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PROJETO-BASE DO VIADUTO V4 Miguel Tareco Nº 28102 Bruno Santos Nº27463 Pedro Ferreira Nº27956 Pedro Ribeiro Nº27806 Pontes 2012/2013 Professor António Lopes Batista Fevereiro 2013

Memória - Pontes

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Peça escrita da cadeira de Pontes 2012/2013

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PROJETO-BASE DO VIADUTO V4

Miguel Tareco Nº 28102

Bruno Santos Nº27463

Pedro Ferreira Nº27956

Pedro Ribeiro Nº27806

Pontes 2012/2013

Professor

António Lopes Batista

Fevereiro 2013

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Pontes 2012/2013

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INDÍCE

A. MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 5

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 7

2. DESCRIÇÃO GERAL DA OBRA .......................................................................................................... 7

3. SOLUÇÃO ESTRUTURAL .................................................................................................................... 8

3.1. FUNDAÇÕES, PILARES E ENCONTROS ................................................................................... 8

3.2. TABULEIRO .................................................................................................................................... 8

4. MATERIAIS ............................................................................................................................................ 9

4.1. BETÃO ............................................................................................................................................. 9

4.2. AÇO .................................................................................................................................................. 9

4.3. APARELHOS DE APOIO ............................................................................................................... 9

4.4. DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS .................................................................................................. 9

5. ACÇÕES ................................................................................................................................................. 10

5.1. ACÇÕES PERMANENTES (G) .................................................................................................... 10

5.2. ACÇÕES VARIÁVEIS (Q) ............................................................................................................ 10

5.3. COMBINAÇÃO DE ACÇÕES....................................................................................................... 11

6. ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL ...................................................................... 12

6.1. ANÁLISE LONGITUDINAL ........................................................................................................ 12

6.2. ANÁLISE TRANSVERSAL ........................................................................................................... 13

7. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA .................................................................................................... 14

8. PROCESSO CONSTRUTIVO.............................................................................................................. 14

9. NORMAS, REGULAMENTOS E BIBLIOGRAFIA .......................................................................... 14

B. DEFINIÇÃO DAS ACÇÕES..................................................................................................................... 15

1. ACÇÕES PERMANENTES.................................................................................................................. 17

1.1. PESO PRÓPRIO DO TABULEIRO (PP) ..................................................................................... 17

1.2. RESTANTE CARGA PERMANENTE (RCP) .............................................................................. 17

1.3. PRÉ-ESFORÇO (P) ....................................................................................................................... 18

1.4. RETRACÇÃO ................................................................................................................................. 20

1.5. FLUÊNCIA .................................................................................................................................... 21

2. ACÇÕES VARIÁVEIS .......................................................................................................................... 21

2.1. SOBRECARGAS RODOVIÁRIAS (SC) ....................................................................................... 21

2.2. ACÇÃO SÍSMICA (A).................................................................................................................... 23

2.3. ACÇÃO DA TEMPERATURA (VUT e VDT) ............................................................................... 23

C. CRITÉRIOS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO ..................................................................................... 24

1. SOLUÇÃO ESTRUTURAL .................................................................................................................. 26

1.1. TABULEIRO .................................................................................................................................. 26

1.2. PRÉ-ESFORÇO ............................................................................................................................. 33

1.3. PILARES ........................................................................................................................................ 39

1.4. APARELHOS DE APOIO ............................................................................................................. 41

1.5. FUNDAÇÕES ................................................................................................................................ 43

D. ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................................................................................ 45

1. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO LONGITUDINAL ........ 47

1.1. SEGURANÇA RELATIVA AO ESTADO LIMITE DE DESCOMPRESSÃO ............................ 47

1.2. SEGURANÇA RELATIVA AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS ............................................ 49

2. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA DIRECÇÃO TRANSVERSAL .......... 55

2.1. SEGURANÇA RELATIVA AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS NAS SECÇÕES DE APOIO

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2.2. SEGURANÇA RELATIVA AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS DA LAJE ENTRE VIGAS 55

3. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PILARES E FUNDAÇÕES ............................................ 56

3.1. VERIFICAÇÃO DOS PILARES EM RELAÇÃO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS ......... 56

3.2. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DAS FUNDAÇÕES ............................................................ 60

4. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO MACIÇO DE APOIO DO TABULEIRO ........................ 62

4.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................................ 62

4.2. ESFORÇOS DE DIMENSIONAMENTO .................................................................................... 62

4.3. CÁLCULO DAS ARMADURAS .................................................................................................... 63

5. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS APARELHOS DE APOIO .............................................. 64

5.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................................ 64

5.2. DESLOCAMENTOS DE DIMENSIONAMENTO ...................................................................... 64

5.3. DESLOCAMENTOS ADMISSÍVEIS ........................................................................................... 64

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A. MEMÓRIA DESCRITIVA E

JUSTIFICATIVA

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1. INTRODUÇÃO

A presente Memória Descritiva e Justificativa refere-se ao Projecto Base de um viaduto

localizado no concelho de Sines, distrito de Setúbal, no âmbito da cadeira de Pontes do

Mestrado Integrado em Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da

Universidade Nova de Lisboa.

2. DESCRIÇÃO GERAL DA OBRA

A obra de arte em estudo destina-se ao restabelecimento de uma estrada regional sobre uma

linha de água. O viaduto desenvolve-se entre o km 2+595 e o km 2+847, numa extensão total

de 252 m.

Em planta o viaduto insere-se num traçado bastante simples caracterizado apenas por um

troço rectilíneo.

Em perfil a rasante apresenta um trainel horizontal situado à cota constante de 105.00 m. A

posição da rasante foi garantida através do estudo das cotas do coroamento dos pilares.

Figura 1: Traçado em planta e alçado do viaduto.

O perfil transversal sobre o viaduto integra 2 faixas de rodagem de 3.50 m de largura, bermas

de 2.50 m e passeios de 1.25 m. O tabuleiro tem uma largura total constante de 14.50 m. A

inclinação transversal do tabuleiro é de 2.5% e foi garantida através da betonagem do próprio

tabuleiro.

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Figura 2: Perfil transversal adoptado.

Dadas as condições geológicas e geotécnicas do local onde se situa a obra, as fundações são

do tipo directo por sapatas. Com base nas sondagens realizadas verificou-se que a zona de

implantação do viaduto está sob um maciço xistoso aflorante, cuja tensão admissível é de 500

kPa.

3. SOLUÇÃO ESTRUTURAL

O viaduto desenvolve-se a uma altura máxima do solo da ordem dos 36.3 m. A modelação

dos vãos e a escolha da solução estrutural para o tabuleiro garante a economia da obra e a

integração no vale atravessado, nomeadamente através do equilíbrio entre a altura dos pilares

e os vãos.

3.1. FUNDAÇÕES, PILARES E ENCONTROS

As fundações dos pilares e encontros, de acordo com as condições geológicas existentes, são

constituídas por sapatas assentes sobre betão ciclópico. As dimensões das sapatas em planta

são as seguintes:

P1, P2, P3, P4, P5, P6 E P7 6x8 (m2) Quadro 1: Fundações do viaduto.

