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MESTRADO EM ENFERMAGEM
MARIA HELIANA DE MOURA AFONSO
DENVER II: INFLUNCIA DE ALGUMAS VARIVEIS
SOCIODEMOGRFICAS NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANAS
DE UMA INSTITUIO DA REDE PRIVADA DE ENSINO
Guarulhos
2014
MARIA HELIANA DE MOURA AFONSO
DENVER II: influncia de algumas variveis sociodemogrficas no
desenvolvimento de crianas de uma instituio da rede privada de
ensino
Dissertao apresentada ao Mestrado em Enfermagem
da Universidade Guarulhos para a obteno do ttulo de
Mestre em Enfermagem.
Orientador(a): Profa. Dra. Ana Llonch Sabats
Guarulhos
2014
Ficha catalogrfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas Fernando Gay da Fonseca
A257d
Afonso, Maria Heliana de Moura
Denver II: influncia de algumas variveis sociodemogrficas no desenvolvimento de crianas de uma instituio da rede privada de ensino / Maria Heliana de Moura Afonso. -- 2014.
93 f.; 31 cm.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Llonch Sabats
Dissertao (Mestrado em Enfermagem) Centro de Ps Graduao e Pesquisa, Universidade de Guarulhos, SP, 2014.
1. Desenvolvimento infantil 2. Enfermagem peditrica. 3. Sade da criana. I. Sabats, Ana Llonch orientador II. Universidade de Guarulhos III. Ttulo
CDD. 610.73
Dedicatria
Ao meu esposo e amigo, Constantino Rodrigues Afonso, companheiro de
todos os momentos; compreensivo nos momentos difceis e estimulador nas horas
de desnimo, com o qual aprendi, nesta caminhada, a enfrentar todos os obstculos,
Aos meus queridos filhos: Letcia e Joo Pedro, pela compreenso em meus
perodos de ausncia, motivo de alegria constante.
Aos meus pais: Antonio Jos de Moura (em memria) e Nomia da Costa
Moura, que sempre acreditaram na educao e me ensinaram os primeiros passos
para alcanar esta grande conquista.
Agradecimentos
Em especial a Deus, pela oportunidade de concretizar meus sonhos.
Universidade Guarulhos, instituio onde tive a oportunidade de dar um
importante passo rumo ao crescimento cientfico e profissional.
Em especial Profa. Dra. Ana Llonch Sabats, minha orientadora que me
ensinou o gosto pela pesquisa, confiou e me apoiou em todos os momentos e,
sobretudo, foi e ser um exemplo eterno de profissional, ser humano e amiga.
A minha diretora do curso, Profa. Dra. Maria de Belm Gomes Cavalcante,
exemplo de liderana e docncia, pelo apoio e incentivo.
Profa. Dra. Conceio Vieira da Silva Ohara e Profa. Dra. Rosa urea
Quintella Fernandes, por ter gentilmente disponibilizado seu tempo e
conhecimentos na avaliao deste trabalho, e pelas importantes contribuies feitas.
Aos professores do mestrado acadmico em Enfermagem, pelos
ensinamentos transmitidos, pelo exemplo profissional e pela amizade constante.
Aos funcionrios, em especial Cenise e Knia, que de alguma forma
contriburam para meus trabalhos durante esse perodo.
minha querida irm, Guiomar, que sempre me deu foras, me incentivou a
seguir na busca do saber e tantas vezes me substituiu nas minhas ausncias
familiares.
Madalena Alexandre Soares, minha fiel amiga e funcionria, a qual cuidou
de meus filhos com apreo e carinho em minhas ausncias.
s minhas colegas de trabalho, em especial: Helena Yaeko, Liana Richelma,
Maria Luiza Alfredo, Sandra Regina Anturio e Lcia Helena Grando, que foram
companheiras e incentivadoras.
minha amiga, Maria de Ftima Garcez, pelas generosas contribuies
neste trabalho.
