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Mestrado em Automação e Comunicações em Sistemas de Energia Ano Letivo 2011/2012 MERCADOS DE ENERGIA Trabalho 1 Rafael Santos nº 21140260 Pedro Santos nº 21171077 Tiago Cruz nº 21180799

Mercados Energia

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Evolução do setor energético em Portugal

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Mestrado em Automação e

Comunicações em Sistemas de Energia

Ano Letivo 2011/2012

MERCADOS DE ENERGIA

Trabalho 1

Rafael Santos nº 21140260

Pedro Santos nº 21171077

Tiago Cruz nº 21180799

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Conteúdo

Conteúdo ....................................................................................................................................... 2

Evolução do sector energético em Portugal ............................................................................. 4

Criação do MIBEL .................................................................................................................... 10

Tarifas ...................................................................................................................................... 12

Evolução dos preços ................................................................................................................ 13

Evolução do sector energético no Brasil ................................................................................. 15

Anos 90 – Começa a reforma .................................................................................................. 16

Década de 2000 - Uma nova postura ...................................................................................... 17

Evolução dos Preços ................................................................................................................ 18

História da indústria petrolífera .............................................................................................. 18

O Médio Oriente ..................................................................................................................... 19

Principais países produtores de Petróleo ............................................................................... 22

Maiores Consumidores de Petróleo ........................................................................................ 23

Maiores Exportadores de Petróleo ......................................................................................... 24

Maiores Importadores de Petróleo ......................................................................................... 25

Carvão ......................................................................................................................................... 27

Evolução dos preços do carvão nos mercados internacionais .................................................... 31

Gás Natural .................................................................................................................................. 32

Mercado do gás natural .............................................................................................................. 34

Energia Nuclear no Mundo ......................................................................................................... 41

Preço do Urânio........................................................................................................................... 43

Energia Nuclear França ............................................................................................................... 44

Netgrafia ...................................................................................................................................... 47

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Figura 1 -Consumo GWh em Portugal. .......................................................................................... 6

Figura 2 – Evolução do número de consumidores em Portugal. .................................................. 7

Figura 3 – Cronologia da implementação do MIBEL. .................................................................. 10

Figura 4 – Composição da tarifa de acesso. ................................................................................ 12

Figura 5- Composição da tarifa para clientes finais .................................................................... 13

Figura 7 – Gráfico sobre o preço do KWh para o sector doméstico. .......................................... 14

Figura 8 - Gráfico sobre o preço do KWh para o sector industrial. ............................................. 15

Figura 9 – Evolução do KWh no Brasil. ........................................................................................ 18

Figura 10 – Evolução do preço do petróleo nos últimos 13 anos. .............................................. 21

Figura 11 – Produtores de Petróleo no Mundo. ......................................................................... 22

Figura 12 – Maiores consumidores de Petróleo no mundo. ....................................................... 23

Figura 13 – Maiores Exportadores de Petróleo no mundo. ........................................................ 24

Figura 14 – Maiores Importadores de Petróleo no mundo. ....................................................... 25

Figura 15 – Maiores reservas de Petróleo no mundo. ................................................................ 26

Figura 16 - Reservas de carvão no mundo .................................................................................. 27

Figura 17 - Consumo mundial de carvão por região, de 1980 ate 2010 ..................................... 28

Figura 18 - Lista de Maiores Exportadores Mundiais de Carvão ................................................. 29

Figura 19 - Lista de Maiores Importadores Mundiais de Carvão ................................................ 30

Figura 20 - Produção Comparativa de Combustíveis entre 1973 e 2008 .................................... 30

Figura 21 - Gráfico comparativo do preço do carvão desde 1990 .............................................. 32

Figura 22 - Reservas de gás natural no mundo ........................................................................... 33

Figura 23 - Reservas mundiais de gás natural desde 1990 (valores em percentagem) .............. 33

Figura 24 - Consumo de gás natural per capita em toneladas de óleo equivalente ................... 34

Figura 25 - Preços do gás natural por região .............................................................................. 35

Figura 26 - Sistema de uma Central Nuclear ............................................................................... 37

Figura 27 - Reservas Urânio......................................................................................................... 38

Figura 28 - Produção de Urânio Mundial (ton) ........................................................................... 40

Figura 29 - Produção Urânio na União Europeia ......................................................................... 41

Figura 30 - Nuclear Share (%) ...................................................................................................... 42

Figura 31 - Energia Nuclear Produzida (TWh) ............................................................................. 42

Figura 32- Comparação Fontes de Energia ................................................................................. 43

Figura 33 - Previsão do Preço do Urânio entre 2007-2030 ......................................................... 44

Figura 34 - Centrais Nucleares em França ................................................................................... 44

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Evolução do sector energético em Portugal

O Sistema Elétrico Nacional começou a ser desenvolver-se a partir dos

sistemas hidrelétricos, complementados por pequenas termoeléctricas,

que forneciam energia às indústrias locais, bem como a alguns

consumidores domésticos e iluminação pública. Em 1944, o Estado deu

prioridade ao desenvolvimento das centrais hidrelétricas, a política de

promoção do consumo de eletricidade.

Ao mesmo tempo foram feitas concessões para a exploração dos rios de

maiores dimensões, que deu origem à criação das primeiras grandes

empresas produtoras nacionais: A Hidrelétrica do Cávado, Hidrelétrica do

Douro e Hidrelétrica do Zêzere.

Nos finais dos anos 50, a Companhia Nacional de Eletricidade (CNE) ficou

a responsável pela construção e exploração da rede de transporte.

Paralelamente, a Empresa Termelétrica Portuguesa foi criada, ficando

com a responsabilidade pela construção e exploração centrais

termelétricas.

O Sistema Elétrico Nacional tem por base o Sistema Elétrico de Serviço

Público (SEP) ou Sistema Vinculado, e Sistema Elétrico Independente

(SEI). O SEP fica com a função do serviço público, sendo responsável pelo

fornecimento da eletricidade em Portugal. O SEI é estruturado com lógica

comercial, ficando virado para os particulares de produção de energia

elétrica (mini-hídricas, energias renováveis e cogeração) com um

subsistema que se rege por condições de mercado.