Os pilares apresentam alturas que variam entre os 8 m e os 32 m. A secção transversal é

rectangular modificada em que os seus lados menores têm a forma de uma

semicircunferência. Nos topos dos pilares há um alargamento destes de forma a poder

acomodar as vigas do tabuleiro. Os fustes dos pilares são ocos.

Os encontros são do tipo perdido. A altura estrutural do encontro E1 é de 3.95 m e a do

encontro E2 é de 6.45 m.

3.2. TABULEIRO

O tabuleiro é constituído por uma laje vigada contínua de betão armado, pré-esforçada na

direcção longitudinal, com dois vãos extremos de 27 m e seis vãos intermédios de 33 m,

correspondendo a um comprimento total de 252 m entre as juntas de dilatação dos encontros.

Tabuleiro 27m + 33m + 33m + 33m + 33m + 33m + 33m + 27m

Quadro3: Vãos do tabuleiro.

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A laje, suportada por duas vigas principais de 2.00 m de altura, tem uma espessura de 0.30 m

e possui esquadros na zona de ligação às vigas. Os eixos das vigas estão distanciados entre si

de modo a não haver esforços de torção nas vigas quando actuam as cargas permanentes.

Em planta, na zona dos pilares, a alma das vigas apresenta um espessamento e estas são

travadas entre si por uma carlinga.

O tabuleiro possui ligações monolíticas nos pilares P3,P4 e P5 e assenta nos pilares P1,P2,P6

e P7 e nos encontros através de aparelhos de apoio que permitem apenas deslocamentos na

direcção longitudinal.

O tabuleiro possui aparelhos de dilatação nos vãos que separam os pilares interiores com

ligações monolíticas dos pilares exteriores.

4. MATERIAIS

A qualidade dos materiais a utilizar nos elementos estruturais deverão possuir as

características e estar em conformidade com os regulamentos e normas indicados no presente

documento.

Para efeitos de cálculo, todos os materiais foram considerados homogéneos, lineares e

isotrópicos.

4.1. BETÃO

Tabuleiro ………………………………………………….…...………………. C30/37

Encontros e Pilares ……………………….…………………...……………….. C25/30

Regularização de fundações e sob lajes de transição ……………….…………. C16/20

4.2. AÇO

Armaduras ordinárias ……………………………...………………………… A500NR

Aço de Pré-Esforço ………………….……………………………..… A1600/1860 (*)

(Ap = 140 mm2)

(*) – Aço de alta resistência e baixa relaxação

4.3. APARELHOS DE APOIO

Adoptaram-se aparelhos de apoio em neoprene cintado e aparelhos de apoio deslizantes.

4.4. DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

4.4.1. Recobrimentos nominais de armaduras ordinárias

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Sapatas, lajes de transição …………...…………………………………………. 50 mm

Encontros e pilares ……………………………………………………………... 40 mm

Tabuleiro ……………………………………………………………………….. 40 mm

5. ACÇÕES

As acções foram estabelecidas tendo em atenção, nomeadamente, os Eurocódigos EN 1990,

EN 1991, EN 1992, EN 1998 e o RSA (Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas

de Edifícios e Pontes), para viadutos de classe I, considerando-se os seguintes valores

característicos:

5.1. ACÇÕES PERMANENTES (G)

5.1.1. Peso próprio do tabuleiro (PP)

Betão armado C30/37 …………………………...………….………………. 25 KN/m3

5.1.2. Restante carga permanente (RCP)

Betão armado C30/37 ………………………………………………………. 25 KN/m3

Betão de agregados leves …………………………...………………………. 16 KN/m3

Tapete betuminoso ………………………………………….………………. 25 KN/m3

Guarda-corpos ………………………………………….…………………… 0.5 KN/m

Perfil de segurança ………………………………...………...……………… 0.5 KN/m

5.1.3. Pré-esforço (P)

Tensão inicial nos cordões (tensionamento) …………………………….…... 0.75 x fpk

Tensão a longo prazo (valor após perdas iniciais e diferidas) ……………..… 0.60 x fpk

5.1.4. Retracção (RET)

O efeito da retracção foi calculado de acordo com o estipulado no Eurocódigo 2 (EN 1992-1-

1).

5.1.5. Fluência

A fluência foi calculada de acordo com o estipulado no Eurocódigo 2 (EN 1992-1-1).

5.2. ACÇÕES VARIÁVEIS (Q)

5.2.1. Sobrecargas rodoviárias (SC)

Sobrecarga uniformemente distribuída ………………………………….. q1 = 4 kN/m2

Sobrecarga linearmente distribuída ……………………….…………….. q2 = 50 kN/m

Veículo-tipo ………………………………….………………………………… 600 kN

Força de frenagem ……………………………………………………………. 30 kN/m

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5.2.2. Acção sísmica (A)

A acção sísmica é simulada, em duas direcções ortogonais, por meio de espectros de resposta,

usando a análise dinâmica tridimensional da estrutura de acordo com a EN 1998-1-1,

considerando:

Acção sísmica tipo 1; Zona sísmica 1.3; Cl. Importância III;

Acção sísmica tipo 2; Zona sísmica 2.3; Cl. Importância III;

5.2.3. Acção da temperatura (VDT e VUT)

A acção da temperatura foi definida de acordo com o estipulado no Regulamento de

Segurança e Acções para Edifícios e Pontes (RSA).

5.3. COMBINAÇÃO DE ACÇÕES

As combinações consideradas no cálculo são as estipuladas no Eurocódigo 0 (EN 1990) e são

as mais desfavoráveis para os Estados Limites considerados.

Os coeficientes parciais aplicados às acções têm os seguintes valores:

f

Efeito

Desfavorável

Efeito

Favorável

Permanentes

PP 1.35 1.00

RCP 1.35 1.00

P 1.00 1.00

RET 1.00 1.00

Variáveis

SC 1.50 0.00

VDT 1.50 0.00

VUT 1.50 0.00

A 1.00 0.00

As combinações de acções são efectuadas de acordo com:

5.3.1. Combinação Fundamental

5.3.2. Combinação Quase-Permanente

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5.3.3. Combinação Rara

6. ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

Os critérios na definição das acções e combinação de acções basearam-se no Regulamento de

Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA). A acção sísmica foi

considerada de acordo com o Eurocódigo 8 e respectivo Anexo Nacional de Aplicação. A

verificação da segurança relativamente aos estados limites últimos de resistência e estados

limites de utilização foi efectuada de acordo com o Eurocódigo 2 para elementos de betão

armado e pré-esforçado:

Estado limite de descompressão no tabuleiro para a combinação quase permanente de

acções;

Estado limite de deformação para a combinação frequente de acções (δadm < L/1000);

Estado limite último de resistência para a combinação fundamental de acções;

Para o dimensionamento dos elementos estruturais recorreu-se a modelos de cálculo

tridimensionais. Os esforços foram obtidos através do programa de cálculo automático

SAP2000, tendo em conta a linearidade e o comportamento elástico dos materiais bem como

a geometria dos elementos.

