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Meningioma do seio cavernoso: Manifestações oculares em idoso Alexandre Arlan Giovelli; Leonardo Barros da Cunha; Patricia Vanderlei Veloso Sousa; Rayane Santos de Seles; Thiago Muriel dos Santos Mendonça; Marcio Adriano Gomes Ferreira Filho; Tauan de Oliveira FAHESA/ITPAC Palmas INTRODUÇÃO FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS 1 RELATO DE CASO DISCUSSÃO: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Vinay KM. Robbins Patologia Básica. 9th ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013. 925 p. vol único. ISBN: 9780808924326.. 2. Park JK. Epidemiology, pathology, clinical features, and diagnosis of meningioma. New York: Park JK; 2020 Jun 24. UpToDate [Internet]; [revisado 2020 Set 20; acesso em: 2020 Out 8]; Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/epidemiology-pathology-clinical-features- and-diagnosis-of-meningioma?search=epidemiology-pathology-clinical-features-and-diagnosis- of&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 3. Figueiredo EG, Aguiar PH, Córdoba BF, Fujimoto Y, Junior RM. Meningiomas supratentoriais: diagnóstico, resultados cirúrgicos e complicações. Arq. Neuro-Psiquiatr. [Internet]. 1998 Set [Acessado em: 2020 Out 22]; 56(3A): 429-435. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0004-282X1998000300012&lng=en. 4. Carriero LG, Adam NA, Arno AG. Manifestações oculares como achados iniciais de meningioma de seio cavernoso: relato de caso clínico. Arquivo Catarinenses de Medicina [Internet]. 2005 [Acessado em: 2020 Out 9];34(3):80-82. Disponível em: http://www.acm.org.br/revista/pdf/ artigos/298.pdf. 5. Ferreira JF, Cunha JP. Neuroftalmologia Baseada na Evidência. 1 ed. Lisboa: Théa; 2014. 93-97 p. 1 vol. 6. Romero ADCB, de Freitas PEP. Meningeomas da Base do Crânio: Análise de uma Série de Casos - Aspectos Epidemiológicos, Clínicos e Cirúrgicos. Jornal Brasileiro de Neurocirurgia. 2014;1(22):75-86. 7. Landeiro JA, Ribeiro CH, Lapenta MA, Flores MS, Lopes CAR, Marins J. Meningiomas do seio cavernoso: correlação entre a extensão de ressecção cirúrgica e lesões neurovasculares em 16 pacientes. Arq. Neuro-Psiquiatr. 2001; 59( 3B ): 746-753. Os meningiomas são os tumores primários mais frequentes e predominantemente benignos que surgem das células meningoteliais aracnóideas, originando- se na cavidade orbital ou cavidade craniana e se propagar para a órbita.¹ Os meningiomas são os tumores benignos mais comuns do seio cavernoso (SC), sendo que os sintomas são determinados pela localização da massa e pelo curso de tempo ao longo do qual o tumor se desenvolve.² De acordo com o tamanho e localização do meningioma seus sintomas incluem: alterações visuais, perda de audição ou olfato, mudanças no estado mental, cefaleia, fraqueza nas extremidades e convulsões. Homem, 85 anos, procura o serviço ambulatorial com queixa de olho vermelho à direita com evolução de 3 meses. Ao exame oftalmológico, no olho direito, apresentava acuidade visual de percepção luminosa com presença de catarata total, hiperemia conjuntiva intensa, ausência de folículos ou papilas. No olho esquerdo, acuidade visual de 20/25, conjuntiva clara, pseudofácico. Além disso, notou-se durante a motilidade ocular restrição das duções em olho direito, principalmente na abdução. Foi indicado a facectomia em olho direito e avaliação da equipe de neurocirurgia, sendo que radioterapia não foi indicada por conta da idade. Figura 1. Conjuntiva com hiperemia intensa e difusa, vasos ingurgitados. Catarata densa. Conjuntiva clara em olho adelfo. Limitação da abdução em olho direito. Figura 2. Ressonância de crânio com contrataste, evidenciando meningioma em topografia do seio cavernoso à direita. Os meningiomas frequentemente têm crescimento lento e são assintomáticos e geralmente são descobertos incidentalmente³.Acometem principalmente idosos com pico na 6º e 7º década de vida, estão presente em várias regiões principalmente a do seio cavernoso, sendo o meningioma do seio cavernoso o responsável pelas compressão das fibras pupiloconstritoras que pode fazer com que a pupila seja incapaz de constricção à luz ou à proximidade 4 .A localização relativamente periférica das fibras pupiloconstritoras parassimpáticas eferentes no III nervo torna- se vulnerável à compressão de grande “porção cavernosa” da artéria carótida interna e pelo III, IV e VI nervos cranianos em seu trajeto para o ápice da órbita e os ramos V1 e V2 do V nervo, que dão sensibilidade à fronte, regiões perioculares, córnea e área malar, pois lesões nestas estruturas podem determinar distúrbios típicos dos movimentos oculares 4 . A compressão intra-orbitária também pode resultar em alterações do fluxo sanguíneo retiniano, com consequente oclusão venosa ou arterial 5 . O fator mais importante no prognóstico é dado pela localização e pela ressecabilidade da lesão 6. Alguns são de remoção simples, enquanto que outros podem ser fatais, principalmente em idosos. Logo a conduta nem sempre é a retirada do tumor, e sim melhorar a qualidade visual/vida, com uso de colírios e retirada da catarata.