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EDP – Eletricidade de Portugal

No final da década de 1960 as empresas concessionárias da Produção e

Transporte da rede elétrica primária fundem-se numa única empresa, a

Companhia Portuguesa de Eletricidade (CPE).

A EDP – Eletricidade de Portugal nasce em 1976 da união de 13 empresas

de produção, transporte e distribuição de Portugal Continental que

haviam sido nacionalizadas em 1975. Os principais objetivos consistiam

em integrar a distribuição dos municípios e melhorar a qualidade da rede,

continuar o processo de eletrificação do território nacional e definir uma

tarifa uniforme para todo o país.

A EDP resultava, assim, numa empresa verticalizada, responsável pelo

transporte e distribuição de energia elétrica em Portugal e por 95% da

sua produção.

A estrutura empresarial da Empresa acompanhou a evolução registada no

Sector Elétrico. Em 1994, na sequência do plano de reestruturação

iniciado em 1991, foi aprovado o plano de cisão da EDP, tendo sido

constituídas subsidiárias, participadas a 100% pela EDP, com atividades

centradas nas seguintes áreas:

• Produção: os grandes centros produtores de eletricidade ficam a

pertencer à CPPE- Companhia Portuguesa de Produção de

Eletricidade.

• Transporte: a atividade de transporte e interligação fica centrada

na REN-Rede Elétrica Nacional, que explora a Rede Nacional de

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 6

Transporte. A REN também gere o sistema de Despacho Nacional e

as interligações com Espanha.

• Distribuição a atividade no âmbito da distribuição, abrangendo a

totalidade do país fica atribuída a quatro entidades, a EN-

Eletricidade do Norte, a CENEL- Eletricidade do Centro, a LTE-

Eletricidade de Lisboa e Vale do Tejo e a SLE- Eletricidade do Sul. No

início do ano 2000, foi constituída a EDP Distribuição, em resultado

da fusão das quatro empresas de distribuição.

O consumo GWh, no período compreendido entre 1997 e 2010, tem um

aumento significativo na ordem dos 90%.

Figura 1 -Consumo GWh em Portugal.

Fonte: EDP S.A.

O aumento do consumo de eletricidade em baixa tensão durante este

período resulta, com o aumento do número de clientes de baixa tensão

de 5 milhões para cerca de 6,1 milhões.

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Figura 2 – Evolução do número de consumidores em Portugal.

Fonte: EDP S.A.

Gerando receitas, que cresceram de 527,6 milhões de euros, em 1997,

para 1,125 milhões de euros, em 2011.

Produção de energia elétrica

A primeira concessão foi atribuída por Alvará Régio do Rei D. Carlos de 14

de Fevereiro de 1907 "pelo qual foi concedido o aproveitamento da água

do Rio Lima.

Em 1908, foi dada a primeira concessão de uma bacia hidrográfica na sua

globalidade, a do rio Alva na Serra da Estrela, à Empresa Hidrelétrica da

Serra da Estrela.

No fim de 1928, o sistema produtor era constituído por 395 centrais, a

maior parte delas ligadas a unidades fabris e apenas cinco tinham

potência superior a 7 000 CV.

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A Companhia Hidrelétrica do Coura, surgida em 1912, construiu a Central

de Covas. Entre 1914 e 1919, as CRGE constroem, em Lisboa, a Central

Tejo, enquanto a Electra del Lima constrói a Central do Lindoso (1915-

1919). A Hidrelétrica do Alto Alentejo constrói as centrais de Póvoa

(1927), Bruceira (1934), Velada (1935) e Foz (1939).

Guilhofrei, no rio Ave, com 49 metros de altura, foi a primeira grande

barragem a ser construída em 1938, Santa Luzia (1942), no rio Pampilhosa

ou Ribeira dos Unhais, com 76 metros de altura, serve de verdadeiro teste

para o futuro do programa de eletrificação nacional.

Em 1945, nasce a Hidrelétrica do Cávado (HICA) e a Hidrelétrica do Zêzere

(HEZ), e, em 1947, constitui-se a Companhia Nacional de Eletricidade

(CNE), com o objetivo de interligar os vários sistemas produtores à tensão

de 150 KV.

A produção de energia elétrica pela EDP correspondia, em 31 a Dezembro

de 1999, a uma capacidade instalada de 7 488 MW. Desde a sua criação,

em 1994, a CPPE tem operado todas as centrais térmicas da EDP. Em

1999, a CPPE foi responsável pela produção de 97,9% da eletricidade da

EDP.

Transporte de Eletricidade

A REN, enquanto concessionária da Rede Nacional de Transporte,

desenvolve a atividade de transporte de energia elétrica. Por transporte

de energia elétrica entende-se a transferência de eletricidade da

produção ou dos locais de aquisição ao longo do sistema de transporte

para áreas de uso. Esta transferência faz-se através de redes ligadas entre

si de modo a formar uma rede de transporte nacional interligada.

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 9

Em relação ao transporte de eletricidade no Sistema Elétrico Nacional, a

obrigação da REN é fornecer eletricidade com qualidade de serviço.

Distribuição de Eletricidade

A distribuição é a atividade de transferência através do sistema de

distribuição da eletricidade recebida do sistema de transporte com vista à

sua disponibilização aos consumidores. Em Portugal, a função de

distribuição local de eletricidade é da responsabilidade quase exclusiva da

EDP Distribuição. Seguindo a tendência europeia, os mercados da

eletricidade em Portugal e em Espanha foram liberalizados.

O negócio da eletricidade em Portugal caraterizava-se, por ter um

operador único, que produzia e vendia a energia elétrica no mercado

regulado existente a uma tarifa determinada pela Entidade Reguladora

dos Serviços Energéticos (ERSE). A tarifa remunerava as diferentes

atividades desde da produção de eletricidade ao consumidor final.

