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Medicina Intensiva I 1 Medicina Intensiva I Professor: MS. João Henrique Almeida Costa

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Medicina Intensiva I

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Medicina Intensiva IProfessor: MS. João Henrique Almeida Costa

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Características da medicina intensiva 3

1.1. Atributos das Unidades de Tratamento Intensivo 5

História da UTI 6

2.1. UTI no Brasil 6

Legislação no Brasil 7

Infraestrutura física 9

4.1. Número de leitos 10

4.2. Recursos materiais 12

4.2.1. Requisitos específi cos para Unidades de Terapia Intensiva adulto 13

4.2.2. Requisitos específi cos para Unidades de Terapia Intensiva pediátrica 14

4.2.3. Requisitos específi cos para Unidades de Terapia Intensiva neonatais 15

4.1. Recursos humanos 16

4.3.1. O papel do médico em Unidade de Terapia Intensiva 18

4.3.2. O papel do enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva 21

4.3.3. O papel do fi sioterapeuta em Unidade de Terapia Intensiva 21

4.3.4. O papel do psicólogo em Unidade de Terapia Intensiva 22

4.3.5. O papel do nutricionista em Unidade de Terapia Intensiva 23

4.3.7. O papel do assistente social em Unidade de Terapia Intensiva 25

O papel do cirurgião odontológico em Unidade de Terapia Intensiva 25

4.3.8. O papel do farmacêutico em Unidade de Terapia Intensiva 26

Acesso aos recursos assistenciais 29

Indicações para admissão e alta 30

Prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde na UTI 31

7.1. Principais microrganismos responsáveis pelas infecções em UTI 33

7.2. Higienização das mãos 35

Referências 39

Sumário

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Características da medicina intensiva

Os serviços de tratamento intensivo, con-forme defi nido pela Portaria nº 466 do Mi-nistério da Saúde, de 4 de junho de 1998, que estabelece o Regulamento Técnico para o funcionamento de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), são

um conjunto de elementos funcionalmen-te agrupados, destinado ao atendimento de pacientes graves ou de risco que exijam assistência médica e de enfermagem inin-terruptas, além de equipamento e recursos humanos especializados (BRASIL, 1998).

O funcionamento da UTI ocorre baseado no atendimento de critérios de qualidade visando ao cuidado do paciente em estado grave. Alguns dos principais desses crité-rios são: direito à melhora, com estabilidade mantida em seus parâmetros hemodinâmi-cos; acesso aos recursos tecnológicos espe-cífi cos desse setor; assistência humanizada ao paciente, seguindo a Política Nacional de Humanização; exposição a poucos riscos causados por métodos propedêuticos e do próprio tratamento; evolução do tratamento; monitoramento regular de efeitos adversos.

Quanto aos tipos de UTI, estão defi nidos conforme a causa da admissão do paciente e o tratamento a ser realizado.

A UTI Geral é o setor no qual o pacien-te dispõe da assistência ininterrupta de uma equipe de profi ssionais especializada e trei-nada, com os equipamentos necessários para a manutenção da vida ou para preve-nir intercorrências graves. Entre os principais perfi s de pacientes internados na UTI Geral, estão: politraumatizados; aqueles com do-enças graves; os provenientes de cirurgias especiais (transplantes, cirurgias neurológi-cas e cardíacas, entre outras) ou de procedi-mentos que podem implicar risco de vida nas horas que se seguem à sua realização.

Além da necessidade de possuir uma série de recursos tecnológicos e muitos aparelhos que monitoram o paciente, são necessários frequentes exames de laboratório e uma ava-liação clínica constante pela equipe de saúde multiprofi ssional composta por médicos, en-fermeiros, fi sioterapeutas, nutricionistas, far-macêuticos, psicólogos e assistentes sociais, além da quantidade adequada de técnicos de enfermagem.

A Unidade de Tratamento Semi-Intensivo (ou Unidade Semi-Intensiva) é o setor que atende pacientes que necessitam de cuida-dos intensivos de enfermagem, sob super-visão e acompanhamento regular, mas não contínuo, do profi ssional médico e de outros profi ssionais capacitados.

Na UTI Especializada, como o próprio nome indica, são atendidos pacientes de de-terminada especialidade médica ou selecio-

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nados por grupos de patologias (cardiológi-cas, neurológicas, respiratórias, digestivas, vasculares etc.). Existe também o Centro de Tratamento Intensivo (CTI), área que abriga duas ou mais UTIs, incluindo as Unidades de Tratamento Semi-Intensivo, quando existen-tes.

Há ainda o Serviço de Tratamento Inten-sivo Móvel (STIM), que pode ser do próprio hospital ou terceirizado.

Compõe-se de veículos especialmente projetados e equipados para garantir o su-porte adequado à manutenção da vida du-rante o transporte de pacientes críticos ou de risco, no atendimento de emergências pré-hospitalares e no caso de transferência inter-hospitalar.

Muitos tipos de pacientes necessitam de tratamento intensivo, principalmente devido à disfunção ou à falência de um ou mais sis-temas de órgãos.

As insufi ciências circulatória e respiratória são as mais comuns, e a disfunção ou fa-lência de dois ou mais sistemas de órgãos é denominada de síndrome da disfunção de múltiplos órgãos (SDMO).

Os Serviços de Tratamento Intensivo di-videm-se de acordo com a faixa etária dos pacientes atendidos, nas seguintes modali-dades:

• Neonatal: pacientes com idade de 0 a 28 dias.

• Pediátrico: pacientes com idade de 29 dias a 18 anos incompletos.

• Adulto: pacientes com idade acima de 14 anos.

Obs.: A critério de cada hospital, pacien-tes na faixa etária de 14 a 18 anos incomple-tos podem ser atendidos na UTI adulto ou na pediátrica.

Pacientes graves que são atendidos nes-ses ambientes de tratamento intensivo são:

• os que necessitam de cuidados intensivos e frequentes, destinados a manter suas fun-ções vitais;

• os agudamente enfermos, acometidos de do-ença – aguda ou crônica – que resulta em risco imediato de vida;

• os com exacerbação de doenças crônicas nas mesmas condições;

• os que convalescem de eventos agudos, mas que persistem necessitando de cuidados in-tensivos e

• os que estão em pós-operatório de cirurgias de grande porte que requerem monitorização intensiva (CAMARGO et al., 2004).

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1.1. Atributos das Unidades de Trata-mento Intensivo

Atualmente, as Unidades de Tratamento Intensivo são defi nidas pela sua capacidade de proporcionar as instalações, os aparelhos e a equipe para atender aos pacientes em estado grave.

As UTIs podem ter orientação geral, tratan-do todos os tipos de pacientes, ou ser mais especializadas, aceitando apenas categorias específi cas segundo o tipo de enfermidade (ex.: Centro de Treinamento de Queimados – CTQ), o sistema de órgãos envolvido (ex.: Unidade Coronariana e Neurológica Aguda), a especialidade (ex.: unidades clínicas e ci-rúrgicas) ou a idade do paciente (ex.: unida-des neonatal e pediátrica).

As unidades especializadas têm pessoal médico com treinamento específi co e de tec-nologia especial.

Devido à gravidade da doença dos seus pacientes, as UTIs precisam de um delinea-mento claro dos parâmetros administrativos e médicos de autoridade e responsabilidade, como também de parâmetros gerais e clíni-cos, rotinas, condutas de internação e alta, funções específi cas para os enfermeiros, far-

macêuticos, nutricionistas, fi sioterapeutas, terapeutas ocupacionais para abordagem dos distúrbios comuns, e programas de educação continuada da equipe e manutenção do pa-drão de qualidade, contribuindo em uma re-dução de ambiguidade frequentemente ine-rente e existente no ambiente de UTI, além de permitir tomadas de decisões imediatas pelos profi ssionais de saúde.

De acordo com a Society of Critical Care Medicine (1999 apud MIRANDA; STANCATO, 2008, p. 69):

os critérios de internação em UTI incluem doenças cardiovasculares,neurológicas, res-piratórias, gastrintestinais, intoxicações, en-docrinológicas, cirúrgicas (trauma e queima-duras graves) e infecciosas ameaçadoras à vida, bem como sinais vitais indicativos de gravidade (pulso < 40 ou > 150 batimen-tos por minuto, pressão arterial sistólica < 80 mmHg ou 20 mmHg abaixo do nível ha-bitual, pressão arterial média < 60 mmHg, pressão arterial diastólica > 120 mmHg, frequência respiratória > 35 bpm); exames laboratoriais (níveis séricos de sódio < 110 mEq/L ou > 170 mEq/L, níveis séricos de potássio < 2 mEq/L ou > 7 mEq/L, PaO2 < 50 mmHg, pH < 7,1 ou > 7,7, glicose > 800 mg/dL, cálcio sérico > 15 mg/dL, níveis tóxicos de drogas ou substâncias químicas em paciente hemodinâmica ou neurologica-mente comprometido); exames de imagem

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constatando hemorragia no sistema nervoso central ou contusão em pacientes com alte-ração do nível de consciência, sinais de rup-turas de vísceras e vasos com instabilidade hemodinâmica.

Os critérios de alta incluem estabilização do quadro do paciente de tal forma que sua permanência na UTI não é necessária nem benéfi ca.

História da UTI

Em 1854, durante a Guerra da Crimeia (entre o Reino Unido, a França, a Turquia e a Rússia), a enfermeira britânica Florence Ni-ghtingale, com um grupo de 38 voluntárias treinadas por ela, notabilizou-se por contri-buir para a redução da taxa de mortalidade entre os soldados, que passou de 40% para 2% após o início de seus atendimentos.

Um século depois, nos anos 1950, o aus-tríaco Peter Safar, fi lho de médicos e ex-pre-so de um campo de concentração nazista, migrou para os Estados Unidos, onde se for-mou médico anestesista. Safar incentivou a criação do atendimento de urgência-emer-gência, criando técnicas de manutenção de vida para pacientes críticos. Criou, em 1962, a primeira UTI cirúrgica, e desenvolveu a pri-meira disciplina de “Medicina de Apoio Crí-

tico”, nos Estados Unidos. Deve-se a ele a criação de ambulâncias UTI para transporte, bem como a fundação da Associação Mundial de Medicina de Emergência e da Society of Critical Care Medicine (SCCM), em 1972.

