Meditacoes Santo Affonso Maria de Ligorio Tomo III

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AFFONSO M. DE LIGORIO M E D I TA E S TOMO III

" f MEDITAOE

.WC ,\ PARA TODOS OS DIAS E FESTAJ^DO ANNO \ TIRADAS DAS OBRAS AS^TICAS DI

AFFONSO JvkIk DE LICBISPO E DOUTOR IfsANTA IGREJA PELO P. THIAGO MARIA CRISTINI DA CONGREGAO DO SS. REDEMPTOR

VERSO PORTUGUEZA do P.JOO DE JONG DA MESMA CONORBOAO

TOMO TERCEIRO DESDE A DUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES AT AO FIM DO ANNO ECCLESIASTICO

FRIBURGO EM BRISGAU (ALLEMANHA) 1922 HERDER & Cia LIVREIROS-EDITORES PONTIFCIOS BERLIM, CARLSRUHE, COLNIA, MUNICH.VIENNA, LONDRES, S. LUIZ MO. f .li .'

\Imprimatur. J?riburgi Srisgoviae, die 16 Ian. 1922. + Carolus, Archiepps.

faz perder o apego aos bens do mundo . . . . . . . . . o Quarta-feira. Os bens do cu so ineffaveis. . . . . 12 . Quinta-feira. A santssima Eucharistia uma fornalha de amor . 14 Sexta-feira. Grandes penas de Jesus sobre a cruz . . . . 17 .' Sabbado. Grandezas ineffaveis de Maria Santssima , . . 19 Decima terceira semana depois de Pentecostes: Domingo. O bom Samaritano e o divino Redemptor . . . 22 Segunda-feira. Necessidade da mansido e da humildade para o religioso . . . . . . . . . . 24 Tera-feira. Angustias da alma descuidada na hora da morte . 27 Quarta-feira. Bemaventurado daquelle que se conserva fiel a Deus na adversidade! . . . . 30 Quinta-feira. Jesus no Santssimo Sacramento no deseja seno dispensar graas . . . . . . . . 33 Sexta-feira. A priso de Jesus e as ms occasies . . . 35 Sabbado. Da devoo divina Me.....38 Decima quarta semana depois de Pentecostes: Domingo. Os dez leprosos e o peccado de ingratido 40 .; Segunda-feira. A nossa perfeio consiste na conformidade com a vontade divina . . . . . . . . . 43 Tera-feira. Do grande mal que o desaffecto de Deus . . 45 Quarta-feira. A resrreio dos corpos no dia do Juizo .. 4 8 S. Affonso, MeditaSes. III. . a**

Esto reservados todos os direitos. Typographia de Herder e Cia., Friburgo em Brisgan (Allemanha).

NDICE DO TOJVIO III. I. DOMINGOS, FESTAS E TEMPOS DO ANNO ECCLESIASTICO. Pag. Duodcima semana depois de Pentecostes: Domingo. O milagre do surdo-mudo e os espiritualmente mudos . 1 . Outra meditao para o mesmo dia: O surdo-mudo e as confisses sacrlegas . . . . . . . . 3 Segunda-feira. No se perdoa a todos igual numero de peccados . 6 Tera-feira. O pensamento da morte

VI

NDICE DO TOMO III.

Quinta-feira Qs adoradores de Jesus sacramentado . 5Sexta-feira, Corao afflicto de Jesus, consolado' pelo zelo das almas . . . . - 53 Sabbado. Maria Santssima alcana a perseverana para seus devotos . . .S1

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Decima quinta semana depois de Pentecostes: Domingo. Os dous senhores e as almas tbias . 5 Segunda-feira. Da mortificao interior . . 61 Tera-feira. A cada momento nos aproximamos da morte . , 63 Quarta-feira. Da eternidade do inferno . . . . . 66 Quinta-feira. Jesus no Santssimo Sacramento d audincia a todos e a qualquer hora . . . . 69 Sexta-feira. Jesus tratado como o ultimo dos homens . ' 7Sabbado. Martyrio de Maria Santssima ao p da Cruz . . 74 7 Decima sexta semana depois 6 de Pentecostes: Domingo. O 7 moo de Naim e a lembrana da 8 morte Segunda-feira. Do amor 8 que Deus nos mostrou . Tera1 feira; Deus misericordioso, mas 8 tambm justo Quarta-feira. 4 Felicidade eterna do cu . Quintafeira. Do sagrado Viatico . Sextafeira. Jesus, homem de dores . - -Sabbado. Maria Santssima, modelo de mortificao Decima stima semana depois de Pentecostes: Domingo. O homem hydropico e- o christo. ambicioso . . 95 Outra meditao para o mesmo dia: O homem e o vicio de impureza . . . . . .. . . 97 Segunda-feira. Do zelo da salvao das almas que devem ter os religiosos . . . . . . . . . . 100 Tera-feira. Devemos receiar que o primeiro novo. peccado seja talvez o ultimo . . . . . ' . 103 Quarta-feira. A casa da eternidade . . . * . 105 Quinta-feira. A santa Missa um meio efficaz para obtermos as graas de Deus . . . . . . . . 108 Sexta-feira. Vida desolada de Jesus Chrislo . .. 1 1 0 Sabbado. Maria Santssima a esperana de todos . . 113 Decima oitava semana depois de Pentecostes: Domingo. O compendio da lei o preceito da caridade 115 Segundafeira. Desprezo do mundo com o pensamento da morte , 117 NDICE DO TOMO 111. VII

