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REVISTA DA INSTALAÇÃO 22 Foto: DollarPhotoClub Qualidade dos serviços nas insta Número de instalações de gases combustíveis cresce no Brasil, principalmente na parte de gás natural. No entanto, nem todas as empresas instaladoras prestam serviços de bom nível técnico no setor. REPORTAGEM: MARCOS ORSOLON M esmo diante do período conturbado vivido pelo Brasil, onde as crises política e econômica interfe- rem negativamente nos negócios em praticamente todas as áreas, o mercado de instalações de gases combustíveis - Gás Natural (GN) e GLP - tem registrado cres- cimento nos últimos anos. Por um lado, o setor de GLP se mostra maduro no País, com presença em mais de 98% das residências brasileiras. Por outro, as redes de distribuição de GN, particularmente nos grandes Ano I Edição 01 Abril’16 WWW.FACEBOOK.COM/REVISTADAINSTALACAO WWW.REVISTADAINSTALACAO.COM.BR MERCADO | Instalações de gases combustíveis

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Qualidade dos serviços nas insta lações de gás precisa melhorarNúmero de instalações de gases combustíveis cresce

no Brasil, principalmente na parte de gás natural. No

entanto, nem todas as empresas instaladoras prestam

serviços de bom nível técnico no setor.

rePorTaGeM: MarcoS orSoLoN

Mesmo diante do período conturbado vivido pelo Brasil, onde as crises política e econômica interfe-rem negativamente nos negócios em praticamente todas as áreas, o mercado de instalações de gases

combustíveis - Gás Natural (GN) e GLP - tem registrado cres-cimento nos últimos anos.

Por um lado, o setor de GLP se mostra maduro no País, com presença em mais de 98% das residências brasileiras. Por outro, as redes de distribuição de GN, particularmente nos grandes

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Perfil de importantes setores do mercado, baseado em entrevistas com executivos, profissionais e usuários.

MercadoProfile of key market sectors, based on interviews with executives, professionals and users.

MarketPerfil de los sectores clave del mercado, basado en entrevistas con ejecutivos, profesionales y usuarios.

Mercado

Qualidade dos serviços nas insta lações de gás precisa melhorar

Number of fuel gas facilities grows in Brazil, mainly in the residential natural gas grid. However, industry experts warn that not every installation companies provide good technical services to sector.

Número de instalaciones de gas combustible crece en Brasil, principalmente en la red residencial de gas natural. Sin embargo, expertos de la industria advierten que no todas las empresas de instalación ofrecen servicios técnicos de buen nivel en el sector.

centros urbanos, avançam de forma significativa, o que explica o crescimento do mercado de gases combustíveis.

Tomemos como exemplo os números da Comgás (Compa-nhia de Gás de São Paulo), que abastece com GN os segmen-tos industrial, comercial, residencial e de energia (projetos de cogeração e termelétricas). Em 2015, a empresa adicionou mais de 1.200 quilômetros de rede, com a conexão de 113 mil novos clientes. Entre os projetos realizados, destaque para as expan-sões no bairro Campo Limpo, em São Paulo, e nos municípios de Jundiaí, Osasco, Guarulhos, Suzano, Santo André, Taubaté e São José dos Campos. Com o avanço, a empresa encerrou o ano com 1.573.696 clientes, dos quais 1.557.411 residenciais.

Um aspecto curioso é que a diversificação do uso do GN explica, pelo menos em parte, o crescimento do setor, e não apenas no Estado de São Paulo, mas em todo o Brasil. “Se o gás combustível era conhecido pela sua aplicação mais tradi-cional na cocção (uso do gás para preparação de alimentos em

fogões e fornos), o seu uso para aquecimento de água tem se tornado cada vez mais frequente nas novas edificações”, co-menta Alberto J. Fossa, diretor-executivo da Abrinstal – Asso-ciação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações.

Obviamente, o maior uso do GN também explica o aumen-to no número de instalações, especialmente em residências. “A utilização mais tradicional e convencional do gás tem sido feita, historicamente, através dos cilindros de GLP, o conhecido botijão de cozinha P13. No entanto, com o desenvolvimento e penetra-ção do GN, as redes internas de distribuição de gás tiveram sua participação significativamente ampliada nas edificações residen-ciais. E com a utilização cada vez mais frequente do gás para o aquecimento de água, este número tem se ampliado também em edificações existentes, com a construção de novas redes internas de distribuição de gás”, destaca Fossa, que também é coordena-dor da ABNT CE09.402.02 – Comissão de Estudos de Instalações destinadas à utilização de gases combustíveis.