Em 1986, nos Estados Unidos, foi reco-nhecida a especialidade em Terapia Intensi-va, sendo o profi ssional dessa especialidade denominado intensivista.

http://www.leicestershospitals.nhs.uk/easysiteweb/virtual-museum/Wards/slides/Children’s%20

Hosptial%20circa%201890.JPG

2.1. UTI no Brasil

As UTIs surgiram no Brasil, pela primei-ra vez, na década de 1950, para pacientes que necessitavam do método de ventilação mecânica controlada porque apresentavam quadro clínico de poliomielite ou estavam se recuperando de anestesia. O Instituto de Or-topedia e Traumatologia da Universidade de São Paulo contribuiu na importação da venti-lação mecânica, que foi utilizada em centros cirúrgicos e de anestesiologia, além de ter iniciado seu uso em unidades de respiração.

Em 1963, no Hospital das Clínicas de São Paulo (HC), diante de um pedido do médico

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intensivista Dario Birolini e de alguns colegas residentes à superintendência do hospital, foi criado um ambiente dentro do pronto-socorro para oferecer uma assistência mais adequada e efi ciente aos doentes críticos. Dado o sucesso da iniciativa, Birolini e seus colegas foram convidados a implementar o mesmo projeto em outros hospitais, como o Sírio Libanês.

A primeira UTI respiratória do país surgiu em 1967, no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSE-RJ), como resultado dos estudos de ventilação mecânica do médico Antônio Tufi k Simão.

No Brasil, a primeira prova para título de especialista ocorreu em 1982 e a especialidade foi reconhecida em 1994. Atualmente, é necessário fazer residência em Terapia Intensiva e Prova de Título de Especialista pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

http://www.hc.unicamp.br/sites/default/fi les/users/Estagiaria/UTI%20do%20HC%20comemora%2020%20anos%20-%20site.JPG

Legislação no Brasil

No Brasil, as legislações que regulamentam o funcionamento dos serviços de tratamento intensivo e suas respectivas classifi cações de acordo com grau de complexidade, capacidade de atendimento e grau de risco inerente ao tipo de atendimento prestado foram iniciadas pelas Portarias GM/MS nº 1.884, de 11 de novembro de 1994; nº 466, de 4 de junho de 1998; e nº 3.432, de 12 de agosto de de 1998. Mais recentemente, foi elaborada a Resolu-ção - RDC nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, que trata dos requisitos mínimos para funcio-namento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências.

Conforme o art. 4º dessa nova resolução, algumas nomenclaturas foram redefi nidas e inovadas para otimizar a forma de cuidados aos pacientes internados.

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• Paciente grave: paciente com com-prometimento de um ou mais dos prin-cipais sistemas fisiológicos, com perda de sua autorregulação, necessitando de assistência contínua.

• Teste Laboratorial Remoto (TRL): Teste realizado por meio de um equipa-mento laboratorial situado fisicamente fora da área de um laboratório clínico. Também chamado Teste Laboratorial Portátil - TLP, do inglês Point-of-care testing - POCT. São exemplos de TLR: glicemia capilar, hemogasometria, ele-trólitos sanguíneos, marcadores de in-júria miocárdia, testes de coagulação automatizados, e outros de natureza similar.

• Unidade de Terapia Intensiva (UTI): área crítica destinada à interna-ção de pacientes graves, que requerem atenção profissional especializada de forma contínua, materiais específicos e tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia.

• Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI-A): UTI destinada à as-sistência de pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, podendo admitir pacientes de 15 a 17 anos, se definido nas normas da instituição.

• Unidade de Terapia Intensiva Especiali-zada: UTI destinada à assistência a pa-cientes selecionados por tipo de doen-

ça ou intervenção, como cardiopatas, neurológicos, cirúrgicos, entre outras.

• Unidade de Terapia Intensiva Ne-onatal (UTI-N): UTI destinada à as-sistência a pacientes admitidos com idade entre 0 e 28 dias.

• Unidade de Terapia Intensiva Pe-diátrica (UTI-P): UTI destinada à as-sistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18 anos, sendo este limite definido de acordo com as rotinas da instituição.

• Unidade de Terapia Intensiva Pe-diátrica Mista (UTIPm): UTI desti-nada à assistência a pacientes recém--nascidos e pediátricos numa mesma sala, porém havendo separação física entre os ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal (BRASIL, 2010a).

Segundo o art. 7º da RDC no 7/10 (BRASIL, 2010a), a direção do hospital onde a UTI está inserida deve garantir:

Os recursos humanos e materiais neces-sários ao funcionamento da UTI e à conti-nuidade da atenção ao paciente;

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A segurança e a proteção de pacientes, profi ssionais e visitantes, inclusive fornecen-do equipamentos de proteção tanto indivi-dual quanto coletiva.

http://multimidialw.correiodopovo.com.br/thumb.aspx?Caminho=multimidia/2013/09/06/322277.JPG&Tamanho=480&HW=1

A unidade hospitalar deve possuir registro de protocolos baseado nas normas institucio-nais e nas rotinas dos procedimentos assis-tenciais e administrativos realizados:

• Sua implementação e execução devem ser realizadas em conjunto com os de-mais setores envolvidos na assistência ao paciente grave no que for pertinen-te, em especial junto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

• Elas devem ser aprovadas e assinadas pelo responsável técnico (RT) e pelos coordenadores de enfermagem e de fisioterapia, caso sejam voltados às suas competências.

• Devem ser revisadas ano a ano ou sempre que houver a inclusão de no-vas tecnologias ou métodos a ser ado-

tados de acordo com as necessidades da UTI.

• Devem ser de fácil acesso a todos os profissionais da unidade, quando fo-rem solicitadas.

Art. 8º. A unidade deve dispor de registro das normas institucionais e das rotinas re-lacionadas a biossegurança, contemplando, no mínimo, os seguintes itens:

I - condutas de segurança biológica, quí-mica, física, ocupacional e ambiental;

II - instruções de uso para os equipa-mentos de proteção individual (EPI) e de proteção coletiva (EPC);

III - procedimentos em caso de aciden-tes;

IV - manuseio e transporte de material e amostra biológica (RDC nº 7, BRASIL, 2010a).

Infraestrutura física

O projeto de uma nova UTI ou a altera-ção de uma UTI já existente requer, além do atendimento aos protocolos da Anvisa, a par-ticipação direta de um grupo multidisciplinar formado por médico, enfermeiro, administra-

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dor hospitalar, engenheiros e arquiteto, que devem analisar indicadores como demanda esperada (espontânea) da UTI, taxa de per-manência hospitalar no setor, série histórica e perfi l dos pacientes de internação, além de critérios de admissão e alta. Ademais, requer-se uma análise da disponibilidade de recursos médicos, de profi ssionais de su-porte e dos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico (SADT), em que estão inclusos laboratório, exames de imagem e farmácia, entre outros.

Devem ser seguidos os requisitos estabele-cidos na Resolução da Anvisa nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que aprova o Regulamento Técnico destinado ao planejamento, progra-mação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assisten-ciais de saúde a ser observado em todo o ter-ritório nacional, na área pública e privada.

De acordo com a RDC nº 7/10 (BRASIL, 2010a), “a infraestrutura deve contribuir para manutenção da privacidade do pacien-te, sem, contudo, interferir na sua monito-rização”. Portanto, é necessário haver salas exclusivas para as UTIs adulto, pediátrica e neonatal, com a possibilidade de ambientes de apoio utilizados conjuntamente se tais unidades forem contíguas. UTIs pediátricas mistas deverão obrigatoriamente prover se-paração física entre os ambientes de UTI pe-diátrica e UTI neonatal.

4.1. Número de leitos

A quantidade de leitos destinados a UTI depende de uma série de características de

cada unidade hospitalar, como população, número de cirurgias eletivas e não eletivas, grau do compromisso de cuidados intensivos pelas equipes médica e administrativa, recur-sos fi nanceiros e infraestrutura da instituição.

Segundo alguns estudos, como o de Schwartz et al. (1981), 10% da capacidade total de leitos de um hospital deve ser reser-vada para os serviços de terapia intensiva. Já outros (GOMES, 1988; BRASIL, 1987) as-sinalam que hospitais com capacidade para 100 ou mais leitos devem dispor de UTI com pelo menos cinco leitos, pois instalações com um número menor que esse, além de onero-sas, implicam comprometer a qualidade do atendimento aos pacientes.

Entre 8 e 12 leitos por unidade é consi-derado o número adequado aos padrões de atendimento satisfatório.

No caso de haver um número maior de lei-tos na unidade, esta deve ser dividida em su-bunidades, a fi m de garantir maior efi ciência de atendimento (WEDEL, 1995).

http://stat ic.correiodeuberlandia.com.br/wp-content/uploads/2014/07/expansao-santa-genoveva1.jpg

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O quantitativo de leitos de UTI estabelece a classifi cação para as unidades de acordo com a incorporação de tecnologia, a especialização dos recursos humanos e a área física dispo-nível quanto à distribuição dos leitos:

• Todo hospital com capacidade igual ou superior a 100 leitos deve dispor de UTI;

• Todo hospital que atenda gestantes de alto risco deve dispor de UTI adulto e neona-tal;

De acordo com a Portaria nº 466/98 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1998):

O número de leitos de UTI em cada hospital deve corresponder a entre 6% e 10% do total de leitos existentes no hospital, a depender do porte e complexidade deste, e levando-se em conta os seguintes parâmetros referenciais:

a) 5% de leitos UTI Adulto em se tratando de Hospitais Gerais;

b) 5% de leitos UTI Pediátricos em relação ao total de leitos pediátricos do Hospital;

c) 5% de leitos de UTI Neonatal em relação ao número de leitos obstétricos do Hospital;

d) 10% de leitos de UTI Especializada, em se tratando de Hospitais Gerais que realizem cirurgias complexas como Neurocirurgia, Cirurgia Cardíaca e que atendam trauma e queimados.

http://4.bp.blogspot.com/-2E1m7TAzNPQ/UNICYVLcj_I/AAAAAAAAIQ0/DrHCmKruXPk/s1600/19.12+-+Foto+1+-+novos+leitos+de+UTI.jpg

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4.2. Recursos materiais

É necessário haver compatibilidade entre o equipamento a ser utilizado no paciente e as práticas desenvolvidas pelos profi ssionais que compõem a equipe, ou seja, o equipamento deve ser adequado àqueles que o utilizam. Estes devem ter a noção de que qualquer instru-mento a ser utilizado nunca substituirá a participação da equipe multiprofi ssional.Para garantir uma escolha efi ciente e segura do equipamento a ser utilizado na UTl, este deve:

• Ser efetivamente útil ao trabalho na unidade, de fácil manuseio, operacional e eficien-te.

