Mediunidade Com Jesus - UEM

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Seminrio Mediunidade com Jesus13/9/2009 Unio Esprita Mineira

Porque, para que, quando , onde e como estudar

Unio Esprita Mineira Departamento de Orientao Medinica MEDIUNIDADE COM JESUS

SUMRIO1. INTRODUO ..................................................................................................... 3

2. A NECESSIDADE DO ESTUDO NAS DIVERSAS ATIVIDADES ESPRITAS. (POR QUE ESTUDAR ) ............................................................................................... 4 3. FINALIDADE E IMPORTNCIA DO ESTUDO PARA O EXERCCIO DA MEDIUNIDADE. (PARA QUE ESTUDAR) ................................................................ 6 4. 5. 6. 7. CAPACITAO DO MDIUM (PARA QUE E QUANDO ESTUDAR) ........... 14 ONDE ESTUDAR A MEDIUNIDADE? ............................................................. 18 ESTUDO E PERSEVERANA (COMO ESTUDAR) ......................................... 20 CONCLUSO ..................................................................................................... 22

MENSAGEM FINAL ................................................................................................. 23

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Unio Esprita Mineira Departamento de Orientao Medinica

MEDIUNIDADE COM JESUSPorque, para que, quando , onde e como estudar E, chamando a si os seus doze discpulos, deu-lhes autoridade sobre os Espritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte de doenas e enfermidades.Mateus 10: 1

Andr Luiz, ao obter do instrutor Alexandre autorizao para acompanh-lo em suas tarefas medinicas, exclamou: (...) a questo medinica fascinante. Em resposta, o benfeitor espiritual disse: - De fato, para quem lhe examine os ascendentes morais. (Missionrios da Luz, cap. 1). Nesse sentido, nossos esforos em relao ao estudo e prtica da mediunidade devem sempre concorrer para os efeitos morais que eles possam trazer s nossas vidas.

1. INTRODUOA mediunidade est presente em todos os povos desde os primeiros vagidos do pensamento humano. Sob a gide de Jesus, mensageiros diversos trouxeram ao longo dos tempos os ensinamentos para que este dom fosse adequadamente exercido, o que pode ser observado nas proibies de Moiss quanto ao abuso da prtica medinica, nas instrues de Paulo de Tarso no cristianismo nascente e tantos outros que os precederam. O prprio Senhor, ao reunir seus primeiros colaboradores, deu-lhes as instrues necessrias ao uso da mediunidade, conforme podemos ver no captulo 10 do evangelho segundo So Mateus. Mais tarde, a Doutrina Esprita, como Cristianismo Redivivo, ampliou todas as instrues necessrias para a prtica segura e correta da mediunidade. Neste trabalho, pretendemos enfatizar a necessidade do estudo da mediunidade, nas obras da codificao kardequiana e em obras subsidirias, de modo a conscientizar aos espritas para o exerccio da mediunidade com Jesus sob a orientao de Kardec. Para esse trabalho que ora apresentamos, h de se supor que todos os que esto nos acompanhando j conhecem sobre a mediunidade e seus aspectos,

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assim como sobre as reunies medinicas, para que o foco do trabalho seja sobre o porqu, para que, quando , onde e como estudar a mediunidade.

2. A NECESSIDADE DO ESTUDO NAS DIVERSAS ATIVIDADES ESPRITAS. (POR QUE ESTUDAR )Ora, a respeito dos dons espirituais, no quero, irmos, que sejais ignorantes.Paulo - I Corntios 12:1

O estudo da Doutrina Esprita, em particular sobre a mediunidade, e a aplicao das lies de Jesus em nossa vida nos propiciam a educao de nossos sentimentos e de nossas ondas mentais, auxiliando-nos na prtica da mediunidade de forma segura, para que possamos manter os objetivos das reunies medinicas espritas dentro do preconizado pela obra kardequiana. Vejamos as recomendaes dos instrutores espirituais sobre a necessidade do estudo nas diversas atividades espritas. ESTUDO E ATIVIDADES DOUTRINRIAS Digerir primeiramente as obras fundamentais do Espiritismo, para entrar em seguida nos setores prticos, em particular no que diga respeito mediunidade. Teoria meditada, ao segura.(Conduta Esprita cap 41)

ESTUDO E SERVIO EFICIENTE Os benfeitores desencarnados e os Espritos familiares estudam sempre a fim de se tornarem mais teis na obra da educao e do consolo junto da Humanidade Terrestre. imprescindvel que os lidadores encarnados estudem tambm.(Desobsesso cap 66)

ESTUDO E EVANGELHO E, chegando a Nazar, onde fora criado, entrou num dia de sbado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler. (Lc 4:16) [...]Uma leitura edificante, que retempere ou enobrea a mente, pensamentos altrusticos e beneficentes em favor do prximo ou de si mesmo podero repercutir nos fluidos csmicos, encaminhando-se para os altos crculos do Bem, e da carrear para o corao que assim procede, como para aqueles que lhe ficam ao p, considerveis estmulos para o melhor, tal como o faria a prece propriamente dita.(Yvonne do Amaral Pereira/ Bezerra de Menezes - Dramas da obsesso, cap. 4. )

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[...] A compreenso do Evangelho e da exemplificao do Mestre renovaria as noes da dor e do sofrimento. O necessitado encontraria recursos no prprio esforo, o doente sentiria, na enfermidade mais longa, um ancoradouro das imperfeies; ningum seria mendigo, porque todos teriam luz crist para o auxlio mtuo, e por fim, os obstculos da vida seriam amados como corrigendas benditas do Pai amoroso a filhos inquietos.(Paulo e Estvo - cap 4 - segunda parte)

ESTUDO E REFLEXO [...] Temos notado sempre que os que crem, antes de haver visto, apenas porque leram e compreenderam, longe de se conservarem superficiais, so, ao contrrio, os que mais refletem.(Livro dos Mdiuns 1 parte - cap III)

ESTUDO E F [...] Falsssima idia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua fora lhe vem da prtica das manifestaes materiais [...]. Sua fora est na filosofia, no apelo que dirige razo e ao bom senso [...]. No reclama crena cega; quer que o homem saiba por que cr.(Livro dos Espritos - Concluso - VI)

[...] A f necessita de uma base, base que a inteligncia perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, no basta ver, preciso, sobretudo, compreender. A f cega j no deste sculo.(Evangelho Segundo o Espiritismo cap XIX)

