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1 maio 2016 2ª edição MentaLx A NEWSLETTER DA ÁREA DE PEDOPSIQUIATRIA DO HOSPITAL DONA ESTEFÂNIA CHLC, EPE

MentaLx 2ª Edição

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maio 2016 2ª edição

MentaLx

A NEWSLETTER DA ÁREA DE PEDOPSIQUIATRIA DO HOSPITAL DONA ESTEFÂNIA – CHLC, EPE

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Hospital Dona Estefânia Área de Pedopsiquiatria

CONTACTO Área de Pedopsiquiatria Hospital Dona Estefânia CHLC, EPE Rua Jacinta Marto 1169-045 Lisboa MENTALX www.issuu.com/mentalx

[email protected] FICHA TÉCNICA Direção: Augusto Carreira Direção editorial: Rita Rapazote Corpo redatorial: Ana Prata, Ivo Peixoto, Lurdes Simeão, Rita Rapazote, Susana Pereira Nº 2, MAIO DE 2016 CAPA Por: Helena Afonso (Desenho a carvão baseado na obra A hora do javali, de Kitagawa Utamaro)

Bem-vindos à segunda edição do MentaLx, a newsletter da Área de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia. 1144 – foi este o número de visualizações da primeira edição! Um início destes só podia deixar-nos ainda mais entusiasmados com o que aí vem. Esperamos que esta segunda edição o espelhe bem, da primeira à última página. Até já!

Nesta edição…

Grande entrevista - Professor Doutor António Sousa Guerreiro......................................................4 Grandes respostas a grandes perguntas Está a acontecer… na Clínica do Parque...........8 Em cada edição, um projeto de cada equipa Estrangeirismos…………………………………….....9 Estágios no estrangeiro: quem foi, está ou vai Psicoestimulantes…………………………………...10 Sugestões: livro, artigo, TV, filme e links Vox pop………………………………………………11 O que dizem de nós e dos nossos Short stories…………………………………………..12 “Conte-nos algo sobre si que a maioria das pessoas não saiba”

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Palavras cruzadas Veja as soluções da 1ª Edição na

página 18!

Sinestesias……………………………………………13 Metáforas e Pedopsiquiatria Aconteceu cá, aconteceu lá…………………….14 Eventos relevantes, cá dentro e lá fora Humor SOE……………………………………………14 Nesta edição: Calvin & Hobbes Projeções……………………………………………..15 Cursos, congressos e prazos importantes Este sítio não me é estranho!..............................16 Onde foi tirada esta fotografia? Palavras cruzadas…………………………………..17 Quebra-cabeças (pedopsiquiátrico)

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GRANDE ENTREVISTA PROFESSOR DOUTOR ANTÓNIO SOUSA GUERREIRO

POR: ANA TERESA PRATA

O Professor Doutor Sousa Guerreiro, internista, ex-chefe de serviço da Medicina IV e coordenador da Unidade Funcional de Medicina Interna do Hospital de Santa Marta, é o novo Diretor Clínico do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC). Professor catedrático e ex-presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa/NOVA Medical School (FCML), falou-nos do seu percurso profissional, da sua visão da Medicina e deste novo desafio, em que a Pedopsiquiatria é valorizada.

Após todos os projetos em que tem estado envolvido, o que projeta para a sua liderança no Conselho Clínico do CHLC? Sou Professor do quadro da FCML e a minha vinda em 2009 do Hospital Pulido Valente teve por objetivo reforçar os laços entre a FCML e o CHLC. Já havia Professores da FCML no Hospital de Santa Marta, mas depois vim eu coordenar a Unidade e reforçar a articulação. Houve uma junção de uma equipa que eu trouxe comigo com uma equipa que lá existia, um processo extremamente interessante e que correu muito bem. Durante estes sete anos trabalhou-se na articulação entre a faculdade e o CHLC, do ponto vista de formação pré-graduada, pós-graduada e de investigação, em que eu humildemente colaborei. Entretanto, quando exercia o meu segundo mandato como presidente do Conselho Científico e por várias circunstâncias, relacionadas também com a criação da Centro Médico Universitário de Lisboa (CMUL) no final do ano passado, foi considerado importante que na Direção Clínica do CHLC pudesse estar alguém que fosse ao mesmo tempo um clínico e um Professor da área clínica do quadro da FMUL, com alguma ligação à investigação. É um desafio extremamente interessante, complexo, em que o meu objetivo é promover o desenvolvimento destas três vertentes, dentro dos chamados