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a resistência mecânica aliada à estanqueidade nas conexões são os elementos mais importantes nas instalações de gás.aLberTo FoSSa ABriNstAl

Evidentemente, para que o mercado de instalações de gases combustíveis, em especial o GN, siga avançando no Brasil, é preciso que as instalações sejam bem executadas e seguras. Mas, para que isso ocorra, os profissionais da área precisam conhecer bem os produtos à disposição, as opções de tecnologia e em que situa-ções cada uma pode ser utilizada.

Vamos começar, então, citando as di-ferentes tecnologias desenvolvidas para este tipo de instalação. Segundo Edson Moro, gerente-executivo de Ativos da Comgás, nas instalações internas são aceitas no Brasil tecnologias que apli-quem materiais como aço carbono, co-bre rígido e flexível, tubos multicamadas e polietileno – esse apenas no caso de trechos enterrados.

Com mais detalhes, Alberto Fossa faz um histórico dessas tecnologias. Segundo ele, historicamente, os tubos de aço e co-nexões de ferro maleável dominaram por

anos esse tipo de instalação. Isso em fun-ção da experiência, em diversos países, do uso do gás combustível na indústria e em instalações de distribuição, que uti-lizavam este tipo de tecnologia.

Mas, gradativamente, o cobre com conexões soldadas foi ocupando o espa-ço dos tubos de aço. Em parte, em função da facilidade de manuseio e agilidade no processo de execução das soldas. “Jun-to com os tubos de aço inox corrugados, essas tecnologias ainda são dominantes na maioria dos países. O aço ainda tem garantido seu papel, particularmente em situações onde a robustez mecânica é uma necessidade (caso do Japão, em fun-ção da ocorrência de terremotos); o aço inox corrugado em trechos de distribui-ção interna, particularmente em constru-ções típicas americanas de dry-wall; e o cobre é usado em larga escala em toda a Europa e outros países”, comenta Fossa, que completa: “Mais recentemente, tem avançado as soluções de conexões de cobre por sistemas de compressão (caso da França e Alemanha), visando agilida-de no processo de instalação.

Quanto aos tubos conhecidos como multicamadas (como o PEX-AL-PEX), Fossa revela que eles surgiram na Ho-landa para sistemas de água quente e, em alguns países, começaram a migrar para servir de solução na condução de gases combustíveis. “Ainda é uma tec-nologia pouco conhecida, que tenta se firmar com base na questão de custo e agilidade na instalação. Diversas tecno-logias estão disponíveis, particularmente

considerando-se a questão do sistema de conexão, mas não se pode dizer que exista um tipo de produto dominante”.

E quais os produtos mais utilizados no Brasil em instalações internas?

“Atualmente, o cobre e os tubos multicamadas são os mais aplicados, principalmente pela praticidade na ins-talação”, responde Edson Moro, que fala um pouco mais sobre as aplicações de cada tecnologia: “Com restrição a trechos enterrados, o polietileno é ins-talado do lado de fora da edificação, li-mitando sua aplicação a ramais internos. Já as tecnologias com materiais rígidos apresentam desvantagem na execução da instalação, decorrente dos trechos em curvas, com necessidade de conexões e uso de solda. O uso de tecnologias com materiais maleáveis e flexíveis traz, na-turalmente, leveza e redução do número de conexões, mas com necessidade de ferramentas especiais para configura-ção das curvas e fixação da instalação”.

Há diferentes tecnologias para as instalações de gás

Para que o mercado de

instalações de gases combustíveis

siga avançando no Brasil é

preciso que as instalações sejam

bem executadas e seguras.

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AteNçãoPara evitar problemas, os equipamentos ligados às

instalações de gás devem ser bem aplicados e ter qualidade.

Cuidados na escolha dos produtosSeja qual for a tecnologia aplica-

da aos sistemas de condução de gases combustíveis, as características de segu-rança devem sempre ser consideradas como prioridade na escolha dos produ-tos e na sua instalação. “Independen-temente do tipo do material escolhido, devemos considerar sua procedência, os processos de qualidade na sua manufa-tura e a conformidade com os requisitos normativos. Outro aspecto se refere ao dimensionamento, baseado na pressão de fornecimento e vazão necessária para o funcionamento adequado dos equi-pamentos a serem utilizados”, ressalta Edson Moro.