ESTUDO E LIBERTAO Se vs permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discpulos, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertar.( Jesus - Joo 8:31 e 32)

ESTUDO E AMOR Espritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instru-vos, este o segundo.(Evangelho Segundo o Espiritismo cap VI)

ESTUDO E MEDIUNIDADE [...] As reunies de estudo so, alm disso, de imensa utilidade para os mdiuns de manifestaes inteligentes, para aqueles sobretudo, que seriamente desejam aperfeioar-se e que a elas no comparecem dominados pela tola presuno de infalibilidade.(Livro dos Mdiuns 2a parte cap XXIX)

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[...] Todos os dias a experincia nos traz a confirmao de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prtica do Espiritismo, se originam da ignorncia dos princpios desta cincia e feliz nos sentimos de haver podido comprovar que o nosso trabalho, feito com o objetivo de precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que leitura desta obra devem muitos o terem logrado evit-los.( Introduo de O Livro dos Mdiuns)

No cap.II Do maravilhoso e sobrenatural, item 14 pargrafo 7, parte 1 de O Livro dos Mdiuns, acrescenta o Codificador: [...] A explicao dos fatos que o Espiritismo admite, de suas causas e conseqncias morais, forma toda uma cincia e toda uma filosofia, que reclamam estudo srio, perseverante e aprofundado. Mais adiante, no cap. III Do mtodo extramos:[...] Ainda a o que h o resultado de incompleto estudo do Espiritismo e de falta de experincia. Aquele a quem os Espritos mistificam, geralmente mistificado por lhes perguntar o que eles no devem ou no podem dizer, ou porque no se acha bastante instrudo sobre o assunto, para distinguir da impostura a verdade. ( grifos nossos)

Conclui-se, portanto, que o estudo da mediunidade nos auxilia alcanar os reais objetivos da reunio medinica sria, que aquela que:[...] no comporta improvisaes por parte do dirigente e dos demais membros da equipe dos encarnados, por se tratar de atividade de atendimento e assistncia espiritual, previamente programada e organizada pelos Benfeitores Espirituais( Organizao e Funcionamento das Reunies Medinicas FEB)

3. FINALIDADE E IMPORTNCIA DO ESTUDO PARA O EXERCCIO DA MEDIUNIDADE. (PARA QUE ESTUDAR)A mediunidade coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente.(Allan Kardec - O Evangelho segundo o Espiritismo cap. XXVI item 10)

[...]O Mdium sincero necessita compreender que, antes de cogitar da doutrinao dos Espritos, ou de seus companheiros de luta na Terra, faz-se mister a iluminao de si prprio pelo conhecimento, pelo cumprimento dos deveres mais elevados e pelo esforo de si mesmo na assimilao perfeita dos princpios doutrinrios(Emmanuel - Questo 409; O Consolador )

[...] mediunidade elevada ou percepo edificante no constituem atividades mecnicas da personalidade e sim conquistas do Esprito, para cuja consecuo no se pode prescindir das iniciaes dolorosas, dos trabalhos necessrios, com a autoeducao sistemtica e perseverante.(Missionrios da Luz cap.3)

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3.1- Preparao feita no plano espiritual Na obra Os Mensageiros, somos alertados a respeito da preparao que os mdiuns recebem, no plano espiritual, para o exerccio da Mediunidade por ocasio da reencarnao e ainda a constatao da falncia nos propsitos quando estes abdicam dos compromissos assumidos:[...] Preparam-se aqui numerosos companheiros para a difuso de esperanas e consolos, instrues e avisos, nos diversos setores da evoluo. [...] Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnao. Mdiuns e doutrinadores saem daqui s centenas, anualmente. Tarefeiros do conforto espiritual encaminham-se para os crculos carnais, em quantidade considervel, habilitados pelo nosso Centro de Mensageiros.(Os Mensageiros, cap. 2, pg. 22).

[...] Longas fileiras de mdiuns e doutrinadores para o mundo carnal partem daqui, com as necessrias instrues, porque os benfeitores da Espiritualidade Superior, para intensificarem a redeno humana, precisam de renncia e de altrusmo. Quando os mensageiros se esquecem do esprito missionrio e da dedicao aos semelhantes, costumam transformar-se em instrumentos inteis. H mdiuns e mediunidade, doutrinadores e doutrina, como existem a enxada e os trabalhadores. Pode a enxada ser excelente, mas, se falta esprito de servio ao cultivador, o ganho da enxada ser inevitavelmente a ferrugem. [...]. So muito escassos os servidores que toleram dificuldades e reveses nas linhas de frente. Esmagadora percentagem permanece distncia do fogo forte. Trabalhadores sem conta recuam quando a tarefa abre oportunidades mais valiosas. [...](Os Mensageiros, cap. 3, pg. 16).

Segundo Martins Peralva, na obra Mediunidade e Evoluo cap.7[...] O aprimoramento moral contribui para que, na condio de mdiuns, de receptores da Espiritualidade, afinizemos com princpios elevados...

Ele ainda nos lembra que:"O estudo e a fixao do ensino esprita coloca-nos em condies de mais amplo discernimento da vida, dos homens e dos Espritos. A Doutrina Esprita possibilita a defesa do mdium. Resguarda-o contra processos obsessivos. Equilibra-o no dia-a-dia da existncia...

Emmanuel na obra Seara dos Mdiuns; cap. Mediunidade e Trabalho, nos alerta que:[...] Diante das obrigaes naturais que a Mediunidade impe em sua prtica, muitos companheiros trazem baila desculpas

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diversas que lhes justifiquem a fuga, embora vivo interesse na aquisio dos poderes psquicos. Afirmam que a tarefa exige muito trabalho; entretanto, ningum consegue cultivar vioso canteiro de couves sem dispensar-lhe assistncia contnua... [...] No admitas possa haver construo til sem estudo e atividade, ateno e suor ... [...] Deus d a semente, mas, para que a semente produza, no prescinde do esforo de nossas mos...