Tera-feira. Vantagens das tentaes. .......................................................120 Quarta-feira. Morte continua no inferno . '. 123 ? Quinta-feira. Triumpha o amor . . . . , 126 ',. Sexta-feira. O grande livro que o Crucifixo . 129 Sabbado. Maria Santssima suaviza a morte dos seus devotos 131 I3 Decima nona semana depois de 6 Pentecostes: Domingo. A cura do paralytico 1 e a causa das tripulaes '34 Segunda3 feira. Do negocio da eterna salvao Tera9 feira. Da vida retirada . . . Quartafeira. A morte do justo a entrada na vida . , 3 Quinta-feira. Da communho espiritual Sexta-feira. Primeira palavra de Jesus Christo na cruz Sabbado. Maria Santssima, modelo da vida solitria e recolhida 149 Vigsima semana depois de Pentecostes: Domingo. A parbola do banquete nupcial e a Igreja catholica . 152 Segunda-feira. Do amor solido . .

154 Tera-feira. A vida presente uma viagem para a eternidade 157 -Quarta-feira. Entrada da alma no cu . 159 , Quinta-feira. Jesus no Santssimo Sacramento, modelo de vir- tude.......................................... 162 , J . Sexta-feira. As virtudes do Bom Ladro e a segunda palavra de Jesus na cruz . . . . . . 165 Sabbado. Terceira palavra de Jesus Christo na cruz . . 168 1 Vigsima primeira semana depois de 7 Pentecostes: 0 1 'lai . Domingo. O filho do regulo e a utilidade 7 3 das doenas 1 sgfe Segunda-feira. Da solido do corao . . . m Tera-feira. Da misercordia de Deus . . . . Quarta-feira. A perda da salvao um mal sem remdio . .Quinta-feira. Jesus no Santssimo Sacramento, nosso bom Pastor j|-. Sextafeira. Quarta palavra de Jesus Christo na cruz . ~h% Sabbado, Grandeza da misericrdia de Maria Santssima i Vigsima segunda semana depois de Pentecostes: j;5v Domingo. O servo deshumano e o perdo das injurias Segunda-feira. O peccador deshonra a Deus . . . . 191 Tera-feira. Fins da orao mental . . . . . . 194 Quarta-feira. O grande segredo da morte .

. 196 Quinta-feira. Felicidade dos religiosos em morarem junto com Jesus no Santssimo Sacramento . . 199 I Sexta-feira. Quinta palavra de Jesus Christo na cruz . .1 ao2

Paff.

Sabbado. Necessidade que temos da intercesso de Maria Santssima para nossa salvao ." . . . 204 Vigsima terceira semana depois de Pentecostes; Domingo, O tributo de Cesar e a obrigao de amar a Deus . 207 Segundafeira. Remorso do condemnado por causa do bem que perdeu 209 Tera-feira. Em que consiste a felicidade dos bemaventurados no cu . . . . , . . . 212 Quarta-feira. Para a salvao necessrio o sacrifcio da vontade prpria . . . . . . . . . . 215 Quinta-feira, O que tenha de fazer a alma na presena de Jesus no Santssimo Sacramento . . 217 Sexta-feira. Sexta palavra de Jesus Christo na cruz . 220 Sabbado. Maria Santssima, modelo de orao . . . . 223 Vigsima quarta semana