princípios do profissionalismo médico. Uma das coisas que reforcei enquanto Diretor Clínico foi a de que a minha atuação teria que ser sempre norteada pelos princípios fundamentais e responsabilidades do profissionalismo médico. As suas bases estão bem marcadas na chamada Carta do Profissionalismo Médico1,2, que no fundo é a base de um contrato do médico com a sociedade. Eu sou internista e tenho muito orgulho que tenham sido sociedades de Medicina Interna as líderes na realização da Carta. Cada vez mais os princípios e compromissos do profissionalismo médico são fundamentais. E posso garantir que, no meu dia a dia, norteio-me por esses princípios e divulgo-a às pessoas com quem trabalho e lido a vários níveis, uma conduta importante de alguém com responsabilidades de Direção. O nosso papel não é estar encerrado numa redoma, mas sim articular e falar com outras pessoas. Esta casa tem seis unidades hospitalares e 7400 funcionários. A primeira coisa que o atual Conselho de Administração

1Medical Professionalism Project. Medical professionalism in the new millenium: a physician letter. 2002. 9305(359): 520-2 2ABIM Foundation, ACP–ASIM Foundation, and European Federation of Internal Medicine. Medical professionalism in the new millenium: a physician letter. Ann Intern Med. 2002. 136(3): 243-6

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5 (CA) efetuou quando veio para cá foi conhecer minimamente as pessoas, dirigindo-se a todas as unidades e conversando com as pessoas. Boa parte delas são médicos, mas cada vez mais temos que funcionar em equipa. Portanto, é fundamental a liderança, mas ao mesmo tempo a relação entre as pessoas dos vários estratos. A minha preocupação é ter sempre três princípios: em primeiro lugar está o doente, depois as instituições e por fim os interesses dos profissionais. Uma das preocupações do CA é de conhecer bem a realidade e, apesar de haver muita coisa bem feita, temos também de fazer as alterações que consideramos adequadas. Uma das principais preocupações atuais da Área de Pedopsiquiatria é o SU, devido à difícil resposta a casos com indicação para internamento. Como vê o CA do CHLC esta situação e a abertura do novo internamento em parceria com o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL)? Mesmo antes de ser Diretor Clínico, tive a oportunidade de ver uma magnífica exposição do responsável da área, o Dr. Augusto Carreira. Deu bem a noção, por um lado, do modo como a Área da Pedopsiquiatria está espalhada por toda a cidade de Lisboa, mas também dos problemas complexos relacionados com o internamento. Nesse sentido, naquilo que lhe dizia há pouco de que é muito importante ouvir as áreas, o Dr. Augusto veio fazer aqui uma exposição mais pormenorizada, e deu-nos a noção das dificuldades que estavam a passar. Nesse sentido, o CA está a dar passos muito importantes para otimizar o internamento e rapidamente aumentar a lotação das camas no Hospital Dona Estefânia (HDE). Tenho acompanhado esse processo. Um assunto que também me chamou muito a atenção foi a transição dos doentes para a idade adulta. Sei

que também existe um projeto extremamente

interessante de articulação e conexão das equipas da Pedopsiquiatria do HDE-CHLC e da Psiquiatria do CHPL no sentido de haver uma unidade para jovens mais velhos que permita esta integração e transição. Tem de haver gente preparada para o efeito. Tendo em conta a elevada prevalência e impacto da doença mental na população e a posição privilegiada da Pedopsiquiatria na intervenção precoce, prevenção de doença e promoção de saúde mental, como vê o facto de esta ser uma área muitas vezes pouco valorizada no panorama do investimento em saúde? Eu confesso que para mim a Área da Pedopsiquiatria era um bocado desconhecida. Comecei a conhecê-la melhor

a partir do momento em que ouvi a exposição da Área. Vejo, por um lado, com muita esperança. Em

“(...) há uma atenção crescente ao problema da Pedopsiquiatria.”