Ao meu cunhado e irmo de corao, Odillon Pinto, e aos meus sobrinhos:
Helder, Edna, Edson, Edilson, Helen e Karoline, que sempre se mostraram
dispostos a colaborar, atendendo as minhas solicitaes.
minha grande amiga, Maria Del Pilar, pelo incentivo, amizade e generosa
contribuio neste trabalho.
s minhas colegas do Curso de Mestrado, em especial: Aretuzza, Rafaela
Angel, Erdinaxela e Susana, que dividiram comigo todos os momentos difceis e
contriburam muito neste trabalho.
famlia Moura e Afonso, pelo exemplo e solidariedade.
s minhas queridas alunas, em especial: Camila, Sophia, Erika, Natanny,
que tanto auxiliaram na realizao deste trabalho. Muito obrigada!
Descobri como bom chegar quando se tem pacincia, e
para chegar onde quer que seja, aprendi que no preciso
dominar a fora, mas a razo.
preciso antes de qualquer coisa querer.
(Amyr Klink.)
RESUMO Afonso MHM. DENVER II: influncia de algumas variveis sociodemogrficas no desenvolvimento de crianas de uma instituio da rede privada de ensino. [Dissertao]. Guarulhos (SP): Universidade Guarulhos; 2014.
Trata-se de um estudo descritivo, exploratrio, transversal e de campo, com
abordagem quantitativa, que teve como objetivos avaliar o desenvolvimento de
crianas de um a seis anos de idade de uma instituio de ensino da rede privada
por meio do Denver II e associar os fatores sociodemogrficos com os resultados do
Denver II. Participaram do estudo 105 crianas matriculadas em uma instituio de
ensino da rede privada, divididas em dois grupos, 49 no grupo colgio e 56 no grupo
creche. Os resultados mostraram que, em relao s variveis sociodemogrficas da
criana e dos pais, 53,6% das crianas da creche eram do sexo feminino e 55,1% do
sexo masculino; 55,1% das crianas do colgio eram meninos e 44,9%, meninas; a
mdia de idade das crianas do grupo creche foi 41,9 (DP 9,85 meses) e do grupo
colgio 58,0 (DP 13,4 meses); 57,1% das crianas da creche foram amamentadas
por um tempo inferior a seis meses e em 55,1% das crianas do colgio, o
aleitamento materno foi alm dos seis meses. A mdia de idade das mes das
crianas do colgio foi 38,4 (DP 6,3 anos) e das mes das crianas da creche foi
30,7 (DP 6,0 anos); a mdia de anos de estudo das mes das crianas do colgio foi
17,8 (DP 4,1) e do pai 18,3 (DP 5,3) e a das mes das crianas da creche foi 10,3
(DP 3,3) e do pai 9,8 (DP 5,4), a maioria das mes em ambos os grupos eram
casadas e trabalhavam. Em relao avaliao do desenvolvimento por meio do
Denver II, no grupo da creche foram identificadas 38 cautelas na linguagem; no
pessoa social, 36 cautelas e 22 atrasos; no motor fino-adaptativo, 24 cautelas e oito
atrasos; o teste de Denver II foi normal para 19 (33,9%) crianas da creche e
questionvel para 37 (66,1%); nas crianas do colgio, o teste foi normal para 40
(86,9%) e questionvel para 9 (18,3%). Em relao associao das variveis
sociodemogrficas com o Denver II, normal e questionvel, no grupo colgio, no
houve associao estatisticamente significativa entre as variveis e o Denver II e no
grupo da creche, os anos de estudo da me (P-valor 0,0298) e o nmero de pessoas
no domiclio (P-valor 0,0298) apresentaram associao significativamente estatstica
com o resultado do Denver II. Neste estudo ficou evidente a influncia de algumas
variveis sociodemogrficas sobre o desenvolvimento da criana em diferentes
contextos socioeconmicos. Apesar de no haver associao estatisticamente
significativa nas variveis sociodemogrficas, as crianas da creche apresentaram
um desempenho inferior comparado ao desempenho das crianas do colgio em
todas as reas do desenvolvimento.
Palavras-chave: desenvolvimento infantil, enfermagem peditrica, sade da
criana.
.
ABSTRACT
Afonso MHM. DENVER II: influence of sociodemographic variables on childrens development at a private educational institution. [Dissertation]. Guarulhos (SP): Guarulhos University; 2014.
