15
Melodia do Amor

Melodia do Amor - PerSe · Melodia do Amor 1ª Edição São Paulo, ... ³Não meu coração bate o som de uma ... Eu vou me trazer de volta à vida

Embed Size (px)

Citation preview

Melodia do Amor

2

3

Luana Togashi

Melodia do Amor

1ª Edição

São Paulo, 2016

4

Todos os direitos reservados

Copyright © 2016 por Luana Togashi

Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com

nomes, datas, lugares e acontecimentos reais é mera

coincidência.

Capa e projeto gráfico

Luana Togashi Revisão

Luana Togashi Diagramação

Luana Togashi Impressão e acabamento

Perse Editora (plataforma independente)

5

“Não meu coração bate o som de uma

guitarra, formando a melodia mais perfeita. ”

- Luana Togashi

“Parece que eu estou paralisado, e eu não posso escapar da prisão que eu estou vivendo

eu estou nomeando as vozes na minha cabeça Para continuar me dizendo para desistir

Mas está me deixando mais forte Luto um pouco mais

Eu vou me trazer de volta à vida E eu não estarei paralisado”

- Paralyzed (Agaisnt the Current)

Dedico esse livro a todos que me apoiaram e diziam que eu

iria conseguir. E dedico também aos amantes de música,

que acreditam que ela possa unir e salvar pessoas como eu.

6

7

Capítulo 1

- “

ou can take everything I have. You can break everything I am. Like I’m made of glass. Like I’m made of paper...”

- Maya! Não vai se atrasar para a entrevista!

- gritou minha mãe.

Suspirei cansada. Hoje ia ser minha entrevista de trabalho

e eu estava muito nervosa, a única coisa que me acalmava

era cantar.

Mas infelizmente minha vida anda tão corrida que nem

isso eu posso fazer. Resposta disso foi a minha mãe ter

interrompido a minha cantoria da música “Skyscraper” da

Demi Lovato.

Mas foi bom ela ter me chamado. Quando eu começo a

cantar eu me esqueço da vida.

Bom, deixe-me apresentar. Eu sou Maya Melody, mas a

maioria das pessoas me chamavam só de Melody. Tenho 18

anos e comecei a cursar jornalismo. Minha paixão é

escrever, mas minha outra maior paixão é a música. Amo

cantar, tocar violão e teclado, escutar música e até mesmo

compor. Moro em Campinas, uma cidade no estado de São

Paulo. E...acho que não tenho mais nada para contar.

Estava quase ficando pronta. Eu precisava muito daquele

trabalho. Iria me ajudar a pagar a minha faculdade, não

gosto de deixar tudo na mão de meus pais.

Como eu já disse, amo música, por isso resolvi mandar

meu currículo para uma loja de música, iria ser mais

divertido trabalhar em um lugar com objetos que amo.

Coloquei uma roupa simples, mas apresentável, deixei

meus cabelos castanhos mel lisos soltos e passei um batom

vermelho. Me olhei no espelho e encarei meus próprios

olhos cor de mel, eles reluziam um brilho bonito, que eu

gostava muito.

Y

8

Peguei minha bolsa e segui pelo corredor da minha casa

até chegar à sala, onde meus pais estavam. Eles me olharam

de cima abaixo me analisando.

- E então? - perguntei.

- Está muito linda, filha. - falou meu pai.

- Obrigada. – falei sorrindo.

- Verdade, querida. Boa sorte. - falou minha mãe vindo

me abraçar.

Dei um beijo na bochecha do meu pai e abracei minha

mãe. Peguei as chaves do meu carro e saí.

Olhei novamente o endereço da loja quando entrei no

carro e vi que já conhecia o lugar e conseguiria chegar

facilmente até lá.

A loja se chama “Music Show” e ficava no centro da

cidade. Já tinha ido lá uns anos atrás. É uma loja e escola de

música, o que era muito legal.

Cheguei lá com a ansiedade a mil. Minhas mãos estavam

suando. Vamos lá, Melody. Você consegue.

