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  • 7/23/2019 Merge Ross 1

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    22 - Alf Ross

    outro, se devem os meus contatos com a Univesidade de Buenos Aires,e ao Prof. Dr. Genaro R. Carri, que se encarreou da tradu!"o destelivro. #in$a falta de domnio do idioma es%an$ol me im%ede de o%inar ares%eito da qualidade da tradu!"o, mas, a des%eito disto, min$a corres-%ond&ncia com Dr. Carri, versando so're diversos as%ectos lin(sticosassociados ) tradu!"o, convenceu-me de que n"o %oderia ter encontra-do ninu*m mel$or ca%acitado %ara reali+ar essa delicada tarefa, que

    tanta %ercia requer, do que ele. Arade!o cordialmente a am'os %elaama'ilidade e com%reens"o.

    Captulo

    Problemas da

    Filosofia do Direito

    Copenhague, novembro de 1962

    AlfRoss

    1. TERMINOLOGIA E TRADIO

    os %ases de lnua inlesa, jurisprudence * um ramo do con$ecimentourdico que se distinue de outros ramos %or seus %ro'lemas, o'etivos,

    %ro%sitos e m*todos. sse termo Ijurisprudence) * em%reado vaamente %aradesinar v/rios estudos erais do direito distintos da mat*ria %rinci%al de ensinodas faculdades de direito, nas quais s"o ministrados estudos doutrin/riosordin/rios que visam a a%resentar as reras urdicas vientes numa certasociedade numa *%oca determinada.

    sses v/rios estudos erais desinados como jurisprudence n"o det&m emcomum elementos suficientes %ara que se %ossa orani+/-los como %equenasramifica!0es do mesmo rande ramo do sa'er - a'ordam assuntos muitodiferentes e refletem %ers%ectivas filosficas laramente distintas.

    1 termojurisprudence n"o * em eral usado na uro%a continental, sendo

    su'stitudo %or e%ress0es comophilasaphy afla 3filosofia do direito4,generalscience afla!ci"ncia eral do direito4, legal encyclapedia 3enciclo%*diaurdica4 e general #heary af la 3teoria eral do direito4.

    o 5m'ito dos estudos $etero&neos reunidos so' a desina!"ojurisprudence %ode-se discernir tr&s /reas de investia!"o, ecorres%ondentemente tr&s escolas de investia!"o, a sa'er6

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    24 - Alf Ross Direito e Justi - 2!

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    mencionadosacima. Aescol

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    2= - Alf Ross

    1 ramo da filosofia do direito que considera mormente %ro'lemasdessa es%*cie * con$ecido como usfilosofia aiolica ou filosofia dodireito natural. #odernamente a e%ress"o filosofia do direi#o * comfreq(&ncia reservada eclusivamente a esse ramo %articular.

    ssa escola de %ensamento, que est/ estreitamente liada ) a'or-daem reliiosa ou metafsico-filosfica, %ossui uma lona $istria. Afilosofia do direito natural se estende da *%oca dos %rimeiros filsofosreos at* os nossos dias. sta filosofia atiniu seu a%oeu cl/ssicocom os randes sistemas racionalistas dos s*culos JFF e JFFF. A%s area!"o $istrica e %ositivista do s*culo JFJ, a filosofia do direito naturalvoltou a conquistar es%a!o no s*culo JJ. Kala-se num renascimento dodireito natural. eu fundamento filosfico re%ousa %rimeira e %rinci%al-mente na escol/stica catlica que * %er%etuada no direito natural dotomismo, e em v/rios desenvolvimentos dos sistemas de Mant e eelque encontraram ade%tos %articularmente na Aleman$a e na Ft/lia. Asteorias do direito natural tam'*m encontraram fundamento em outrasescolas filosficas, a sa'er, no utilitarismo, filosofia da solidariedade,intuicionismo de Berson, fenomenoloismo de usserl e outras mais.

    A $istria do direito natural * tratada no ca%tulo J.

    7.; 1 Pro'lema da Fntera!"o do Direito e a ociedade

    sta /rea de investia!"o inclui quest0es relativas ) oriem $ist-rica e o desenvolvimento do direitoO aos fatores sociais que em nos-sos dias determinam o teor vari/vel do direitoO ) sua de%end&ncia daeconomia e da consci&ncia urdica %o%ular e sua influ&ncia so'reestasO aos efeitos sociais de certas reras ou institui!0es urdicasO ao%oder do leislador em diriir o desenvolvimento socialO ) rela!"oentre o direito 8vivo8 3isto *, o direito tal como se desenvolve real-mente na vida da comunidade4 e o direito terico ou dos livrosO e )s

    for!as que de fato motivam a a%lica!"o do direito em contra%osi!"oaos fundamentos racionali+ados %resentes nas decis0es udiciais.

    sta escola de filosofia do direito * con$ecida como $istrico-socio-lica. Pode-se su'dividi-la em dois ramos, um %redominantemente$istrico e o outro %redominantemente sociolico e %sicolico.emel$antemente ) escola analtica, * de data relativamente recente.ucedendo a aluns %recursores do s*culo JFFF 3ico, #ontesquieu4,a a'ordaem $istrica do direito suriu com a escola rom5ntica alem"3avine Puc$ta4 tratadas na seq(&ncia nos %ar/rafos N= e :7.

    Direito e 9usti!a - 2H

    . Fnlaterra . #aine7; fundou uma escola de filosofia do direito$istrica que sededicou ao estudo da correla!"o entre lei e sociedadena anti(idade. Koi sucedido %or 9. Brce 7 D. inoradoff 7N C M

    AlQen7=e outros. 1 enfoque sociolico re%resentado %or estudiososcomo mile Dur@$eim,7H

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    2: - Alf Ross

    ste sum/rio dos temas e tend&ncias da literatura eistente so'refilosofia do direito $urisprudence) nos condu+ ) quest"o de como deveser definido racionalmente esse ramo do estudo do direito. Parece queessa quest"o s %ode ser res%ondida com 'ase num eame eral dasdiversas a'ordaens atrav*s das quais um estudo dos fenVmenos u-rdicos %oderia ser tentado, selecionando-se um entre eles que %ossa,em nossa o%ini"o, ser racionalmente descrito como usfilosfico.

    A esta altura, entretanto, assoma uma dificuldade. Por um ladon"o * %ossvel formar uma o%ini"o 'em fundada das v/rias ramifica-!0es do estudo da lei em sua totalidade enquanto n"o se ten$a deci-dido qual * a nature+a dos fenVmenos urdicosO %or outro lado, o%ro'lema do conceito ou nature+a do direito *, indu'itavelmente, umdos %rinci%ais %ro'lemas da filosofia do direito. "o $/ desacordoneste %onto. Lanto aqueles que centram sua aten!"o %rinci%almentena validade ideal do direito quanto aqueles que se %reocu%am com aeist&ncia do direito na comunidade t&m que necessariamente 'a-sear suas teorias num conceito so're a nature+a eral do direito.Pareceria, %or conseuinte, que n"o * %ossvel indicar o o'eto %r-

    %rio da filosofia do direito enquanto n"o for desco'erta uma solu!"o%ara um de seus %rinci%ais %ro'lemas.

    ssa dificuldade %ode ser su%erada %ela a%resenta!"o a %rinc%iode t"o-somente uma tentativa de orienta!"o so're a nature+a dosfenVmenos urdicosO num ca%tulo %osterior a%resentar-se-/ uma in-vestia!"o mais com%leta.

    2. A NAT"RE#A DO DIREITO

    A quest"o da 8nature+a8 do direito constitui um dos %rinci%ais %ro-'lemas %ermanentes de qualquer filosofia do direito. C$ea a ser es-

    tran$o que ninu*m, * o que %arece, amais ten$a considerado dinade aten!"o a coloca!"o de tal quest"o, ou ten$a %onderado so're suara+"o e sua im%ort5ncia. , todavia, quando nos %omos a %ensar nisso,a quest"o se mostra um tanto %eculiar. Wuem %ensaria em destinar o%ro'lema da 8nature+a8 de fenVmenos %squicos a um tratamento in-de%endente numa outra ci&ncia que fosse distinta da %sicoloiaX 1u o%ro'lema da 8nature+a8 da nature+a a qualquer ci&ncia que n"o fosseas ci&ncias naturaisX 1 que mais %oderia ser dito a res%eito da 8nature-+a8 dos fenVmenos %squicos al*m do que emere das descri!0es e

    Direito e 9usti!a - 2E

    e%lica!0es fornecidas so're eles %ela %sicoloiaX 1u acerca dosfenVmenos da nature+a al*m daquilo que emere das diversas ci&n-cias naturaisX

    , Por que * a %osi!"o t"o diferente com res%eito ao direitoX Por quee o %ro'lema da nature+a do direito um %ro'lema que se encontrafora do 5m'ito da ci&ncia urdica, estritamente falandoX 1 que $/%ara.ser dito so're a 8nature+a8 dos fenVmenos urdicos al*m do que

    emere do estudo doutrinai do direito 3ci&ncia do direito4, que temesses %r%rios fenVmenos como seu o'etoX Para res%onder estas%eruntas ser/ conveniente reali+ar uma 'reve diress"o lin(stica.

    ntendo %or epressBo ling-s#ica uma orani+a!"o consciente dalinuaem na utili+a!"o real, oral ou escrita.

    Distinto da e%ress"o mesma como um fenVmeno lin(stico * oseu sinificado. im%erioso que se fa!a essa distin!"o visto que epresDsEes diferentes %odem ter o mesmo sinificado, 'em como uma mes-ma e%ress"o %ode, de acordo com as circunst5ncias, deter sinifica-dos variados.