3.2 - Responsabilidades dos mdiuns nas comunicaes Ora, h diversidade de dons, mas o Esprito o mesmo. E h diversidade de ministrios, mas o Senhor o mesmo. E h diversidade de operaes, mas o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestao do Esprito dada a cada um, para o que for til.Paulo - I Corntios 12: 4 a 7

So grandes as responsabilidades dos mdiuns nas comunicaes espritas. O entendimento da forma como se d a comunicao poder nos auxiliar a compreender estas responsabilidades, pois h muitos obstculos para que elas se dem de forma clara, objetiva, limpa e segura. Segundo Joanna de ngelis:[...] O intercmbio medinico de forma consciente, conforme as seguras diretrizes da Doutrina Esprita, captulo dos mais belos da vida, preparando os homens para que possam manter com equilbrio e ampliar as incurses entre o plano fsico e o espiritual. Efeito do estudo cuidadoso do Espiritismo, o intercmbio medinico salutar, estmulo e convite ao aprimoramento interior de quem se candidata edificao de um futuro mundo melhor caracterizado por uma sociedade mais feliz.( Intercmbio medinico - Divaldo P. Franco pelo Esprito Joanna de ngelis)

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3.3 - O Processo das comunicaes

Hermnio Miranda, no livro Sobrevivncia e Comunicabilidade dos Espritos cap I. nos ensina que em qualquer mecanismo de comunicao sempre encontramos 4 elementos: 1 - a idia original, isto , aquilo que se quer comunicar (tornar comum) e que se origina no pensamento, no em formas de letras ou frases, mas a idia, o pensamento que ser vestido de um dos modos formais de expresso linguagem falada, escrita, escultura, gesto, etc 2 - a expresso formal deste pensamento atravs de smbolos conhecidos ou gestos que codificam a idia de forma a ser transmitida; 3 - a recepo da idia original devidamente codificada, pelo receptor e devidamente decodificada pelo seu pensamento para estabelecer o entendimento do que foi transmitido; 4 - a reao ou seja o retorno do entendimento pelo mesmo processo estabelecendo-se o dilogo a fim de verificar o entendimento da idia original. No caso da comunicao medinica, a idia original do Esprito comunicante; o codificador/transmissor ser o mdium; o recebedor a pessoa a quem se destina a comunicao.

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Diz ainda que [...] a comunicao medinica a resultante de um entendimento (mente a mente) entre o Esprito manifestante e o mdium, e deste para o destinatrio... e que [...] o ponto crtico est na converso do pensamento alheio em linguagem articulada. Sobre a linguagem dos Espritos extramos as seguintes instrues de O Livro dos Espritos::[...] Para os Espritos, principalmente para os Espritos superiores, a idia tudo, a forma nada vale. Livres da matria, a linguagem de que usam entre si rpida como o pensamento, porquanto so os prprios pensamentos que se comunicam sem intermedirio. Muito pouco vontade ho de eles se sentirem, quando obrigados, para se comunicarem conosco, a utilizarem-se das formas longas e embaraosas da linguagem humana e a lutarem com a insuficincia e a imperfeio dessa linguagem, para exprimirem todas as idias. (Introduo Item XIV)( grifos nossos)

3.4 - Influncia do mdium nas comunicaes Assim, toda rvore boa produz bons fruto; porm a rvore m produz frutos maus. Mateus, 7:17 Como pode ser observada no grfico da comunicao, a idia original, isto , o pensamento do Esprito comunicante, codificado pelo mdium para uma das expresses formais do pensamento. Da se conclui que sempre haver a influncia do mdium nas comunicaes. Vale a pena lembrar Martins Peralva que nos aponta o que escreveram os clssicos do Espiritismo, sob a inspirao do Mais Alto, particularmente Lon Denis, a respeito do mecanismo das comunicaes, no cap. X da obra Estudando a Mediunidade:[...] Para que um Esprito se comunique, mister se estabelea a sintonia da mente encarnada com a desencarnada. Essa realidade pacfica. necessrio que ambos passem a emitir vibraes equivalentes; que o teor das circunvolues seja idntico; que o pensamento e a vontade de ambos se graduem na mesma faixa. Esse o mecanismo das comunicaes espritas, mecanismo bsico que se desdobra, todavia, em nuances infinitas, de acordo com o tipo de mediunidade, estado psquico dos agentes ativo e passivo -, valores espirituais, etc... Sintonizado o comunicante com o medianeiro, o pensamento do primeiro se exterioriza atravs do campo fsico do segundo, em forma de mensagem grafada ou audvel. Quanto mais evoludo o ser, mais acelerado o estado vibratrio. Assim sendo, em face das constantes modificaes vibratrias, verificar-se- sempre, em todos os comunicados, o imperativo da reduo ou aumento das vibraes para que eles se dem com maior fidelidade... Por isso o mdium descuidado, ante o problema da prpria renovao interior, sempre um instrumento que dificulta o intercmbio ... (grifos nossos)

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No cap. VII da mesma obra ele ainda aponta que:[...] O conhecimento doutrinrio beneficia aqueles que em sesses medinicas, operam no intercmbio, assim como aqueles que, sem se aperceberem, transmitem na conversao inspiraes da Esfera Espiritual. Estudar sempre d segurana caminhada

ainda Martins Peralva que nos lembra na mesma obra no cap. 2 que:[...] Mediunismo sem Evangelho fenmeno sem amor, dizem os amigos espirituais [...], sem Doutrina Esprita fenmeno sem esclarecimento [...], com Espiritismo, mas sem Evangelho, realizao incompleta [...]. Com Evangelho e sem Espiritismo , tambm, realizao incompleta.[...] Com Evangelho e Espiritismo penhor de vitria espiritual, de valorizao dos talentos divinos

Allan Kardec tratou da influncia dos mdiuns nas comunicaes em dois captulos de O Livro dos Mdiuns: Cap. XIX Do papel dos mdiuns nas comunicaes espritas; Cap. XX Da Influncia moral do mdium. Extramos para o nosso trabalho alguns trechos, abordados nos subttulos seguintes: influncia intelectual e influncia moral 3.4.1 -Influncia intelectual[...] O Esprito, que se comunica por um mdium, transmite diretamente o seu pensamento, ou este tem por intermedirio o Esprito do mdium? O Esprito do mdium o interprete, porque est ligado ao corpo que serve para falar, e por ser necessria uma cadeia entre vs e os Espritos que se comunicam. O Esprito do mdium exerce alguma influncia nas comunicaes que deva transmitir, provindas de outros Espritos? Exerce, porquanto se estes no lhe so simpticos pode ele at alterar-lhes as respostas e assimil-las s suas prprias idias e a seus pendores; no influencia, porm, os prprios Espritos, autores das respostas; constitui-se apenas um mau intrprete. Esta anlise do papel dos mdiuns e dos processos pelos quais os Espritos se comunicam to clara quanto lgica. Dela decorre, como princpio, que o Esprito haure, no as suas idias, porm, os materiais de que necessita para exprimi-las, no crebro do mdium e que, quanto mais rico em materiais for esse crebro, tanto mais fcil ser a comunicao. Nota de Allan Kardec.( grifos nossos)(O Livro dos Mdiuns cap. XX, item 223)