Alberto Fossa cita ainda que a resis-tência mecânica aliada à estanqueida-de nas conexões são os elementos mais importantes (nesse tipo de instalação) e que o tipo de material deve ser sele-cionado em função de aspectos como a exposição da tubulação a esforços me-cânicos, à presença de agentes externos como intempéries, e agressões do meio.

Quanto a aplicação, o diretor da Abrinstal observa que os sistemas de tubos de aço e conexões de ferro male-ável são aptos a serem utilizados onde existam requisitos preponderantes de resistência mecânica. No entanto, em

função de problemas de corrosão em determinados ambientes, são desacon-selhados em determinadas situações.

Já os sistemas de cobre e cone-xões soldadas são aplicados na grande maioria das instalações, com base na resistência e durabilidade, bem como em relação à estanqueidade das co-nexões. “Eles caracterizam-se por um sistema mais prático de ser instalado do que o sistema de aço, com robus-tez adequada ao serviço de distribui-ção de gás combustível. Já os sistemas multicamadas têm seu apelo teórico na questão de custo. No entanto, uma vez que as tecnologias ainda não se tornaram maduras suficientemente, é difícil avaliar a relação custo-benefí-cio”, completa.

Fossa explica que as normas na-cionais de redes de instalação de ga-ses combustíveis (ABNT NBR 15526 - Instalações residenciais e ABNT NBR 15358 - Instalações não residenciais) citam as referências normativas nacio-

nais desses produtos e estabelecem as condições onde eles podem, ou não, ser aplicados. Tais referências são também encontradas em normalização interna-cional e referem-se às limitações de uso

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de cada tecnologia em função do local, do nível de pressão da rede de distri-buição e outros fatores associados ao desempenho dos materiais.

“O comportamento de componen-tes metálicos é bastante conhecido, e têm possibilitado o desenvolvimento

e estabelecimento de requisitos espe-cíficos para sua instalação. As normas de instalação citadas apresentam vá-rios requisitos para a instalação dos sistemas de aço e cobre, com base no conhecimento prévio do desempenho desses materiais. Componentes poli-

Instalações precisam ser bem executadasComo qualquer tipo de combustí-

vel, os gases oferecem benefícios im-portantes aos usuários, mas, por outro lado, exigem cuidados no manuseio, instalação e utilização. Uma instalação malfeita, por exemplo, pode levar a va-zamentos e ignição, com possibilidade de explosão e incêndio que podem tra-zer graves consequências às pessoas e edificações.

Quanto ao risco de vazamento em algum ponto da instalação, Alberto Fossa explica que, geralmente, ele está associado à utilização de materiais ina-dequados, condições de proteção da tubulação insuficientes e realização de instalações de forma não conforme.

Um aspecto importante é que não basta a instalação ser bem executada. É preciso também que os aparelhos a gás, como um aquecedor, por exemplo, tenham qualidade e sejam corretamente instalados. “Um equipamento que não possua condições adequadas de funcio-namento (tanto no processo de combus-tão quanto na exaustão dos gases dessa combustão) pode gerar contaminação do ambiente e causar danos às pessoas. Casos de contaminação com CO são os mais frequentes, em função da instala-ção de aparelhos a gás inadequados, ou sem sistemas de exaustão apropriados”, comenta Fossa.

Como em qualquer mercado, seguir as normas é condição obrigatória para se obter uma instalação segura e eficien-te. E, nesse sentido, a área de gás está bem coberta, contando com um conjun-to de requisitos que devem ser seguidos,

tanto para a instalação da infraestrutu-ra de condução (sistema de tubulação) quanto para os aparelhos.

“Na construção da infraestrutura, as normas ABNT NBR 15526 e 15358 indi-cam os requisitos necessários para ga-rantir uma instalação segura. No caso da instalação de aparelhos a gás, a ABNT NBR 13103 estabelece todos os requisi-

méricos têm sido objeto de estudo em todo o mundo, e têm progredido em sua utilização. Assim o é também no setor de distribuição de gás, onde tu-bos de polietileno são empregados em larga escala nas redes de distribuição de rua”, completa Fossa.

tos necessários. Essa norma encontra-se em revisão, de forma a tornar mais cla-ros os requisitos e avançar no tratamen-to de novos tipos de aparelhos a gás que estão sendo disponibilizados no cenário internacional”, destaca Fossa.

O problema é que nem sempre es-sas normas são seguidas pelas instala-doras. Isso porque não há programa de

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AvANçoNúmero de instalações de gás tem avançado no brasil em todas as áreas, com destaque para o setor residencial.

como forma de garantia de segurança das instalações que usam gás”.

