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Melhoria de Processos Internos do Departamento Comercial O Caso do grupo Hotéis Real Inês Alix da Marta Perdiz 50035534 Relatório de Estágio para a obtenção do grau de Mestre em Gestão do Turismo e da Hotelaria Orientadora Prof.ª Doutora Áurea Rodrigues Fevereiro 2018

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Melhoria de Processos Internos do Departamento Comercial

O Caso do grupo Hotéis Real

Inês Alix da Marta Perdiz

50035534

Relatório de Estágio para a obtenção do grau de Mestre em Gestão do Turismo e

da Hotelaria

Orientadora

Prof.ª Doutora Áurea Rodrigues

Fevereiro 2018

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Melhoria de Processos Internos do Departamento Comercial

O Caso do grupo Hotéis Real

Inês Alix da Marta Perdiz

50035534

Fevereiro 2018

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Agradecimentos

Este relatório de estágio representa o culminar do Mestrado em Gestão do Turismo e da

Hotelaria, da Universidade Europeia. A entrega e posterior apresentação deste projeto significa

o encerramento de mais um capítulo de grande aprendizagem e reflexão.

O meu primeiro agradecimento é dirigido à Prof.ª Doutora Áurea Rodrigues, orientadora

deste projeto, por toda a disponibilidade e simpatia com que me orientou ao longo destes meses.

Ao meu orientador de estágio dos Hotéis Real, Gonçalo Sousa, agradeço toda a

confiança que depositou em mim quando me propôs novos desafios de maior responsabilidade

e todos os conhecimentos que me transmitiu ao longo do estágio.

Às meninas do departamento, Sara Ferreira, Pandora Rodrigues e Sara Mezes, agradeço

todos os momentos de descontração e de amizade, bem como toda a simpatia com que me

receberam no departamento. Ainda em relação aos Hotéis Real, quero agradecer a todos os

colaboradores que se cruzaram no meu caminho e que me receberam sempre com simpatia.

Agradeço aos meus pais pelo apoio incondicional e carinho, bem como pela

oportunidade de continuar a estudar, nomeadamente tirar outro mestrado, para conseguir vingar

no mundo do Turismo e da Hotelaria. Agradeço à minha irmã por me divertir nos momentos de

maior preocupação e por ser carinhosa e compreensiva comigo.

Ao meu namorado Luís, agradeço, por ter sido o meu principal apoio ao longo da

realização deste relatório, por me ouvir e acalmar sempre que estava preocupada e nervosa e

por me fazer relativizar tudo na minha vida.

Aos meus amigos mais próximos, agradeço por perceberem quando tempo para eles era

escasso e por me incentivarem sempre a continuar. Agradeço-lhes ainda por me terem distraído

nos momentos mais complicados.

A todos, o meu mais profundo agradecimento.

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-ii-

Resumo

Ao longo dos últimos anos, o turismo mundial tem vindo a verificar um crescimento

rápido e diversificado, sendo um dos principais impulsionadores do desenvolvimento

económico (OMT, 2017). Portugal não é exceção e Lisboa tem visto o turismo de negócios

crescer, nomeadamente para realização de congressos e conferências. Assim, a ferocidade da

concorrência e a dificuldade em vingar num ambiente tão competitivo prende-se, por vezes,

com a dificuldade de comunicação dentro do mesmo departamento e da sua relação com os

outros, pois sem uma comunicação eficaz, torna-se difícil entregar ao cliente, um serviço de

excelência.

Durante o estágio no Departamento Comercial do Grupo Hotéis Real foi possível

desenvolver atividades de responsabilidade que interferiam com todo o funcionamento e

dinâmica do departamento, o que permitiu a observação e análise crítica de algumas dessas

atividades, especialmente no que respeita a processos internos e de comunicação com outros

departamentos, pois este departamento comunica com o topo estratégico, com os níveis mais

operacionais do grupo hoteleiro e está, ainda, em intenso contacto com o cliente.

Posto isto, o objetivo deste estudo é apresentar sugestões de melhoria nos processos

internos do Departamento Comercial e nos processos de comunicação com outros

departamentos. As sugestões apresentadas resultam, essencialmente, de uma análise crítica

desenvolvida tendo por base os conhecimentos adquiridos no mestrado e na experiência

adquirida durante o estágio. A implementação das propostas de melhoria não é demasiado

exigente, mas envolve o desenvolvimento de uma relação mais estreita com o cliente, de modo

a superar, constantemente, as suas expetativas.

Palavras-chave: Turismo, Hotelaria, Departamento Comercial, Comunicação Interna,

Comunicação entre Departamentos, Melhoria de Processos Internos

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-iii-

Abstract

Over the last few years, world tourism has been experiencing rapid and diversified

growth and is one of the main drivers of economic development (WTO, 2017). Portugal is no

exception and Lisbon has seen its business tourism grow, namely for conferences. Thus, the

ferocity of competition and the difficulty in succeeding in such a competitive environment is

sometimes related to the difficulty of communication within the same department and its

relationship with others, because with unclear communication it becomes very difficult to

deliver to the customer, a service of excellence.

During the internship in the Sales Department at Real Hotels Group, it was possible to

develop activities of responsibility that interfered with the department’s dynamics, which

allowed the observation and critical analysis of some of the activities developed, especially

regarding internal processes and communication with other departments, as this department

communicates with the strategic top, with the operational levels of the hotel and is also in

constant communication with the client.

Therefore, the aim of this study is to present suggestions for improvement in the internal

processes of the Sales Department and in the communication with other departments. The

suggestions presented are essentially related to the critical thinking that was developed based

on the knowledge acquired in the master's degree and the experience gained during the

internship. Implementing improvement proposals would not be difficult, but it would involve

building a closer relationship with the client to always exceed their expectations.

Keywords: Tourism, Hospitality, Sales Department, Internal Communication, Inter-

Departments Communication, Internal Processes Improvement

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 1

2. Revisão de Literatura ............................................................................................................. 3

2.1. Setor do Turismo - Mundo, Europa e Portugal ................................................................. 3

2.2. Turismo de Negócios ........................................................................................................ 4

2.2.1. Cidade de Lisboa .................................................................................................. 6

2.3. Indústria Hoteleira ............................................................................................................ 6

2.3.1. Estrutura Interna ................................................................................................... 7

2.3.1.1. Departamento Comercial .............................................................................. 9

3. Grupo Hotéis Real ................................................................................................................ 11

3.1. Unidades Hoteleiras ........................................................................................................ 11

3.1.1. Unidades em Lisboa ........................................................................................... 13

3.1.1.1. Hotel Real Parque **** .............................................................................. 13

3.1.1.2. Hotel Real Palácio ***** ........................................................................... 14

3.1.1.3. Real Residência **** ................................................................................. 14

3.1.2. Unidades em Cascais e Oeiras ............................................................................ 14

3.1.2.1. Grande Real Villa Itália Hotel & Spa ***** .............................................. 14

3.1.2.2. Hotel Real Oeiras **** ............................................................................... 15

3.1.3. Unidades no Algarve .......................................................................................... 15

3.1.3.1. Real Bellavista Hotel & Spa**** ............................................................... 16

3.1.3.2. Grande Real Santa Eulália Resort & Hotel Spa ***** ............................... 16

3.1.3.3. Real Marina Hotel & Spa ***** ................................................................ 16

3.1.3.4. Real Marina Residence **** ...................................................................... 17

3.1.4. Novidades do Grupo ........................................................................................... 17

3.2. Marca, Missão e Valores................................................................................................. 18

3.3. Estrutura Interna.............................................................................................................. 18

3.4. Análise Estratégica.......................................................................................................... 19

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-v-

3.4.1. Análise PEST...................................................................................................... 19

3.4.2. Análise SWOT.................................................................................................... 23

4. Estágio Grupo Hotéis Real ................................................................................................... 25

4.1. Departamento Comercial ................................................................................................ 25

4.2. Atividades Desenvolvidas ............................................................................................... 27

4.2.1. Acompanhamento de Reservas Rejeitadas no Segmento Corporate ................. 28

4.2.2. Acompanhamento de Propostas de Grupos enviadas a Clientes ........................ 29

4.2.3. Preenchimento do Relatório de Leads ................................................................ 31

4.2.4. Atendimento de Chamadas Telefónicas ............................................................. 32

4.2.5. Análise e Construção da Tabela de Accounts ..................................................... 33

4.2.6. Carregamento de Dados na Plataforma Comercial de Accounts ........................ 36

4.2.7. Agendamento de Reuniões de Promoção ........................................................... 37

4.2.8. Recolha de Confirmações para Almoços de Natal e Ação de Promoção ........... 39

4.2.9. Ação de Sales Blitz ............................................................................................. 40

4.3. Alinhamento entre conhecimentos adquiridos no curso e na empresa ........................... 40

5. Proposta de Valor ................................................................................................................. 45

6. Conclusão ............................................................................................................................. 49

7. Referências Bibliográficas ................................................................................................... 52

8. Anexos .................................................................................................................................. 57

8.1. Anexo I – Troca de e-mails de reserva rejeitada ............................................................. 57

8.2. Anexo II – Modelo de Acordo Comercial ...................................................................... 58

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-vi-

Índice de Figuras

Figura 1 - Cronograma do grupo Hotéis Real .......................................................................... 12

Figura 2 – Mapa de Lisboa com a localização do Hotel Real Palácio, Hotel Real Parque e Real

Residência ................................................................................................................................ 13

Figura 3 – Organograma do grupo Hotéis Real ....................................................................... 19

Figura 4 – Cronograma das atividades desenvolvidas ............................................................. 27

Figura 5 – Tabela de Reservas Rejeitadas do Segmento Corporate ......................................... 28

Figura 6 – Tabela de Propostas de Grupos enviadas a Clientes ............................................... 30

Figura 7 – Relatório de Leads do Departamento Comercial .................................................... 31

Figura 8 - Tabela de Accounts para 2018 (Tarifas e Produção de Negócio) ........................... 34

Figura 9 - Tabela de Accounts para 2018 (Informações e Contactos) ..................................... 35

Figura 10 – Aplicação do Departamento Comercial (Página para adicionar entidade) ........... 37

Figura 11 – Agenda de reuniões do gestor de conta C, no Algarve, Outubro 2018 ................. 39

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Distribuição das unidades hoteleiras do grupo Hotéis Real ................................... 11

Tabela 2 – Análise SWOT do grupo Hotéis Real .................................................................... 24

Tabela 3 – Objetivos, Missões e Responsabilidades ................................................................ 25

Tabela 4 – Organização de Mercados (Nacional e Internacional), por gestor de conta ........... 26

Tabela 5 – Tarifas Corporate do Hotel Real Palácio e Hotel Real Parque ............................... 33

Tabela 6 – Alinhamento entre as atividades desenvolvidas do estágio e os conhecimentos

adquiridos no Mestrado ............................................................................................................ 41

Tabela 7 – Problemas e Sugestões de melhoria identificadas em atividades do Departamento

Comercial ................................................................................................................................. 45

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Siglas, Acrónimos e Abreviaturas

CVB – Convention & Visitors Bureau

DMC – Destination Management Company

Famtrip – Familiarization Trip

F&B – Food & Beverage

FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional

GRSE – Grande Real Santa Eulália Resort & Hotel Spa

GRVI – Grande Real Villa Itália Hotel & Spa

IRS – Imposto sobre o Rendimento Singular

IVA - Imposto de Valor Acrescentado

LHW – Leading Hotels of the World

MICE – Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions

NIPC – Número de Identificação de Pessoa Coletiva

OMT – Organização Mundial de Turismo

PAEF - Programa de Assistência Económica e Financeira

PEST – Political, Economic, Social and Technological

PIB – Produto Interno Bruto

PMS – Property Management System

RBV – Real Bellavista Hotel & Spa

RFP – Request for Proposal

RMO – Real Marina Hotel & Spa

RN – RoomNights (Nº de noite reservadas x Nº de quartos)

ROE – Hotel Real Oeiras

RPL – Hotel Real Palácio

RPQ – Hotel Real Parque

RR – Real Residência

SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats

UC – Unidade Curricular

UE – União Europeia

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-1-

1. Introdução

É indiscutível a importância que o setor do Turismo tem vindo a adquirir ao longo dos

últimos anos. Atualmente é um dos principais setores de contribuição para o desenvolvimento

económico de um país, sendo os seus principais benefícios o aumento da receita e a criação de

emprego. No entanto, para usufruir destes benefícios é necessário que o país esteja consciente

desta realidade e, assim, garantir as infraestruturas necessárias para o desenvolvimento do país

(Agaraj & Murati, 2009). Assim sendo, como consequência do intenso desenvolvimento do

turismo, têm-se desenvolvido também os alojamentos turísticos, como forma de responder à

necessidade de oferta de serviços de alojamento para os visitantes.

Já Pinto (2008, p. 1) afirmava que “Portugal apresenta-se como um país virado para o

sector do Turismo devido às suas características naturais, encontrando-se a apostar neste,

quer através da melhoria da qualidade das suas infraestruturas e serviços, quer da

diversificação de produtos turísticos oferecidos. O peso que o sector do Turismo representa ao

nível do Produto Interno Bruto (PIB) e do Emprego em Portugal também não é de

desconsiderar”. Desta forma, Portugal é mesmo um dos países da Europa com maior

crescimento de turismo e, portanto, esta realidade está cada vez mais presente na vida dos

portugueses.

Uma vez que o Turismo e a Hotelaria são, de facto, temáticas cada vez mais exploradas

em Portugal, torna-se necessário compreender o seu funcionamento e o que faz com que um

alojamento vingue em detrimento de outro. Estes conhecimentos, embora possam ser

adquiridos na teoria, apenas se consolidam na prática, daí a opção de realização de estágio e do

seu respetivo relatório para concluir o Mestrado em Gestão do Turismo e da Hotelaria, da

Universidade Europeia.

O estágio realizou-se então no Departamento Comercial do Grupo Hotéis Real, tendo

principal incidência nas atividades relacionadas com o segmento corporate. Todas as atividades

desenvolvidas durante o estágio eram atividades que estavam a ser realizadas por um elemento

do departamento, o que permitiu que este tivesse mais tempo para dedicar a todas as suas outras

tarefas. Os objetivos do estágio, para além da aplicação, ao contexto real, dos conhecimentos

adquiridos teoricamente no mestrado, eram os seguintes:

a. Conhecer e integrar a realidade de uma cadeira hoteleira, especificamente do seu

Departamento Comercial;

b. Desenvolver de atividades de promoção do grupo;

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c. Auxiliar na prospeção de mercado;

d. Aprenser a trabalhar com o Property Management System (PMS) New Hotel;

e. Auxiliar o Departamento de Grupos, no acompanhamento das propostas enviadas;

f. Acompanhar e analisar reservas rejeitadas do segmento corporate;

g. Auxiliar no desenvolvimento da plataforma de apoio à atividade comercial.

Os objetivos do estágio eram muito diversificados, o que permitiu perceber que este ia

possibilitar o desenvolvimento de conhecimentos sobre diversas vertentes do Departamento

Comercial e, portanto, compreender o seu funcionamento interno, a sua importância e, ainda,

observar as relações que este departamento estabelece com outros. Os conhecimentos

adquiridos no mestrado, aliados à experiência adquirida no estágio permitiram a colocação da

seguinte questão de partida, para ser respondida neste estudo:

Como melhorar os processos internos do Departamento Comercial e os seus

processos de comunicação com outros departamentos?

Tendo isto em conta, o objetivo deste relatório é, então, responder a esta questão, ou

seja, encontrar possíveis sugestões para melhorar os processos internos e de comunicação do

Departamento Comercial, mediante os problemas que poderão ser encontrados ao longo do

desenvolvimento das atividades estabelecidas para o estágio.

O presente relatório encontra-se dividido em seis capítulos, sendo que no primeiro é

possível encontrar a Introdução, onde estão explicitados os objetivos do estágio, a questão de

partida do estudo, bem como a sua importância. No segundo capítulo é apresentada literatura e

dados estatísticos sobre temáticas que são importantes para a compreensão da atualidade do

estudo, nomeadamente conteúdos relacionados com turismo, afunilando para turismo de

negócios e passando pela indústria hoteleira, especificamente pela sua organização. No capítulo

três é apresentada a descrição do grupo Hotéis Real, nomeadamente quais as suas unidades

hoteleiras, valores e missão, estrutura interna e a análise estratégica do grupo.