    1 sinificado %ode ser de dois ti%os, a sa'er, epressivo ou sin#oDmF#ico e represen#a#ivo ou semGn#ico*

    Loda e%ress"o lin(stica %ossui um sinificado e%ressivo, que *a manifesta!"o ou sintoma de alo. Fsto quer di+er que como um elonum todo %sicofsico, a e%ress"o se refere )quela e%eri&ncia quel$e deu oriem. "o im%orta o que eu dia, min$a e%ress"o temque ter sido causada %or circunst5ncias emotivovolitivas que me im-%eliram a me e%ressar, um im%ulso %ara comunicar id*ias aos outrosou uma emo!"o, que es%ontaneamente requer e%ress"o.

    Certas e%ress0es lin(sticas %ossuem, adicionalmente, um si-

    nificado re%resentativo, quer di+er, a e%ress"o indica, simboli?a ourepresen#a um estado de coisas. "o se trata de uma rela!"o causai,mas lica. e dio, %or eem%lo, 8meu %ai est/ morto8, esta e%res-s"o indica um certo estado de coisas.

    a seq(&ncia destas considera!0es %reliminares, * %ossvel aoraesta'elecer as seuintes distin!0es e conce%!0es6

    a4 pressEes .ue #"m #an#o significado epressivo .uan#o repreDsen#a#ivo, como, por eemplo, Hmeu pai es#F mor#oH eu sinificado

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    $% - Alf Ross Direito e Justi - $1

    e%ressivoser/normalmenteumim%ulso

    %aracomunicar ofatoaum

    aoutra%essoa.mou

    tras%alavras6formular ae%ress"o*nor-

    malmenteamanifesta!"ode

    sseim%ulso.D/-seono

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    emeu%aiest/morto.ssa

    asser!ao%odeserconsidera

    daa'stradadae%ress"

    oedocontetodae

    %eri&nciaassociados aela.

    uaverdadeoufalsidade%o

    deserverificada.

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    rtaY8,essase%ress0esn"

    oasseveramquedi,ou

    quemeac$onumesta-doemquedeseoque

    a%essoafec$ea%orta.

    ssase%ress0esnadasi

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    22/61

    m'oli+am,n"ot&msi

    nificador

    e%resentati

    vo,mass"o%ortador

    esdiretos

    deuma8car

    a8emocionalouintencional.%ressamu

    mae%eri&ncia,%or*mna

    dare%resentam.eusin

    ificadoe%ressivon"o%odeserse%aradodae

    %eri&ncia.

    Zsve+es,como

    ,%oreem%lo,quando

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    23/61

    rito8

    Ai

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    ss"on"o*f

    eitainten

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    teen"ovi

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    tros,mastemocar/te

    rdeumrefleoautom/tico.s

    sase%ress0ess"oc$a-ma

    dasdeeclamaEes*Po

    routrolado,quandodi

    o aalu*m8Ke-c$e a%ortaY8,

    ae%ress"o *%rodu+idacom

    ainten!"o3queelae%r

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    24/61

    essa4de

    influenciar

    diretamente

    aoutra%

    essoade

    ummododef

    inido-indu

    +i-laafe

    c$ara%orta. 1tra!ocar

    actersticodela *serainflu&nci

    adireta,querdi+er,*eercida

    %elafor!asuestivaou%r

    ess"oencerradano%r

    %rioe%ressar, en"otrans

    mitida%elaco-munica!"odeuma

    asser!ao.st/claroque *

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    25/61

    tam'*m%o

    ssveles-timularim%ul

    sos%araa

    a!"omed

    ianteesse>ltimom*tod

    o,%oree

    m%lo,di+endoauma%e

    ssoaquesuacasaest/emfoo."o$/umtermoeral

    %araase%ress0esem

    otivovolitivas%ortadoras

    deinten!"o.

    Aestacateoria%ertencemfenVmenost"o$eter

    o&neoscomoordenar,diri

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    26/61

    ir,sue

    [rir,dese

    ar,eortar,

    roar,so

    licitar.

    istoque*mais%r/tic

    otra'al$a

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    isso, *%ossveldi

    stinuirentretr&sti%osde

    e%ress0eslin(sticas

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  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    27/61

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  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    28/61

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  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    29/61

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  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    30/61

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    acontecer.Poder

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    eitodesuaformaramatical-menteindicativa,

    tam'*mserentendid

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    31/61

    acomoum

    adiretiva3ordem4.

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    mosa%er

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    teorias%ertencemasora!0esencontradasnasrer

    as9undlcasXParece

    o'vioquedevamser

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  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    32/61

    adasafi

    mdecomunicarverda-de

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    ssoas-ta

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    maneiradese

    adaum

    %arlamenton"o*u

    mescritriodeinforma!0esmassimumoraocentr

    aldedire!"osocial.Kica

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    33/61

    %articula

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    seuteorlico,s"odi

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    teusadasemdiretivas.

    ocaso,%oree

    m%lo,denormas%enaisquee%ressamquequalquer

    %essoaso'certascond

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    34/61

    i!0es8de

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  • 7/23/2019 Merge Ross 1

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  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    37/61

    ;2 - Alf Ross

    certo modo, e no direito civil reras que e%ressam que uma %essoa8tem que8 ou 8%ode8 fa+er ou n"o fa+er alo. 1 mesmo vale, entre-tanto, no caso em que uma rera urdica se a%resenta ramatical-mente no modo indicativo e a%arentemente cont*m uma descri!"o3asser!"o4. o caso, %or eem%lo, quando se esta'elece que umao'ria!"o 3um dever ou uma res%onsa'ilidade4 sure so' tais e taiscondi!0es. m'ora um tal enunciado a%arentemente %ossua a mes-

    ma estrutura de, ) uisa de eem%lo, a %ro%osi!"o da qumica de queso' dadas condiEes se gera hidrog"nio, n"o %ode $aver d>vida deque o seu sinificado lico n"o consiste em informar so're fatos,mas sim %rescrever um com%ortamento. A rera urdica n"o * nemverdadeira nem falsa, * uma diretiva.

    A seuir sure a quest"o de se as frases que lemos num livro dedireito - ou em qualquer outra %arte na qual se e%ressa o direito viente- s"o loicamente diretivas. A%arentemente elas s"o %orque %arece n"o$aver quaisquer diferen!as entre as ora!0es em%readas %elos escrito-res de direito e as que fiuram nas normas urdicas. A linuaem, %oreem%lo, de 9o$n onnold em cases and :a#eriais on #he %a ofales

    and ales Anancing< eatamente a mesma do $niform ales Ac#e deoutras leis. A des%eito da similaridade deve $aver, entretanto, uma dife-ren!a no sinificado lico das mesmas ora!0es nos dois contetos. "oresta d>vida de que as %ro%osi!0es num livro, %elo menos num certorau, %retendem descrever, n"o %rescrever.2:a medida em que a lite-ratura urdica %retende ser con$ecimento do que * efetivamente o direitoviente, tem que consistir em asser!0es, n"o em diretivas. Loda %ro-%osi!"o de um livro %recisa ser entendida so' a condi!"o eral de que oautor est/ e%ondo o direito viorante dentro de um sistema leal es%e-cfico, o direito de Fllinois, o direito da california, a common la, etc. A%ro%osi!"o de um livro queprima fade a%resenta o car/ter de umadiretiva Dtem, %ortanto, de modo a ser entendida como uma %ro%osi!"o

    n"o do direito, mas so're o direito, que ser reformulada assim6D * direito viente 3de Fllinois, da california, etc4. 2E

    18 er %ar/rafos E e HE.

    19 Aradlcal diversidade entre as normas urdicas 3ou sea, as reras urdicas contidas nas leis ou etradas de%recedentes

    ou outras fontes do direito4 eas %ro%osi!0es doutrin/rias dos livros *claramente esta'elecida aqui. As %rimeiras s"o

    diretivas 3allcasl, as seundas s"o asser!0es 3licas4 que e%ressam que certas diretivas s"o direito viente. e

    n"o se tiver em mente essa diversidade com clare+a ese as normas urdicas forem colocadas no mesmo %lano das

    %ro%osi!0es doutrin/rias que aelas se referem, disto resultar/ necessariamente uma vis"o distorcida de umas ede

    outras,

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    38/61

    Direito e 9usti!a - ;;

    im%ortante enfati+/-lo aos estudantes inleses e norte . .alnua inlesa ineiste uma distin!"o clara entre , , encar\os. direitoenquanto reras urdicas e 3'4 o con$ecimento acercaPffIPb

    Clence dMjdroi#, Rech#sissenschaf#, etc.4 usada n S9% antinental. Ae%ressa1 legal doc#rine 38doutrina urdica84 refere-semais a um corPb de reras do que ao con$ecimento a res%eito dasreras. Como e im%ortante %ara os %ro%sitos da filosofia do direitobPerar com m termo qUe distina claramente o con$ecimento dodireito do %r%rio direito, eu %ro%on$o a e%ress"o doc#rinals#ud ofT"[iTv38C[lenCla do drr*t?4 %ara o %rimeiro. N

    Al Por um lado $aver/ uma tend&ncia aimainar quo ao %ro%ooi!0oo doutiin/iino tam'*m oonoiotom om dirorm----------------