Seguindo as recomendações da Diretiva 2003/54/CE do Parlamento

Europeu, o governo português estabeleceu em 2005 objetivos para o

setor da energia em Portugal. Os objetivos incluíam a diversificação das

fontes de energia primária, uma maior preocupação ambiental e a

promoção da competitividade.

Foi neste contexto que surgiu a necessidade de formar um mercado

liberalizado em Portugal, à semelhança do que estava a ocorrer na Europa

e ao mesmo tempo do que o processo de liberalização espanhol. A criação

do Mercado Português de Eletricidade surgiu agregada à criação do

Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL).

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 10

Criação do MIBEL

O Mercado Ibérico de eletricidade (MIBEL) designa a integração dos

sistemas elétricos de Portugal e Espanha. Este existe como mercado

ibérico que define uma única bolsa de compra e venda de energia ao

dispor dos operadores portugueses e espanhóis desde 1 de julho de 2007.

Para haver um período de adaptação ao novo modelo de mercado com

vista ao objetivo final da criação do OMI (Operador de Mercado Ibérico),

foram previstos dois operadores responsáveis pela gestão dos mercados

organizados:

• OMEL, polo espanhol, responsável pela gestão do mercado spot

(diário e intra-diário).

• OMIP, polo português, responsável pela gestão do mercado a

prazo.

O início do mercado à vista do MIBEL ocorreu a 1 de janeiro de 1998

apenas para o mercado espanhol, iniciando-se o mercado de derivados a 3

de Julho de 2006.

Figura 3 – Cronologia da implementação do MIBEL.

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 11

Dos CAE aos CMEC

Antes da liberalização do mercado, existia em Portugal um sistema de

aquisição de energia baseado nos contratos de aquisição de energia (CAE).

Com os CAE, os produtores recebiam, por um lado, um pagamento por

disponibilidade, que incluía os custos fixos de operação e manutenção, as

amortizações e a remuneração do capital investido a uma determinada

taxa e, por outro, o custo variável que tinham com a produção de energia.

Com o compromisso dos governos português e espanhol de promover o

MIBEL através da criação de condições para a sua liquidez, a existência de

um sistema de aquisição de energia no qual 58% da procura seria

satisfeita através de centrais com CAE não era sustentável. Se a 58% se

juntar cerca de 20% de produção proveniente das PRE (Produtores em

Regime Especial), constata-se a dificuldade que seria formar um mercado

ibérico que, para Portugal, iria satisfazer pouco mais de 20% das

necessidades de consumo.

Surgiu a proposta de criação dos custos de manutenção do equilíbrio

contratual (CMEC) para substituir os CAE.

Os CMEC têm como vantagens a manutenção do VAL com os CAE em

mercado, com os pressupostos a serem revistos anualmente de 2007 a

2017, uma vez que estão contratualizadas as condições para manter o VAL

com reduzido risco, fornecer liquidez ao mercado, ter o aval da Comissão

Europeia e permitir uma redução das tarifas de eletricidade.

Após 2017, não haverá mais revisões, mantendo-se a renda constante até

ao final dos CMEC, em 2027.

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 12

Tarifas

O sistema tarifário praticado e o método de cálculo das tarifas, é definido

no Regulamento Tarifário, e devem promover a eficiência na aplicação de

recursos e a igualdade bem como a justiça das tarifas determinadas, sem

menosprezar a necessidade de manter o equilíbrio económico e financeiro

das empresas reguladas. Na falta de subsídios nas tarifas de venda a

clientes finais e nas tarifas de acesso, vai implicar que as tarifas sejam

determinadas de forma acrescentada. Para que cada cliente pague a

medida justa, torna-se necessário que a tarifa que lhe é aplicada seja

composta pela tarifa de atividade que são determinadas com base nos

diferentes custos por atividade. As tarifas são estabelecidas por forma a

proporcionar a cada atividade um montante de proveitos calculados de

acordo com as fórmulas constantes no Regulamento Tarifário.

Tarifas de Acesso

As tarifas de acesso às redes, aprovadas pela ERSE e pagas por todos os

consumidores de energia elétrica, incluem as tarifas de Uso Global do

Sistema, de Uso da Rede de Transporte e de Uso da Rede de Distribuição.

Fonte: ERSE

Figura 4 – Composição da tarifa de acesso.

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Tarifas de Venda aos Clientes Finais

As tarifas de Venda aos Clientes Finais que são aplicadas pelo

Comercializador de Último Recurso aos seus clientes são calculadas, a

partir das tarifas por atividade incluídas no Acesso às Redes, adicionadas

tarifas reguladas de Energia e de Comercialização. Estas tarifas reguladas

são aprovadas pela ERSE.

Figura 5- Composição da tarifa para clientes finais

Fonte: ERSE

Evolução dos preços

Na visualização do gráfico do preço da eletricidade para o sector

doméstico na EU União Europeia, comparamos a evolução do preço

praticado em Portugal em relação a outros países europeus.

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 14

Figura 6 – Gráfico sobre o preço do KWh para o sector doméstico.

Confirmamos que durante os anos 90 até meados de 2007 os

consumidores portugueses despenderam sempre mais cêntimos pelo

KWh, enquanto Espanha, França e a Noruega praticavam preços

inferiores. Depois de 2007 inverteu-se a tendência até então, onde a

Espanha e a Noruega sofrem um aumento consecutivo até aos dias de

hoje e Portugal exatamente o inverso ficando quase ao nível da França

que pratica o preço do KWh mais baixo ao longo do gráfico devido a

possuírem bastantes centrais nucleares.

O gráfico abaixo mostra o preço da eletricidade para o sector industrial na

EU União Europeia, comparamos a evolução do preço praticado em

Portugal em relação a outros países europeus.

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Preço electricidade doméstico

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Fonte:EUROSTAT

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Figura 7 - Gráfico sobre o preço do KWh para o sector industrial.

Verificamos que não existe grande diferença entre os países analisados,

salientando o fato da Noruega praticar preços inferiores dos outros países

antes do século XXI e no início do século a convergência numa

aproximação do preço da eletricidade com as congéneres europeias.

