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© 2015 Dr. Walter F. de Azevedo Jr. Biofísica Membrana Celular Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr. 1

Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

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do

Jr.

Biofísica

Membrana Celular

Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr.

1

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Ao lado temos um desenho

de uma célula animal, quando

falamos da membrana

celular (membrana

plasmática), estamos nos

referindo ao seu envoltório, a

barreira física que separa a

célula do meio ambiente. A

membrana apresenta uma

espessura aproximada de 60

Å ( 6.10-9 m), enquanto uma

célula típica tem dimensões

entre 1 m e 100 m

(micrômetros, 1 μm = 10-6 m ),

ou seja, no mínimo mil vezes

maior que a espessura da

membrana celular. Tenha em

mente o conceito de célula no

estudo dos fenômenos

elétricos da célula. 2

Diagrama esquemático com os componentes de uma célula animal. Disponível

em: < http://www.infoescola.com/wpcontent/uploads/2009/11/celula-animal.jpg >.

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

Modelo de Mosaico Fluido

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Resumindo, a célula é

envolvida por um manto que

chamamos de membrana

plasmática ou membrana

celular. A espessura da

membrana é tipicamente

milhares de vezes menor

que a célula, como podemos

ver no desenho ao lado.

3

Disponível em : http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia/cito5.php.

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

Modelo de Mosaico Fluido

Page 4: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

A principal função da membrana celular é

manter moléculas tão diversas como

proteínas e pequenos solutos no interior

da célula. A membrana funciona para

regular seletivamente sua

permeabilidade, ou seja, a facilidade

com a qual moléculas e íons atravessam

a membrana. O estudo da composição

da membrana faz uso de diversas

técnicas físicas, discutiremos a seguir o

Modelo de Mosaico Fluido da

membrana. No livro de Oparin, “A Origem

da Vida”, ele propôs que para qualquer

forma de vida, é necessária a presença

de uma barreira, que separe a parte “viva”

do meio que a cerca. Esse trabalho

destaca a necessidade de uma

membrana para isolar, até mesmo as

formas de vida mais simples, do meio

exterior. 4

Modelo computacional da bicamada fosfolipídica da

membrana celular.

Figura gerada com o programa Visual Molecular Dynamics

(VMD) as coordenadas atômicas para a bicamada

fosfolipídica foram obtidas do site:

http://people.ucalgary.ca/~tieleman/download.html .

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

Modelo de Mosaico Fluido

Page 5: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Proteína intrínseca, ou

transmembrana

Proteína extrínseca

O Modelo de Mosaico Fluido indica dois tipos de proteínas

inseridas na bicamada lipídica (elipsóides cinzas). A proteína

da esquerda é uma proteína extrínseca e a da direita uma

proteína intrínseca. Os fosfolipídios são indicados com a

cabeça polar em preto e, a cauda hidrofóbica, pelas linhas

que saem da esfera preta.

Referência : Singer SJ, Nicolson GL. Science. 1972 ;175(23):720-

31.

Em 1972, Singer e Nicolson propuseram

um modelo para a membrana celular,

chamado de “Modelo de Mosaico Fluido”.

Nesse modelo temos a bicamada

lipídica, onde encontram-se inseridas

proteínas. O modelo prevê duas formas

de proteínas inseridas na membrana, uma

que atravessa toda a membrana,

chamada proteína intrínseca, ou

transmembranar. A segunda forma de

proteína, localiza-se parcialmente inserida

na membrana, sendo encontrada tanto no

exterior como voltada para o citoplasma.

Tal forma de proteína é chamada

extrínseca.

5

Modelo de Mosaico Fluido

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O Modelo de Mosaico Fluido prevê a

passagem seletiva de íons pelas

proteínas intrínsecas. Entre as proteínas

intrínsecas temos os canais iônicos e as

bombas iônicas. Outra característica do

modelo, é liberdade de movimentação das

proteínas na bicamada lipídica. De acordo

com as características básicas do modelo,

estrutura em mosaico e difusão, previu-se

a liberdade lateral e rotatória, assim como

a distribuição aleatória de componentes

moleculares na membrana celular.

Moléculas apolares podem atravessar a

bicamada, já íons ficam retidos na

bicamada precisando da ação das

proteínas transmembranares para sua

passagem.

6

Proteína intrínseca, ou

transmembrana

Proteína extrínseca

Modelo de Mosaico Fluido

O Modelo de Mosaico Fluido indica dois tipos de proteínas

inseridas na bicamada lipídica (elipsóides cinzas). A proteína

da esquerda é uma proteína extrínseca e a da direita uma

proteína intrínseca. Os fosfolipídios são indicados com a

cabeça polar em preto e, a cauda hidrofóbica, pelas linhas

que saem da esfera preta.

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7

Modelo de Mosaico Fluido

Membrana celular. Imagem disponível em:

<

http://en.wikipedia.org/wiki/Cell_membrane#mediaview

er/File:Cell_membrane_detailed_diagram_en.svg >.

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

Resumindo, a membrana

celular funciona como uma

barreira seletiva entre os

meios intracelular e

extracelular. Na estrutura

da membrana, destaca-se a

bicamada fosfolipídica, com

proteínas inseridas (modelo

de mosaico fluido). Além

das proteínas, há ainda

carboidratos ligados aos

fosfolipídios e às proteínas

e moléculas de colesterol

inseridas na bicamada.

Glicolipídio

Glicoproteína

Proteína

Extrínseca

Canal Iônico

Colesterol

Glicolipídio

Proteína Extrínseca

Proteína Intrínseca Citoesqueleto Proteína Extrínseca Hélice

Meio extracelular

Núcleo

Citoplasma

Bicamada

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Modelo de Mosaico Fluido (Glossário)

Termo Função biológica

Carboidratos

(glicoproteínas e

glicolipídios)

Na membrana, os carboidratos aparecem ligados covalentemente aos

lipídios (glicolipídios) e às proteínas (glicoproteínas). Participam da

interação célula-célula, reconhecimento molecular e crescimento celular.