Entrei na loja e logo me dirigi a um funcionário.

- Oi, sabe onde posso encontrar Alessandra Lopes? -

perguntei.

Alessandra Lopes era a dona da loja, e eu deveria fazer a

entrevista com ela.

- Claro. Você deve ser a interessada na vaga. - falou

olhando meu currículo em minhas mãos - Ela está naquela

sala, é só entrar.

Segui seu dedo com o olhar até encontrar uma sala com

a porta aberta.

- Obrigada. - falei sorrindo.

- De nada.

Entrei na sala que parecia ser uma recepção e avistei uma

mulher muito bonita de longos cabelos loiros cacheados,

sentada atrás de uma mesa.

- Boa tarde. - falei me dirigindo a ela.

Ela me viu e abriu um sorriso simpático.

9

- Olá. Em que posso ajudar?

- Eu sou Maya Melody, vim para a entrevista de trabalho,

você me ligou há um dia atrás.

- Ah, sim. Posso ver seu currículo?

- Claro. - falei entregando o currículo para ela.

Ela ficou em silêncio por alguns minutos lendo o meu

currículo.

- Humm. Uau. Estou impressionada, você é realmente

uma grande musicista.

Eu sorri ao ouvir isso.

- Obrigada.

- Bom, a vaga é sua! - falou.

- Sério?! - falei eufórica – Puxa, muito obrigada mesmo!

- De nada. E eu é que agradeço.

- Quando eu começo?

- Amanhã, pode ser?

- Mas é claro.

- Chegue às 8:30h, por favor.

- Claro.

- E sua folga será toda quinta-feira.

- Para mim está ótimo.

- Que bom. Então até amanhã.

- Até.

Saí da loja praticamente comemorando. Eu tinha

conseguido!

Voltei para casa ao todo volume da música “Closer,

Faster” de Against the Current.

Quando cheguei em casa contei para meus pais a

novidade, eles ficaram muito felizes por mim.

Resolvi contar para minha melhor amiga, a Luciana.

Liguei para ela, que logo atendeu.

- Luci, você não vai acreditar no que aconteceu! - falei

eufórica.

- O que, Melody? - perguntou curiosa.

10

- Eu consegui! Fui aceita para trabalhar na loja de

música! - dei um gritinho histérico, algo nada característico

de mim, mas eu estava tão feliz que nem me importei.

- Que legal, Melody! - falou eufórica também - Eu não

disse que você ia conseguir?

- Disse, e como sempre, estava certa. Porque você é um

espetáculo!

- Eu sei disso.

Demos risada.

Ficamos conversando por mais alguns minutos. Ela me

contou de como estava indo bem na faculdade de medicina,

fiquei feliz por ela. Também falei sobre minha faculdade e

ela também ficou feliz por mim.

Depois de meia hora desligamos. Eu fui jantar e depois

fiquei tocando teclado por um bom tempo.

Ouvi meu celular apitar, fui ver, era a Beatriz. Ela é

minha segunda melhor amiga, e é amiga da Luci também. ~Mensagem de Tris~ Tris: E aí? Conseguiu? Eu: Siiiiim!!!!!! Tris: Uhuuuuuul, eu não disse? Eu e a Luci estávamos

certas. Eu: Como sempre, né. Tris: ;)

Como sempre ficamos trocando mensagens por umas

duas horas, até que começou a ficar tarde e eu fui dormir,

precisava estar disposta para o meu primeiro dia de trabalho.

11

Capítulo 2

inha acabado de chegar na loja. Ela ainda estava

vazia por ser muito cedo.

Avistei minha chefe, a Alessandra, na porta.

Ela com certeza estava me esperando, pois ela iria me

mostrar o que fazer. Mas ela estava no telefone, nervosa pelo

jeito.

- Nathan, eu quero que você venha aqui agora! - falava

brava - Você está encrencado!

Eu apenas fiquei alguns passos de distância dela,

esperando que ela pudesse me receber. Ela me viu e fez um

sinal com a mão para que eu esperasse.