Sexta-feira. 1 Domingo. A Suspiros de amor parbola do joio e a ao p do Crucifixo Igreja catholica . . . . 280 256 I Sabbado. Pratica Segunda-feira. depois de da devoo a A noticia da Pentecostes: Maria Santssima morte . . Domingo. A filha . . . . . de Jairo, a 259 282 hemorrhoissa, e a Quarta Tera-feira. Das alma peccadora . semana que seceuras 225 Segunda-feira. espirituaes . sobrou Das penas do . . . . depois da inferno . . . . . 285 Epiphania: . . 228 Quarta-feira. Tera-feira. Domingo. A Desespero dos Necessidade da rprobos no barca na orao . . . inferno . . . tempestade e . . 230 . 287 o grande Quarta-feira. Quinta-feira. A meio para Obrigao que Santssima temos de soe no* Eucharistia, correr as nossa fora naufragar................................... almas do purcontra os 261 gatrio ...................................... .nosSegunda-feira. 233 sos Loucura dos Quinta-feira. Amor inimigos . de Jesus na . . . peccadores....................................... instituio do . . , 4 Santssimo . . . 290 Pag. Sacramento, Sexta-feira. Das ignominias antes de ir Tera-feira. que Jesus morrer . . preciso Christo soffreu . . . . estarmos na sua 235 sempre Paixo..................... Sexta-feira. Stima promptes palavra de Jesus para morrer . . . Christo na cruz . 267 ............................... . 238 Quarta-feira. 293 O que faz o Sabbado. Devoo Sabbado. Maria reprovo no a So Joaquim e Santssima livra inferno . . Santa Anna, paes os seus devotos . . 269 de Maria do inferno 295 Quinta-feira. Santssima . . Jesus, no . . . . . . Sexta semana Santssimo . 240 que sobrou Sacramento, Terceira semana depois da espera-nos que sobrou Epiphania: com depois da extrema Domingo. O Epiphania: misericr gro de dia . Domingo. Virtudes mostarda e a . . . praticadas pelo Igreja catholica . . . leproso e pelo . . . 298 272 centurio Segunda-feira. Sexta-feira. 243 Da perfeita Fructos Segunda-feira. resignao com que Misericrdia de a vontade produz a Deus em acolher medita divina . o de Jesus os peccadores 3Tera-feira. A cruciarrependidos . salvao o ficado . . . . nosso nico . . . 245 negocio . . . . Tera-feira. A . . 303 . . . gloria e o poder no Quarta-feira. 274 leito da morte , . Para nos Sabbado. Da 248 prepararmos confiana no Quarta-feira. S para a morte patrocnio de em Deus se acha a Maria verdadeira no devemos Santssima. felicidade . esperar . 277 251 pelo ultimo Quinta-feira. momento . ':,' Quinta Excellencia da . . . semana que santssima . . . 306 sobrou depois da Eucharistia . Quinta-feira. 53 Jesus no Epiphania:20 2

Santssimo ' SegundaSacramento feira. Em que , nosso cousas nos Consolador . devemos 308 conformar com Sexta-feira. a vonAmor tade divina excessivo . . . . . de Jesus . . . . Christo para 319 com os . hoTera-feira. mens . Na morte . . . tudo acaba , . . . . . . . . . . . 322 311 Quarta-feira. , Sabbado. A pena da Maria Santssima perda de soecorre os seus Deus o que devotos no faz o inferno . purga 324 trio.......................................... Quinta-feira. 314 Da assistncia Vigsima quinta santa Missa e ultima semana . . . . . 326 depois de Sexta-feira. A Pentecostes: Paixo de '.. Domingo. Jesus Christo, O fim do mundo' nossa eo consolao . procedimento . 329 dos bons cathoSabbado. Maria licos em Santssima conduz tempo de perseguio os seus servos ao . . . paraso .3 , . 316

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INDICE DO TOMO III.