• Passar por manutenção contínua, regular e eficaz.

• Ser próprio às finalidades da unidade, oferecendo segurança na assistência ao pacien-te crítico na UTI.

Para que a UTI de fato se caracterize como área confi nada, deve possuir equipamento próprio, que não seja utilizado também em outras unidades do hospital. Naturalmente, esse equipamento deverá sempre apresentar condições de uso imediato.

http://static.paraiba.pb.gov.br/2013/03/uti-hospital-de-trauma-foto-jose-lins-2.jpg

Conforme a RDC nº 7/10, a UTI necessita de materiais e equipamentos (regularizados junto à ANVISA) de acordo com o nível de complexidade do serviço a ser oferecido e com a necessidade do atendimento de sua demanda (eletiva ou espontânea). Eles devem incluir suas instruções e seus manuais de manuseio e receber manutenções preventivas e corre-tivas baseadas nos padrões estabelecidos pelo fabricante ou pelo serviço de engenharia clínica da instituição hospitalar, visando ao seu funcionamento de forma adequada. Além disso, deve haver um contrato entre a UTI ou o hospital e a empresa prestadora do serviço, quando houver terceirização de fornecimento de equipamentos médico-hospitalares. Estes devem estar íntegros, higienizados e disponíveis para ser usados nos pacientes internados (BRASIL, 2010a).

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Se determinado hospital dispuser de apenas uma UTI, equipamentos como o hemogasôme-tro e os cilindros de oxigênio e ar comprimido, entre outros, desde que localizados em área de fácil e rápido acesso, podem ser de uso conjunto dela e de outros setores do hospital.

http://www.vidaemcasa.com.br/wp-warehouse/2008/10/equipamentos.jpg

4.2.1. Requisitos específi cos para Unidades de Terapia Intensiva adulto

Pelo art. 57 da RDC nº 7/10:

Cada leito de UTI Adulto deve possuir, no mínimo, os seguintes equipamentos e materiais:

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I. cama hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e rodízios;

II. equipamento para ressuscitação manual do tipo balão auto-infl ável, com reser-

vatório e máscara facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um)

para cada 02 (dois) leitos;

III. estetoscópio;

IV. conjunto para nebulização;

V. quatro (04) equipamentos para infusão contínua e controlada de fl uidos (“bomba

de infusão”), com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 03

(três) leitos;

VI. fi ta métrica;

VII. equipamentos e materiais que permitam monitorização contínua de:

a. frequência respiratória;

b. oximetria de pulso;

c. frequência cardíaca;

d. cardioscopia;

e. Temperatura;

f. Pressão arterial não invasiva (BRASIL, 2010a).

4.2.2. Requisitos específi cos para Unidades de Terapia Intensiva pediátrica

De acordo com o art. 62 da RDC nº 7/10:

Cada leito de UTI Pediátrica deve possuir, no mínimo, os seguintes equipamentos e

materiais:

I. berço hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e rodízios;

II. equipamento para ressuscitação manual do tipo balão auto-infl ável, com reser-

vatório e máscara facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um)

para cada 02 (dois) leitos;

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III. estetoscópio;

IV. conjunto para nebuliza-

ção;

V. quatro (04) equipamen-

tos para infusão contínua

e controlada de fl uidos

(“bomba de infusão”),

com reserva operacional

de 01 (um) para cada 03

(três) leitos;

VI. fi ta métrica;

VII. poltrona removível, com

revestimento impermeá-

vel, destinada ao acom-

panhante: 01 (uma) por

leito;

VIII. equipamentos e mate-

riais que permitam moni-

torização contínua de:

a. frequência respiratória;

b. oximetria de pulso;

c. Frequência cardíaca;

d. Cardioscopia;

e. Temperatura;

f. Pressão arterial não-in-

vasiva (BRASIL, 2010a).

4.2.3. Requisitos específi cos para Unida-des de Terapia Intensiva neonatais

Pelo art. 68 da RDC nº 7/10:

Cada leito de UTI Neonatal

deve possuir, no mínimo, os

seguintes equipamentos e

materiais:

I. incubadora com parede

dupla;

II. equipamento para res-

suscitação manual do

tipo balão auto-infl ável

com reservatório e más-

cara facial: 01(um) por

leito, com reserva ope-

racional de 01 (um) para

cada 02 (dois) leitos;

III. estetoscópio;

IV. conjunto para nebuliza-

ção;

V. dois (02) equipamentos

tipo seringa para infusão

contínua e controlada de

fl uidos (“bomba de infu-

são”), com reserva ope-

racional de 01 (um) para

cada 03 (três) leitos;

VI. fi ta métrica;

VII. equipamentos e mate-

riais que permitam moni-

torização contínua de:

a. frequência respiratória;

b. oximetria de pulso;

c. freqüência cardíaca;

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d. cardioscopia;

e. temperatura;

f. pressão arterial não in-

vasiva (BRASIL, 2010a).

Obs. 1: Os recursos materiais (instrumen-tos e equipamentos) para UTIs adulto e pe-diátrica podem ser visualizados nos Arts. 58 e 63 da Resolução nº 7/10 ou nos anexos I e II deste material.

Obs. 2: Além de atender aos requisitos comuns a qualquer UTI, uma UTI pediátrica mista deve atender aos estabelecidos para UTI pediátrica e para UTI neonatal.

Conforme a Portaria nº 466/98 (BRASIL, 1998):

Toda UTI deve dispor de

medicamentos essenciais para

as suas necessidades, conser-

vados em condições adequa-

das de segurança, organiza-

ção, fácil acesso e controle de

prazo de validade, constando,

no mínimo, de:

a) anticonvulsivantes.

b) drogas inotrópicas positivas e

vasoativas.

c) analgésicos opioides e não

opioides.

d) sedativos.

e) bloqueadores neuromuscula-

res.

Além de medicamentos com

as seguintes indicações:

f) Para reanimação cardíaca e

arritmias.

g) Para anafi laxia.

h) Para controle de vias aéreas.

i) Para controle de psicose agu-

da.

4.1. Recursos humanos

Além de alta tecnologia, os pacientes em cuidado intensivo demandam a atuação de profi ssionais com grande conhecimento e ca-pacitação.

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A RDC nº 7/10, que teve alguns de seus artigos substituídos pela RDC nº 26, de 11 de maio de 2012, determina:

Art. 12 As atribuições e as responsabili-dades de todos os profi ssionais que atuam na unidade devem estar formalmente desig-nadas, descritas e divulgadas aos profi ssio-nais que atuam na UTI.

Art. 13 Deve ser formalmente designado um Responsável Técnico médico, um enfer-meiro coordenador da equipe de enferma-gem e um fi sioterapeuta coordenador da equipe de fi sioterapia, assim como seus res-pectivos substitutos.

§ 1º O Responsável Técnico deve ter tí-tulo de especialista em Medicina Intensiva para responder por UTI Adulto; habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica, para res-ponder por UTI Pediátrica; título de espe-cialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia, para responder por UTI Neonatal;

§ 2º Os coordenadores de enfermagem e de fi sioterapia devem ser especialistas em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave, específi ca para a modalidade de atuação (adulto, pediátrica ou neonatal);

§ 3º É permitido assumir responsabilida-de técnica ou coordenação em, no máximo, 02 (duas) UTI.

Quanto à habilitação e à quantidade dos profi ssionais, o art. 14 da RDC nº 7/10 (BRA-SIL, 2010a) determina que uma UTI deve contar, no mínimo, com a atuação exclusiva de:

• Um médico diarista para cada 10 lei-tos ou fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de especialista no respectivo tipo de UTI em que atua (adulto, pediátrica ou neonatal).

• Um médico plantonista de 24 horas para cada 10 leitos ou fração, em cada turno.

• Um enfermeiro assistencial para cada oito leitos ou fração, em cada turno.

• Um fisioterapeuta para cada 10 leitos ou fração, em cada turno, perfazendo 18 horas diárias de atuação.

• Um técnico de enfermagem para cada dois leitos e mais um por UTI para ser-viços de apoio assistencial, em cada turno.

• Um auxiliar administrativo.

• Funcionários para serviço de limpeza, em cada turno.

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Conforme o art. 15 da RDC nº 7/10 (BRA-SIL, 2010a), quando estão escalados para trabalhar na UTI, médicos plantonistas, en-fermeiros assistenciais, fi sioterapeutas e téc-nicos de enfermagem devem dar assistência aos pacientes em tempo integral.

A NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, estabelecida pela Por-taria MTE/GM nº 485, de 11 de novembro de 2005, determina que todos os profi ssionais que atuam na UTI devem ser imunizados contra tétano, difteria, hepatite B e outros imunobiológicos.

O artigo n°17 da RDC nº 7/10 (BRASIL, 2010a) estabelece que a equipe da UTI par-ticipe de um programa de educação conti-nuada cujo conteúdo atenda, no mínimo, ao seguinte conteúdo:

I - normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade;

II - incorporação de novas tecnologias;

III - gerenciamento dos riscos inerentes às ati-vidades desenvolvidas na unidade e segu-rança de pacientes e profi ssionais;

IV - prevenção e controle de infecções relacio-nadas à assistência à saúde.