6.1. ANÁLISE LONGITUDINAL

Para a análise longitudinal das vigas adoptou-se um modelo tridimensional de barras. As

vigas foram simuladas através de elementos finitos de barra nos seus centros de gravidade. As

vigas são ligadas entre si, também, por elementos de barra que representam a laje do

tabuleiro. Os pilares foram simulados através de elementos finitos de barra posicionados nos

apoios do tabuleiro. Como a solução final é uma solução de um só pilar, a rigidez dos pilares

foi modificada para simular a rigidez dos pilares da estrutura real.

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Para a análise longitudinal dos pilares adoptou-se um modelo tridimensional de barras. A

secção do tabuleiro foi simulada com elementos finitos de barra no respectivo centro de

gravidade. Os pilares foram simulados através de elementos finitos de barra nos seus centros

de gravidade.

6.2. ANÁLISE TRANSVERSAL

A análise transversal do tabuleiro foi realizada com base em modelos tridimensionais de

elementos finitos do tipo casca (SHELL). A sobrecarga devida ao Veículo-Tipo foi

condicionante.

Figura x: Modelo numérico tridimensional do tabuleiro.

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7. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA

A verificação da segurança é efectuada em termos de esforços, garantindo que os actuantes

não excedem os resistentes.

8. PROCESSO CONSTRUTIVO

O processo construtivo adoptado será o de um tabuleiro betonado “in situ”, construído tramo

a tramo, com recurso a um cimbre autolançável inferior. Optou-se por este método devido à

irregularidade do terreno sob o tabuleiro e à excessiva altura da rasante nos vãos centrais, que

impossibilita a utilização de cimbres ao solo.

Figura 5: Viga de lançamento inferior .

Os pilares serão construídos através de moldes deslizantes.

9. NORMAS, REGULAMENTOS E BIBLIOGRAFIA

EN 1990 – Eurocode 0: Basis of Structural Design;

EN 1991 – Eurocode 1: Actions on structures;

EN 1992 – Eurocode 2: Design of concrete structures;

EN 1997 – Eurocode 7: Geotechnical design;

EN 1998 – Eurocode 8: Design of structures for earthquake resistance;

RSA – Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes;

Folhas da disciplina de Pontes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade

Nova de Lisboa (Professor António Batista);

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B. DEFINIÇÃO DAS ACÇÕES

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1. ACÇÕES PERMANENTES

As acções permanentes foram definidas tendo em conta o volume de material usado em cada

tipo de elemento (tabuleiro, passeio, viga de bordadura, lancil e tapete betuminoso). No caso

dos perfis de segurança e dos guarda-corpos o seu valor é o definido na ficha do fabricante.

1.1. PESO PRÓPRIO DO TABULEIRO (PP)

As características geométricas do tabuleiro nas secções de apoio e nas secções de vão foram

calculadas no programa AUTOCAD através do comando “massprop”. Os seus valores são:

Secção de vão Secção de apoio

Área A = 6.768 m2 A = 8.725 m

2

Inércia da secção I = 2.06 m4 I = 3.241 m

4

Distância à fibra inferior vi = 1.52 m vi = 1.36 m

Distância à fibra superior vs = 0.48 m vs = 0.64 m

Quadro1:Propriedades geométricas das secções.

Secção de vão:

Secção de apoio:

1.2. RESTANTE CARGA PERMANENTE (RCP)

As áreas dos elementos foram obtidas directamente do perfil transversal da estrada fornecido

pelo dono de obra.

Tapete betuminoso:

Lancil:

Passeios:

Viga de bordadura:

(

)

Guarda-corpos:

Perfil de segurança:

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Então, o peso total dos elementos constituintes do tabuleiro é:

Secção de vão Secção de apoio

Peso próprio do tabuleiro 169.2 kN/m 218.1 kN/m

Tapete betuminoso 18 kN/m 18 kN/m

Lancis 4 kN/m 4 kN/m

Passeios 2.7 kN/m 2.7 kN/m

Viga de bordadura 2.3 kN/m 2.3 kN/m

Guarda-corpos 1.0 kN/m 1.0 kN/m

Perfil de Segurança 1.0 kN/m 1.0 kN/m

TOTAL 198.2 kN/m 247.1 kN/m Quadro 2: Peso total do tabuleiro e seus elementos.

1.3. PRÉ-ESFORÇO (P)

O cálculo do pré-esforço nesta obra de arte foi feito recorrendo ao método das cargas

equivalentes. Foi seguido o processo de cálculo que se descreve seguidamente:

1.3.1. Traçado dos cabos

O traçado dos cabos de pré-esforço é constituído por troços parabólicos e a sua configuração é

homotética do diagrama de momentos flectores devido às cargas permanentes. Os cabos são

definidos pelos seus pontos notáveis, isto é, os pontos que definem o início e o fim do traçado,

nomeadamente, os vértices das parábolas e os pontos de inflexão. O pré-esforço actua nas

vigas e é constituído por cabos contínuos com a configuração expressa no desenho de pré-

esforço.

1.3.2. Perdas de Pré-esforço

As forças instaladas nas armaduras de pré-esforço são variáveis ao longo do tempo devido a

perdas de tensão nos cabos. Estas perdas dividem-se em dois grupos: perdas instantâneas e

perdas diferidas.

As primeiras são as que ocorrem durante a aplicação do pré-esforço e são de três tipos:

Perdas por atrito;

Perdas por reentrada das cunhas;

Perdas por deformação instantânea do betão;

As segundas correspondem aos efeitos diferidos no tempo e são igualmente de três tipos:

Perdas por retracção do betão;

Perdas por fluência do betão;

Perdas por relaxação das armaduras;

Para este viaduto, como se trata de um projecto-base, definiu-se o pré-esforço da seguinte

forma:

{ } { } { }

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O pré-esforço máximo a aplicar em cada cordão é:

Considerando 10% de perdas instantâneas e 15% de perdas diferidas tem-se:

Então o pré-esforço útil final por cordão é:

No projecto de execução teria de se proceder ao cálculo rigoroso das perdas de pré-esforço de

acordo com o estipulado no Eurocódigo 2.

1.3.3. Cargas equivalentes ao pré-esforço

A introdução do pré-esforço no modelo de cálculo automático foi feita através do método das

cargas equivalentes, de modo a ser possível determinar os esforços que o pré-esforço provoca

na estrutura.