No quarto capítulo são apresentadas as responsabilidades do Departamento Comercial

dos Hotéis Real e ainda uma descrição pormenorizada das atividades desenvolvidas no estágio,

finalizando com o alinhamento entre os conhecimentos adquiridos no mestrado e aqueles

necessários para o desenvolvimento das atividades do estágio. O quinto capítulo apresenta a

proposta de valor, isto é, algumas sugestões de melhoria, tendo em conta os problemas

identificados no desenvolvimento das atividades. Por fim, o capítulo seis termina com a

conclusão, onde é apresentado um balanço crítico sobre o estágio e uma reflexão sobre o

aprendido durante o mesmo.

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-3-

2. Revisão de Literatura

Para a melhor compreensão da natureza deste relatório, é essencial fazer uma breve

reflexão sobre os temas que irão ser abordados ao longo do mesmo. Assim sendo, neste capítulo

são tratadas temáticas como o turismo e a sua importância a nível mundial, europeu e português.

São, ainda, explicitadas a definição e as implicações do turismo de negócios, que tem verificado

um elevado e rápido crescimento no nosso país, especialmente na cidade de Lisboa. Por fim, é

apresentada a situação da indústria hoteleira, assim como a estrutura interna de um grupo

hoteleiro/hotel, com maior detalhe para o funcionamento do Departamento Comercial.

2.1. Setor do Turismo - Mundo, Europa e Portugal

Embora existam inúmeras definições válidas do conceito de turismo, as recomendações

da Organização Mundial de Turismo (OMT) são para compreendido como o conjunto de

atividades desenvolvidas pelas pessoas durante as suas viagens e permanência em lugares

distintos dos que vivem, por um período inferior a um ano consecutivo, podendo os motivos

ser distintos, como lazer, negócios e outros (OMT, 1995).

Ainda que válida, esta definição apresenta uma falha, privilegia a procura, esquecendo-

se da oferta e todo o complexo de atividades produtoras de bens e serviços criados para servir

diretamente e indiretamente os visitantes (Cunha, 2003, p. 17). Assim, para melhor descrever o

fenómeno de turismo é possível considerá-lo como a soma de fenómenos decorrentes de

interações de turistas, fornecedores, governos e comunidades anfitriãs, no processo de atração

e hospedagem dos turistas (McIntosh & Goeldner, 1986).

Ao longo das décadas, o turismo experimentou um crescimento e desenvolvimento

contínuo e aprofundou a diversificação, explorando novos destinos, tornando-se assim um dos

setores de mais rápido crescimento no mundo. Essas dinâmicas tornaram o turismo um dos

principais impulsionadores do progresso socioeconómico e a sua disseminação global, em

países desenvolvidos, produz benefícios económicos e de emprego em muitos setores, como a

construção, agricultura ou telecomunicações (OMT, 2017).

A importância do turismo para a economia mundial é inegável, sendo que

mundialmente, segundo a OMT, em 2016, ocorreram 1 235,20 milhões de chegadas de turistas

internacionais a todo o mundo, refletindo um crescimento de 3,9% em relação ao ano anterior,

o que movimentou 1 220,00 milhões de dólares americanos (OMT, 2017).

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-4-

A Europa apresenta-se como um destino com grande importância para o turismo

mundial, devido ao elevado número de chegadas de turistas internacionais que, em 2016,

alcançou os 615,20 milhões, o que representa aproximadamente 50% das chegadas

internacionais totais (OMT, 2017). Para a análise realizada pela OMT, a Europa foi organizada

em quatro regiões: Europa Central e Oriental; Europa Ocidental, Norte da Europa e Europa

Mediterrânica do Sul. Assim, das regiões mencionadas, a Europa Mediterrânica do Sul foi, em

2016, a região que mais turistas internacionais recebeu, totalizando 228 milhões de turistas, o

que representa 18% das chegadas de turistas internacionais, no mundo. Este número de turistas

internacionais gerou, ainda, 175 mil milhões de dólares para esta região europeia, onde se

inserem países como Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Turquia e ainda outros países como

Vaticano, San Marino, República de Malta e Andorra (OMT, 2017).

De notar, então, que Portugal se insere numa das regiões do mundo que mais turistas

internacionais recebe, tendo vindo a contribuir cada vez mais para esta realidade, uma vez que

o número de turistas internacionais que Portugal recebe tem vindo a aumentar

exponencialmente, ao longo dos últimos anos, atingindo, em 2016, 11 344,40 milhares de

hóspedes estrangeiros, crescendo 11,9% em relação ao ano anterior. A receita destes turistas,

em Portugal, totalizou 12 680,60 milhões de euros, em 2016, o que revela um crescimento de

10,7% em relação a 2015 (TravelBI, 2017). Mas não é só o turismo internacional que está em

franca expansão, também o turismo nacional tem vindo a ganhar expressão, em Portugal, com

7 617,10 milhares de hóspedes portugueses, em 2016, o que reflete um crescimento de 5,5%

em relação a 2015 (TravelBI, 2017).

Como habitualmente, em 2016, o principal mercado emissor de turistas internacionais

foi o Reino Unido (22,9% do total de dormidas de não residentes), registando um crescimento

de 11,3% em relação ao ano anterior. O segundo mercado emissor foi o alemão (13,9% do total

de dormidas de não residentes) que cresceu 11,6% em relação a 2015, enquanto o mercado

francês (10,6% do total de dormidas de não residentes) apresentou um crescimento expressivo

de 20,0% (Instituto de Estatísticas de Portugal [INE], 2017).

2.2. Turismo de Negócios

O turismo de negócios, visto como um fenómeno da sociedade moderna, apresenta-se

como um produto turístico jovem, mas que contribui em larga escala para o desenvolvimento

dos países de destino (Hanly, 2012). Foi, portanto, a partir da segunda metade do século XX

que este tipo de turismo ganhou maior expressão, graças ao aumento exponencial do número

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de profissionais e da necessidade em se reunirem (Rogers, 1998) e ainda à evolução e

desenvolvimento dos transportes, particularmente, do aparecimento do avião comercial

(Marques & Santos, 2012). Outras razões apontadas como impulsionadoras do

desenvolvimento do turismo de negócios são o aumento do rendimento e do tempo disponível

para viajar, o crescimento do número de associações profissionais, o aumento dos equipamentos

e serviços de apoio à prática deste tipo de turismo (Lawson, 1982; Swarbrooke & Horner, 2001;

Weber & Chon, 2002).

Curiosamente, a inclusão das viagens motivadas por negócios na atividade turística não

se apresentou de forma consensual. Para Barreto (2006), uma viagem cuja finalidade seja o

lucro não deve ser considerada turística, pois o turismo está associado a um ato de prazer e não

de trabalho. Em oposição, Lage e Milone (2000) defendem que, independentemente do motivo

da viagem, mesmo implicando remuneração, o turismo de negócios deverá ser englobado no

conceito geral de turismo, pois utiliza os mesmos serviços e infraestruturas, nomeadamente

alojamento, entretenimento e alimentação. Beni (2001, p. 423) define turismo de negócios

como “a deslocação de executivos e homens de negócios que afluem aos grandes centros

empresariais e cosmopolitas com o propósito de efetuarem transações e atividades

profissionais, comerciais e industriais, empregando o seu tempo livre no consumo de atividades

recreativas e de entretenimento típicas desses grandes centros”.

Com o desenvolvimento do turismo de negócios e dos eventos que lhe estão associados,

estimulou-se a promoção dos potenciais destinos capazes de organizar reuniões e encontros de

larga escala. Assim, as cidades passaram a utilizar o marketing como ferramenta para captar

um maior número de eventos surgindo, os denominados Convention & Visitors Bureau (CVB),

organizações que promovem uma cidade, região ou país, com o objetivo de aumentar o seu

número de visitantes e de eventos (Davidson & Rogers, 2006). Em Portugal, o primeiro CVB

surgiu impulsionado pela realização da Exposição Mundial de 1998 (Expo 1998), um evento

estruturante para o país, particularmente para a cidade de Lisboa, que recebeu 11 milhões de

visitantes.

O Turismo de Portugal reconhece a importância do turismo de negócios enquanto

produto de diversificação, sobretudo no que diz respeito à criação de novos motivos de atração

em destinos turísticos consolidados. Em 2015, realizaram-se em Portugal, 18,3 mil reuniões,

84% das quais em estabelecimentos hoteleiros, sendo o mercado nacional responsável por 78%

das reuniões realizadas (TravelBI, 2016).

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2.2.1. Cidade de Lisboa

Lisboa afirma-se, cada vez mais, como um destino turístico diversificado, autêntico e

de qualidade, no plano internacional. Esta cidade tem vindo a reforçar a sua oferta cultural e de

lazer, mas também a sua oferta no segmento de negócios, recebendo inúmeros eventos de

diversas naturezas. A sua localização, as infraestruturas disponibilizadas, a relação

qualidade/preço e o clima são algumas das mais-valias que posicionam Lisboa como um destino

de excelência em turismo de negócios. Nesta cidade, de acordo com o Inquérito ao

Congressista, realizado pelo Observatório de Turismo, cada congressista gastou em média 1

641,31 euros – ou seja, 12 vezes mais que a generalidade dos turistas que visitaram Lisboa em

lazer, entre Janeiro e Outubro de 2013 (Publituris, 2014).

Portugal já faz parte do top dez do ranking mundial dos destinos mais procurados para

a realização de congressos, conferências e eventos internacionais e Lisboa domina quase

metade (48%) do total de eventos em Portugal (Larguesa, 2017). Os destinos MICE (Meetings,

Incentives, Conferences and Exhibitions) permitem combater a sazonalidade, principalmente

entre Outubro e Março. Lisboa pretende então reforçar as suas infraestruturas para aumentar as

condições de atratividade, avançando com um novo centro de congressos (Larguesa, 2017).

A região de Lisboa, no que respeita ao turismo de negócios, não atrai apenas turistas

internacionais, mas também nacionais, sendo que, em 2016, realizaram-se 8,8 milhões de

dormidas totais, sendo a região continental onde as dormidas de residentes por motivos

profissionais ou de negócio mais pesaram (INE, 2017).

2.3. Indústria Hoteleira

De acordo com o Decreto-Lei n.º 228/2009 de 14 de Setembro, do Ministério da

Economia e da Inovação “consideram-se empreendimentos turísticos os estabelecimentos que

se destinam a prestar serviços de alojamento, mediante remuneração, dispondo, para o seu

funcionamento, de um adequado conjunto de estruturas, equipamentos e serviços

complementares” (p. 6290). O mesmo documento define estabelecimento hoteleiro, como " os

empreendimentos turísticos destinados a proporcionar alojamento temporário e outros

serviços acessórios ou de apoio, com ou sem fornecimento de refeições, e vocacionados a uma

locação diária" (p. 6292). Para além disso, a Portaria n.º 327/2008 do Diário da República de

28 de Abril de 2008 refere que “os estabelecimentos hoteleiros, os aldeamentos e os

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apartamentos turísticos se classificam nas categorias de 1 a 5 estrelas, atendendo à qualidade

do serviço e das instalações" (p. 2419).

Para Quintas (2006, p. 363), um hotel é "um estabelecimento destinado essencialmente

a fornecer, mediante pagamento, alojamento temporário ao público, assegurando ainda, em

regra, outros serviços (alimentação, bebidas, animação, lavandaria) de uma forma organizada

e integrada". Complementando estas ideias, Medlik e Ingram (2002, p. 4), defendem que "um

hotel é um estabelecimento que oferece hospedagem, alimentação e bebidas para os viajantes

e residentes temporários e, frequentemente, refeições e descanso e, muitas vezes outras

instalações, para outros tipos de usuários".

A indústria hoteleira é uma das principais atividades económicas inseridas no setor do

Turismo e tem vindo a crescer ao longo dos anos. Quintas (2006) menciona que a hotelaria

atingiu uma dimensão global, desenvolvendo-se num ambiente competitivo, sem fronteiras, o

que resulta em maiores desafios no que concerne à gestão dos empreendimentos. A Hotelaria

é, então, um dos principais subsetores da oferta turística e o seu crescimento resulta do

desenvolvimento da atividade turística, o que gera um aumento de estabelecimentos hoteleiros

e da complexidade organizacional (Quintas, 2006).

Relativamente à oferta hoteleira, a 31 de Julho de 2016, estavam em atividade 4 805

estabelecimentos turísticos (hotelaria, turismo no espaço rural e de habitação e ainda o

alojamento local), aumentando 10,7% em relação ao ano anterior. Ainda que exista tanta oferta,

a hotelaria atingiu uma representatividade de 84,2% no número de hóspedes e 86,5% em

dormidas, seguindo-se o alojamento local (12,7% e 11,1%, respetivamente) (INE, 2017).

Um hotel pode apresentar uma panóplia de serviços para satisfazer o cliente, no entanto,

é necessário ter cuidado ao escolhê-los para que estejam de acordo com as necessidades do seu

segmento-alvo. Atualmente, os clientes estão mais exigentes e informados, em parte, porque

frequentam mais hotéis que outrora, desenvolvendo expetativas superiores. Assim, já não basta

satisfazer as necessidades dos clientes, sendo então necessário superar expetativas, através de

serviço de qualidade (Costa, 2012).

2.3.1. Estrutura Interna

Para conseguir entregar um serviço de qualidade, o hotel terá de apresentar uma

estrutura interna coordenada e organizada, com o objetivo comum de satisfazer os clientes.

Quintas (2006) divide, então, o hotel em duas tipologias de departamento, front office e back

office. O primeiro engloba todas as áreas do hotel que têm contato direto com o cliente,

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incluindo receção, restaurante, bar e housekeeping. O segundo abrange as áreas do hotel sem

esse contacto direto, nomeadamente cozinha, economato, serviços técnicos e administração

(Quintas, 2006, p. 368).

Assim, para Quintas (2006), a estrutura organizacional de um hotel compreende um

conjunto de funções, todas com funções distintas, mas que só em conjunto conseguem exceder

as expetativas dos clientes. As funções são as seguintes:

Administração: Assegura o controlo de gestão das atividades administrativas e

financeiras, tendo a seu cargo os serviços administrativos, a direção financeira, a

contabilidade financeira e analítica, a faturação, o secretariado e o contencioso;

Direção: Responsável por fixar objetivos de gestão e formular políticas necessárias

à sua obtenção, assegurar as estruturas da organização e garantir o controlo dos meios

utilizados pela gestão e dos resultados obtidos pela entidade;

Marketing e Comercial: Promove a venda dos produtos e serviços do hotel. Para além

disso, realiza ainda prospeção de mercado, de forma a selecionar os segmentos de procura,

os canais de distribuição convenientes, os níveis de preços a praticar e os packages a criar;

Recursos Humanos: Responsável pela gestão de colaboradores da empresa, desde o

recrutamento e seleção de colaboradores até à sua avaliação profissional, processamento

de ordenados e prémios de desempenho;

Manutenção: Responsável pela conservação e reparação do edifício, instalações e

todos os equipamentos do hotel;

Segurança: Responsável pela segurança do estabelecimento, conservação do

equipamento de vigilância, segurança e controlo de pessoas;

Produção: Asseguram a realização das funções que garantem o desempenho eficaz

dos serviços do hotel, como o housekeeping e food and beverage (F&B). Este departamento

compreende secções como, o alojamento, a lavandaria, o restaurante, o bar, o room service,

a cozinha, a pastelaria, o economato, as compras e controlo;

Animação: Responsável pelo desenvolvimento de atividades recreativas

compreendidas no programa de animação, coordenando a utilização dos equipamentos de

lazer e desporto (por exemplo, a piscina, campo de golfe, court de ténis, ginásio, bicicletas).

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2.3.1.1. Departamento Comercial

Embora se confundam, frequentemente, o Departamento Comercial/Vendas e o

Departamento de Marketing, tratam-se de departamentos muito diferentes, mas

complementares (Quintas, 2006). Assim, mais especificamente, o Departamento Comercial do

hotel tem como responsabilidades a prospeção de clientes, realização de estudos de mercado,

promoção do hotel, estabelecimento de contactos com novos clientes, concretização de

contratos de alojamento e outros serviços, verificação de ocupações por cliente, divulgação de

ofertas especiais, desenvolvimento de ações de follow -up, isto é, contactar os clientes de forma

a receber um feedback do serviço que está a ser prestado (Castelli, 2006). Resumindo, o

Departamento Comercial encontra-se intimamente relacionado com as vendas concretizadas,

quer a um nível individual como de grupo (Quintas, 2006).