O processo de ligação do carboidrato à proteína o lipídio é chamado

glicosilação.

Canal iônico

Proteína

Extrínseca

CarboidratoCabeças Polares

Biocamada

Fosfolipídica

Glicoproteína

FosfolipídioColesterol

Glicolipídio

Proteína Extrínseca Filamentos do

Citoesqueleto

Meio Extracelular

Citoplasma

Trecho em Hélice Alfa Cauda Hidrofóbica

Proteína Intrínseca Proteína

Extrínseca

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9

Modelo de Mosaico Fluido (Glossário)

Termo Função biológica

Proteína

extrínseca

Proteína parcialmente inserida na bicamada fosfolipídica, podendo está

voltada tanto para o meio extracelular como para o meio intracelular.

Exemplos de proteínas extrínsecas são proteínas G e enzimas que ficam

parcialmente inseridas na bicamada, como a fosfodiesterase.

Proteína

intrínseca

Essas proteínas atravessam toda extensão da bicamada fosfolipídica,

possibilitando comunicação entre os meios intracelular e extracelular. Os

canais iônicos e bombas iônicas são exemplos de proteínas intrínsecas.

Canal iônico

Proteína

Extrínseca

CarboidratoCabeças Polares

Biocamada

Fosfolipídica

Glicoproteína

FosfolipídioColesterol

Glicolipídio

Proteína Extrínseca Filamentos do

Citoesqueleto

Meio Extracelular

Trecho em Hélice Alfa Cauda Hidrofóbica

Proteína Intrínseca Proteína

Extrínseca

Citoplasma

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Modelo de Mosaico Fluido (Glossário)

Termo Função biológica

Colesterol É responsável por manter a integridade da membrana e modula a sua

fluidez. Sua parte polar interage com a cabeça polar dos fosfolipídios e,

sua porção hidrofóbica, interage com as caudas hidrofóbicas dos

fosfolipídios. Sua molécula apresenta um sistema de anéis, que reduz a

fluidez da membrana.

Canal iônico

Proteína

Extrínseca

CarboidratoCabeças Polares

Biocamada

Fosfolipídica

Glicoproteína

FosfolipídioColesterol

Glicolipídio

Proteína Extrínseca Filamentos do

Citoesqueleto

Meio Extracelular

Trecho em Hélice Alfa Cauda Hidrofóbica

Proteína Intrínseca Proteína

Extrínseca

Citoplasma

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Modelo de Mosaico Fluido (Glossário)

Termo Função biológica

Citoesqueleto Encontrado no citoplasma, fornece a base para o ancoragem de

proteínas e a formação de organelas que se estendem da célula.

Apresenta uma composição proteica. Em células eucarióticas são

encontradas as proteínas actina e tubulina na sua formação.

Canal iônico

Proteína

Extrínseca

CarboidratoCabeças Polares

Biocamada

Fosfolipídica

Glicoproteína

FosfolipídioColesterol

Glicolipídio

Proteína Extrínseca Filamentos do

Citoesqueleto

Meio Extracelular

Trecho em Hélice Alfa Cauda Hidrofóbica

Proteína Intrínseca Proteína

Extrínseca

Citoplasma

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CH2 CH CH2 O P O X

O

O-O

C

R1

O

O

C

R2

O

Biomembranas são baseadas

principalmente em lipídios, com

predominância de fosfolipídios. A

estrutura química geral de uma molécula

de fosfolipídio é mostrada ao lado (figura

a). Tal molécula é basicamente um

glicerol (figura b), sobre o qual foram

ligadas as cadeias de ácidos graxos (R1

e R2). O grupo fosfato permite a ligação

covalente de outra molécula, designada

na figura por pelo grupo X. Um dos ácidos

graxos típicos encontrados nos

fosfolipídios é chamado ácido palmítico

(figura c) .

a)

b)

HO CH2 C CH2 OH

OH

H

Fosfolipídio

c)

Glicerol

Ácido palmítico

12

Fosfolipídios

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A molécula de ácido palmítico (ou ácido

hexadecanóico) apresenta 16 carbonos e

31 hidrogênios. Tal ácido graxo é dito

saturado, pois apresenta o maior número

possível de hidrogênios ligados. A

presença de ligações duplas na cadeia de

ácido graxo indica que o mesmo é não

saturado. As duas cadeias R1 e R2 não

precisam ser homogêneas, ou seja,

podem apresentar cadeias de tamanhos

distintos. Nos fosfolipídios, uma parte da

molécula é polar, a cabeça hidrofílica ou

polar, e a parte apolar é composta pelas

duas cadeias de ácidos graxos. O

diagrama esquemático ao lado ilustra uma

molécula de fosfolipídio. Moléculas que

apresentam parte polar e parte

hidrofóbica são chamadas anfipáticas.

Na figura da abaixo temos a

representação CPK do fosfolipídio.

Cabeça polar

Caudas hidrofóbicas

Caudas hidrofóbicas

Cabeça polar

13

Fosfolipídios

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Diversos modelos computacionais de

biomembranas foram construídos e

submetidos à simulação de dinâmica

molecular. Na dinâmica molecular,

podemos simular computacionalmente

aspectos sobre a mobilidade dos sistemas

moleculares, de forma que a interação da

bicamada fosfolipídica com moléculas de

água pode ser analisada. Tais simulações

usam diferentes componentes para a

formação da bicamada, no exemplo ao

lado foram usadas moléculas de 1-

palmitoil-2-oleoil-sn-glicerol-3-

fosfatidilcolina, formando uma caixa

retangular, onde temos moléculas de água

interagindo com a parte polar da

bicamada. No modelo computacional,

vemos claramente que as caudas

hidrofóbicas não interagem com as

moléculas d’água.

