeter o pedido para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Se o pedido for acolhido pela ABCD e o atleta deseja competir internacionalmente, deve-se repetir o processo com a FI de sua modalidade, comunicando sua autorizao local. Fique atento aos contatos abaixo:

    Site: www.abcd.gov.br/arquivos/AUT_Formulrio_de_Solicitao_AUT_2.pdf

    E-mail: [email protected]

    Atletas de nvel internacional de grupo-alvo de teste: as recomendaes para esse grupo so as seguintes:

    Preencher o formulrio em ingls, cujo nome Therapeutic Use Exemption (TUE).

    Os exames complementares devem ser traduzidos e, de preferncia, juramentados.

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    Os pedidos e formulrios devem ser remetidos diretamente para as FIs.

    O atleta deve solicitar a AUT para sua FI, se possvel pelo sistema de gerenciamento antidopagem da AMA (Anti-Doping Administration and Management System Adams), caso a FI esteja cadastrada e habilitada para usar este sistema.

    Figura 6 Fluxo para encaminhamento de pedidos de autorizao

    Busca de formulrio

    e aplicao de AUT

    Atleta de nvel nacional e/ou

    grupo teste-alvo da ABCD

    Atleta de nvel Internacional +

    Atleta de grupo-alvo de Federao

    Internacional

    AUT para

    federao

    internacional

    (condies

    mdicas eletivas)

    Condio clnica

    de emergncia

    durante grandes

    jogos

    AUT ABCD

    (condies

    mdicas eletivas

    Condio clnica

    de emergncias em

    "jogos nacionais

    Tratar e buscar

    AUT retroativa

    ABCD

    Tratar e buscar AUT retroativa

    ao organizador

    (FI, COI, IPC etc.)

    AUTDecide competir

    internacionalmente

    Validar na FI

    correspondente

    ABCDAutoridade BrasileiraControle de Dopagem

    ABCDAutoridade BrasileiraControle de Dopagem

    Pedido de AUT aps resultado positivo em amostraA nica forma de obter uma AUT para medicamentos que j so ou

    tenham sido utilizados confirmando caso de urgncia ou emergncia por meio da apresentao de documentos e exames que atestem a situao. Somente assim possvel obter uma AUT retroativa.

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    Situaes de urgncia e emergnciaSe o mdico prescreve medicamentos orais ou parenterais contendo

    substncias proibidas mas considera necessrios em situaes de urgncia e emergncia, esse profissional (ou o que assiste o atleta) deve indicar com detalhes qual a situao de urgncia/emergncia no formulrio.

    So apreciadas como situaes de urgncia e emergncia atendimentos em unidades prprias para tal, como pronto-socorro, pronto-atendimento, cirurgias no eletivas, internaes hospitalares, entre outras.

    Mdico e atletas devem ter cpias de pronturio, exames e relatrios que justifiquem em detalhes a necessidade desse atendimento especial. AUTs retroativas coleta de amostra, sem configurao de urgncia/emergncia, podero ser apreciadas, porm a liberao de uso pela comisso responsvel rara.

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    4. SUBSTNCIAS E MTODOS PROIBIDOS NO ESPORTE

    4.1 Lista de substncias e mtodos proibidosNo site da ABCD (www.abcd.org.br) e da AMA (www.wada-ama.org), esto

    disponveis arquivos com listas de substncias e mtodos proibidos.

    Desde 2004, conforme orientam as normas especficas, a AMA divulga em sua pgina essas informaes, cujo nome oficial Lista anual de substncias e mtodos proibidos (prohibited list), a qual entra em vigor no dia primeiro de janeiro de cadaano.

    4.1.1 Substncias e mtodos proibidos permanentemente (dentro e fora de competio)

    S0. Substncias no aprovadas: qualquer substncia farmacolgica no referenciada por nenhuma das sees subsequentes dessa lista e sem aprovao em curso por autoridade governamental regulamentadora da sade para uso teraputico em humanos (ex.: drogas em desenvolvimento pr-clnico, clnico ou drogas descontinuadas). Assim, esto permanentemente proibidas.

    S1. Agentes anablicos: neste grupo esto os esteroides anablicos andrognicos (EAA) e outros agentes anablicos.

    S2. Hormonios peptdicos, fatores de crescimento, substncias relacionadas e mimticos: neste grupo constam:

    Eritropoetina (EPO) e agentes que afetam a eritropoiese.

    Hormnios peptdeos e moduladores hormonais.

    Gonadotrofina corionica (CG), hormonio luteinizante (LH) e seus fatores de liberao.

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    Corticotrofinas.

    Hormnio do crescimento (GH) e seus fatores de liberao.

    Fatores de crescimento e seus moduladores.

    S3. Beta-2-agonistas: integram essa categoria salbutamol, formoterol e salmeterol inalados, que somente sero considerados achados adversos se usados em doses suprateraputicas.

    S4. Moduladores hormonais e metablicos: deste grupo, fazem parte as seguintes substncias:

    1. Inibidores da aromatase.

    2. Moduladores seletivos de receptores de estrognios.

    3. Outras substncias antiestrognicas.

    4. Agentes modificadores da(s) funo(oes) da miostatina.

    5. Moduladores metablicos:

    agonistas do eixo protena quinase AMP-ativado;

    insulinas e mimticos de insulina;

    meldnio;

    trimetazidina.

    S5. Diurticos e agentes mascarantes

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    4.1.2 Mtodos proibidosM1. Manipulao de sangue e componentes do sangue (Figura 7)

    Administrao ou reintroduo de qualquer quantidade de sangue ou produtos da srie vermelha de qualquer origem.

    Aumento artificial de captao, transporte ou aporte de oxignio.

    Qualquer forma de manipulao intravascular de sangue ou de componentes do sangue, seja por meios fsicos ou qumicos.

    M2. Manipulao qumica e fsica

    Manipular ou tentar manipular substncias com o objetivo de alterar a integridade e validade das amostras.

    Realizar infuses intravenosas e/ou injees maiores que 100 ml por um perodo de 12 horas, exceto em situaes legtimas hospitalares, cirrgicas ou de investigao diagnstica.

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    Figura 7 Critrios para infuses intravenosas

    PROIBIDO

    12:00MAIOR

    POR

    Todas as transfuses e

    injees

    100

    Mililitros

    Por perodo

    de 12 horas

    NO PROIBIDO

    MENOR

    &

    Transfuses e

    injees

    100

    Mililitros

    NO na

    Lista Proibida

    WADA

    PROIBIDA

    *Em situaes de emergncia, consulte a Lista Proibida para obter detalhes.

    150

    100 mL

    50

    150

    100 mL

    50

    M3. Dopagem gentica

    Transferncia de polmeros de cidos nucleicos ou anlogos de cidos nucleicos.

    Uso de agentes de edio de genes destinados a alterar as sequncias do genoma e/ou a regulao transcricional ou epigentica da expresso gnica.

    Uso de clulas normais ou geneticamente modificadas.

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    4.1.3 Substncias proibidas apenas em competioAlm das categorias S0 a S5 e M1 a M3 (definidas anteriormente), as

    seguintes categorias tambm so proibidas em competio:

    S6. Estimulantes

    Estimulantes no especificados.

    Estimulantes especificados.

    Bupropiona, cafena, fenilefrina, fenilpropanolamina, nicotina, pipradol e sinefrina so permitidos, e esto em monitoramento.