Os estudos de mercado realizados pelo Departamento Comercial permitem conhecer

diversos tipos de clientes, os seus desejos, necessidades e expetativas, tornando possível a sua

segmentação e a formulação de ações de marketing mais adequadas a cada segmento, seja lazer,

negócios, eventos ou grupos de turismo (Costa, 2009). No que respeita a operadores turísticos

e agências de viagens, o Departamento Comercial tem a responsabilidade de realizar as

seguintes tarefas (Kotler et al., 2010; Quintas, 2006):

Disponibilização de informação sobre o hotel, nomeadamente localização,

capacidade, tipo de alojamento e serviços oferecidos, entre todas as outras características

do estabelecimento hoteleiro;

Fornecimento de preços, disponibilidades e ofertas especiais, quando existem;

Informação sobre políticas de pagamento, condições de reserva e de cancelamento;

Confirmação de visitas de inspeção aos hotéis e famtrips (visitas de familiarização);

Participação em feiras, workshops e outros eventos que contribuam para a

manutenção das relações profissionais;

Visitas periódicas a clientes corporate para apresentar novidades e manter a relação

com os mesmos.

Sobre esta última tarefa, Kotler et al. (2010) referem que os comerciais atuam como elo

pessoal entre o hotel/grupo hoteleiro e os seus clientes. Desta forma, é também da sua

responsabilidade manter uma relação estreita, através de visitas periódicas ou outros meios de

contacto, promovendo um clima de proximidade (Castelli, 2006). É, assim, após estas visitas e

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contactos que se devem desenvolver ações de follow-up, pois esta ação tende a ser decisiva na

realização de novos negócios e na fidelização dos clientes (Quintas, 2006).

Os comerciais guiam-se, em parte, pelo Plano de Ações, elaborado pela Direção, que

fixa um conjunto de entidades a contactar, eventos onde participar e ações de relações públicas

a desenvolver. Para além disso, nesse plano são também dadas diretrizes em relação às equipas

que deverão ser mobilizados para participar nessas ações, os seus objetivos e orçamento (Costa,

2009). É ainda no Departamento Comercial que, normalmente, se regulamentam as políticas de

depósitos e de cancelamento, possíveis ofertas e descontos, formalidades de confirmação de

reservas e políticas de preços a aplicar a distribuidores (Quintas, 2006).

De certo modo, pode dizer-se que este departamento é o back office da política

operacional do hotel, pelo menos na vertente que envolve as operações com as agências de

viagens e operadores turísticos. Costa (2009) defende que o êxito do trabalho comercial nos

mercados turísticos depende não só da qualidade do serviço prestado e da participação dos

clientes mas também do esforço dos elementos das forças de vendas, da sua formação,

capacidades técnicas e persistência.

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3. Grupo Hotéis Real

O grupo Bernardino Gomes conta com mais de cinquenta anos de história, tendo

iniciado a sua atividade no ramo da construção civil e promoção imobiliária e, mais tarde,

orientando-se também para a Hotelaria. O grupo Hotéis Real, apesar da sua curta existência, é

já uma referência no mercado Português, integrando-se na empresa Bernardino Gomes – Gestão

Hoteleira, S.A., fundado em 1994, por João Bernardino Gomes.

Com uma estrutura forte e experiência ampla, o grupo tem-se afirmado, no mercado,

como uma empresa de renome pela qualidade e excelência dos seus projetos, bem como dos

materiais utilizados nos seus hotéis e serviços. Com quase duas décadas de existência, o grupo

guia-se ainda pelos mesmos princípios e valores com que foi construído.

3.1. Unidades Hoteleiras

O grupo Hotéis Real tem, atualmente, em funcionamento pleno, nove unidades em

Portugal, sendo três distribuídas pela região de Lisboa, duas pela Costa do Estoril e Cascais e,

outras quatro unidades encontram-se distribuídas pelo Algarve, como se resumiu na Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição das unidades hoteleiras do grupo Hotéis Real

Grupo Hotéis Real

Unidade Hoteleira Localização Ano de Abertura Categoria

Hotel Real Parque Lisboa 1994

Real Residência Lisboa 1996

Real Bellavista Hotel & Spa Albufeira 2002

Hotel Real Palácio Lisboa 2003

Hotel Real Oeiras Oeiras 2003

Grande Real Santa Eulália Resort &

Hotel Spa Albufeira 2004

Grande Real Villa Itália Hotel & Spa Cascais 2007

Real Marina Hotel & Spa Olhão 2010

Real Marina Residence Olhão 2010

Fonte: Elaboração própria

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A Figura 1 reflete a história e evolução do grupo Hotéis Real ao longo dos últimos anos,

bem como os projetos futuros já anunciados. No esquema, esta informação aparece de forma

sintetizada, mas de seguida, apresenta-se uma descrição mais detalhada.

Figura 1 - Cronograma do grupo Hotéis Real

Fonte: Elaboração própria

Em 1994, abriu o Hotel Real Parque, de 4 estrelas, com 153 quartos, localizado em

Lisboa. Três anos depois, em 1997, foi a vez da Real Residência – Apartamentos Turísticos,

com 24 apartamentos e estúdios, na mesma cidade.

Em 2002 inaugurou-se o Real Bellavista Hotel & Spa, também este de 4 estrelas, mas

em Albufeira, com 193 quartos. No ano seguinte, em 2003, foi a vez do Hotel Real Oeiras, de

4 estrelas, com 100 quartos, localizado na Costa do Estoril. Ainda nesse ano foi inaugurado o

Hotel Real Palácio, de 5 estrelas, localizado no centro de Lisboa, num antigo palacete do século

XVII, contando com um total de 147 quartos, dos quais 12 estão inseridos no próprio palacete.

Em 2004 abriu as portas o Grande Real Santa Eulália Hotel & Resort Spa, de 5 estrelas,

também em Albufeira, em frente à praia de Santa Eulália, com 344 quartos. Em 2007 chegou o

Grande Real Villa Itália Hotel & Spa, de 5 estrelas, com 124 quartos, em Cascais, frente à baía,

fruto da adaptação da antiga casa do último rei de Itália. Em 2010 foram inaugurados, em Olhão,

o Real Marina Hotel & Spa, de 5 estrelas, em frente ao Parque Natural da Ria Formosa, com

144 quartos, e o Real Marina Residence, sobre o mesmo parque natural, com 80 apartamentos

e acesso aos equipamentos do hotel.

Em 2017 foram anunciadas as novidades do grupo, nomeadamente um espaço, em

Alcântara, exclusivamente dedicado a eventos com capacidade para 300 pessoas sentadas. A

outra novidade foi a abertura, para 2018, de um novo hotel com temática burlesca, o Hotel Real

Maxime, na emblemática praça da Alegria, ocupando o espaço de um antigo cabaret.

2004

Grande Real Santa

Eulália

2007

Grande Real Villa

Itália

2010

Hotel Real

Marina

2003

Hotel Real Palácio

Hotel Real Oeiras

1996

Real Residência

1994

Hotel Real Parque

2002

Hotel Real

Bellavista

2017

WIP – Espaço

para eventos

2018

Hotel Real

Maxime

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3.1.1. Unidades em Lisboa

Como referido anteriormente, o grupo Hotéis Real dispõem de três unidades hoteleiras

na cidade de Lisboa, duas são hotéis (4 e 5 estrelas) e outra, uma residência (4 estrelas). No

mapa representado pela Figura 2, indicam-se as localizações dos mesmos, uma vez que todos

eles se encontram muito próximos uns dos outros e, no centro de Lisboa.

Figura 2 – Mapa de Lisboa com a localização do Hotel Real Palácio, Hotel Real Parque e Real Residência

Fonte: Google Maps

3.1.1.1. Hotel Real Parque ****

O Hotel Real Parque é um hotel de 4 estrelas e tem uma localização privilegiado no

coração de Lisboa, dispondo de 153 quartos. Este hotel tem diversos atrativos para os seus

clientes ou passantes, sendo o principal o Real Sports Bar, um espaço dedicado a todos os

amantes do desporto, onde estes podem acompanhar os campeonatos nacionais e internacionais,

ou seja, um local de culto ao desporto, onde todos os fãs podem viver grandes emoções.

Outro atrativo deste hotel é o restaurante/pastelaria Real Cantinho, onde os hóspedes ou

mesmo outros passantes podem descobrir os encantos da cozinha tradicional portuguesa. Este

espaço tem tanto sucesso junto dos seus clientes que foi criada uma página online1para venda

para fora de pratos quentes, doces e salgados, onde os interessados podem encomendar o que

pretenderem e levantar no estabelecimento.

1http://www.realparque.realhotelsgroup.com/loja-real-cantinho

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3.1.1.2. Hotel Real Palácio *****

O Hotel Real Palácio é um hotel de 5 estrelas situado no centro de Lisboa, resultante da

recuperação do antigo Palácio Guedes Quinhones, de meados do século XVII. Com um total

de 147 quartos (dos quais 12 estão integrados no antigo Palacete), o Hotel Real Palácio é fruto

de uma sinergia perfeita entre o registo clássico e o contemporâneo, remetendo o hóspede para

uma história de encantar.

Neste hotel, a criatividade e inovação alinham-se à tradicional gastronomia portuguesa,

no restaurante Real Cozinha Restaurante. Para além disso, os hóspedes podem também

disfrutar de uma massagem no Health Club. No que se refere a eventos, o Hotel Real Palácio

dispõe de 5 salas com capacidade para 230 pessoas.

A novidade mais recente deste hotel é a Adega do Palácio, o novo wine bar de Lisboa,

com um ambiente distinto e acolhedor, sendo o local ideal para amantes de vinho e de petiscos

portugueses. Com mais de 140 referências de vinhos das zonas vitivinícolas mais nobres de

Portugal e uma cuidada seleção de tapas, este é o local ideal para um final de tarde entre amigos.

3.1.1.3. Real Residência ****

Em alternativa à estadia num hotel, o Grupo Hotéis Real apresenta os apartamentos

turísticos, de 4 estrelas, no centro de Lisboa, com um ambiente acolhedor e familiar. A Real

Residência tem 22 apartamentos e 2 estúdios totalmente equipados, criando todas as condições

para que os seus hóspedes se sintam em casa. A localização destes apartamentos turísticos é no

centro de Lisboa, perto dos principais pontos de interesse cultural e de animação.

3.1.2. Unidades em Cascais e Oeiras

Fora do centro de Lisboa, mas perto, encontra-se duas das unidades hoteleiras do grupo,

uma de 4 estrelas em Oeiras, essencialmente para o segmento corporate e, outra unidade de 5

estrelas na vila de Cascais, esta mais dedicada ao segmento de luxo.

3.1.2.1. Grande Real Villa Itália Hotel & Spa *****

O Grande Real Villa Itália Hotel & Spa é um hotel de 5 estrelas em Cascais, banhado

pelas praias da cidade de Lisboa e a 30 quilómetros do centro da cidade. Com um ambiente

onde o clássico e o contemporâneo se fundem num só cenário, o Grande Real Villa Itália & Spa

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resulta da recuperação das antigas casas do último Rei de Itália – Humberto II. Este é um hotel

distinto, uma vez que é membro Leading Hotels of the World 2 (LHW), uma organização de

hotelaria que representa mais de 380 dos melhores e mais luxuosos hotéis, resorts e spas do

mundo, localizados em mais de 80 países.

O Grande Real Villa Itália Hotel & Spa tem um total de 124 quartos incluindo as

sofisticadas suites e penthouses familiares. Este hotel oferece aos seus clientes uma gastronomia

de excelência no Restaurante La Terrazza e no Belvedere Ristorante, preparada pelo premiado

e conceituado Chef Paulo Pinto.

Outro dos atrativos principais deste hotel é o Real Spa Therapy, um spa com tratamentos

exclusivos de Talassoterapia que apostam em ingredientes portugueses com benefícios

comprovados, o que faz com que os seus hóspedes tenham uma experiência sensorial única. No

que respeita a reuniões e eventos, o Grande Real Villa Itália dispõe de 19 salas multifuncionais

totalmente equipadas com capacidade para 400 pessoas.

3.1.2.2. Hotel Real Oeiras ****

O Hotel Real Oeiras localizado na Costa do Estoril, próximo dos principais centros de

negócio do país, Quinta da Fonte, Lagoas Park e Tagus Park, reúne todas as condições para

uma viagem de negócios e lazer, sendo portanto um hotel mais direcionado para o segmento

corporate. O hotel dispõe de 100 quartos e 8 salas multifuncionais com capacidade para 380

pessoas, acesso wi-fi e shutle gratuitos para os principais centros de negócio das redondezas.

3.1.3. Unidades no Algarve

O grupo tem ainda uma elevada representação no Algarve, com propriedades em Olhão

e Albufeira, de 4 e 5 estrelas. Para além disso, dispõe ainda de apartamentos turísticos para os

hóspedes que preferem este tipo de alojamento, conseguindo na mesma desfrutar de quase todas

as infraestruturas disponíveis no hotel. Para além disso, o grupo oferece, aos seus clientes, duas

localizações, sendo uma calma e natural (Olhão) e a outra animada e turística (Albufeira).

2http://www.lhw.com/hotel/Grande-Real-Villa-Italia-Hotel-Spa-Cascais-Portugal

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3.1.3.1. Real Bellavista Hotel & Spa****

O Real Bellavista Hotel & Spa está localizado em Albufeira a poucos minutos do centro

e das magníficas praias da região. Com um ambiente descontraído e acolhedor, este hotel de 4

estrelas, dispõe de 193 quartos, 8 salas multifuncionais para eventos e reuniões, 2 restaurantes,

4 bares, 4 piscinas exteriores, 1 Kids Club com atividades diárias para crianças, atividades

lúdicas, desportivas e culturais para adultos, spa, ginásio e piscina interior aquecida.

Por fim, este hotel apresenta, ainda, uma oferta diversificada para os amantes de golfe e

ciclismo que prometem tornar a estadia dos hóspedes memorável. Outra das particularidades

deste hotel é ser o único do grupo que oferece regime ‘Tudo Incluído’, o que é muito apreciado,

especialmente pelas famílias.

3.1.3.2. Grande Real Santa Eulália Resort & Hotel Spa *****

O Grande Real Santa Eulália é um hotel resort localizado em Albufeira, em frente à

praia de Santa Eulália. Mais do que um hotel de 5 estrelas, é um destino onde os hóspedes

podem viver uma experiência marcante, sendo esta a promessa do grupo.

Para responder a diferentes necessidades e ocasiões, o Grande Real Santa Eulália Resort

& Hotel Spa dispõe de 344 quartos dos quais, 29 são suites e 155 são apartamentos de férias

T0, T1 e T2, totalmente equipados. Este hotel dispõe de todos os serviços necessários para a

estadia dos hóspedes: uma diversificada oferta gastronómica, discoteca, atividades para

crianças nos Kids Club, programas para famílias, piscinas para adultos e crianças, acesso direto

à praia de Santa Eulália, massagens e tratamentos com água do mar no Real Spa Therapy e,

ainda, 17 salas multifuncionais para os seus eventos.

3.1.3.3. Real Marina Hotel & Spa *****

Com uma vista privilegiada sobre o Parque Natural da Ria Formosa, eleita uma das 7

Maravilhas Naturais de Portugal e, a apenas 15 quilómetros da cidade de Faro, o Real Marina

Hotel & Spa é o local ideal para os amantes do Algarve conhecerem o sotavento algarvio.

Este hotel está localizado em Olhão, em frente à Ria Formosa e à Marina de Olhão e

dispõe de 144 quartos. Aqui, os hóspedes são convidados a saborear o melhor da gastronomia

algarvia e a descontrair numa experiência sensorial única no Real Spa Therapy.

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O Real Marina Hotel & Spa proporciona, aos seus hóspedes, a descoberta de um Algarve

autêntico, onde as paisagens naturais, as atividades desportivas e os passeios na Ria Formosa

são algumas das sugestões. Este hotel é, ainda, ideal para viagem de trabalho ou para um evento

social, devido às suas salas para eventos, com luz natural, vista privilegiada e um serviço

personalizado.

.

3.1.3.4. Real Marina Residence ****

O Real Marina Residence está na mesma localização que o Real Marina Hotel & Spa,

mas apresenta-se como uma casa de férias/apartamento turístico. Este empreendimento é

composto por 80 apartamentos totalmente equipados, distribuídos por diversas tipologias que

se adequam a diferentes necessidades e momentos.

Os hóspedes do Real Marina Residence podem usufruir da maior parte das

infraestruturas e serviços existentes no Real Marina Hotel & Spa, nomeadamente os

restaurantes, as salas e o Real Spa Therapy, o que se torna ótimo, pois o cliente pode usufruir

de um ambiente mais intimista, mas com a possibilidade de ter a seu alcance serviços diversos.

3.1.4. Novidades do Grupo

Para além das nove propriedades apresentadas anteriormente, o grupo Hotéis Real tem

duas novidades: um novo espaço de eventos em Alcântara – o WIP – e uma nova unidade

hoteleira boutique ao estilo burlesco, na baixa Lisboeta (Praça da Alegria) – o Hotel Real

Maxime.