Hid

rofílic

a H

idro

fóbic

a H

idro

fílic

a

Modelo computacional da membrana

14

Modelo Computacional da Membrana Celular

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Fosfolipídio original

Abaixo temos a descrição da montagem do modelo computacional da bicamada

fosfolipídica.

15

1) Montagem do

fosfolipídio. Podemos

usar as coordenadas

atômicas de um

fosfolipídio, obtidas

experimentalmente e

otimizar a estrutura

tridimensional

computacionalmente.

As coordenadas

atômicas do

fosfolipídio podem ser

determinadas por

cristalografia.

2) Montagem da

monocamada. As

coordenadas atômicas

do fosfolipídio original

são movimentadas

gerando cópias da

molécula original, só

que em outra posição.

O processo de cópia é

gerado aplicando-se

operações matemáticas

simples sobre as

coordenadas atômicas

do fosfoliídio.

Fosfolipídio transladado

3) Montagem da bicamada.

Após o descolamento de

dezenas de fosfolipídios,

temos um modelo da

bicamada fosfolipídica. O

modelo acima apresenta 128

moléculas, 64 em cada

camada.

4) Montagem da bicamada

com moléculas de água.

Moléculas de água são

distribuídas aleatoriamente

na estrutura da bicamada.

Após a simulação de

dinâmica molecular, as

moléculas de água localizam-

se nas partes hidrofílicas,

como mostrado acima,

Bicamada fosfolipídica

Bicamada fosfolipídica com água

Modelo Computacional da Membrana Celular

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Podemos pensar que o modelo

computacional representa um fatia da

membrana celular, sem a presença de

proteínas. É como se tivéssemos cortado

uma fatia em formato de cubo da

biomembrana. Na simulação

computacional da membrana, as

moléculas de água posicionam-se nas

regiões polares, como era de se esperar. A

vantagem da simulação computacional, é

que uma vez confirmada a capacidade de

simulação de aspectos conhecidos, como

a interação com água, podemos adicionar

moléculas aos sistemas e prever seu

comportamento. Por exemplo, podemos

prever qual o comportamento de fármacos

com a bicamada. Tal simulação é de

interesse no desenvolvimento de

fármacos, visto que, para que possam

agir, a maioria dos fármacos têm que

atravessar a membrana.

Hid

rofílic

a H

idro

fóbic

a H

idro

fílic

a

Modelo computacional da membrana

Diagrama esquemático da membrana

Hid

rofílic

a H

idro

fóbic

a H

idro

fílic

a

16

Modelo Computacional da Membrana Celular

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Muitas das proteínas, que interagem com

a membrana celular, apresentam regiões

em hélice alfa. Para entendermos esta

interação proteína-membrana, vamos

olhar alguns detalhes da estrutura da

hélice alfa. Uma hélice alfa, como

mostrada na figura a, tem as cadeias

laterais apontando para fora da hélice

(indicadas com setas). Tal hélice alfa pode

ser representada como um cilindro (figura

b). Nas figuras c e d temos a visão de

cima de cada uma das representações da

hélice alfa. As visões facilitam a

identificação das regiões hidrofóbicas e

hidrofílicas das hélices alfa, como nas

figuras c e d.

a) b)

c) d)

Cadeias laterais

Cadeias laterais

17

Interação Intermoleculares

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Nas estruturas de feixes de hélices

transmembranares, verifica-se que a

parte da hélice que toca os lipídios é

relativamente mais hidrofóbica que a

parte que participa do contato hélice-

hélice. No diagrama esquemático à

direita, temos um feixe de 4 hélices (figura

b), onde vemos que a região entre as

hélices é mais hidrofílica que a região em

contato com a bicamada lipídica. A região

das hélices, em contato com as caudas

hidrofóbicas da bicamada fosfolipídica,

estão indicadas por setas.

a) Hélice transmembranar

b) 4 hélices transmembranares

Superfície mais hidrofóbica

Superfície mais hidrofílica18

Interação Intermoleculares

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Apresentaremos o complexo proteico

centro de reação fotossintético da bactéria

púrpura R. viridis, como exemplo de

proteína transmembranar. O centro de

reação fotossintético é o local da etapa

inicial da captura de energia luminosa na

fotossíntese. Tal complexo proteico é

composto de quatro cadeias

polipeptídicas, indicadas na figura ao

lado, nas cores azul, vermelha, cinza e

dourado. A proteína apresenta uma

estrutura quaternária tetramérica. Há

também quatorze cofatores de baixo peso

molecular, indicados em amarelo. Entres

os cofatores temos cromóforos, que

absorvem a energia luminosa, que é

convertida em potencial eletroquímico,

através da membrana.

Referência: Deisenhofer, J. & Michel, H. (1989) EMBO J.

8:2149-2170.19

Interação Intermoleculares

Page 20: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Na representação ao lado, os resíduos de

aminoácidos hidrofóbicos estão em cinza,

os polares em verde, os ácidos em

vermelho e os básicos em azul. Átomos

pertencentes aos cofatores estão em

ciano. Vemos claramente uma

heterogeneidade na distribuição de

cargas na superfície das proteínas. No

centro temos uma região

preponderantemente hidrofóbica, e nas

partes superior e inferior uma

concentração de resíduos de aminoácidos

carregados e polares, o que caracteriza

uma região hidrofílica.

Referência: Deisenhofer, J. & Michel, H. (1989) EMBO J.

8:2149-2170.

132 Å

72 Å

Hid

rofí

lica

Hid

rofó

bic

a

Hid

rofí

lica

20

Interação Intermoleculares

Page 21: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

A representação à direita indica os

elementos de estrutura secundária,

notadamente: hélices, fitas e regiões de

alças, conectando as hélices e fitas. As

cadeias L e M (estruturas do meio)

apresentam preponderantemente hélices,

enquanto o citocromo (estrutura de cima)

e a cadeia H (estrutura da parte debaixo)

apresentam outros elementos de estrutura

secundária.