Evolução do sector energético no Brasil

O marco inicial aconteceu em 1879, quando foi inaugurada iluminação

elétrica na estação central da ferrovia Dom Pedro II (Central do Brasil), no

Rio de Janeiro. Já em 1883 o Brasil inaugurava a sua primeira central

geradora, no início do século havia muito a se fazer para melhorar a

estrutura das cidades brasileiras e, ao longo dos anos 40, seguindo a

tendência de outros setores estratégicos, o Estado amplia seu papel e

passa a atuar diretamente na produção. O primeiro investimento nesse

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Preço da electricidade indústria

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Fonte :EUROSTAT

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sentido foi a criação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

(CHESF) em 1945.

Foi um período em que o setor desenvolveu sólidas bases financeiras.

Havia, entretanto, enormes diferenças no custo de geração e distribuição

entre as diversas regiões. Na tentativa de amenizar esta disparidade, o

governo instituiu, em 1974, a equalização tarifária mantida por um

sistema no qual as empresas superavitárias transferiam recursos para as

deficitárias.

Anos 90 – Começa a reforma

A década de 90 foi um período de mudanças profundas. O primeiro passo

foi dado em 1993 com a extinção da equalização tarifária e a criação dos

contratos entre geradores e distribuidores, começando a se preparar o

mercado para a desestatização. Em 1995, o Programa Nacional de

Desestatização alcança definitivamente o setor elétrico.

Em 1996, foi feita a desverticalização da cadeia produtiva: geração,

transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica tornaram-

se, então, áreas de negócio independentes. A geração e a comercialização

foram progressivamente desreguladas a fim de se incentivar a

competição; transmissão e distribuição (que constituem monopólios

naturais) continuaram sendo tratadas como serviços públicos regulados.

Diante dessa nova configuração, o Governo Federal cria, ainda em 1996, a

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), cuja função é regular as

atividades do setor.

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 17

Outras mudanças foram implantadas com o objetivo de organizar o

mercado e a estrutura da matriz energética brasileira, com destaque para

a criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos em

1997 e do Mercado Atacadista de Energia (MAE) e o Operador Nacional do

Sistema (ONS), em 1998.

Década de 2000 - Uma nova postura

Com um modelo de geração essencialmente hidrelétrico, o Brasil se viu

em situação de emergência ao atravessar um período de chuvas escassas

que baixou consideravelmente os reservatórios das albufeiras.

Em maio de 2001 o governo foi obrigado a adotar medidas de emergência

para evitar um colapso na oferta de energia.

A crise alertou para a necessidade de introduzir novas formas de geração.

Ganham destaque as termoelétricas que operam com combustíveis como

o bagaço de cana (biomassa) e o gás natural. O Governo adotou também

medidas que apoiam o desenvolvimento de projetos de pequenas centrais

hidrelétricas (PCHs), fontes não-convencionais e conservação de energia.

Entre 2003 e 2004 o Governo Federal deu importantes passos no sentido

de tornar o sector elétrico menos vulnerável. Foi criada a Empresa de

Pesquisa Energética (EPE) para planejar o setor elétrico a longo prazo, o

Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), responsável por

avaliar permanentemente a segurança do suprimento de energia elétrica

do país, e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no

lugar do antigo Mercado Atacadista de Energia (MAE), para organizar as

atividades de comercialização de energia no sistema interligado.

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 18

Evolução dos Preços

Evolução do preço do KWh, ajustada a conversão do real para o Euro

respeitando o período em estudo:

Figura 8 – Evolução do KWh no Brasil.

Na leitura deste gráfico sobressai a variedade de tarifas para cada sector,

em comparação com os preços que são praticados em Portugal, vimos que

são inferiores durante muitos anos, ficando uma aproximação clara ao

valor praticado em Portugal nos anos mais recentes.

História da indústria petrolífera

Origens da indústria petrolífera

A moderna indústria petrolífera aparece em meados do seculo XIX. Em

1850, James Young, na Escócia, descobriu que o petróleo podia ser

extraído do carvão e xisto betuminoso, e criou processos de refinação. Em

Agosto de 1859 o norte-americano Edwin Drake, perfurou o primeiro poço

na procura do petróleo, no estado da Pensilvânia.

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Industrial

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Rural

Poder Público

Consumo Próprio

Tarifa Média Total

Fonte: ANEEL

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O poço revelou-se produtor e a data ficou marcada como o nascimento da

indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de dois

mil barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões em

1863, e para dez milhões de barris em 1874.

O Médio Oriente

A história da exploração petrolífera no Médio Oriente nasceu da rivalidade

entre a Grã-Bretanha e o Imperio Russo. Devido a acordos feitos no seculo

XIX que previam a exploração. O Médio Oriente, logo após a Primeira

Guerra Mundial, já era o maior produtor petrolífero do mundo e, por isso,

despertava o interesse das grandes potências. Assim, os países europeus,

interessados no petróleo e na posição estratégica da região, passaram a

dominar a área. Houve, então, uma partilha dos países do Oriente Médio

entre França e Inglaterra, que passaram a dominar as empresas de

exploração de petróleo.

A pós-Segunda Guerra e a criação da OPEP

Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento pela descolonização foi

seguido pelo direito das nações ficarem livremente com os seus próprios

recursos naturais. Neste contexto, os países do Golfo Pérsico passaram a

manifestar o desejo de se libertarem das companhias petrolíferas

ocidentais. Assim, em1948, com o apoio dos Estados Unidos enquanto

superpotência, obtiveram o fim do "acordo da Linha Vermelha". Empresas

recém-chegadas, como a Getty oil Company, ofereceram melhores

condições à Arábia Saudita, obrigando as companhias petrolíferas,

determinadas a manter as suas posições, a conceder a este país, em 1950,

a fatia dos lucros da exploração petrolífera estava na base de 50%.

Page 20: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 20

Essa concessão foi estendida ao Bahrein e, posteriormente, ao Kuwait e ao

Iraque.