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6 estruturas responsáveis pela saúde, mesmo fora do hospital, há uma atenção crescente ao problema da Pedopsiquiatria, nomeadamente em Lisboa. Outros profissionais e estruturas ligadas à Pedopsiquiatria têm-se reunido e sei que neste momento há um esforço conjunto no sentido de melhorar as condições. Portanto, por um lado vejo com preocupação, mas por outro também vejo que neste momento há realmente um movimento, não só teórico, mas já com uma componente pragmática, e que a curto prazo vai dar frutos. Na edição anterior, o Dr. Augusto Carreira comentou que "as pessoas são o nosso material de trabalho". Tendo em conta a multidisciplinaridade característica da Pedopsiquiatria, como se pode sensibilizar e valorizar o trabalho desenvolvido por outros técnicos para além de médicos e profissionais do Hospital de Dia, cujas intervenções são as únicas a serem contabilizadas para efeitos administrativos pela Administração Regional de Saúde (ARS)? Não tinha bem essa noção. Nas reuniões que tive com a ARS, não tive essa perceção. De tal maneira que quando se falou na possibilidade da criação da nova unidade de transição para seguimento de doentes para a idade adulta, recordo-me perfeitamente que foi lá salientado que os médicos tinham um papel muito importante, mas que os outros profissionais ligados à saúde, como os enfermeiros e por aí adiante, também teriam. Não podem estar os médicos sozinhos. A valorização dos outros profissionais passa muito, a meu entender, pela divulgação do trabalho que está a ser efetuado e pela apresentação nos locais adequados, perante os media ou perante as estruturas responsáveis pela saúde, do trabalho efetuado, que não é isolado mas em equipa. Para além dos números, as pessoas têm de ser gratificadas pela atividade que exercem e essa gratificação pode ser feita de muitas maneiras.

Tive a perceção, pelo modo como o Dr. Augusto Carreira fez a apresentação, de que isto é um trabalho de conjunto. Aliás, também chamou a atenção para a articulação com médicos de outras especialidades, nomeadamente a Pediatria, por exemplo na Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria do HDE nos seus casos de anorexia. Como ex-Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, considera haver lugar para a Pedopsiquiatria no ensino pré-graduado, atualmente quase ausente dos programas formativos? Acho que sim, com certeza. Cada vez mais o jovem futuro médico tem de ser bem informado. A componente da Pedopsiquiatria é uma componente a meu entender fundamental. Assim como o futuro médico recebe noções de pediatria médica em geral ou pediatria cirúrgica é fundamental que receba essa formação.

Como se conjuga a atividade clínica e académica de forma adequada? E, já agora, a familiar? É complicado. É fundamental preservar uma componente familiar, sem ela todos os outros obstáculos são mais difíceis de aguentar. Consegue-se compatibilizar sobretudo se o agregado familiar perceber que alguém está, a determinado momento, num espírito de missão. Eu estou aqui unicamente por espírito de missão. Para que haja uma boa assistência ao doente, as componentes de ensino pré e pós-graduado e de investigação têm de existir. Se a pessoa está em espírito de missão e tem humildemente por objetivo máximo o doente, tem de se perceber que é possível compatibilizar. Mas é muito complicado. Uma das coisas que neste momento quereria, após estes primeiros meses, e embora todos os dias contacte com problemas clínicos e lidere comissões, era, se for possível, eu próprio ter

“As pessoas têm de ser gratificadas pela atividade que exercem.”

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7 uma consulta aqui no centro hospitalar para praticar a atividade clínica. Mas realmente não é fácil.

Quais as principais diferenças no exercício da medicina que encontra entre a sua época de interno de especialidade e os dias de hoje? Já fui interno da especialidade há muito tempo. Nota-se muito mais pressão, mas acho que se o interno quiser e estiver motivado para isso tem mais oportunidades do que tínhamos na altura. Atualmente, está muito mais organizada a componente de orientação da formação, que francamente no meu tempo não existia. Se o interno estiver devidamente orientado, tem um conjunto de estruturas e organização do ponto de vista da formação e da investigação que no meu tempo não tinha. Não significa que o caminho seja fácil, mas realmente hoje em dia, embora complicado, é mais fácil. Um dos pontos fundamentais e que me preocupa mais é a possibilidade de boa parte dos futuros internos poderem vir a desenvolver um trabalho muito importante no nosso Centro. Hoje em dia, temos um grupo de gente de alto valor e que não consegue ficar no lugar que os formou e, por outro lado, uma população de médicos numa fase muito avançada da sua atividade profissional.

Preocupa-me que exista um vazio geracional, que é extremamente importante que seja preenchido. Já não depende de nós, CA. Mas um dos nossos objetivos é, perspetivando-se a possibilidade de um novo hospital na zona oriental de Lisboa, preparar um hospital com características de centro médico académico. A estrutura de um hospital não se prepara na véspera. Se pensarmos num hospital que poderá eventualmente existir daqui por 5-6 anos, logicamente que há toda uma geração e estrutura assistencial que tem de ser

preparada. São muito importantes os recursos materiais e tecnologia que seja levada para lá, mas é fundamental haver uma estrutura organizacional adequada, baseada em diversas gerações. É a geração dos internos que estão a sair ou médicos muito jovens que terá um papel muito importante.