Observação: As coordenadas atômicas

usadas para representar a estrutura do

centro de reação fotossintético estão

depositadas no banco de dados de

estruturas PDB (Protein Data Bank), com

código de acesso: 1PRC. O endereço do

PDB é www.rcsb.org/pdb . Essa estrutura

foi a primeira proteína transmembranar a

ter sua estrutura elucidada por

cristalografia por difração de raios X.

Cadeia H

Cadeia MCadeia L

Citocromo

21

Interação Intermoleculares

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A estrutura do centro de reação

fotossintético não foi determinada em

contato com a membrana celular, mas a

partir da análise de sua estrutura

cristalográfica isolada, podemos elaborar

uma hipótese de como a proteína interage

com a membrana. Vamos destacar os

principais aspectos da estrutura da

proteína.

1) Apresenta 4 cadeias polipeptídicas,

sendo que duas delas se destacam pela

participação majoritária de hélices na sua

estrutura, as cadeias L e M mostradas na

figura ao lado.

22

Cadeia H

Cadeia MCadeia L

Citocromo

Interação Intermoleculares

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2) As cadeias L e M apresentam

preponderância de resíduos de

aminoácidos hidrofóbicos na superfície da

proteína, como indicado na figura ao lado.

3) A análise da estrutura indica um padrão

de hidrofobicidade na forma de sanduíche.

O citocromo hidrofílico, as cadeias L e M

hidrofóbicas e a cadeia H hidrofílica.

4) A dimensão maior da proteína chega a

132 Å de comprimento.

5) A bicamada fosfolipídica apresenta uma

espessura de aproximadamente 60 Å,

como mostrado abaixo.

23

132 Å

72 Å

Hid

rofí

lica

Hid

rofó

bic

a

Hid

rofí

lica

60 Å

Interação Intermoleculares

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6) A bicamada fosfolipídica apresenta um

padrão de hidrofobicidade da forma de

sanduíche, onde a parte hidrofóbica fica no

meio de duas partes opostas hidrofílicas,

como mostrada na figura ao lado.

7) Do ponto de vista físico-químico,

esperamos que as partes hidrofóbicas da

proteína apresentem interação com as

partes hidrofóbicas da membrana.

Esperamos, também, interações entre as

partes hidrofílicas da proteína com as

cabeças polares da bicamada fosfolipídica.

Considerando as observações

experimentais destacadas anteriormente,

podemos levantar uma hipótese científica

sobre a interação do centro de reação

fotossintético com a membrana celular.

24

Hid

rofí

lica

Hid

rofó

bic

a

Hid

rofí

lica

Interação Intermoleculares

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Citoplasma

Meio extracelular

25

Centro de reação

fotossintético da

bactéria púrpura R.

viridis.

Bicamada fosfolipídica.

?

Interação Intermoleculares

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Citoplasma

Interação das cadeias L e M (vermelho e cinza) do

centro de reação fotossintético com a bicamada lipídica.

Hélice alfa é a estrutura secundária

comumente encontrada em segmentos

transmembranares de proteínas de

membranas. Normalmente temos a

combinação de vários segmentos de

hélice, formando feixes de hélices

transmembranares, como nas estruturas

das cadeias L e M da estrutura do

centro de reação fotossintético mostrada

ao lado. A partir da análise da estrutura

do centro de reação fotossintético,

podemos propor um modelo para

interação da proteína com a membrana.

No modelo temos que a parte

hidrofóbica, formada por hélices,

interage com a membrana celular,

conforme indicado no diagrama

esquemático ao lado.

Meio extracelular

26

Interação Intermoleculares

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Outra estrutura possível para proteínas

transmembranares é a folha beta. Um

arranjo onde a folha beta fecha-se sobre

si forma um arranjo similar a um barril,

sendo denominado barril beta. A estrutura

em barril proporciona as características

físico-químicas desejáveis para uma

proteína transmembranar, tal como

blindagem dos átomos da cadeia principal

que participam de ligações de hidrogênio.

A figura ao lado mostra a estrutura de

uma porina. As porinas criam canais na

membrana permitindo a passagem de

moléculas de baixa massa molecular

(inferior a 700 Da), tais como moléculas

de água, íons, glucose e outros

nutrientes.

Barril beta da porina de Rhodopseudomonas blastica.

Código de acesso PDB: 8PRN

27

Interação Intermoleculares

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Venenos de serpentes podem ser

pensados como coquetéis de proteínas e

peptídeos, que apresentam um vasto

espectro de atividades biológicas, entre

elas muitas de interesse farmacológico.

Há dois objetivos principais nos estudos

dos componentes dos venenos de

serpentes. Um focado nos soros e

possíveis inibidores para os acidentes

ofídicos, que ainda ocorrem no Brasil e no

resto do mundo. Outro foco está centrado

nas propriedades farmacêuticas dos

componentes dos venenos.

Cobras brasileiras. Bothrops jararacussu (Jararaca).

Disponível em: <

http://www.cobrasbrasileiras.com.br/bothrops_jararacussu.h

tml >.

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

28

Interação Intermoleculares

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Entre as proteínas identificadas nos

venenos, destacam-se as

metaloproteases e as fosfolipases A2

(discutidas aqui). As fosfolipases A2 são

enzimas que catalisam a clivagem de

fosfolipídios, componentes da membrana.