    Catina, efedrina, metilefedrina e pseudoefedrina possuem limite de uso. Esse limite no excede as doses contidas nas posologias dos medicamentos usualmente prescritos de acordo com a bula.

    Epinefrina (adrenalina): no proibida se o uso for local, nasal, oftalmolgico ou com agentes anestsicos.

    S7. Narcticos

    S8. Canabinoides

    S9. Glicocorticoides

    Todos os glicocorticoides so proibidos quando administrados por via oral, intravenosa, intramuscular ou retal.

    4.1.4 Substncias proibidas em esportes especficos

    P1. Betabloqueadores

    Tiro com arco (WA).

    Automobilismo (FIA).

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    Bilhar (todas as modalidades) (WCBS).

    Dardos (WDF).

    Esqui/snowboarding (FIS) em salto com esqui e em estilo livre areo e meio.

    Tubo e prancha de neve em meio tubo e grande areo.

    Golfe (IGF).

    Tiro (ISSF, IPC).

    Esportes submarinos (CMAS).

    S9. Glicocorticoides (Figura 8)

    So proibidos em competio quando administrados por via oral, retal, endovenosa ou intramuscular.

    Consequentemente, no so proibidos nas vias de administrao intra-ar-ticular, nasal, oftalmolgica e cutnea.

    Glicocorticoides adotam um valor considerado analtico acima de 30 ng/ml como analtico adverso para urina.

    Qualquer valor encontrado e reportado como valor de excreo renal acima de 30 ng/ml para glicocorticoides ser considerado um informe analtico adverso e ser encaminhado para gesto de resultados.

    Na gesto de resultados, sero avaliados dados de pronturio, exames, relatrios, dados analticos da amostra, entre outros.

    Depois, a denncia pode ser arquivada ou oferecida s entidades julgadoras.

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    Figura 8 Fluxo de AUT/analtico adverso de glicocorticoides

    AUT

    GLICOCORTICOIDES

    Oral, retal, intravenoso, intramuscular Intrarticular, nasal, oftalmolgica, cutnea

    AUT necessria AUT no necessria

    AUT

    1 - Superdosagem2 - Aumento de absoro3 - Erro de via de ADM

    Usar substituto Observar tempo e

    dose autorizados

    Analtico adverso metablitos > 30 ng/mL

    Gesto de resultados

    Denncia oferecida Denncia arquivada

    Por isso, assim como determina o Cdigo de tica Mdica, todos os pacientes/atletas devem ter seu pronturio para que sirva como instrumento de verificao e defesa do mdico pela gesto de resultados em caso analtico adverso.

    4.1.5 Substncias em monitoramento

    So substncias monitoradas anonimamente pela AMA a partir de amostras de atletas que as consumiram mas no esto na lista de substncias proibidas. A organizao as acompanha para detectar padres indevidos de uso.

    Desse grupo, constam alguns tipos deestimulantes, narcticos, beta-ago-nistas e formas glicocorticoides de vias permitidas.So substncias que podem j ter sido proibidas em outros anos e podem voltar a ser.

    Com esse trabalho, a AMA auxilia na identificao de tendncias de uso indevido que podem, em futuros estudos, mostrar se dopam seus usurios ou no. Um detalhe: essas substncias podem ser prescritas em doses teraputicas habituais.

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    4.2 Guia mdico (WADA/AMA) para autorizao de uso teraputico (AUT) de substncias restritas no esporte

    A AMA disponibiliza guias para orientar o mdico a solicitar a AUT em situaes clnicas onde substncias proibidas no esporte so frequentemente empregadas. No garantem sucesso, mas oferecem informaes que podem aumentar as chances de liberao.

    Site: https://bit.ly/1MYOIDv (clique no item Medical information to support the decisions of TUECs).

    Separada por condio clnica versus substncias

    Distrbio de dficit de ateno com hiperatividade (DDAH)

    Metilfenidato, dexafetamina, dextrofetamina

    Anafilaxia Epinefrina (adrenalina), glicocorticoides

    Insuficincia adrenal Glicocorticoide, mineralocorticoide, espironolactona

    Hipogonadismo/deficincia andrognica Testosterona, HCG

    Hipertenso arterial, condies cardiovasculares Diurticos, betabloqueadores

    Asma Beta-2-agonista, glicocorticoide, terbutalina

    Diabetes insulino-dependente Insulina

    Transexualidade mulher para homem Testosterona

    Deficincia de hormnio de crescimento Hormnio do crescimento

    Sndrome de ovrio policstico/infertilidade Citrato de clomifeno, espironolactona

    Doena inflamatria intestinal Glicorticoides

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    Separada por condio clnica versus substncias

    Infuso intravenosa Infuses IV

    Desordens intrnsecas do sono Modafinil, dexafetamina, dextrofetamina, Metilfenidato

    Leses musculoesquelticas Glicocorticoides, narcticos

    Tosse ps-infecciosa Pseudoefedrina, glicocorticoides

    Transplante renal Betabloqueadores, diurticos, eritropoetinas, glicocorticoides

    Dor neuroptica Narcticos, canabinoides

    Sinusite/rinossinusite Pseudoefedrina

    Separada por substncias versus condio clnica

    Beta-2-agonista Asma

    Betabloqueadores Transplante renal, hipertenso arterial, Condies cardiovasculares

    Canabinoides Dor neuroptica

    Citrato de clomifeno Sndrome de ovrio policstico/infertilidade

    Dexafetamina DDAH

    Diurticos Hipertenso arterial, transplante renal

    Epinefrina (adrenalina) Anafilaxia

    Eritropoetina Transplante renal

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    Separada por substncias versus condio clnica

    Glicocorticoide

    Insuficincia adrenalAsmaAnafilaxiaDoena inflamatria intestinalLeses musculoesquelticasTosse ps-infecciosaTransplante renal

    Hormnio de crescimento Deficincia do hormnio de crescimento

    Gonadotrofina corinica humana (HCG) Hipogonadismo/deficincia andrognica

    Insulina Diabetes insulino-dependente

    Infuso IV Infuso intravenosa

    Metilfenidato DDAH

    Mineralocorticoide Insuficincia adrenal

    Modafinil Desordens intrnsecas do sono

    Narcticos Condies musculoesquelticas, dor neuroptica

    Pseudoefedrina Tosse ps-infecciosa, sinusite

    Espironolactona Insuficincia adrenal, sndrome de ovrio policstico/infertilidade

    Terbutalina Asma

    Testosterona Transexualidade mulher para homemhipogonadismo/deficincia andrognica

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    4.3 Efeitos colaterais

    Os principais efeitos colaterais das substncias comumente usadas para melhorar o desempenho de forma ilcita so apresentados nas tabelas a seguir, segundo sinais e sintomas das substncias mais usadas:

    Anabolizantes esteroides

    rgo/sistema Efeito colateral/adverso

    Reprodutivo

    Mulheres

    Irregularidade menstrualHipertrofia clitorianaAtrofia mamriaTeratogenicidade

    Homens

    Queda de hormnio reprodutivoAtrofia testicularOligo ou azoospermiaImpotnciaHipertrofia prostticaCarcinoma prostticoGinecomastiaPriapismo

    Endcrino Queda de tolerncia a glicose

    Laringe Engrossamento da voz

    Pele

    AcneAlopeciaHirsutismoEdemaCalvcie masculina

    Urinrio

    Elevado balano nitrogenadoInsuficincia renal agudaGlomeruloesclerose focal e segmentarGlomerulonefrite membrano-proliferativaTumor de Wilms