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3.4.2-Influncia moral1 O desenvolvimento da mediunidade guarda relao com o desenvolvimento moral dos mdiuns? "No; a faculdade propriamente dita se radica no organismo; independe do moral. O mesmo, porm, no se d com o seu uso, que pode ser bom, ou mau, conforme as qualidades do mdium." 7 Por que permitem os Espritos superiores que pessoas dotadas de grande poder, como mdiuns, e que muito de bom poderiam fazer, sejam instrumentos do erro? "Os Espritos de que falas procuram influenci-las; mas, quando essas pessoas consentem em ser arrastadas para mau caminho, eles as deixam ir. Da o servirem-se(O Livro dos Mdiuns cap. XX, item 226)

[...] Se o mdium, do ponto de vista da execuo, no passa de um instrumento, exerce, todavia, influncia muito grande, sob o aspecto moral.[...] Ora, os bons tm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do mdium exercem influncia capital sobre a natureza dos Espritos que por ele se comunicam,(O Livro dos Mdiuns cap. XX, item 227)

Portanto, quanto maior a instruo e maior desenvolvimento do senso moral haver mais facilidade e fidelidade no processo de comunicao esprita. A figura a seguir esclarece esta influncia:

Podemos, ento, sintetizar que o estudo da mediunidade visa: oferecer condies para o exerccio da mediunidade, de forma saudvel e segura, em perfeita harmonia com a Codificao Esprita e com as obras espritas suplementares de inquestionvel valor

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doutrinrio. ( Organizao e Funcionamento das Reunies Medinicas Espritas FEB)

viabilizar condies que assegurem segurana e seriedade da manifestao de Espritos nas reunies medinicas privativas, usuais na Casa Esprita. ( Organizao e Funcionamento das Reunies Medinicas EspritasFEB)

contribuir para o desenvolvimento da cincia esprita atravs de estudos edificantes relacionados mediunidade, em geral, e ao processo de intercmbio medinico em particular. ( Organizao eFuncionamento das Reunies Medinicas Espritas FEB)

promover a capacitao continuada dos encarnados integrantes da equipe. ( Organizao e Funcionamento das Reunies Medinicas Espritas FEB) Propiciar condies para que os bons Espritos assintam em vir. Ora, a assemblias de homens levianos e superficiais, Espritos superiores no viro, como no viriam quando vivos. (O Livro dos Mdiuns cap. XXIX item327)

Oferecer condies para mais clareza da comunicao medinica, com melhor capacidade de vestir o pensamento dos Espritos.Segundo Andr Luiz, no livro Missionrios da Luz cap.3 : [...]Mediunidade construtiva a lngua de fogo do Esprito Santo, luz divina para a qual preciso conservar o pavio do amor cristo, o azeite da boa vontade pura. Sem a preparao necessria, a excurso dos que provocam o ingresso no reino invisvel , quase sempre, uma viagem nos crculos de sombra. Alcanam grandes sensaes e esbarram nas perplexidades dolorosas.(Missionriosda Luz cap.3)

Discernir a verdade da falsidade nas comunicaes dos Espritos[...] Qualquer que seja a confiana legtima que vos inspirem os Espritos que presidem aos vossos trabalhos, h uma recomendao que nunca ser demais repetir, e que devereis ter presente sempre na vossa lembrana quando vos entregais a vossos estudos: a de pesar e meditar, a de submeter ao cadinho da razo mais severa todas as comunicaes que receberdes; a de no deixardes de pedir as explicaes necessrias a formardes opinio segura, desde que um ponto vos parea suspeito, duvidoso ou obscuro. (KARDEC. O Livro dosMdiuns, cap. XXIV, Segunda Parte, Item 266. )

precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado (O Livro dosMdiuns Introduo)

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3.5-Escolhos da Mediunidade [...] Ante os escarnecedores de todos os tempos, eduquemos a mediunidade na Doutrina Esprita, porque s a Doutrina Esprita luz bastante forte, em nome do Senhor, para clarear a razo, quando a mente se transvia, desgovernada, sob o fascnio das trevas...(Seara dos Mdiuns, cap. Obsesso e Jesus)

Resumindo o cap. 13, de Mediunidade e Evoluo vejamos: Problema moral Sob ponto de vista tcnico a mediunidade independe do fator moral. Sob o ponto de vista dos frutos de profunda importncia pela sintonia com os Bons Espritos. Esgotamento Fsico-moral Debilita as energias e tornamo-nos vtimas de Espritos maldosos. Evocaes Porta aberta para entidades desocupadas. O lema SERVIR, absteno da curiosidade negativa.

Interrogatrios

Futilidades Quem se preocupa com assuntos banais no deve esperar bons companheiros. Desarmonia medinico.. Vibraes antagnicas desfavorecem o trabalho

Gratuidade Da de graa o que de graa recebestes. A fim de que espritos inferiorizados no nos desorientem a mente. Trabalho Isolado Tarefa em residncia : perigo para os moradores. Animismo Pessoa se arroja ao passado. preciso caridade evanglica com o companheiro. Mistificao ocorrncias. a mentira. Mentes invigilantes cooperam nestas

Endeusamento dos Mdiunsorgulho.

Pode lev-lo a : vaidade, presuno e

Falta de estudo e trabalho No se renova. Favorece a desconexo.O trabalho assegura assistncia espiritual superior. Educao Medinica Amparar a faculdade que surge pelo estudo , trabalho, orao e prtica do Bem.