Como as multinacionais anglo-americanas (as "sete irmãs"), tinham o

controlo dos preços e dos volumes de produção, 1950 foi também o ano

da primeira tentativa de contestação. No Irão, o primeiro-ministro da

época nacionalizou as jazidas do país. Em1960, a Arábia Saudita, o Kuwait,

o Irão, o Iraque e a Venezuela criaram a Organização dos Países

Exportadores de Petróleo (OPEP) permitindo que pela primeira vez na

História, os países produtores de petróleo se unissem contra as "sete

irmãs". Ainda demoraria uma década, entretanto, para que a relação

entre países consumidores e países produtores fosse alterada.

As nacionalizações voltaram à ordem do dia nos países árabes em 1972, o

Iraque recuperou o controlo da sua indústria petrolífera, nacionalizando-a

em 1975. Sem desejar serem meros compradores de petróleo, as

companhias ocidentais introduziram os "contratos de partilha da

produção". Por eles, passaram-se a associar à produção local do petróleo

e a comercializar por sua própria conta uma parte da produção da jazida.A

Guerra do Yom Kipur (1973), provocou o primeiro choque petrolífero

mundial, a OPEP elevou o preço do barril em 70% e limitou a sua

produção. No ano seguinte, o Kuwait e o Qatar assumiram o controlo em

60% das companhias que atuavam em seu território. A Arábia Saudita fez

o mesmo antes de nacionalizar a Arabian-American Oil Company

(ARAMCO) em1976. Estes fatos levaram a que os países produtores

passassem a controlar o mercado, tendo as companhias perdido a

capacidade de ditar os preços do crude.

Page 21: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 21

Elas conservam, e mantém até hoje, ainda, a primazia sobre o

refinamento, o transporte e a comercialização do óleo e derivados. Se

em1940, o Médio Oriente produzia 5% do petróleo mundial, em 1973, à

época do choque petrolífero, atingia 36,9%.

Questões Políticas e Econômicas

Sendo a principal fonte de energia do planeta, uma riqueza distribuída de

forma não igual entre os países e um recurso não-renovável, o petróleo se

tornou provavelmente a mais importante substância negociada entre

países e corporações, e tem sido, a partir do seculo XX, um fator político

importante e causador de crises entre governos, levando explícita ou, na

maior parte dos casos, implicitamente a guerras, massacres e extermínios

de tribos, povos e gerações.

Figura 9 – Evolução do preço do petróleo nos últimos 13 anos.

05 €

15 €

25 €

35 €

45 €

55 €

65 €

75 €

85 €

95 €

No

v/yy

Jun

/yy

Jan

/yy

Ago

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Mar

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t/yy

Mai

/yy

De

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Jul/

yy

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yy

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Jun

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Mar

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Ou

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Mai

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z/yy

Jul/

yy

Fev/

yy

Set/

yy

Petróleo bruto Brent (Euro por Barril)

Fonte :index mundi

Page 22: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 22

Entre os eventos históricos mais importantes que podem estar

diretamente ou parcialmente ligados ao preço do petróleo estão:

• A Primeira Guerra do Golfo 1991.

• Diversas guerras entre os países árabes, inclusive a Guerra Irão

Iraque.

• A luta pela independência da Chechénia em 1999.

• A Guerra do Afeganistão em 2000.

• Guerra Iraque Estados Unidos em 2004.

• Salientar um elevado aumento durante o ano 2008 devido aos

cortes de produção por parte da OPEP, que defendiam a obtenção

de mais receitas para investimento nas estruturas de produção.

Principais países produtores de Petróleo

Valores de produção, em milhares de barris por dia (Fonte: Departamento

de Estatística dos E.U.A):

Figura 10 – Produtores de Petróleo no Mundo.

0

1500

3000

4500

6000

7500

9000

10500

12000

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

Page 23: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 23

Este gráfico mostra-nos a produção diária no mundo, durante o período

de oito anos, aonde se destaca a Arábia Saudita como o maior produtor de

petróleo com cerca de 11 milhões de barris diários, seguido pela Rússia

com 10 milhões de barris diários e a fechar o pódio temos os Estados

Unidos da América com um valor muito próximo dos 10 milhões de barris

diários.

Maiores Consumidores de Petróleo

Valores de consumo, em milhares de barris por dia (Fonte: Departamento

de Estatística dos E.U.A):

Figura 11 – Maiores consumidores de Petróleo no mundo.

0

5000

10000

15000

200002001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

Page 24: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 24

Este gráfico mostra-nos o consumo diário no mundo, durante o período de

dez anos, aonde se destaca largamente os Estados Unidos da América

como o maior consumidor mundial de petróleo com cerca de 19 milhões

de barris diários, seguido pela China com 9 milhões de barris diários e a

fechar o pódio o Japão com um valor muito próximo dos 5 milhões de

barris diários.

Maiores Exportadores de Petróleo

Maiores exportadores em milhares de barris exportados por dia (Fonte:

Departamento de Estatística dos E.U.A):

Figura 12 – Maiores Exportadores de Petróleo no mundo.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

1999200020012002200320042005200620072008

Page 25: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 25

Este gráfico mostra-nos os maiores exportadores de petróleo no mundo,

durante o período de dez anos, aonde se destaca largamente a Rússia

como o maior exportador mundial de petróleo com cerca de 1,9 milhões

de barris diários, seguido pela Arábia Saudita com 1,5 milhões de barris

diários e a fechar o pódio o Kuwait com um valor acima dos 700 mil barris

diários, referindo também como um exportador com peso a Venezuela

com exportação diária perto dos 700 mil barris diários.

Maiores Importadores de Petróleo

Valores de Importação em milhares de barris por dia (Fonte:

Departamento de Estatística dos E.U.A):

Figura 13 – Maiores Importadores de Petróleo no mundo.

0

300

600

900

1200

1500

1800

2100

2400

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

Page 26: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 26

Este gráfico mostra-nos os maiores importadores de petróleo no mundo,

durante o período de dez anos, aonde se destaca neste no último em

análise a Holanda como maior importador com 1,7 milhões de barris

diários, superando assim o maior importador dos últimos anos os Estados

Unidos da América, referindo também como fortes importadores a

Singapura e o Japão com valores em média de 1 milhão de barris diários.