Tal enzima foi intensivamente estudada e

está presente no veneno de diversas

serpentes. Entres suas atividades,

destacam-se a atividade miotóxica,

apresentada pelo veneno das serpentes

do gênero Bothrops. A ação miotóxica é

responsável por danos extensos no tecido

muscular, se não tratada. A fosfolipase A2

apresenta 122 resíduos de aminoácidos

em sua estrutura primária, e sua

estrutura 3D foi elucidada por técnicas de

difração de raios X. A estrutura apresenta

6 hélices principais, indicadas por

cilindros azuis e duas fitas em amarelo.

C

N

Estrutura da fosfolipase A2 de Bothrops jararacussu.

29

Interação Intermoleculares

Page 30: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Estudos estruturais das fosfolipases A2

lançaram as bases moleculares para o

entendimento da atividade miotóxica. A

hipótese mais aceita, estabelece que a

clivagem dos fosfolipídios da membrana

celular levam à ação miotóxica. Modelos

computacionais da interação da

fosfolipases A2 com a membrana

identificaram detalhes da interação, como

mostrado ao lado. A fosfolipase A2 , uma

proteína rica em hélices (indicadas como

cilindros azuis), apresenta interações

eletrostática e hidrofóbica com a

membrana, o que possibilita a

desestruturação desta e a consequente

atividade tóxica. A simulação

computacional indicou que a ligação da

fosfolipase A2 à membrana, desloca

moléculas de água, o que pode facilitar a

interação da enzima com os fosfolipídios.

Disponível em:<

http://www.ks.uiuc.edu/Research/smd_imd/pla2/>.

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

Modelo computacional da interação da fosfolipase A2 com a

monocamada da membrana. Os fosfolipídios são indicados

com caudas hidrofóbicas em verde.

30

Interação Intermoleculares

Page 31: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Canais de K+ são proteínas

transmembranes que permitem a saída de

íons de potássio da célular. A habilidade

mostrada pelos canais de K+ dependentes

de voltagem, de permitirem

majoritariamente a saída de íons de K+, é

conseguida por meio de um filtro de

seletividade, presente numa das

extremidades do poro. A figura ao lado

ilustra a passagem de íons de K+ (esferas

verdes) pelo canal de K+. A região

mostrada é a parte do filtro. Em solução,

os íons de K+ apresentam-se envolvidos

por 8 moléculas de água (esferas

vermelhas), formando uma camada de

hidratação. A esferas de hidratação dos

íons de K+, acomodam-se no canal de K+ e

começam a perder as moléculas de água,

a interação com a água é substituída pela

interação com os oxigênios das carbonilas

do canal de K+ dependente de voltagem.

Interação intermolecular do canal de K+ dependente de

voltagem com íons de K+ (esferas verdes).

Disponível em:

<http://www.rcsb.org/pdb/101/motm.do?momID=38 >.

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

Meio extracelular

Citoplasma

31

Canais Iônicos

Esfera

de hidratação

Page 32: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

A região do canal de K+, que captura a

esfera envoltória de K+, apresenta um

tamanho preciso para uma interação

favorável com a camada de hidratação

envoltória de K+. No caso do íon de Na+, a

esfera envoltória é menor que a do K+,

levando a uma interação fraca com o canal

de K+. Assim, o sistema da esfera de Na+,

não tem uma interação favorável com o

canal de K+, permanecendo no interior da

célula. Podemos pensar que a esfera de

hidratação do Na+, por ser menor que a do

K+, está frouxamente ligada ao canal de K+

dependente de voltagem, o que não é

favorável para a perda das moléculas de

água e posterior passagem pelo canal.

32

Canais Iônicos

Animação mostra a difusão de íons pelo canal iônico.

Disponível em: <

http://leavingbio.net/OSMOSIS%20AND%20DIFFUSION.htm

>.

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

Meio extracelular

Citoplasma

Page 33: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

A estrutura do canal de K+ dependente

de voltagem de Streptomyces lividans

apresenta estrutura quaternária

tetramérica (4 cadeias polipeptídicas),

representadas na figura ao lado. Cada

cadeia é formada por três hélices

transmembranares e um loop (laço), o

íon de potássio está representado no

centro do tetrâmero em verde. Também

vemos o loop P e a hélice P, que são

responsáveis pela seletividade iônica

(indicados em azul). O loop P é formado

pelo resíduos Gly-Tyr-Gly, que estão

alinhados de forma a estreitar o funil

formado pela estrutura do canal.

Estamos olhando do meio extracelular

para o meio intracelular. Canal de K+ dependente de voltagem visto do meio

extracelular para o meio intracelular. Código de acesso PDB:

1BL8.

Fonte: Sansom, MS. Current Biology 1998, 8:R450–R452

http://biomednet.com/elecref/09609822008R0450 33

Canais Iônicos

Page 34: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

O canal de K+ dependente de voltagem

forma uma passagem na membrana

celular. Tal passagem é altamente

seletiva por K+ e sensível à mudança de

potencial elétrico. A parte intracelular do

tubo do canal de K+ apresenta uma

cavidade de 10 Å de diâmetro. A

cavidade está alinhada com resíduos

hidrofóbicos e preenchida por moléculas

de água. As dimensões dests cavidade,

permitem um ajuste ideal para interação

com os íons de K+.

Canal de K+ dependente de voltagem visto do meio

extracelular para o meio intracelular. Código de acesso PDB:

1BL8.

Fonte: Sansom, MS. Current Biology 1998, 8:R450–R452

http://biomednet.com/elecref/09609822008R0450 34

Canais Iônicos

Page 35: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

A figura a lado mostra um zoom da

região que interage com o íon de K+. A

carga positiva do íon de K+ interage

eletrostaticamente com os oxigênios das

carbonilas dos resíduos de Tyr58, com

as distâncias interatômicas variando de

3,07 a 3,21 Å. Os oxigênios das

carbonilas não apresentam uma carga

elétrica completa, mas uma carga

elétrica parcial negativa, que sofre

atração eletrostática pela carga positiva

do íon de K+. O íon de K+ é mostrado

pela esfera verde no centro da figura.