Precisamente olhando para o futuro, o que gostaria de ver transformado no CHLC nos próximos anos? Ao mesmo tempo que se perspetiva um hospital, de modo algum se pode deixar de dar atenção à situação atual, por isso é que esta tarefa é difícil. Sabemos que temos uma estrutura atual de edifícios antiquados, velhos, com problemas. Dentro da situação atual, temos de nos adaptar. Provavelmente teremos de mudar alguma da estrutura, isto é, poderemos ter de concentrar determinadas áreas para otimizar os recursos. Neste período, mesmo que haja a antevisão de um hospital com características (pelo menos) arquitetónicas mais adequadas que as atuais, é muito importante que as pessoas se sintam felizes no local de trabalho. Eu acho que é uma das nossas missões. As pessoas têm o direito a sentirem-se felizes no seu local de trabalho. Mais uma vez, com toda a modéstia,

gostaria de poder contribuir para isso. Sobretudo é preciso que as pessoas, dentro das limitações, percebam

que existe um rumo. Esse rumo tem de passar seguramente pela dignificação máxima dos doentes e dos profissionais e tentar, com todas as nossas dificuldades, fazer com que no dia a dia os nossos profissionais se sintam felizes e vistam a camisola. Que sintam que é muito bom trabalhar no CHLC. E posso dizer que nestes três meses que aqui estou como Diretor Clínico, tenho visto coisas magníficas. E muitas vezes estas coisas magníficas são aquelas que não aparecem nos jornais, mas que semanalmente acontecem aqui. n

“Assim como o futuro médico recebe noções de pediatria (…) é fundamental que receba essa formação [em Pedopsiquiatria].”

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ESTÁ A ACONTECER… NA CLÍNICA DO PARQUE Por: Susana Pereira

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Este programa surgiu em resposta à necessidade de proporcionar atividades lúdicas e de lazer a crianças e jovens, em tratamento no Hospital de Dia da Infância, que pela sua patologia e/ou insuficiência(s) familiar(es), vivendo na sua maioria situações de risco, não se integram nas estruturas existentes. Na nossa intervenção fomos percebendo também a enorme dificuldade que algumas destas famílias têm, quer seja pela sua insuficiência económica quer pelo seu grau de disfuncionalidade, de proporcionar aos seus filhos durante os períodos de férias escolares, atividades e experiências que promovam um desenvolvimento saudável. Assim são crianças que habitualmente ficam entregues a si próprias, consumindo horas intermináveis de televisão ou de videojogos, outras vezes, deambulando pelos centros comerciais ou pelas ruas, colocando-se muitas vezes em situação de perigo.

É nossa convicção que este projeto não só potencia as atividades terapêuticas do Hospital de Dia da Infância, como minimiza e/ou impede os habituais retrocessos terapêuticos verificados após os períodos de férias. Permite, ainda, enquadrar algumas das crianças seguidas nas consultas externas da Clínica do Parque, durante os períodos de férias escolares, proporcionando-lhes a frequência de atividades recreativas em ambiente seguro, promotoras do seu desenvolvimento e, eventualmente, potenciadoras do seu projeto terapêutico. Nesse sentido a equipa do Hospital de Dia da Infância

iniciou os ateliers de verão em 2015, tendo desenvolvido várias atividades, nomeadamente, workshops (arte urbana, drama e movimento, culinária, jardinagem, escalada), atividades lúdicas (piscina, jogos recreativos no espaço envolvente do Hospital de Dia), e passeios/ visitas (passeio de barco varino no rio Tejo Vila Franca de Xira, visita ao Mercado de Alvalade). Frequentaram este programa 33 crianças/jovens, com idades compreendidas entre os 8 e os 14 anos, repartidas por 3 grupos, de acordo com a sua faixa etária mas também os seus interesses e necessidades. De frequência diária, cada um dos grupos beneficiou das várias atividades planeadas durante uma semana. Apesar de não termos passado questionários de satisfação, os testemunhos recolhidos, quer junto das crianças quer junto dos familiares, permite-nos concluir que este programa ao proporcionar uma continuidade das atividades de uma forma lúdica, impediu consequentemente a descontinuidade relacional e terapêutica, um dos seus objetivos primordiais. n