O espaço WIP (Work in Progress) é o novo espaço para eventos do grupo, em Alcântara,

Lisboa. Este espaço trata-se de um armazém com dois pisos, pretendendo ser versátil, mas

também ligado à cultura, com capacidade para trezentas pessoas sentadas em banquete ou

seiscentas em jantar volante. Para além destes dois estilos, também poderá servir para cocktails,

apresentações, discoteca, sala de espetáculos, entre outros.

Relativamente ao Hotel Real Maxime, ainda não foi apresentada uma data definitiva de

inauguração, sabendo-se apenas que é em 2018, com 70 quartos ao estilo burlesco, no antigo

edifício do Cabaret Maxime. Este hotel será totalmente direcionado para o segmento lazer, para

um público mais jovem que procura viver o lifestyle da cidade de Lisboa. O hotel terá ainda

uma sala de espetáculos para o entretenimento dos seus clientes.

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3.2. Marca, Missão e Valores

A missão dos Hotéis Real centra-se em proporcionar aos seus clientes experiências

únicas através das suas unidades e produtos de qualidade superior, suportados por um serviço

de excelência e que se traduza nos melhores rácios qualidade/preço.

Os valores defendidos por esta cadeia hoteleira são a superação, a portugalidade, a

excelência e a colaboração. Em primeiro, a superação demonstra a dedicação diária aos

hóspedes, a gestão de cada projeto de forma ímpar com o objetivo de elevar a qualidade do

grupo. A portugalidade demonstra o orgulho do que foi construído ao longo dos anos, bem

como a defesa do que é tipicamente português, como a gastronomia e costumes.

A excelência é representada pela constante busca pela perfeição, atuando com e para

quem procura os hotéis. Por fim, é através da colaboração, aliada à dedicação e coordenação

entre todas as equipas, que os Hotéis Real atingem a excelência.

3.3. Estrutura Interna

O organograma do grupo Hotéis Real é o apresentado na Figura 3. Esta organização

apresenta uma estrutura comandada pela administração e com alguns departamentos

centralizados e partilhados por todos os hotéis, como o departamento Financeiro, o de Recursos

Humanos, o de Qualidade e Projetos, o de Revenue Management, o de Marketing, o Comercial,

o de Segurança e Técnica e, por fim, o departamento de Cozinha, representado pelo chef

executivo, que lidera todos os chefs de cozinha dos diversos hotéis.

Depois, no que concerne especificamente aos hotéis, a gestão está dividida entre os

hotéis de Lisboa e os do Algarve. Por exemplo, o Diretor do Real Palácio, do Real Parque e do

Real Residência é o mesmo. No Algarve, também alguns diretores são comuns a alguns hotéis

e apartamentos turísticos. Para além disso, também no Algarve, existe um colaborador

responsável pela vertente comercial dos hotéis dessa região.

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Figura 3 – Organograma do grupo Hotéis Real

Fonte: Grupo Hotéis Real

3.4. Análise Estratégica

A análise estratégica é crítica no sucesso de uma empresa, uma vez que envolve a visão,

os valores, a missão e o pensamento estratégico. Este planeamento foca a importância da meta,

ou seja, onde se quer que a empresa esteja, fornecendo uma direção e apresentando alguns

objetivos para lá chegar. Duas ferramentas que são utilizadas no desenvolvimento da análise

estratégica são a análise PEST e a análise SWOT. A primeira evidencia e aborda todos os fatores

externos à empresa, mas muito importantes para o funcionamento da mesma e são inerentes ao

setor em que a empresa se insere. A segunda, por outro lado, analisa as forças e fraquezas

interiores à empresa e identifica também as oportunidades e ameaças do ambiente externo e

comum a todas as empresas do setor.

3.4.1. Análise PEST

A análise PEST aborda fatores externos importantes para o desenvolvimento de um

setor, nomeadamente fatores político-legais, económicos, socioculturais e tecnológicos. Uma

vez que os Hotéis Real são um grupo hoteleiro, inserem-se como atividade hoteleira e turística

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e, portanto, esta análise tenta expor as principais características do setor do turismo e hoteleiro

português, no que respeita aos fatores referidos anteriormente.

Fatores Político-Legais

A Europa é o principal destino turístico a nível mundial. O turismo desempenha um

importante papel em várias regiões europeias, particularmente nas menos desenvolvidas,

devido ao seu considerável efeito de contágio (Comissão Europeia, 2018). Em parte, a União

Europeia (UE) propicia, também, o turismo interno pois, uma das suas caraterísticas é o livre-

trânsito de cidadãos dos seus estados-membros, o que facilita a deslocação e interesse por outros

países da UE. Para além disso, nunca se deve esquecer que o Fundo Europeu de

Desenvolvimento Regional (FEDER) apoia a competitividade, a sustentabilidade e a qualidade

do turismo a nível regional e local (Comissão Europeia, 2018).

Em 2011, devido à situação de emergência financeira em que Portugal se encontrava,

de modo a fazer faces às suas necessidades de financiamento, comprometeu-se ao Programa de

Assistência Económica e Financeira (PAEF), o que levou à adoção de diversas medidas de

consolidação orçamental, como a reestruturação da taxa de Imposto de Valor Acrescentado

(IVA) aplicável ao setor da restauração e similares, que baixou de 23% para 13%, em Julho de

2016, o que diminuiu a taxa de desemprego do setor e permitiu que novos investimentos

surgissem (Almeida, 2018).

Ainda relativamente à tributação, uma vez que um dos motores da economia portuguesa

é o turismo e, de modo a assegurar a competitividade do país como destino turístico, a taxa de

IVA reduzida de 6%, aplicável ao alojamento, permaneceu inalterada. Portugal apresenta-se

ainda como privilegiado no que respeita a fiscalidade do setor do turismo, quando comparado

com os destinos turísticos seus concorrentes, conseguindo, por esta via, garantir um positivo

desempenho. Após inúmeras especulações, verificou-se, em 2017, o fim da sobretaxa de

Imposto sobre os Rendimentos (IRS) (Economias, 2017), embora possam ainda existir acertos

em 2018 e contrariamente ao esperado a Taxa Social Única (TSU) não baixou, mantendo-se

nos 23,75% a ser pago pelas empresas, sobre cada um dos seus funcionários (Sapo24, 2017).

Existem diversas entidades institucionais que, em Portugal, exercem influência sobre o

setor do turismo, nomeadamente o Governo, a Associação da Hotelaria de Portugal, o Turismo

de Portugal, a Organização Mundial de Turismo, entre outros. O Turismo de Portugal é

responsável pela promoção, valorização e sustentabilidade das atividades turísticas em

Portugal, de modo a alavancar as potencialidades de Portugal e apoiar o desenvolvimento dos

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investimentos deste setor. Relativamente à fiscalização, a Autoridade de Segurança Alimentar

e Económica (ASAE) apresenta-se como autoridade administrativa nacional especializada no

âmbito da segurança alimentar e da fiscalização económica.

Portugal começa, atualmente, a ficar alerta para situações resultantes do crescimento do

turismo, especialmente nos centros históricos de Lisboa e do Porto, que levam a um crescimento

exponencial do valor das rendas das casas, a crescente pressão turística, disseminação de

estabelecimentos de alojamento local, o encerramento de lojas históricas e o despejo coercivo

de inquilinos. Como resposta a este problema, o Governo Português encontra-se a rever a nova

lei do arrendamento urbano, a fim de salvaguardar os direitos de habitação dos inquilinos

(Sampaio, 2018).

Fatores Económicos

O peso do turismo sobre a economia nacional está a aumentar, gerando, em 2016 perto

de 11,5 mil milhões de euros, o que representou mais de 7% do Valor Acrescentado Bruto

(VAB) gerado pelo conjunto da economia nesse ano. E os turistas também estão a gastar mais,

uma vez que, nesse mesmo ano o consumo dos turistas ultrapassou os 23 mil milhões de euros,

o equivalente a mais de 12% do PIB do país (INE, 2017). Significa isto que Portugal é o

segundo país da Europa onde o turismo tem maior relevância na economia nacional (Relvas,

2017). O crescimento não é semelhante em todas as regiões, sendo que Lisboa se apresenta

como a região que mais tem contribuído, com 10% no número de hóspedes, que foi

acompanhado por um crescimento de 20% da rentabilidade da hotelaria, o que demonstra que

a cidade também está a crescer em valor (Pinto, 2017).

É importante salientar, também, que o turismo cresce quatro vezes mais do que a

economia nacional, sendo apontado como a principal atividade responsável pela redução do

desemprego, até porque nos últimos dois anos, hotéis, restaurantes e similares foram

responsáveis, em média, por um terço da criação de emprego em Portugal (Ribeiro, 2017).

Fatores Socioculturais

Em 2016, a população residente em Portugal ascendia a cerca de 10,4 milhões (INE,

2018), sendo que praticamente 50% da mesma é considerada população ativa (Pordata, 2018).

A densidade populacional nas regiões litorais é acentuada e as regiões de Lisboa e Porto

apresentam uma densidade consideravelmente mais elevada face às restantes regiões do país.

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-22-

Desde a crise económica que se instalou no país, há já alguns anos, os portugueses

admitem ter um nível de qualidade de vida baixo, ficando mesmo aquém da qualidade de vida

média na Europa, medida através do PIB por habitante em termos de Poder de Compra Padrão

(PCP), ficando perto da qualidade vida existente em países do leste europeu (Ferreira, 2017).

Relativamente à escolaridade, Portugal apresenta uma taxa de analfabetismo de ainda

5%, segundo os Censos de 2011, valor superior à média europeia (Botelho, 2016). Mas, em

2016, 75,3% dos alunos, em idade de frequentar o Ensino Secundário, estavam inscritos na

escola (Pordata, 2017) e, ainda nesse ano, Portugal tinha cerca de 362 mil indivíduos inscritos

no Ensino Superior (Pordata, 2017), que representa um crescimento de 1,5% em relação ao ano

anterior.

Portugal foi ainda considerado o 15º mercado mais atrativo para investir no setor de

viagens e turismo, graças, especialmente a fatores como os recursos humanos associados às

atividades turísticas, a saúde e higiene e ainda, em infraestruturas de serviço aos turistas,

segundo os dados revelados pelo Travel and Tourism Competitiveness Report (Caetano, 2017).

Fatores Tecnológicos

A tecnologia encontra-se presente na sociedade desde que é possível alterar a natureza,

através de ações artificiais transformadoras do meio (Arruda & Pimenta, 2005). O crescente

desenvolvimento das tecnologias de informação tem vindo a alterar os modelos de negócio

praticados e fenómenos como as redes sociais online e novas aplicações tecnológicas têm vindo

transformar a atividade turística, nomeadamente no que respeita às relações entre diversos

intervenientes.

Portugal já reconheceu a importância da tecnologia no turismo, sendo que o seu objetivo

é capacitar o destino turístico Portugal como uma Smart Destination, ou seja, desenvolver uma

forma de utilizar a tecnologia para melhorar o Turismo e, com isso, tornar mais positiva a

experiência do viajante num determinado país ou cidade. As pessoas serão sempre o core

business da indústria, pelo que é para elas que a tecnologia deve evoluir (Delgado, 2016).

Em relação à velocidade da internet, o acesso à internet fixa em Portugal é um dos mais

rápidos do mundo, com o país a ficar entre os 30 países mais bem posicionados (Silva, 2017).

Por outro lado, a velocidade média de download em Portugal encontra-se abaixo da maioria dos

outros países Europeus, mas, ainda assim, no que toca à disponibilidade de 4G, os resultados

em Portugal (71,2%) sobressaem aos de outros países europeus (André, 2018). Por fim,

relativamente a wi-fi, o Governo desenvolveu um projeto que tem como principal objetivo dotar

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-23-

os centros históricos das localidades portuguesas e as zonas de maior afluxo de turistas de redes

sem fios para permitir aos visitantes a partilha da experiência que está a usufruir no destino

(Publituris, 2016).

As tecnologias de informação e comunicação apresentam-se então como recursos de

elevado poder para o desenvolvimento do mercado turístico. O marketing turístico tem, ainda,

um papel fulcral, uma vez que dá possibilidade ao turista de conhecer virtualmente o destino

eleito para a viagem (Arruda & Pimenta, 2005).

Por fim, existem ainda as agências online que se destinam à prestação e venda de

serviços turísticos por essa via, atuando como intermediárias. Estas agências têm ganho maior

importância, uma vez que as vendas de viagens através da internet têm sido cada vez mais

expressivas, apresentando mesmo, em Portugal, um crescimento de 70%, em 2006 (Sapo,

2007). Esta tendência deverá continuar a crescer à medida que as ferramentas online se vão

tornando de utilização mais simples e do fácil acesso a essas ferramentas, nomeadamente

smartphones e tablets (Conyette & College, 2012)

3.4.2. Análise SWOT

A análise SWOT identifica e analisa forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Esta

sigla significa, exatamente, esses termos em inglês: strengths (forças), weaknesses (fraquezas),

opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). As forças são vantagens internas e as

fraquezas desvantagens internas da empresa em relação aos concorrentes. Por outro lado, as

oportunidades são os aspetos externos positivos que podem potenciar a vantagem competitiva

da empresa e as ameaças os aspetos externos negativos que podem pôr em risco a vantagem

competitiva da empresa.

Neste contexto, a análise SWOT irá identificar forças e fraquezas dentro do Grupo

Hotéis Real, bem como oportunidades e ameaças reveladas pelo ambiente externo. Esta

ferramenta é muito importante no que respeita à gestão e planeamento estratégico, pois permite

desenvolver um plano que afete variados fatores internos e externos, maximizando o potencial

dos pontos fortes e oportunidades e minimizando o impacto das fraquezas e das ameaças. Na

Tabela 2 é possível analisar as forças e fraquezas do grupo, bem como as oportunidades e

ameaças do setor hoteleiro.

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Tabela 2 – Análise SWOT do grupo Hotéis Real

Forças (strengths) Fraquezas (weknesses)

Possibilidade de reservar hotéis através do

website oficial do grupo

Presença ativa nas redes sociais tanto com a

divulgação de promoções/campanhas

Subscrição de newsletter

Antiguidade e força da marca Hotéis Real

Vários prémios e distinções

Parcerias com inúmeras empresas nas áreas de

influência dos hotéis, especialmente na zona do

Hotel Real Oeiras, devido à proximidade aos

centros empresariais

Hotéis com decoração pouco moderna

Baixa aposta na promoção dos hotéis nos

canais de distribuição pagos, que conseguem

alcançar maior audiência

Idade avançada de alguns hotéis

Elevada rotatividade de funcionários,

especialmente nas funções mais operacionais

Oportunidades (opportunities) Ameaças (threats)

Crescimento do número de dormidas em

Portugal

Crescente interesse dos turistas em Portugal

Promoção de Portugal nos países estrangeiros

Criação de pacotes turísticos mais atrativos

Crescimento do turismo de eventos em

Portugal

Crescimento do turismo de negócios,

especialmente na zona da Grande Lisboa

Estabilidade política

Criação de novas rotas aéreas e de maior

frequência de voos nas rotas já existentes

Taxa turística na cidade de Lisboa

Elevado número de concorrentes, devido ao

crescente interesse de investidores no setor

hoteleiro

Aumento do número de hotéis novos ou

renovados com tarifas atrativas

Dificuldade na contratação de colaboradores

especializados, devido aos baixos salários do

setor

Aumento da concorrência indireta de

alojamentos locais com qualidade semelhante à

de um hotel

Grandes exigências de recursos financeiros,

materiais e legais para a operação do negócio

O elevado crescimento do setor hoteleiro e o

baixo controlo sobre a entrada de novas

empresas

Fonte: Elaboração própria

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4. Estágio Grupo Hotéis Real

Com o término do primeiro ano do Mestrado em Gestão do Turismo e da Hotelaria,

tornou-se claro que seria muito importante colocar em prática todos os conhecimentos

adquiridos. Assim, o desejo era estagiar num departamento estratégico de um hotel ou cadeia

hoteleira. Após expor o pretendido ao Gabinete de Empregabilidade e de ter demonstrado

interesse especial por alguns hotéis/cadeias hoteleiras com as quais a universidade tem parceria,

surgiu a oportunidade de estagiar no Departamento Comercial do grupo Hotéis Real.

O estágio decorreu na sede do grupo, no centro de Lisboa, junto a dois dos seus hotéis

– Hotel Real Palácio e Hotel Real Parque - o que permitiu que o estágio tivesse, para além de

uma vertente estratégica, também uma vertente de observação da operação.