    Fsto se

    desenvolve na conce%!"o que v& no estudo doutrinai do direito 3ci&ncia do direito4 um confiedme t ou normas,

    ssa desina!"o suere v/rias coisas, 1u 374 que aci&ncla do direito constitui um con$ecimento que... 1nortlvo-

    normasO ou 324 que constitui umcon$ecimento que se e%ressa mediante normas, em'ora sem esta'elec . d irelif

    s"o aquelas tidas como 8%ositivamente dadas78 ou finalmente q[ $[ elas, isto que77 lanri omantn r giO.n6in

    con .eClmehfi do diieltoou

    Fscerrrimento etimo corres%onde ao %onto de vista de Melsen ao menos como e%osto e

    tra'al$os. estes,3,er es%ecialmente ReTne Rech#slehre 77E;;4 27 eses74 Rech#snorm 3norma7 [d[[[ F8 %nmelros( $ % & , , '( '(, )*+)*d ,nGCiISSalZ

    i I I

    an. o %ara W %ro%noquan o %ara as

    %ro%osi!0es outnnahas concementes ao direitoO eocon$ecimento do direito *c D1F1de d Y, d ^ ,. , , , ,. once f ocomo

    . normas, nao escntlvo enormas- como ae%ressao direta de normas eaimanente reiF a - a*,.^.ae, .urna ora %ostenor !5eneral &heo#y of%a and #a#e 37EN4, N cf, 7=H7 Melsen F .

    tinr"n t u ,, . , caramente visa a urnalimuau enreanomlaun\caComo %rescntlva e a %ro%osi!"o doutrinaria 3que ele c$amou de rera d 4

    descritiva, #as adistln!"q n"o.*ela'orada com clare+a. De um %onto de vista %uramente llnq(stico % FUFF lea comode , , - d [, , ^ , . % .............,, %arece enanoso] sinar uma.%ro%osl!ao escntlva 3uma asser!"o lmediante o nome rera. Melsen %rosseue su%ondocao doutrinaria 3T8%ronunaam&ooque deve sedas ollen) en"o um %ronunciamento de 8o .ue= aPro\XslQecontinua em%reando o nome noima 3com o acr*scimo 8no sentido descritivo da %alavra84 er a % ; +ais emcom a% 7=; F . - d .. .. , ] , ] O econ r%ntar

    , na qua se nea que a! %ro%osi!0es outnnanas s"o normas. confuso, Descon$e!o oque se ent d

    u anorma nossnOl8escrl,H83D emel$antemente atodas as outras %ro%osi!0es descritivas, as da ci&ncia do direito 3estudo

    doutrin/rio PP3dlreltoi f*m que ser e%ress0es do que 8*8 en"o do que 8deve serj t&m que ser dioefvaa 3normas4, 1uando

    estudo doutrin/rio do direito Fci&ncla do direitoF descreve[certas nomnaasserc%eds6 nao viente, escreve certas realidades

    1Cla, um certo 6onte>do de Fd*ias normativas como realmente e%erimentadas e realmente efica+es,, #as se Ft19or

    admitido, adlstln!ao radicai de Melsen entre aci&ncla do que HeH+!eQn+ h ,* eaClenCla oque eve ser8 3

    olIens=lssenschaf#)cair/ %or terra. Para uma e%osi!"o mais ela'orada dessa crtica, vermm$aresen$a de ans Melsen,

    =ha#I (us#,ce na California

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    39/61

    ; - Alf RossDireito e 9usti!a - ;N

    Atinimosaora

    o%ontoqueencerraae

    %lica!"odo%orquecons-tituium%ro'lemaa

    8nature+adodireit

    o8eoque*osinificad

    odesse%ro'lema.Perce'emosquetoda%ro%

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    40/61

    osi!."oquesea%rese

    ntanoestu

    -dodoutri

    n/riododireito3ci&

    nciadodir

    eito4cont

    emcomouma%arteinteranteoconceito8di

    reitoviente83deFllinois,da

    .california,etc4.Pores

    sara+"on"o*%ossveldeclarardemaneira%r

    ecisaecom%letaosi

    nificadore%resentativ

    i

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    41/61

    odequaisquerdessas

    %ro%osi!0e

    senquanto

    n"osetorne%atente

    osinific

    adodocon

    ceito8direitoviente8..#uitodoa%arentedesacord

    oentreosautoresdedireito

    %odeseratri'udoaofat

    odequesuaso'rasest"ot/citamente'a.sea

    dasemdistintasconet

    urasemrela!"oaosin

    i l

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    42/61

    ificadodesseconceit

    o.

    Lrata-se

    de%ro'lem

    a%eculiar

    aoestudo

    dodireito6

    "ote

    m

    %ar

    ale-lo,%oreem%lo,

    na%sicoloiaounasci&n

    ciasnaturais.%lica%orque

    a8nature+adodireito8

    constituo%rinci%al

    %ro'lemadafilosofi

    aodireito.Des%idod

    esuaformula!"o

    m i ce ra

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    43/61

    metafsica

    ,o%ro'lem

    .adar

    f8

    +adodire

    ito8*o%

    ro'lemade

    comointer%r

    etarocon

    ceitodedireitoviente8

    3deFllinois,dacalifornia,

    dacom

    m

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    P

    M3

    comouma

    .P,e

    constitutivainte

    rantedetoda%ro

    %osi!"odoestudo

    doutrin/rioW

    direito

    3ci&nciadodireito4.

    W ' on N

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    44/61

    Wualsinif

    icadore%re

    sentativode

    ves

    e

    r

    atri

    'udoaes

    seconceito

    Xste%ro'l

    emaseenc

    ontraa\em

    daesteradoad

    voado%rofissional,%elo

    que*destinadoafilosofia

    dodireito.

    $.A

    NALI&E'RE

    LIMI

    NAR

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    TODE)DIREITO*IGE

    NTE

    Fmainemos

    que nd

    %r %

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    45/61

    queduas%essoasest"ooandoadre+,enqu

    antoumaterceirao'ser

    va.

    e oo'servadornadacon$ecerdeadre+n"o.

    com%reender/ oqueest/se%assa

    o.Co

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    ed4rabI[1WWrovavelmenteconcluir/quesetratadealumllPu.9.

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    46/61

    "o

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    movimento8irreular8docavalo* o

    %rescrito%araessa%e!a.star/em%osi!"oderecon$ecerosmovimentosdas%e!as

    emturnocomomovimentos%rescrito

    s%elasreras.Dentrodecertos

    limitesser/ca%a+at*de%redi+er oqueacontecer/,%oissa'equeosoadoresse

    reve+am%araeecutarummovime

    n r las o do

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    47/61

    nto,eque

    cadamovimentotemque

    cairdent

    rodotota

    lde%ossi'ilidades%er

    mitidas%e

    lasrerasemqualquerdadadis%osi!

    "odas%e!as.#as,al*mdisso,es%ecial-menteseosoadoresforemalo

    mais doquemeros%rinci%iantes,muit

    o doqueocorrel$e%arecer/enim/ti

    co.len"oentendeaes-trat*iadosoadores en"oenera os%ro'lemast/ticosda

    situa-!"o.Porque,%oreem%lo, ooa

    d o ess o

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    48/61

    dorn"oto

    macomsuas%e!as'ran-

    caso'is%

    oXParaum

    com%letoentendimento

    dooo*

    essencialumcon$ecimenton"oa%e

    nasdasrerasdoadre+comotam'*mumcertocon$ecimentodateoria dooo. A

    %ro'a'ilidade deserca%a+de%redi+er

    o%rimomovimentoaumentasese

    levaemcontan"osomenteasrerasdooo,mastam'*mateoria doooe acom%re-

    ens"oquecadaoador%ossuides

    s i r seu

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    49/61

    sateoria.

    Kinalmente,tam'*mser

    /necess/r

    iolevare

    mcontao%ro%sitoali

    mentado%o

    rcadaoadornooo.u%0e-

    senormalmentequeumoadoroa%araa-n$ar.Por*m,$/,iualmente,outras%os

    si'ilidades3%oreem%lo,dei-arque

    seuo%onentean$e,oue%erimenta

    r e%Vr)%rova ovalor deumdeterminadomovimento4.

    ssasconsidera!0esdo

    oodeadre+encerramumali!"

    o t vim re

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    50/61

    inte-res

    santee%eculiar.Lemos

    aquidian

    edens

    umas*riedea!0es$uma

    nas3osmo

    entosdasm"os%araalterar a

    %osi!"odecertoso'etosnoes%a!o4, enos*facultadosu%orqueessesmovime

    ntossomados aoutros%rocessoscor%

    os3res%ira!"o,%rocessos%sicofsi

    cos,etc.4constituemumcursodeeventosqueseuecertasleis'iolicas efisioli

    cas.Lodavia, *'vioqueultra%assa

    o s a ente

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    51/61

    limited

    etoda%ossi'ilidadera

    +o/velcon

    iderares

    secursodeeventosde

    talmaneir

    queosmovimentosindividuaisdo

    adre+%ossamsere%licados e%reditoscomuma'ase'iolica efisiolica.

    1 %ro

    'lemaa%resentaumas%ectointeiram

    distintosenostrans%ortamos aum

    outronvel deo'serva!"oeinter%retamos ocursodoseventos)lu+dasreras eda

    teoria doadre+.Certoselementosda

    t t o s

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

    52/61

    otalidade

    das*riedoseventos,

    nomeadamen

    e,omovi

    mentodas%e!as,sedes

    tacament"

    comosendoa!0esrele-vantes

    ousinificativa

    %ara oadre+.1movimentodas

    %e!asn"o*

    ;= - Alf RossDireito e 9usti!a - ;H

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

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    ;= Alf Ross

    considerado como uma mera mudan!a de %osi!"o dos o'etos noes%a!o, mas sim como movimentos do oo, e este se transformanum todo coerente %leno de sinifica!"o, %orque os movimentos semotivam reci%rocamente e s"o inter%retados como ataque e defesade acordo com os %rinc%ios tericos do oo. e o'servarmos os

    oadores entenderemos cada movimento eecutado %or cada oa-dor do %onto de vista da consci&ncia que eles t&m das reras doadre+ associada ao con$ecimento que su%omos terem eles da teoriado oo, e a da meta a que se %ro%useram no oo. Ademais, * tam-'*m %ossvel inorar as %essoas dos oadores e entender o oo %orsi s na sua sinifica!"o a'strata 3um oo num livro de adre+4.