§ 1º As atividades de educação continuada de-vem estar registradas, com data, carga ho-rária e lista de participantes.

§ 2º Ao serem admitidos à UTI, os profi ssionais devem receber capacitação para atuar na unidade.

Antes de ser abordada a participação do farmacêutico nas Unidades de Terapia Inten-siva, torna-se necessário ter o conhecimento das principais atribuições e responsabilida-des dos demais profi ssionais de saúde que compõem a equipe multiprofi ssional nesse setor, com objetivo de saber a melhor forma de se relacionar entre eles e com isso poder contribuir na resolutividade do serviço visan-do ao cuidado mais efetivo e de qualidade ao paciente crítico.

4.3.1. O papel do médico em Unidade de Terapia Intensiva

A Resolução nº 170/07 do Conselho Re-gional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) defi ne que a UTI deve contar com

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um médico diarista responsável por acompa-nhar a evolução clínica dos pacientes e um plantonista que esteja sempre no ambiente da UTI, de modo a garantir atendimento 24 horas (CREMESP, 2009).

De acordo com pareceres do Cremesp, o profi ssional médico apresenta particularida-des em comparação com outras categorias da saúde, tendo determinadas funções mínimas, seja como coordenador técnico da UTI, médi-co diarista ou médico plantonista. As funções mínimas comuns a esses profi ssionais, bem como algumas específi cas de cada um deles, são (Cremepe, 2011):

• Prestar a devida assistência médica aos pacientes da UTI, incluindo as intercor-rências verificadas no seu turno de tra-balho.

• Realizar a evolução dos pacientes da unidade (médico plantonista) ou, no seu turno de trabalho, ajudar o planto-nista a fazê-lo (coordenador técnico e médico diarista).

• Preencher o livro de ocorrências do plantão (médico plantonista).

• Preencher devidamente o prontuário do paciente, inclusive com os procedi-mentos realizados e as decisões toma-das.

• Cumprir o turno de trabalho acordado com a diretoria médica (coordenador técnico) ou com a coordenação da uni-dade (médicos diarista e plantonista).

• Coordenar as visitas médicas e multi-disciplinares no âmbito da UTI e dar encaminhamento às decisões tomadas (coordenador técnico).

• Acompanhar a execução das atividades médica, assistencial e operacional da unidade (coordenador técnico).

• Assessorar a direção do hospital nos assuntos próprios da sua área de atua-ção (coordenador técnico).

• Zelar pelo fiel cumprimento do regi-mento interno da instituição, atenden-do à política de qualidade da empresa (coordenador técnico).

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• Zelar pelo cumprimento das normas re-guladoras do Conselho Federal de Me-dicina, do respectivo Conselho Regional de Medicina, da Anvisa e do Ministério da Saúde (coordenador técnico).

• Gerar e analisar os indicadores de ges-tão da unidade, desenvolvendo planos de ação correspondentes aos resulta-dos (coordenador técnico).

• Realizar e coordenar reuniões adminis-trativas e clínicas para capacitação e atualização técnico-científica da equipe (coordenador técnico).

• Planejar, implementar e garantir a qualidade dos processos (coordenador técnico).

• Elaborar e revisar normas e rotinas técnicas (coordenador técnico).

• Coordenar as atividades multidiscipli-nares na condução do paciente (coor-denador técnico).

• Impedir que outros profissionais de saúde realizem procedimentos que só cabe ao médico realizar (coordenador técnico).

• Fazer a escala de plantão da unidade, cobrando da direção do hospital os re-cursos humanos e técnicos necessá-rios (coordenador técnico).

• Ajudar a coordenação da UTI na rea-lização de suas funções (médico dia-rista).

• Assumir a coordenação da UTI na au-sência ou na impossibilidade do coor-denador (médico diarista) (CREMEPE, 2011).

Quanto às atividades dos médicos que atuam na UTI, destacam-se as responsabi-lidades de oferecerem, conforme destacam Batista e Barbosa (2014): admissão do pa-ciente na UTI e prescrição inicial; todos os procedimentos e monitoramento para os suportes ventilatório, hemodinâmico, nutri-cional, renal, metabólico, neurológico e para tratamento de infecções graves; registro, no prontuário, da evolução diária do pacien-te; solicitação de exames complementares; comunicação com médico assistente e com familiares; integração da equipe multipro-fi ssional; treinamento das equipes médica e multiprofi ssional; visitas clínicas; resumo de alta da UTI; todas as prescrições necessárias (diária, de drogas vasoativas, de antibióticos, de hidratação, de suporte nutricional, de pro-fi laxias); avaliação da analgesia e sedação;

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desmame da ventilação mecânica; controle da hipertensão intracraniana; reanimação cardiorrespiratória; cateterizações (das veias profundas; do bulbo jugular; das artérias ra-dial, femoral e pulmonar); indução de hipo-termia moderada; instalação de marca-passo cardíaco externo; cardioversão elétrica; pun-ção pericardíaca.

4.3.2. O papel do enfermeiro em Unidade

de Terapia Intensiva

Segundo Kugart (1991), é imprescindível que o enfermeiro intensivista tenha um co-nhecimento profundo das doenças dos pa-cientes e de suas respectivas consequências, uma vez que as decisões tomadas em deter-minado dia têm implicações diretas sobre as do dia seguinte. Desse modo, eventuais fa-lhas nelas poderão gerar situações de grande gravidade.

http://www.projectosaude.com.pt/attachments/Image/fi sioterapia-respiratoria.jpg

Vargas e Braga (2006) relataram que compete ao enfermeiro intensivista dominar o conhecimento acerca da administração e do efeito das drogas, do funcionamento e da adequação dos aparelhos da unidade, bem como fazer o elo entre o paciente e a equipe multiprofi ssional.

De acordo com Hudak e Gallo (1997 apud VARGAS; BRAGA, 2006), além de conhecer o histórico do paciente, o enfermeiro que atua na UTI deve fazer o exame físico necessá-rio, executar o tratamento médico prescrito e prover ao paciente toda a orientação neces-sária para a continuidade dele.

Entre as principais atividades a ser de-sempenhadas pelo enfermeiro intensivista, estão: admitir o paciente no setor; informar o paciente e os familiares sobre os procedi-mentos a ser realizados durante sua interna-ção; realizar o boletim de ocorrências adver-sas; implementar os protocolos de prevenção de infecção; realizar avaliação neurológica; monitorar o balanço hídrico, a hemodinâmi-ca e os controle de sinais vitais do paciente; realizar o eletrocardiograma; realizar medi-das para prevenção de broncoaspiração; re-gular a transferência do paciente; concreti-zar ações após o óbito (BATISTA; BARBOSA, 2014).

4.3.3. O papel do fi sioterapeuta em Uni-dade de Terapia Intensiva

O profi ssional fi sioterapeuta passou a inte-grar a equipe da UTI no fi nal da década de 1970 (RONDINEL, 2013). A fi gura desse pro-fi ssional na área de terapia intensiva tornou-se signifi cativa em vários segmentos: no atendi-

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mento aos pacientes críticos que necessitam de suporte ventilatório, desde o preparo e ajuste do ventilador artifi cial até a intubação; a evolução do paciente durante a ventilação mecânica até a interrupção, o desmame e a extubação; na assistência para a recuperação no pós-operatório; e para evitar complicações respiratórias e motoras (JERRE et al., 2007).

O art. 3º da Resolução nº 402, de 3 de agosto de 2011, do Conselho Federal de Fisio-terapia e Terapia Ocupacional, estabelece as competências que o profi ssional de Fisiotera-pia em Terapia Intensiva deve dominar, entre as quais destacam-se (COFFITO, 2011):

• Consulta fisioterapêutica e anamnese.

• Avaliação física e cinesiofuncional do paciente crítico ou potencialmente crí-tico.

• Avaliação e monitorização das vias aé-reas natural e artificial do paciente crí-tico ou potencialmente crítico.

• Realização do diagnóstico e do prog-nóstico fisioterapêutico.

• Estabelecimento da terapêutica car-diorrespiratória e neuromusculoesque-lética do paciente crítico ou potencial-mente crítico.

• Aplicação de métodos, técnicas e re-cursos de expansão pulmonar, re-moção de secreção, fortalecimento muscular, recondicionamento cardior-

respiratório e suporte ventilatório do paciente crítico ou potencialmente crí-tico.

• Planejamento e execução de estra-tégias de adaptação, readaptação, orientação e capacitação, com o obje-tivo de proporcionar maior funcionali-dade do paciente crítico ou potencial-mente crítico.

• Avaliação e monitoramento dos parâ-metros cardiorrespiratórios, inclusive em situações de deslocamento do pa-ciente crítico ou potencialmente críti-co.

• Avaliação da condição de saúde do pa-ciente crítico ou potencialmente crítico para a retirada de suporte ventilatório invasivo e não invasivo.

• Realização do desmame e da extuba-ção do paciente em ventilação mecâ-nica.

• Avaliação e execução da titulação da oxigenoterapia e inaloterapia.

• Prescrição da alta fisioterapêutica.

4.3.4. O papel do psicólogo em Unidade de Terapia Intensiva

Conforme Santos, Almeida e Rocha (2012), na UTI, a fi gura do psicólogo surge como o responsável pela cura da mente e/ou pela

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manutenção do equilíbrio mental do paciente internado, dada a importância desse equilíbrio na evolução do tratamento. O psicólogo, porém, não se volta apenas às necessidades do pa-ciente, mas também de sua família e da própria equipe de saúde, cada um com papéis dife-rentes, mas com o mesmo objetivo: a melhoria da saúde do paciente crítico.

Araújo e Leitão (2013, p. 137), referindo-se ao papel do psicólogo na UTI, assinalam que

o psicólogo funciona como facilitador das relações interpessoais dos sujeitos envolvidos, favore-cendo uma comunicação mais efi caz, o que pode resultar em ambiente profi ssional mais agradável e melhor qualidade no atendimento aos pacientes e familiares.