    Imunolgico Queda de IgA

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    Anabolizantes esteroides

    rgo/sistema Efeito colateral/adverso

    Psiquitrico

    Oscilao de humorComportamento agressivoDepressoPsicoseVcioCrise de ausncia e dependncia

    MusculoesquelticoFechamento precoce das epfisesAumento da frequncia de rupturas muscularesAumento de risco de tendinoses

    Cardiovascular e efeitos hematolgicos

    Aumento do colesterolQueda do colesterol HDLHipertensoTromboseEfeitos pr-aterognicosHipertrofia ventricular

    Fgado

    Leso hepatocelularColestaseHepatoadenomaHepatocarcinoma

    Riscos adicionais

    Medicamentos de uso veterinrio e contrabandeados (provenincia duvidosa)Tcnicas inseguras de aplicao e hiperdosagemUso concomitante com outras drogas (lcool, cocana, maconha)Combinaes de mltiplas drogas

    Hormonio do crescimento (GH)

    Diagnsticos Sinais e sintomas

    Artralgia e mialgiaResistncia a insulinaIntolerncia aos carboidratosDiabetes mellitus

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    Hormonio do crescimento (GH)

    Diagnsticos Sinais e sintomas

    Ginecomastia

    Acromegalia e efeitos por doses prolongadasAumento de extremidadesRemodelao sseaArtriteEspores sseosBossa frontalM ocluso dentriaEstenose de canal medularDesfiguraoMudanas cardiovascularesDisfuno cardaca

    Outros

    Reteno de sdio de lquidosEdema de tecidosParestesiasCompresso nervosaRigidez articularHipertensoEdema perifrico

    Outras substncias proibidas

    Tipo de substncia Efeitos colaterais

    Eritropoetina humana recombinante (EPO)

    Hiperviscosidade (Ht > 52% para homens; >55% para mulheres)Hipertenso arterialConvulso cerebralTromboembolismoDesenvolvimento de anticorpos anti-EPO (terapia a longo termo)

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    Outras substncias proibidas

    Tipo de substncia Efeitos colaterais

    Diurticos

    Perda anormal de peso Cimbra muscularHipopotassemiaDiminuio da presso sanguneaDistrbios do ritmo cardacoReduo da glicemiaAlcalose sistmicaLeso renal

    Estimulantes

    AdioDependnciaAgitaoNervosismoTremorDelrioInsniaPerda da coordenaoAgressividadePsicoseHipertenso arterialArritmia cardacaAumento de leses musculotendneas

    Narcticos analgsicos fortes

    AdioDependncia fsicaDiarreia/constipaoNusea e vmitoFebreEspasmo muscularConfuso mentalQueda da presso arterialDepresso do centro respiratrioMorte por parada cardiorrespiratria

    A ABCD tambm disponibilizou um documento sobre efeitos colaterais, disponvel no link: .

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    5. RELAO DE FRMACOS DE REFERNCIA PERMITIDOS

    De antemo, importante ressaltar que:

    Esta relao busca uma orientao; no exclusividade de uso.

    Deve ser usada sempre com ateno ao fato de que muitos produtos tm nome semelhan te, s vezes com um sendo permitido e outro proibido.

    A referncia a produtos especficos visa apenas oferecer alguns exemplos.

    As medicaes mencionadas no contemplam todas as que existem no mercado.

    A responsabilidade final desse uso ser principalmente do atleta, e diretamente do mdico que a prescreve.

    Finalmente, destaca-se que a lista apresentada na tabela a seguir no traz qualquer indicao de uso ou restrio com carter comercial.

    Categoria do frmaco/funo ou uso Nome do produto

    Analgsicos

    AAS, AAS Infantil, Acetofen, Acetaminofen 500, Algi Tanderil, Aminofen, Analgex, Analgex C, Antitermin, Aspirina, Aspirina forte, Aspirina infantil, Baralgin, Buscopan, Cefalium, Cefunk, Cibalena A, Dipirona, Doran, Dorflex, Doribel, Drico, Endosalil, Fontol, Fontol 650, Melhoral, Melhoral infantil, Novalgina, Paracetamol, Ponstan, Ronal, Sensitram, Sylador, Tramal e Tylenol, Tylex.

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    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    Categoria do frmaco/funo ou uso Nome do produto

    Anticidos

    Aclorisan, Alca-luftal, Alrac, Andursil, Asilone, Bisuisan, Digastril, Estomagel, Gastrogel, Gastrol, Gastromag Gel, Gaviz, Gelusil M, Hidroxigel, Kolantyl, Leite de magnsia, Maalox Plus, Magnsia Bisurada, Mylanta Plus, Pepsamar, Pepsogel, Siligel, Siludrox, Simeco Plus, Sonrisal, Tonopan e Tums.

    Antialrgicos*

    Agasten, Allegra 120, Allegra 180, Calamina, Cilergil, Claritin, Desalex, Fenergan, Hismanal, Intal, Loratadina, Periatin, Polaramine, Prometazina e Zofran.

    Antiasmticos Aero-clenil, Aerojet, Aerolin, Serevent, Suxar e Teoden.

    Antibiticos

    Amicacina, Amoxicilina, Amplitor, Assepium balsmico, Bacfar, Bacigen, Bacterion, Carbenicilina, Ceclor, Cefalex, Cefalexina, Cefalotina, Cefamezin, Cefaporex, Cibramox, Claritromicina, Clindamicina, Cloranfenicol, Dalacin-C, Despacilina, Diastin, Dicloxalina, Dientrin, Duoctrin, Eritrex, Eritrofar, Espectrin, Garamicina, Gentamicina, Glitisol, Hiconcil, Ilosone, Imuneprim, Infectrin, Kefazol, Keflex, Keflin, Levofloxacino, Lincomicina, Longacilin, Mefoxin, Megapen, Moxifloxacino, Netromicina, Norfloxacina, Novamin, Novocilin, Oracilin, Oxacilina, Penicilina G Potssica, Pantomicina, Pen-veoral, Penvicilin, Septiolan, Sintomicetina, Staficilin-N, Terramicina, Tetraciclina, Tetrex, Tobramina, Totapen, Trimexazol, Vancomicina e Vibramicina.

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    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    Categoria do frmaco/funo ou uso Nome do produto

    Anticoncepcionais

    Adoless, Aixa, Alexa, Allestra 20, Allestra 30, Aracely, Aranka, Arankelle, Artemidis 35, Azalia, Belanette, Belara, Belaracontinu, Benidette, Benifema, Betroa, Carlin G, Cerazette, Chariva, Ciclo 21, Ciclofemme, Cilest, Ciprane, Clarissa, Concepnor, Convuline, Dalyne, Daylette, Denille, Desobel, Diamilla, Diane35, Diclin, Diminut, Dioz, Diva, Drosdiol, Droseffik, Drosianelle, Drosianne, Drospibel, Drospibel G, Drosurall, Drosure, Effilevo, Effiplen, Elamax, Elani, El, Estinette, Estmar, Evanor, Femiane, Ferane 35, Fertnon, Gestinol 28, Gestradiol, Gestrelan, Ginesse, Gracial, Gynera, Harmonet, Ingrid, Ioa, Iumi, Izeane G, Jasmine, Jasminelle Jasminellecontinu, Jeniasta, Juliet, Juliperla, Kelly, Laurina 28, Leeloo G, Level, Liara, Libeli, Lidy, Linatera, Lizzy, Lovelle, Lueva, Lydian, Lyllas, Malu, Marvelon, Mercilon, Mercilon conti, Mesigiyna, Microgeste, Micronor, Microginon, Micropil 20, Micropil 30, Microvlar, Minesse, Minigeste, Minina, Minulet, Miranova, Mirelle, Moliere 20, Moliere 30, Nactali, Neovlar, Niki, Nociclin, Nordette, Normamor, Novynette, Ovranette, Palandra, Perola, Petibelle, Previane, Primera 20, Primera 30, Primolut-nor, Qlaira, Regulon, Repopil, Seasonique, Selene, Sibilla, Siblima, Sidreta, Sidretella, Sofiperla, Stezza, Tamisa 20, Tamisa 30, Tantin, Tess, Tri-gynera, Tri-minulet, Trinordiol, Triquilar, Valette, Vincy, Yang 30, Yasmin, Yasminelle, Yaz, Zoely.

