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Medicamentos Para Idosos: Acesso e Problemas Correntes/Comuns

FRANCISCO DE ASSIS [email protected]

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• Os idosos compõem hoje, no Brasil, uma parcela da população que cresce aceleradamente e com características marcantes no que tange às desigualdades sociais.

• A demanda deste grupo por recursos de saúde é intensa, tanto no que se refere à utilização de serviços médicos, quanto no que diz respeito ao uso de medicamentos

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• A população idosa apresenta peculiaridades em relação ao uso de medicamentos.

• as doenças próprias da terceira idade produzem um padrão de prescrição e de uso dos medicamentos diferente daquele encontrado em outras faixas etárias

• A polifarmácia, o uso de medicamentos inadequados, a adesão ao tratamento e o acesso a medicamentos são problemas freqüentes nesta faixa etária e têm sido enfocados em estudos farmacoepidemiológicos. (Linjakumpu et al., 2002; Gurwitz et al., 2003; Lima-Costa et al., 2003; Hughes, 2004; Ribeiro et al, 2005; Passareli et al., 2005; Lima et al., 2007; Field et al., 2007; Kuijpers et al., 2007)

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Essa falta de informações caracteriza uma das dificuldades para a implementação de uma política de

assistência farmacêutica adequada à realidade brasileira

Estudos epidemiológicos com base populacional ainda são escassos no Brasil

[especialmente os que incorporam questões ligadas à utilização de medicamentos por

idosos]

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Informações sobre o padrão de uso de Informações sobre o padrão de uso de medicamentos entre idosos brasileirosmedicamentos entre idosos brasileiros

• Estudos com idosos da comunidade (Miralles & Kimberlin, 1998; Almeida et al., 1999; Mosegui et al., 1999; Huf et al., 2000; Chaimowicz et al., 2000; Coutinho; Silva, 2002; Rozenfeld, 2003; Araújo, 2004; Coelho Filho et al., 2004; Flores; Mengue, 2005; Loyola Filho et al., 2005; Lucas, 2005; Loyola Filho et al., 2006; Lima et al., 2007; Sá et al, 2007).

• Estudos com idosos institucionalizados (Braga et al., 2004; Passareli et al., 2005; Stella et al., 2006).

• Estudo com dados da PNAD sobre condições de saúde, uso de serviços de saúde e gastos com medicamentos entre idosos brasileiros [23%SM nos últimos

30 dias, tendência crescente com a idade] (Lima-Costa et al., 2003).

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Acesso a medicamentos por idososAcesso a medicamentos por idosos• O uso de medicamentos tem forte determinação social:

os benefícios da farmacoterapia não se distribuem equitativamente entre as classes sociais (WHO, 2002; Murray; Callahan, 2003; Rozenfeld, 2003; Klein et al., 2004; Kirking et al., 2006).

• Existe acesso limitado a medicamentos:– dificuldades financeiras na compra– ausência de cobertura ou fornecimento de especialidades

farmacêuticas por parte do sistema público de saúde ou de planos privados

– dificuldades de acesso aos serviços de saúde

Obstáculos mais freqüentes e impactantes entre aqueles com piores condições socioeconômicas (WHO, 2002; Lima-Costa et al., 2002; Xu et al., 2003; Murray; Callahan, 2003; Klein et al., 2004; Gurwitz, 2004; Kirking et al., 2006).

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Acesso a medicamentos por idososAcesso a medicamentos por idosos• Associação entre o relato de barreiras financeiras para

obter medicamentos e a ocorrência de eventos adversos, tais como múltiplas internações hospitalares e piores resultados clínicos (Guerra et al., 2001; Goldman et al., 2007)

• Por outro lado, mesmo aqueles idosos sem dificuldades de aquisição nem sempre são adequadamente tratados, pois estão mais expostos à prescrição e uso em demasia (WHO, 2002; Rozenfeld, 2003).

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Solicitante: Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas – COBAP

Financiamento: Ministério da Saúde

Grupo de Pesquisa: Francisco de Assis Acurcio, Suely Rozenfeld, Carlos Henrique Klein,

Andréia Queiroz Ribeiro, Célia Andrade e Cristiano Soares Moura

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OBJETIVOSOBJETIVOS

GeralGeral

Descrever o perfil de utilização de medicamentos por aposentados e pensionistas do INSS, com idade igual ou superior a 60 anos, em três amostras: do Brasil e dos municípios de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro.