Pag. II. DIVERSAS FESTAS DE NOSSO SENHOR, DE MARIA SANTSSIMA, DOS SANTOS APSTOLOS E DE OUTROS SANTOS. 25 de Julho. Festa de So Thiago Maior, Apostolo . . 335 26 de Julho. Festa de Santa Anna, Me de Maria Santssima . 337 xxxi de Julho. Festa de Santo Ignacio de Loyola . . 340 11 de Agosto. Festa de Santo Affonso Maria de Ligorio . 343 vil de Agosto. Festa de So Caetano. . 345 XV de Agosto. Festa da Assumpo de Maria Santssima . . 347 xvi de Agosto. Festa de So Joaquim, pae de Maria Santssima 350 xxiv de Agosto. Festa de So Bartholomeu, Apostolo . . 352 viu de Setembro. Festa da Natividade de Maria Santssima . 355 XIIde Setembro. Festa do Santssimo Nome de Maria . . 357 Xiv de Setembro. Festa da Exaltao da Cruz de Nosso Senhor Jesus Christo .............................. 360 xv de Setembro. Festa das Dores de Maria Santssima . 363 xxi de Setembro. Festa.de So Mattheus, Apostolo . . 365 xxix de Setembro. Festa do Archanjo So Miguel . 368 11 de Outubro. Festa dos santos Anjos da Guarda . . . 370 IV de Outubro. Festa de So Francisco de Assis . . . 372 Vil de Outubro. Solemnidade do Santssimo Rosario . . 374 xv de Outubro. Festa de Santa Theresa de Jesus . . 377 xxviii de Outubro. Festa dos Apstolos So Simo e So Thadeus . . . . . . . . . . 380 I de Novembro. Festa de todos os Santos . . . . 382 Outra meditao para a tarde do mesmo dia: Suspiros pela ptria celestial........................... 385 II de Novembro. Commemorao de todos os Fieis Defuntos 387 XIII de Novembro. Festa de Santo Estanislau Kostka . . 390 xxi de Novembro. Festa da Apresentao de Maria Santssima . 393 xxx de Novembro. Festa do santo Apostolo Andr . . 395/

CADA MEZ f^^^K'". SOBRE O MYSTERIO DA ENCARNAO DO VERBO. ^jPp^y de Agosto. Sublimidade do myaterio da Encarnao . . 410 t|Mragf^|^y de. Setembro. O Menino Jesus, sobre as palhas, ensina-nos $$$03^,?. mortificao...............................413 !\.^F*HXV de Outubro. Solido de Jesus na Gruta de Belm . . 416 SSfcxv'de Novembro. Das occupaes do Menino Jesus, na Gruta ,|"Belem...................................418 " ^ffjp l4 DEVOO A SANTO AFFONSO. MEDITAES, NAS " - !*' QUAES O SANTO DOUTOR PROPOSTO COMO \ \ -j|pf" MODELO DAS DOZE VIRTUDES FUNDAMENTAES. 'M-'%^1Aez de Agosto. Santo Affonso, modelo de mansido e de humil^fllr ^dade421 : )$k'^^z ^ Setembro. Santo Affonso, modelo d mortificao . . 424 ^f|fpMez de Outubro. Santo Affonso, modelo da vida interior e re.'lj|ffira.'''' colhida 427 ^l^^^p^iMez de Novembro. Santo Affonso, modelo de orao . . 430 * jEl IV. MEDITAES DE RESERVA, , de que cada um poder servir-se em substituio s meditaes ' ' f t j j ' "' 1 ' convenham menos ao seu estado ou disposio. ; ^Primeira Meditao. Magoas tardias da alma negligente na hora ,"T|B de morte . . . . . . . . . 432 /!fi> Segunda Meditao, Quem ama a Deus, no deve temer a morte 435 'sf'-Terceira Meditao. O justo morre numa paz dulcssima , .. 438 . -V-? *f Quarta Meditao. Meios para se preparar para a morte . , 441 |; f Quinta Meditao. Protestao para a boa morte . . , 443 %&if: Sexta Meditao. Meios para conservar a graa de Deus . . 446 1 Stima Meditao. Das enfermidades . . . . . . 449a e ue ta vez ;

APPENDICE. I. MEDITAES PARA AS PRIMEIRAS SEXTAS-FEIRAS DO MEZ. Mez de Agosto. O Corao de Jesus, modelo de mansido . 398 Mez de Setembro. O Corao de Jesus, amigo das almas castas 400 Mez de Outubro. O Corao de * Jesus, centro dos coraes . "^^f NDICE DO TOMO III. XI 403 ff i f$ Slif Novembro. O Corao de Jesus, modelo de conformidade '^MKP com a vontade de Deus ............................................................. 45 'l ''tSalr ' ^ J > modelo de fidelidade , 407 '^^P II. MEDITAES PARA O DIA XXV DEde dC De!embro Cora de esus

f. DOMINGOS, FESTAS E TEMPOS DO* ANNO ECCLESIASTICO. (Desde a 12? Semana depois de Pentecostes at ao fim do anno ecclesiastico.) UNDCIMO DOMINGO PENTECOSTES. 6 milagre do espiritualmente DEPOIS e DE os