4.1. Departamento Comercial

O Departamento Comercial tem os seus objetivos, missões e responsabilidade que,

embora, em conjunto com outros departamentos contribuam para uma imagem coesa do grupo,

têm também as suas próprias especificidades. Na Tabela 3 são apresentados, então, os objetivos,

missões e responsabilidades deste departamento.

Tabela 3 – Objetivos, Missões e Responsabilidades

Objetivos Missão Responsabilidades

Incrementação da

Receita

Dar a conhecer o Grupo Hotéis

Real a nível nacional e

internacional como um grupo de

excelência

Atingir os objetivos propostos nos

vários segmentos (MICE,

Coporate e Lazer)

Maximização de

Recursos Diferenciação pelo serviço

Cumprir o orçamento proposto a

nível de Alojamento, F&B,

MOD’S ao nível do Grupo

Angariação de Novos

Accounts Ambição

Vender a marca Real como

sinónimo de portugalidade,

excelência, colaboração e

superação

Fidelização de Clientes Inovação Satisfação do cliente

Desenvolvimento de

parcerias e ações com

parceiros

Superação na expectativa dos

clientes

Conhecimento do

mercado/produto

Sinergias entre

Departamentos Trabalho em equipa

VOC (Voice of the cliente) –

Saber ouvir o cliente

Fonte: Grupo Hotéis Real

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Durante o estágio desenvolvido foi possível concluir que as principais atividades do

Departamento Comercial são a promoção dos hotéis a nível nacional e internacional, a

participação em feiras de turismo, workshops e visitas a clientes; a venda de todos os serviços

(Alojamento, F&B); focalização no relacionamento com os parceiros (Tour Operadores,

Agências e Empresas) e; por fim, dar a conhecer o produto através de convites a clientes.

No que respeita à organização do departamento, a sua composição de cinco elementos

é a seguinte: Diretor Comercial; Sales Manager; Senior Business Development Executive e dois

Business Development Executives (designados doravante, por vezes, por gestores de conta).

Durante o estágio, houve contacto direto com os gestores de conta e com o Sales Manager,

elementos que contribuíram para a aprendizagem e desenvolvimento pessoal.

Ainda relativamente à organização do departamento, cada um dos três gestores de conta

tem a responsabilidade de promover o grupo Hotéis Real em mercados específicos e a sua

divisão está espelhada na Tabela 4. O facto de cada elemento ter as suas zonas de influência,

beneficia e fortalece a relação de confiança entre o grupo hoteleiro e os accounts, pois os

representantes das empresas entram sempre em contacto com o seu gestor de conta,

estabelecendo uma relação benéfica para ambas as partes.

Tabela 4 – Organização de Mercados (Nacional e Internacional), por gestor de conta

Gestor de Conta Mercado

Nacional Internacional

Gestor de Conta A Região Norte, Oeiras, Cascais França, Bélgica, etc. (Todos os

países de idioma francês)

Gestor de Conta B Zona Parque das Nações,

Sintra, Região Sul

Alemanha, etc. (Todos os

países/zonas de idioma alemão)

Gestor de Conta C Lisboa Centro

Reino Unido, Espanha, etc.

(Todos os países/zonas de idiomas

inglês e espanhol)

Fonte: Elaboração própria

Embora, haja a divisão referida anteriormente, no caso de o respetivo gestor de conta

não ter disponibilidade imediata para resolver qualquer questão de um dos seus accounts, outro

elemento do departamento poderá dar seguimento ao pedido. Isto torna-se possível, uma vez

que existem documentos partilhados, que incluem alguns dos assuntos que poderão ter

necessidade de ser tratados.

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Obviamente, existem inúmeras outras funções desenvolvidas pela equipa comercial,

como por exemplo, a resposta a RFP’s (Request for Proposal), ou seja, a pedidos de

determinadas entidades que lançam a alguns hotéis, pedidos de cotação e de descrição do seu

hotel e das suas funcionalidades, de forma a tomar uma decisão com base em alguns critérios

do cliente. Para além disso, a presença de elementos do Departamento Comercial em famtrips,

ou seja, iniciativas que são desenvolvidas nos hotéis (podendo ser promovidas por entidades

externas, privadas ou públicas) para promoção do destino e do hotel, para potenciais pedidos.

4.2. Atividades Desenvolvidas

Todas as atividades desenvolvidas durante o estágio de um mês e meio, com início a 11

de Setembro e término a 30 de Outubro, estão especificadas nos capítulos abaixo. As tarefas

são apresentadas não pela ordem em que foram executadas, mas sim pela ordem que torna mais

explícita a compreensão e encadeamento das mesmas.

No cronograma representado pela Figura 4, é possível observar todas as atividades e os

períodos do estágio em que foram desenvolvidas. Este esquema ajuda também a compreender

quais as tarefas que mais tempo ocuparam ao longo do estágio e quais aquelas que eram mais

pontuais e de curta duração.

Figura 4 – Cronograma das atividades desenvolvidas

Fonte: Elaboração própria

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4.2.1. Acompanhamento de Reservas Rejeitadas no Segmento Corporate

No primeiro dia de estágio, a tarefa apresentada imediatamente, foi o acompanhamento

de reservas rejeitadas no segmento corporate. Esta tarefa consiste no registo das reservas

realizadas mas rejeitadas (pelo Departamento de Reservas), devido a falta de disponibilidade

dos hotéis ou a outros motivos. Assim sendo, o Departamento de Reservas reencaminha os e-

mails de resposta a clientes corporate, para o Departamento Comercial, quando estes rejeitam

o pedido realizado, pois o Departamento Comercial é responsável pela relação harmoniosa

criada entre o segmento corporate e os Hotéis Real. Assim, torna-se muito importante que os

gestores de conta tomem conhecimento destas tentativas de reserva. No Anexo I é possível

observar a troca de e-mails entre o cliente corporate e o Departamento de Reservas, quando a

reserva é rejeitada, para melhor compreensão do exposto.

Assim sendo, quando o Departamento Comercial recebe este tipo de correio eletrónico,

regista num documento de Excel (Figura 5) algumas informações sobre a tentativa de reserva,

sendo as mais importantes, o nome do account em questão (ou seja, da empresa parceira dos

hotéis que tentou efetuar a reserva), a datas pretendidas de check-in e check-out, o número de

room nights (RN), o hotel do grupo para onde foi pedida a reserva, o valor por noite (tendo em

conta, a tarifa contratada para a empresa) e, por fim, o valor total que os Hotéis Real perdem

com a impossibilidade de confirmar a reserva. Mas, para além disso, esse valor espelha também

o valor que o Departamento Comercial conseguiu trazer através das suas atividades de

promoção, mas que não conseguiu ser efetivamente realizado. O preenchimento do documento

da Figura 5 era, então, uma das tarefas desenvolvidas ao longo de todo o período de estágio.

Figura 5 – Tabela de Reservas Rejeitadas do Segmento Corporate

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Esta tarefa contribui para a missão da empresa, pois permite aos gestores de conta

compreender as necessidades reais dos seus accounts, independentemente da estadia se

verificar ou não. No fundo, o negócio que uma conta traz para os Hotéis Real traduz-se no

número de RN reais e no número de RN potenciais, ou seja, aquelas que a empresa tentou

reservar, mas que acabaram por ser rejeitadas, quer por falta de disponibilidade quer por outra

razão qualquer inerente à atividade e estratégia hoteleira.

Com esta informação, o gestor de conta pode tentar sugerir ao account datas alternativas

para a estadia ou aconselhá-lo a reservar com maior antecedência, uma vez que, de facto,

atualmente existe uma procura elevada, principalmente nos hotéis de Lisboa e de Oeiras, sendo

estes os preferidos, também, do segmento corporate. Muitos dos accounts tentam reservar

estadias para o próprio dia ou para os dias imediatamente seguintes à data da tentativa de

reserva, o que se torna praticamente impossível de conseguir confirmar, pois a taxa de ocupação

é já muito elevada.

Muitas vezes, o gestor de conta apercebe-se, através do sistema de PMS New Hotel, que

o account não tem reservado ultimamente. Neste caso, ao aceder ao documento de reservas

rejeitadas consegue confirmar se a empresa não efetua, de facto, reservas há algum tempo ou

se, até as efetua, mas estas são rejeitadas. Dependendo da situação, e, com toda a informação

disponível, o gestor de conta pode tomar as medidas que mais se apropriarem à situação.

4.2.2. Acompanhamento de Propostas de Grupos enviadas a Clientes

No documento de grupos, a tarefa desempenhada era registar todas as propostas

enviadas pelo Departamento de Grupos (departamento integrante do Departamento Comercial)

a clientes. Nesse documento registam-se, essencialmente, alguns dados-chave sobre a proposta,

nomeadamente, o account/empresa, a unidade hoteleira e datas pedidas, bem como as RN

correspondentes a essas datas, as tarifas dadas para a tipologia de quarto pretendido e qual a

receita total que a proposta pode gerar para o grupo hoteleiro, caso haja confirmação do cliente,

como é possível observar na Figura 6.

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Figura 6 – Tabela de Propostas de Grupos enviadas a Clientes

Embora a tarefa fosse registar todas as propostas enviadas pelo Departamento de

Grupos, eram salientadas aquelas que correspondiam a pedidos realizados por accounts dos

Hotéis Real, ou seja, por empresas que já tinham acordos comerciais com o grupo. Assim, o

objetivo de monitorização desta informação, por parte do Departamento Comercial, é

compreender se as suas ações de promoção geram negócio potencial, no que se refere a reservas

de grupos e, no fundo, qual o valor desse negócio, que pode ser bastante substancial.

Para além disso, torna-se importante que o Departamento Comercial tenha

conhecimento dos pedidos de grupos feitos pelas suas contas, o que, por vezes, passa

diretamente ao Departamento de Grupos, fazendo com que os gestores de conta não tenham

conhecimento de tal tentativa de reserva. Assim, através da partilha de informação das

propostas de grupos enviadas a clientes e do, consequente preenchimento do documento já

referido, o Departamento Comercial toma conhecimento do número de pedidos dos seus

accounts, bem como das suas exigências e necessidades, conseguindo assim, promover os

hotéis de forma adequada, tendo em conta as especificidades de cada cliente.

Finalmente, outra função deste registo é a possibilidade de se aceder rapidamente ao

conteúdo das propostas enviadas a clientes. Assim, se por exemplo um cliente cancelar a

estadia, o hotel ficará sem a ocupação que era garantida por esse grupo. Assim, através da tabela

anteriormente apresentada, consegue-se, com maior facilidade, perceber quais as propostas

enviadas para os clientes que pretendiam estadia nessas mesmas datas e, aí, tentar sondar se

ainda estão interessados naquelas datas e no grupo Hotéis Real.

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4.2.3. Preenchimento do Relatório de Leads

Outro documento muito importante para o Departamento Comercial é o relatório de

leads. Uma lead é uma potencial reserva de estadia, evento ou qualquer outro tipo de serviço,

realizado por um indivíduo ou uma organização que expressa interesse na satisfação do seu

pedido. Neste contexto, uma lead é um pedido de uma entidade já com algumas datas

estabelecidas (pode incluir mais do que uma data) para um hotel do grupo em particular ou não,

que foi especificamente pedido a um elemento do Departamento Comercial.

O relatório de leads está representado na Figura 7 e, como é possível perceber, é uma

tabela com alguns campos para preencher, nomeadamente: a origem da lead (empresa, agência

ou DMC); a nacionalidade do pedido; o segmento do mesmo (lazer, corporate ou MICE); a

data ou datas pedidas pela entidade (por vezes podem ser mais do que uma, pois podem ainda

não ser definitivas); o hotel ou hotéis pretendidos; a data de receção do pedido (que é geralmente

via e-mail ou telefone); as RN correspondentes ao período da estadia; os requisitos e

especificidades pedidos, especialmente, se existe ou não interesse em sala de reuniões ou algum

pedido de F&B e, por fim, o elemento do Departamento Comercial responsável por aquela lead.

A principal diferença entre o relatório de leads e as propostas de grupo enviadas a

clientes é que as leads chegam todas através de elementos do Departamento Comercial,

responsáveis pela promoção dos hotéis, enquanto, no documento de grupos, as reservas

potenciais poderão chegar por diversas vias ao Departamento de Grupos.

Figura 7 – Relatório de Leads do Departamento Comercial

Durante o estágio, a tarefa realizada em relação a este documento foi o registo de leads,

ou seja, quando um dos elementos do departamento recebia um pedido, enviava-me toda a

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informação sobre o mesmo e era, depois, efetuado o registo no relatório. Ao mesmo tempo, era

também enviado esse pedido ou para o Departamento de Grupos (quando o pedido envolve

alojamento para dez ou mais quartos); ou Departamento de Eventos dos Hotéis (quando só

envolve evento e não alojamento), para que lhe pudessem dar seguimento.

Este documento é muito importante, uma vez que se um evento ou reserva de grupo for

cancelada, o Departamento Comercial poderá aceder a este relatório para rapidamente analisar

outras entidades que pediram cotação para essas datas e, assim, verificar se ainda estão

interessadas. Para além disso, todas as leads que chegam ao grupo Hotéis Real são aqui

contabilizadas, ou seja, é neste documento que é possível consultar as leads que cada elemento

consegue angariar, isto é, mesmo sendo só potenciais reservas, significa que houve um interesse

da entidade em fazer reserva, ou seja, a promoção está a desenvolver bem a imagem dos hotéis

junto das empresas, agências e DMC’s.

4.2.4. Atendimento de Chamadas Telefónicas

O Departamento Comercial é um departamento que recebe inúmeras chamadas

telefónicas dos seus accounts ou mesmo de outros departamentos que precisam de auxílio em

alguma tarefa relacionada com a vertente comercial das operações.

Após algum tempo na sede, foi proposta a função de atendimento de chamadas

telefónicas, como uma das atividades do estágio. Para isso, houve maior envolvimento e

explicação das tarefas do departamento, apresentando alguns cenários possíveis e prováveis de

chamadas a receber. Houve ainda a explicação de redirecção de chamadas, ou seja, para onde

encaminhar as chamadas no caso de não serem tratadas pelo Departamento Comercial. Por

exemplo, se fosse um pedido com dez ou mais quartos teria de ser encaminhado para o

Departamento de Grupos; se fosse com menos de dez quartos teria de ser tratado com

Departamento de Reservas; se fosse um evento sem alojamento deveria ser encaminhado para

o Departamento de Eventos do hotel pretendido. Quando a chamada era para o Departamento

Comercial, o objetivo era tentar responder a eventuais pedidos, mas na impossibilidade de o

fazer, tinha de proceder ao registo do nome, contacto e outras informações pertinentes do

interlocutor, para depois passar toda a informação ao elemento do departamento mais

apropriado para dar seguimento ao assunto em questão.

Esta tarefa, embora um pouco rotineira, era muito importante, pois faz parte da política

dos Hotéis Real não deixar o telefone tocar mais de três vezes, sendo sempre essencial atender

chamadas, mesmo aquelas que não vêm diretamente para o telefone do departamento. Assim,

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o bom desenvolvimento desta tarefa é essencial, pois é fundamental que o primeiro contacto

com o interlocutor seja agradável, apostando numa postura simpática e prestável. Só assim é

possível prestar um serviço de excelência permanente perante os clientes, sejam eles clientes

finais ou não, e o princípio da excelência é um valor do grupo.

4.2.5. Análise e Construção da Tabela de Accounts

A Tabela de Accounts é, sem dúvida, o documento mais importante de todos os que

foram apresentados durante o estágio, sendo essencial para o desenvolvimento das atividades

do departamento, uma vez que esta tabela apresenta-se como uma ferramenta fácil para

consultar as tarifas dos accounts, num determinado hotel do grupo.

É importante frisar que as tarifas de um mesmo account podem divergir de hotel para

hotel, isto porque depende do histórico de reservas dessa conta em determinado hotel, e não no

grupo por inteiro. As tarifas atribuídas a uma conta podem ir da tarifa mais dispendiosa

(Standard) até à tarifa mais apelativa, ou seja, mais baixa (HRF3), passando pelas tarifas HRF9,

HRF1 e HRF2. A título de exemplo, e para melhor compreensão, no Hotel Real Palácio e no

Hotel Real Parque, os valores de cada tarifa são os espelhados na Tabela 5.