4. CAPACITAO DO MDIUM (PARA QUE E QUANDO ESTUDAR)No negligencies o dom que h em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposio das mos do presbtero.Paulo I Timteo 4:14

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Alan Kardec muito se preocupou com a formao dos mdiuns, haja vista a importncia de ter dedicado um captulo inteiro de O Livro dos Mdiuns (Cap XVII Da Formao dos Mdiuns) ao tema. Reproduzimos abaixo parte do item 211, para a nossa reflexo sobre a importncia do estudo prvio da teoria.[...] A primeira condio colocar-se o mdium, com f sincera, sob a proteo de Deus e solicitar a assistncia do seu anjo de guarda, que sempre bom, ao passo que os Espritos familiares, por simpatizarem com as suas boas ou ms qualidades, podem ser levianos ou mesmo maus. A segunda condio aplicar-se, com meticuloso cuidado, a reconhecer, por todos os indcios que a experincia faculta, de que natureza so os primeiros Espritos que se comunicam e dos quais manda a prudncia sempre se desconfie [...]. Por isso que indispensvel se faz o estudo prvio da teoria, para todo aquele que queira evitar os inconvenientes peculiares experincia. (grifos nossos)

O instrutor Albrio, conforme relatado por Andr Luiz na obra Os Domnios da Mediunidade, cap1, nos diz que:[...] Saibamos, assim, cultivar a educao, aprimorando-nos cada dia. Mdiuns somos todos ns, nas linhas de atividade em que nos situamos. A fora psquica, nesse ou naquele teor de expresso, peculiar a todos os seres, mas no existe aperfeioamento medinico sem acrisolamento da individualidade. contraproducente intensificar a movimentao da energia sem disciplinar-lhe os impulsos. perigoso possuir sem saber usar. [...] Elevemos nosso padro de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoo pelo exerccio constante das virtudes superiores, se nos propomos recolher a mensagem das Grandes Almas. Mediunidade no basta s por si. imprescindvel saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direo. ( grifos nossos)

Emmanuel em O Consolador na questo 392 diz o seguinte:[...] O mdium tem obrigao de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua prpria iluminao. Somente desse modo poder habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada, cooperando eficazmente com os Espritos sinceros e devotados ao bem e a verdade.

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4.1 - Mdiuns Iniciantes Os Espritos de Andr Luiz e Emmanuel na obra Estude e Viva, cap 37, nos apontam o cuidado que devemos ter com os mdiuns iniciantes quando dizem:[...]No intercmbio espiritual, encontramos vasto grupo de companheiros, carecedores de especial ateno os mdiuns iniciantes.[...] Ajudemos os mdiuns iniciantes a perceber que na mediunidade, como em qualquer outra atividade terrestre, no h conhecimento real onde o tempo no consagra a aprendizagem, e que todos os encargos so nobres onde a luz da caridade preside as realizaes. [...] Para esse fim, conduzamo-los a se esclarecerem nos princpios salutares e libertadores da Doutrina Esprita...

Assim sendo, em se verificando o afloramento da mediunidade, o mdium deve iniciar sua formao doutrinria bsica em estudos sistematizados sobre a Doutrina Esprita em geral e da mediunidade em particular, luz do Evangelho de Jesus. O Esprito Emmanuel, atravs da abenoada mediunidade de Chico Xavier, respondendo s questes364 e 387 no livro O Consolador, esclarece-nos que[...] indispensvel a cada um o esforo prprio no estudo, meditao, cultivo e aplicao da Doutrina, em toda a intimidade de sua vida. A freqncia s sesses ou o fato de presenciar esse ou aquele fenmeno, aceitando-lhe a veracidade, no traduz aquisio de conhecimentos. Um guia espiritual pode ser um bom amigo, mas nunca poder desempenhar os vossos deveres prprios, nem vos arrancar das provas e das experincias imprescindveis vossa iluminao. Da surge a necessidade de vos preparardes individualmente na Doutrina, para viverdes tais experincias com dignidade espiritual, no instante oportuno. (O Consolador-364) A primeira necessidade do mdium evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar s grandes tarefas doutrinrias, pois, de outro modo poder esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua misso. (O Consolador-387)

Segundo o Esprito Joo Clofas atravs da mediunidade Divaldo Franco:[...] para lograr a harmonia, o estudo sistemtico da Doutrina Esprita e o exerccio do bem, conforme as leis morais que regem a vida, tornam-se de alta valia. O estudo oferece o conhecimento das leis que estabelecem a ordem e a harmonia, ao mesmo tempo elucida quanto ao mecanismo de que se constituem as relaes entre os encarnados e os desencarnados. O exerccio do bem favorece a educao dos sentimentos, desenvolvendo as faculdades morais que, por sua vez, permitem mais valioso intercmbio, caracterizando-o pela qualidade superior

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do seu contedo. ( Intercmbio Medinico, cap.4 - Aos mdiuns principiantes)

4.2- Mdiuns em exerccio Vejamos ento o mdium que j est no exerccio ou prtica da mediunidade. Este no deve abandonar a sua capacitao constante assim como a prece, a vigilncia e o trabalho no bem, com pena de ser alvo das foras inferiores. [...] Numa viagem de cem lguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilmetro do caminho... assim nos lembra o Instrutor ulus, na obra Nos Domnios da Mediunidade, e Martins Peralva comenta esta afirmativa na obra Estudando a Mediunidade,cap VII , lembrando Emmanuel:[...] Devemos ter sempre na lembrana a palavra de Emmanuel: ... Os mdiuns, em sua generalidade, no so missionrios na acepo comum do termo; so almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretrito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e erros clamorosos. (...)Esforcemo-nos, portanto, no sentido de realizar a humildade e o esprito de servio, em benefcio da nossa paz, porque, em verdade, nenhum de ns venceu, ainda, a si mesmo.(grifos nossos)

No Livro dos Mdiuns, cap. XX, item 226, 3 questo, temos o seguinte esclarecimento:P: Os mdiuns, que fazem mau uso de suas faculdades, que no se servem delas para o bem, ou que no as aproveitam para se instrurem, sofrero as consequncias dessa falta? R: Se delas fizerem mau uso, sero punidos duplamente, porque tm um meio de mais se esclarecerem e o no aproveitam. Aquele que v claro e tropea mais censurvel do que o cego que cai no fosso...

Emmanuel ainda nos orienta na obra Seara dos Mdiuns, cap. Formao medinica:[...] No h desenvolvimento medinico, para realizaes slidas sem o aprimoramento da individualidade medinica. No caso da terra, o lavrador ser mordomo vigilante. No caso da Mediunidade, o mdium ser o zelador incansvel de si mesmo. E mdium algum se esquea de que a terra boa abandonada que a praga e a serpente, o espinheiro e a tiririca proliferam mais e melhor.