This is a descriptive, exploratory, cross-sectional field study with a quantitative
approach, which aimed to assess the development of children aged one to six years
of age of an educational institution of the private network through the Denver II and
associate sociodemographic factors with the results of the Denver II. The study
included 105 children enrolled in an educational institution of the private network,
divided into two groups, 49 in the school group and 56 in daycare group. The results
showed that, in relation to sociodemographic variables of children and parents, 53.6
% of children in daycare were female and 55,1 % male; 55,1% of school children
were boys and 44,9 % girls; the average age of children in the daycare group was
41,9 (STD 9,85 months) and in the school group 58.0 (STD 13,4 months); 57.1% of
children in daycare were breastfed for less than six months and 55.1% of school kids
were breastfed beyond six months of age. The average age of the mothers of
children in the school was 38,4 (STD 6,3 years) and mothers of children of daycare
was 30,7 (STD 6,0 years old); the average schooling years of mothers of children
from school was 17,8 (STD 4,1) and fathers 18.3 (STD 5,3) and mothers of children
from daycare was 10,3 (STD 3,3) and fathers 9.8 (STD 5,4), the majority of mothers
in both groups were married and worked. Regarding the assessment of the
development through the Denver II, in the daycare group 38 cautions were identified
in language; in personal social, 36 cautions and 22 delays; in fine motor-adaptive, 24
cautions and eight delays; the Denver II test was normal for 19 (33.9%) children in
the daycare and questionable for 37 (66.1%); in the school children, the test was
normal for 40 (86.9%) and questionable for 9 (18.3%). Regarding the association of
sociodemographic variables with the Denver II, normal and questionable in the
school group, there was no statistically significant association between the variables
and the Denver II and the daycare group, the mothers years of schooling (P-value
0.0298 ) and the number of household members (P-value 0.0298), showed
statistically significant association with the outcome of the Denver II. It was clearly
shown in this study, the influence of sociodemographic variables on child
development in different socioeconomic contexts. Although there was no statistically
significant association for socio-demographic variables, daycare children had a lower
13
performance compared to the performance of children in school in all areas of
development.
Keywords: child development, pediatric nursing, childs health.
.
RESUMEN Afonso MHM. DENVER II: Influencia de algunas variables sociodemogrficas en el desarrollo de nios de una institucin particular de enseanza [Disertacin]. Guarulhos (SP): Universidad de Guarulhos; 2014.
Se trata de un estudio descriptivo, investigativo, transversal y de campo, con
abordaje cuantitativa que tuvo como objetivos evaluar el desarrollo de nios, de un a
seis aos de edad, que frecuentaban una institucin de enseanza de la red
particular, evaluar el desarrollo de esos nios por medio del Denver II y asociar los
factores sociodemogrficos con los resultados de Denver II. Participaron del estudio
105 nios matriculados en una institucin de enseanza particular, divididas en dos
grupos, 49 en el grupo colegio y 56 en el grupo guardera. Los resultados mostraron
que en relacin a las variables sociodemogrficas del nio y de los padres: 53,6% de
los nios de la guardera eran del sexo femenino y 55,1% del sexo masculino; 55,1%
de los nios del colegio eran nios y 44,9% nias; el promedio de edad de los nios
del grupo guardera fue 41,9 (DP 9,85 meses) y del grupo del colegio 58,0 (DP 13,4
meses); 57,1% de los nios de la guardera fueron amamantados por un tiempo
inferior a seis meses y en 55,1% de los nios del colegio la lactacin materna fue
adems de los seis meses; el promedio de edad de las madres de los nios del
colegio fue de 38,4 (DP 6,3 aos) y de las madres de los nios de la guardera fue
30,7 (DP 6,0 aos); el promedio de aos de estudio de las madres de los nios del
colegio fue 17,8 (DP 4,1) y del padre 18,3 (DP 5,3) y de las madres de los nios de
la guardera fue 10,3 (DP 3,3) y del padre 9,8 (DP 5,4), la mayora de las madres en
ambos grupos eran casadas y trabajaban. Con relacin a la evaluacin del
desarrollo por medio del Denver II: en el grupo de la guardera fueron identificadas
38 cautelas en el lenguaje, en el personal social 36 cautelas y 22 retrasos, en el
motor fino adaptativos 24 cautelas y ocho retrasos; el test de Denver II fue normal
para 19 (33,9%) nios de la guardera y cuestionable para 37 (66,1%); en los nios
del colegio el test normal para 40 (86,9%) y cuestionable para 9 (18,3%). Con
relacin a la asociacin de las variables sociodemogrficas con el Denver II normal y
cuestionable: en el grupo colegio no hubo asociacin estadsticamente significante
entre las variables y el Denver II y en el grupo de la guardera, os aos de estudio de
la mam (P- valor 0,0298) y el nmero de personas en el domicilio (P-valor 0,0298)
presentaron asociacin significativamente estadstica con el resultado del Denver II.