    Cum%re notar que o 8entendimento8 no qual estamos aqui %en-sando * de um ti%o distinto do causai. "o o%eramos aqui com leis decausalidade. 1s movimentos n"o entret&m qualquer rela!"o mutua-mente causal. A cone"o entre eles * instaurada %or meio das rerase da teoria do adre+. A cone"o * de sinificado.

    Pode-se afirmar, ademais, que a co-%artici%a!"o !fe88oship) cons-titui fator essencial num oo de adre+. Wuero di+er com isso que os

    o'etivos e interesses %erseuidos e as a!0es %or estes condiciona-das s %odem ser conce'idos como um elo num todo maior que incluias a!0es de uma outra %essoa. Wuando dois $omens cavam uma vala

    untos, n"o est"o fa+endo nada que cada um deles n"o %udesse iual-mente fa+er %or sua %r%ria conta. o adre+ ocorre alo a'soluta-mente contr/rio. "o * %ossvel %ara uma %essoa %or sua conta %ro-%or-se a meta de an$ar no adre+. As a!0es que constituem o oaradre+ somente %odem ser efetuadas oando-se em reve+amentocom uma seunda %essoa. Cada oador tem seu %a%el a ser desem-%en$ado, mas cada %a%el a%enas lora sinifica!"o quando o seundo

    oador cum%re seu %a%el.;I

    A co-%artici%a!"o * tam'*m revelada no car/ter intersu'etivo dasreras do adre+. essencial que rece'am a mesma inter%reta!"o,ao menos da %arte dos dois oadores numa dada %artida. Caso con-tr/rio, n"o $averia oo, e os movimentos individuais %ermaneceriamisolados sem sinifica!"o coerente.

    $%. E+ su &,,o/el0-&te #3ei reset u+ iteresste 5es,ri6o 5e u+ esso ,7 5e 8or 95re7

    ,osio +es+. E9li,-se i5i,5o :ue el 5ese/ol/eu es:ui7ofrei; 5e +o5o ser ,7 5e tur ,o+o 5us

    essos 5istits.

    1ra, tudo Qso demonstra que o oo de adre+ %ode ser tomadocomo um sim%les modelo daquilo que c$amamos de fenVmeno social.

    k vida social $umana numa comunidade n"o * um caos de a!0esindividuais mutuamente isoladas. Adquire o car/ter de vida comuni-t/ria do %r%rio fato de que um rande n>mero de a!0es individuais3n"o todas4 s"o relevantes e t&m sinifica!"o relativamente a umconunto de reras comuns. Lais a!0es constituem um todo sinifica-tivo, uardando a mesma rela!"o entre si como movimento e contra-

    movimento. Aqui tam'*m $/ intera!"o m>tua, motivada %elas rerascomuns do 8oo8 1Ci"l, que l$e conferem seu sinificado. * aconsCi&nCla dessas reras que %ossi'ilita o entendimento e numacerta medida, a %red[icao do curso dos eventos.

    Passarei aora a eaminar mais de %erto o que * realmente umarera do adre+ e de que forma * %ossvel esta'elecer quais s"o asreras que reem o oo de adre+.

    Refiro-me aqui )s reras %rim/rias do adre+, as que determinama dis%osi!"o das %e!as, os movimentos, a 8tomada8, etc. e n"o )sreras da teoria do adre+.

    o tocante a estas >ltimas alumas o'serva!0es 'astar"o. Comooutras reras t*cnicas, s"o o'viamente enunciados $i%ot*tico-teri-cos. Pressu%0em a eist&ncia das reras %rim/rias do adre+ e indi-cam as conseq(&ncias que as diferentes a'erturas e am'itos %rodu-+ir"o no oo, na a%recia!"o do %onto de vista da %ossi'ilidade dean$ar. emel$antemente a outras reras t*cnicas, sua for!a diretivaest/ condicionada %or um interesse, neste caso o interesse de an$ara %artida. e n"o eiste este interesse %or %arte de um oador, ent"oa teoria do oo carece de im%ort5ncia %ara ele.

    As reras %rim/rias do adre+, %or outro lado, s"o diretivas. m'o-ra seam formuladas como asser!0es a res%eito da 8ca%acidade8 ou8%oder8 das %e!as em se moverem e 8tornar8, fica claro que visam aindicar como deve ser oado o oo. isam diretamente, isto *, n"oqualificadas %or nen$um o'etivo su'acente, a motivar o oadorO *como se l$e dissessem6 oa-se assimY

    ssas diretivas s"o sentidas %or cada oador como socialmenteo'riatrias, quer di+er, o oador n"o s se sente es%ontaneamentemotivado 38liado84 a um certo %rocedimento como tam'*m est/ aomesmo tem%o seuro de que uma transress"o )s reras %rovocar/

    ;: - Alf RossDi it 9 ti ;E

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    uma rea!"o 3%rotesto4 de seu advers/rio. deste modo, as reras%rim/rias distinuem-se claramente das reras t*cnicas que formama teoria do oo. Um movimento est>%ido %ode suscitar es%anto, %o-r*m n"o um %rotesto.

    Por outro lado, as reras do adre+ n"o t&m o mati+ da moralidade,o que resulta do fato de que normalmente ninu*m efetivamente de-sea viol/-las 3%ar/rafo :N4. 1 deseo de tra%acear num oo se deve

    ao fato do oador visar a um o'etivo que difere do mero %ro%sito dean$ar de acordo com as reras do ooO %or eem%lo, ele %oder dese-

    ar ser alvo de admira!"o ou an$ar din$eiro. ste >ltimo o'etivo est/freq(entemente %resente num oo de cartas e * notrio que a ei&n-cia de res%eitar as reras assume aqui um valor moral.

    Como * %ossvel, ent"o, esta'elecer quais reras 3diretivas4 re-em o oo de adre+X

    Poderamos, talve+, %ensar em a'ordar o %ro'lema so' o 5nulocom%orta mental - limitando-nos ao que %ode ser esta'elecido %elao'serva!"o eterna das a!0es, desco'rindo da determinadas reula-ridades. Por*m, desta maneira amais conseuiramos atinar com asreras do oo. 9amais seria %ossvel distinuir as %r/ticas vientes,nem sequer as reularidades condicionadas %ela teoria do oo, dasreras do adre+ em sentido %r%rio. #esmo a%s o'servar mil %arti-das ainda seria %ossvel crer que contraria as reras a'rir o oo comum %e"o de torre.

    1 mais sim%les, talve+, seria deiar-se orientar %or certos reula-mentos dotados de autoridade, %or eem%lo, reulamentos a%rovadosem conressos de adre+, ou %elas informa!0es %resentes em livrosso're adre+ que o+am de recon$ecimento. Contudo, at* mesmo isso%oderia n"o ser o suficiente, %orquanto n"o * certo que tais declara-!0es rece'am ades"o na %r/tica. Por ve+es, as %artidas, de fato, s"o

    oadas de muitas maneiras diversas. #esmo num oo cl/ssico comoo adre+ varia!0es desse &nero %odem ocorrer 3%or eem%lo, a rerareferente a 8tomada8 en passan#nem sem%re rece'e ades"o4. Conse-q(entemente, esse %ro'lema de sa'er quais reras reem oadre?tem que ser entendido, falando-se em termos estritos, na sua refer&n-cia )s reras que reem uma %artida concreta entre duas %essoases%ecficas. "o suas a!0es, e suas a!0es eclusivamente, aquelas queest"o alutinadas num todo sinificativo e reidas %elas reras.

    Direito e 9usti!a - ;E

    Assim, so nos restaadotar um m*todo intros%ectivo. 1 %ro'lema *desco'nr Wuais .reras sentem efetivamente os oadores ser social-mente o'riqatonas no. sentido, indicado acima. 1 %rimeiro crit*rio * queseam realmente efetivas no 9oo e que seam eternamente visveiscomo taQ 8#as%araqUe seMXXM se asreras que s"o acatadas s"o mais ,que meros usos ditados %elo costume ou motivadas %or ra+0es 3car/ter t*cnico, e mister Fndaar aos oadores %or quais reras sesentem 1'liados.

    rfm consonancia com Qsso%odemos di+er6 uma rera de adre+ 8*viente, sinificando que dentro de uma dada co-%artici%a!"o 3quecom%reende fundamentalmente os dois oadores de uma %artida con-creta4 essarera rece'e efetiva ades"o, %orque os oadores sentem a Fmesmos socialmente o'riados %ela diretiva contida na rera. 1conceito de vlenCa 3no adre+4 envolve dois elementos. Um deles serefere aefetividade real da rera que %ode ser esta'elecida %ela o'ser-va!"o eterna, o outro se refere ) maneira na qual a rera * sentidacomo motvadora, ou sea, socialmente o'riatria.