A figura acima mostra a interação do íon de potássio (esfera

verde) com 4 carbonilas. Cada carbonila pertence à tirosina

58, que está presente em cada monômero da estrutura do

canal de K+ dependente de voltagem . Código de acesso PDB:

1BL8.

35

Canais Iônicos

Page 36: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Na figura ao lado, vemos a superfície

molecular do canal de K+ dependente de

voltagem. A coloração azul indica carga

relativa positiva, a vermelha carga

relativa negativa e a azul ciano carga

neutra. O íon de K+ (indicado pela esfera

verde no centro da estrutura) sofre

interação eletrostática com as

concentrações de cargas negativas do

canal de K+ . A estrutura quaternária do

canal iônico fica clara na figura, com 4

cadeias polipeptídicas. A estrutura do

canal de K+ dependente de voltagem é

chamada homotetrâmero, ou seja, um

tetrâmero com 4 monômeros idênticos.

Superfície molecular do canal de K+ dependente de

voltagem. A figura mostra a visão do meio extracelular,

como se observássemos do meio extracelular para o meio

intracelular. Código de acesso PDB: 1BL8.

36

Canais Iônicos

Page 37: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Podemos fazer uma analogia do canal

de K+ dependente de voltagem com uma

maçã, onde a visão da molécula ao lado

é análoga à visão da deliciosa maçã

mostrada na foto abaixo.

Superfície molecular do canal de K+ dependente de

voltagem. A figura mostra a visão do meio extracelular,

como se observássemos do meio extracelular para o meio

intracelular. Código de acesso PDB: 1BL8.

37

Canais Iônicos

Page 38: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Usando a maçã, podemos imaginar o que temos que fazer para visualizarmos o

interior da maçã, como se quiséssemos observar o interior do canal de K+ dependente

de voltagem. Na primeira foto à esquerda, temos a maçã inteira, vista de cima. Na foto

seguinte, temos a maçã com a quarta parte removida. Na terceira foto, temos a maçã

com a quarta parte removida vista de perfil.

38

Canais Iônicos

Page 39: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Agora temos o análogo do canal de K+ dependente de voltagem, mostrado abaixo de

cada foto da maçã, deixando clara a visualização do interior do canal na última figura

da direita. A primeira figura da molécula vemos o canal por cima, na segunda com um

dos monômeros retirados e, por último, de perfil, vemos o interior do canal de K+

dependente de voltagem.

39

Canais Iônicos

Page 40: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Na figura ao lado removemos o

monômero B, o que possibilita

visualizarmos o interior do canal de K+. A

figura foi girada 90º em relação à figura

vista de cima. O tubo formado permite a

passagem do íon de K+ do meio

intracelular (parte de baixo) para o meio

extracelular (parte de cima). Na parte de

baixo, vemos uma região essencialmente

hidrofóbica, no centro do canal (indicada

por uma circunferência branca), esta

região apresenta uma cavidade, que

permite a passagem dos íons de K+.

Podemos pensar que esta cavidade é

uma antecâmara, onde o íon de K+

despe-se de sua camada de solventes

(as 8 moléculas de água que cercam o

íon).

Cavidade hidrofóbica

Superfície molecular do canal de K+. A figura mostra a

visão de perfil do canal. Código de acesso PDB: 1BL8.

40

Canais Iônicos

Page 41: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

O íon de K+ intracelular é capturado e

desloca-se para a cavidade hidrofóbica,

indicada pela circunferência branca.

Acima desta cavidade temos o loop P,

com a sequência de resíduos de

aminoácido Gly-Tyr-Gly, que estreitam o

tubo que liga ao meio extracelular,

selecionando os íons de K+. A presença

de resíduos glicina (Gly) no loop P

confere grande flexibilidade estrutural a

esta região da proteína.

Cavidade hidrofóbica

Loop P

Superfície molecular do canal de K+. A figura mostra a

visão de perfil do canal. Código de acesso PDB: 1BL8.

41

Canais Iônicos

Page 42: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Como já destacamos anteriormente, um

aspecto estrutural comum a muitas

proteínas intrínsecas é a presença de

hélices na região transmembranar. Na

estrutura do canal de K+ vemos um feixe

de hélices interagindo com as caudas

hidrofóbicas da bicamada fosfolipídica,

como mostrado ao lado. O canal de K+

tem um aspecto de cone, como se fosse

uma casquinha de sorvete.

K+

Citoplasma

Meio extracelular

Estrutura do canal de K+ dependente de voltagem

interagindo com a bicamada fosfolipídica. Código de

acesso PDB: 1BL8.42

Canais Iônicos

Page 43: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Os canais iônicos permitem a difusão de íons, esse fenômeno pode ser estudado a

partir de uma analogia com uma cuba de vidro, onde temos cloreto de sódio ( 5 % de

NaCl) dissolvido de um lado da cuba e do outro água pura. Os dois sistemas estão

separados por uma membrana permeável ao NaCl e à água. Como a membrana é

permeável, ocorre a difusão, que leva as moléculas de água do lado direito a

movimentar-se para o setor do lado esquerdo e, os íons de NaCl, a difundirem-se para

o lado direito.

43

Difusão

5 % de NaCl

dissolvido em água0 % de NaCl

dissolvido em água

Page 44: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Com a difusão o sistema atinge o equilíbrio, onde a concentração salina é idêntica em

ambos os lados. Considerando-se que o volume é o mesmo em ambos os lados, e que

a concentração inicial de NaCl do lado esquerdo era 5 % e 0% do lado direito, temos,

no equilíbrio, 2,5 % de NaCl em ambos os lados. O fenômeno da difusão é dependente

da temperatura do sistema, pois, conforme aumentamos a temperatura, aumentamos a

energia cinética dos componentes do sistema (água e NaCl).