No caso da Comgás, depois de exe-cutada a instalação em um imóvel, exis-tem duas situações de verificação por parte da companhia, previamente ao comissionamento do gás aos clientes, para garantia da segurança e qualidade da instalação. “Em programas de incen-tivo específicos, onde nossas empresas contratadas constroem a infraestrutura do gás no cliente, e nos casos onde a infraestrutura é previamente existente e construída por terceiros. Em ambas as situações são verificados todos os itens necessários para a conformidade com a normalização vigente”, afirma Edson Moro.

O gerente da Comgás observa ain-da que, independentemente da ins-talação ser verificada, há permanen-te necessidade de se conscientizar os moradores e proprietários sobre a im-portância da manutenção preventiva, para evitar problemas no futuro. Nes-se sentido, a NBR 15526 recomenda inspeção nas instalações a cada cinco anos, com verificação das condições de operação dos elementos ou existência de vazamentos.

compulsoriedade para as instalações de gases combustíveis no Brasil. Resultado: acidentes continuam acontecendo.

Mas, efetivamente, o que uma insta-lação de gás deve ter para ser segura?

O diretor da Abrinstal explica que, do ponto de vista prático, as instalações de condução de gás devem ser estan-ques e protegidas contra agressões que provoquem um eventual vazamento de gás. Também não devem passar em lo-cais que venham a provocar o acúmulo de gás. As conexões (abrigo de medido-res, por exemplo) devem sempre estar em locais ventilados, para que se evite qualquer acúmulo de gás. Com relação aos aparelhos, os ambientes devem ser ventilados de forma adequada para pro-mover a renovação de ar do local, garan-tindo adequado processo de combustão.

Nos casos aplicáveis (em aquecedores de água, por exemplo) devem ser previs-tos sistemas de exaustão que garantam a saída dos gases da combustão para o exterior da edificação.

Para garantir que uma obra é segu-ra, as normas de instalação de gás defi-nem a realização de um teste de estan-queidade para verificação do resultado dos serviços. Isso deveria ser realizado em todas as instalações, mas nem sem-pre ocorre. “Em novas construções, ou reformas sob controle de empresas de distribuição de gás e construtoras, é comum a exigência do teste de estan-queidade e respectivo atestado de res-ponsabilidade técnica vinculado. Mas não se pode dizer que seja uma prática em todas as instalações realizadas no Brasil”, lamenta Fossa, que completa: “Além disso, a prática da verificação deveria ser um processo periódico. A ABNT NBR 15923 estabelece as con-dições e requisitos para realização de inspeção periódica de instalações de gases combustíveis no mercado resi-dencial. Essa norma surgiu com a in-tenção de servir como base para um programa de inspeção periódico, cobra-do pelo próprio mercado consumidor,

Certificação de empresas instaladoras

Com o objetivo de elevar o nível dos serviços prestados pelas instaladoras de gases combustíveis foi criado pelo Sin-dinstalação, em 2002, um programa de qualificação setorial. Foi o nascimento do Qualinstal Gás, que há dez anos pas-sou a ser gerido pela Abrinstal.

O Qualinstal nasceu com a missão

de estabelecer requisitos para a certifi-cação de empresas instaladoras, mas, hoje, o programa é mais amplo. Ele se preocupa em oferecer condições para que os produtos aplicados sejam norma-lizados e conformes, desenvolve requi-sitos específicos para a qualificação da mão de obra empregada pelas instala-doras, apresenta requisitos que exigem a utilização de projetos para qualquer tipo de instalação (mesmo as mais sim-ples), discute sistematicamente requi-sitos aplicáveis às instaladoras quanto à sua competência gerencial e técnica,

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o resultado do monitoramento contínuo do desempenho das instaladoras de gás é decisivo para manter o nível de qualidade.edSoN Moro CoMgás

buscando garantir que os serviços pres-tados estejam em conformidade com as normas técnicas e realizadas dentro de um cenário que contribua para que a infraestrutura seja adequada e segura aos usuários finais.

São parte integrante do Grupo de Trabalho – Gás as empresas de distri-buição de gás, fabricantes de produ-tos, construtoras e outros agentes que têm auxiliado a pensar, no dia a dia, melhorias na estrutura e requisitos do programa.

“O modelo utilizado pelo programa é consistente com as principais iniciati-vas internacionais de controle de mer-cado, qualidade, conformidade e segu-rança do setor de gases combustíveis em todo o mundo. Modelos semelhan-tes podem ser observados na Inglater-ra, França, Estados Unidos e Japão. No entanto, em todos esses países existe

uma cobrança mais significativa dos agentes da sociedade (companhias de distribuição de gás, construtoras) e, em muitos casos, há legislação que susten-ta a obrigatoriedade dos programas de certificação”, afirma Alberto Fossa.