E ainda no cap. Discernimento, na mesma obra, Emmanuel nos orienta que:[...] Tarefa medinica sustentada atravs do tempo no brota da personalidade. Exige burilamento, disciplina, renunciao e suor. A

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educao confere discernimento. E o discernimento luz que nos ensina a fazer todo o bem que precisamos fazer...

Assim entendemos que estudar para os mdiuns alimento constante para a alma uma vez que no somos espritos perfeitos. O Esprito de Verdade em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5, nos adverte:Espritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instru-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; so de origem humana os erros que nele se enraizaram. ...

Portanto, ao esprita de um modo geral a necessidade do estudo importante, mas aos lidadores da mediunidade imprescindvel.A verdadeira Doutrina Esprita est no ensino que os Espritos deram, e os conhecimentos que esse ensino comporta so por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que no por um estudo perseverante, feito no silncio e no recolhimento. (Allan Kardec O Livro dos Espritos Introduo itemXVII)

Assim, nesse recolhimento, nas meditaes, no trabalho no bem, na autoeducao dos sentimentos, no aprimoramento intelectual, no esforo de domar as ms tendncias, que o mdium deve se manter, buscando sintonizar-se dentro da trilogia - EVANGELHO ESPIRITISMO - MEDIUNIDADE.

5. ONDE ESTUDAR A MEDIUNIDADE?Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demnios; de graa recebestes, de graa dai.Jesus ( Mateus;10:8 )

O captulo 10 do evangelho segundo So Mateus traz uma importante lio a todos os que queremos aprender sobre mediunidade. Jesus, tendo chamado os doze discpulos, iniciou por dar-lhes as instrues necessrias ao seu apostolado. No os enviou sem dar-lhes as condies de trabalhar de modo seguro. Sempre os explicava de modo especial suas instrues, seus ensinamentos mais profundos que aos outros no era possvel a compreenso. Homens simples se reuniam para auferir do Mestre as lies necessrias para o trabalho e para a vida. Poderamos dizer que ali iniciavam os grupos de estudos, baseados no conhecimento com amor.[...] Deveis reestudar atentamente, metodicamente, o que h sido concedido com a Revelao Esprita, elevando-vos, quanto possvel, ao nvel de sinceros intrpretes do Mundo Invisvel, propagando os segredos que fordes desvendando, explicando-os do alto da tribunas, atravs da imprensa, em mesas redondas ou em reunies pblicas ou particulares... ( grifos nossos)

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(Devassando o Invisvel cap X)

5.1- Na Casa Esprita Assim como a Escola o local habilitado e capacitado para oferecer o ensino sistematizado dos contedos curriculares em geral, os Centros Espritas so os locais mais adequados para se estudar a Doutrina Esprita de forma sistematizada, uma vez que eles se constituem como ncleos de estudo e formao espiritual e moral, que trabalham luz da Doutrina. 5.1.1-Nos Grupos de Estudo - Os grupos de estudos nos Centros Espritas so de grande utilidade para o nosso aprendizado, como nos assevera Kardec em vrios trechos de O Livro dos Mdiuns, dentre os quais selecionamos o que se segue:As reunies de estudo so, alm disso, de imensa utilidade para os mdiuns de manifestaes inteligentes, para aqueles, sobretudo, que seriamente desejam aperfeioar-se e que a elas no comparecerem dominados por tola presuno de infalibilidade. (cap. XXIX item 329) -Temos dito que um mdium pode carecer dos conhecimentos necessrios para perceber os erros; que pode deixar-se iludir por palavras retumbantes e por uma linguagem pretensiosa, ser seduzido por sofismas, tudo na maior boa-f. Por isso que em falta de luzes prprias, deve ele modestamente recorrer dos outros, de acordo com estes dois adgios: quatro olhos vem mais do que dois e -ningum bom juiz em causa prpria. Desse ponto de vista que so de grande utilidade para o mdium as reunies, desde que se 1mostre bastante sensato para ouvir as opinies que se lhe dem, porque ali se encontraro pessoas mais esclarecidas do que ele e que apanharo os matizes, muitas vezes delicados, por onde trai o Esprito a sua inferioridade. ( idem) Grifos nossos.

5.1.2- Em reunies publicas favorecendo os encarnados e desencarnados e aos mdiuns em busca de equilbrio:[...] So almas em turvao mental, que acompanham parentes, amigos ou desafetos s reunies pblicas da Instituio, e que se desligam deles quando os encarnados se deixam renovar pelas idias salvadoras, expressas nas palavras dos que veiculam o ensinamento doutrinrio. (Nos Domnios da Mediunidade - cap 4)

5.2 - Nas Obras da Doutrina Vemos tambm que grande parte daqueles que buscam a Doutrina Esprita com os sintomas da mediunidade eclodida tem dvidas sobre onde estudar a mediunidade. No s o local em si, como as Casas Espritas, os grupos de estudos, mas em quais livros, ou por qual livro comear.

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Em artigo publicado pelo jornal O Esprita Mineiro, de maro/abril de 2009, Hermnio Miranda relata interessante caso que transcrevemos apenas um trecho.[...] Contou-me Divaldo, certa vez, que, nos primeiros tempos de convivncia espiritual com Joanna de Angelis no sei se ela j se identificara nominalmente ou se ainda era o misterioso Esprito Amigo , a nobre mentora recomendou-lhe que lesse O Livro dos Espritos. Com a seriedade de sempre, ele empenhou-se diligentemente em cumprir a recomendao da amiga. Terminada a leitura, perguntou a Joanna: E agora, o que devo ler? O Livro dos Espritos disse ela sem mais comentrios. Divaldo retomou o livro e o leu novamente, de ponta a ponta, desde a Introduo e os Prolegmenos at o trecho da mensagem de Santo Agostinho, com a qual Kardec encerra suas Concluses. E, mais uma vez, voltou a Joanna para saber como dar continuidade s suas leituras. Estude O Livro dos Espritos disse ela. Sbio conselho esse. A obra bsica da Codificao um livro para ser estudado e no apenas para ser lido, por mais atentas que sejam as primeiras leituras. Trata-se de fonte inesgotvel de ensinamentos e de surpresas contidas em frases e expresses, s vezes, sumrias, dessas que podem passar inadvertidamente a uma leitura, a duas ou a uma dezena delas.