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Objetivos específicosObjetivos específicos

• Descrever o perfil dos indivíduos das amostras estudadas;

• Descrever os medicamentos utilizados e caracterizar o seu uso;

• Determinar os problemas mais importantes para a obtenção dos medicamentos entre os idosos estudados

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MÉTODOSMÉTODOS

DesenhoDesenho

• Inquérito epidemiológico (estudo seccional)

• 2 Abordagens:Postal – questionários de auto-preenchimentoDomiciliar - questionários preenchidos por entrevistadores

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AmostraAmostra

• Listagem: cadastro da DATAPREV

• 3 amostras aleatórias simples independentes

• POSTAL – Brasil: 3.000 pessoas

• POSTAL e DOMICILIAR (réplicas)– Belo Horizonte: 800 (+ 81 adicionais)– Rio de Janeiro: 800 (+ 100 adicionais)

Época de coleta: 2003

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Variáveis do estudoVariáveis do estudo

• Perguntas fechadas e pré-codificadas divididas em 3 blocos:

BLOCO 1

Características sócio

demográficas

BLOCO 2

Indicadores dascondições de saúde

e uso de serviçosde saúde

BLOCO 3

Uso de Medicamentos

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

RESULTADOSRESULTADOS

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Taxa de resposta domiciliar RJ 77,0%

Taxa de resposta domiciliar BH 75,6%

Acurcio FA, Rozenfeld S, Ribeiro AQ, Klein CH, Moura CS, Andrade CR. Utilização de medicamentos por aposentados brasileiros.1. Metodologia e resultados de cobertura de inquérito multicêntrico. Cad. Saúde Pública, 22(1):87-96, 2006

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Características sócio-demográficas

Características Rio de Janeiro (%)

Belo Horizonte (%)

Brasil

(%)

Sexo feminino 61,0 58,9 58,8

60 a 69 anos 40,7 43,6 48,0

Moradia própria, de familiares ou amigos

84,6 81,2 82,3

Mora com esposo(a) ou filhos

69,3 66,2 75,4

Curso primário incompleto

23,1 28,4 31,4

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Estado de saúde e uso de serviços de saúde

Características Rio de Janeiro (%)

Belo Horizonte (%)

Brasil (%)

Estado de saúde regular 41,7 40,9 53,6

Interrupção de atividades habituais últimos 15 dias

21,8 24,5 36,3

Acamado por motivo de saúde

10,6 13,7 21,2

Mais de 5 consultas ao médico último ano

39,9 37,1 39,1

Nenhuma internação último ano

85,8 80,3 72,1

Possui plano privado de saúde

43,0 54,3 26,9

Plano não paga ou fornece medicamentos

90,0 95,3 95,2

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Uso de medicamentos nos últimos 15 dias

Características Rio de Janeiro (%)

Belo Horizonte (%)

Brasil (%)

Usou medicamentos nos últimos 15 dias

84,9 89,9 83,4

Média do consumo 3,7 4,5 4,0

Politerapia (mais de 4 medicamentos)

38,6 44,3 41,4

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileirosPerfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Tipo de medicamentos usadosTipo de medicamentos usados

Concentraram-se nos seguintes grupos anatômico-terapêuticos (ATC):

• Cardiovascular• Trato alimentar e metabolismo• Sistema nervoso• Sangue • Sistema músculo esquelético

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Características Rio de Janeiro

Belo Horizonte

Brasil

Gastou algum valor com medicamentos

81,1% 76,4% 71,8%

Mediana do valor gasto R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 85,00

Produzido por laboratórios oficiais

4,1% 3,2% 5,4%

Salário mínimo à época do estudo: R$ 240,00

Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Gastos com medicamentos nos últimos 30 dias

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Principais características Rio de Janeiro (%)

Belo Horizonte (%)

Brasil (%)

Prescritos pelo médico 93,5 88,9 86,1

Obtidos na farmácia comercial

78,5 71,4 74,3

Não tem problema para obtenção

73,1 74,0 42,4

Não tem na farmácia do SUS

14,3 11,7 33,8

Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Obtenção dos medicamentos consumidos nos últimos 15 dias

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Inquérito postal, Brasil, 2003

Não uso demedicamentos

indicados

FreqüênciaN

Percentual%

Sim 173 16,9

Não 519 50,6

Não sabe informar 333 32,5

Total 1025 100,0

Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Nos últimos 15 dias o(a) Sr(a) deixou de usaralgum remédio que deveria estar usando?

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Medicamentos indicados e não usados nos últimos 15 dias

Inquéritos domiciliares, 2003

Característica Rio de Janeiro (%)

Belo Horizonte (%)

Deixou de usar pelo menos 1 fármaco indicado

16,5 18,3

Preço / financeiro como principal motivo para deixar de usar

49,0 37,3

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros Desigualdade e uso de medicamentos

• Os que têm plano de saúde gastam mais em medicamentos do que os que não têm

• Os que têm plano de saúde compram mais medicamentos nas farmácias comerciais do que os que não têm

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

Desigualdade e uso de medicamentos

• Os que têm plano de saúde deixam menos de usar medicamentos que foram indicados do que os que não têm

• Os de maior escolaridade deixam menos de usar medicamentos indicados do que os de menor escolaridade

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Perfil de utilização de medicamentos por aposentados brasileiros

DISCUSSÃODISCUSSÃO

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Utilização de medicamentos

• Usaram medicamentos nos últimos 15 dias, prescritos por médicos, monofármacos

• Perfil dos produtos usados: grupos anatômico-terapêuticos mais importantes

• Usuários de até 22 produtos

• Cerca de 40% em uso de 5 ou mais produtos

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Utilização de medicamentos

Dispêndio considerável de recursos financeiros com a compra de medicamentos.