- Seu pai está furioso com você! Trate de vir aqui o mais

rápido possível! - e desligou.

Eu olhei um pouco para o chão. Será que ela era brava?

Mas ela parece tão boazinha. Bom, mas parecia estar brigando com filho, e parecia ter um bom motivo.

- Me desculpe. - falou para mim - Meu filho não tem jeito.

Eu apenas abri um sorrisinho tímido.

- Bom, mas venha, vou te apresentar aos seus colegas de

trabalho e te dizer o que fazer por enquanto. A loja deve ficar

vazia por um bom momento.

- Okay. - falei.

Segui-a até outra parte da loja, que era onde ficava a

maioria dos violões e guitarras, entre outras coisas.

- Pessoal, juntem-se aqui, por favor. - chamou os outros

funcionários, logo eles se reuniram - Quero que conheçam a

Maya, ela irá trabalhar com vocês.

- Oi, Maya. - falaram em coro.

- Bom, queria que você passasse um paninho naquele

balcão de vidro - falou apontando para o balcão - e depois

abrisse ele e colocasse aquela guitarra dentro, para

exposição.

T

12

Segui o dedo dela e me deparei com uma guitarra preta

com a imagem de relâmpagos azuis, muito linda.

- Claro.

- Ótimo. Eduardo, pode ajudar a Maya caso ela precise?

- falou se dirigindo a um garoto de pele morena e cabelos

castanhos escuros, muito lindo.

- Claro, Le. - falou.

- Obrigada. Qualquer coisa me chame, okay, Maya?

- Claro. - falei e sorri.

Ela sorriu de volta e voltou para a mesma sala em que eu

tinha feito à entrevista.

Eu fui até o balcão para começar minha tarefa e vi que o

tal Eduardo estava vindo em minha direção. Ele tinha um

sorriso bonito. Ele parou colocando um braço no balcão.

- Oi, Maya. - falou.

- Oi. - falei.

- Legal seu nome, é bem interessante.

- Obrigada, mas na verdade meu nome inteiro é Maya

Melody. - falei e ele fez uma careta achando engraçado - Eu

sei, é estranho.

- Por que dois nomes?

- Porque a minha avó paterna gostava muito de música, e

se ela tivesse uma filha daria esse nome, mas como nunca

teve, meu pai resolveu colocar como meu segundo nome.

- Então ele te chama de Melody?

- Não, ele me chama mais de Maya, assim como minha

mãe.

- Mas você prefere qual?

- Prefiro Melody. Sei lá, gosto mais. Combina mais

comigo.

- Realmente, seu nome é bem legal e tem uma história

bacana. Já que você gosta mais, vou te chamar de Melody.

Eu sorri em reposta. No começo as pessoas sempre me

chamavam de Maya, só depois se acostumavam e me

chamavam de Melody.

13

- Gente, chega mais! - chamou Eduardo.

Uma garota de pele morena e cabelos negros que usava

óculos veio em nossa direção, junto a um rapaz de cabelos

castanhos e pele clara.

- Bom, Melody, - falou Eduardo - Esse é o Carlos e essa

é a Elisa.

- Oi. - falei.

Eles sorriram para mim. Mas depois fizeram uma cara

confusa.

- Ué, pensei que você se chamasse Maya. - falou a garota.

- Ah, e chamo, mas meu nome inteiro é Maya Melody, e

eu prefiro que me chamem de Melody. - expliquei.

- Aaaah. - falaram Elisa e Carlos em coro.

- Bom, seja bem-vinda a Music Show, uma das maiores

redes de lojas de música da cidade. - falou Carlos.

- Obrigada. - falei com meu melhor sorriso.

- Bom, vamos voltar ao trabalho. - falou Elisa - Se

precisar de algo pode falar.

- Obrigada, Elisa.

Ela sorriu e se dirigiu a um outro balcão com a Carlos,

onde eles começaram a arrumar várias mercadorias.

- Okay, só sobrou nós dois. - falou Eduardo - Precisa de

ajuda?

- Até agora não, mas obrigada.