    / uma certa am'i(idade no conceito 8rera de adre+8. As reras

    do adre+ carecem de realidade e n"o eistem inde%endentemente dae%eri&ncia dos oadores, isto *, de suas id*ias so're certos %adr0esde com%ortamento e a elas associada a e%eri&ncia emocional de seac$arem con%elidos a o'edecer. %ossvel a'strair o sinificado deuma asser!ao %uramente como um conte>do de %ensamento 382 2s"o 84 da a%reens"o da mesma %or uma dada %essoa num dadotem%oO e %recisamente de modo id&ntico * tam'*m %ossvel a'strair osinificado de uma diretiva 38b rei tem o %oder de mover-se uma casaem qualquer dire!"o84 a %artir da e%eri&ncia concreta diretiva. 1 conceito 8rera de adre+8 em qualquer an/lise acurada %recisa, %ortanto,ser dividido em duas %artes6ja)as id*ias e%erimentadas em torno decertos]%adr0es de com%ortamento 3acom%an$adas das emo!0es que

    l$es sao concomitantes4 e 2 a) o conte>do a'strato dessas id*ias asnormas do adre+. [

    As normas do adre+ s"o, %ois, o conte>do ideal a'strato 3de natu-re+a diretiva4 que %ermite, na qualidade de um esquema inter%retativq Oa com%reens"o dos fenVmenos do adre+ 3as a!0es dos movimentos eos %adr0es de a!"o e%erimentados4 como um todo coerente de sini-ficado e motiva!"o, uma %artida de adre+O e conuntamente com ou-tros fatores e dentro de certos limites o %redi+er do curso da %artida.

    I - Alf Ross Direito e 9usti!a 7

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

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    I Alf Ross

    1s fenVmenos do adre+ e as normas do adre+ n"o s"o mutua-mente inde%endentes como se uns e outras detivessem sua %r%riarealidadeO s"o as%ectos diferentes de uma mesma coisa. en$umaa!"o 'iolico-fsica considerada em si mesma * um movimento doadre+. adquire tal qualidade[ao ser inter%retada em rela!"o )snormas do adre+. , inversamente, nen$um conte>do ideal de natu-re+a diretiva tem %or si mesmo o car/ter de uma norma v/lida de

    adre+. adquire essa qualidade %elo fato de que untamente comoutros conte>dos, %ode ser efetivamente a%licado como um esquemainter%retativo aos fenVmenos do adre+. 1s fenVmenos do adre+ setornam fenVmenos do adre+ eclusivamente quando colocados emrela!"o com as normas do adre+ e vice-versa.

    1 %ro%sito dessa discuss"o so're o adre+ neste %onto fica,indu'itavelmente, claro. A%onta %ara a afirma!"o de que o conceito8norma viente do adre+8 %ode atuar como %aradima %ara o con-ceito 8direito viente8, o que constitui o verdadeiro o'eto de nossasconsidera!0es %reliminares.

    Pode-se tam'*m considerar o direito como consistindo %arcialmente

    em fenVmenos urdicos e %arcialmente em normas urdicas em m>-tua correla!"o.

    e o'servarmos o direito como funciona na sociedade, desco'rire-mos que um rande n>mero de a!0es $umanas s"o inter%retadascomo um todo coerente de sinifica!"o e motiva!"o %or meio denormas urdicas que confiuram um esquema inter%retativo.A com-%ra uma casa de :. 1corre que a casa est/ c$eia de cu%ins. A %ede a: uma redu!"o do %re!o de com%ra, mas : n"o concorda. A moveuma a!"o contra :, e o ui+ de acordo com o direito %resente nocontrato, ordena que :%aue a A uma certa quantia num determinado%ra+o. :n"o o fa+. A conseue que o ui+ do condado confisque os

    'ens mveis de :, os quais s"o ent"o vendidos num leil"o %>'lico.ssa seq(&ncia de eventos com%reende toda uma s*rie de a!0es$umanas, do esta'elecimento do direito contido no contrato ao lei-l"o. A considera!"o 'iolico-fsica dessas a!0es n"o %ode revelarqualquer cone"o causai entre elas. Lais cone0es ocorrem unica-mente na esfera de cada indivduo. #as ns as inter%retamos medi-ante o aulio do esquema referencial do 8direito viente8 como fenV-menos urdicos constituintes de um todo coerente de sinificado emotiva!"o. omente quando assim * feito cada uma dessas a!0es

    Direito e 9usti!a - 7

    adquire seu car/ter urdico. A com%ra da casa %or %arte deA aconte-ce %or meio da e%ress"o falada ou da escrita, %or*m estas a%enas setornam uma compra quando consideradas na sua rela!"o comnormas 9undcas. As v/rias a!0es se motivam reci%rocamente tal comoos movimentos do adre+. 1 ui+, %or eem%lo * motivado %elos %a-%eis que A e 8B desem%en$am no necio 3e %elas circunst5nciasadicionais a ele associadas, %or eem%lo, o estado da casa4, 'em

    como %elos %recedentes]ientes na /rea do direito contratual. Lodoo %rocesso tem o car/ter de um 8oo8 reido %or normas muito maiscom%licadas do que as do adre+.

    Com 'ase no que foi dito, formulo a seuinte $i%tese6 o conceito8direito viente8 3de Fllinois, da Califrnia, da common la) %ode serem %rinc%io e%licado e definido da mesma maneira que o conceito8norma viente do adre+8 3%ara dois oadores quaisquer4. Wuerdi+er, 8direito viente8 sinifica o conunto a'strato de id*ias normativasque serve como um esquema inter%retativo %ara os fenVmenos dodireito em a!"o, o que %or sua ve+ sinifica que essas normas s"oefetivamente acatadas e que o s"o %orque s"o e%erimentadas esentidas como socialmente o'riatrias.;7

    Pode-se, talve+, ter essa conclus"o na conta de um luar comum e%ode %arecer que um ecessivo a%arato de raciocnio foi em%readovisando a esse fim. Fsto %oderia revelar-se verdadeiro se os %ro'lemasfossem a'ordados %or uma %essoa que n"o alimentasse no!0es %recon-ce'idas. Por*m, n"o seria verdadeiro no caso de uma a'ordaem $ist-rica. A rande maioria da totalidade dos autores de filosofia do direito at*a atualidade tem sustentado que n"o * %ossvel e%licar o conceito 8di-reito viente8 sem a refer&ncia ) metafsica. 1 direito, de acordo comeste %onto de vista, n"o se limita a ser um fenVmeno em%rico. Wuandodi+emos que uma rera do direito * 8viente8 ou 8v/lida8, nos referimosn"o somente a alo fatual, a alo o'serv/vel, mas tam'*m a uma 8vali-

    dade8 de cun$o metafsico. u%0e-se que essa validade sea um %uroconceito da ra+"o, de oriem divina ou eistente a%rTorT3inde%endenteda e%eri&ncia4 na nature+a racional do ser $umano. eminentes auto-res da filosofia do direito, que reeitam tal metafsica es%iritual, t&m con-siderado, todavia, que a 8validade8 do direito s %ode ser e%licada %ormeio de %ostulados es%ecficos.

    ;7. 1u sea, %elo ui+ e outras autoridades da usti! a que a%licam o direito 3%ar/rafo l

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    2 - Alf Ross

    ista, so' essa lu+, nossa conclus"o %reliminar, estou confiante,nao sera classificada de luar comum. ssa an/lise de um modelosim%les * deli'eradamente direcionada no sentido de suscitar d>vi-das no que tane ) necessidade de e%lica!0es metafsicas com res-%eito ao conceito do direito. A quem ocorreria 'uscar a validade dasnormas do adre+ numa validade apriori, numa id*ia %ura do adre+concedida ao ser $umano %or Deus ou dedu+ida %ela ra+"o $umana

    eternaX Lal %ensamento * ridculo %orque n"o tomamos o adre+ t"oa s*rio como o direito, e assim * %orque $/ emo!0es mais fortesvinculadas aos conceitos urdicos. #as isto n"o constitui ra+"o %aracrer que a an/lise lica deva adotar uma %ostura fundamentalmentediferente em um e outro caso.

    st/ claro que %ara lorar uma an/lise satisfatria do conceito de8direito viente8 * %reciso ainda resolver muitos %ro'lemas. #as n"o$/ necessidade de a%rofundar esta mat*ria neste %onto. sse estudo%reliminar * suficiente a ttulo de 'ase %ara um eame dos v/riosramos do estudo do direito e %ara determinar o luar a%ro%riado dafilosofia do direito.

    4. O& RAMO& DO E&T"DO DO DIREITO

    A distin!"o levada a ca'o no %ar/rafo anterior entre os fenVme-nos urdicos - ou mel$or, o direi#o em aBo D e as normas urdicas,forma a 'ase %ara uma distin!"o corres%ondente entre os dois %rinci-%ais ramos do estudo do direito. C$ama-se de sociologia do direi#a1oramo que se ocu%a do direito em a!"o, enquanto c$ama-se de ci"nDcia do direi#o o ramo que se ocu%a das normas urdicas.

    1 direito em a!"o e as normas do direito n"o s"o duas esferas deeist&ncia inde%endentes, mas as%ectos diferentes de uma mesmarealidade. Conseq(entemente, %ode-se falar de dois %ontos de vista,cada um deles %ressu%ondo o outro.

    A ci&ncia do direito dirie sua aten!"o ao conte>do ideal a'stratodas diretivas, inorando as realidades do direito em a!"o. A ci&ncia dodireito visa6 a4 ) desco'erta do conte>do ideal - que %oderamos tam-'*m c$amar de ideologia -que funciona como o esquema inter%retativo%ara o direito em a!"o e '4 ) e%osi!"o dessa ideoloia como um

    ;2. sta e%ress"o *aqui em%reada visando aa'arcar tam'*m os estudos %sicolicos e$istricos do direito em a!"o.