Atividades de Verão no Hospital de Dia da Infância

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ESTRΔNGEIR ISMΘS

Quem foi Ana Teresa Prata – Unidad de Psiquiatría de Adultos/Unidad de Conductas Adictivas, Hospital Vall d’Hebron, Barcelona (Estágio de Psiquiatria e Comportamentos Aditivos) Catarina Santos – Snowsfields Adolescent Unit, Maudsley Hospital, Londres (Estágio de Internamento)

Quem está Helena Afonso – Servei de Psiquiatria i Psicologia Infantil i Juvenil, Hospital Clinic, Barcelona, (Estágio de Adolescentes) Joana Reis – Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas – USP, São Paulo (Estágio de Psiquiatria)

Barcelona é uma cidade enorme, assim como o Hospital Vall d’Hebron, onde estagiei seis meses. O desejo de experienciar a vida, profissional e pessoal, noutro país e cultura trouxe-me até aqui. Depois de todos os intermináveis tramites e de um curso intensivo de castelhano (fazendo figas para que os catalães fossem recetivos a comunicar nesta língua…), iniciei em outubro o meu estágio. Estive três meses num internamento psiquiátrico, dois dos quais na equipa da Unidad de Estancia Corta, onde me marcou a psicopatologia florida e complexa dos casos.

BARCELONA ADITIVA ANA TERESA PRATA MÉDICA INTERNA DE PEDOPSIQUIATRIA

No restante mês acompanhei os internamentos programados para desintoxicação de álcool, opiáceos, psicoestimulantes ou até benzodiazepinas. Este internamento é uma das valências da Unidad de Conductas Aditivas, que se complementa com a consulta externa do programa de drogodependências e com a intervenção ReDan (Redução de Danos), ambos localizados no CAS (correspondente aos portugueses CAT) no recinto hospitalar. A localização conjunta pouco comum de todas estas valências permitiu-me participar nas diversas intervenções. Para além da atividade observacional, pude acompanhar cerca de 40 pacientes, de distintas idades, substâncias de adição e comorbilidades psiquiátricas ao longo destes meses. Os grupos terapêuticos e as sessões para internos somam-se às boas e positivas experiências formativas. Mas este meio ano não se esgota no estágio clínico. Explorei a cidade e tentei absorver a cultura. Comi botifarra e calçots, dancei flamenco ao som de Poveda, saltei debaixo das faíscas dos correfocs, vi castellers e gegants, coloquei um caga tió no presépio, li, escrevi e falei muito castelhano e entendi algum catalão. Cumpri aquilo a que me propus. Estou pronta para regressar. n

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PSIC¤ESTIMULANTES

LIVRO

What Works for Whom? - A Critical Review of Treatments for Children and Adolescents Peter Fonagy, David Cottrell, Jeannette Phillips, Dickon Bevington, Danya Glaser, and Elizabeth Allison 2ª ed.; Guilford Press 2014 Considerado a referência nesta área, este livro sintetiza os achados de centenas de estudos cuidadosamente selecionados sobre tratamentos em saúde mental na criança e no adolescente. Os autores baseiam-se não só na

experiência de investigação mas também numa extensa experiência clínica. Propõem recomendações para uma prática baseada em evidências e uma revisão dos dados disponíveis e das lacunas perante as diferentes problemáticas da clínica. Dirigido a investigadores, clínicos e estudantes nas áreas da psicologia infanto-juvenil, pedopsiquiatria e assistência social clínica.

ARTIGO

“Schizophrenia” does not exist Jim van Os, in British Medical Journal 2016; 352:375 E se a psiquiatria reconhecesse que a “Esquizofrenia” não existe? Como poderiam as categorias diagnósticas ser substituídas por espectros de experiências? Como seria se os serviços de saúde mental se orientassem para o indivíduo ao invés de grupos estatísticos de investigação baseada em evidência? E poderia uma nova definição de “saúde” como empowerment (e não como a ausência de sintomas de doença) substituir o sistema de saúde mental como o conhecemos? Com esta abordagem provocatória, Jim van Os desafia neste artigo a validade e utilidade do termo “Esquizofrenia” e questiona a sua independência como categoria nosológica. Saiba mais nesta TED talk. O autor lançou também recentemente um website com o intuito de informar o público geral acerca da natureza da doença psicótica e de ajudar os pacientes a lidar com as concepções pessimistas sobre os seus sintomas, e que merece a sua visita.

FILME

Quarto De: Lenny Abrahamson (2015) “Num misto de didatismo e contida poesia, o filme expõe a capacidade de resistência a uma situação criada para anular a própria vitalidade humana - é uma saga sobre a verdade visceral do amor e a intensidade das suas linguagens.”, in Diário de Notícias.