Com relação à família do paciente internado na UTI, a importância do trabalho do psicólogo está na intervenção em determinados mecanismos psicológicos que podem prejudicar o tra-tamento da doença e a recuperação do paciente, caso não sejam devidamente trabalhados. Com relação ao trabalho com a equipe, além de favorecer o fortalecimento dos vínculos entre os seus componentes, a psicologia proporciona espaço para refl exão, apoio e elaboração de questões que afl oram no ambiente próprio e desafi ador da UTI.

http://www.cruzverde.org.br/imagens/img_reab_psicologia_02_g.jpg

4.3.5. O papel do nutricionista em Unidade de Terapia Intensiva

A importância da fi gura do nutricionista na equipe multiprofi ssional contribui para a ma-nutenção ou a recuperação do estado nutricional dos pacientes internados na UTI, por meio do diagnóstico médico e da evolução clínica diária, com base em suas competências na as-sistência nutricional. Seu objetivo envolve a terapia nutricional baseada nas experiências à beira do leito e nas evidências científi cas atuais (JUSTINI, 2013).

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De acordo com a Somiti (2007), com rela-ção ao trabalho do nutricionista intensivista:

O principal objetivo dos nutricionistas é conseguir um método efi ciente para nutrir os pacientes, aspecto fundamental na recu-peração.

Conseguir o equilíbrio metabólico em pa-cientes portadores de complicações como fístulas digestivas, íleo prolongado e outras condições que impedem ou difi cultam o uso do trato digestivo também é uma das fun-ções destes profi ssionais, que também são responsáveis por coletar e registrar os da-dos sobre o estado nutricional de todos os pacientes internados. Esses dados são indis-pensáveis para o diagnóstico da situação e ponto de partida obrigatório para qualquer planejamento consistente na área.

Além das responsabilidades menciona-das, dependendo do quadro do paciente, o nutricionista clínico, juntamente com a equi-pe multiprofi ssional, discute a evolução e os procedimentos indicados a cada um dos inter-nados, contribuindo no cuidado ao paciente grave por meio de procedimentos básicos na UTI.

A portaria nº 272/98 (BRASIL, 1998) e a RDC nº 63/00 (BRASIL, 2000) regulamentam, respectivamente, os requisitos mínimos exigi-dos para a administração de terapia nutricio-nal parenteral (TNP) e de terapia nutricional enteral (TNE), defi nindo que a equipe mul-tiprofi ssional de terapia nutricional (EMTN) deve ser constituída por, no mínimo, um pro-fi ssional médico, um farmacêutico, um enfer-meiro e um nutricionista, habilitados e com treinamento específi co para a prática da tera-pia nutricional.

Portanto, algumas atribuições do nutri-cionista da EMTN defi nidas pela Portaria nº 272/98 são:

• Avaliar os indicadores nutricionais sub-jetivos e objetivos, com base em pro-tocolo preestabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nu-tricional e a evolução de cada paciente, até a alta nutricional estabelecida pela EMTN.

• Avaliar qualitativa e quantitativamente as necessidades de nutrientes basea-das na avaliação do estado nutricional do paciente.

• Acompanhar a evolução nutricional dos pacientes em TN, independentemente da via de administração.

• Garantir o registro, claro e preciso, de informações relacionadas à evolução nutricional do paciente.

• Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação

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continuada, garantindo a atualização dos seus colaboradores.

4.3.7. O papel do assistente social em

Unidade de Terapia Intensiva

O papel da assistente social, ao compor a equipe multiprofi ssional da UTI, baseia-se no acolhimento das famílias dos pacientes graves, seguida de anamnese nos familiares. Esse profi ssional conscientiza pacientes e de-mais profi ssionais sobre normas e rotinas do hospital; realiza intervenção entre a família e/ou o paciente e a equipe multiprofi ssional da UTI, contribuindo em esclarecer dúvidas e orientações quanto ao setor previdenciário, garantido os direitos do paciente; realização do agendamento de exames com a presta-dora de serviços de saúde; promover acomo-dação para familiares de pacientes de outros municípios ou Estados em casas de apoio; orientações à família sobre alta do paciente para a clínica médica para o pós-operatório ou sua admissão à sala cirúrgica, além de estar presente junto aos familiares no pro-cesso de gerenciamento de óbito do paciente (TOMAL et al., [2013]).

O papel do cirurgião odontológico em Unidade de Terapia Intensiva

De acordo com Camargo (2005), a odon-tologia hospitalar é uma prática que tem o objetivo de prestar cuidados às patologias bucais que necessitam de procedimentos de equipes multiprofi ssionais de alta complexi-dade ao paciente.

A saúde bucal adequada apresenta um estado de harmonia que infl uencia na saú-de geral do indivíduo (QUELUZ; PALUMBRO, 2000).

Estudos têm observados que a cavidade bucal é considerada uma porta de entrada para microrganismos patogênicos respira-tórios causadores de infecções sistêmicas, como a pneumonia. Várias complicações têm sido associadas aos microrganismos que cau-sam infecções nosocomiais, como cárie den-tal, doença periodontal, endocardites bacte-rianas, entre outros (TOLEDO; CRUZ, 2009).

Dessa forma, constata-se a infl uência que a condição bucal poderá desempenhar na evolução dos pacientes internados na UTI (MORAIS et al., 2006).

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Segundo a presidente do Departamento de Odontologia da AMIB, Dra. Teresa Morais:

Com o constante surgimento de evidên-cias científi cas que respaldam o papel noci-vo dos comprometimentos e das infecções dentárias e bucais para a degradação do es-tado geral dos pacientes alocados nas UTIs, a odontologia passa a dividir responsabili-dades, com outros integrantes das equipes de saúde – especialmente nas questões re-ferentes ao controle das infecções e da me-lhor oferta de conforto a esses pacientes. A falta de tratamento dentário aumenta a possibilidade de infecções nas UTIs, sendo a higiene bucal defi ciente é comum em seus pacientes (ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA IN-TENSIVA BRASILEIRA, 2014).

Atualmente, existe um projeto de lei na Câmara dos Deputados, nº 34/13, que favo-rece a prestação de assistência odontológica a pacientes em regime de internação hospi-talar na UTI, aos portadores de doenças crô-nicas e no atendimento em regime domiciliar.

4.3.8. O papel do farmacêutico em Uni-dade de Terapia Intensiva

O profi ssional farmacêutico é um dos im-portantes componentes da equipe multipro-

fi ssional de cuidado ao paciente crítico, dado o seu papel no monitoramento dos medica-mentos administrados ao paciente, com seus diferentes esquemas farmacoterapêuticos, doses, alterações farmacocinéticas, além das implicações desses medicamentos em termos de custos para a instituição hospitalar (OLI-VEIRA et al., 2013).

De acordo com Leblanc et al. (2008), nas últimas décadas, o papel do farmacêutico no cuidado intensivo deixou de se restringir à su-pervisão da produção e dispensação de medi-camentos, passando a uma participação em tempo integral na equipe da UTI. Para isso, foi fundamental, em 1989, a criação do Depar-tamento de Farmácia Clínica e Farmacologia da Society of Critical Care Medicine (SCCM), maior organização internacional de cuidados críticos, reconhecimento que a entidade deu à fi gura do profi ssional farmacêutico como membro essencial da equipe multidisciplinar de cuidado intensivo (RUDIS; BRANDL, 2000).

No Brasil, esse reconhecimento evidenciou--se em 2008, quando foi criado o Departa-mento de Farmácia da Associação de Me-dicina Intensiva Brasileira (AMIB), visando implementar uma educação continuada no exercício da farmácia clínica em UTI (ASSO-CIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEI-RA, 2009). Uma vez que, no Brasil, o serviço de atenção farmacêutica (AF) em UTI ainda é uma área nova de atuação do farmacêutico, seguem-se os modelos internacionais. A im-plantação da AF na UTI tornou-se signifi cativa na otimização do uso de drogas para seda-ção e analgesia, dado o seu alto consumo e as discussões que geram no que diz respeito

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à segurança do paciente (MARSHALL et al., 2008).

Em serviços de tratamento intensivo, a ausência do farmacêutico na equipe multi-profi ssional torna-se signifi cativa ao serem verifi cados alguns indicadores quanto a acompanhamento e tratamento do pacien-te. Por exemplo, o estudo observacional de Calabrese et al. (2001) em cinco UTIs nos Estados Unidos revelou que, dentre 5.744 pacientes, 851 (3,3%) foram alvo de erros de administração de medicamentos, sendo a taxa de infusão do medicamento o mais comum, e os vasoativos e analgésicos, os medicamentos mais administrados. Segundo Bates, Miller e Cullen (1999) e Senst, Achu-sim e Genest (2001), a falta de informação no ato da prescrição é uma das causas que mais levam a erros de medicação.

Farmacêuticos que exercem suas ativida-des em UTI estão aptos a acompanhar, na forma de Intervenção Farmacêutica (IF), todo o processo que inclui prescrição, prepa-ro, administração e acompanhamento do uso de medicamentos. A IF é

o ato planejado, documentado e realiza-do junto ao usuário e profi ssionais de saúde, que visa resolver ou prevenir problemas que

interferem ou podem interferir na farmaco-terapia, sendo parte integrante do processo de acompanhamento/seguimento farmaco-terapêutico (IVAMA et al., 2002).

Estudo conduzido por Leape, Cullen e Cla-pp (1999) revelou que a ação do profi ssio-nal farmacêutico em visitas clínicas reduz em dois terços a incidência de eventos adversos. Durante a realização do estudo, que analisou 398 intervenções num período de seis meses, as intervenções mais recorrentes foram, pela ordem, o esclarecimento ou correção do me-dicamento prescrito (45%), o oferecimento de informações sobre o medicamento (25%) e a recomendação de terapêutica alternativa (12%), com taxa de 99% de aceitação das intervenções desse profi ssional. Por sua vez, um estudo cego empreendido por Kucucar-slan et al. (2003) verifi cou uma redução de 78% na ocorrência de eventos adversos pre-veníveis em um serviço de medicina interna do Hospital Henry Ford, nos Estados Unidos.