    Direito e 9usti!a ;

    sistema interado. isto que a ci&ncia do direito se ocu%a de normasse %ode denomin/-la 8normativa8. #as * mister que este termo n"o marem ) confus"o. Como foi delineado no %ar/rafo 2, as %ro%osi-!o.es conoscitivas n"o %odem, naturalmente, consistir em normas3diretivas4. necess/rio que consistam em asser!0es - asser!0es refe-rentes a normas, o que, %or sua ve+, sinifica asser!0es que enunciamque certas normas det&m a nature+a de 8direito viente8. 1 car/ternormativo da Cl&nCla do direito sinifica, %ortanto, que se trata de uma

    doutrina .ue di? respei#osaDnormas Xn"o uma doutrina compos#a denormas* "o o'etiva 8%ostular8 ou e%ressar normas mas sim esta-'elecer o car/ter de 8direito viente8 dessas normas. A[ci*ncia do direi-to e normativa no sentido de que * descritiva de normas e n"o nosentido de e%ressiva de normas 3%ar/rafo 2, nota 2E4.

    , contudo, a ci&ncia do direito amais %oder/ ser se%arada dasocioloia do direito. m'ora a ci&ncia do direito estea interessadana ideoloia, * sem%re uma a'stra!"o da realidade social. #esmoque o urista n"o estea interessado no neo que lia a doutrina )vida real, esse neo eiste. Reside no conceito de 8direito viente8que, como foi mostrado, constitui %arte essencial de todas as %ro%o-

    si!0es doutrin/rias, %ois esse conceito, em conson5ncia com nossaan/lise %rovisional, se refere ) efetividade das normas enquanto cons-tituintes de um fato social.

    Ademais, uma ci&ncia do direito que inora a fun!"o social dodireito tem que resultar insatisfatria quando ulada seundo o cri-t*rio do interesse em %redi+er as decis0es urdicas. Como vimos, ocon$ecimento das normas %rim/rias do adre+ s %ossi'ilitar/ a %re-di!"o do curso de uma %artida dentro de um quadro muito am%lo. o que ocorre %orque os oadores n"o s"o eclusivamente motivados%elas normas do adre+, a sa'er, tam'*m s"o motivados %or seu%ro%sito ao oar e as %ro%osi!0es tericas do adre+ no tocante )s

    conseq(&ncias dos movimentos de acordo com as reras do oo. 1mesmo ocorre no direito. 1ui+ n"o * motivado eclusivamente %elasnormas urdicasO tam'*m o * %elos fins sociais e %elo discernimentoterico das cone0es sociais relevantes ao atinir daqueles fins. Poresta ra+"o, tem-se eiido da ci&ncia do direito, em es%ecialmodernamente, que diria sua aten!"o %ara as realidades da vidasocial. Fsto demonstra, ademais, que a fronteira entre a ci&ncia dodireito e a socioloia do direito n"o * ntida, residindo sim numa rela-tiva diferen!a de a'ordaem e interesse.

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    Alf Ross

    A socioloia do direito, %or sua ve+, dirie sua aten!"o %ara odireito concreto em a!"o, %ara o com%ortamento urdico e as id*ias

    urdicas que o%eram nesse com%ortamento, e n"o %ode ser se%ara-da da ci&ncia do direito, tanto quanto esta n"o %ode ser se%aradadela, a socioloia do direito. 1s fenVmenos sociais que constituem oo'eto da socioloia do direito n"o adquirem seu car/ter urdicoes%ecfico enquanto n"o s"o %ostos em rela!"o com as normas do

    direito viente.A socioloia do direito como ramo cientfico *, todavia, t"o nova

    e %ouco desenvolvida que * difcil assinalar quais os %ro'lemas quel$e concernem. Kalando em termos erais, %rocura ela desco'rircorrela!0es invari/veis no direito em a!"o, enfocando o %ro'lemaso' o 5nulo da %sicoloia, da $istria e da socioloia eral. Asnormas urdicas s %odem indicar uma estrutura na qual se desen-volve o direito em a!"o, influenciado tam'*m %elos costumes, fato-res econVmicos e ideolicos, fins sociais e %erce%!0es etradas dateoria social.

    Wuando se trata do direito em a!"o na vida real, * %ossvel que

    um conunto de normas urdicas, %or eem%lo o que cont*m nor-mas que reulam o divrcio, sea desenvolvido das maneiras maisvariadas 3talve+ fosse mais adequado di+er que %oder-se-ia 8oar8com essas normas de maneiras diferentes4. Wuem con$e!a somenteas normas %ouco con$ece da realidade social corres%ondente. a%r/tica quais 'ases %ara o divrcio s"o invocadas nos diversos seto-res da sociedadeX Wue %ossi'ilidades eistem de esca%ar )s leismediante o forar de %rovas e que costumes t&m sido desenvolvidosem cone"o com issoX Com que favorecimento ou desfavorecimentoos tri'unais consideram as v/rias 'ases %ara o divrcio, %articular-mente quando a%reciam a %rovaX Wuest0es desta nature+a, tocan-

    tes ) viva e concreta realidade urdica social s"o consideradas etratadas na socioloia do direito.

    Um cam%o de investia!"o que tem %articular interesse %ara oestudo da socioloia do direito * a intera!"o entre direito e socieda-de. 1 que %rodu+ o res%eito %elo direito, o qual %ermite ao leisla-dor uiar a vida da comunidadeX Wue outros fatores entram em

    oo e esta'elecem um limite %ara o %oder do leisladorX Wuaisrea!0es * %ossvel %resumir que ser"o %rovocadas %ela a%rova!"o

    Direito e 9usti!a N

    de uma determina'a leiX , inversamente, quais for!as sociais de-terminam o conte>do e o desenvolvimento de um ordenamento u-ndlcoX Wue %a%el desem%en$am aqui as circunst5ncias econVmicase as %osturas *tico-urdicas dominantesX o desenvolvimento dodireito o %roduto de for!as ceas ou desem%en$am o %laneamento eo discernimento racional um %a%el nesse desenvolvimentoX

    1s dois ramos %rinci%ais do estudo do direito - a ci&ncia do direito

    e a socioloia .do direito - %odem ser su'divididos6 a %rimeira emClenCla do direi#o no sen#ido mais es#ri#o, his#;ria do direi#o e direi#ocomparadoY a seunda em sociologia fundamen#al do direi#o e socioDlogia do direi#o aplicada*

    .7. Ci&ncia do Direito

    20 A ci&ncia do direito no sentido mais estrito ocu%a-se de umsistema de direito definido numa sociedade definida, %or eem%lo, odireito de Fllinois viente na atualidade. Lradicionalmente *, %or suave+, su'dividida em muitos ramos de estudo, como ser/ mostrado noca%tulo FFF.

    21 A $istria do direito descreve um direito viente no %assado etrata de seu desenvolvimento $istrico. Difere da ci&ncia do direito%resente %or dois modos adicionais.

    1V)3 momento %resente * mais do que um mero %onto tem%oraldis%osto ao lado de todos os outros %ontos no tem%o. Distinue-se detodos os outros %elo fato de ser o %onto no tem%o no qual o curso darealidade c$eou e est/ na imin&ncia de adentrar o futuro. 1 direito *a%reendido nesta %roress"o. Wualquer e%osi!"o do direito vienteconfinada a uma determinada data * um instant5neo !snapsho#) queca%tou um corte transversal dessa corrente. #as um corte transver-

    sal do 8aora8 * caracteri+ado %elas quest0es que est"o a'ertas aofuturo. A quest"o de determinar qual * o direito de $oe 3o que vere-mos loo na seq(&ncia no %ar/rafo E4 envolve sem%re a quest"o desa'er o que ocorrer/ aman$". Um fator codeterminante %ara estec/lculo de %redi!"o * o que ocorreu ontem. 1 direito viente amais *um fato $istrico, mas sim um c/lculo com o ol$ar no futuro. Fstoconfere )s %ro%osi!0es do estudo do direito de $oe um elementofundamental de incerte+a e resulta, na medida em que a certe+a do

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    c/lculo diminui, numa fus"o %eculiar dos %ro'lemas do direito vientecom os %ro'lemas %oltico-urdicos;;relativamente ) cria!"o do direitonovo 3%ar/rafo E4. A $istria do direito n"o a%resenta caractersticassemel$antes. Aqueles %ro'lemas, que vistos com os ol$os do%assado estavam a'ertos, se ac$am $oe fec$ados. A $istria do di-reito, %ortanto, se ocu%a eclusivamente com os fatos.

    2V) e, %or um lado, a $istria do direito carece de contato com a

    %oltica urdica, %or outro mant*m contato mais estreito com a socio-loia do direito.;"o s o'etiva a%resentar o direito num determi-nado momento como tam'*m descrever e e%licar seu desenvolvi-mento. studa o desenvolvimento do direito em rela!"o ao desenvol-vimento de outros fenVmenos sociais.

    C) 1 direito com%arado, como a $istria do direito, tem tam'*mum raio de a!"o mais am%lo, n"o se limitando a a%resentar o direitoviente em diferentes %ases. Pode ter sea car/ter contem%or5neo,sea car/ter $istrico. Pertence ) %rimeira cateoria quando investiaos efeitos sociais de diversos ordenamentos urdicos, sendo nestecaso um instrumento de %oltica urdica. Pertence ) seunda cateo-

    ria quando investia as circunst5ncias sociais ca%a+es de e%licar%orque o direito se desenvolveu seundo diferentes lin$as em dife-rentes sociedades. Am'os os ti%os de direito com%arado a%resentammarcantes elementos sociolicos, visto incor%orarem no estudo arela!"o entre o direito e a sociedade.

    evidente que a socioloia desem%en$a um %a%el t"o im%ortantetanto na $istria do direito quanto na ci&ncia com%arada do direito a%onto de tornar quase uma quest"o de %refer&ncia %essoal classificaressas duas su'divis0es como %arte da ci&ncia do direito ou da socio-loia do direito.