As 20 Maiores Reservas de Petróleo do Mundo

Figura 14 – Maiores reservas de Petróleo no mundo.

A figura identifica-nos quais as zonas do planeta que oferecem as maiores

reservas de petróleo, sendo a zona do Médio Oriente a que mais contribui

para estas reservas, fazendo que seja uma zona muito apetecível aos

grandes consumidores de petróleo, originando diversos conflitos nesta

zona.

Page 27: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 27

Carvão

O carvão mineral é formado a partir do soterramento e decomposição de

restos de materiais de origem vegetal, que, nessas condições, atingem um

enriquecimento do seu teor de carbono.

A pressão, a temperatura, as influências tectónicas e a passagem do

tempo de exposição vão determinar o grau de carbonização destes

combustíveis. Ao longo desse tempo, verifica-se perda de oxigénio e água,

associada ao enriquecimento de carbono.

Ao contrário do petróleo e do gás natural, o carvão pode ser amplamente

encontrado em todo o mundo. As reservas mundiais de carvão existem

em quantidades significativas em mais de 75 países, 75% dessas reservas

encontram-se nos Estados Unidos, Rússia, China, Índia e Austrália.

Figura 15 - Reservas de carvão no mundo

Page 28: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 28

O consumo mundial de carvão esteve em declínio desde os anos 90 do

século XX, mas a partir de 1994 registou-se um aumento da procura no

mercado internacional, devido, em parte, ao florescimento de algumas

economias.

Vários especialistas consideram que o carvão mineral é um elemento

fundamental para o desenvolvimento da economia mundial. Por outro

lado, a sua importância em determinados mercados expande-se, tanto em

países desenvolvidos, como nos países em vias de desenvolvimento.

Existem alguns fatores que contribuem para a importância desta fonte

energética, como a facilidade de acesso às jazidas, os volumes das

reservas existentes, os níveis de produção, a tecnologia utilizada, entre

outros. Estes fatores levam a crer que, nos próximos tempos, uma grande

parte da energia elétrica produzida no mundo use como combustível o

carvão mineral.

Figura 16 - Consumo mundial de carvão por região, de 1980 ate 2010

Page 29: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 29

Embora se registem as oscilações normais do mercado, o sector do carvão

está em franco crescimento, prevendo-se que esta expansão leve a que o

carvão mineral, e os seus derivados, venham a superar o petróleo como

primeira e grande fonte de energia primária do mundo.

O mercado europeu de carvão mineral prevê um aumento de 16% na sua

capacidade de geração no parque térmico. Uma parte significativa do

fornecimento de carvão deve ser suprida por produtos importados de

outros países, com destaque para a África do Sul e Colômbia. Também nos

Estados Unidos novos projectos podem levar a um crescimento de cerca

de 38% na capacidade de geração. Cerca de 62% da energia dos EUA é

produzida a partir de carvão mineral. Na América Latina, a aposta nesta

fonte energética está também em crescimento.

A Austrália é um dos exportadores mais importantes de carvão mineral,

continuando a apostar na geração própria através de unidades térmicas.

Cerca de 40% da energia australiana tem por base o carvão natural.

Nas tabelas abaixo encontra-se a lista dos maiores exportadores e

importadores de carvão no mundo.

Figura 17 - Lista de Maiores Exportadores Mundiais de Carvão

Fonte: IEA 2011

Page 30: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 30

Figura 18 - Lista de Maiores Importadores Mundiais de Carvão

Fonte: IEA 2011

O carvão foi sempre uma das matérias-primas mais utilizadas para a

geração de energia elétrica, na década de setenta a sua importância para

a energia mundial era de 38.3%, valor este viria a aumentar, e que em

2008 viria a alcançar os 41%.

Figura 19 - Produção Comparativa de Combustíveis entre 1973 e 2008

Page 31: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 31

Evolução dos preços do carvão nos mercados

internacionais

Ao contrário de outros minerais, o carvão não tem preços

internacionalmente ajustados em bolsas de bens económicos. Tem-se

outro tipo de mercado, em que os contratos são acertados caso a caso,

entre comprador e vendedor, e após isto, renegociados. O carvão é um

recurso natural que tem como característica o uso intenso como recurso

energético.

Apesar do peso do carvão na economia mundial, apenas uma minoria

(cerca de 16%, divididos entre carvão metalúrgico e carvão energético) da

produção mundial tem uso fora de seus países de origem.

Depois da crise da década de setenta, os preços praticados para o carvão

metalúrgico desceram de 50-70 US dólares/tonelada para 30-40 US

dólares/tonelada, e os de carvão energético de 35-50 US dólares/tonelada

para 20-30 US dólares/tonelada.

A médio e longo prazos a situação não deve sofrer alterações

significativas, pois mesmo com os preços do petróleo e do gás natural a

subir nos últimos anos e a procura por carvão em consequência

aumentando, com o grande acréscimo esperado da produção deste bem

mineral, facilmente suprida pelas imensas reservas globais disponíveis, a

expectativa é que o carvão, ainda permaneça por muito tempo como uma

alternativa energética barata.

Page 32: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 32

Figura 20 - Gráfico comparativo do preço do carvão desde 1990

Através da análise do gráfico podemos concluir que o preço do carvão

teve um pico bastante significativo nos anos 2007 e 2008, mas que a partir

do ano 2009 começou a baixar o seu preço em quase todos os mercados

mundiais. Esta subida acentuada poderá dever-se à crise económica que

começou nessa época.

Gás Natural

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no

subsolo, na qual o metano tem uma participação superior a 70 % em

volume. A composição do gás natural pode variar bastante dependendo

de fatores relativos ao campo em que o gás é produzido, processo de

produção, condicionamento, processamento, e transporte. O gás natural é

um combustível fóssil e uma energia não-renovável.

O gás natural é encontrado no subsolo através de jazidas de petróleo, por

acumulações em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas

impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos.