Ele assentiu e voltou para a parte de teclados da loja.

Eu peguei uma flanela e comecei a tirar o pó do balcão

de vidro, quando terminei peguei a guitarra e coloquei em

exposição.

Escutei barulhos exagerados de motos do lado de fora da

loja, todos se assustaram. Eu olhei Elisa no outro balcão, ela

estava com a mão no peito. E Carlos parou seu trabalho de

trocar as cordas de um violão.

- Aff, eles chegaram. - bufou Elisa.

- Lá vem encrenca. - falou Carlos.

- Eles quem, gente? - perguntei aflita.

14

Do balcão pude avistar que estava entrando um grupo de

garotos com uma garota. Eles pareciam roqueiros, usavam

roupas pretas, casacos de couro e acessórios com spikes.

O Eduardo surgiu da parte dos teclados para a parte onde

eu, Elisa e Carlos estávamos, ele estava com uma expressão

assustada.

Ele se encostou no balcão onde eu estava e falou rápido:

- A Le disse que você sai as 14:00h, já que você tem

faculdade às 15:00h.

- Okay. - falei encarando o grupo de roqueiros.

Eram três garotos e uma garota. Será que era uma banda?

Eles foram chegando mais perto de nós, eu comecei a me

encolher, enquanto Eduardo ficava com a cara mais aflita.

- E aí, cambada de fracassados! - falou um deles em alto

e bom som. Acho que era o líder. Tinha cabelos loiros

jogados para o lado e olhos azuis.

- Aff. - bufou Elisa.

- Nathan, por que mesmo que estamos aqui? Eles não

valem o nosso tempo. - falou a garota.

- Porque minha mãe chamou. - falou revirando os olhos. Espera aí. Nathan?! Ele que era o filho da minha chefe?! Meu

Deus!

A garota revirou os olhos. Ela até que era bonita, mas

exageradamente magra. Seu cabelo era loiro e longo, com as

pontas pintadas de vermelho. O garoto, Nathan, tinha os

cabelos loiros também e olhos azuis. Devo admitir, ele é

exageradamente lindo.

Ele olhou um por um, ou seja, Elisa, Eduardo e Carlos,

até chegar em mim, fazendo cara de confuso. Começou a se

aproximar de mim. Chegou tão perto que a única coisa que

nos separava era o balcão de vidro.

- Quem é você? - perguntou friamente.

- Ela é a nova funcionária. - respondeu Eduardo, por mim.

- Eu não perguntei pra você, imbecil! - falou olhando para

o Eduardo.

15

Aff, que idiota esse garoto. Como ele podia ser filho da Alessandra?

- Maya. - falei.

- Nome inteiro?

Por que ele queria meu nome inteiro, por acaso iria me

procurar no Facebook?

- Maya Melody Villares Prado. - respondi.

- Huum... Maya Melody... Maya... Melody... Acho que

nunca te vi pelo Youtube. Mas a gente tem muitos fãs, uma

não faz diferença.

- Fãs?

- Nunca ouviu falar na banda Harmony of Rock?

- Não.

Ele bufou.

- Desinformada. - falou revirando os olhos.

Os outros integrantes da tal banda só ficavam me

encarando, especialmente a garota.

- Alexia, vá com o restante para a casa. - falou para a

garota - E comecem a ensaiar.

- Claro, meu amor. - falou a garota se virando e saindo

com o restante.

Ele voltou a olhar pra mim.

- Bom, já que você não me conhece, prazer, sou Nathan,

guitarrista e vocalista de uma das bandas mais badaladas do

Youtube. Alexia é a vocalista, o baterista é o Matheus e o

baixista é o Allan. Depois te apresento melhor pra eles. -

falou.

- Err... okay.

Avistei Alessandra vindo em nossa direção, ou melhor,

na direção do filho, com uma cara muito irritada.

- Nathan! - praticamente gritou - Venha comigo agora!

Você está encrencado, o que não é novidade!

Acho que vem bomba... Esse garoto me parecia sinônimo

de problema e encrenca.