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TV

Saúde Mental Reveja online o episódio do magazine “Sociedade Civil”, que versou sobre Saúde Mental.

LINKS Como funciona o cérebro de um bebé? A neurocientista Patricia Kuhl explica neste vídeo porque é que os bebés contêm a chave para perceber o que significa ser humano. Dê uma vista de olhos ao artigo da revista National Geographic dedicado a esta matéria. Vai valer a pena a sua visita! Psicoterapias e o espaço entre nós Aqui vai o cliché: a terapia cognitivo-comportamental é baseada em evidência mas superficial, é o método científico aplicado para obter soluções rápidas que trazem felicidade, mas apenas com alívio temporário. O outro lado do cliché: a psicanálise baseia-se em aprendizagens e prática, transmitida através de gerações e que não tem o selo científico de aprovação, mas examina a raíz das vicissitudes da vida através dum trabalho artesanal e profundo de análise. Este artigo do jornal The Guardian vai muito além disto e compara extensivamente os dois modelos terapêuticos. Porque é que a dopamina torna as pessoas mais impulsivas? Este artigo do blog Knowing Neurons explica-lhe como a dopamina pode influenciar a sua tomada de decisões.

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“Loucura é…”

VOX POP TEEN

“O que sinto cada vez que o Benfica marca um golo.” - Tiago, 14 anos

“Uma espécie de turbilhão que vive no teu cérebro, que escoa pelos teus atos e palavras, que distorce tudo à volta, que não pode ser explicado, que te faz pensar diferente. Não é necessariamente algo mau.” - Raquel, 15 anos

“Um estado mental alcançado apenas por aqueles que são corajosos o suficiente para ver o mundo da sua maneira. A loucura é o conjunto de pensamentos mais originais de um individuo. É o nome que se dá a algo fantástico demais para se perceber. A loucura é um estilo de vida.” - Ana, 15 anos

“Um estado mental em que a pessoa sai do seu campo de conforto e entra em depressão ou esquizofrenia.” - João, 14 anos

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SHORT STORIES RICARDO RODRIGUES ENFERMEIRO ESPECIALISTA (HD DA INFÂNCIA/CLÍNICA DO PARQUE)

“TRÊS HISTÓRIAS, A MESMA EVIDÊNCIA: O TEATRO (...) CONTEMPLA O LUGAR DE EXCELÊNCIA DE CRIAÇÃO E RECRIAÇÃO DAS NOSSAS VIDAS.”

“O teatro sempre fez parte da minha vida, em primeira ou terceira pessoa, em direto ou diferido. A primeira história que me lembro… tinha quinze, dezasseis anos, era voluntário num bairro muito carenciado na periferia da cidade. Propus-me fazer uma pequena peça de teatro com as crianças, num dia de festa da comunidade. O tema que as crianças escolheram foi o lixo. Lembro-me que, na sequência da

apresentação da nossa peça, toda a comunidade nesse dia se mobilizou para limpar as diferentes ruas e veredas do bairro. Alguns anos mais tarde, na faculdade, fiz um estágio numa instituição de acolhimento, e já enquanto profissional fui voluntário da mesma. Nesse contexto, criámos entre outras coisas uma peça de teatro em que demos voz aos diferentes sonhos desses jovens. O que mais recordo foi a possibilidade de abrir uma casa institucional tão encerrada sobre si mesma, a toda a sociedade civil. Pela primeira vez, a instituição tornou-se lugar de orgulho para cada um daqueles jovens. Mais recentemente, no decorrer do meu percurso no Conservatório de Teatro, lembro-me de uma criação com idosas de um Centro de Dia. Começámos esse processo com uma visita, em que entrevistámos as idosas a propósito da sua história. Nessa primeira entrevista todas elas recordavam muito poucos episódios da sua vida. Recordavam-se do dia do casamento, nascimento dos filhos e de um ou outro episódio profissional. Lembro-me de termos saído de lá e de ter pensado: “uma vida toda e recordam tão pouco...”. Ao longo do processo criativo, independentemente do resultado artístico, aquilo que mais me tocou foi ter testemunhado semana após semana uma redescoberta daquilo que tinha sido as suas vidas. Semana após semana recordavam mais episódios, mais pessoas, mais momentos significativos. Três histórias, a mesma evidência: o teatro, a disciplina artística, contempla o lugar de excelência de criação e recriação das nossas vidas.” n

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SINΞSTεSI⏏S Onde a perceção de certo tipo de objeto é associada a imagens particulares de outra modalidade sensorial