    .2. ocioloia do DireitoA4 A socioloia fundamental do direito admite v/rias divis0es6 uma

    %arte eral e muitos ramos es%eciali+ados.

    22 1sinlficado desta e%ress"o * e%licado na seq(&ncia.

    23 Aa%arente falta de clare+a que %arece resultar do fato de se sustentar, como se sustenta mais adiante, quea%oltica

    urdica * socioloia do direito a%licada, desvanece quando se acrescenta que a socioloia que interessa ao %oltico

    urdico, eassim ao %rofessor de direito, se ocu%a dos %ro'lemas dos efeitos sociais do direito, enquanto asocioloia

    que interessa ao $istoriador do direito se ocu%a dos fatores sociais que eercem influ&ncia so're aevolu!"o do direito.

    1V)A %arte eral se ocu%a das caractersticas erais do direito ema!"o, sua estrutura e din5mica sem refer&ncia a qualquer ramo %arti-cular do direito. A investia!"o %ode ser diriida seja a um certo ti%o decomunidade - %or eem%lo, a moderna comunidade democr/tica - comvista ao estudo dos tra!os t%icos da estrutura e fun!"o do direito ema!"o nesse meio, em %articular a mec5nica da motiva!"o urdica e aintera!"o entre o direito e outras for!as sociais 3socioloia est/tica dodireito4, seja ao desenvolvimento $istrico com vista ) desco'erta dos

    %rinc%ios erais que reem as rela!0es entre o direito e o desenvolvi-mento da comunidade 3socioloia din5mica do direito4.

    2 V) 1s v/rios ramos es%eciali+ados corres%ondem )s esferas es%e-ciais do direito. A criminoloa, a qual estuda o com%ortamento crimi-noso associado aos fatores individuais e sociais que o condicionam,corres%onde ao direito %enalO a ci&ncia %oltica, a qual estuda a vida%oltica, %articularmente as ideoloias e institui!0es %olticas, corres%ondeao direito constitucionalO as rela!0es internacionais corres%ondem aodireito internacional e a ci&ncia da administra!"o ao direito administra-tivo. At* os dias de $oe nen$um outro ramo es%ecial da socioloia dodireito a%areceu, mas se afiuraria inteiramente %ossvel imainar ou-

    tros corres%ondentes ao direito que reulamenta a %ro%riedade,;N odireito das %essoas, o direito da famlia, etc.

    Z)A socioloia do direito a%licada, como as ci&ncias naturais a%li-cadas, co're um cam%o de estudo selecionado e orani+ado em con-formidade com os %ro'lemas %r/ticos. A ci&ncia da aricultura, %oreem%lo, se ocu%a das circunst5ncias e %ro'lemas %r/ticos que s"orelevantes ) e%lora!"o do cam%o. Fd*nticamente, a socioloia dodireito a%licada se ocu%a de fatos e rela!0es que t&m im%ort5ncia emrefer&ncia aos %ro'lemas %r/ticos da leisla!"o. Ao se %re%arar umacerta reforma leislativa, a socioloia do direito a%licada descreve ascondi!0es %redominantes na sociedade e analisa as mudan!as que a

    nova leisla!"o %ode %rodu+ir. 1 resultado de tais estudos constituivaliosa orienta!"o %ara o leislador ou %ara a %essoa que lida com os%ro'lemas do %onto de vista do leislador. 1s estudos de socioloiado direito n"o ocorrem muito ami>de de maneira inde%endente, mascomo %arte do tra'al$o oficial de reforma leislativa 3relatrios decomiss0es e documentos an/loos4.

    $!. *er; or e9e+lo;

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    #esmo quando o con$ecimento sociolico urdico dos efeitosdas medidas leislativas so're a sociedade * valioso %ara o leislador31 informando acerca das conseq(&ncias da escol$a entre v/rias alter-nativas4, sua decis"o de%ende tam'*m de seus o'etivos imediatos e desua filosofia social como um todo, ou sea, das metas e valores >ltimosque o leislador recon$ece como %adr0es %ara a vida social e a atividadecriadora de direito dele. 1 mesmo * verdadeiro tam'*m em rela!"o ao

    ui+ na medida em que direito novo * criado atrav*s da %r/tica dostri'unais. A e%ress"o 8%oltica urdica8 * introdu+ida %ara desinar aatividade criadora de direito do leislador ou do ui+ e a discuss"o racio-nal dessa atividade. eria su%*rfluo salientar que a %oltica urdica nadatem a ver com a %oltica no sentido ordin/rio desta %alavra.

    A quest"o que se a%resenta aora * sa'er at* onde e de quemaneira os %ro'lemas de %oltica urdica %odem ser discutidos e so-lucionados racionalmente. / uma ci&ncia da %oltica urdica 3umaci&ncia do direito de8ege ferenda e# de sen#en#ia ferenda) ca%a+ de%ostular uma verdadeira filosofia dos valores que devem %residir aleisla!"oX A as%ira!"o da filosofia do direito natural *, com efeito,esta'elecer tal 8ci&ncia do direito como deve ser8. A seunda metade

    deste livro 3ca%tulos J a JFFF4 res%onde essa %erunta na formaneativa. "o $/ nen$uma ci&ncia es%ecfica da %oltica urdica oudo direito natural. a medida em que a %oltica urdica * determina-da %or um con$ecimento racional, * ela socioloia do direito a%licada.De resto, * 'aseada em valora!0es que se encontram fora do 5m'itodo con$ecimento racional 3%ar/rafos H; e HE4.

    !. EM L"GAR DE )@ILO&O@IA DO DIREITO);)'ROLEMA& J"&@ILO&B@I(O&)

    o %ar/rafo 7 descrevemos os tr&s enfoques tradicionais da filo-sofia do direito 3analtico, *tico e $istrico-sociolico4, mas deia-mos em a'erto o %ro'lema de como deve ser definido esse ramo doestudo do direito. Dissemos que esse %ro'lema s %ode ser solucio-nado com 'ase num eame eral das diversas a'ordaens medianteas quais %oderia tentar-se um estudo do direito. sse eame aca'oude ser reali+ado no %ar/rafo %recedente. 1 resultado, entretanto,%arece ser neativo na medida em que nen$um dos ramos do estudodo direito ali mencionados %arece %ossuir aquele car/ter filosfico

    que o autori+aria a rece'er o nome de 8filosofia do direito8 3no senti-do mais am%io4 oujurisprudence nos %ases de lnua inlesa.

    verdade que o que se denomina Hjurisprudence $istrico-socio-lica8 se enquadra na socioloia do direito tal como definida no %a-r/rafo . #as esse ramo 3a socioloia do direito4, quando desenvol-vido como uma ci&ncia em%rica, carrea t"o claramente a marca deuma ci&ncia es%eciali+ada entre outras, que seria inustific/vel elev/-lo so' o nome dejurisprudence ao nvel de um estudo filosfico.

    A denominada 8f ilosof ia do dir eito natural8 ou 8f ilosof iausnaturalista8 n"o consta no eame do %ar/rafo , o que se deveao fato de que - o que ser/ ventilado nos ca%tulos JF a JFFF - o queatende %or essa desina!"o n"o %assa de es%ecula!"o metafsicasem ustifica!"o cientfica.

    Dos ramos tradicionais da filosofia do direito, %ortanto, resta a%enaso ramo analtico. ste ramo do estudo do direito %arece realmente%ossuir um car/ter verdadeiramente filosfico e merecer o nome de8filosofia do direito8 oujurisprudence* #as este tam%ouco fiura entreas diferentes a'ordaens es'o!adas no %ar/rafo . Como e%lic/-loX

    Para su%rir essa e%lica!"o * necess/rio formular alumas consi-dera!0es erais acerca da rela!"o entre a filosofia e as ci&ncias. Amoderna filosofia 'aseada numa %ers%ectiva em%rica, a que su's-crevo, adota o %onto de vista eral seundo o qual a filosofia carecede o'eto es%ecfico sea coordenado )quele das v/rias ci&ncias, seadistinto dele. Kilosofia n"o * dedu!"o a %artir de %rinc%ios de ra+"o%or meio de que se nos revela uma realidade su%erior )quela dossentidos. Lam%ouco * a filosofia uma etens"o das ci&ncias destinadaa desco'rir os com%onentes etremos da realidade. "o *, de modoalum, teoria, mas sim m*todo, e este m*todo * an/lise lica. Afilosofia * a lica da ci&ncia e seu o'eto * a linuaem da ci&ncia.

    Disso se infere que a filosofia do direito n"o %ossui o'eto es%ec-fico coordenado ao o'eto da 8ci&ncia do direito8 - o es#udo do direi#oD ou distinto desse o'eto, nas suas v/rias ramifica!0es. A rela!"o dafilosofia do direito com a ci&ncia do direito * refleaO a filosofia dodireito volta sua aten!"o %ara o a%arato lico da ci&ncia do direito,em %articular %ara o a%arato dos conceitos, visando a torn/-lo o'etode uma an/lise lica mais minuciosa do que aquela que l$e *dedicada %elos v/rios estudos urdicos es%eciali+ados. 1 filsofo do

    !% - Alf RossDireito e Justi !1

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    direito investia %ro'lemas que com freq(&ncia constituem %remis-sas tidas como %acficas %elo urista. eu o'eto *, %redominante-mente, os conceitos fundamentais de alcance eral tais como, %oreem%lo, o conceito de direito viente, que, %or essa ra+"o, n"o *desinado como tarefa %articular a quaisquer dos muitos es%ecialis-tas dentro do am%lo domnio do direito.