Page 33: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 33

Através da análise na imagem abaixo, podemos concluir que a Rússia, os

EUA e o Canada são os países com maiores reservas de gás natural no

mundo.

Figura 21 - Reservas de gás natural no mundo

No gráfico seguinte podemos perceber qual a evolução das reservas de

gás natural (por região) desde a década de noventa.

Figura 22 - Reservas mundiais de gás natural desde 1990 (valores em percentagem)

Page 34: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 34

A figura seguinte representa o consumo de gás natural per capita medido

em toneladas equivalentes de petróleo em 2010.

Figura 23 - Consumo de gás natural per capita em toneladas de óleo equivalente

Mercado do gás natural

O mercado Português de gás natural esteve dividido até 2006 por duas

grandes áreas. A área da importação, armazenamento, transporte e

regaseificação de gás natural ou gás natural liquefeito que estava sujeita a

uma única concessão atribuída a uma empresa do grupo Galp Energia

(Transgás).E a área da distribuição local e regional, que era efetuada sob

concessão ou licença atribuída a empresas de distribuição local ou

regional, nas quais a Galp Energia tem uma participação significativa.

Para os grandes clientes, com consumos superiores a 50 mil m3, os preços

não estavam regulados e eram fixados segundo uma lógica de mercado

livre, concorrencial com outros produtos energéticos, e com base em

contratos individuais.

Page 35: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 35

Para os clientes com consumos inferiores a 50 mil m3, a fórmula do preço

e as atualizações referentes à taxa de inflação e ao preço do gás natural

eram definidas nos contratos de concessão.

A dia 15 de fevereiro de 2006, foi aceite pelo governo Português a diretiva

comunitária sobre a liberalização do mercado de gás natural. Este diploma

consagrou a liberalização dos mercados através do livre acesso de

terceiros em condições de igualdade e determinou a separação das

atividades comerciais das atividades de gestão de infraestruturas.

A nova legislação obrigou à criação de comercializadores de último

recurso, que vendem gás natural a uma tarifa regulada, e de

comercializadores livres cujo preço de venda do gás natural é fixado numa

lógica de mercado livre.

Na perspectiva do mercado mundial, podemos analisar o gráfico seguinte

que ilustra os preços do gás natural em dólares por metro cúbico, desde

1985.

Figura 24 - Preços do gás natural por região

Fonte: IBP

Page 36: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 36

Podemos concluir que ate ao ano de 2006 os valores dos gases naturais

encontravam-se bastante estáveis, e a partir de 2007 os valores do gás

natural começaram a subir bastante, encontrando em 2008 o seu pico

histórico. Esta subida acentuada poderá dever-se à crise económica que

começou nessa época.

Urânio

Centrais Nucleares

O urânio é utilizado na produção de energia através das centrais

nucleares, consistindo na sua fissão nuclear. A energia é libertada do

núcleo dos átomos quando estes, através de processos artificiais, são

levados para condições instáveis.

Estes processos podem conduzir à criação de energia térmica, mecânica,

de radiação, constituindo-se uma única energia primária que tem essa

diversidade na Terra. Como fonte térmica de energia primária, o nuclear

foi estudado para aplicação na propulsão de navios militares e comerciais,

produção de vapor industrial, aquecimento ambiental e dessalinização da

água do mar. Apesar da polémica que se gera à volta do nuclear, cerca de

18% das necessidades mundiais de eletricidade são satisfeitas por esta via.

Page 37: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 37

Figura 25 - Sistema de uma Central Nuclear

Fonte: EuroNuclear

Mas foi durante a Segunda Guerra Mundial que a energia nuclear mostrou

o seu potencial para causar dano. Embora suscite sempre opiniões

contraditórias, esta fonte energética traz benefícios para a sociedade,

nomeadamente devido às suas aplicações na medicina, indústria,

agropecuária ou ambiente.

Os acidentes ambientais dizem respeito a acidentes relatados pela história

e com o fim dado ao lixo atómico. Os resíduos ficam no reator, onde

ocorre a queima de urânio ou a fissão do átomo. Estes resíduos

apresentam níveis bastante altos de radiação, pelo que têm de ser

armazenados em recipientes metálicos bem protegidos por caixas de

concreto, que são posteriormente lançados ao mar. Os acidentes

acontecem quando existe libertação de material radioativo do reator,

levando à contaminação do ambiente.

Page 38: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 38

Como consequência destes acidentes, podem surgir doenças como

cancros, levando à morte de seres humanos, vegetação e animais. Estas

repercussões não se verificam apenas junto à central, mas podem ocorrer,

também, a centenas de quilómetros, como aconteceu em Chernobil, em

26 de Abril de 1986. Com este acidente alguns países decidiram não

investir mais na energia nuclear. Em 11 de Março de 2011, devido a um

Tsunami, voltou a ocorrer mais um acidente envolvendo uma central

nuclear, esta em Fukushima. Apesar destes acontecimentos a energia

nuclear é considerada a fonte de energia do futuro, por ser uma fonte de

energia económica, mais limpa do que os combustíveis fósseis e não

perigosa, desde que usada cautelosamente.

Reservas de Urânio

Ao contrário do que acontece com o carvão e o petróleo, as reservas de

urânio são grandes, como se pode verificar pelo gráfico da figura 26, pelo

que o seu esgotamento não será uma grande preocupação.

Figura 26 - Reservas Urânio

Fonte: World-nuclear

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Reservas de Urânio

Page 39: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 39

A Austrália lidera as reservas de urânio com cerca de 30 %, com uma

diferença cerca de 10% do segundo país, o Cazaquistão.

Apesar dos resultados da figura 26, em Agosto de 2011 foi revelada à

imprensa, uma nova mina, a Tumalapalli que está localizada no Estado de

Andhra Pradesh, no sul da Índia, e pode se tornar a maior reserva de

Urânio do mundo.

Segundo o Departamento de Energia Atômica da Índia, confirma-se que a

mina contém 49 mil toneladas de minério, no entanto há indicações de

que esta quantidade total seja três vezes maior do que isso, o que

alcançaria uma capacidade total de produção de 150 mil toneladas e

passaria então a ser a maior do mundo.