Assim, sabe-se que o farmacêutico inten-sivista não apenas contribui para a seguran-ça dos pacientes internados na UTI, como também, com suas ações relacionadas às terapias medicamentosas, favorece o uso racional dos medicamentos e, consequente-mente, a contenção de custos para o hospital (PHARMACIA BRASILEIRA, 2010).

Em um hospital, os gastos com medicamen-tos em UTI representam uma parcela signifi -cativa dos custos totais com medicamentos. No que diz respeito ao importante papel das intervenções de farmacoeconomia realizadas pelo profi ssional farmacêutico, em 1996, o American College of Clinical Pharmacy (ACCP)

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estimou que, proporcionalmente, para cada dólar gasto com um profi ssional farmacêuti-co, o hospital tem um ganho de US$ 16,70 (SCHUMOCK et al., 1996).

O estudo de Kane-Gill et al. (2006) reve-lou a prevalência de 53% de eventos adver-sos relacionados ao uso de medicamentos de alto custo e de 80% no caso dos de alto consumo. Dessa forma, constata-se que as prioridades na UTI não devem visar apenas a questões econômicas, mas particularmente à segurança dos pacientes.

Entre outros fatores positivos decorrentes da presença do farmacêutico intensivista, esse profi ssional contribui de forma positiva para a redução de infecções hospitalares em pacientes na UTI por meio da seleção ade-quada de antibióticos, com monitoramento da sua toxicidade, reduzindo, assim, a mor-talidade, refl etindo também na redução do tempo de internação e da alta hospitalar, além da redução dos custos com tratamen-tos e exames laboratoriais.

Além das atribuições mencionadas, o far-macêutico intensivista pode também estar envolvido em outras de atividades, tais como:

• Monitoramento do uso do medicamen-to prescrito (análise de dose, intervalo, via, diluição, administração); verifica-ção de eventuais interações medica-mentosas maléficas ao paciente; ava-liação do risco do uso das drogas para o paciente, garantindo a utilização se-gura e racional.

• Constante atualização na literatura científica para identificar normas de administração de medicamentos, o que contribuirá no monitoramento e na ela-boração de protocolos para administra-ção de drogas mais frequentes, como as utilizadas em sedação e analgesia e daquelas em pacientes de alto risco, como insulina e para bloqueio neuro-muscular.

• Minimização do recebimento de fluidos em pacientes com restrição hídrica, ajustando a diluição de medicamentos.

• Oferecimento de suporte técnico ade-quado e de treinamentos, de modo a promover a troca de conhecimentos e experiências entre os componentes da equipe multiprofissional.

• Dedicação exclusiva à UTI na maior parte de seu tempo de trabalho.

• Participação em rounds clínicos com a equipe multiprofissional.

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• Atuação como uma ligação entre far-mácia, médicos e enfermagem na edu-cação das políticas, procedimentos e orientações relacionadas aos medica-mentos, como informar sobre a terapia intravenosa adequada para os demais profissionais no cuidado ao paciente crítico.

• Trabalho em conjunto com o nutricio-nista e/ou nutrólogo nas recomenda-ções de nutrição parenteral adequadas dos pacientes.

• Participação nos programas de quali-dade e acreditação da UTI.

Acesso aos recursos assistenciais

O art. 18 da RDC nº 7/10 relaciona os ser-viços que devem ser garantidos à beira do leito na UTI, seja por meios próprios ou ter-ceirizados.

Art. 18 Devem ser garantidos, por meios próprios ou terceirizados, os seguintes ser-viços à beira do leito:

I assistência nutricional;

II terapia nutricional (enteral e parenteral);

III assistência farmacêutica;

IV assistência fonoaudiológica;

V assistência psicológica;

VI assistência odontológica;

VII assistência social;

VIII assistência clínica vascular;

IX assistência de terapia ocupacional para UTI Adulto e Pediátrica

X assistência clínica cardiovascular, com espe-cialidade pediátrica nas UTI Pediátricas e

Neonatais;

XI assistência clínica neurológica;

XII assistência clínica ortopédica;

XIII assistência clínica urológica;

XIV assistência clínica gastroenterológica;

XV assistência clínica nefrológica, incluindo he-modiálise;

XVI assistência clínica hematológica;

XVII assistência hemoterápica;

XVIII assistência oftalmológica;

XIX assistência de otorrinolaringológica;

XX assistência clínica de infectologia;

XXI assistência clínica ginecológica;

XXII assistência cirúrgica geral em caso de UTI Adulto e cirurgia pediátrica, em caso de UTI Neonatal ou UTI Pediátrica;

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XXIII serviço de laboratório clínico, incluindo mi-crobiologia e hemogasometria;

XXIV serviço de radiografi a móvel;

XXV serviço de ultrassonografi a portátil;

XXVI serviço de endoscopia digestiva alta e baixa;

XXVII. serviço de fi brobroncoscopia;

XXVIII. serviço de diagnóstico clínico e notifi cação compulsória de morte encefálica (BRASIL, 2010a).

O hospital em que a UTI está inserida deve dispor, na própria estrutura hospitalar, de centro cirúrgico e dos serviços de radiologia convencional e de ecodopplercardiografi a. Além disso, deve-se garantir acesso aos se-guintes serviços diagnósticos e terapêuticos, seja no próprio hospital ou em outro estabe-lecimento, por meio de acesso formalizado: cirurgias cardiovascular, vascular, neurológi-ca, ortopédica, urológica e bucomaxilofacial; radiologia intervencionista; ressonância mag-nética; tomografi a computadorizada; anato-mia patológica; e exame comprobatório de fl uxo sanguíneo encefálico (BRASIL, 2010a).

Sobre os demais serviços de apoio exis-tentes, os serviços das UTIs devem possuir interação com:

• Laboratório de análises clínicas nas 24 horas de funcionamento, incluindo os serviços de microbiologia.

• Agência transfusional ou banco de sangue nas 24 horas de funcionamen-to.

• Farmácia hospitalar.

• Centro/equipamentos de diagnóstico de imagem.

• CCIH – comissão de controle de infec-ção hospitalar.

• Pronto-socorro/pronto-atendimento.

• Centro cirúrgico e recuperação anes-tésica.

• Centro obstétrico.

• Serviço social.

• Terapia renal substitutiva (TRS).

Indicações para admissão e alta

Conforme a Portaria nº 466/98 do Ministé-rio da Saúde (BRASIL, 1998), são atribuições exclusivas do médico intensivista admitir ou dar alta a um paciente na UTI ou na Unidade de Tratamento Semi-Intensivo.

Somente deverão ser admitidos em UTI os pacientes graves ou de risco com probabili-

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dade de sobrevida e recuperação e os pa-cientes em morte cerebral, dada a sua condi-ção de potenciais doadores de órgãos.

Da mesma forma, cabe exclusivamente ao médico intensivista conceder alta a um paciente da UTI, o que poderá ocorrer tão logo cessem as causas que justifi caram sua internação. Nesse caso, a critério do médico, tal paciente poderá ser encaminhado para a Unidade de Tratamento Semi-Intensivo.

Prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde na UTI

No Brasil, o Ministério da Saúde (MS), na Portaria nº 2.616/98, defi ne infecção hospi-talar como “aquela adquirida após a admis-são do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimen-tos hospitalares”.

Pela RDC nº 7/10 (BRASIL, 2010a), as me-didas de prevenção e controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) de-fi nidas pelo Programa de Controle de Infecção do hospital devem ser cumpridas pelas UTIs, por intermédio de sua equipe de profi ssionais de saúde e da Comissão de Controle de Infec-ção Hospitalar (CCIH). Entre essas infecções,

estão as causadas por instrumentos invasivos (cateteres, sondas etc.), por microrganismos multirresistentes e outros de importância cli-nicoepidemiológica. É necessário que a CCIH informe a equipe multiprofi ssional da UTI os resultados da vigilância das infecções e o per-fi l de sensibilidade dos microrganismos, com o objetivo de promover medidas de preven-ção e controle das IRAS com base na avalia-ção dos indicadores da unidade (CAMARGO et al., 2004).

A equipe precisa aderir a medidas preven-tivas baseadas na transmissão (contato, go-tículas e aerossóis) e contribuir no estímulo de cumpri-las. Além disso, a promoção do uso racional de antimicrobianos, a implementação de normas e rotinas de forma interdisciplinar, juntamente com a CCIH, a farmácia hospitalar e o laboratório de microbiologia, assim como orientações aos visitantes e aos acompanhan-tes quanto às condutas de higienização, tor-nam-se outros métodos de controle, monito-ramento e prevenção de IRAS (CAMARGO et al., 2004).

Desse modo, as equipes da UTI e da CCIH devem estimular a adesão às práticas de hi-gienização das mãos por todos os profi ssio-

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nais e visitantes do hospital. Para isso, devem ser disponibilizados os respectivos materiais e equipamentos:

Os lavatórios para higienização das mãos devem estar disponibilizados na entrada da unidade, no posto de enfermagem e em ou-tros locais estratégicos defi nidos pela CCIH e possuir dispensador com sabonete líquido e papel toalha.

As preparações alcoólicas para higieni-zação das mãos devem estar disponibiliza-das na entrada da unidade, entre os leitos e em outros locais estratégicos defi nidos pela CCIH (BRASIL, 2010a).

Os recursos diagnósticos, terapêuticos e de monitorização presentes em ambiente de UTI são, em geral, invasivos ao paciente, como é o caso de cateteres (os vasculares inseridos em veias centrais, os arteriais, os utilizados para controle da pressão intracraniana), tubos (como os orotraqueais associados ao ventila-dor artifi cial) e sondas (como as vesicais), cujo uso torna os pacientes suscetíveis a infecções.

Alguns fatores contribuem para o risco de infecção:

- a quebra de barreiras naturais que se-param o micro-organismo do ambiente in-

terno, invasão da pele por cateteres, dre-nos, tubo orotraqueal e perda da barreira protetora da glote, sonda vesical etc;

- o estado de imunodepressão represen-tado pela gravidade da doença.