44

Difusão

2,5 % de NaCl

dissolvido em água2,5 % de NaCl

dissolvido em água

Page 45: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

45

Osmose

5 % de NaCl

dissolvido em água0 % de NaCl

dissolvido em água

Quando trocamos a membrana permeável, por uma semipermeável, observamos o

fenômeno da osmose. Na osmose temos a transferência de moléculas de água da

região com baixa concentração de soluto (lado direito da cuba), para uma região com

alta concentração de soluto (NaCl), lado esquerdo da cuba. Assim, temos uma pressão

atuando do lado direito para o lado esquerdo, a pressão osmótica (). O fluxo de

água do lado direito para o esquerdo é chamado de fluxo osmótico.

Page 46: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

46

Osmose

2,5 % de NaCl

dissolvido em água0 % de NaCl

dissolvido em água

Abaixo temos a situação que ocorre quando o equilíbrio é atingido. A pressão da

coluna de líquido do lado esquerdo compensa a pressão osmótica. A pressão

osmótica () depende da concentração do soluto (CM), da temperatura em Kelvin (T) e

da constante dos gases (R = 0,0821 L atm mol–1 K–1), conforme a equação abaixo:

RTCM

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47

Osmose

Steve Lower's Web site. Osmosis and osmotic pressure. Disponível em:

<http://www.chem1.com/acad/webtext/solut/solut-4.html >. Acesso em: 23

de agosto de 2015.

Hipertônica Isotônica Hipotônica

A hemácias apresentam alta permeabilidade na membrana, com uma concentração

intracelular aproximada de 0,85 % de NaCl, em condições fisiológicas. Assim, numa

situação onde a concentração salina no meio extracelular, é maior que no meio

intracelular (solução hipertônica), temos o encolhimento das células. Numa situação

onde a concentração salina extracelular, é bem menor que no meio intracelular

(solução hipotônica), temos a lise (quebra) das células, chamada de hemólise.

Quando a solução extracelular, apresenta uma concentração salina próxima à

intracelular, temos uma solução isotônica.

Page 48: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

48

Osmose

O gráfico abaixo ilustra a hemólise em função da concentração salina extracelular.

Vemos que conforme diminuímos a concentração salina extracelular (solução

hipotônica), aumentamos a hemólise.

Cell Biology OLM | Authored by Stephen Gallik, Ph. D. | URL: cellbiologyolm.stevegallik.org |

Copyright © 2011 Stephen Gallik, Ph. D.

Gráfico da hemólise em função da concentração salina. Disponível em: < http://cellbiologyolm.stevegallik.org/node/64 >.

Acesso em: 23 de agosto de 2015.

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No nosso estudo de fenômenos elétricos da

célula, focaremos na membrana celular, boa

parte desses fenômenos serão discutidos

para entendermos o funcionamento elétrico

dos neurônios. Os neurônios são células

nucleadas, que apresentam um corpo

central, chamado soma. Essas células

apresentam grandes variações de forma,

assim para os propósitos dos nossos

estudos, vamos considerar que o neurônio

apresenta a estrutura básica, mostrada no

diagrama esquemático ao lado. No diagrama

temos, além do corpo celular, dendritos e

um terminal único, chamado axônio. O

axônio é responsável pela transmissão do

impulso nervoso. Podendo ser bem

extenso, comparado com o resto do

neurônio. Uma descrição detalhada da

estrutura do neurônio e de outras células

será apresentada na disciplina “Biologia

Celular e Tecidual”.49

Axônio

Terminais axonais

Corpo celular

Núcleo

Diagrama esquemático de um neurônio.

Estrutura Básica do Neurônio

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Vimos que a célula apresenta proteína intrínsecas, responsáveis pelo transporte

passivo de íons pela membrana. Especificamente, vimos, em detalhes, o

funcionamento do canal de potássio. Além dos canais iônicos, relacionados ao

transporte passivo de íons, ou seja, sem gasto de energia e descritos pelos

fenômenos de difusão e osmose, temos, também, o transporte ativo de íons na

membrana. Nesse tipo de transporte, a proteína envolvida é a bomba iônica. Na aula

de hoje veremos a bomba de sódio e potássio, representada no diagrama abaixo.

50

ATP

Na+ Meio intracelular

Meio extracelular

Bomba de Sódio e Potássio

K+

Bomba de Sódio e Potássio

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A bomba de sódio e potássio é uma proteína intrínseca com atividade enzimática.

Ela catalisa a clivagem da molécula adenosina trifosfato (ATP), atividade de

ATPase. ATP (mostrado nas figuras abaixo) é um nucleotídeo contendo 3 grupos

fosfatos. ATP é uma reserva de energia química para o metabolismo celular.

a) ATP (Estrutura 2D) b) ATP (estrutura 3D)

51

Bomba de Sódio e Potássio

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A ação da bomba de Na+/K+ segue as seguintes etapas:

1) A bomba de Na+/K+ , com ATP ligado, liga-se a 3 íons de Na+ intracelulares.

2) ATP é hidrolisado, causando a fosforilação de um resíduo de aspartato, da bomba

de Na+/K+ com a liberação de uma molécula de adenosina difosfato (ADP).

3) A mudança estrutural da bomba de Na+/K+, leva a uma exposição os íons de Na+

que, por apresentarem baixa afinidade pela bomba de Na+/K+, são liberados para o

meio extracelular.

4) A bomba de Na+/K+ liga-se a 2 íons de K+ extracelulares, isto causa a

desfosforilação da bomba, trazendo-a de volta à sua conformação anterior,

transportando K+ para dentro da célula.

5) A forma desfosforilada da bomba de Na+/K+ apresenta afinidade mais alta por íons

de Na+, os íons de K+ são liberados, a molécula de ATP liga-se à bomba.

6) O sistema está pronto para um novo ciclo.