    AnticonvulsivantesDepakote, Depakene, Diempax, Epelin, Fenobarbital, Gardenal, Hidantal, Primidona, Rivotril, Tegretol, Valium e Valpakine.

    Antidepressivos Buspar, Pamelor, Prozac, Valix, Wellbutrin SR e Zoloft.

    Antidiarreicos Diarresec, Enterobion, Floratil, Florax, Furazolin, Imosec, Kaomagma, Kaopectate e Pa-renterin.

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    Conselho Federal de Medicina Conselho Federal de Medicina

    Categoria do frmaco/funo ou uso Nome do produto

    AntiemticosCopena, Dramin, Emetic, Estac, Eucil, Kytril, Metoclopramida, Motilium, Normopride Enzimtico, Plamet, Plasil, Vogalene, Vomix, Vontrol e Zofran.

    AntifngicosAncotil, Canesten, Cetoconazol, Daktarin, Flagyl, Flagyl Nistatina, Fluconazol, Fulcin, Fungizon, Lamisil, Micostatin, Nistatina, Sporanox e Sporostatin.

    Antigripais

    Analgex C, Aspi C, Benegrip, Bialerge, Cebion, Coldrin, Cortegripan, Doril, Grip Caps C, Melhoral C, Optalidon, Resprin, Redoxon, Tandrilax, Termogripe C e Trimedal 500.

    Anti-inflamatrios

    Actiprofen, Advil, Aflogen, Algi-danilon, Algi-flamanil, Algiperalgin, Alginflan, Algizolin, Analtrix, Anartrit, Artren, Artril, Artrinid, Artrosil, Benevran, Benotrin, Benzitrat, Biofenac, Brexin, Butazil, Butazolidina, Butazona, Cataflam, Cataflam D, Cataren, Celebra, Cetoprofeno, Cicladol, Ciclinalgin, Clofenak, Danilon, Deflogen, Deltaflan, Deltaflogin, Deltaren, Diclofenaco Potssico, Diclofenaco Sdico, Diclotaren, Doretrim, Dorgen, Do-riflan, Eridamin, Febupen, Feldene, Feldox, Fenaflan, Fenaflan Sdico, Fenaren, Fenburil, Fenilbutazona Sdica, Fisioren, Flanax, Indocid, Inflamene, Motrin, Naprosyn, Nisulid, Piroxifen, Piroxiflam, Proflam, Scaflam, Sintalgin, Tilatil e Voltaren.

    Anti-hemorroidrios Claudemor, Glyvenol, Hemorroidex, Nestosyl, Preparado H, Venalot e Xiloproct.

    Antiulcerosos

    Antak, Cimetidina, Climatidine, Esomeprazol, Gastrodine, Label, Logat, Neocidine, Ne-xium, Omeprazol, Pantoprazol, Ranidin, Ranitidina, Tagamet, Ulcedine, Ulcenon, Ulcoren e Zadine.

    Colrios Anestsico Oculum, Colrio Moura Brasil, Fenilefrina Colirium e Visine.

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    Categoria do frmaco/funo ou uso Nome do produto

    Contraceptivos Diane 35, Minulet, Selene, Yasmin, Yaz, Evra (adesivo), Mirena (DIU) e NuvaRing (anel vaginal).

    Cremes dermatolgicos

    Em princpio, todos os cremes do mercado podem ser usados, exceto os que contm anabolizantes, desde que respeitadas suas indicaes, preferencialmente sob orientao mdica. No devem ser usados o Trofodermin e Novaderm por conterem Clostebol, que anablico.

    Descongestionantes nasaisAfrin, Coristina D, Coristina R, Naldecon, Neo-Sinefrina, Ornatrol, Spansule, Otrivina, Rinosbon, Rinosoro, Sinutab, Sorine, Superhist e Triaminic.

    Enxaquecas Cafergot, Naratraono, Sumax, Ormigren,

    Estimulantes sexuais Viagra, Cialis, Levitra, Vivanza

    Expectorantes e antitussgenos

    Alergogel, Alergotox Expectorante, Atossion, Benadryl, Besedan, Bisolvon, Bisolvon Am-picilina, Clistin Expectorante, Descon Expectorante, Fluimucil 10% e 20%, Glicodin, Glycon lodepol, Iodetal, Iodeto de Potssio Lquido, Pulmonix, Silencium, Silomat, Tossbel, Transpulmin, Xarope de Iodeto de Potssio Composto e Xarope Valda.

    Hipoglicemiantes oraisAvandia, Amaryl, Daonil, Diabexil, Diabinese, Diamicron, Glibenclamida, Glipizida, Glucoformin, Minidiab e Prandin.

    Insonia

    Barbitricos: Gardenal e Fenobarbital

    Anti-histamnicos: Fenergan e PrometazinaBen-zodiazepnicos: Dalmadorm, Dormonid, Nitrazepan, Nitrazepol, Rohypnol e Sonebon.

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    Categoria do frmaco/funo ou uso Nome do produto

    Laxativos

    Agarol, Agiolax, Dulcolax, Fitolax, Fleet Enema, Frutalax, Guttalax, Humectol D, Lacto-Purga, Metamucil, Minilax, leo mineral, Purgoleite, Supositrio de Glicerina e Tamarine.

    Preparaes oftlmicas

    Afrin oftlmico, Anestalcon colrio, Cloranfenicol, Colrio cicloplgico, Flumex 0,1% e 0,25%, Fluorescena, Isopto Carpine, Lacrima, Maxidex, Maxitrol, Minidex, Opti-tears e Pilocarpina 1%,2% e 4%.

    Preparaes vaginais Flagyl, Ginedak, Gyno-daktarin, Micogyn, Nistatina e Talsutin.

    Relaxantes musculares Coltrax, Mioflex e Sirdalud.

    SedativosAnsitec, Calmociteno, Diazepam, Dienpax, Dormonid, Frisium, Kiatrium, Lexotan, Lorax, Psicosedin, Somalium, Tensil, Tranxilene e Valium.

    Diversos Premarin, Provera.

    * Frmacos com a letra D so permitidos apenas em doses teraputicas. Exemplo: Allegra D, Claritin D (analtico adverso com dose urinria acima de 150mcg/ml).

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    6. SUPLEMENTOS ALIMENTARES E PRODUTOS NATURAIS

    Os suplementos so usados com as seguintes finalidades:

    1. Controle de deficincia de micronutrientes

    Para este grupo, a deficincia deve ser comprovada previamente. Em atletas em condies subclnicas ou com deficincias limtrofes, so casos considerados para uso dos suplementos sob protocolo. No Brasil, so em grande parte medicamentos prescritos e controlados por mdicos.

