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pratica penal
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Exame de Ordem Damásio Educacional
2ª FASE DIREITO PENAL
XVIII EXAME DE ORDEM
NÃO TENTE COPIAR
ESSA PEÇA! ISSO
PREJUDICARÁ A SUA
COMPREENSÃO EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 11ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MACEIÓ,
LUIZ, já qualificado nos autos do processo crime no.... que lhe move a Justiça Pública, por seu
advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, oferecer,
alegações finais sob a forma de MEMORIAIS, com fulcro no artigo 403, parágrafo 3º do CPP, pelas
razões de fato e direito a seguir expostas.
DOS FATOS
DO DIREITO
Impõe-se a absolvição do réu, posto que a conduta por ele praticada não se subsume ao tipo de
estelionato, como a seguir restará demonstrado.
O crime de estelionato está previsto no artigo 171 do CP e apenas admite forma dolosa. É
preciso que o agente atue com consciência e vontade de induzir a vitima a erro, obtendo vantagem
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XVIII EXAME DE ORDEM
indevida em prejuízo alheio. Por essa razão é que a súmula 554 do STF dispõe que o pagamento do
cheque antes do recebimento da denuncia obsta a ação penal. É que o pronto pagamento revela a boa-
fé do emitente e exclui o dolo exigido pelo tipo.
No caso em tela, conforme se depreende da leitura dos autos, o réu pagou a divida ainda
durante o Inquérito Policial, conforme documento de fls ....
Desta forma revela-se cristalina a atipicidade da conduta imputada ao acusado.
Ainda que assim não fosse a conduta imputada ao réu deve ser considerada materialmente
atípica. Senão vejamos:
Segundo entendimento pacificado pela melhor doutrina, a tipicidade penal não se esgota na
tipicidade formal, mas é complementada pela tipicidade material Ou seja, só é típica a conduta que
ofende de forma relevante o bem jurídico protegido.
No caso em apreço o cheque emitido tinha o valor de apenas 36 reais. Ademais, foi emitido para
pagamento de uma grande loja de departamento. Resta claro que a lesão patrimonial, que alias já foi
reparada, é absolutamente irrisória.
Deste modo, exsurge inafastável o reconhecimento da atipia material da conduta, impondo-se a
absolvição do réu.
Em caso de condenação a pena deve ser arbitrada no patamar mínimo. Segundo o artigo 59 a
pena base só poderá ser aumentada se estiverem presentes circunstancias judiciais desfavoráveis. No
caso em comento não há nenhum circunstancia a ser considerada. Note-se que o fato de estar o réu
sendo processado não pode constituir maus antecedentes, conforme o texto da súmula 444 do STJ.
Desta forma a pena base deve ficar no mínimo e ser tornada definitiva, uma vez que na 2ª e 3ª fase não
há qualquer agravante ou majorante a ser considerada
Quanto ao regime, deve ser imposto o aberto para inicio de cumprimento da reprimenda.
Segundo o artigo 33, parágrafo 2º, c, do CP, a pena menor ou igual a 4 anos faz jus ao regime aberto. No
caso em tela a pena deverá ser fixada em 1 ano, sendo o réu primário. Portanto ficam afastados os
regimes mais gravosos.
Por fim, a pena privativa de liberdade deve ser convertida em restritiva de direitos. Segundo o
artigo 44 do CP se a pena for menor ou igual a 4 anos e o agente não reincidente especifico é de rigor a
concessão do beneficio. No caso em tela o réu preenche os requisitos legais. Portanto deve ser a pena
substituída. Caso assim não se entenda deve ser concedido o sursis, uma vez que o réu preenche
também os requisitos do artigo 77 do CP.
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XVIII EXAME DE ORDEM
DO PEDIDO
Diante do exposto requer seja absolvido o réu com fulcro no artigo 386, III do CPP. Caso assim
não se entenda, que seja aplicada a pena base no patamar mínimo (art. 59, CP) tornada definitiva,
fixado regime inicial aberto (art. 33, p. 2º. C, CP) e substituída por pena restritiva (art. 44, CP) ou
concedido o sursis (art. 77, CP). Requer ainda que não seja fixado qualquer valor a titulo de indenização,
em virtude da ausência de prejuízo material (art. 387, IV, CPP) e que seja garantido o direito do réu de
recorrer em liberdade (art. 387, p. 1º)
Termos em que ,
Pede deferimento
(local), (data)
ADVOGADO