A expressão que compõe o método é a seguinte:

Em que:

peq – Carga equivalente;

fi – Flecha da parábola;

P – Pré-esforço útil

Li2 – Comprimento da parábola;

Depois de definido o traçado de pré-esforço no AUTOCAD, mediu-se as flechas em cada

troço e aplicou-se a fórmula definida atrás, obtendo-se a seguinte tabela:

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1.4. RETRACÇÃO

A retracção foi modelada aplicando uma extensão no tabuleiro com valor de:

L (m) Flecha (m) Nº de cordões Pm,0 (kN) Ntotal (kN) Carga equivalente (kN/m)

0 - 0,4L 10,8 0,29 381,0

0,4L - 0,9L 13,5 0,28 233,0

0,9L - L 2,7 0,04 -932,1

0 - 0,1L 3,3 0,08 -1126,4

0,1L - 0,5L 13,2 0,46 405,9

0,5L- 0,9L 13,2 0,46 405,9

0,9L - L 3,3 0,08 -1126,4

0 - 0,1L 3,3 0,08 -1126,4

0,1L - 0,5L 13,2 0,46 405,9

0,5L- 0,9L 13,2 0,46 405,9

0,9L - L 3,3 0,08 -1126,4

0 - 0,1L 3,3 0,08 -1126,4

0,1L - 0,5L 13,2 0,46 405,9

0,5L- 0,9L 13,2 0,46 405,9

0,9L - L 3,3 0,08 -1126,4

0 - 0,1L 3,3 0,08 -1126,4

0,1L - 0,5L 13,2 0,46 405,9

0,5L- 0,9L 13,2 0,46 405,9

0,9L - L 3,3 0,08 -1126,4

0 - 0,1L 3,3 0,08 -1126,4

0,1L - 0,5L 13,2 0,46 405,9

0,5L- 0,9L 13,2 0,46 405,9

0,9L - L 3,3 0,08 -1126,4

0 - 0,1L 3,3 0,08 -1126,4

0,1L - 0,5L 13,2 0,46 405,9

0,5L- 0,9L 13,2 0,46 405,9

0,9L - L 3,3 0,08 -1126,4

0 - 0,1L 2,7 0,04 -932,1

0,1L - 0.6L 13,5 0,28 233,0

0.6L - L 10,8 0,29 381,0

TOTAL 252

155 19220124

P6-P7

P7-E2

E1-P1

P1-P2

P2-P3

P3-P4

P4-P5

P5-P6

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Pontes 2012/2013

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1.5. FLUÊNCIA

A fluência foi modelada considerando, por simplificação, o módulo de elasticidade do betão

instantâneo é igual ao módulo de elasticidade aos 28 dias. Assim foi considerada uma

extensão igual a:

( )

Com,

E, para betão C30/37.

2. ACÇÕES VARIÁVEIS

As acções variáveis forma definidas de acordo com o estipulado no RSA.

2.1. SOBRECARGAS RODOVIÁRIAS (SC)

Figura 1: Sobrecargas rodoviárias.

De acordo com o artigo 41º do RSA, as sobrecargas rodoviárias consistem numa actuação

separada de:

Sobrecarga constituída por uma carga uniformemente distribuída (q1) e por uma por

uma única carga transversal com distribuição linear (q2), nas faixas de rodagem e

bermas, com os seguintes valores:

Viadutos de classe I: q1 = 4 kN/m2 e q2 = 50 kN/m;

Veículo-Tipo com um peso de 600 kN;

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Neste projecto verificou-se que na análise transversal a acção do veículo-tipo é condicionante,

enquanto na direcção longitudinal a acção das sobrecargas linear e uniformemente

distribuídas foi condicionante.

2.1.1. Carga Uniformemente Distribuída (Su)

Multiplicando o valor desta carga pela largura das faixas de rodagem mais as bermas, obtém-

se uma carga com distribuição linear que é aplicada sobre a directriz da estrada:

2.1.2. Carga Linearmente Distribuída (Sl)

Multiplicando o valor desta carga pela largura das faixas de rodagem mais as bermas obtém-

se uma carga pontual que é aplicada a meio vão de cada troço sobre a sua directriz.

2.1.3. Veículo-Tipo

O veículo-tipo consiste num veículo de três eixos equidistantes, cada um de duas rodas, com a

seguinte distribuição em planta:

Figura 2: Veículo-Tipo.

A carga transmitida por roda é de 100 kN.

2.1.4. Força de Frenagem

Para se ter em conta os efeitos resultantes das variações de velocidade dos veículos, segundo

o artigo 43º do RSA: “devem considerar-se forças longitudinais, actuando ao nível do

pavimento, paralelamente ao eixo do viaduto e associadas às sobrecargas uniformemente

distribuídas. Estas forças longitudinais devem ser consideradas linear e uniformemente

distribuídas segundo a largura da zona carregada”. Para viadutos da classe I o seu valor é

igual a 30 kN/m.

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Pontes 2012/2013

23

2.2. ACÇÃO SÍSMICA (A)

A acção sísmica foi modelada internamente no programa de cálculo automático segundo a EN

1998-1-1, considerando solos do Tipo A, na zona de Sines.

Para o cálculo dos esforços adoptou-se um coeficiente de comportamento .

2.3. ACÇÃO DA TEMPERATURA (VUT e VDT)

Consideraram-se para esta obra de arte dois tipos de variações de temperatura: uniforme e

diferenciais.

De acordo com o artigo 17º do RSA, as variações uniformes processam-se com lentidão e são

referentes às variações anuais da temperatura ambiente. Os seus efeitos foram introduzidos no

modelo de cálculo através de uma variação uniforme de temperatura de:

VUT = ΔT = 40ºC.

As segundas correspondem às variações rápidas da temperatura ambiente, decorrentes da sua

evolução diária, originando gradientes térmicos no tabuleiro:

VDT = Ts – Ti = +15ºC Aquecimento Diurno;

VDT = Ts – Ti = -5ºC Arrefecimento Nocturno;

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Pontes 2012/2013

24

C. CRITÉRIOS DE PRÉ-

DIMENSIONAMENTO

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25

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Pontes 2012/2013

26

1. SOLUÇÃO ESTRUTURAL

Da análise do perfil do terreno onde o viaduto se insere concluiu-se que não existe

condicionamentos de gabarito, pelo que se optou, para o tabuleiro, por uma solução em laje

vigada com duas vigas principais. Este tipo de solução é uma das mais simples e económicas

para obras de arte e permite vencer vãos entre os 25 m e os 45 m. De seguida apresentam-se

os critérios de pré-dimensionamento que levaram à total definição dos elementos que

compõem a superestrutura e infra-estrutura.

1.1. TABULEIRO

1.1.1. Critérios de pré-dimensionamento

O primeiro passo para a definição geométrica do tabuleiro foi o pré-dimensionamento do seu

comprimento entre juntas dos encontros. Este comprimento foi definido da seguinte forma:

No perfil do terreno traçou-se a rasante do viaduto que se situa à cota constante de

105 m;

De seguida, na zona de cada um dos encontros, definiu-se uma secção cuja altura

entre o solo e a rasante fosse de entre 4 m a 6 m, que não é mais que a altura

estrutural comum dos encontros perdidos;

Mediu-se, então, os comprimentos máximos e mínimos entre estas secções e

concluiu-se que o comprimento total do tabuleiro teria de se situar entre os 245 m

e os 265 m;

Após obter-se a gama de valores do comprimento total do tabuleiro, procedeu-se à definição

do comprimento óptimo dos vãos deste, segundo o seguinte critério:

Em que hp é a altura máxima dos pilares.