Tudo isto existe CÁTIA ALMEIDA MÉDICA INTERNA DE PEDOPSIQUIATRIA

Faz-se silêncio. Ouve-se a respiração funda do artista, que fecha os olhos para ver o acorde. De porte imponente como quem tem algo solene a declarar, a guitarra solta a corda e o milagre acontece. Só é possível ouvir a canção se se estiver em silêncio, sem o barulho dos dias a correr. Se se deixar ir à deriva, embalados pela música, como no berço o bebé. Para entrar no mistério que a canção esconde não se pode ter medo de deixar assomar à janela da alma as saudades, as alegrias, as lágrimas, os sonhos que trazemos dentro. Não se pode ter medo de perder o controlo. A Beleza desconcerta quem não quiser estar sempre muito concertado. Ouvir é tornar-se permeável, despir-se, chorar-se. Abandonar-se à própria intimidade, ao outro, à música, à beleza. Silêncio. Esperar cada tempo, cada acorde. A estrofe em tons menores cria uma tensão interior crescente que desemboca num alegre refrão a que se segue novo ciclo de nostalgia. Saudade. A nostalgia do regresso a casa. Essa casa que é o coração daqueles que nos amam. Os dois braços abertos (sempre) à minha espera. Zanga, ciúme, tristeza, revolta, cansaço, desespero, luto, destino. Paixão, júbilo, crença, ironia, amor, alegria, descoberta, gratidão. Procurar o Amor, querer compreender-se. Querer compreender o outro. Ter consciência de que ele existe, ter consciência de que eu existo em relação. As relações são feitas de histórias e emoções partilhadas. Tudo isto existe. Tudo isto é Fado. Tudo isto é Saúde Mental (ou ausência dela). A vida, objeto de estudo e de canto é feita de tudo isso. Contradições. Companhia. Ausências. Silêncios. Presenças. Sonoridades. Frustrações. Perdas. Emoções. Riqueza interior. Intimidade. Pertença. Casa. Vou resistir à tentação de ler em voz alta o que sinto quando oiço os próximos versos. Deixo-te, caro leitor, o prazer de descobrires as ressonâncias que estes acordes despertam em ti. E estes têm irmãos. Silêncio... que se vai ousar o Fado! Aí, onde a vida acontece.

“Que saudade eu tenho de ter saudades… saudades de ter alguém que aqui está e não existe…”

“Gosto do amanhecer com calma, buscar um chapéu de sol para a alma…”

“Dançar é chamar corpo ao pensamento…”

“Não é que não me importe a quem a dor não resiste, mas há gente que parece que gosta até de andar triste!... Quando a tristeza me invade?… Canto o fado!”

“Coisas transformam-se em mim, como chuva no mar, que se desmancha assim em ondas a me atravessar… Um corpo sopro no ar com um nome para chamar, é só alguém batizar… Nome para chamar de nuvem, vidraça, varal, asa, desejo, quintal… O horizonte lá longe, tudo o que o olho alcançar e o que ninguém escutar te invade sem parar, Te transforma sem ninguém notar… Frases, vozes, cores, ondas, frequências, sinais… O mundo é grande demais… Coisas transformam-se em mim… Por todo o mundo é assim… Isso nunca vai ter fim.” n

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O 1º Congresso Nacional de Integração Sensorial decorreu no passado mês de fevereiro, no Porto. Alguns elementos da Área de Pedopsiquiatria do HDE estiveram envolvidos, como a Terapeuta Ocupacional Susana Pereira na Comissão Organizadora ou o Dr. Pedro Caldeira da Silva como preletor convidado.

Cátia Almeida, interna do nosso departamento, recebeu uma menção honrosa pelo poster apresentado no 1º Encontro da Associação Portuguesa de Psicopatologia, em abril deste ano. Intitulado “Manifestações psiquiátricas em status pós germinoma da glândula pineal”, o poster descreve um caso clínico do Internamento de Pedopsiquiatria do HDE.

Cláudia Cabido foi entrevistada pelo jornal PÚBLICO no âmbito do VII Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente, que decorreu em Lisboa no passado mês de abril. O trabalho “Doentes com Perturbação do Comportamento Alimentar internados entre 2012 e 2014 — Casuística da Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria do HDE” foi alvo de destaque pelo jornal.

Sci-Hub é o primeiro site de acesso livre a artigos científicos. Alexandra Elbakyan, investigadora do Cazaquistão, criou uma página que ultrapassa as barreiras à leitura de milhões de publicações. Apesar do acesso ser ilegal, Sci-hub promete revolucionar a forma de criar, divulgar e cobrar o conhecimento científico.