surdo-mudo

mudos. * -Adducunt ei surdum et mutum, et deprecabantur eum, ut im-ppnat, illi uianura Trazem-lhe um surdomudo, e lhe rogaram amar, mas para isso deveis 27, 19). me ajudar. Vs tambm i Summario. Oh I quo de-\ ;yis auxiliar-me com a bem aprecia as cousas e vossa intercesso, minha dirige as suas aces, o Me que as aprecia e dirige tendo em vista a morte! v|Sdaria. Guardae-me debaixo Lembra-te, portanto, de vosso manto, e fazei que muitas vezes, meu irmo, fchame por vs em todas as de que todas as fortunas tentaes. O vosso nome deste mundo acabam com ..ser a minha defeza. (*II 82.) um ultimo suspiro, com um cortejo fnebre. Em breve ters de ceder a outrem as ... TERA-FEIRA. tuas dignidades e riquezas. O tumulo ser a morada

DUODCIMA TSRA-FEISA. SEMANA Q SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES.8 DUODCIMA DEPOIS DE PENTECOSTES. 1 Phil. 4, 13. Prov. i, 24 et 26. Prov. 26, 11.

TERA-FEIRA. I IO DUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES. do teu corpo at ao dia d tornar p e ser sepultado jizo, e tua alma estar ou para servir de pasto aos no cu, ou no inferno, para vermes. Foi effectiva-mente alli ficar eternamente. vista da morte, que os santos Ento nada achars seno o bem ou o mal que desprezaram todos os bens fizeste; tudo o mais ter da vida presente. acabado. Que louco no seria o I. certa a morte. cusl viajante que s pensasse em sabem-no os christos, fazer figura no paiz que accreditam-no, veem-no; atravessa, e no se como , pois, que ha tantos importasse que assim se que vivem no esquecimento reduz a viver depois vida da morte, como se nunca miservel no paiz onde tem tivessem de morrer? Se de ficar a vida toda? E no depois desta vida no ser igualmente insensato o houvesse nem inferno nem que s procura ser feliz neste cu, poderiam pensar menos mundo, onde se fica apenas na morte do que actualmente uns poucos dias, e se arrisca pensam? E porque que a ser desgraado no outro, vivem to mal como esto onde dever viver vivendo? eternamente?Quem possue Meu irmo, se queres viver alguma cousa apenas por bem, procura viver o resto de emprstimo, pouca afieio teus dias sem perder a morte l^e tem, pensando que em de vista. 0 mors, bo-num est 1 breve a tem de restituir. Os iudicium tuum * morte, quo \bens da terra nos so dados boa a tua sentena h Quo bem todos de emprstimo; seria, aprecia as cousas e dirige as 'pois, loucura ligar-se-lhes suas aces, o que as aprecia affeio, j que em breve e dirige tendo em vista a os ;:hvernos ^e abandonar. A morte I A lembrana da morte nos privar de tudo. morte faz perder o amor s II. Meu irmo, todas as cousas deste mundo, diz So posses, todas as fortunas Loureno Justiniani: deste Imundo terminaro com Consideretur vitae terminus, et non um ultimo suspiro, um erit in hoc mundo quod ametur. prstito fnebre, um baixar Com effeito; todos os bens do cova. Em breve ters de mundo se reduzem, na ceder a outrem a casa que palavra de So Joo2, aos construste; o tumulo ser a prazeres dos sentidos, s morada de teu corpo at ao riquezas e as honras. Ora, dia do juizo, e depois ir ou ao tudo isto bem desprezvel cu ou ao inferno, para onde aos olhos do que reflecte em a alma j o ter precedido. E que dentro em breve se

IO I DUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES.TERADUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES. ento nada acharemos seno mais que minha vida. Dou-me o pouco que tivermos feito todo inteiro a Vs; meu por amor de Deus; tudo o Jesus, desde j Vos abrao, mais estar acabado. Vos aperto ao corao, e Vos Porque, pois, esperar, meu entrego toda a minha alma: In Senhor? Esperarei at que manus tuas commendo spiritum venha a morte e me encontre meum1. Para vol-a dar, no to miservel e enlameado de quero esperar at o momento peccados, como estou em que o Proficiscere lhe actualmente? Se tivesse de intimar a ordem de partir morrer agora, morreria bem deste mundo. No quero inquieto e mal satisfeito com esperar at ento para Vos a vida que levei. No, meu rogar que me salveis. Jesus, no quero morrer to Iesus, sis mihi Jesus Jesus, descontente. Agradeo-Vos sede meu Salvador*. Salvae-me por me haverdes dado o agora, perdoando-me e tempo de chorar os-meus concedendo-me a graa de peccados e de Vos amar. vosso santo amor. Quem sabe Quero comear, a partir de se a considerao que estou agora. Peza-me sobre todos lendo agora, no ser o os males de Vos ter offendido, ultimo appello, a ultima bondade suprema, e amomisericrdia que me fazeis? Vos mais que todas as cousas, Extendei-me a vossa mo,