A solução mais económica para um viaduto é aquela em que o custo da superestrutura é

aproximadamente igual ao custo da infra-estrutura. Obedecendo ao critério atrás enunciado

obtém-se uma solução económica e esteticamente boa. No caso do presente viaduto optou-se

por vãos intermédios com um comprimento aproximadamente igual à altura do pilar mais

alto, obtendo-se assim uma solução de seis vãos interiores e dois vãos extremos com os

comprimentos mostrados na seguinte tabela:

Tabuleiro 27m + 33m + 33m + 33m + 33m + 33m + 33m + 27m

Quadro3: Vãos do tabuleiro.

Os vãos extremos têm 80% do comprimento dos vãos intermédios de modo a não haver uma

transmissão de momentos flectores para os pilares extremos. Para a solução adoptada o

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Pontes 2012/2013

27

tabuleiro tem um comprimento total de 252 m e o seu perfil longitudinal é o ilustrado na

seguinte figura:

Figura 1: Perfil longitudinal.

Definido o perfil longitudinal do viaduto, procedeu-se à definição da secção transversal do

tabuleiro. Em primeiro lugar definiu-se a altura da secção que, para tabuleiros largos (>12 m)

em laje vigada e para efeitos de pré-dimensionamento, é dada pela seguinte expressão:

Considerou-se, então, uma altura da secção:

Obtida a altura da secção, procedeu-se à definição da geometria das vigas e da laje segundo os

critérios demonstrados na Figura 2:

Figura 2: Critérios de dimensionamento da secção transversal.

No caso do presente viaduto, a sua largura total (L) é igual a 14.50 m de modo a respeitar o

perfil transversal exigido pelo dono de obra. As dimensões a e b são definidas de modo a não

haver esforços de torção nas vigas para a acção das cargas permanentes. Então, os valores a e

b são:

A altura dos esquadros junto às vigas e o comprimento destes é:

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Pontes 2012/2013

28

Além destas medidas dotou-se ainda, nas almas das vigas, jorramentos de 0.10 m com o

intuito de facilitar as operações de descofragem. Nas zonas dos pilares as almas das vigas

apresentam o dobro da espessura, de modo a terem um melhor desempenho para a acção dos

momentos negativos. A variação da espessura é feita linearmente a partir de uma distância de

20 % do vão, medida a partir do pilar. A configuração das secções e das vigas está nas peças

desenhadas.

1.1.2. Cálculos de pré-dimensionamento – Análise transversal

1.1.2.1. Análise na consola

1.1.2.1.1. Cálculo das acções permanentes (CP e RCP)

O Peso próprio da consola pode ser calculado como a soma de três volumes (P1,P2,P3):

Onde:

( )

A restante carga permanente que atua na consola resulta da soma dos seus diferentes

elementos:

(

)

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Pontes 2012/2013

29

1.1.2.1.2. Cálculo do momento flector devido às cargas permanentes

(

(

( ) )

)

[ ( )

( ) ]

Então:

1.1.2.1.3. Cálculo do momento flector devido à Sobrecarga Uniforme

Onde:

Então:

1.1.2.1.4. Cálculo do momento flector devido à Sobrecarga Linear

Onde:

Então:

1.1.2.1.5. Cálculo do momento flector devido ao Veiculo Tipo

Situação de acidente, com o veículo situado no limite da consola (situação mais gravosa).

( )

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30

1.1.2.2. Análise na da laje entre vigas

É necessário calcular o grau de encastramento da laje entre vigas para apurar se há

necessidade de adoptar carlingas de travamento a meio vão do tabuleiro.

Onde:

é a inércia da laje

é o vão

é a distancia entre os eixos das vigas

Como

, então, das tabelas dadas nas aulas resulta:

De onde resulta:

Então:

É necessário adoptar a

.

Considerando as carlingas a

:

( )

No vão extremo não seria necessário adoptar carlinga, mas como o grau de encastramento está

no limite do aceitável optou-se por considera-las nos vão de extremidade.

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31

1.1.2.2.1. Cálculo dos momentos devidos às cargas permanentes

Onde:

1.1.2.2.1.1. Secção junto às carlingas

Assim, o diagrama de momento flector na secção junto às carlingas é o seguinte:

1.1.2.2.1.2. Secção a meio vão entre carlingas

Page 32: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

32

E o diagrama dos momentos flectores na secção a meio vão entre carlingas é o apresentado em

baixo:

1.1.2.2.2. Cálculo dos momentos devidos às Sobrecargas Uniforme e Linear

Uma vez que a acção do Veiculo Tipo é condicionante na análise transversal, dispensa-se o

cálculo da envolvente de momentos flectores devidos às Sobrecargas Uniforme e Linear.

1.1.2.2.3. Cálculo dos momentos devidos ao Veiculo Tipo

O cálculo dos momentos flectores devidos ao Veiculo Tipo foi obtido com recurso a ábacos

de superfícies de influência.

1.1.2.2.3.1. Momentos flectores para o caso da laje bi-encastrada

[ ( )]

[ ( )]

1.1.2.2.3.2. Momentos flectores para o caso da laja bi-apoiada

[ ( )]

1.1.2.2.3.3.Momentos flectores finais

(

)

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33

1.1.2.2.3.3.1. Secção junto às carlingas ( )

1.1.2.2.3.3.2. Secção a meio vão entre carlingas ( )

1.2. PRÉ-ESFORÇO

1.2.1. Critérios de pré-dimensionamento

O pré-dimensionamento do pré-esforço foi feito da seguinte forma: para a combinação quase-

permanente das acções, procurou-se um determinado número de cordões de pré-esforço de

modo a não haver nenhumas tensões de tracção em qualquer ponto do tabuleiro.

1.2.2. Acções Permanentes (CP)

Para a determinação dos esforços nas secções condicionantes utilizou-se as cargas

determinadas no Anexo B:

CPvão = 198.2 kN/m

CPapoio = 247.1 kN/m

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Pontes 2012/2013

34

A secção de apoio é mais pesada porque há um espessamento das vigas principais. Para

simplificar os cálculos, efectuou-se uma média ponderada de modo a obter uma única carga

que simule o peso total do tabuleiro:

( )

( )

Os esforços nas secções condicionantes devido às cargas permanentes são os seguintes:

Secção de apoio nos encontros:

Secção de vão dos tramos extremos (0,4.Le):

Secção de apoio sobre os pilares:

Secções de meio vão do tramo central:

Reacção no pilar:

Page 35: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

35

1.2.3. Sobrecargas (SC)

As sobrecargas consideradas são as definidas no Anexo B:

Observa-se que a sobrecarga linearmente distribuída tem o mesmo valor que o veículo-tipo,

pelo que a actuação conjunta das sobrecargas linear e uniformemente distribuída é mais

gravosa para a integridade da obra de arte.