Além desses, outros sérios problemas são freqüentemente encontrados, como A NECESSIDADE DE MONITORIZAÇÃO IN-TENSIVA associada à sobrecarga de traba-lho da equipe multiprofi ssional – resultando em muitos e freqüentes procedimentos ina-dequados em relação ao paciente internado.

Isto leva a uma reconhecida menor ade-são às práticas de higienização das mãos – facilitando a transmissão de microorganis-mos entre pacientes – em geral, através das mãos destes mesmos profi ssionais (CAMAR-GO et al., 2004).

Entre as infecções mais frequentes obser-vadas em pacientes na UTI, estão as pulmo-nares, as da corrente sanguínea primária, as urinárias, as intra-abdominais e as de sítio cirúrgico.

Um estudo realizado em 1998 no Brasil identifi cou as principais causas das infecções em pacientes internados em UTI: condições clínicas; doenças de base; números elevados de procedimentos invasivos como ventilação mecânica e cateteres intravasculares; falhas nas medidas de controle e prevenção das principais infecções observadas nesse am-biente, como pneumonias e infecção uriná-ria; e feridas cirúrgicas (DAVID, 1998).

Segundo Carmargo et al. (2004), um estu-do realizado na Europa analisou a presença de infecções em um único dia em mais de mil UTIs, envolvendo mais de 10 mil pacientes.

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O resultado mostrou que 45% deles foram diagnosticados com algum processo infeccio-so, e, destes, 46% ocorreram nas próprias UTIs. Pela ordem, as principais infecções foram: pneumonias associadas à ventilação mecânica (45%); traqueobronquites (18%); infecções do trato urinário (18%); infecções primárias da corrente sanguínea (12%); e in-fecções de sítio cirúrgico (7%).

Nas UTIs dos Estados Unidos, as pesqui-sas mostram, pela ordem, alta prevalência de infecção do trato urinário, pneumonia e infecções da corrente sanguínea (CAMARGO et al., 2004).

No Brasil, há uma estimativa de que entre 5% e 15% de pacientes internados podem apresentar algum tipo de infecção nosoco-mial, e 25% a 40% destes receberão anti-biotióticos para seu tratamento ou sua pro-fi laxia. Também existe uma média de que a internação por 5 a 10 dias favorece o cresci-mento de infecção hospitalar.

Há um aumento dos problemas relacio-nados com as infecções hospitalares, o que provoca um crescimento do tempo de per-manência hospitalar, além de ser a principal

causa de morbimortalidade dos pacientes in-ternados (SANTOS et al., 2009).

A presença do profi ssional farmacêutico, conforme estudo de Dellinger et al. (2008), é recomendável para o pronto e adequado estabelecimento da terapia antimicrobiana quando forem prescritos antibióticos aos pa-cientes com quadro de choque séptico, por exemplo, pois, no momento de sua manifes-tação, cada hora de atraso na administração das drogas antimicrobianas poderá contribuir para o aumento de mortalidade.

7.1. Principais microrganismos respon-sáveis pelas infecções em UTI

As causas que contribuem para infecções em pacientes na UTI são inúmeras. Trans-plantes, pacientes com imunodepressão ou queimaduras, por exemplo, e fatores rela-cionados aos procedimentos e técnicas são exemplos (LICHY E MARQUES 2002).

Em relação aos microrganismos responsá-veis por infecções em Unidades de Terapia Intensiva, que são agentes diferentes daque-las que causam infecções na comunidade, os mais prevalentes são:

• Bactérias Gram-positivas: Staphylo-coccus aureus, Staphylococcus coagu-lase-negativa e Enterococcus spp.

• Bactérias Gram-negativas:

• Fermentadoras de glicose (Enterobac-ter spp., E. coli, Serratia spp., Klebsiella spp., Proteus spp., Citrobacter spp.).

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• Não fermentadoras de glicose (Pseu-domonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii).

É comum, no tratamento de infecções gra-ves, a utilização de antimicrobianos de amplo espectro e por tempo prolongado. A ocorrên-cia de determinadas infecções está associada ao uso excessivo desses medicamentos em pacientes de UTI. A administração de anti-microbianos contra agentes infecciosos resis-tentes, pneumonias associadas à ventilação mecânica, por exemplo, é um procedimento associado a maior mortalidade (CAMARGO et al., 2004).

No caso de infecções urinárias, a maioria é causada por bactérias, porém fungos e vírus aparecem em situações mais raras. Embora frequentemente causadas pela bactéria E. coli, outros Gram-negativos têm incidência maior, em particular P. aeruginosa, além das infecções causadas por enterococos e fun-

gos. Segundo Lopes e Tavares (2005), as en-terobactérias (Escherichia coli, Staphylococ-cus saprophiticus, Proteus sp, Klebsiellasp), são os microorganismos mais frequentes na UTI, podendo atingir o trato urinário por via ascendente, hematogênica ou linfática. A execução do cateterismo, endoscopia ou ci-rurgia podem levar os microrganismos para o interior do trato urinário.

As infecções respiratórias adquiridas fora do ambiente hospitalar são, em geral, causa-das por Streptococcus penumoniae, Haemo-phylus infl uenza e Mycoplasma pneumoniae.

Nas infecções de corrente sanguínea ori-ginadas pelo uso de cateteres vasculares, estafi lococos, em particular estafi lococos coagulase-negativa (S. epidermidis, S. hae-molyticum) e Staphylococcus aureus são as bactérias mais frequentes. Com menor inci-dência, aparecem bactérias Gram-negativas, enterococos e fungos.

As infecções fúngicas em pacientes na UTI estão aumentando, sendo que 85% são cau-sadas pelo gênero Candida, principalmente Candida albicans. Os fatores de risco identi-fi cados que contribuem para a infecção por esse fungo são: manipulação de trato intesti-nal (cirurgias); uso prévio de antibióticos de amplo espectro; uso de cateteres centrais; manuseio por nutrição parenteral; pacientes com insufi ciência renal, principalmente nos casos da necessidade de hemodiálise (CA-MARGO et al., 2004).

No Brasil, 70% das infecções de corren-te sanguínea são provocadas por fungos de espécies não albicans (C. parapsilosis, C. tro-

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picalis e C. glabrata, por exemplo). Tais in-fecções estão majoritariamente relacionadas a cirurgias do trato intestinal ou ao uso de cateter central (CAMARGO et al., 2004).

Determinados tipos de vírus também po-dem causar infecções em pacientes de UTI, como é o caso dos citomegalovírus e do ví-rus herpes simples. Em UTIs neonatais, in-fecções pelo vírus sincicial respiratório são frequentemente responsáveis pela doença do trato respiratório inferior (GROOTHUIS et al., 2009), com a necessidade de tratamen-to intensivo para suporte ventilatório (SÃO PAULO, 2011).

7.2. Higienização das mãos

Segundo a Anvisa (BRASIL, 2013a):

“Higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higieni-zar as mãos para prevenir a transmissão de micro-organismos e consequentemente evi-tar que pacientes e profi ssionais de saúde adquiram IRAS.

As CCIHs têm como objetivo de alertar os profi ssionais da área de assistência para ade-são de medidas de redução de infecção. O método de higienização das mãos continua sendo o mais efi caz para reduzir a infecção

cruzada em pacientes na UTI. Hospitais que apresentam altas taxas desse método têm as menores taxas de infecção da corrente san-guínea (POLIN; DENSON; BRADY, 2012).

O processo de higiene das mãos deve ser realizado antes e após a assistência ao pa-ciente, após contato com secreções ou com artigos e superfícies contaminadas pelo pa-ciente, após a retirada das luvas (SÃO PAU-LO, 2011) e antes e após o contato com os equipamentos respiratórios, como forma de evitar a contaminação cruzada entre pacien-tes (GARLAND, 2010).

De acordo com a Anvisa (BRASIL, 2013a), o termo “higienização” engloba a higiene simples, a higiene antisséptica, a fricção an-tisséptica das mãos com preparação alcoóli-ca e a antissepsia cirúrgica das mãos.

Entre os exemplos de ações para o con-trole de infecções hospitalares, citam-se: a higienização das mãos quando da inserção ou da retirada de cateter venoso central e a limpeza da pele com clorexidina 0,2% (RE-SENDE et al., 2011).

Conforme o protocolo para a prática de hi-giene das mãos em serviços de saúde preco-nizado pelo Programa Nacional de Segurança do Paciente e elaborado por ANVISA, Minis-tério da Saúde e FIOCRUZ (BRASIL, 2013b), são destacados a seguir tipos e métodos de higienização:

2.1. Higiene simples das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a forma líquida.

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2.2. Higiene antisséptica das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabo-nete associado a agente antisséptico.

2.3 Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: aplicação de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessi-dade de enxague em água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos

2.3.1. Preparação alcoólica para hi-giene das mãos sob a forma líquida: preparação contendo álcool, na concentra-ção fi nal entre 60% a 80% destinadas à aplicação nas mãos para reduzir o número de microorganismos. Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulação para evitar o ressecamento da pele.

2.3.2 Preparação alcoólica para hi-giene das mãos sob as formas gel, es-puma e outras: preparações contendo ál-cool, na concentração fi nal mínima de 70% com atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratório in vitro (teste de suspensão) ou in vivo, destinadas a reduzir o número de microorganismos. Recomenda--se que contenha emolientes em sua formu-lação para evitar o ressecamento da pele.

A técnica geral de lavagem das mãos pre-conizada por esse protocolo é descrita na se-guinte ordem:

1. Molhe as mãos;

2. Aplique a quantidade de sabão recomenda-da pelo fabricante;

3. Friccione as mãos juntas por no mínimo 15 segundos, cobrindo todas as superfícies das mãos com sabão e entre os dedos;

4. Massagear os leitos ungueais da mão contra lateral;

5. Enxague as mãos;

6. Seque as mãos com toalha descartável;

7. Utilize toalha descartável para fechar a tor-neira;

8. Não utilize água quente para lavar as mãos (risco de dermatites);

9. Use soluções com anti-sépticos (clorexidina 2% ou PVP-I degermantes) para a lavagem de mãos antes de procedimentos invasivos, unidades de terapia intensiva e unidades com isolamento frequente de bactérias mul-tirresistentes e situações de surtos (BRASIL, 2013b).