Elevado percentual de entrevistados possui planos de saúde, mas não há cobertura para gastos com medicamentos.

Aquisição da maioria dos medicamentos em farmácias comerciais

Dificuldades para aquisição: ausência de medicamentos na rede SUS e motivos financeiros

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Composição dos gastos privados com medicamentos

Belo Horizonte

Lima MG. Ribeiro AQ, Acurcio FA, Rozenfeld S, Klein CH.Composição dos gastos privados com medicamentos utilizados por aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, 23(6):1423-1430, 2007

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Gastos privados com medicamentos

• Estudo de custos

• Medicamentos classificados segundo:– setor de aquisição (publico/privado)– categoria terapêutica (ATC)– tipo de registro (referência/similar/genérico)– tempo de registro(novo/antigo)

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Gastos privados com medicamentos

• Preço máximo ao consumidor: Revista ABCFarma, mês de março de 2003 +ICMS/MG

• Estimativa dos gastos mensais privados considerou:– o preço da unidade posológica de cada medicamento– a posologia padrão do mesmo em sua indicação principal

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Lima MG. Ribeiro AQ, Acurcio FA, Rozenfeld S, Klein CH.Composição dos gastos privados com medicamentos utilizados por aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, 23(6):1423-1430, 2007

Gasto público médio R$ 13,97; mediana R$ 3,36

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Lima MG. Ribeiro AQ, Acurcio FA, Rozenfeld S, Klein CH.Composição dos gastos privados com medicamentos utilizados por aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, 23(6):1423-1430, 2007

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Lima MG. Ribeiro AQ, Acurcio FA, Rozenfeld S, Klein CH.Composição dos gastos privados com medicamentos utilizados por aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, 23(6):1423-1430, 2007

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Lima MG. Ribeiro AQ, Acurcio FA, Rozenfeld S, Klein CH.Composição dos gastos privados com medicamentos utilizados por aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, 23(6):1423-1430, 2007

53,6% dos gastos mensais privados totais foram efetuados com medicamentos de referência,

41,7% com os similares e 4,7% com os genéricos

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Gastos com medicamentos novos

• 16% dos gastos privados totais

• 5% dos medicamentos utilizados

• Gasto mensal privado médio:

R$ 102,22 (US$ 32,35)

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Gastos com medicamentos essenciais

• 19% dos gastos privados totais

• 27% dos medicamentos utilizados

• Gasto mensal privado médio:

R$ 39,81 (US$ 12,60)

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Conclusões

• gastos mensais privados elevados para o nível de renda dos participantes

– (média do valor do benefício R$ 403,71 - 72% recebiam até 2 SM)– bastante superior ao observado no setor público

• Participantes podem ter utilizado uma quantidade de medicamentos inferior à necessária devido à restrições orçamentárias

• Custo elevado de produtos destinados ao tratamento de condições prevalentes (osteoporose, depressão e déficit cognitivo).

– Necessário avaliar se são custo-efetivos

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Conclusões

• Baixa proporção de medicamentos genéricos nos gastos privados. Pode refletir a baixa participação destes produtos no mercado no início de 2003.

– O uso de genéricos tem sido uma estratégia mundial para o aumento da eficiência nos gastos

• O uso de medicamentos novos deve ser visto com cautela: compromete o orçamento e pode acarretar riscos à saúde

• Gastos mensais com medicamentos essenciais inferiores aos gastos com não-essenciais.

– Reconhecidos como um dos elementos de melhor custo-benefício e grande impacto potencial na atenção à saúde.

– Necessidade de divulgação e implementação do conceito de essencialidade no país

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1. Seleção e

uso racional3. Financiamento

sustentável

2. Preçosacessíveis

4. Sistemasde saúde (e

suprimento) confiáveis

ACESSO

WHO Medicines Strategy: 2000-2003

• Definir os medicamentos mais necessários

• identificar tratamentos mais custo-efetivos

• garantir o uso efetivo / adesão ao tratamento

• uso apropriado pelos profissionais de saúde (treinamento e informação)

• Promover competição entre genéricos de qualidade e entre medicamentos patenteados

• negociação de preços

• redução de impostos, taxas e margens no atacado e varejo

• disponibilizar informações transparentes sobre preços para provedores de saúde e consumidores

• Custo-efetividade no financiamento e oferta de serviços de saúde

• sistemas de suprimento que garantam disponibilidade continua de medicamentos essenciais

• planejamento e gestão de suprimentos criativa e custo-efetiva, para enfrentar demanda e expectativas crescentes

• implementar legislação e regulação efetiva no âmbito dos medicamentos

• garantir financiamento para as ações de saúde, especialmente para aquelas condições com maior impacto sobre a saúde coletiva

• buscar equidade e eficiência nos gastos públicos

• melhorar a qualidade do gasto privado