TERA-FEIRA. II DUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES. 1 Ecclus. 41, 3. 1 lo. 2, 16.A

1 Ps. 30, 6.

j&>. QUARTA-FEIRA. SEMANA DEPOISj 5 j&>. j 512 DUODCIMA QUARTA-FEIRA. felicidade eterna. meu amor, e fazei-me sahir I. Faamos hoje algumas do lodaal da tibieza. Daeconsideraes a respeito do me fervor, fazei que Vos obedea com grande amor paraso. Mas que diremos ns, em tudo que pedis de mim. se os santos mais illumi-nados O Pae Eterno, pelo amor no nos souberam dar uma de Jesus Christo, dae-me a idea das delicias que Deus ,santa perseverana e a reserva aos seus servos fieis? graa de Vos amar, mas de David no soube dizer outra Vos amar muito durante o cousa seno que o cu um resto de meus dias. bem infinitamente desejvel: Maria, Me de misericrdia, Quam dilecta tabernacula tua. pelo amor que tendes a Domine vir-tutum !1 Quo vosso Filho Jesus, obtendeamveis so os teus tabernculos, me estas duas graas: a Senhor das virtudes!Mas vs perseverana e o amor. ao menos, So Paulo, vs que, num rapto sublime, QUARTApodestes contemplar o cu, FEIRA. Os dizei-nos alguma cousa do bens do que vistes. No, responde o Apostolo, o que vi no se pode cu so exprimir. As delicias do ineffaveis. paraso, so mysterios taes que Et audivit arcana no licito referil-os; so to verba, quae non licet homini loquiOuviu grandes que preciso gozalpalavras mysteriosas, as para as comprehender. que no permittido ao homem referir* (2 j^iido que vos posso dizer Cor. 12, 4). que nunca nenhum homem ^ Summario. As delicias do terra viu, ouviu, nem paraso so de tal ordem, concebeu as bellezas, as que preciso gozal-as para harmo-$W> os gozos Que Deus delias fazer alguma idea. Basta considerarmos que preparou para os que o nelle reside um Deus amam1. %No somos agora omnipotente, que se capazes de comprehender os empenha em fazer felizes bens "'cu, porque no as almas que ama. Alli no conhecemos seno os bens ha nada que desagrade; e ha tudo quanto possa desta terra. B' os cavallos agradar. Felizes de ns, se fossem dotados de razo e tivermos a ventura de nelle soubessem que ||e dono lhes entrar; mas ao contrario, preparou um magnifico qual no seria a nossa banquete, imaginariam de affiico, se por desgraa nos vissemos a perder, ao certo que o banquete s seria pensarmos que por um composto de boa f||alha, aveia nada perdemos uma

12 DUODCIMA SEMANA DEPOIS QUARTA-FEIRA. DE PENTECOSTES. j&>. j5 e cevada, porque os cavallos em encher de delicias as no teem idea tmP'- outros almas daquelles a quem ama; alimentos. assim que ns e por isso, como ; diz So pensamos acerca ^bs bens Bernardo, alli no ha nada do cu. que desagrade, e ha tudo . QUARTA-FEIRA. 1 1 Cor. 2, 9. 1 Ps. 83, 2.