En este estudio qued evidente la influencia de algunas variables sociodemogrficas
15
sobre el desarrollo del nio en el desarrollo del nio en diferentes contextos
socioeconmicos. A pesar de no haber asociacin estadsticamente significante en
las variables sociodemogrficas, los nios de la guardera presentaron un
desempeo inferior comparado con el desempeo de los nios del colegio, en todas
las reas del desarrollo.
Palabras claves: desarrollo infantil, enfermera peditrica, salud del nio.
16
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Fluxograma de formao da amostra das crianas da creche e do colgio...............................................................................
47
FIGURA 2 Material utilizado para a aplicao do Denver II....................... 52
FIGURA 3 Distribuio das crianas da creche e colgio segundo os escores cautela e atraso no Denver II. So Paulo, 2012..........
62
FIGURA 4 Distribuio das crianas da creche e do colgio segundo a presena ou no das cautelas e atraso no Denver II. So Paulo, 2012...............................................................................
63
FIGURA 5 Classificao do Denver II segundo os escores obtidos na sua aplicao. So Paulo, 2012................................................
64
LISTA DE TABELA
TABELA 1 Distribuio das crianas da creche e do colgio segundo as variveis sciodemogrficas das crianas. So Paulo, 2012............................................................ 58
TABELA 2 Distribuio das crianas da creche e do colgio segundo as variveis sciodemogrficas dos pais das crianas. So Paulo, 2012............................................. 60
TABELA 3 Comparao do Denver ll (normal e questionvel) com as variveis sciodemogrficas da criana. So Paulo, 2012................................................................... 66
TABELA 4 Associao do Denver ll(normal e questionvel) com as variveis sciodemogrficas dos pais das crianas. So Paulo, 2012............................................................ 67
LISTA DE ABREVIATURAS
AIDPI = Ateno Integrada s Doenas Prevalentes na Infncia
AIMS = Alberta Infant Scale
AM = Aleitamento Materno
BSID = Escala de Desenvolvimento Infantil de Bayle
CEP = Comit de tica em Pesquisa
DP = Desvio-Padro
ECA = Estatuto da Criana e do Adolescente
EF = Ensino Fundamental
EM = Ensino Mdio
ESF = Estratgia de Sade da Famlia
F = Falhou
GRENDEN = Grupo Interdisciplinar de Estudos do Desenvolvimento
IRA = Infeco Respiratria Aguda
MAI = Avaliao dos Movimentos da Criana
NBAS = Escala de Avaliao do Comportamento do Neonato
OMS = Organizao Mundial de Sade
OPAS = Organizao Pan-americana de Sade
OR = Odds Ratio
P = Passou
PACS = Programa de Agentes Comunitrios
PAISC = Programa de Assistncia Integral Sade da Criana
PDMS = Peabody Desenvolvimental Motor Scale
PSF = Programa de Sade da Famlia
R = Recusa
RN = Recm-nascido
SO = Sem Oportunidade
TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TIMP = Test of Infant Motor Performance
UBS = Unidade Bsica de Sade
UNG = Universidade Guarulhos
SUMRIO
1 INTRODUO........................................................................................................17
2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 44
3 MTODO............................................................................................................... 46
3.1 Tipo de estudo.................................................................................................... 46
3.2 Local de estudo.................................................................................................. 46
3.3 Amostra.............................................................................................................. 47
3.4 Variveis deste estudo....................................................................................... 48
3.5 Procedimentos ticos......................................................................................... 49
3.6 Coleta de dados................................................................................................. 49
3.6.1 Instrumento de coleta de dados...................................................................... 49
3.7 Procedimento de coleta de dados...................................................................... 53
4 TRATAMENTO DOS DADOS............................................................................... 56
5 RESULTADOS...................................................................................................... 58
5.1 Variveis sociodemogrficas.............................................................................. 58
5.2 Avaliao do desenvolvimento por meio do Denver ll ...................................... 62
5.3 Associao das variveis.................................................................................... 66
6 CONCLUSO........................................................................................................ 70
REFERNCIAS......................................................................................................... 74
APNDICE A - Instrumento de coleta de dados....................................................... 81
APNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................................. 83
APNDICE C - Solicitao de autorizao............................................................... 85
ANEXO A - Autorizao da instituio...................................................................... 87
ANEXO B - Parecer do comit de tica.................................................................... 88
ANEXO C Formulrio do Denver ll......................................................................... 89
INTRODUO
17
1 INTRODUO
A Conveno sobre os Direitos da Criana recomenda priorizar o interesse
pela criana quando as aes forem levadas a efeito por rgos legislativos ou
autoridades administrativas e considera que os estados deveriam assegurar ao
mximo a sobrevivncia e o desenvolvimento harmonioso da criana1.