Tabela 5 – Tarifas Corporate do Hotel Real Palácio e Hotel Real Parque

Tarifas

Corporate

Hotel Real Palácio Hotel Real Parque

Quarto

Single Quarto Duplo Quarto Single Quarto Duplo

Standard € 85,00 € 95,00 € 80,00 € 90,00

HRF9 € 82,00 € 92,00 € 72,00 € 82,00

HRF1 € 80,00 € 90,00 € 70,00 € 80,00

HRF2 € 75,00 € 85,00 € 65,00 € 75,00

HRF3 € 70,00 € 80,00 € 60,00 € 70,00

Como referido, o mesmo account pode pertencer a classificações de tarifas diferentes

para hotéis diferentes. Por exemplo, a empresa XPTO pode ter uma tarifa HRF3 no Hotel Real

Palácio e uma tarifa HRF1 no Hotel Real Parque. Isto pode acontecer se a empresa tiver um

histórico elevado de reservas de noites no Hotel Real Palácio, o que lhe confere uma tarifa mais

baixa neste hotel (HRF3) do que no Hotel Real Parque (HRF1). Quando isto acontece, ou seja,

quando um mesmo account não tem uma tarifa igual para todos os hotéis, o tipo de acordo

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comercial denomina-se por negociado, enquanto quando a empresa tem a mesma tarifa para

todos os hotéis, o tipo de acordo comercial toma o nome da tarifa aplicada.

Outras informações importantes, que se pode encontrar na tabela de accounts são o

gestor de conta, o tipo de acordo comercial, a data em que foi enviado o contrato para a empresa

e, ainda, quem foi o gestor de conta que criou o contrato, como é possível ver na Figura 8. Para

além dos campos referidos, esta tabela está também preparada para receber as informações

referidas nos pontos 4.2.1 e 4.2.2, ou seja, o número de RN de reservas rejeitadas e ainda o

número de pedidos de grupos dos accounts. Para além disso, esta tabela recebe também, claro,

a produção de RN que foram efetivamente reservadas e confirmadas, o que é possível verificar

através da extração de um relatório do sistema PMS New Hotel. Todas estas informações juntas

são o que permite, aos gestores de conta, tomar uma decisão no que respeita à alteração ou não

de tarifa para uma determinada empresa/conta.

Assim sendo, quando é necessário renovar os acordos comerciais, todas estas

informações são tidas em conta, mas não só. Nunca se pode esquecer o papel que a relação de

confiança entre o gestor de conta e o representante do account, pois é também através desta

relação que se consegue compreender as intenções da empresa no que respeita a potenciais

reservas quer sejam de alojamento, espaços ou outros serviços que os hotéis possam oferecer.

Figura 8 - Tabela de Accounts para 2018 (Tarifas e Produção de Negócio)

Como se pode perceber pela Figura 9, neste documento, é ainda possível encontrar as

informações sobre a empresa (morada, código-postal e localidade) e sobre a pessoa de contacto

na empresa (telefone, telemóvel e e-mail). Assim, outra das tarefas do estágio foi a confirmação

de informações, junto das empresas, através de contacto telefónico e envio de e-mails, o que

permitiu verificar que muitas das informações das empresas estavam desatualizadas, o que

compromete, sem dúvida, a relação entre o gestor de conta e o account.

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Figura 9 - Tabela de Accounts para 2018 (Informações e Contactos)

Considerando, agora, o processo de criação de um novo account, este pressupõe a

inserção dos dados no sistema PMS New Hotel mas, para maior comodidade e facilidade de

consulta, as informações essenciais são inseridas, também, na tabela de accounts. Assim, outra

das atividades do estágio era a o preenchimento das informações do novo account (número de

identificação de pessoa coletiva (NIPC), a morada da sede, o contacto da pessoa que tratará das

reservas junto dos hotéis, etc.) e, ainda, a inserção da tarifa que lhe será aplicada. Geralmente,

quando se trata de um novo account, a tarifa atribuída é a standard, a tarifa mais alta e, tendo

em conta que não há histórico de reservas e pedidos da empresa, torna-se a tarifa mais

conservadora para o primeiro ano de acordo comercial. Claro que este critério não é obrigatório,

portanto, se o gestor de conta considerar pertinente atribuir uma tarifa mais baixa, tem liberdade

para o fazer. Esta decisão poderá ser tomada tendo em consideração a evolução do número de

funcionários da empresa, o crescimento da mesma, entre outros fatores pertinentes e

justificativos para uma tarifa mais baixa que a standard. No fundo, na maior parte das vezes,

depende do número potencial de reservas que esta conta poderá confirmar nos Hotéis Real.

No último trimestre do ano são enviados, para os accounts, os novos acordos comerciais

com os valores de estadia nos hotéis para o ano seguinte. É importante ressalvar que a empresa

não sabe qual o grau de tarifa em que se insere, sabendo apenas o valor que lhe foi atribuído

por noite, por hotel. O modelo de acordo comercial que é enviado pelo gestor de conta encontra-

se no Anexo II, tanto para uma nova conta, como para a renovação anual de acordo comercial.

Uma vez que o estágio se realizou no período em que estavam a ser enviados as

renovações de acordos comercial para 2018, outra das responsabilidades foi o preenchimento

dos campos referentes às tarifas aplicadas a cada hotel, para cada account, de acordo com as

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diretrizes dos gestores de conta, que tinham já revisto as tarifas para 2018. Após o

preenchimento da informação das tarifas era ainda criado o documento de acordo comercial

(Anexo II) e, posteriormente, enviado para o gestor dessa conta, para que este o enviasse para

a empresa.

Em jeito de resumo, em relação a este documento, foram inúmeras as tarefas

desenvolvidas durante o estágio, que serão enumeradas de seguida:

a. Atualização das informações das empresas e das pessoas de contacto das empresas que

fazem parte dos accounts do grupo;

b. Inserção de informações relativas à produção dos accounts, nomeadamente o número

de RN rejeitadas e de pedidos de grupos;

c. Criação de novos accounts na tabela, nomeadamente a inserção de informações da

empresa e da pessoa de contacto, bem como da inserção da tarifa para os novos accounts;

d. Preenchimento das tarifas revistas, pelos gestores de conta, para o ano de 2018 e

criação do documento de acordo comercial para, posteriormente, ser enviado para a

empresa a informar as novas tarifas.

As tarefas aqui descritas foram de elevada importância e ocuparam um elevado número

de horas do estágio, mas foram fundamentais, pois devido ao volume de trabalho que os

elementos do departamento tinham, não conseguiam completar esta tarefa e era importante que

as renovações de acordos comerciais fossem dadas a conhecer aos accounts algum tempo antes

de entrarem em vigor, para haver espaço a negociação, caso o mesmo assim o exigisse. Assim

sendo, e devido à importância desta tarefa, sempre lhe foi dada prioridade.

Com o envio antecipado em relação à concorrência, espaço para negociação e

possibilidade de reduzir a tarifa se assim se justifique, os Hotéis Real conseguem fidelizar os

accounts que ainda têm margem para crescer no que diz respeito a número de reservas e exceder

as expectativas daqueles que escolhem sempre o grupo como primeira opção.

4.2.6. Carregamento de Dados na Plataforma Comercial de Accounts

A plataforma comercial com informação sobre os accounts é, no fundo, a transposição

de todas as informações disponíveis na tabela de accounts para uma aplicação online que

permite, ao gestor de conta ou outro elemento do departamento, aceder a toda a informação no

seu tablet, telemóvel ou computador portátil, quer seja no escritório ou no cliente. Assim, em

tempo real poderão ser atualizadas informações que ficam logo acessível a todos.

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No início do estágio, esta aplicação já estava programada e à disposição do

departamento, mas ainda muito pouca informação tinha sido carregada na mesma. Portanto,

uma das tarefas do estágio foi carregar informação sobre os accounts e sobre a pessoa de

contacto associada a cada um. Assim, relativamente aos accounts, as informações a inserir eram

as que mostra o print da Figura 10, mas também outras como o nome do gestor de conta, a data

de envio do acordo comercial e as tarifas praticadas para a entidade. Já para as informações da

pessoa de contacto, os campos de preenchimento eram o nome da pessoa de contacto, o seu e-

mail e telefone. No fim, tinha então de se fazer a associação entre o contacto e a empresa de

que faz parte.

Esta aplicação é importante, pois permite aos gestores de conta responder com maior

brevidade e facilidade aos seus accounts, sem existir a necessidade de estar no escritório para

confirmar valores ou outras informações. É uma ferramenta que permitirá exceder a expectativa

dos clientes e, assim, garantir a sua satisfação através da criação de uma melhor relação.

Figura 10 – Aplicação do Departamento Comercial (Página para adicionar entidade)

4.2.7. Agendamento de Reuniões de Promoção

A promoção dos hotéis junto dos accounts e de outras entidades é uma das atividades

do Departamento Comercial e é muito importante, pois se os clientes não tiverem conhecimento

dos hotéis não poderão querer ficar hospedados neles ou sequer realizar atividades como

reuniões ou outros eventos. Assim sendo, os gestores de conta têm de promover os hotéis junto

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dos seus accounts ou de potenciais accounts, fazendo-lhes visitas regulares. Estas visitas são

importantes para apresentar tanto as novidades do grupo como para relembrar os serviços

disponibilizados pelos hotéis. Para além disso, estas visitas têm, ainda, o intuito de conhecer

melhor a estrutura das empresas e as suas necessidades no que respeita a eventos, estadias, entre

outros, para que assim se consiga promover corretamente os hotéis dando especial enfoque

aquilo que o cliente poderá necessitar.

O gestor de conta B era o novo responsável pelo mercado algarvio e, portanto, nunca

tinha realizado nenhuma visita na zona, o que era urgente, pois ainda não existia uma relação

entre este e os representantes das contas algarvias. Posto isto, era necessário o agendamento de

reuniões no Algarve durante uma semana inteira. Consequentemente, outra das atividades

desenvolvidas durante o estágio foi a marcação e criação de uma agenda de reuniões.

Em primeiro lugar, foi necessário selecionar as empresas mais importantes para se

visitar, uma vez que o tempo era limitado. O critério de seleção foi o número de RN das

empresas nos Hotéis Real, ou seja, o objetivo era contactar em primeiro lugar, as empresas com

maior número de estadias reservadas. Apuradas essas empresas, foram realizadas chamadas

telefónicas, sendo este o meio de comunicação preferencial, pois é o mais claro e é aquele com

maior taxa de sucesso no que respeita à marcação de reuniões de promoção. Assim, na chamada

telefónica era importante referir que se tratava de uma reunião de curta duração (cerca de 10/15

minutos), cujo objetivo era a apresentação do novo gestor de conta e das novidades do grupo.

Assim sendo, após uma resposta afirmativa por parte da empresa era necessário acordar dia e

hora que conviesse a ambas as partes e, portanto, feito isto, era enviado um e-mail de

confirmação para o contacto da empresa. Após a marcação de todas as reuniões da semana, foi

enviada uma agenda para o gestor de conta para que este conseguisse visualizar mais claramente

todas as reuniões da semana (Figura 11).

Esta atividade foi muito interessante pois, contrariamente ao esperado, as pessoas

abordadas foram todas muito agradáveis e disponíveis para a reunião, tentando coincidir

agendas e até sugerindo outras horas para garantir a sua presença. Nesta fase, houve a

atualização de inúmeras informações sobre a empresa, especialmente a mudança de moradas

da sede ou mesmo alteração da pessoa responsável pela marcação de estadias ou eventos. Todas

estas alterações eram então inseridas na tabela de accounts, para garantir sempre a atualização

deste documento.

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Figura 11 – Agenda de reuniões do gestor de conta C, no Algarve, Outubro 2018

4.2.8. Recolha de Confirmações para Almoços de Natal e Ação de Promoção

Com o objetivo de promover os Hotéis Real como localização possível para os jantares

de natal das empresas ou particulares e ainda para outros eventos de fim de ano, foram

realizados dois almoços (um no Hotel Real Palácio e outro no Hotel Real Oeiras) para

apresentar os menus de Natal, onde foram convidados os representantes das contas mais

importantes. Como referido, nos almoços foram servidos os pratos do menu disponível para a

época natalícia e festiva de 2017. No final de cada um dos almoços, realizou-se um sorteio,

onde os convidados se habilitaram a ganhar um almoço, uma massagem e a estadia de uma

noite num dos hotéis do grupo.

Com isto, até ao dia anterior aos almoços natalícios, uma das tarefas do estágio foi

realizar chamadas telefónicas para confirmar a presença de alguns convidados que não tinham,

até então, respondido ao convite online enviado. Infelizmente, a maior parte dos participantes

que não responderam não podiam estar presentes, mas muitos outros apenas se lembraram do

evento graças ao telefonema e, acabaram mesmo por confirmar a sua participação. Por fim, uma

vez que os convites online são uma ferramenta de marketing recente, alguns dos convidados

não tinham sequer aberto o convite, porque não perceberam do que se tratava, acabando por o

eliminar. Para além disso, era também necessário elaborar duas listagens de confirmações de

presença, uma ordenada por nome de empresa e a outra por nome de convidado, para facilitar

o check-in dos convidados nos almoços.

No almoço do Hotel Real Palácio, para além das atividades mencionadas associadas a

esta atividade, surgiu ainda oportunidade de estar presente nesse evento, para ajudar no check-

in dos convidados e acompanhar as gestoras de conta na ronda às mesas, com o objetivo de

falar com todos os convidados e promover os hotéis do grupo.

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4.2.9. Ação de Sales Blitz

No final do estágio, uma das tarefas desenvolvidas foi o acompanhamento na Sales Blitz,

ou seja, visitas rápidas e não anunciadas a muitos dos accounts do grupo Hotéis Real. Esta ação

durou pouco mais de uma semana e uma das atividades desenvolvidas foi o acompanhamento

das gestoras de conta durante cerca de três dias. Nos primeiros dois dias, as visitas foram

realizadas em Oeiras e no terceiro dia foram realizadas a algumas empresas no centro de Lisboa.

O principal objetivo desta ação era promover os hotéis, nomeadamente os serviços

relacionados com o Natal e Fim de Ano, tanto a nível empresarial como de lazer. Para além

disso, eram promovidas as salas de reunião e outros espaços para reuniões/conferências, bem

como apresentadas algumas novidades do grupo, nomeadamente a abertura do novo espaço de

eventos - o WIP - e a novidade da abertura, para 2018, do Hotel Real Maxime.

É de salientar ainda que nas visitas eram oferecidos, às empresas, brownies de chocolate,

como gesto de simpatia e de agradecimento pela parceria de 2017 e para fomentar uma boa

colaboração para o ano seguinte. No interior da embalagem de brownies existia um golden

ticket que poderia ter prémio ou não. O prémio era uma entrada para o Reveillon no Grande

Real Villa Itália Hotel & Spa, válida para duas pessoas.

Nestas visitas foi possível recolher algumas leads, ou seja, algumas potenciais reservas

tanto de estadia como de salas de reunião, espaços para jantares, etc. Parece, então, que através

destas visitas, foi possível suscitar interesse junto dos accounts e, assim, conseguir potenciais

reservas, o que é muito bom tanto para o Departamento Comercial como para os Hotéis Real.

4.3. Alinhamento entre conhecimentos adquiridos no curso e na empresa

As atividades desenvolvidas no estágio foram muito diversificadas e, portanto, os

conhecimentos adquiridos durante o ano curricular do Mestrado em Gestão do Turismo e da

Hotelaria foram muito importantes para o melhor desempenho e resultados dessas mesmas

atividades. Analisando, individualmente, cada tarefa, é possível alinhá-la com os conteúdos

aprendidos em algumas unidades curriculares específicas, como mostra a Tabela 6 abaixo.

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Tabela 6 – Alinhamento entre as atividades desenvolvidas do estágio e os conhecimentos adquiridos no

Mestrado

Atividades de Estágio Unidades curriculares (UC’s) do Mestrado

Acompanhamento de reservas rejeitadas no

segmento corporate

Consumos e Tendências em Turismo e

Hotelaria

Estratégia Empresarial

Acompanhamento de propostas de grupos

enviadas a clientes

Estratégia Empresarial

Consumos e Tendências em Turismo e

Hotelaria

Preenchimento do relatório de leads

Estratégia Empresarial

Consumos e Tendências em Turismo e

Hotelaria

Atendimento de chamadas telefónicas Gestão de Marcas Hoteleiras e Turísticas

Agendamento de reuniões de promoção Gestão de Marcas Hoteleiras e Turísticas

Estratégia Empresarial

Recolha de confirmações para os almoços de

Natal e Ação de promoção

Gestão de Marcas Hoteleiras e Turísticas

Comunicação Digital e Social Media

Consumos e Tendências em Turismo e

Hotelaria

Construção da plataforma comercial de

accounts Estratégia Empresarial

Análise e construção da tabela de accounts Estratégia Empresarial

Ação de sales blitz Gestão de Marcas Hoteleiras e Turísticas

Fonte: Elaboração própria

No que respeita à atividade de acompanhamento de reservas rejeitadas no segmento

corporate, é possível relacioná-la com as unidades curriculares (UC’s) de Consumos e

Tendências em Turismo e Hotelaria e de Estratégia Empresarial. A primeira UC permitiu

adquirir conhecimentos das tendências hoteleiras atuais, especialmente as tendências

relacionadas com o turismo de negócios e a sua crescente importância, pois este era o principal

segmento trabalhado no estágio. Assim, o conhecimento adquirido foi muito importante para

compreender as tendências desse tipo de turistas, pois só assim é possível apresentar alternativas

adequadas e promover os serviços que se alinham com as necessidades e singularidades dos

clientes deste tipo de turismo. No Anexo I verifica-se que, de facto, o Departamento de Reservas

propõe alternativas, na impossibilidade de satisfazer o pedido do cliente.