A ideação suicida e agressividade em crianças e adolescentes duplica com o consumo de antidepressivos, de acordo com uma nova revisão sistemática e meta-análise realizada pelo Nordic Cochrane Center, na Dinamarca. Porém, este artigo, publicado na BMJ, salienta que não é possível determinar a real extensão dos efeitos adversos devido à diminuta qualidade e disponibilidade dos dados relativos aos danos do consumo.

Vários monumentos em todo o mundo iluminaram-se de azul para assinalar o Dia Mundial para a Consciencialização do Autismo, a 2 de abril. O Empire State Building, a Ópera de Sidney ou as pirâmides do Egito são alguns exemplos dos locais emblemáticos que participaram na iniciativa.

ACONTECEU CÁ, ACONTECEU LÁ

HUMOR SJE

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PROJEÇÕES

Homenagem a Maria José Vidigal – Com Tenacidade, Flores e Esperança se

constrói a Saúde Mental 7 de maio

Auditório do ISPA

5th European Association for Forensic Child & Adolescent Psychiatry, Psychology

& other involved professions Congress 11 a 13 maio, Porto

I Congresso de Psicanálise de Língua

Portuguesa – Violência, Memória, Identidade

12 a14 de maio Escola Sup. de Tec. da Saúde de Lisboa

Intervenção em luto, perda e trauma -

Modelo Integrativo-Relacional 13 a 15 maio, Lisboa

Congresso PIN Fundação Champalimaud

27 e 28 maio, Lisboa

15th World Association for Infant Mental Health World Congress

29 maio a 2 junho, Praga

60th Congress of AEPNYA - a shared initiative with the AACAP

1 a 4 junho, San Sebastian

VI Congresso Internacional de Patologia Dual e Adictiva

1 a 4 junho, Lisboa

XI Colóquio Internacional de Esquizofrenia do Porto

17 e 18 junho, Porto

11th International Conference on Child and Adolescent Psychopathology

18 a 20 julho, Londres

Workshop para líderes de grupos de pais Anos Incríveis

20 a 22 julho Lisboa

2ª Conferência de Enfermagem de Saúde Mental da Infância e Adolescência –

Intervenção em Saúde Mental da Infância e Adolescência: Novas realidades, novas

respostas 13 e 14 de outubro, HDE

• AACAP's 63rd Annual Meeting – 15 de junho

• 11º Congresso Ibero-Americano de Psicodrama – 30 de junho

• V International Congress Dual Disorders - 15 de setembro

• XII Congresso Nacional de Psiquiatria – 29 de setembro

• WPA XVII World Congress of Psychiatry – submissão começa em setembro

• 17th ESCAP Congress – 30 de dezembro

Formações

Reuniões

PRAZOS DE SUBMISSÃO

DE RESUMOS

Page 16: MentaLx 2ª Edição

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ESTE SÍTIO NÃO ME É ESTRANHO!

ACHA QUE CONHECE A ÁREA DE PEDOPSIQUIATRIA DO HDE COMO A PALMA DA SUA MÃO?

ENTÃO DIGA-NOS: ONDE FOI TIRADA ESTA FOTOGRAFIA? ENVIE A RESPOSTA PARA

[email protected].

O primeiro participante a responder corretamente receberá um exemplar do livro Apontamentos de viagem – esquissos de um intercâmbio clínico, de Ana Teresa Prata

(e os primeiros três serão mencionados na próxima edição do MentaLx).

Andreia Araújo

Cátia Santos

Dora Leal

Parabéns às novas especialistas!!

Page 17: MentaLx 2ª Edição

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PALAVRAS CRUZADAS

Preencher aqui.

O primeiro participante a responder corretamente receberá um exemplar do livro Apontamentos de viagem – esquissos de um intercâmbio clínico, de Ana Teresa Prata

(e os primeiros três serão mencionados na próxima edição do MentaLx).

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Tem críticas, sugestões ou gostava de

colaborar connosco? Escreva-nos para [email protected]

Rita Rapazote Lurdes Simeão Ana Teresa Prata

Ivo Peixoto Susana Pereira

Soluções das Palavras cruzadas da 1ª edição – 1: maternagem; 2: sono; 3: borderline; 4: obsessão; 5: hipercinésia; 6: perda; 7: plasticidade; 8: lactante; 9: sonho; 10: mitomania; 11: alexitímico; 12: linguagem; 13: Munchausen; 14: insónia; 15: fratria; 16: ciúme; 17: gaguez