Diz-nos Allan Kardec que[...] Mas, a quem quer que deseje tratar seriamente da matria, diremos que primeiro leia O Livro dos Espritos, porque contm princpios bsicos, sem os quais algumas partes deste se tornariam talvez dificilmente compreensveis.( Introduo do Livro dos Mdiuns)

No caso do estudo da mediunidade, a fonte mais segura que temos so as obras da Codificao, acrescidas dos estudos complementares de Obras Pstumas e a Revista Esprita (Janeiro de 1858 a maro de 1869), desenvolvidas ainda em obras subsidirias, fidedignas, de alto valor, como os livros de psicografia de Chico Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira, Yvonne Pereira, e ainda autores como Hermnio Miranda, Ernesto Bozzano, Leon Denis, Herculano Pires, Suely Schubert, Jorge Andrea, e outros de comprovada experincia no campo da mediunidade.

6. ESTUDO E PERSEVERANA (COMO ESTUDAR)Ora, a f o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que no se vem.Paulo Hebreus 11:1

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O captulo III da parte 1 de O Livro dos Mdiuns de suma importncia para que possamos entender o que o Codificador pensava sobre o ensino esprita. Separamos alguns trechos para nossas reflexes.[...]Dissemos que o Espiritismo toda uma cincia, toda uma filosofia. Quem, pois, seriamente queira conhec-lo deve, como primeira condio, dispor-se a um estudo srio e persuadir-se de que ele no pode, como nenhuma outra cincia, ser aprendido a brincar. O Espiritismo, tambm j o dissemos, entende com todas as questes que interessam a Humanidade; tem imenso campo, e o que principalmente convm encar-lo pelas suas conseqncias. Forma-lhe sem dvida a base a crena nos Espritos, mas essa crena no basta para fazer de algum um esprita esclarecido, como a crena em Deus no suficiente para fazer de quem quer que seja um telogo. No se espantem os adeptos com esta palavra - ensino. No constitui ensino unicamente o que dado do plpito ou da tribuna. H tambm o da simples conversao. Ensina todo aquele que procura persuadir a outro, seja pelo processo das explicaes, seja pelo das experincias. ( grifos nossos)

O benfeitor Emmanuel na apresentao do livro Seara dos Mdiuns diz-nos que[...] Mais uma vez, asseguramos de pblico que o nico mvel a inspirar-nos, no servio a que nos empenhamos, apenas o de encarecer o impositivo crescente do estudo sistematizado da obra de Allan Kardec - construo basilar da Doutrina Esprita, a que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo oferece cobertura perfeita -, a fim de que mantenhamos o ensinamento esprita indene da superstio e do fanatismo que aparecem, fatalmente, em todas as fecundaes de exotismo e fantasia.(grifos nossos)

Na introduo de O Livro dos Espritos, item VIII, encontramos:[...] Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Esprita, que nos lana de sbito numa ordem de coisas to nova quo grande, s pode ser feito com utilidade por homens srios, perseverantes, livres de prevenes e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. [...] O que caracteriza um estudo srio a continuidade que se lhe d. ( grifos nossos)

E Allan Kardec, conclui no Projeto 1868, como est em Obras Pstumas, que[...] Um curso regular de Espiritismo seria professado com o objetivo de desenvolver os princpios da cincia e de propagar o gosto pelos estudos srios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princpios, de fazer adeptos esclarecidos capazes de difundir as idias espritas, e desenvolver um grande nmero de mdiuns. Eu olho esse curso como podendo exercer

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uma influncia capital sobre o futuro do Espiritismo, e sobre as suas consequncias.(grifos nossos)

Portanto o estudo da Doutrina Esprita, e em particular o da mediunidade, deve ser srio, perseverante, contnuo, com assiduidade, recolhimento e meditao, com o objetivo de nos tornarmos verdadeiros espritas, espritas cristos. Andr Luiz claro ao situar a mediunidade com Jesus, vejamos:[...] O Espiritismo cristo a revivescncia do Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo, e a mediunidade constitui um de seus fundamentos vivos. A mediunidade, porm, no exclusiva dos chamados mdiuns. Todas as criaturas a possuem, porquanto significa percepo espiritual, que deve ser incentivada em ns mesmos. No bastar, entretanto, perceber. imprescindvel santificar essa faculdade, convertendo-a no ministrio ativo do bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, no se dispe aos servios preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matria e o esprito, localizando-os em campos opostos, quando ns, estudantes da Verdade, ainda no conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organizao universal se baseia em vibraes puras. ( Missionriosda luz cap3)

7. CONCLUSOEstes pontos traados tiveram como objetivo clarear o caminho que devemos trilhar se buscamos a mediunidade com Jesus, que a ponte de nossa redeno.[...] A Codificao do Espiritismo elevou a mediunidade a um grau superior de interpretao transcendente, mesmo celeste, apontando o melhor caminho a seguir para que a sua prtica se torne em misso definida, fazendo do mdium uma alma renovada para si mesmo, para o prximo e para Deus.( Luz do Consolador- Yvonne A. Pereira p.66)

Segundo Emmanuel:[...] Em sua luminosa passagem, o fenmeno medinico, por toda parte, intimado redeno da conscincia. (Religio dosEspritos - Fenmeno Medinico - p. 149).

Andr Luiz nos assegura que: [...]. Para a nossa vanguarda de obreiros decididos e valorosos passou a fase de experimentao ftil, de investigaes desordenadas, de raciocnios perifricos. Vivemos a estruturao de sentimentos novos, argamassando as colunas do mundo vindouro, com a luz acesa em nosso campo ntimo. (No MundoMaior F.C.Xavier -Andr Luiz.cap.2 )

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Assim, entendemos a necessidade do estudo srio, sistematizado , seguro e como no poderia deixar de ser de nossa reforma ntima ,pois:[...] para ser instrumento relativamente exato, -lhe imprescindvel haver aprendido a ceder, e nem todos os artfices da oficina medinica realizam, a breve trecho, tal aquisio, que reclama devoo felicidade do prximo, elevada compreenso do bem coletivo, avanado esprito de concurso fraterno e de serena superioridade nos atritos com a opinio alheia. Para conseguir edificao dessa natureza, faz-se mister o refgio freqente moradia dos princpios superiores. ( grifos nossos)(No Mundo Maior - F.C.Xavier / Andr Luiz- Mediunidade cap.9)