No Brasil, o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), desde 1990,
garante a proteo integral da criana e do adolescente, transferindo para o poder
pblico a implementao de polticas direcionadas a essa populao. Alm disso,
estabelece a responsabilidade da sociedade e dos pais na ateno criana e ao
adolescente2.
A Organizao Mundial de Sade (OMS) estimou que 10% da populao de
qualquer pas apresenta algum tipo de deficincia3. No Brasil, o censo de 2010
mostrou que de 190.732.694 habitantes, 24% ou seja, quase 46 milhes de
pessoas, sofriam de alguma deficincia; entre estas, encontram-se crianas com
alteraes no desenvolvimento4.
Sabe-se que quanto mais cedo forem identificados os riscos ou atraso do
desenvolvimento na criana e aplicada uma interveno, menor ser o prejuzo para
sua vida futura5, 6,7.
Assim, avaliar e acompanhar o desenvolvimento faz parte da avaliao
integral sade da criana e toda a equipe de sade deve estar preparada,
identificando crianas de risco, detectando e abordando adequadamente as
alteraes no desenvolvimento neuropsicomotor da criana.
Reconhecendo a importncia da vigilncia/acompanhamento do
desenvolvimento da criana, o governo tem implantado, no decorrer dos anos,
polticas de atendimento criana e adolescente, entre elas:
- o Programa de Assistncia Integral Sade da Criana (PAISC, 1983) que
prope atendimento s crianas de zero a cinco anos visando reduzir a morbidade e
a mortalidade nessa faixa-etria. Esse programa tem como aes bsicas o
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, controle das doenas
prevenidas por imunizao, assistncia e controle das doenas diarreicas,
18
assistncia e controle da Infeco Respiratria Aguda (IRA), aleitamento materno e
orientao alimentar para o desmame8.
- o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA, 1990) assegura criana e
ao adolescente todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento fsico, mental, moral espiritual e social, em condies de liberdade
e de dignidade (artigo 3 da Lei n 8.069/90). O ECA ainda prev o direito
proteo vida e sade por meio de iniciativas pblicas que permitam o
nascimento e desenvolvimento sadio2.
- a Ateno Integrada s Doenas Prevalentes na Infncia (AIDPI, 2001)
tambm tem como objetivo principal reduzir a mortalidade por doenas prevalentes
nas crianas menores de cinco anos, especialmente nas mortes causadas por IRA,
diarreias e desnutrio, alm de reduzir o nmero e a gravidade de casos de
infeco de doenas respiratrias agudas e outros agravos permanentes, no intuito
de melhorar a qualidade da ateno criana, nos servios de sade, diminuir o uso
de tecnologias inadequadas de diagnstico e tratamento, introduzir aes de
promoo e preveno da sade infantil na rotina de ateno dos servios de sade
(vigilncia do crescimento e desenvolvimento), expandir a ateno integrada no nvel
comunitrio9:
O Pacto pela Vida e Sade da Criana (PACTO PELA VIDA, 2006) tem como
metas reduzir a mortalidade infantil em 5%, reduzir em 50% os bitos por doenas
diarreicas e 20%, as respiratrias, apoiar proposta de interveno para qualificao
de doenas prevalentes10.