O cálculo dos esforços nas secções críticas para a sobrecarga linearmente distribuída foi feita

com recurso a tabelas técnicas fornecidas pelo Professor.

Secção de apoio nos encontros:

Secção de vão dos tramos extremos (0,4.Le):

Secção de apoio sobre os pilares:

Secções de meio vão do tramo central:

Com os esforços obtidos nos dois pontos anteriores construiu-se a seguinte tabela:

Momentos Flectores (kNm)

Secção MSu MSl MSu+Sl MVT

0,4.Le 3324,2 3356,6 6680,8 3356,6

Apoio -5445,0 -1765,8 -7210,8 -1765,8

0,5.Li 4356,0 3305,7 7661,7 3305,7

Page 36: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

36

1.2.4. Variação Diferencial da Temperatura (VDT):

As variações diferenciais de temperatura provocam importantes esforços no tabuleiro, que não

podem ser desprezados, num projecto de um viaduto. Para efeitos de pré-dimensionamento,

considera-se que estas variações de temperatura provocam momentos flectores dados pela

seguinte expressão:

Para as variações de temperatura definidas no Anexo B:

ΔT = 15ºC:

ΔT = -5ºC: ( )

1.2.5. Dimensionamento do Pré-Esforço

Para pré-dimensionamento, considera-se que o pré-esforço tem duas parcelas: uma isostática e

uma hiperestática.

A parcela isostática tem, por sua vez, duas parcelas: uma negativa e outra positiva. A parcela

negativa é o produto entre o esforço aplicado ao cabo e a flecha do cabo a meio vão, enquanto

a parcela positiva é o produto entre o esforço aplicado e a flecha do cabo sobre o pilar.

A parcela hiperestática do pré-esforço é obtida através de uma fórmula aproximada:

Figura 1: Flechas dos cabos na secção de meio vão e de apoio, respectivamente.

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37

Considerando apenas um cordão cujo seu esforço é , e admitindo as flechas

representadas na figura acima:

Secção de meio vão central:

Secção de apoio sobre os pilares:

O momento hiperestático é:

( ) ( )

Aplicando a Combinação Quase-Permanente das acções a cada secção condicionante temos:

Secção de vão dos tramos extremos:

Secção de apoio sobre os pilares:

Secção de meio vão central:

Agora, tendo os esforços actuantes nas secções mais gravosas, é possível determinar um

número de cordões de pré-esforço mínimo em cada secção, de forma a não haver tensões de

tracção, de acordo com a seguinte expressão:

Secção de vão dos tramos extremos:

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Pontes 2012/2013

38

Secção de apoio sobre os pilares:

( )

Secção de meio vão central:

Observa-se que as secções de meio vão dos tramos centrais são as mais gravosas. Para

garantir o Estado Limite de Descompressão deve-se incrementar o número de cordões mínimo

em 15%, então:

Agora, tendo o número de cordões mínimos é necessário proceder-se à verificação de tensões:

Secção de vão dos tramos extremos:

( )

Secção de apoio sobre os pilares:

( )

Secção de meio vão central:

( )

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Pontes 2012/2013

39

Nas secções de apoio sobre os pilares e nas secções de meio vão, as tensões obtidas são

aceitáveis para o Estado Limite de Descompressão. Nas secções de vão dos tramos extremos,

as tensões nas fibras inferior são muito elevadas (deveriam ser na casa de -1 mPa), o que são

possíveis de obter subindo ligeiramente os cabos de pré-esforço.

1.3. PILARES

1.3.1. Critérios de pré-dimensionamento

Para o pré-dimensionamento dos pilares recorreu-se a dois critérios bastante simples:

Limitou-se a tensão normal nos pilares para as cargas permanentes, obtendo-se assim

uma área de betão mínima:

Limitou-se a esbelteza (λ) dos pilares de modo a poder ser dispensada a verificação à

encurvadura do pilar:

( )

Procurou-se dotar a estrutura de uma rigidez que permitisse obter uma frequência

própria de vibração próxima dos 0.6 Hz.

1.3.2. Cálculos de pré-dimensionamento

Limitou-se a tensão normal nos pilares, para as cargas permanentes, a , pelo que se

obteve uma área mínima para a secção do pilar:

Obedecendo a este critério, adoptou-se uma solução de um só pilar com maciço de

encabeçamento:

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Pontes 2012/2013

40

Posto isto, definiram-se as ligações dos pilares ao tabuleiro de modo a que se obtivesse uma

esbelteza inferior a 70 em todos os pilares. Tendo isto em consideração e perspectivando que

os pilares extremos, devido à sua elevada rigidez, iriam estar sujeitos a esforços extremamente

elevados devido às acções horizontais, optou-se por considerar ligações monolíticas nos três

pilares centrais (P3,P4 e P5) e ligações apoiadas nos restantes, verificando assim todos os

pilares o critério da esbelteza, excepto o pilar P5.

Esbelteza do pilar, com ligação monolítica, mais condicionante (P3):

Esbelteza do pilar, com ligação apoiada, mais condicionante (P5):

Pelo que será necessário verificar os efeitos de segunda ordem para este pilar.

Definida a solução estrutural para os pilares é necessário calcular a frequência própria da

estrutura e averiguar se está próxima de 0.6 Hz.

A inércia dos pilares P1,P2,P6, e P7 é dada por:

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41

A inércia dos pilares P3, P4e P5 é dada por:

Pelo que se obtém uma rigidez total:

Com uma massa total de:

A frequência própria de vibração para o primeiro modo de vibração assume o valor de:

Pelo que se considera um valor aceitável. Assumindo as soluções adoptadas como definitivas,

sendo estas consideradas como solução a simular numericamente.

1.4. APARELHOS DE APOIO

1.4.1. Pré-dimensionamento dos aparelhos de apoio em planta

Os aparelhos de apoio têm que suportar a acção da Carga Permanente mais a acção das

Sobrecargas Uniforme e Linear, acções variáveis mais condicionantes:

É necessário escolher um aparelho de apoio com a seguinte capacidade de suporte:

Considere-se aparelhos de apoio circulares de neopreno cintado com do tipo

“Rubberflex” com capacidade para .

1.4.2. Pré-dimensionamento da espessura dos aparelhos de apoio

É necessário o cálculo do deslocamento máximo permanente, correspondente à soma dos

deslocamentos devidos à Retracção, Fluência e Variação Uniforme de temperatura para a

situação de inverno:

O deslocamento máximo verificar-se-á num dos encontros.

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Cálculo do centro de rigidez:

{

O encontro onde os deslocamentos serão máximos é o encontro à direita do pilar P7.

Cálculo do deslocamento devido à Retracção:

Onde:

é o comprimento desde o encontro até ao centro de rigidez da estrutura

Cálculo do deslocamento devido à Fluência:

Onde:

( )

Com:

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43

Cálculo do deslocamento Variação Uniforme da Temperatura:

Onde:

O deslocamento permanente para a situação de inverno é o seguinte:

Em geral, o deslocamento máximo será de cerca de três a cinco vezes o valor do

deslocamento permanente, pelo que se considera:

Visto que os aparelhos de apoio disponíveis no mercado não admitem deslocamentos tão

elevados, é necessário considerar a adopção de juntas de dilatação no tabuleiro que permitam

minimizar significativamente os esforços induzidos pelos deslocamentos permanentes.