    Neste grupo, os mais usados so a vitamina D, o ferro e o clcio, que apresentam forte evidncia de resultados em atletas de alto rendimento, bem como em adultos de forma geral.

    2. Fornecimento de formas de energia e macronutrientes

    Este grupo contm formulaes especiais, que visam oferecer nutrientes habitualmente conhecidos com propriedades fundamentais para o bom desempenho, sendo de fcil uso, absoro e funo. Em situaes controladas por profissional habilitado, pode-se substituir refeies em agendas especficas. So eles:

    Tipos Composio bsica Funo

    Bebidas esportivas

    Carboidrato 5-8% Sdio 10-35 mmol/L Potssio 3-5 mmol/L

    Reidratao e combustvel aps e durante o exerccio

    Bebidas energticas

    Carboidratos Cafena Taurina e vitaminas (pouca evidncia)

    Estmulo antes e durante o exerccio

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    Tipos Composio bsica Funo

    Gis esportivos 25 g de carboidrato Cafena (alguns) Eletrlitos (alguns)

    Combustvel durante o exerccio

    Repositores de eletrlitos

    Sdio 50-60 mmol/L Potssio 10-20 mmol/L Baixo carboidrato

    Rpida reposio hidroeletroltica aps grandes perdas

    Suplementos proteicos

    20 a 50 g/poro de alta qualidade

    Recuperao e implemento aps exerccios de fora

    Refeio lquida 1-1,5 kcal/mL de acordo com a pirmide alimentar

    Reposio de refeies com baixo volume (especialmente refeio pr-evento) e Recuperao ps-exerccio de carboidrato e protena.Nutrio porttil mais completa

    Barras esportivas

    40-50g de carboidratos 5-10g de protenas Baixa gordura e fibras Vitaminas/minerais

    Carboidrato e protenas durante e aps o exerccioRecuperao ps-exerccio; fornece carboidrato, protena, gordura, fibra e micronutrientes

    Alimentos ricos em protenas 20g de protenas

    Ps-exerccio ou melhorar o teor de protena de outras refeies

    3. Benefcios diretos de desempenho

    Trabalhos cientficos avaliados em meta-anlises e revises cientficas de boa qualidade demonstram que esses suplementos tm eficcia comprovada e direta no desempenho dos atletas. Exemplos:

    Cafena. Creatina. Nitratos. Beta-alanina. Bicarbonato sdico.

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    Eles devem ser prescritos e acompanhados por profissionais especia-lizados, para atletas e modalidades indicadas, alm de seguir os protocolos comprovados em eficcia, controlando dose, tempo de uso e segurana.

    4. Benefcios indiretos de desempenho

    Melhoram a reabilitao aps treinos ou competies, recuperando ou prevenindo infeces, podendo reduzir a dor e ainda melhorar o humor dos atletas.

    Para este grupo no existem trabalhos de qualidade, portanto temos evidncia de baixa a moderada. Exemplos:

    Vitaminas C, D e E. Probiticos. Carboidratos. Colostro bovino. Polifenis.

    A maioria dos produtos denominados suplementos alimentares que agrupam, entre outros, aminocidos, creatina, vitaminas e sais minerais em muitos pases no avaliada nem durante sua produo, por causa da segurana e eficcia dos rgos governamentais.

    Por essa razo, atletas de alto rendimento devem prezar primordialmente por uma boa alimentao, sem a necessidade de real suplementao. Devem utilizar apenas produtos tradicionais, de preferncia testados previamente, para no correr o risco de contaminao que, mesmo no intencional, no evitar punio.

    Tradicionalmente, instituies esportivas srias elaboram guias de recomendao, indicando quais suplementos apresentam evidncias cientficas com base em protocolos, apoiando seu uso durante a prtica esportiva.

    A tabela a seguir mostra como o Comit Paralmpico Brasileiro (CPB) separa suplementos, substncias e produtos que trabalhos cientficos consideram

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    vlidos. Ressalte-se que essas anlises sofrem ajustes ao longo do tempo em razo de estudos e pesquisas.

    Definio Suplementos

    A

    B

    C

    D

    E

    Evidncias cientficas insuficientes sobre o desempenho e/ou com efeitos indiretos. Devem ser orientados sob protocolo de acompanhamento por profissional habilitado.

    Aminocidos de cadeia ramificada (BCAA), arginina, beta-alanina, glutamina, leo de peixe, probiticos*, vitaminas e/ou minerais isolados ou em combinao, incluindo antio-xidantes**

    Suplementos abrangidos na RDC n 18/2010* da ANVISA, especialmente formulados para auxiliar os atletas e atender suas necessida-des nutricionais especficas e auxiliar no de-sempenho do exerccio. Evidncias cientficas sugerem efeitos benficos da utilizao em situaes individuais. Devem ser orientados sob protocolo por profissional habilitado.

    Evidncias cientficas disponveis sugerem possvel efeito benfico sobre a performance para situaes individuais. Devem ser orien-tados sob protocolo de acompanhamento por profissional habilitado.

    Sem evidncias cientficas ou em quanti-dade insuficiente para apoiar benefcios do uso. Devem ser orientados sob protocolo de acompanhamento por profissional habilitado.

    Substncias sem evidncias cientficas para apoiar benefcios de uso e com risco de pro-vocar efeitos adversos ou de ser contamina-dos por substncias dopantes.No devem ser orientados.

    Cafena, creatina, suplementos energticos, suplementos hidroeletrolticos, suplementos para substituio parcial de refeies, suple-mentos protecos.

    Beta-hidroxi-metilbutirato, (HMB), bicarbona-to de sdio, eletrlitos para reposio, L-car-nitina.

    Coenzima Q10, D-ribose, fitoterpicos*, leuci-na, leo de crtamo, leo de coco, polifenis e outras substncias bioativas*, precursores de xido ntrico, taurina, TCM, ZMA.

    Todas as substncias definidas pela Agncia Mundial Antidopagem (AMA) como dopagem. Todas as substncias suja comercializao est proibida pela ANVISA. Todas as subs-tncias sem registro na ANVISA. Alguns pro-dutos: epinefrina, estriquinina, estimulantes base de ervas, pr-hormnios (androes-tenediona, 19-andronorstenediona, tribullis terrestres, outros boosters de testosterona), Dimetilamilamina, Mtilherxamina, Sinefrina (extrato de gernio, cido linolico conjugado (CLA), glicerol, colostro.

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    Lembre-se: a eficcia dos suplementos depende de vrios fatores. Esportes e modalidades diferentes exigem estratgias especficas, baseadas nas caracte-rsticas fisiolgicas do exerccio, tipo de treino (durao, frequncia e intensidade), condicionamento fsico e condio de sade do indivduo. Alm disso, estratgias nutricionais especficas devem ser adotadas nas diferentes fases: treinamento, pr-competio, competio e recuperao, conforme veremos nos captulos a seguir.

    6.1 Suplementos: o que realmente funciona?O Comit Olmpico Internacional (COI) publicou recentemente um consenso

    sobre suplementos alimentares em atletas de alta performance, afirmando que a nutrio, em geral, contribui de forma pequena porm valiosa no desempenho bem-sucedido de atletas, e os suplementos alimentares podem trazer uma mdica contribuio para esse programa nutricional.