Vale lembrar, ainda, que os trabalhadores devotados e sinceros da mediunidade recebem do mundo espiritual o apoio necessrio ao desempenho de suas atividades medinicas, estendendo-se esse amparo aos comezinhos deveres que envolvem a vida do mdium, como nos mostra Andr Luiz:Naturalmente, ele responsvel pela manuteno dos recursos interiores, tais como a tolerncia, a humildade, a disposio fraterna, a pacincia e o amor cristo; todavia, precisamos cooperar no sentido de manter-lhe os estmulos de natureza exterior, porque se o companheiro no tem po, nem paz relativa, se lhe falta assistncia nas aquisies mais simples, no poderemos exigir-lhe a colaborao, redundante em sacrifcio. Nossas responsabilidades, portanto, esto conjugadas nos mnimos detalhes da tarefa a cumprir.(Missionrios da Luz - F.C.Xavier / Andr Luiz- O Psicgrafo cap.1)

MENSAGEM FINALJ no sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim.Paulo Glatas 2:20

DECLOGO PARA MDIUNS 1 - Rende culto ao dever. No h f construtiva onde falta respeito ao cumprimento das prprias obrigaes. Mas ns perseveraremos na orao e no ministrio da palavra. Atos dos Apstolos, 6:4 2 -Trabalha espontaneamente. A mediunidade um arado divino que o xido da preguia enferruja e destri. Importa que faamos as obras daquele que me enviou, enquanto dia; vem a noite, quando ningum pode trabalhar. Joo, 9:4 3 - No te creias maior ou menor. Como as rvores frutferas, espalhadas no solo, cada talento medinico tem a sua utilidade e a sua expresso.

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Nisto conhecero todos que sois meus discpulos, se tiverdes amor uns aos outros. Joo, 13:35 4 - No esperes recompensas no mundo. As ddivas do Senhor, como sejam os fulgores das estrelas e a carcia da fonte, o lume da prece e a beno da coragem, no tm preo na Terra. ...para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que v em secreto, te recompensar. Mateus, 6:4 5 - No centralizes a ao. Todos os companheiros so chamados a cooperar, no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam posio de escolhidos para tarefas mais altas. Pois onde se acham dois ou trs reunidos em meu nome, a estou eu no meio deles. Mateus, 18:20 6 - No te encarceres na dvida. Todo bem, muito antes de externar-se por intermdio desse ou daquele intrprete da verdade, procede, originariamente de Deus. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam. Marcos, 16:20 7 - Estuda sempre. A luz do conhecimento armar-te- o esprito contra as armadilhas da ignorncia. ... A vs dado conhecer os mistrios do reino de Deus; mas aos outros se fala por parbolas; para que vendo, no vejam, e ouvindo, no entendam. Lucas, 8:10 8 - No te irrites. Cultivam a caridade e a brandura, a compreen-so e a tolerncia, porque os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurana atravs de um corao conservado em vinagre. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdaro a terra. Mateus, 5:5 9 - Desculpa incessantemente. O cido da crtica no te piora a realidade, a praga do elogio no te altera o modo justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizem a conta de mistificador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da conscincia limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca. Ento Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, at quantas vezes pecar meu irmo contra mim, e eu hei de perdoar? At sete? Respondeu-lhe Jesus: No te digo que at sete; mas at setenta vezes sete. Mateus, 18:21e22

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10 - No temas perseguidores. Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, anjo em forma de homem, estava cercado de adversrios gratuitos e de verdugos cruis, quando escreveu na cruz, com suor e lgrimas, o divino poema da eterna ressurreio. Jesus, porm, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende nimo; sou eu; no temais. Mateus, 14:27 Livro: O Esprito da Verdade- Psicografia Francisco C. Xavier e Waldo VieiraEspritos Diversos As citaes do Evangelho em cada item da mensagem acima, em itlico ,so nossas. (Equipe DOM UEM / set 2009) ***************************************************

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Referncias FRANCO, Divaldo P. Intercmbio Medinico. Pelo Esprito Joo Clofas. 6.ed. Salvador: Livraria Esprita Alvorada, 1988. KARDEC, Allan. O Livro dos Mdiuns, ou Guia dos mdiuns e dos evocadores: Espiritismo experimental. Trad. de Guillon Ribeiro. 49. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977. ___ O Evangelho segundo o Espiritismo: com explicaes das mximas morais do Cristo em concordncia com o Espiritismo e suas aplicaes s diversas circunstncias da vida. Trad. de Guillon Ribeiro, 112 ed. Rio de Janeiro: FEB,1987. ___O Livro dos Espritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985 . ___Obras Pstumas. Trad. de Guillon Ribeiro. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975. MIRANDA ,Hermnio C. Sobrevivncia e comunicabilidade dos Espritos . 1 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975 Organizao e funcionamento das reunies medinicas espritas Apostila FEB 2008 PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: segundo a obraNos Domnios da Mediunidade de Francisco Cndido Xavier. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1986. ___ Mediunidade e Evoluo. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. PEREIRA, Yvonne A. Pelos Espritos guias da mdium. Devassando o Invisvel. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB,1976. ___Dramas da Obsesso. Pelo Esprito Bezerra de Menezes. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994.

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__ Luz do Consolador . 1 ed. Rio de Janeiro:FEB, 1997. ___ Revista Esprita - julho de 1861 EDICEL 1965 VIEIRA, Waldo. Conduta Esprita. Pelo Esprito Andr Luiz. 9.ed. Rio de Janeiro:FEB, 1983 XAVIER, Francisco Cndido; VIEIRA, Waldo. Desobsesso. Pelo Esprito Andr Luiz- 5.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1981 XAVIER, Francisco Cndido. Missionrios da Luz. Pelo Esprito Andr Luiz. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1984. ___Nos Domnios da Mediunidade. Pelo Esprito Andr Luiz.17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1988. ___ O Consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro. FEB, 1970. ___ Os Mensageiros - Pelo Esprito Andr Luiz.17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1988. ___ No Mundo Maior- Pelo esprito Andr Luiz. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. ___ Seara dos Mdiuns Pelo Esprito Emmanuel. 4.ed. Rio de Janeiro. FEB, 1983. ___ Paulo e Estevo - Pelo Esprito Emmanuel. 4.ed. Rio de Janeiro. FEB, 1983. ___Religio dos Espritos Pelo Esprito Emmanuel. 6.ed. Rio de

Janeiro.FEB,1985.

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