Outros aspectos a ser considerados na hi-giene das mãos:

• Deve-se manter as unhas naturais sempre curtas.

• É necessário o uso de luvas em situa-ções de contato com sangue ou outros materiais potencialmente infecciosos, membrana mucosa e pele não intacta.

• Deve-se retirar as luvas após cuidar do paciente e descartá-las.

• É necessário trocar de luvas na passa-gem de áreas contaminadas para áre-as limpas.

• Não se deve usar anéis ou unhas pos-tiças durante a assistência direta aos pacientes, uma vez que prejudicam a higiene das mãos.

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Para a prevenção de IRAS provocadas por transmissão cruzada pelas mãos, foram deter-minados cinco momentos para a higiene das mãos que devem ser considerados não apenas pelos profi ssionais de saúde que trabalham na UTI, mas também por quaisquer outros que estão em contato direto ou indireto com o paciente:

1. Antes de tocar o paciente.

2. Antes de realizar procedimento limpo/asséptico:

a) Antes de manusear um dispositivo invasivo, independentemente do uso ou não de luvas.

b) Ao se mover de um sítio anatômico contaminado para outro durante o atendimento do mesmo pa-ciente.

3. Após o risco de exposição a fl uidos corporais ou excreções:

a) Após contato com fl uidos corporais ou excretas, membranas mucosas, pele não íntegra ou curativo.

b) Ao se mover de um sítio anatômico contaminado para outro durante o atendimento do mesmo pa-ciente.

c) Após remover luvas esterilizadas ou não esterilizadas.

4. Após tocar o paciente:

a) Antes e depois do contato com o paciente.

b) Após remover luvas esterilizadas ou não esterilizadas.

5. Após tocar superfícies próximas ao paciente:

a) Após contato com superfícies e objetos inanimados (incluindo equipamentos para a saúde) nas pro-ximidades do paciente.

b) Após remover luvas esterilizadas ou não esterilizadas (BRASIL, 2013b).

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Cinco momentos para higiene das mãos. Fonte: Brasil, 2013b.

a. Higienização das mãos com água e sabonete

• Higienização simples: com sabonete líquido e água

• Método apenas quando estiverem sujas visivelmente. Caso contrário, usar prepara-ções alcoólicas.

A técnica de higiene simples das mãos envolve os passos a seguir:

b. Higienização antisséptica

Essa técnica diferencia-se da anterior apenas no uso do antisséptico degermante. Tem como princípio promover a remoção de resíduos e da microbiota transitória, reduzindo os microrganismos residentes das mãos (BRASIL, 2010b).

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c. Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica

Utiliza-se preparação alcoólica sob a forma de gel, espuma ou outras (com concentração fi nal mínima de 70%) ou sob a forma líquida (com concentração fi nal entre 60% a 80%) para reduzir a carga microbiana das mãos. Esse tipo de higienização substitui a realiza-da com água e sabonete líquido apenas se as mãos não estiverem visivelmente sujas, uma vez que a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica não retira sujidades.

Os seguintes passos devem ser seguidos durante a realização da técnica de fricção an-tisséptica das mãos com preparação alcoóli-ca (BRASIL, 2013b):

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Anexo I: equipamentos dispostos na UTI adulto

De acordo com a RDC nº 7/2010 (BRASIL, 2010b), cada UTI adulto deve dispor, no mí-nimo, de:

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• Materiais para punção lombar.

• Materiais para drenagem liquórica em sistema fechado.

• Oftalmoscópio.

• Otoscópio.

• Negatoscópio.

• Máscara facial que permita diferentes concentrações de oxigênio uma para cada dois leitos.

• Materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e fechado.

• Aspirador a vácuo portátil.

• Equipamento para mensurar pressão de balonete de tubo/cânula endotra-queal (“cuffômetro”).

• Ventilômetro portátil.

• Capnógrafo: um para cada 10 leitos.

• Ventilador pulmonar mecânico micro-processado: um para cada dois leitos, com reserva operacional de um equi-pamento para cada cinco leitos, de-vendo dispor cada equipamento de, no mínimo, dois circuitos completos.

• Equipamento para ventilação pulmo-nar mecânica não invasiva: um para cada 10 leitos, quando o ventilador pulmonar mecânico microprocessado não possuir recursos para realizar a modalidade de ventilação não invasi-va.

• Materiais de interface facial para ven-tilação pulmonar não invasiva: um conjunto para cada cinco leitos.

• Materiais para drenagem torácica em sistema fechado.

• Materiais para traqueostomia.

• Foco cirúrgico portátil.

• Materiais para acesso venoso profun-do.

• Materiais para flebotomia.

• Materiais para monitorização de pres-são venosa central.

• Materiais e equipamento para moni-torização de pressão arterial invasiva: um para cada cinco leitos, com reserva operacional de um para cada 10 leitos.

• Materiais para punção pericárdica.

• Monitor de débito cardíaco.

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• Eletrocardiógrafo portátil: um equipa-mento para cada dez leitos.

• Kit (“carrinho”) contendo medicamen-tos e materiais para atendimento às emergências: um para cada cinco lei-tos ou fração.

• Equipamento desfibrilador e cardio-versor com bateria: um para cada cin-co leitos.

• Marcapasso cardíaco temporário, ele-trodos e gerador: um equipamento para cada 10 leitos.

• Equipamento para aferição de glicemia capilar, específico para uso hospitalar: um para cada cinco leitos.

• Materiais para curativos.

• Materiais para cateterismo vesical de demora em sistema fechado.

• Dispositivo para elevar, transpor e pe-sar o paciente.

• Poltrona com revestimento imperme-ável, destinada à assistência aos pa-cientes: uma para cada cinco leitos ou fração.

• Maca para transporte, com grades la-terais, suporte para soluções parente-rais e suporte para cilindro de oxigê-nio: uma para cada 10 leitos ou fração.

• Equipamentos para monitorização contínua de múltiplos parâmetros (oxi-metria de pulso, pressão arterial não invasiva, cardioscopia, frequência res-piratória) específicos para transporte, com bateria: um para cada 10 leitos ou fração.

• Ventilador mecânico específico para transporte, com bateria: um para cada 10 leitos ou fração.

• Kit (“maleta”) para acompanhar o transporte de pacientes graves, con-tendo medicamentos e materiais para atendimento às emergências: um para cada 10 leitos ou fração.

• Cilindro transportável de oxigênio.

• Relógios e calendários posicionados de forma a permitir visualização em todos os leitos.

• Refrigerador, com temperatura interna de 2 °C a 8 °C, de uso exclusivo para guarda de medicamentos, com moni-torização e registro de temperatura.

• Anexo II - Equipamentos dispostos na UTI pediátrica

• De acordo com a RDC nº 7/10 (BRA-SIL, 2010a), cada UTI pediátrica deve dispor, no mínimo, de:

• Berço aquecido de terapia intensiva: um para cada cinco leitos.

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• Estadiômetro.

• Balança eletrônica portátil.

• Oftalmoscópio e otoscópio.

• Materiais para punção lombar.

• Materiais para drenagem liquórica em sistema fechado.

• Negatoscópio.

• Capacetes ou tendas para oxigenote-rapia.

• Máscara facial que permita diferentes concentrações de oxigênio: uma para cada dois leitos.

• Materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e fechado.

• Aspirador a vácuo portátil.

• Equipamento para mensurar pressão de balonete de tubo/cânula endotra-queal (“cuffômetro”).

• Capnógrafo: um para cada 10 leitos.

• Ventilador pulmonar mecânico micro-processado: um para cada dois leitos, com reserva operacional de um para cada cinco leitos, devendo dispor cada equipamento de, no mínimo, dois cir-cuitos completos.

• Equipamento para ventilação pulmo-nar não invasiva: um para cada 10 leitos, quando o ventilador pulmonar microprocessado não possuir recursos

para realizar a modalidade de ventila-ção não invasiva.

• Materiais de interface facial para ven-tilação pulmonar não invasiva: um conjunto para cada cinco leitos.

• Materiais para drenagem torácica em sistema fechado.

• Materiais para traqueostomia.

• Foco cirúrgico portátil.

• Materiais para acesso venoso profun-do, incluindo cateterização venosa central de inserção periférica (PICC).

• Material para flebotomia.

• Materiais para monitorização de pres-são venosa central.

• Materiais e equipamento para moni-torização de pressão arterial invasiva: um para cada cinco leitos, com reserva operacional de um para cada 10 leitos.

• Materiais para punção pericárdica.

• Eletrocardiógrafo portátil.

• Kit (“carrinho”) contendo medicamen-tos e materiais para atendimento às emergências: um para cada cinco lei-tos ou fração.

• Equipamento desfibrilador e cardiover-sor com bateria: um para a unidade.

• Marcapasso cardíaco temporário, ele-trodos e gerador: um para a unidade.

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• Equipamento para aferição de glicemia capilar, específico para uso hospitalar.

• Materiais para curativos.

• Materiais para cateterismo vesical de demora em sistema fechado.

• Maca para transporte, com grades laterais, com suporte para equipamento de infusão

controlada de fluidos e suporte para cilindro de oxigênio: uma para cada 10 leitos ou

fração.

• Equipamentos para monitorização contínua de múltiplos parâmetros (oximetria de

pulso, pressão arterial não invasiva, cardioscopia, frequência respiratória) específico

para transporte, com bateria: um para cada 10 leitos ou fração.

• Ventilador pulmonar específico para transporte, com bateria: um para cada 10 leitos

ou fração.

• Kit (“maleta”) para acompanhar o transporte de pacientes graves, contendo medi-

camentos e materiais para atendimento às emergências: um para cada 10 leitos ou

fração.

• Cilindro transportável de oxigênio.

• Relógio e calendário de parede.

• Refrigerador, com temperatura interna de 2 °C a 8 °C, de uso exclusivo para guarda

de medicamentos, com monitorização e registro de temperatura.