    1 o'eto da filosofia do direito n"o * o direito, nem qualquer %arte ou

    as%ecto deste, mas sim a ci&ncia do direito. Afilosofia do direito se ac$a,%or assim di+er, um andar acima da ci&ncia do direito e a ol$a 8de cima8.;=

    1s limites entre a ci&ncia do direito e a filosofia do direito n"o s"oridos. A an/lise lica realmente ocorre tam'*m latamente no 5m'itodo estudo tradicional do direito. Fneistem crit*rios internos quedeterminem onde finda a ci&ncia do direito e come!a a filosofia dodireito. Pode-se a%resentar uma delimita!"o do domnio desta >ltimaconsiderando-se o que a %rimeira o'teve. sta circunst5ncia e%lica deque forma a corrente filosofia do direito $urisprudence) inlesa a'ran-e uma s*rie de conceitos e %ro'lemas, tais como, %or eem%lo, dolus,dolus even#ualis, culpa, inten!"o, o %ro%sito da %uni!"o e as teorias

    %enal, da %ro%riedade, da %osse, do contrato,, da %rova, do Vnus da%rova, etc, conceitos e %ro'lemas que na tradi!"o norte-americana ena da uro%a continental formam ordinaria]mente %arte das dversa.sdisci%linas urdicas. ncontra-se a e%lica!"o no escasso desenvolvi-mento na doutrina inlesa de qualquer an/lise e ela'ora!"o de concei-tos urdicos. Por conseuinte, na Fnlaterra,a filosofia do direito 3l/c$amada dejurisprudence) c$eou a ser o it1 onde quase todas asinvestia!0es fundamentais se re>nem. m outros sistemas, n"o seriara+o/vel atri'uir um domnio t"o am%lo ) filosofia do direito, %1p Ft1condu+iria a re%eti!0es. Portanto, s incluirei em min$a e%osi!"o so-'re a filosofia do direito os %ro'lemas que n"o s"o eaminados naliteratura urdica corrente, ou que o s"o de forma insatisfatria.

    ste fator relativo e%lica tam'*m %orque n"o * conveniente falar de8filosofia do direito8, / que esta e%ress"o suere um domnio de inves-tia!"o sistematicamente restrito. Da min$a %refer&ncia %ela e%ress"o

    ;=. As %ro%osi!0es co[ntidas-nesta %arte do te-to concernentes afilosofia do direito situam-se num nvel ainda mais alto.

    A%ro%osl!"o contida na %rimeira frase desta nota, referente )s "ro"osies que #on#ernem ailosoia do direito,

    situa-se, %or sua ve+, num nvel mais alto ainda, de sorte que %oderiamos seuir ad fnfm',tum.. Aldeia, %or ve+essustentada, de que as*rie %ode ser concluda %or uma %ro%osi!"o que se refere a si mesma, * Fnsustent/vel.

    Direito e Justi - !1

    8%ro'lemas usfilosficos8. 1s interesses de cada estudioso, em %arte, eem %arte b desenvolvimento dos]estudos urdicos num dado tem%odeterminar"o quais %ro'lemas ser"o su'metidos ) an/lise filosfica.

    A an/lise usfilosfica %ode diriir sua aten!"o a am'os os ramosdo estudo do direito6 a ci&ncia do direito e a socioloia do direito.Como, contudo, o a%arato lico da socioloia do direito *, %rinci%al-mente, id&ntico ao em%reado em outras socioloas 3e na $istria4,

    %areceria ra+o/vel circunscrever os %ro'lemas es%ecificamenteusfilosficos ) considera!"o da ci&ncia do direito. sta conclus"o,inclusive, * a%oiada %or fundamentos %edaicos, / que uma an/-lise filosfica da socioloia do direito careceria de valor como %arte daeduca!"o urdica tradicional. Dentro da socioloia do direito todavia asocioloia do direito a%licada det*m uma %osi!"o es%ecial devido )sua estreita lia!"o com a %oltica urdica 3%ar/rafo in fine)* A.discuss"o dos %ro'lemas de %oltica urdica desem%en$a um %a%elim%ortante e crescente nos tra'al$os dos autores da /rea e no ensinodas faculdades de direito. Por esta ra+"o, a an/lise lica ser/ tam-'*m diriida ao %ensamento %oltico-urdico e ) socioloia a%licadacomo %arte dele.

    m conson5ncia com isso, a e%osi!"o que se seue se enquadra-r/ em duas se!0es %rinci%ais6 %ro'lemas usfilosficos na sua rela!"ocom a ci&ncia do direito 3ca%tulos 77 a FJ4 e %ro'lemas usfilosficosna sua rela!"o com a %oltica urdica 3ca%tulos J a JFFF4.

    C; DI&("&&O

    Penso que a rela!"o entre min$a inter%reta!"o da nature+a e tare-fa da filosofia do direito %or um lado, e os %ontos de vista tradicionais,%or outro, ficou suficientemente clara mediante o e%osto nos %ar/-

    rafos anteriores. Diante disto, limitar-me-ei aqui a tra!ar alumaso'serva!0es su%lementares.

    e descartei afilosofia do direito natural como falta de ustifica!"ocientfica, n"o fa!o, decerto, o'e!0es aos estudos $istrico-socioli-cos desde que efetuados de acordo com %rinc%ios em%ricos e n"oseam es%ecula!"o metafsica disfar!ada. A inter%reta!"o $istrico-sociolica da filosofia do direito foi reeitada com o fundamentosistem/tico de que os estudos desse ti%o %ossuem todos os tra!os

    /2 0 Al Ross

  • 7/23/2019 Merge Ross 1

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    caractersticos de uma ci&ncia es%eciali+ada e, %ortanto, n"o devemser mesclados ao enfoque analtico e considerados %ertinentes ) filo-sofia do direito. Fsto, entretanto, n"o sinifica near a im%ort5nciadas investia!0es sociolicas %ara a filosofia do direito conce'idacomo an/lise de conceitos urdicos. stas s"o im%ortantes e * im%e-rioso que seam se se %resume, como eu o fa!o, que todas as %ro%o-si!0es acerca do direito se referem, em >ltima an/lise, a uma realida-de social. 1 fundamento da filosofia do direito tem que ser uma %ers-%ectiva sociolica.

    9ulius tone oferece uma defini!"o ecl*tica da tarefa da filosofiado direito, a qual inclui %ro'lemas lico-analticos, %ro'lemas *ticose %ro'lemas sociolicos eu %rinc%io norteador * que a filosofiado direito estuda o direito ) lu+ da lica, da *tica e da socioloia. 1%rinc%io em si n"o * claro e se tradu+ num areado de materiais$etero&neos sem coes"o or5nica. tone escreveu um livro colossaldes%endendo tremenda la'oriosidade e %rodiiosa erudi!"o, %or*mn"o %rodu+iu nen$uma teoria coerente.

    ;H- &he 'rovince andKunc#ians a-Ia 77E=7. ca%o F, %ar/rafos 77 a 7;. Defini!0es ecl*ticas semel$antes %odem serencontradas nas o'ras de muitos autores Fnleses e norte-americanos, tais como Ginoradolf, Pound, Meeton,

    Mocoure@, Co$feld, ?lmore, 1imasel, )s ve+es como em Btone, camufladas %or um esquema de c7asslfi.caN"o

    %retensamente racional. Ger Btone, op* cTf., ca%o 3, "ar!graos : e E. )ose < Mun+, 45ur 6roblemati derRec$ts%$lloso%$le um dle +itte des +an+isten 9a$r$underts,8 [s#er*l* f* ft. R, n. s. FG 37EN77. 7 e#se.*, a[irma quetodas as tr&s tend&ncias s"o ramos de Fual s#a#us da mesma ci&ncia ilosoia do direito oujurisprudence

    Captulo!!

    " #on#eito de $Direito %i&ente

    . O (ONTEDO DO ORDENAMENTO J"RFDI(O

    o ca%tulo anterior, tomando como 'ase uma an/lise do oo deadre+ e suas reras, formulei uma $i%tese de tra'al$o seundo a

    qual tem que ser %ossvel definir e e%licar o conceito de 8direitoviente8 em %rinc%io da mesma forma que o conceito de 8normaviente do adre+8. A tarefa a ser em%reendida aora * tentar de-senvolver essa $i%tese transformando-a numa teoria da sinifica!"oda e%ress"o 8direito viente8.

    A $i%tese de tra'al$o infere que as normas urdicas, como asnormas do adre+, servem como um esquema inter%retativo %araum conunto corres%ondente de atos sociais, o direito em a!"o, detal modo que se torna %ossvel com%reender essas a!0es como umtodo coerente de sinificado e motiva!"o e %redi+&-las dentro decertos limites. sta ca%acidade do sistema se funda no fato de queas normas s"o efetivamente acatadas %orque sentidas como social-mente o'riatrias.

    A ela'ora!"o dessa $i%tese requer a res%osta a duas quest0es6

    la) Como o cor%o individual de normas identificado como umordenamento urdico nacional se distinue do %onto de vista de seuconte>do de outros cor%os individuais de normas, tais como as nor-mas do adre+ do bridge ou da cortesiaX

    'f