Por outro lado, na UC de Estratégia Empresarial foi lecionada a importância da

informação dentro de uma organização. É, no fundo, esta informação que permite gerar

conhecimento e prever situações e, consequentemente reagir a eventuais problemas. Assim

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sendo, a atividade de registo de todas as reservas rejeitadas de um account permite ao gestor de

conta aplicar tarifas tomando em consideração todas as RN solicitadas e não só aquelas que

foram confirmadas. Para além disso, existem diversos tipos de estratégias hoteleiras e, neste

caso, a estratégia é ajustar as tarifas do acordo comercial não só às RN realizadas, mas também

aquelas que não conseguiram ser confirmadas. Para além disso, existe também sensibilidade

para compreender o negócio potencial que uma empresa poderá gerar para os hotéis e, assim,

ajustar as tarifas. A estratégia não pode ser estanque nem depender apenas de números.

Ainda no que respeita a Estratégia Empresarial, na atividade de acompanhamento de

propostas de grupos enviadas a clientes era essencial tanto a obtenção e armazenamento de

informação, através do registo de todos os pedidos respondidos, como também a partilha de

informação entre o Departamento de Grupos e o Comercial. Para uma estratégia ser bem-

sucedida, é importante acompanhar os pedidos dos clientes até porque algum cliente pode

desistir e, nessas ocasiões, uma vez que existe o registo de informação, é possível verificar

outros clientes que tenham feito pedidos para as mesmas datas e, assim, tentar garantir a

ocupação, nesse período, para não perder a oportunidade de gerar receita. Esta tarefa seria

praticamente impossível se registassem todos os pedidos respondidos, mesmo aqueles que não

se confirmaram. Ainda relativamente à partilha de informação, a UC de Estratégia Empresarial

destacou a importância da comunicação entre departamentos de uma organização e, o

documento de acompanhamento de propostas de grupos enviadas a clientes é prova de que a

comunicação entre departamentos é necessária, pois o documento é preenchido pelo

Departamento Comercial, mas sobre propostas enviadas pelo Departamento de Grupos.

Os conteúdos lecionados em Consumos e Tendências em Turismo e Hotelaria foram

também importantes para a atividade de acompanhamento de propostas enviadas a clientes,

uma vez que permitiram compreender os serviços e alojamento propostos pelo Departamento

de Grupos, quando os pedidos de clientes não era específicos e, portanto era necessário

conhecer as necessidades e tendências dos diversos tipos de turistas para, assim, responder da

forma mais adequada aos seus pedidos, propondo serviços adicionais ou até mesmo

apresentando o hotel do grupo, que melhor se alinha com o que os clientes pretendem.

O preenchimento do relatório de leads requereu conhecimentos semelhantes ao da tarefa

descrita anteriormente, uma vez que ambos os documentos são ferramentas de monitorização

de pedidos de clientes. Como referido anteriormente, Estratégia Empresarial permitiu

compreender a importância do registo dos pedidos e da comunicação entre departamentos, uma

vez que após o preenchimento do relatório de leads, o gestor de conta envia, para o

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Departamento de Grupos ou Departamento de Eventos, o pedido que lhe foi feito diretamente,

uma vez que esses são os departamentos responsáveis por responder a pedidos de clientes. Para

além disso, essa UC também ressalvou a importância de monitorizar o desempenho de cada

departamento e, neste caso, o relatório de leads apenas inclui os pedidos realizados diretamente

ao Departamento Comercial, o que torna mensurável a potencial receita que este departamento

gera para os Hotéis Real. Mesmo que nem todos os pedidos resultem em reservas confirmadas,

é importante compreender o potencial negócio e a influência que os gestores de conta e

promotores estão a conseguir ter na angariação de clientes.

As atividades de atendimento de chamadas telefónicas, agendamento de reuniões de

promoção e recolha de confirmações de presença nos almoços de Natal foram atividades

realizadas durante o estágio que se alinhavam com alguns conteúdos aprendidos em Gestão de

Marcas Hoteleiras e Turísticas, uma vez que esta disciplina permitiu-me compreender a

importância da coesão da marca em todos os momentos de comunicação com o cliente. Ou seja,

se os valores do Grupo são a superação, a portugalidade, a excelência e a colaboração são estes

os valores que têm de estar refletidos na chamada telefónica, especialmente a superação que é

demonstrada pela dedicação diária aos hóspedes, ou seja, tentando sempre ser prestável para os

clientes, nunca defraudando as suas expetativas. Também na interação telefónica para a

marcação de reuniões e para a confirmação da presença nos almoços de Natal era necessário

manter a coesão da marca e das suas singularidades.

Agora, especificamente a atividade de agendamento de reuniões é ainda possível alinhar

com esta tarefa alguns conhecimentos adquiridos em Estratégia Empresarial, essencialmente

porque para escolher os accounts a visitar no Algarve adotou-se a escolha daqueles com maior

número de RN no ano anterior e, isso é uma estratégia do Departamento Comercial,

nomeadamente uma que se baseia no histórico de vendas/negócio. Depois deste primeiro

critério foram também selecionadas contas que, embora, ainda com pouca expressão tinham

margem para crescer e isso é, sem dúvida, outra estratégia. Sem estes conhecimentos teria sido

muito mais complicado desenvolver esta análise.

A recolha de confirmações para os almoços de Natal envolveu ainda alguns

conhecimentos de Comunicação Digital e Social Media, pois esta disciplina para além de

englobar inúmeros aspetos e meios de comunicação digitais, também abordou soluções para

contornar eventuais problemas que surjam neste tipo de comunicação. O que se verificou, neste

caso, foi que muitos convidados não perceberam que se tratava de um convite online, acabando

por apagar o e-mail ou o próprio convite foi diretamente para spam, o que impossibilitou a sua

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leitura. Para resolver o problema foi necessário enviar rapidamente um e-mail com as

informações do evento. A ação de promoção no almoço de Natal envolveu ainda conhecimentos

em Consumos e Tendências do Turismo e da Hotelaria, uma vez que quando em contacto com

os representantes dos accounts, era necessário conhecer as necessidades dos mesmos para

apresentar serviços e opções que fossem de acordo com essas especificidades.

A atividade de construção da plataforma comercial de accounts não envolveu

diretamente nenhum conhecimento adquirido no Mestrado, isto porque esta tarefa era de

inserção de dados, não envolvendo uma posição crítica sobre o assunto. Ainda assim, foi

possível constatar que esta ferramenta estava a ser contruída para garantir o armazenamento de

informação atualizada, uma temática analisada em Estratégia Empresarial, como já referido.

Os conhecimentos necessários para o desenvolvimento da atividade de análise e

construção da tabela de accounts foram lecionados também em Estratégia Empresarial, pois

este documento existiam por se reconhecer a importância de armazenar e partilhar informação

atualizada. Foi possível compreender então que, de facto, a atualização das informações sobre

os clientes é uma preocupação real das empresas e foi importante ver que o trabalho

desenvolvido neste documento, durante o estágio, é essencial para o sucesso.

Relativamente à Ação de Sales Blitz, os conteúdos de Gestão de Marcas Hoteleiras e

Turísticas foram imprescindíveis, pois toda esta atividade gerava em torno da comunicação com

o cliente e promoção dos hotéis, sendo necessário garantir que as expetativas dos clientes

estavam a ser correspondidas e que toda a comunicação ia de encontro com a identidade da

marca, mostrando coesão da mesma. Todas estas particularidades foram focadas nessa UC e

realizadas quase inconscientemente durante o desenvolvimento desta atividade. Por fim, esta

atividade tinha ainda o objetivo de promover os hotéis da marca e essa promoção tem de tomar

em consideração o tipo de turista, bem como, claro, o tipo de account e as suas especificidades

para poder oferecer os serviços adequados, como referido anteriormente e lecionado na UC de

Consumos e Tendências do Turismo e da Hotelaria.

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5. Proposta de Valor

Durante o estágio e, uma vez que o grau de envolvimento com todas as atividades do

departamento era elevado foi possível compreender o funcionamento das diversas atividades e

grau de responsabilidade do departamento. No seguimento de toda essa observação e reflexão

é possível apresentar algumas sugestões de melhoria relacionadas com alguns problemas

identificados em atividades específicas, desenvolvidas pelo Departamento Comercial.

Assim sendo, a Tabela 7 apresenta os problemas encontrados e as sugestões de melhoria

no que respeita ao desenvolvimento dessas atividades. É importante frisar que se tratam apenas

de sugestões de elaboração própria que parecem ajudar na resolução do problema.

Tabela 7 – Problemas e Sugestões de melhoria identificadas em atividades do Departamento Comercial

Atividades Problemas identificados Sugestões de melhoria

Acompanhamento de

reservas rejeitadas do

segmento corporate

- Pouco follow-up junto dos

accounts

- Criar regra de follow-up

- Estudar as necessidades dos

accounts para apresentar soluções

Acompanhamento de

propostas de reservas de

grupo enviadas a clientes

- Pouco acompanhamento das

reservas de grupo de accounts

- Verificação de pedidos de

propostas de grupos com pouca

regularidade

- Acompanhar, junto do account,

os seus pedidos e necessidades

- Fazer uma verificação dos

pedidos de grupos com mais

frequência – base semanal

Preenchimento do relatório

de leads

- Pouco acompanhamento das

leads

- Fraca comunicação entre

departamentos

- Desenvolvimento de trabalho de

equipa entre departamentos para

entregar um serviço de excelência

ao cliente

Análise e construção da

tabela de accounts

- Esquecimento de atualização por

parte do gestor de conta que fica

com essa informação só para si

- Realização de tarefa quinzenal

de atualização a tabela de

accounts

Carregamento de dados na

plataforma comercial de

accounts

- Lentidão no carregamento de

dados para a plataforma

- Dificuldade de atualização da

informação da plataforma

- Apostar numa solução em que os

dados não tenham de ser

carregados manualmente

- Apostar num programa que não

seja em html e que, portanto,

possa ser atualizado mais

facilmente

Recolha de confirmações

para os almoços de Natal e

ação de promoção

- Envio dos convites online, que

não foram abertos por muitos

convidados

- Ação realizada com demasiada

antecedência

- Envio de e-mails correntes mas

apelativos como convite para

eventos

- Atrasar um pouco a ação de

promoção de serviços

relacionados com a época

natalícia

Fonte: Elaboração própria

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Das atividades realizadas durante o estágio, a primeira onde foi possível encontrar um

problema foi no acompanhamento de reservas rejeitadas do segmento corporate, isto porque,

nesta atividade, embora se registe reservas que não foram confirmadas, mas que foram pedidas

pelos accounts do grupo, não se realiza o follow-up junto dos clientes. Ou seja, como referido

no capítulo 4.2.1, os valores registados servem de apoio quando é necessário ajustar tarifas, mas

não servem para fazer follow-ups, que seria interessante como demonstração de interesse. Em

jeito de sugestão, poder-se-ia criar uma regra que, por exemplo, ao fim de três reservas

rejeitadas se contactasse a empresa para verificar as suas necessidades e para perceber qual o

método de reserva que leva a que estas tenham as suas reservas rejeitadas (maior parte das vezes

está relacionado com pouca antecedência na reserva). Assim, com as necessidades estudadas

poder-se-ia criar um bloqueio de reserva, ou seja, bloquear um número específico de quartos

para dias semanais específicos, mas isto em último recurso, uma vez que esta solução faz com

que os hotéis tenham menor disponibilidade de quartos para vender a preços mais elevados.

Para além disso, e como forma de garantir a boa relação entre o grupo hoteleiro e o account, só

o facto do gestor de conta mostrar interesse já melhoraria a situação e faria com que os clientes

voltassem a pensar nos Hotéis Real como uma opção, mesmo após diversas reservas rejeitadas.

O segundo problema identificado prende-se com o acompanhamento de propostas de

grupos enviadas a clientes e com a fraca comunicação entre departamentos relativamente a este

assunto. Assim sendo, é verdade que o Departamento Comercial verifica mensalmente as

propostas enviadas pelo Departamento de Grupos, e analisa com maior detalhe aquelas que

pertencem a empresas que são seus accounts, como mencionado no capítulo 4.2.2. No entanto,

a tarefa fica por aqui, ou seja, o Departamento Comercial verifica qual o valor de negócio que

poderá trazer a confirmação dessa reserva. Depois, na tabela de accounts, insere a informação

de que foi pedida a cotação para uma reserva de grupo para esse account, mas não verifica junto

do Departamento de Grupos se aquela reserva se confirmou, nem verifica junto do cliente se

pretende algum serviço complementar ou pedido especial para essa reserva. De facto, todo o

processo de negociação entre o cliente e o Departamento de Grupos, no entanto, uma vez que

o gestor da conta é o elemento com que o account está mais familiarizado, torna-se pertinente

realizar um follow-up relativamente à potencial reserva e assim estreitar relações. Para além

disso, como a verificação dos pedidos é realizada numa base mensal, muitas vezes quando o

gestor de conta se apercebe, já a reserva se encontra confirmada ou pode até já ter acontecido.

Portanto, uma sugestão seria também passar a fazer essa verificação semanalmente, de forma a

garantir que é possível contactar o account e fazer todas as tarefas de follow-up, em tempo útil.

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Curiosamente, o problema identificado na atividade de preenchimento de relatório de

leads é o mesmo referido anteriormente, ou seja, prende-se com a falta de acompanhamento

das leads que foram enviadas para o Departamento de Grupos ou de Eventos para serem

respondidas, como descrito no capítulo 4.2.3. Quando enviadas para o Departamento de

Grupos, graças a sua proximidade (uma vez que os dois departamentos estão na mesma sala),

ainda é possível investigar o ponto de situação das leads, mas de forma informal e momentânea.

Mas, quando se tratam apenas de eventos e essas leads são enviadas para o Departamento de

Eventos do hotel em questão, o Departamento Comercial perde por completo a situação da

potencial reserva, não monitorizando se, de facto, a reserva é confirmada ou se o account

desistiu do pedido. Existe, portanto, pouca comunicação entre departamentos no que concerne

a este assunto, o que poderá interferir na excelência do serviço prestado ao cliente. E, para além

disso, uma vez que já existe um elemento de contacto entre o grupo e o account (que no caso é

o gestor de conta), faz sentido que seja este a comunicar com o cliente no que concerne alguns

assuntos, mas não, claro, no processo de contratação e negociação.

No que respeita à atividade de construção e preenchimento da tabela de accounts, o

problema principal relaciona-se com a falta de atualização das informações de contacto. Por

vezes, a falta de atualização não é culpa direta do Departamento Comercial, pois a empresa

pode não avisar de eventuais mudanças na sua estrutura. No entanto, outras vezes essas

alterações são comunicadas ao gestor dessa conta, mas esse elemento do departamento não

coloca essa informação na tabela de accounts que está acessível a todos os elementos do

departamento, o que poderá dificultar o desenvolvimento e a excelência do serviço entregue,

especialmente quando o gestor dessa conta não estiver e, mesmo ele poderá, por vezes, perder

essa informação no seu e-mail, devido ao elevado número de correio eletrónico recebido. Para

solucionar esses problemas, a sugestão apresentada é a realização da tarefa quinzenal de

atualização da tabela de accounts, ou seja, durante duas semanas reunir toda a informação de

atualização que possa ter chegado ao gestor de conta e, assim, atualizar o documento partilhado,

por forma a garantir que todos têm acesso à informação disponível mais recente.