1.5. FUNDAÇÕES

O pré-dimensionamento das fundações foi obtido garantindo que a tensão máxima no solo,

efectuando a análise plástica e elástica das sapatas, não excede a tensão admissível do solo.

As sapatas têm carácter rígido. Assim, as dimensões das sapatas que respeitam tais critérios

são as esquematizadas em seguida:

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D. ANÁLISE ESTRUTURAL

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1. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA

DIRECÇÃO LONGITUDINAL

As verificações necessárias na análise longitudinal foram efectuadas nas secções de vão mais

condicionantes, sendo estas discretizadas no esquema seguinte.

1.1. SEGURANÇA RELATIVA AO ESTADO LIMITE DE

DESCOMPRESSÃO

1.1.1. Considerações Gerais

A segurança relativa ao Estado Limite de Descompressão deve ser garantida em todos os

décimos de vão do tabuleiro, no entanto será descrita e justificada apenas para a secção de vão

e de apoio mais condicionantes.

As tensões nas vigas foram determinadas para a situação de longo prazo, considerando uma

força por cordão igual a 155 KN (considerando 10% de perdas instantâneas e 15% de perdas

diferidas), e que a armadura de pré-esforço corresponde a 2 cabos de 19 cordões mais 2 cabos

de 12 cordões.

1.1.2. Tensões nas secções. Verificação da descompressão

1.1.2.1. Verificação das tensões na secção 2, a 0,4 L do vão extremo

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O momento flector de dimensionamento e o esforço axial de dimensionamento para a

combinação quase-permanente actuando na secção são

Verificação da tensão na fibra superior

| | |

( ) ( )

| | |

Verificação da tensão na fibra inferior

( ) ( )

1.1.2.2. Verificação das tensões na secção de apoio 7

O momento flector de dimensionamento e o esforço axial de dimensionamento para a

combinação quase-permanente actuando na secção são

Verificação da tensão na fibra superior

( )

Verificação da tensão na fibra inferior

| | |

| | |

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49

1.2. SEGURANÇA RELATIVA AOS ESTADOS LIMITES

ÚLTIMOS

1.2.1. Verificação da segurança em relação ao Estado Limite Último de flexão

A verificação do Estados Limite Último de resistência à flexão foi efectuada em relação à

rotura.

1.2.1.1. Momentos flectores de dimensionamento

Momento de dimensionamento da secção de meio vão mais condicionante, secção 2 a 0,4l do

vão extremo,

Momento de dimensionamento da secção de apoio mais condicionante, secção 3,

1.2.1.2. Momentos flectores resistentes

A armadura passiva adoptada para o cálculo do momento resistente das secções de vão e de

apoio corresponde a ( ).

1.2.1.2.1. Cálculo do momento flector resistente a meio vão

Por hipótese, admite-se que a cedência se dá pela armadura passiva.

Força de compressão,

Força de tracção na armadura passiva,

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50

Forças de tracção na armadura activa,

Estabelecendo o equilíbrio,

Conclui-se que a linha neutra está situada no banzo,

Calculando a extensão no betão verifica-se que a cedência se dá pela armadura passiva,

Calculando a tensão correspondente a e a nova posição da linha neutra, iterativamente,

verifica-se que a nova posição da linha neutra é aproximadamente igual à calculada, pelo quie

se considera, simplificadamente, que está encontrada a solução.

Assim, para a secção de vão, o momento resistente é o seguinte,

Page 51: Memória - Pontes

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51

1.2.1.2.2. Cálculo do momento flector resistente na secção de apoio

Por hipótese, admite-se que a cedência se dá pela armadura passiva e considera-se,

simplificadamente, a secção rectangular.

Força de compressão,

Força de tracção na armadura passiva,

Forças de tracção na armadura activa,

Estabelecendo o equilíbrio,

Tem-se

Calculando a extensão no betão verifica-se que a cedência se dá pelo betão,

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52

Mantendo a posição da linha neutra, calculou-se a extensão na armadura passiva,

( )

E está encontrada a solução, pelo que o momento resistente da secção é,

| |

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53

1.2.2. Verificação do Estado Limite Último de resistência ao esforço transverso

1.2.2.1. Considerações gerais

O valor de cálculo do ângulo de inclinação das escoras adoptado foi .

1.2.2.2. Esforço transverso de dimensionamento

Esforço transverso de dimensionamento na secção mais condicionante, secção 3 à esquerda,

1.2.2.3. Verificação da compressão nas escoras

A tensão de compressão média devida ao valor de cálculo do esforço transverso,

Cálculo do valor recomendado de ,

Para a condição anterior, o valor de é

(

)

(

)

Com , , e , a força de compressão máxima nas

escoras é:

( )

1.2.2.4. Armadura mínima na zona central

Taxa mínima de armadura de esforço transverso:

Armadura mínima na zona central, com :

( )

Pelo que se adoptam

Cálculo do esforço transverso resistente mínimo, com :

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54

( )

Coordenadas da armadura mínima na zona central:

Nos vãos extremos:

Nos vão interiores:

1.2.2.5. Armadura nos apoios

Por simplificação, considera-se o esforço transverso de dimensionamento a do apoio.

( )

( )

Considere-se

Page 55: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

55

2. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO TABULEIRO NA

DIRECÇÃO TRANSVERSAL

2.1. SEGURANÇA RELATIVA AOS ESTADOS LIMITES

ÚLTIMOS NAS SECÇÕES DE APOIO

2.1.1. Esforços actuantes

O momento de dimensionamento mais condicionante na secção de apoio é o correspondente à

acção da sobrecarga uniforme mais a sobrecarga linear como acção base, actuando na laje

entre carlingas:

2.1.2. Dimensionamento das armaduras

Armadura no apoio, com :

Considere-se como armadura ( ).

A armadura de distribuição será 20% da armadura principal. Considere-se .

2.2. SEGURANÇA RELATIVA AOS ESTADOS LIMITES

ÚLTIMOS DA LAJE ENTRE VIGAS

2.2.1. Esforços actuantes

O momento de dimensionamento na secção de maio vão da laje é o correspondente à acção do

Veículo Tipo como acção base, actuando a meio vão da laje entre carlingas:

2.2.2. Dimensionamento das armaduras

Page 56: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

56

Armadura no vão, com :

Considere-se como armadura .

A armadura de distribuição será 20% da armadura principal. Considere-se .

3. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PILARES E

FUNDAÇÕES

3.1. VERIFICAÇÃO DOS PILARES EM RELAÇÃO AOS

ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS

3.1.1. Considerações gerais

Uma vez que, em fase adiantada de projecto, se verificou que os momentos resultantes das

acções permanentes são excessivamente elevados, teve que se optar por adoptar aparelhos de

dilatação de via por forma a libertar os pilares exteriores (P1,P2,P6 e P7) dessas acções.

