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Memorias de Alice17x24 - perse.com.br · Avô rico filho nobre neto pobre. 13 1ª. PARTE ZIZIRA. 15 Eu nasci em 31 de dezembro de 1890 na fazenda do meu pai, em Valença, Estado do

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Editor responsávelZeca MartinsProjeto gráfico e diagramaçãoClaudio Braghini JuniorCapaZeca MartinsRevisãoÉlsiane DivanescaRevisão críticaFernanda Vitório

Esta obra é uma publicação da Editora Livronovo Ltda.CNPJ 10.519.6466.0001-33www.editoralivronovo.com.br@ 2013, São Paulo, SPImpresso no Brasil. Printed in Brazil

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser copiada ou reproduzida por qualquer meio impresso, eletrônico ou que

venha a ser criado, sem o prévio e expresso consentimento dos editores.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

B574m Bezerra, Ecilla Memórias de Alice / Ecilla Bezerra. – Águas de São Pedro: Livronovo, 2014.

328 p.; 21 cmISBN 978-85-8068-173-4

1. Literatura brasileira. 2. Romance. I. Título.

CDD – B869

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Dedico este livro aos meus irmãos: Denize, Damaris, Dinho e em memória dos meus irmãos Drausio, falecido em 2003, e Cleber, falecido em 2012; à minha tia Maria de Lourdes, aos meus primos Wagner e Vânia.

Aos que se juntaram à família: meus cunhados Valmir, falecido em agosto de 2006, Cláudio, falecido em 2013, e Maria de Fátima; aos primos Rosângela e Antonio Carlos.

Aos meus sobrinhos: Fabrício e Marcela, Vinicius, Tatiana e Luciana

Aos meus primos: Bruno, Leonardo, Pedro Henrique e Luiz Gustavo

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Uma dedicatória especial ao Dr. Sérgio de Paula Santos, que, no ano de 1967, sal-vou a minha vida. Mais tarde, em 1973, retocou a sua obra. Falecido em 2010.

Não fossem suas mãos hábeis de cirurgião, eu não teria chegado até aqui.

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Sumário

1ª. PARTE - ZIZIRA ..............................................13

2ª. Parte - O CASAMENTO ..................................53

3ª. PARTE - A PENSÃO ......................................181

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Avô ricofilho nobreneto pobre

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1ª. PARTE ZIZIRA

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Eu nasci em 31 de dezembro de 1890 na fazenda do meu pai, em Valença, Estado do Rio de Janeiro. Meu pai era um fazendeiro rico, descendente de portugueses. Minha avó materna era moura, casada com um espanhol; recém-emigrados da Europa, foram enviados como colonos para a fazenda de meu pai. Quando lá chegaram minha mãe mal completara catorze anos. Foi pôr os olhos nela e meu pai se apaixonou. Minha mãe tinha a pele natural-mente bronzeada, olhos e cabelos negros, encaracolados. Chamava-se Maria Rita Marinho.

Meu pai era casado, quando minha mãe chegou. Botou casa para ela, na fazenda mesmo e a tomou como amante, sem-cerimônia. Eu fui a filha mais velha, depois vieram o Belizário e o Egídio. Meu pai era alto, tinha a pele cor-de-rosa, cabelos castanhos claros e um bigode alourado e fino, com as pontas voltadas para cima, que se mexiam quando ele falava, dando a impressão de que ia cair. Ele se chamava Alberto Rodrigues Bulhões e deu seu sobrenome Rodrigues aos três filhos, omitindo o Bulhões.

Até hoje eu não entendo como foi que essas coisas ocorreram, mas minha avó, mãe do meu pai, e o irmão dele, Dr. Augusto, que na ocasião era solteiro, foram meus padrinhos de batismo e Belizário e Egídio foram batizados por dois fazendeiros amigos do meu pai.

Eu tinha nove anos quando minha mãe morreu de um febrão. Eu me lembro de tudo claramente. As mulheres mandavam que eu cuidasse dos meus irmãos e corriam para o quarto, carregando baldes de água. Meu pai vinha várias vezes por dia ver como ela estava e afagar os meus cabelos. Não deixavam que nós, as crianças, entrássemos no quarto dela. Podíamos rezar, pedindo a Deus que ela ficasse boa, mas de nada adiantou. Depois de morta, pudemos vê-la e essa é a imagem que guardo dela. Os cabelos negros espalha-dos sobre o travesseiro, o rosto levemente voltado para um lado. Parecia sorrir. Era linda.

No dia seguinte, quando voltamos do enterro, meu pai sentou-se conosco na co-zinha e explicou que não poderia cuidar dos três juntos, mas, como nos amava muito, queria nos dar uma boa educação e, para isso, precisava nos separar. Cada um ficaria sob a guarda do seu padrinho. Eu cuidei dos meus irmãos até a chegada dos padrinhos deles. Belizário foi para Ribeirão Preto e Egídio para Santa Rita do Passa Quatro e eu fui para a casa grande.

A mulher do meu pai, por problemas de saúde, era imensamente gorda. A pele dela era muito branca, lustrosa. Ela se vestia toda de preto, como se estivesse de luto e com roupas muito fechadas, talvez para tentar esconder a gordura. Por isso, a papada