52

Bomba de Sódio e Potássio

Page 53: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

ATP PIADP

PI

PI

PI

ATP

ATP

Na+

Na+

K+

1 2

3

45

6

Meio intracelular

Meio extracelular Meio extracelular Meio extracelular

Meio extracelular Meio extracelularMeio extracelular

Meio intracelular Meio intracelular

Meio intracelularMeio intracelularMeio intracelular

53

Bomba de Sódio e Potássio

Page 54: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

PI

Na+

Meio extracelular

Meio intracelular

K+

O meio intracelular de um neurônio, na ausência de estímulos, apresenta um

potencial elétrico negativo com relação ao meio extracelular, chamado potencial de

repouso. Proteínas intrínsecas, chamadas canais de K+, apresentam-se abertos,

permitindo a saída de íons de K+ . Assim, a saída de íons K+, deixa um excesso de

carga negativa no interior da célula e, como resultado, um potencial negativo. A ação

conjunta da bomba de Na+/K+ e do canal de K+ leva a um acúmulo de carga positiva

no meio extracelular. Tal situação, tem como consequência, uma diferença de

potencial negativa do meio intracelular com relação ao meio extracelular. Se

colocarmos um eletrodo no interior de um neurônio em repouso, teremos um

potencial elétrico de algumas dezenas de milivolts negativos.

Bomba de Na+/K+ canal de K+

54

Potencial de Repouso da Célula

Page 55: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Aproximadamente um terço de todo ATP

da célula é usado para o funcionamento

da bomba de Na+/K+, o que indica a

importância para o metabolismo celular da

bomba de Na+/K+. Em 2007 foi elucidada

a estrutura tridimensional da bombam de

Na+/K+, mostrada na figura ao lado (Morth

et al., 2007). A análise da estrutura

indicou uma divisão clara de regiões

hidrofóbicas e hidrofílicas, que sugerem a

inserção na bomba de Na+/K+ na

membrana, conforme o modelo mostrado

no próximo slide.

Referência: Morth JP, Pedersen BP, Toustrup-Jensen MS,

Sørensen TL, Petersen J, Andersen JP, Vilsen B, Nissen P.

Nature. 2007;450(7172):1043-9.

55

Potencial de Repouso da Célula

Page 56: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Meio extracelular

Citoplasma

Referência: Morth JP, Pedersen BP, Toustrup-Jensen MS,

Sørensen TL, Petersen J, Andersen JP, Vilsen B, Nissen P.

Nature. 2007;450(7172):1043-9.

A bomba de Na+/K+ apresenta um domínio rico em hélices, que estão em contato com

a parte hidrofóbica na bicamada, como indicado abaixo.

56

Potencial de Repouso da Célula

Page 57: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Como vimos anteriormente, o potencial de repouso é resultado da ação conjunta da

bomba de Na+/K+ e do canal de K+. A bomba de Na+/K+ envia 3 íons de Na+ para o

meio extracelular e 2 íons de K+ para o meio intracelular, com gasto de uma molécula

de ATP (adenosina trifosfato). Aproximadamente um terço do ATP gasto pela célula é

usado pela bomba Na+/K+ para manter este fluxo iônico. O canal de K+ permite que o

excesso de K+ seja expelido da célula, sem gasto de ATP. A ação conjunta das duas

proteínas intrínsecas, leva a uma perda de carga positiva pela célula, causando o

aparecimento de um potencial negativo no meio intracelular, este potencial é chamado

de potencial de repouso, pois não precisamos de estímulo externo para gerá-lo.

Bomba

de

Na+/K+

Na+

K+

K+

Citoplasma

Meio extracelular

Canal

de

K+

57

Potencial de Membrana

Page 58: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Na aula de hoje, vimos a estrutura da

membrana celular, um tópico de interesse

da Biologia Celular e Tecidual. O estudo

das forças que regem a formação da

bicamada, está relacionada à Física. A

estrutura molecular dos componentes da

membrana, é objeto de estudo da

Química, Bioquímica Estrutural e Biologia

Molecular. O estudo da penicilina está

relacionada à Farmacologia.Aula de

hoje

Química

Física

Bioquímica

Estrutural

Biologia

Celular e

Tecidual

58

Relação com Outras Disciplinas

Biologia

Molecular

Farmacologia

Page 59: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

Segue uma breve descrição de dois sites relacionados à aula de hoje. Se você tiver

alguma sugestão envie-me ([email protected] ).

1) http://www.susanahalpine.com/anim/Life/memb.htm . Este site mostra animações

flash do modelo de mosaico fluido.

2) http://www.brookscole.com/chemistry_d/templates/student_resources/shared_reso

urces/animations/ion_pump/ionpump.html . Este site mostra uma animação com o

funcionamento da bomba de sódio e potássio.

3) http://www.blackwellpublishing.com/matthews/default.html . Este site traz

animações figuras e testes sobre neurobiologia. É um site de apoio ao livro de

Matthews GG. Neurobiology.

4) http://www.rcsb.org/pdb/101/motm.do?momID=38 . Nesse site temos uma

descrição da estrutura do canal de K+ dependente de voltagem.

59

Material Adicional (Sites Indicados)

Page 60: Membrana Celular - azevedolab.netazevedolab.net/resources/biofisica4.pdf · A principal função da membrana celular é manter moléculas tão diversas como proteínas e pequenos

1)Explique o modelo de mosaico fluido.

2)Explique o potencial de repouso da célula.

60

Questões

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OLIVEIRA, Jarbas Rodrigues de; WACHTER, Paulo Harald; AZAMBUJA, Alan Arrieira.

Biofísica para ciências biomédicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. 313 p.

OKUNO, Emiko; CALDAS, Iberê Luiz; CHOW, Cecil. Física para ciências biológicas e

biomédicas. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1982. 490 p.

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Referências