j 512 DUODCIMA SEMANA DEPOIS

QUINTA-FEIRA. 15 14 DUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES. paravelmente peior seria a tua sorte, se tivesses a desgraa de morrer em peccado e de te perder. Perante o tribunal de Deus, essa satisfaco da paixo pela qual o offendeste, mesmo a vida toda passada em delicias, se tal fosse possvel, havia de se te affigurar menos que um copo de agua. Ento tu tambm, elevando os olhos ao cu, exclamarias em desespero: Ob brevem voluptatem summam felicitatem amisi! Ai de mim, por uma satisfaco passageira perdi o cu, que o conjuncto de todos os bens, e perdi-o para sempre! Lembra-te que uma das penas que mais atormentam os rprobos no inferno, exactamente o terem perdido o cu pela prpria culpa e por um bem insignificante. Meu amabilissimo Jesus, vejo que eu tambm deveria soffrer esta pena, porque tantas vezes Vos offendi pelos meus peccados. Seja, porm, sempre louvada e bemdita a vossa misericrdia que me supportou, e em vez de me castigar, multiplicastes as graas, as luzes e os convites. Vejo que me quereis salvo, que me quereis junto a Vs, para Vos amar eternamente; mas antes disso quereis que Vos ame nesta terra. Amo-Vos de todo o corao, com todas as minhas foras, com toda a minha alma; e pro-metto, para sempre disso me lembrar, fazer continuamente actos de amor para comvosco e assim desaggravar-Vos de alguma maneira de todas as offensas que Vos fiz. Vs, porm, que conheceis a minha fraqueza, fortalecei-me com a vossa graa e dae-me a santa perseverana. Fazei-o pelo amor da vossa e minha querida Me, Maria Santssima. (*II 131.) QUINTA-FEIRA. A santssima Eucharistia uma fornalha de amor. Introduxit me rex in cellam vinariam, ordinavit in me caritatem O rei me introduziu na sua adega, ordenou em mim a caridade (Cant. 2, 4). ^ummario. com razo que os santos sempre consideraram os santos lires como outros tantos thronos de amor, onde Jesus Christo inflamma abrasa m santo amor as suas almas predilectas. Como ser ento pos-[el que a alma, que se prepara com as devidas disposies para receber | tro de si esta fornalha de amor, no fique toda abrasada e ardente? 'jp jenhamos a insensatez de nos afastarmos do fogo, porque nos sen-jbs com frio ; ao contrario, quanto mais frio sentirmos, com tanto mais ilqencia nos devemos chegar ao Santssimo Sacramento, se ao menos siamos amar a Deus.

14 15 DUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES.QUINTADUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES. J h M , -Ainda que a santssima 't.prduzida pelo santo amor. Eucharistia seja a fonte de O Padre Francisco Olympio f jks as virtudes, tem todavia dizia que nenhuma cousa efficacia particular para ,nps capaz de nos inflammar no abrasar no amor de Deus, tiamor divino como o santa que o pice da santi-jde e communho. 1 Luc. 12. 49. da perfeio. So Vicente Nem pode ser de outra Ferrer diz que a alma 'fa mais forma; pois que o Verbo fructo de ma s Eterno, que o prprio atnor, communho, que de uma assegura que, vindo terra, semana E jejum a po e agua. no teve outro intuito seno o E Santa Maria Magdalena de de accender o fogo do amor: azzi accrescenta que uma s Ignem veni mittere in terram1. communho bem feita .Como ser, pfe, possvel que basta .ipara fazer um santo. a alma que se prepara com as E&:0 rei me introduziu em sua devidas disposies para adega, ordenou em mim ^caridade. receber dentro de si este fogo Segundo So Gregorio de de amor, no fique toda Nyssa, a com-pinho aquella abrasada e consumida? Eis adega mysteriosa onde a porque os santos sempre alma de tal |$jodo se consideraram os altares embriaga do amor divino, que sagrados como outros tantos esquece a terra 3g todas as thronos de amor, onde Jesus cousas creadas; esta Christo abrasa e inflamma as propriamente a languidez suas almas dilectas.

SEXTA-FEIRA. 17 16 DUODCIMA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES.

6R Santa Catharina de Sena viu certo dia na mo do sacerdote a Hstia consagrada semelhante a uma fornalha de amor, e admirava-se a Santa de que os coraes de todos os homens no ardessem todos e se consumissem em to grande incendi. Santa Rosa de Lima dizia que, quando commungava, parecia-lhe que recebia o sol, de modo que o seu rosto ficava to. radiante, que chegava a offuscar a vida, e sahialhe da bocca tal calor, que a pessoa que lhe dava de beber depois da communho, sentia a mo quente como se a tivesse junto, de um forno.Finalmente o santo rei Wenceslau, quando ia visitar o Santssimo Sacramento, sentia-se mesmo exteriormente inflammado em tamanho ardor, que o criado que o acompanhava punha os ps nas pisadas do Santo para no sentir mais frio. II.- Grande o engano daquelles que deixam de com-mungar frequentemente, porque se sentem frios no amor divino. Diz Gerson que elles so como um homem que se no quer aproximar do fogo porque no tem bastante calor. Dizia igualmente So Francisco de Sales: Ha 25 annos que sou director de almas; e a experincia me ensinou a efficacia indizvel da santssima Eucharistia para proteger, fortalecer, consolar, e, numa palavra, divinizar as almas, quando commungam com f, pureza e devoo. Quanto mais frio sentirmos, mais nos devemos aproximar do Santssimo Sacramento, se o menos desejamos amar a Deus. Se vos perguntarem porque que com-mungaes tantas vezes, respondei com o mesmo So Francisco de Sales: Ha duas classes de pessoas que devem commungar frequentemente: os perfeitos e os imperfeitos, os primeiros para se manterem na perfeio, os segundos para chegarem perfeio. meu Jesus, Vs que amaes tanto as almas, j no tendes mais provas a dar-nos de vosso amor. Fazei, Boninfinita, que de hoje em diante Vos ame com todas ffpras e com toda a ternura do meu corao. A quem : meu corao deveria amar com mais ternura, do a Vs, meu Redemptor, que, depois de haverdes Hp a vida