    O padro-ouro para investigar os efeitos de suplementos no desempenho esportivo o ensaio clnico prospectivo, randomizado e controlado, no qual os sujeitos so aleatoriamente alocados para receber tratamento experimental com placebo (idealmente de forma cega) ou cruzando-os, para receber os dois tratamentos em ordem contrabalanada, sob condies padronizadas que prefe-rencialmente simulem o dia a dia de um atleta.

    No entanto, a maioria das informaes sobre a eficcia do suplemento no esporte vem de modelos de menor rigor, como a opinio do usurio, observaes de atletas e hipteses cientficas ou mecanicistas que explicam como esse produto pode ter fator positivo ou limitante no desempenho, mas com pouca ou nenhuma evidncia.

    Revises sistemticas e meta-anlises, que sintetizam os resultados de muitos estudos para produzir uma afirmao conclusiva de eficcia em sentido mais amplo, esto no topo da hierarquia de evidncias.

    A imagem a seguir (Figura 9) resume duas das principais publicaes, levando em conta os nveis de evidncia e risco.

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    Figura 9 Evidncias e riscos no uso de suplementos

    RESISTNCIA

    SUPLEMENTOS: O QUE REALMENTE FUNCIONA?

    SADE

    FORA/TAMANHO

    Cafena

    Carboidrato

    (gis/bebidas)

    Beta-Alanina

    Suco de Beterraba

    Bicarbonato/Citrato

    Antioxidantes

    Nitrato

    Efedrina

    Metil-hexanemina

    Suplementos de Ervas

    Malato de Citrulina

    L-Arginina

    Sinptica

    Probiticos

    Eletrlitos

    Vitamina D

    Magnsio

    Suplementos de Ervas

    Vitamina C, Multi Vitamina,

    Glicosamina, Quercetina,

    Glutamina, leo de Peixe,

    Colgeno

    Creatina,

    protena,

    bicarbonato sdico

    (alta potncia)

    ZMA

    Qualquer "anabolizante"

    Testosterona

    Reforos

    Suplementos de Ervas

    Colostro

    Leucina

    BCAAs

    Forte evidncia de efeito no desempenho

    Evidncia moderada ou emergente

    Falta de evidncias, alto risco de contaminao

    e/ou atualmente proibido pela WADA

    Taurina,

    Cereja Ativa,

    L-Carnitina

    Os suplementos de melhora direta e indireta do desempenho so os mais comercializados. Porm, poucos apresentam evidncia cientfica. As respostas aos suplementos tambm so muito afetadas pela gentica, microbioma e dieta habitual. Vale lembrar que o genoma humano tem variabilidade de 0,01%, e o microbioma oscila de 80 a 90% de pessoa para pessoa, o que faz cada atleta ser avaliado individualmente quanto aos resultados dos suplementos aplicados.

    Essa escolha deve respeitar uma rvore de deciso, baseada nas maiores evidncias cientficas, avaliao nutricional completa e avaliao de risco-bene-fcio. Os suplementos de melhora direta e indireta do desempenho so os mais comercializados. Porm, poucos apresentam evidncia cientfica. As respostas aos suplementos tambm so muito afetadas pela gentica, microbioma e dieta habitual (Figura 10).

    Fonte: Close, Hamilton, Philp, Burke & Morton, FRBM 2016; Maughan et al., 2018.

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    Figura 10 Fluxo de avaliao do uso de suplementos

    No use

    No use

    No use

    STOP

    A B

    No use

    Uso vigilante do suplemento

    Qual o desempenho do atleta?

    Idade / maturao / experincia:

    Suficiente para garantir o uso?

    Todas as outras variveis de treinamento relevantes

    foram consideradas?

    Estrita responsabilidade do atleta

    Nvel de evidncia?

    Anedtica ou "sabedoria convencional"

    de uma ou algumas fontes isoladas

    Artigo(s) cientfico(s), meta-anlise e

    "histrico" cientfico estabelecido

    Reaes adversas conhecidas?

    Interao com medicamento(s)?

    Doses conhecidas?

    Ausncia de substncia proibida

    pela WADA/AMA no rtulo

    Teste nos treinos e/ou competies

    menos importantes

    P

    E

    R

    F

    O atleta est

    pronto para o uso

    de suplementos?

    Devo usar

    esse suplemento?

    O suplemento

    efetivo no meu esporte?

    Seu uso seguro?

    Ele vem

    de uma fonte

    confivel?

    Use o suplemento

    experimentalmente

    Resultados

    positivos

    consistentes?

    Entradas

    no /

    no conhecido

    Entradas

    no /

    no conhecido

    Entradas

    no /

    no conhecido

    Entradas

    no /

    no conhecido

    Entradas

    no /

    no conhecido

    Entradas

    No ou

    evento adverso

    No use

    No use

    Sim

    Sim, considerando o uso

    Sim

    Sim

    Sim

    Sim DOAVORP

    PA

    AP

    PR

    OVADO

    Fonte: Adaptado de YLMSportScience

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    Ressalte-se que o genoma humano tem variabilidade de 0,01%, e o microbioma oscila de 80 a 90% de pessoa para pessoa, o que faz cada atleta ser avaliado individualmente quanto aos resultados dos suplementos aplicados. Essa escolha deve respeitar uma rvore de deciso, baseada nas maiores evidncias cientficas, avaliao nutricional completa e avaliao de risco-benefcio.

    6.2 Recomendaes especficas do Brasil (inclusive de dosagem diria)

    No Brasil, a regulamentao dos suplementos est prevista na legislao sobre o tema, produzida pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa), a qual recomenda que apenas os produtos por ela prescritos sejam consumidos, pois tm maior garantia de que seus rtulos mostrem de fato as informaes do produto.

    Em 13 de janeiro de 1998, a Anvisa, vinculada ao Ministrio da Sade, expediu a Portaria n 32, referente ao Regulamento Tcnico para Suplementos Vitamnicos e/ou Minerais. Tambm existem critrios na Resoluo n 16/1999, que aborda a questo com novos alimentos; na RDC n 2/2002, que trata das substncias bioativas; e na RDC n 18/2010, que se refere aos alimentos para atletas.

    Sobre as doses dirias de protenas, vitaminas e minerais, recomenda-se a leitura da RDC n 269, de 22 de setembro de 2005, na qual a Anvisa estabelece um regulamento tcnico especfico sobre o tema.

    Alm dessas normas, devem ser lidas duas resolues aprovadas pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN):

    Resoluo CFN n 390/2006: regulamenta a prescrio de suplementos nutricionais pelos nutricionistas.

    Resoluo CFN n 525/2013: regulamenta a prtica da fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competncia para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterpicos como complemento da prescrio diettica, e d outras providncias.

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    6.3 Contaminao de suplementos por substncias dopantes

    A comunidade mdica e esportiva tem disposio trabalhos de comprovado reconhecimento cientfico que mostram um significativo nmero de suplementos contaminados (de forma dolosa ou negligente) proibidos. Os casos mais frequentesso:

    S1 Agentes anabolizantes.

    S5 Diurticos e agentes mascarantes.

    S6 Estimulantes.

    Definitivamente, o uso de suplementos no seguro para o atleta nem para o mdico, enquanto profissional responsvel pela prescrio. Pelo contrrio, motivo de grande preocupao, pois apesar de aparentemente inofensivos, nas cortes de justia desportiva todos os envolvidos podem ser punidos.

    O risco aumenta quando se percebe a fragilidade das informaes. Em 2014, o artigo Perigo da contaminao de suplementos alimentares com substncias ilcitas para os praticantes de exerccio fsico e esporte, elaborado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), trouxe dados alarmantes quanto presena de substncias proibidas no apresentadas no rtulo dos produtos (Figura 11).