Produção de Urânio

Em relação à produção de urânio, os resultados estão de acordo com

quem tem as reservas, como se pode verificar pela figura 27.

O valor máximo produzido foi cerca de 9516 toneladas pela Austrália,

comprovando que fica muito abaixo do resultado divulgado pela India

(150 mil toneladas), apesar de esse valor ainda ser uma previsão.

Page 40: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 40

Figura 27 - Produção de Urânio Mundial (ton)

Fonte: World-nuclear

Quanto à produção de urânio na União Europeia verifica-se que a

Republica Checa lidera o grupo de países, apesar de nos últimos anos ter

vindo a reduzir a sua produção, assim como os restantes países. Portugal,

Alemanha e Espanha além de baixarem a produção a partir de 2000, nos

últimos anos, não produziram qualquer valor.

No caso de Portugal as minas onde era feita a extração, caso da Urgeiriça,

procedeu-se ao seu encerramento e à respectiva requalificação. Como se

pode verificar pela figura 28, a Roménia continua a apostar na produção,

apesar de ter baixado relativamente nos últimos anos.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

Au

stra

lia

Bra

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Fran

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Ind

ia

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ia

Ru

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Sou

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fric

a

Spai

n

Ukr

ain

e

USA

Uzb

eki

stan

Produção de Urânio Mundial(ton)

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Page 41: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 41

Figura 28 - Produção Urânio na União Europeia

Fonte: World-nuclear

Energia Nuclear no Mundo

Na figura 29 está representado como a Energia Nuclear está distribuída

pelos vários países onde se destaca a França e a Lituânia, como sendo os

maiores utilizadores desta fonte de energia. Em relação à França, com a

análise que foi efetuada anteriormente, relativamente ao preço da

energia cobrada ao consumidor, pode-se concluir ter um grande benefício

ao utilizar este tipo de fonte, acabando por resultar no valor final do custo

do KWh.

0

100

200

300

400

500

600

Czech Rep France Germany Portugal Romania Spain

2000 507 320 28 10 50 251

2001 456 195 27 3 85 30

2002 465 20 221 2 90 37

2003 452 9 104 0 90 0

2004 412 7 77 0 90 0

2005 408 7 94 0 90 0

2006 359 0 65 0 90 0

2007 306 4 41 0 77 0

2008 263 5 0 0 77 0

2009 258 8 0 0 75 0

2010 254 7 0 0 77 0

Produção Urânio União Europeia(ton)

Page 42: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 42

Figura 29 - Nuclear Share (%)

Fonte: World-nuclear

Figura 30 - Energia Nuclear Produzida (TWh)

Fonte: World-nuclear

000

010

020

030

040

050

060

070

080

090

Nuclear Share(%)

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

-30

20

70

120

170

220

270

320

370

420

Energia Nuclear Produzida (TWh)

2009

2010

Page 43: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 43

Relativamente aos anos de 2009 e 2010, pelos resultados da figura 30,

verificamos que mais uma vez a França se destaca com uma grande

diferença, dos outros países, pela quantidade de energia produzida, sendo

autossustentável, permitindo mesmo vender energia aos países vizinhos.

Em relação à comparação com outras fontes de energia verifica-se que a

Energia Nuclear representa cerca de 13,4% (figura 31), sendo o carvão a

fonte de energia mais utilizada.

Figura 31- Comparação Fontes de Energia

Fonte: World-nuclear

Preço do Urânio

Quanto ao preço do urânio de acordo com a figura 32, em que é feita uma

previsão entre 2007 e 2030, existe uma tendência de subida chegando a

cerca de 60 dólares, mesmo com um aumento anual de produção. Em

relação a esta previsão, achamos que esta tendência não será tão

otimista, devido aos acontecimentos de 2011 em Furushima, havendo

mesmo alguns países que declararam começar a fechar as suas centrais

nucleares.

Page 44: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 44

Figura 32 - Previsão do Preço do Urânio entre 2007-2030

Fonte: World-nuclear

Energia Nuclear França

Figura 33 - Centrais Nucleares em França

Fonte: World-nuclear

Page 45: Mercados Energia

Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 45

Dentro dos países que foram referidos anteriormente, a França tem 58

reatores nucleares, distribuídos por todo o país, conforme está indicado

na figura 33, com capacidade total de mais 63GW, fornecendo 421 biliões

de KWh, por ano de eletricidade, correspondendo a 78% da produção em

2011. A produção de energia elétrica é de 126 GW, onde 25 GW

correspondem à hídrica, 28 GW aos combustíveis fosseis, 6,6 GW à

energia eólica e 2,2 GW em parques solares. Tendo a procura um pico de

97GW.

Em 2011 a produção de eletricidade foi 542 bilhões de KWh, e o consumo

foi de 478 bilhões de KWh, em comparação com o ano de 2010 (cerca de

513 bilhões de KWh devido ao efeito da crise), o que equivale a cerca de

6800 KWh por pessoa.

Na última década a França exportou perto de 70 bilhões KWh, anualmente

e a Ed (Eletricidade de França) espera que as exportações continuem em

65-80 TWh/ano, principalmente, para a Suíça e Itália, bem como para a

Alemanha, Bélgica, Espanha e Reino Unido. Em 2011, a exportação foi 56

bilhões de KWh.

A situação atual surge devido ao Governo francês decidir em 1974, logo

após o primeiro choque do petróleo, expandir rapidamente a capacidade

de energia nuclear do país, utilizando a tecnologia de Westinghouse. Esta

decisão foi tomada no contexto da França ter bastante experiência em

engenharia pesada, mas com poucos recursos energéticos internos, como

se conclui anteriormente na análise da produção de urânio.

Com esta decisão, apesar dos poucos recursos, atingiu um maior

segurança energética.

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Mercados de Energia – MACSE 2011-2012 Página 46

Com o resultado da decisão de 1974, a França afirma agora um grau

substancial de independência energética e quase com a eletricidade de

mais baixo custo da Europa.

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