por mim, Vos daes a Va mesmo neste ijjCramento? Ah! meu Senhor, pudesse lembrarme sempre Wf vosso amor, afim de esquecer todas as creaturas e j!, somente Vs, sem interrupo e sem reserva. ^J|mo-Vos, meu Senhor; f Jesus, meu Deus, amo-Vos todas as cousas, e s a Vs quero amar. Peo-Vos ,,temor, mas de Eu sou _ protector e a tua paga segurana; no de tristeza e infinitamente grande*. Feliz, Jlllp, aborrecimento, filhas de daquelle que fiel a Deus no alegria e gozo eterno. soffrimento das adversidades ! Com a esperana de to ml. Diz o Ecclesiastico: grande gozo animemo-nos a Acceita de boa mente tudo OT^i? Combater at morte, e no te succeder, e tem constncia- na tua nos deixemos vencer pelos | dor, e ao tempo '':%m humilhao

28 DCIMA DCIMA TERCEIRA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES.TERATERCEIRA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES. tem pacincia; porque no fogo se homens, que Deus quer receber, na prova o ^jjffjjrg e a prata, e os

QUARTA-FEIRA. 31 37 DECIMA TERCEIRA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES. 1 1 C o r . 1 5 , 5 2 . 3 Cant . 2, 12. ! Gen. 15, I.

32 33 DECIMA TERCEIRA SEMANA DEPOIS DE PENTECOSTES. fornalha da humilhao.1 prpria satisfaco; sendo Portanto,'-se quizermos sofirer assim todo differente de Vs, com pacincia, mister que ao que por meu amor levastes amor. de: Deus unamos a vida attribulada e falta de todo humildade. O que qommetteu allivio. Dae-me o vosso auxilio, um peccad mortal, lance um porque de hoje em diante quero olhar sobre o inferno buscar to comente o vosso merecido,, e assim soffrer agrado e a vossa gloria. Quero com pacincia qualquer amar-Vos desinteressadamente; desprezo e qualquer dr. mas sou fraco; Vs me dareis a Nas humilhaes que se fora para assim fazer. Eis-me manifesta a santidade. Um tal aqui; sou vosso, disponde de tido por santo, mas ao mim conforme a vossa vontade; receber alguma injuria fica fazei com que Vos ame, e nada todo perturbado e queixa-se a mais Vos peo. Maria, todos. Que prova isso? Prova, minha Me, pela vossa que no ouro, mas chumbo. intercesso obtende-me a Maldito amor prprio que fidelidade a Deus. quer intrometter-se em 'todas QUINTA-FEIRA. as nossas aces I Mesmo nos Jesus no Santssimo exerccios espirituas, na oraSacramento o, nas penitencias e em no deseja todas as obras de devoo elle seno acha interesses seus. No dispensar raro as almas espirituaes cagraas. hirem neste defeito. Mulierem Mecum sunt divitiae ... ut fortem quis inveniet? Qual a ditem diligentes me, et thesauros eorum repleam alma forte que livre de toda Commigo esto as paixo e inteiramente riquezas, para enriquecer os desinteressada continue a que me amam e amar Jesus Christo entre os encher os seus thesourpsi desprezos e soffrimentos, entre (Prov. 8, 18 et 21). as desolaes interiores e as Summario. Porque Jesus contrariedades da vida? Christo a bondade infinita, tem desejo ex-BWj-emo de Salomo diz que taes almas nos communicar seus bens, so verdadeiras pedras e est sempre prompto a preciosas; veem trazidas da fazer-nos Ripem. Ensina extremidade da terra e por isso comtudo a- experincia que so rarissimasj Procul et de ulno Santssimo Sacramento timis finibus pretium eius2. da it-Eucharistia Jesus dispensa as graas mais Meu Jesus crucificado, eu fcil e abundantemente. sou um daquelles que ainda Felizes, ^.Iportanto, de em suas devoes buscam n