Uma das empresas que tem atu-ação destacada no programa é a Comgás. Segundo Fossa, há mais de 12 anos a companhia incentiva a ca-pacitação do mercado e a certificação de empresas instaladoras no segmen-to de gases combustíveis no Estado de São Paulo.

“O Qualinstal teve seu início com o estabelecimento de requisitos apli-cáveis às empresas instaladoras, que pudessem aportar garantias de gestão e conhecimento técnico adequado na prestação de serviços ao mercado. E a Comgás foi fundamental, na medida em que incentivou e cobrou do mer-cado essa adequação das empresas e a sua certificação no programa”, co-menta Fossa.

Edson Moro afirma que a qualifica-ção das empresas já faz parte da ro-tina da companhia. “A Comgás possui um processo próprio de qualificação de suas empresas parceiras que inclui, além da confirmação da sua competên-cia técnica, requisitos complementares em segurança, saúde, meio ambiente, qualidade e integridade de ativos, de acordo com o seu sistema de gestão, com capacitação complementar dos profissionais, auditorias regulares nas empresas e inspeções constantes das atividades de campo. O resultado do monitoramento contínuo do desem-penho destas instaladoras é decisivo para a permanência destas empresas no quadro de contratadas da Comgás”.

Ainda em relação à busca por qua-lidade e segurança, Alberto Fossa des-taca, na parte de GLP, a iniciativa da Ultragaz, que busca certificar através do Qualinstal seus prestadores de ser-viço em todo o território nacional. “É uma iniciativa corajosa, de uma em-

presa que entende que a segurança é fundamental para o uso adequado desse energético, e que tem trabalha-do neste sentido, promovendo a ca-pacitação e certificação das empresas instaladoras”.

Apesar desses avanços, é preci-so caminhar ainda mais, pois a situ-ação das instalações de gás ainda é bastante preocupante no Brasil. E as ações devem incluir várias frentes. Na parte de produtos, por exemplo, há uma reivindicação antiga dos especia-listas do setor para que alguns itens tenham certificação compulsória jun-to ao Inmetro.

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UsUárioso avanço das instalações de gás no brasil ocorre tanto em obras novas, quanto em antigas.

Fossa faz uma comparação com a área elétrica para justificar esse desejo. “No caso de instalações elétricas, mais de 90% dos componentes possuem certificação compulsória do Inmetro, o que assegura aos materiais garantia de desempenho e segurança. Na parte de gás, temos insistido junto ao Inmetro para que se estabeleçam programas de certificação dos principais produtos: tu-bos, conexões, reguladores, válvulas e tubos flexíveis de conexões. Somente o regulador de botijão e mangueira para fogão são considerados atualmente no Brasil. Isso fragiliza a segurança, pois não se estabelece a obrigatoriedade para utilização de produtos seguros e certificados nas instalações de ga-ses combustíveis”, lamenta o diretor da Abrinstal.

A formação e qualificação da mão de obra também figura entre as priori-dades em torno da qualidade e segu-rança das instalações. Nesse sentido, segundo Fossa, o setor de gás natural tem sido um grande parceiro da Abrins-tal no desenvolvimento de padrões mí-

nimos de competência para diversos perfis profissionais.

“Há um conjunto significativo de perfis já normalizados, participantes do programa de certificação de pessoas da construção civil do Inmetro. Embo-ra seja um programa voluntário, é um começo importante para a formaliza-ção de profissionais que podem atuar neste setor”, avalia Fossa, destacando que os principais perfis profissionais passíveis de certificação são: instala-dor e convertedor de aparelhos a gás; instalador predial e de manutenção de rede de gás; operador de medidores de gás; inspetor de instalação de ga-ses combustíveis; e soldador de tubos e conexões de polietileno.

Por fim, mas não menos importan-te, há também a busca por avanços no estabelecimento de regulamentação que estabeleça a inspeção periódica das instalações de gás. “Seria uma condição mínima de segurança para garantir que as instalações se encon-tram adequadas ao longo do tempo. Iniciativa exemplar surgiu em 2015, no Estado do Rio de Janeiro, através de lei que exige a inspeção periódica das instalações de gases combustíveis. Que essa experiência possa ser utiliza-da pelos outros estados para avanços neste tema”, declara Fossa.

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