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    Figura 11 Perigo da contaminao de suplementos alimentares com substncias ilcitas

    MERCADO

    2014, UNICAMP, O perigo da contaminao de suplementos alimentares com substncias

    ilcitas para os praticantes de exerccio fsico e esporte autores: Gabriela Kaiser Fullin

    Castanho, Eduardo Bodnariuc Fontes, Paula Teixeira Fernandes.

    103 suplementos comprados nos EUA

    em sites (internet)

    18% informao incorreta no rtulo

    TESTOSTERONA e NANDROLONA

    33 suplementos comprados na frica do Sul

    em sites (internet) e lojas fsicas

    30% informao incorreta no rtulo

    ANDROSTENEDIONA, DHEA,

    CAFENA e EFEDRINA

    Comprar Comprar

    Mecanismos de preveno contra a contaminao de suplementosQuando for inevitvel aderir a um programa de suplementao,

    recomenda-se observar rigorosamente os seguintes passos:

    1. Adquirir o produto em loja fsica, com CNPJ (de preferncia), de boa reputao, idonea e que oferea nota fiscal.

    2. Exigir que a nota fiscal tenha o nmero do lote do fabricante, referente ao produto adquirido.

    3. Exigir que todos os produtos venham do mesmo lote.

    4. Guardar a nota fiscal e o frasco fechado/lacrado em local seguro, com a amostra do lote anotada no documento fiscal.

    5. No caso de resultado analtico adverso, avisar o setor de gesto de resultados da organizao antidopagem do atleta sobre o uso de suplementos e apresentar todo o material guardado com a respectiva documentao.

    Fonte: Castanho GKF, Fontes EB, Fernandes PT, 2014

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    7. RESPONSABILIDADE TICA E PROFISSIONAL DOS MDICOS

    As normas que regem a prtica esportiva e o exerccio da profisso mdica so orientadas (direta e indiretamente) por princpios da biotica (beneficncia, no maleficncia, justia e autonomia). Por sua vez, as cortes de antidopagem brasileiras so orientadas a oficializar os Conselhos de Medicina caso encontrem indcio de infrao tica em situaes de dopagem envolvendo mdicos.

    Recomenda-se aos atletas e prescritores mdicos ateno redobrada e uma anlise dessa regulamentao especfica, a qual deve ser obedecida, conforme atestam os enunciados e itens regulamentadores destacados a seguir.

    1. O mdico no deve prescrever medicamentos, substncias nem mtodos proibidos que provoquem dopagem sem liberao prvia por uma comisso mdica ou em situao de urgncia e emergncia.

    Cdigo de tica mdica

    Princpios fundamentais

    I A medicina uma profisso a servio da sade do ser humano e da coletividade e ser exercida sem discriminao de nenhuma natureza.

    II O alvo de toda a ateno do mdico a sade do ser humano, em benefcio da qual dever agir com o mximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.

    VII O mdico exercer sua profisso com autonomia, no sendo obrigado a prestar servios que contrariem os ditames de sua conscincia ou a quem no deseje, excetuadas as situaes de ausncia de outro mdico, em caso de urgncia ou emergncia, ou quando sua recusa possa trazer danos sade do paciente.

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    2. O mdico no deve ceder s presses dos atletas, da mdia ou de qualquer envolvido com atividade fsica para prescrever medicamentos ou suplementos que coloquem em risco a sade, a vida ou a tica.

    Cdigo de tica mdica

    Princpios fundamentais

    IV Ao mdico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho tico da medicina, bem como pelo prestgio e bom conceito da profisso.

    Captulo III Responsabilidade profissional

    Art. 1. Causar dano ao paciente, por ao ou omisso, caracterizvel como impercia, imprudncia ou negligncia.

    Pargrafo nico. A responsabilidade mdica sempre pessoal e no pode ser presumida.

    Art. 14. Praticar ou indicar atos mdicos desnecessrios ou proibidos pela legislao vigente no Pas.

    Art. 16. Intervir sobre o genoma humano com vista sua modificao, exceto na terapia gnica, excluindo-se qualquer ao em clulas germinativas que resulte na modificao gentica da descendncia.

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    3. O mdico no deve usar falsa publicidade nem buscar vantagem financeira afirmando que consegue melhorar o desempenho de atletas e praticantes de atividade fsica com substncias dopantes, sem que haja um benefcio cientificamente comprovado ou se prejudicar a sade do atleta.

    Cdigo de tica mdica

    Princpios fundamentais

    IX A medicina no pode, em nenhuma circunstncia ou forma, ser exercida como comrcio.

    X O trabalho do mdico no pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro, finalidade poltica ou religiosa.

    XIX O mdico se responsabilizar, em carter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relao particular de confiana e executados com diligncia, competncia e prudncia.

    XXI No processo de tomada de decises profissionais, de acordo com seus ditames de conscincia e as previses legais, o mdico aceitar as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnsticos e teraputicos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.

    Captulo XIII Publicidade mdica

    vedado ao mdico:

    Art. 112. Divulgar informao sobre assunto mdico de forma sensacionalista, promocional ou de contedo inverdico.

    Art. 113. Divulgar, fora do meio cientfico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda no esteja expressamente reconhecido cientificamente por rgo competente.

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    4. O mdico no deve se associar com atletas ou associaes que pratiquem dopagem.

    Cdigo de brasileiro antidopagem

    Captulo II Direitos dos mdicos

    direito do mdico:

    III Apontar falhas em normas, contratos e prticas internas das instituies em que trabalhe quando as julgar indignas do exerccio da profisso ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos rgos competentes e, obrigatoriamente, comisso de tica e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdio.

    Cdigo mundial antidopagem

    Associao proibida

    2.10. Associao proibida: associao de um praticante desportivo ou de outra pessoa sujeita autoridade de uma organizao antidopagem enquanto profissional ou noutra qualidade relacionada com a atividade desportiva com qualquer pessoa de apoio ao praticante desportivo que:

    2.10.1 Se estiver sujeito autoridade de uma organizao antidopagem, esteja a cumprir um perodo de suspenso.

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    Cdigo de brasileiro antidopagem

    Da associao proibida

    Art. 18. violao da regra antidopagem a associao de um atleta ou outra pessoa sob jurisdio de uma organizao antidopagem, atravs de uma relao de carter profissional ou esportiva com um membro do pessoal de apoio do atleta que:

    I Se sob jurisdio de uma organizao antidopagem est cumprindo um perodo de suspenso da atividade esportiva ou;

    II Se no est sob jurisdio de uma organizao antidopagem e o perodo de suspenso no foi estabelecido atravs de um procedimento disciplinar em conformidade com o CMA, esteja desqualificado por ter sido condenado ou considerado culpado em um processo penal, disciplinar ou profissional que, se aplicadas s regras do CMA, teria resultado em conduta constitutiva de violao da regra antidopagem. O estado de desqualificao dessa pessoa deve perdurar pelo perodo de seis anos contado a partir da deciso do processo penal, disciplinar ou profissional ou enquanto durar a sano imposta;

    III Esteja agindo como um encobridor ou intermedirio de um indivduo descrito nos incisos I e II.

    Da suspenso por associao proibida

    Art. 99. Por associao proibida, o perodo de suspenso deve ser de dois anos, com possibilidade de reduo at um mnimo de um ano, dependendo do grau de culpa do atleta ou da outra pessoa ou outras circunstncias do caso concreto.