Meningioma do seio cavernoso: Manifestações oculares em idoso

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Page 1: Meningioma do seio cavernoso: Manifestações oculares em idoso

Meningioma do seio cavernoso: Manifestações oculares em idoso Alexandre Arlan Giovelli; Leonardo Barros da Cunha; Patricia Vanderlei Veloso Sousa; Rayane Santos de Seles; Thiago Muriel dos Santos Mendonça; Marcio Adriano Gomes Ferreira Filho; Tauan de Oliveira

FAHESA/ITPAC Palmas

INTRODUÇÃO FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS

1

RELATO DE CASO

DISCUSSÃO: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. Vinay KM. Robbins Patologia Básica. 9th ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013. 925 p. vol único.

ISBN: 9780808924326.. 2. Park JK. Epidemiology, pathology, clinical features, and diagnosis of meningioma. New York:

Park JK; 2020 Jun 24. UpToDate [Internet]; [revisado 2020 Set 20; acesso em: 2020 Out 8]; Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/epidemiology-pathology-clinical-features-and-diagnosis-of-meningioma?search=epidemiology-pathology-clinical-features-and-diagnosis-of&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1

3. Figueiredo EG, Aguiar PH, Córdoba BF, Fujimoto Y, Junior RM. Meningiomas supratentoriais: diagnóstico, resultados cirúrgicos e complicações. Arq. Neuro-Psiquiatr.  [Internet]. 1998 Set [Acessado em: 2020 Out 22]; 56(3A): 429-435. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1998000300012&lng=en.

4. Carriero LG, Adam NA, Arno AG. Manifestações oculares como achados iniciais de meningioma de seio cavernoso: relato de caso clínico. Arquivo Catarinenses de Medicina [Internet]. 2005 [Acessado em: 2020 Out 9];34(3):80-82. Disponível em: http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/298.pdf.

5. Ferreira JF, Cunha JP. Neuroftalmologia Baseada na Evidência. 1 ed. Lisboa: Théa; 2014. 93-97 p. 1 vol.

6. Romero ADCB, de Freitas PEP. Meningeomas da Base do Crânio: Análise de uma Série de Casos - Aspectos Epidemiológicos, Clínicos e Cirúrgicos. Jornal Brasileiro de Neurocirurgia. 2014;1(22):75-86.

7. Landeiro JA, Ribeiro CH, Lapenta MA, Flores MS, Lopes CAR, Marins J. Meningiomas do seio cavernoso: correlação entre a extensão de ressecção cirúrgica e lesões neurovasculares em 16 pacientes. Arq. Neuro-Psiquiatr. 2001;  59( 3B ): 746-753. 

Os meningiomas são os tumores primários mais frequentes e predominantemente benignos que surgem das células meningoteliais aracnóideas, originando-se na cavidade orbital ou cavidade craniana e se propagar para a órbita.¹ Os meningiomas são os tumores benignos mais comuns do seio cavernoso (SC), sendo que os sintomas são determinados pela localização da massa e pelo curso de tempo ao longo do qual o tumor se desenvolve.² De acordo com o tamanho e localização do meningioma seus sintomas incluem: alterações visuais, perda de audição ou olfato, mudanças no estado mental, cefaleia, fraqueza nas extremidades e convulsões.

Homem, 85 anos, procura o serviço ambulatorial com queixa de olho vermelho à direita com evolução de 3 meses. Ao exame oftalmológico, no olho direito, apresentava acuidade visual de percepção luminosa com presença de catarata total, hiperemia conjuntiva intensa, ausência de folículos ou papilas. No olho esquerdo, acuidade visual de 20/25, conjuntiva clara, pseudofácico. Além disso, notou-se durante a motilidade ocular restrição das duções em olho direito, principalmente na abdução. Foi indicado a facectomia em olho direito e avaliação da equipe de neurocirurgia, sendo que radioterapia não foi indicada por conta da idade.

Figura 1. Conjuntiva com hiperemia intensa e difusa, vasos ingurgitados. Catarata densa. Conjuntiva clara em olho adelfo. Limitação da abdução em olho direito.

Figura 2. Ressonância de crânio com contrataste, evidenciando meningioma em topografia do seio cavernoso à direita.

Os meningiomas frequentemente têm crescimento lento e são assintomáticos e geralmente são descobertos incidentalmente³.Acometem principalmente idosos com pico na 6º e 7º década de vida, estão presente em várias regiões principalmente a do seio cavernoso, sendo o meningioma do seio cavernoso o responsável pelas compressão das fibras pupiloconstritoras que pode fazer com que a pupila seja incapaz de constricção à luz ou à proximidade4.A localização relativamente periférica das fibras pupiloconstritoras parassimpáticas eferentes no III nervo torna-se vulnerável à compressão de grande “porção cavernosa” da artéria carótida interna e pelo III, IV e VI nervos cranianos em seu trajeto para o ápice da órbita e os ramos V1 e V2 do V nervo, que dão sensibilidade à fronte, regiões perioculares, córnea e área malar, pois lesões nestas estruturas podem determinar distúrbios típicos dos movimentos oculares4. A compressão intra-orbitária também pode resultar em alterações do fluxo sanguíneo retiniano, com consequente oclusão venosa ou arterial5. O fator mais importante no prognóstico é dado pela localização e pela ressecabilidade da lesão6. Alguns são de remoção simples, enquanto que outros podem ser fatais, principalmente em idosos. Logo a conduta nem sempre é a retirada do tumor, e sim melhorar a qualidade visual/vida, com uso de colírios e retirada da catarata.