Assim sendo os esforços de dimensionamento considerados condicionantes correspondem aos

esforços do pilar P5.

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Pontes 2012/2013

57

3.1.2. Verificação em relação à flexão composta

Como se trata de uma secção oca e dadas as suas dimensões o dimensionamento efectuou-se

como se de uma parede resistente se tratasse. Por simplificação, e do lado da segurança,

considera-se uma secção equivalente rectangular oca.

3.1.2.1. Esforços de dimensionamento

Para a verificação à flexão composta com momentos segundo y o par de interacção M-N mais

condicionante, verificou-se ser o correspondente à combinação sísmica com 100% da

aceleração do sismo do Tipo 1 na direcção x e 30% na direcção y, na base do pilar P5:

Para a verificação à flexão composta com momentos segundo x o par de interacção M-N mais

condicionante, verificou-se ser o correspondente à combinação sísmica com 30% da

aceleração do sismo do Tipo 1 na direcção x e 100% na direcção y, na base do pilar P5:

3.1.2.2.Verificação da flexão composta com momentos segundo o eixo y

Page 58: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

58

3.1.2.3. Verificação da flexão composta com momentos segundo o eixo x

3.1.3. Verificação ao Estado limite Ultimo de esforço transverso

3.1.3.1. Considerações gerais

O valor de cálculo do ângulo de inclinação das escoras adoptado foi .

Considera-se que o esforço transverso é absorvido igualmente pelas bielas esquematizadas em

baixo. A altura de cálculo h para o cálculo da distância de mobilização das bielas

comprimidas, , é a cotada no esquema.

3.1.3.2. Esforço transverso de dimensionamento

Page 59: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

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O valor do esforço de transverso mais condicionante na direcção x é o correspondente à

combinação sísmica com 100% da aceleração do sismo do Tipo 1 na direcção x e 30% na

direcção y, na base do pilar P2:

O valor do esforço de transverso mais condicionante na direcção y é o correspondente à

combinação sísmica com 30% da aceleração do sismo do Tipo 1 na direcção x e 100% na

direcção y, na base do pilar P2:

3.1.3.3. Verificação da compressão nas escoras

(

)

O valor mas condicionante para a resistência de compressão máxima das escoras foi

verificado no cálculo da biela 2 segundo a direcção x.

3.1.3.4. Armadura mínima na zona central

A armadura mínima na zona central estende-se até um terço da altura do pilar dos apoios.

Taxa mínima de armadura de esforço transverso:

A armadura mínima na zona central para a biela 1:

( )

Pelo que se considera, na direcção x, ( )

( )

Considere-se, na direcção y, ( )

A armadura mínima na zona central para a biela 2:

( )

Considere-se, na direcção x, ( )

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Pontes 2012/2013

60

( )

Considere-se, na direcção x, ( )

3.1.3.5. Armadura junto aos apoios

Por simplificação, considera-se o esforço transverso de dimensionamento a do apoio.

( )

A armadura junto aos apoios na biela 1:

( )

⁄ ( ( ))

Pelo que se considera, na direcção x, ( )

( )

⁄ ( ( ))

Considere-se, na direcção y, ( )

A armadura junto aos apoios na biela 2:

( )

⁄ ( ( ))

Considere-se, na direcção x, ( )

( )

⁄ ( ( ))

Considere-se, por motivos construtivos, ( )

3.2. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DAS FUNDAÇÕES

3.2.1. Considerações gerais

Para o cálculo das armaduras das sapatas foram elaborados modelos de escoras e tirantes,

considerando cargas centradas e cargas excêntricas.

Page 61: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

61

3.2.2. Esforços de dimensionamento

Os esforços de dimensionamento que se verificaram condicionantes para o cálculo das

armaduras segundo o eixo x foram os correspondentes à combinação rara de acções, com a

sobrecarga uniforme mais a sobrecarga linear como acções base, no modelo de carga

excêntrica na sapata S2:

Os esforços de dimensionamento que se verificaram condicionantes para o cálculo das

armaduras segundo o eixo y foram os correspondentes à combinação rara de acções, com a

sobrecarga uniforme mais a sobrecarga linear como acções base, no modelo de carga centrada

na sapata S3:

3.2.3. Verificação da Segurança

3.2.3.1. Cálculo das armaduras segundo o eixo x

O modelo de escoras e tirantes que se verificou condicionante foi o seguinte:

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Pontes 2012/2013

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Considere-se ( )

3.2.3.2. Cálculo das armaduras segundo o eixo y

O modelo de escoras e tirantes que se revelou mais condicionante foi o seguinte:

Considere-se ( ).

4. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DO MACIÇO DE

APOIO DO TABULEIRO

4.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Foram utilizados dois modelos de escoras e tirantes. Um para dimensionar a armadura de

tracção no topo do maciço de encabeçamento do pilar e outro para dimensionar a armadura de

tracção na base do maciço de encabeçamento, visto que os esforços axial não é transferido

para o centro do pilar devido ao facto do pilar ser de secção vazada.

4.2. ESFORÇOS DE DIMENSIONAMENTO

Page 63: Memória - Pontes

Pontes 2012/2013

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Os esforços de dimensionamento correspondem às reacções máximas nos aparelhos de apoio

para a combinação fundamental de acções com a sobrecarga uniforme mais a sobrecarga

linear como acções base:

4.3. CÁLCULO DAS ARMADURAS

Para o cálculo das armaduras no topo do maciço de encabeçamento do pilar considerou-se o

seguinte modelo de escoras e tirantes:

( (

))

( (

))

Considere-se ( ).

Para o cálculo das armaduras na base do maciço de encabeçamento do pilar considerou-se o

seguinte modelo de escoras e tirantes:

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Pontes 2012/2013

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( (

))

( (

))

Considere-se ( ).

5. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS APARELHOS DE

APOIO

5.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Para a verificação da segurança de os aparelhos de apoio teve-se em conta aparelhos de

dilatação instalados nos vãos que isolam os pilares apoiados dos pilares encastrados.

5.2. DESLOCAMENTOS DE DIMENSIONAMENTO

A combinação condicionante para o deslocamento máximo nos apoios de neopreno verificou-

se ser a a correspondente a combinação sísmica com 100% da aceleração do sismo do tipo 1

na direcção longitudinal e 30% na direcção perpendicular.

5.3. DESLOCAMENTOS ADMISSÍVEIS

Recorrendo a uma tabela comercial adopta-se aparelhos de apoio com altura de elastómero

suficiente para permitir o deslocamento máximo de dimensionamento.

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Pontes 2012/2013

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Adopte-se aparelhos de apoio de neopreno, do tipo “Rubberflex”, com 8 camadas de 18 mm

de elastómero e 9 chapas de aço de 6 mm cada, com um deslocamento máximo admissível de

101.5 mm.