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    5. O mdico deve guardar sigilo de resultados analticos adversos at que haja direito pleno ao contraditrio, exceto quando houver autorizao por escrito do atleta.

    Cdigo de tica mdica

    Captulo IX Sigilo profissional

    vedado ao mdico:

    Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exerccio de sua profisso, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.

    Pargrafo nico. Permanece essa proibio: a) mesmo que o fato seja de conhecimento pblico ou o paciente tenha falecido; b) quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hiptese, o mdico comparecer perante a autoridade e declarar seu impedimento; c) na investigao de suspeita de crime, o mdico estar impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal.

    Art. 75. Fazer referncia a casos clnicos identificveis, exibir pacientes ou seus retratos em anncios profissionais ou na divulgao de assuntos mdicos, em meios de comunicao em geral, mesmo com autorizao do paciente.

    Art. 76. Revelar informaes confidenciais obtidas quando do exame mdico de trabalhadores, inclusive por exigncia dos dirigentes de empresas ou de instituies, salvo se o silncio puser em risco a sade dos empregados ou da comunidade.

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    Cdigo brasileiro antidopagem

    Da confidencialidade da informao

    Art. 151. As organizaes recebedoras de qualquer informao por fora deste Cdigo somente podero divulg-las s pessoas que precisam ter o conhecimento, como o pessoal relevante dos Comits Olmpico ou Paralmpico Nacionais, da entidade nacional de administrao desportiva, se aplicvel, e da equipe nos Esportes de Equipe, at que a ABCD, responsvel pela gesto de resultados, realize a divulgao ou comunicao pblica ou decida no a realizar.

    1 A ABCD deve assegurar em seus regimentos procedimentos para que a informao relativa a resultados analticos adversos, resultados atpicos e outras violaes da regra antidopagem devam permanecer confidenciais at que essas informaes sejam sujeitas a divulgao ou comunicao pblica.

    Comunicao pblica

    Art. 157. A identidade do atleta ou outra pessoa sentenciada por violao da regra antidopagem pode ser submetida divulgao ou comunicao pblica pela ABCD, aps a notificao do atleta ou outra pessoa, e simultaneamente para a AMA, a respectiva entidade nacional da administrao desportiva e a respectiva Federao Internacional.

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    Cdigo mundial antidopagem

    14.3 Divulgao pblica

    14.3.1 A identidade de qualquer praticante desportivo ou de qualquer outra pessoa que acusada por parte de uma organizao antidopagem de ter cometido uma violao de uma norma antidopagem pode ser divulgada publicamente pela organizao antidopagem responsvel pela gesto de resultados apenas depois de essa circunstncia ter sido comunicada ao praticante desportivo ou a outra pessoa ao abrigo dos artigos 7.3, 7.4, 7.5, 7.6 ou 7.7 e s organizaes antidopagem ao abrigo do artigo 14.1.2.

    6. O mdico no deve prescrever hormonios ou substncias afins com a finalidade meramente esttica ou de melhoria de desempenho ou retardo de envelhecimento.

    Parecer do Conselho Federal de Medicina n 29/12 (Processo-consulta CFM n 4.690/11)

    Destaques

    A especialidade mdica medicina anti-aging ou medicina antienvelhecimento no reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.

    O processo biolgico de envelhecimento do organismo humano acompanhado de um natural decrscimo na produo endgena de alguns hormnios sem que este fato seja considerado como a causa do envelhecimento.

    A medicina e, por extenso, a prescrio de hormnios precisam ser exercidas baseadas em evidncias cientficas comprovadas.

    Resoluo CFM n 2.004/2012

    Normatiza os procedimentos diagnsticos e teraputicos da prtica ortomolecular ou outros assemelhados, obedecendo aos postulados cientficos oriundos de estudos clnico-epidemiolgicos.

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    Outros destaques

    Art. 1 Os termos prtica ortomolecular, biomolecular ou outros assemelhados no caracterizam especialidade mdica nem rea de atuao, no podendo ser anunciados de acordo com as resolues normativas sobre a matria.

    Art. 2 A avaliao de nutrientes, vitaminas, minerais, cidos graxos ou aminocidos que podem, eventualmente, estar em falta ou em excesso no organismo humano, faz parte da propedutica mdica.

    Art. 3 A reposio medicamentosa em comprovadas deficincias de vitaminas, minerais, cidos graxos ou aminocidos ser feita de acordo com a existncia de nexo causal entre a reposio de nutrientes e a meta teraputica ou preventiva.

    Art. 4 Medidas higinicas, dietticas e de estilo de vida no podem ser substitudas por qualquer tratamento medicamentoso, suplementos de vitaminas, sais minerais, cidos graxos ou aminocidos.

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    8. CONCLUSOEsta publicao tem como objetivo esclarecer as diversas peculiaridades

    do uso de medicamentos e outras substncias tanto para atletas, profissionais e amadores, quanto praticantes casuais de exerccios fsicos.

    Os atletas conduzem suas atividades em competies e treinamentos com foco no lazer, no entretenimento do pblico e na conquista de resultados. Pelos prprios valores e princpios que envolvem a prtica esportiva (justia, solidariedade, dedicao, esforo), essas pessoas acabam assumindo a funo de espelho de comportamento tico e moral para outros esportistas e para a populao em geral.

    No fcil at para mdicos que lidam com atletas diretamente compreender todos os mecanismos que envolvem dopagem, antidopagem e as regras para iseno de terapia de substncias proibidas. Porm, necessrio estar alerta com o uso de suplementos e outras substncias (anabolizantes, estimulantes e demais hormnios), pois podem colocar em risco a sade e a vida dos competidores, comprometendo a percepo positiva do esporte.

    De forma complementar, no se pode ignorar que o consumo inadvertido dessas frmulas tem aumentado na populao, com vistas ao reconhecimento social, ganho financeiro e mudana esttica, sem levar em conta os elevados riscos envolvidos. As informaes aqui disponibilizadas ajudam a divulgar esses riscos e a responsabilidade dos mdicos que prescrevem ou se envolvem nesse comportamento inadequado.

    Espera-se que esta contribuio, elaborada pela Cmara Tcnica de Medicina do Esporte do CFM, sirva de apoio no s para os profissionais especia-lizados no tema, mas para todos os interessados. Certamente ser um subsdio importante, principalmente para o mdico assistente de atletas e de praticantes de exerccios fsicos, alm dos prprios esportistas e suas equipes de apoio.

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    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICASAgncia Mundial Antidopagem (AMA). Cdigo brasileiro antidopagem 2016. Braslia, DF: AMA; 2016 [citado em 2018 abr 10]. Disponvel em bit.ly/2JBXKLy.

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  • MEDICAMENTOSE SUPLEMENTOS NOS EXERCCIOS

    E ESPORTES

    Dopagem e antidopagemOrientaes de uso

    Riscos sadeResponsabilidade profissional

    Elaborado com contribuies doABCD, CBF, CFM, COB, CPB, SBMEE

    MED

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    ED

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    AL

    DE

    ME

    DIC

    INA

    _Hlk511136265_GoBack1. APRESENTAO2. INTRODUO3. DOPAGEM (DOPING)/ANTIDOPAGEM3.1 O atleta e a dopagem3.2 As regras antidopagem

    4. SUBSTNCIAS E MTODOS PROIBIDOS NO ESPORTE4.1 Lista de substncias e mtodos proibido