A atividade de carregamento de dados na plataforma comercial de accounts foi a que

precisou de menos observação e desenvolvimento para a identificação de problemas, pois estes

eram bastante claros. Esta atividade apresenta dois problemas graves, sendo o primeiro a

lentidão no carregamento de dados, uma vez que os elementos do departamento têm de inserir

manualmente toda a informação sobre a empresa, sobre o contacto e ainda associá-los. O

segundo problema prende-se com a dificuldade em atualização ou alteração de dados, isto é,

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uma vez inseridos os dados sobre a empresa e a pessoa de contacto da mesma, se alguma

informação muda (podendo ser a morada da sede, a pessoa responsável pelas reservas da

empresa ou mesmo uma alteração de tarifa) existe a necessidade de enviar a alteração para o

Departamento Informático, uma vez que a aplicação funciona em html e, portanto, um

colaborador sem conhecimento em programação não consegue fazer as devidas alterações.

Claramente, esta impossibilidade de alteração pelos elementos do Departamento Comercial

torna a atualização bastante mais lenta, podendo a aplicação mostrar informação desatualizada

ainda durante bastante tempo, uma vez que o Departamento Informático não tem apenas esta

responsabilidade. A sugestão apresentada prende-se com a aquisição de outro equipamento, ou

seja, de um programa que permita fazer alterações de forma simples, pelos elementos do

Departamento Comercial. Para além disso, essa aplicação deverá também conseguir extrair

dados de um documento em excel (é neste formato que está a tabela de accounts e é de lá que

são retiradas as informações), pois os elementos do Departamento Comercial não conseguem

dedicar muito tempo a esta tarefa, devido a todas as outras atividades que têm de desenvolver.

Por fim, relativamente à recolha de confirmações de presença nos almoços de Natal

promovidos pelos Hotéis Real, o problema identificado durante as chamadas telefónicas foram

os convites online, isto porque os convidados estranharam o facto de serem direcionados para

o website que desconheciam, fechando-o automaticamente, não lendo o conteúdo do convite.

Assim sendo, a sugestão de melhoria apresentada é o envio de um e-mail corrente, mas

apelativo e tratado de forma a parecer um convite. Claro que o convite online, para além de ser

mais apelativo apresenta uma panóplia de possibilidades, como as estatísticas do evento, por

exemplo. No entanto, foi possível verificar que, pelo menos, por enquanto, ainda não é uma

ferramenta muito conhecida logo, muitos dos convidados tiveram receio de abrir o convite.

Ainda relativamente a estes almoços, outro problema identificado foi a antecedência com que

foram realizados, ou seja, os almoços realizaram-se na primeira quinzena do mês de Outubro,

época de intenso calor e temperaturas bastante elevadas para a época, o que fez com que as

pessoas ainda não estivessem muito recetivas a assuntos relacionados com a época natalícia

nem com as festividades de Fim de Ano. Ou seja, o objetivo do evento era relembrar os accounts

de que os Hotéis Real eram uma possibilidade para os eventos relacionados com essas épocas,

mas as pessoas ainda não estavam recetivas para tal. Assim sendo, a sugestão é simplesmente

a realização desta ação de promoção mais perto das épocas festivas, por exemplo, na segunda

quinzena de Novembro, pois, nesse momento, as pessoas estarão mais interessadas nesses temas

e terão mais necessidade em escolher um espaço para os seus eventos corporativos.

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-49-

6. Conclusão

Após a realização do estágio no grupo Hotéis Real, e em jeito de reflexão relativamente

a todas as atividades realizadas durante o mesmo e a todas as responsabilidades que foram

atribuídas, torna-se possível concluir que este estágio foi essencial para a compreensão do

funcionamento hoteleiro, desde as funções mais operacionais às mais estratégicas. De facto, no

setor do turismo e da hotelaria, torna-se essencial aprender, em contexto real, uma vez que as

atividades são muito específicas e é fulcral compreender o funcionamento operacional para

conseguir oferecer um serviço de excelência.

As atividades desenvolvidas no estágio eram muito diversificadas, o que permitiu ir

aprendendo novas experiências e conceitos, por exemplo, umas atividades relacionavam-se

com a promoção dos hotéis e outras com monitorização e registo de dados, o que permitiu que

os conhecimentos adquiridos fossem muito abrangentes. Curiosamente, um dos receios antes

da realização do estágio eram a possibilidade de serem realizadas apenas tarefas rotineiras e

sem interesse a nível estratégico, no entanto, não foi, de todo, isso que se verificou, uma vez

que foi dada liberdade para a apresentação de resultados e análises relacionadas com as

temáticas do departamento.

Em relação aos objetivos definidos, no início do estágio, é possível afirmar que algumas

das atividades realizadas não estavam completamente confirmadas, nomeadamente as

atividades que se relacionaram com contacto direto com o cliente corporate, ou seja, a presença

em ações de promoção. O único objetivo que não foi totalmente realizado foi o da formação do

sistema PMS New Hotel, uma vez que foram ensinadas apenas algumas funções básicas de

consulta, no programa de reservas.

A principal conclusão que é possível retirar do estágio é que o Departamento Comercial

desempenha um papel essencial para o desenvolvimento da atividade hoteleira. Por um lado,

este departamento responde diretamente a um nível mais estratégico, colocando em prática

estratégias de vendas, angariação de novos clientes, fidelização dos já existentes, tudo isto com

o objetivo de incrementar vendas e garantir a satisfação total, uma vez que só assim se consegue

manter um negócio de sucesso. Por outro lado, este departamento tem também uma estreita

relação com os departamentos operacionais, pois tem de lhes transmitir indicações e diretrizes

relacionadas com a estratégia hoteleira. No fundo, o Departamento Comercial é o coração do

grupo, fornecendo informação a todas as direções.

Page 59: Melhoria de Processos Internos do Departamento Comercial³rio de... · Melhoria de Processos Internos do Departamento Comercial O Caso do grupo Hotéis Real Inês Alix da Marta Perdiz

-50-

Como referido, o objetivo do presente estudo era apresentar sugestões de melhoria dos

processos internos ao Departamento Comercial e dos seus processos de comunicação com

outros departamentos. Assim, ao longo da exposição das atividades desenvolvidas no estágio,

foi possível refletir criticamente sobre as mesmas, bem como sobre as atividades com as quais

não houve interação direta, mas sim observação, tendo sido possível identificar alguns

problemas e apresentar possíveis sugestões de melhoria, para que seja possível tirar o máximo

partido dessas atividades e desempenhá-las bem.

Assim sendo, e uma vez que os principais problemas identificados estão relacionados

com falta de comunicação entre departamentos e escasso follow-up e monitorização de pedidos

de clientes, algumas das sugestões de melhoria são as seguintes:

Atualização periódica de algumas informações sobre os accounts, de modo a que a

informação fique partilhada para todos os elementos do Departamento Comercial

Apostar no follow-up de pedidos de clientes para compreender as suas

especificidades e antecipar as suas necessidades;

Verificar mais constantemente os pedidos de cotações de clientes corporate que não

chegam diretamente ao Departamento Comercial, através da comunicação e da criação de

ferramentas de partilha com outros departamentos.

Torna-se importante frisar, então, que a comunicação entre departamentos é essencial

para o correto desempenho das atividades, especialmente no Departamento Comercial, uma vez

que este interage com diversos outros departamentos. A atualização constante das informações

sobre os clientes, neste caso, accounts, é também importantíssima, uma vez que este

departamento depende das relações criadas com outras entidades, pois só assim consegue

promover os hotéis de forma correta, de acordo com as especificidades de cada account.

As sugestões apresentadas são exequíveis e simples de adotar, não envolvendo elevados

custos adicionais, mas sim algum tempo extra, o que, por vezes, os elementos do Departamento

Comercial não têm. Ainda assim, é de considerar a adoção destas práticas, pois após a fase de

adaptação, já serão tarefas muito simples e rápidas de desempenhar e que permitirão aumentar

a satisfação dos clientes.

Fazendo uma reflexão pessoal sobre o estágio, é possível assegurar que a experiência

foi bastante enriquecedora, uma vez que todas as responsabilidades adquiridas permitiram o

crescimento e compreensão do que é a atividade hoteleira, o que permitiu a elaboração do

presente relatório mas, mais importante que isso, permitiu a aquisição de experiência em

contexto real.

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-51-

Por fim, em relação à perspetiva de trabalho futuro, seria interessante avaliar a situação

do Departamento Comercial após a adoção de algumas das sugestões de melhoria apresentadas

anteriormente. O objetivo seria verificar se essas sugestões gerariam uma relação mais próxima

com os accounts e um aumento na satisfação dos clientes. Para além disso, seria importante

realizar um estudo mais aprofundado e específico do Departamento de Grupos, isto porque, é

um departamento que negocia constantemente com clientes e que confirma reservas que geram

elevadas receitas para o grupo Hotéis Real. Ou seja, seria interessante verificar quais os

processos internos inerentes a esse departamento e se existe margem para os melhorar.

Page 61: Melhoria de Processos Internos do Departamento Comercial³rio de... · Melhoria de Processos Internos do Departamento Comercial O Caso do grupo Hotéis Real Inês Alix da Marta Perdiz

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-57-

8. Anexos

8.1. Anexo I – Troca de e-mails de reserva rejeitada

Email com pedido de cliente:

Boa tarde,

Necessito as seguintes estadias para os colaboradores:

João Martins

João Henriques

Check-in:23 de Janeiro e Check-out:25 de Janeiro

Muito obrigada

Cumprimentos/Un Saludo/BestRegards,

Alexandra

Email de resposta do Departamento de Reservas para o cliente:

Boa tarde Alexandra, obrigada pelo seu email.

No seguimento do seu contacto, lamentamos informar que neste momento não temos

disponibilidade no Hotel Real Parque para confirmar a estadia solicitada.

Como alternativa, gostaríamos de sugerir a Real Residência Apartamentos Turísticos. Pretende

avançar com a reserva desta forma? Tendo em conta que na Real Residência não servimos

refeições, o cliente poderá usufruir deste serviço no Hotel Real Parque.

Tendo em conta que este são os últimos quartos que temos disponíveis, tomámos a liberdade de

avançar com a inserção de duas reservas no nosso sistema, com os números 1154/2018 e 1155/2018.

De qualquer forma, solicitamos que nos informe se pretende avançar com a confirmação das

reservas desta forma.

Ficaremos a aguardar as suas prezadas notícias.

Encontramo-nos ao dispor para qualquer informação adicional.

Melhores cumprimentos,

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8.2. Anexo II – Modelo de Acordo Comercial

ACORDO COMERCIAL CORPORATE

1 de Janeiro de 2018 a 27 de Dezembro 2018

EMPRESA: INSERIR NOME EMPRESA CAPS LOCK

Tarifas Corporate Single

Standard

Duplo

Standard

Suite

(1/2 pessoas)

Hotel Real Palácio ***** Lisboa 85,00€ 95,00€ ON REQUEST

Hotel Real Parque **** Lisboa 80,00€ 90,00€ ON REQUEST

Hotel Real Oeiras **** Oeiras 70,00€ 75,00€ ON REQUEST

Grande Real Villa Itália Hotel & Spa *****

Cascais

Dezembro a Fevereiro

Mar + Abr + Out + Nov

Mai + Jun + Set

Julho + Agosto

105,00€

155,00€

175,00€

BAR-10%

115,00€

165,00€

185,00€

BAR-10%

ON REQUEST

Grande Real Santa Eulália Resort ***** Albufeira

Nov a Mar

Abri + Out

Mai + Jun + 2ª Quinzena de Set

Julho + Agosto + 1ª Quinzena de Set

€ 60,00

€ 70,00

€ 85,00

BAR – 10%

€ 70,00

€ 80,00

€ 95,00

Bar-10%

BAR - 20%

Real Bellavista Hotel & Spa **** Albufeira

Nov a Mar (excp. Dez e Jan hotel fechado)

Abri + Out

Mai + Jun + 2ª Quinzena de Set

Julho + Agosto + 1ª Quinzena de Set

€ 35,00

€ 55,00

€ 65,00

BAR – 10%

€ 45,00

€ 65,00

€ 75,00

BAR – 10%

BAR - 20%

Real Marina Hotel & Spa ***** Olhão

Nov a Mar

Abri + Out

Mai + Jun + 2ª Quinzena de Set

Julho + Agosto + 1ª Quinzena de Set

€ 60,00

€ 75,00

€ 90,00

BAR – 10%

€ 70,00

€ 85,00

€ 100,00

BAR – 10%

BAR - 20%

APARTAMENTOS Sem PA Sem PA 3ª Pax

Real Residência Suite Hotel **** Lisboa

Novembro a Fevereiro

Restantes Meses

75,00€

BAR-10%

75,00€

BAR-10%

35,00€

APARTAMENTOS T1 – Sem PA T2– Sem PA T3– Sem PA

Real Marina Residence - Olhão BAR-10% BAR-10% BAR-10%

Modalidade de arrendamento disponível em algumas unidades e sob. consulta.

REAL SPA THERAPY 15% de desconto em todos os tratamentos excepto em Cuidados de mãos e pés,

Epilação e Especialidades Terapêuticas (válido para os Hotéis de Algarve e Cascais. Não acumulável

em promoções em vigor

10% de desconto em F&B apenas para hóspedes do Hotel, válidos em todas as unidades, durante o

período de Alojamento desde que pago directamente no hotel.

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Oferta de garagem e internet válidos em todas as unidades, durante o período de alojamento.

BAR: Best Available Rate / Melhor Tarifa Disponível

CONDIÇÕES GERAIS 1. Condições Operacionais

Os preços dos quartos do hotel são em euros, por noite, por quarto e incluem pequeno-almoço

Buffet no restaurante e IVA à taxa em vigor. Não incluí taxa municipal da cidade de Lisboa.

Suplemento pequeno-almoço de 10,00€ por pessoa no Real Marina Residence, sendo servido no

Real Marina Hotel & Spa.

Real Marina Residence Olhão está incluída apenas uma Limpeza semanal: valor para limpeza extra

20,00€ por hora.

Tarifas válidas para reservas individuais até 10 quartos e sujeitas a disponibilidade. Os grupos são

cotados caso a caso, dependendo da globalidade dos serviços, dimensão e datas de acordo com

a disponibilidade. As tarifas apresentadas não são aplicáveis a datas de congressos, nem a datas

festivas.

As tarifas disponibilizadas neste acordo destinam-se a reservas quer a titulo profissional, quer a título

de lazer, provenientes da vossa Empresa, através de fax/e-mail ou caso os colaboradores se

apresentem ao balcão do Hotel devidamente identificados.

Os preços apresentados são confidenciais entre a empresa/entidade e os Hotéis Real Portugal, não

sendo sujeitos a comissão.

As tarifas supra-referidas não são cumulativas com outras promoções em vigor.

Crianças dos 0-12 anos grátis em alojamento e pequeno-almoço, partilhando o quarto com dois

adultos.

RESERVAS – sempre que o hotel estiver com uma ocupação superior a 90% nos Hotéis de Cascais e

Algarve as reservas serão cotadas a BAR e não à tarifa contratada.

2. Serviços e Facilidades

Internet Gratuita WIFI ou ADSL, conforme a unidade.

Estacionamento Privativo Gratuito.

Health Club Gratuito. Os clientes hospedados no Real Residência Suite Hotel, Hotel Real Parque e

Real Marina Residence, poderão usufruir do Health Club da unidade mais próxima.

3. Política de Cancelamento / No Show

Cancelamentos até 24h antes da chegada, sem penalidades.

Em caso de cancelamento no próprio dia da chegada ou No Show, débito da 1ª noite pelo valor

da tarifa contratada.

4. Política de Pagamento

Se a empresa já beneficiar de crédito aberto com os Hotéis Real Portugal o pagamento poderá ser

realizado através do envio de fatura para pagamento no prazo de 30 dias após data de emissão

da mesma. Caso contrário, o pagamento deverá ser efectuado antes do check-in ou por

transferência bancária até ao dia da chegada. O não cumprimento deste ponto dá ao Hotel o

direito de cancelamento deste acordo e das respectivas reservas.

O pagamento de despesas extra (i.e. Telefones, mini-bar, lavandaria, refeições, etc) deverá ser

efetuado por cada cliente no acto ao balcão da recepção, excepto se houver indicação em

contrário e por escrito por parte da empresa.

5. Identificação da Empresa e Dados Bancários

Nome Fiscal: Bernardino Gomes – Gestão Hoteleira, SA

Morada: Av. Luís Bívar, nº 67 – 1069-146 Lisboa

NIF: 509 884 350

Algarve Área de Lisboa

Banco: Millennium BCP Banco: Caixa Geral de Depósitos

Agência: Faro Agência: Lisboa

IBAN: PT50 0033 0000 4541 0513 529 05 IBAN: PT50 0035 0257 0001 6695 9305 7

SWIFT Code: BCOMPPTPL SWIFT Code: CGDIPTPL

Para mais informações visite-nos em: http://www.realhotelsgroup.com/Downloads.aspx?sflang=pt