O governo tambm elaborou alguns cadernos e definiu estratgias de
ateno bsica sade da criana direcionada vigilncia/acompanhamento do
desenvolvimento como:
- em 2002, foi publicado pela Secretaria de Polticas de Sade/Ministrio da
Sade o Caderno de Ateno Bsica n 11, Sade da Criana- Acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento infantil11;
- mais tarde, em 2004, o Ministrio da Sade definiu estratgias que
priorizaram a melhoria das condies de sade e de vida das pessoas. Nesse
contexto, as normas para o acompanhamento do desenvolvimento foram
19
gradativamente incorporadas s atividades do Programa de Agentes Comunitrios
(PACS) e do Programa de Sade da Famlia (PSF), potencializando assim os
esforos do Ministrio da Sade e de Secretarias de Sade para a vigilncia da
sade da criana12;
- em 2007, foi lanado pela Organizao Pan-americana de Sade (OPAS), o
Manual para vigilncia do desenvolvimento infantil no contexto da AIDPI, com
participao do governo do Par, que visou capacitar os profissionais de sade que
atuavam na ateno primria da Secretaria de Sade de Belm-PA em
desenvolvimento infantil, hoje incorporado s Unidades Bsicas de Sade (UBS) e
na Estratgia Sade da Famlia (ESF) em todo o Brasil, para reforar as
intervenes destinadas a melhorar o desenvolvimento na infncia9.
- em 2009, o governo implantou a ltima verso da Caderneta de Sade da
Criana, que rene o registro dos mais importantes eventos relacionados sade
infantil, incluindo os indicadores de desenvolvimento, baseados na seguinte
premissa:
vigiar o desenvolvimento da criana nos primeiros anos de
vida de fundamental importncia, pois nesta etapa da
vida extrauterina que o tecido nervoso mais cresce e
amadurece, estando, portanto, mais sujeito aos agravos.
Devido a sua grande plasticidade, tambm nesta poca
que a criana melhor responde aos estmulos que recebe
do meio ambiente e s intervenes, quando necessrias
13;
- em 2012, surge mais um dos cadernos de ateno bsica, o de n 33, do
Ministrio da Sade, intitulado Sade da Criana: Crescimento e Desenvolvimento,
que objetiva apoiar as equipes de ateno bsica no processo de qualificao no
cuidado. Destaca a relevncia do diagnstico e acompanhamento do
desenvolvimento das crianas e chama a ateno sobre os principais protocolos que
preconizam a avaliao objetiva de habilidades motoras, de comunicao, de
interao social e cognitiva, nas consultas de superviso de sade e cita as
propostas de Drachler; Leite, Flavell; American Family Physicians; Institute Clinical
Systems Improvement; U.S. Preventive Services Task Force5, 14-19.
20
No entanto, devido complexidade do desenvolvimento infantil, ainda no h
uma padronizao de estratgias ou ferramentas para a respectiva avaliao, o que
incentiva a busca de instrumentos capazes de avaliar, acompanhar e identificar
eventuais atrasos.
Vrios so os instrumentos mencionados, na literatura, para a avaliao do
desenvolvimento infantil, entre eles:
Escala de desenvolvimento de Gesell e Amatruda um teste que
envolve avaliao direta e observao da qualidade e da integrao do
comportamento. Pode ser aplicado em crianas de quatro semanas a 36 meses de
idade cronolgica. Avalia o comportamento adaptativo, motor grosseiro e delicado,
linguagem e pessoal-social. um teste de boa confiabilidade e validade e um bom
instrumento de diagnstico, porm apresenta algumas limitaes, por no considerar
a movimentao espontnea do recm-nascido20.
Escala de desenvolvimento infantil de Bayley (BSID) - Desenvolvida por
Nancy Bayley, em 1969, avalia o desenvolvimento infantil motor, cognitivo,
linguagem e comportamental. So testes padronizados que permitem a avaliao de
crianas de um a 42 meses de idade, e apresentam trs verses; BSID I (1969),
BSID II (1983) e BSID II(2006). H necessidade de treinamento especfico para sua
utilizao21.
Teste de Triagem Sobre o Desenvolvimento de Milani-Comparetti
Desenvolvido por Milani Comparetti e Gidoni em 1967, um teste de investigao
padronizado de comportamentos, baseado na correlao entre as aquisies
funcionais motoras da criana e as estruturas reflexas. Indicado para crianas a
partir do nascimento at dois anos de idade. Observam-se tanto comportamentos
espontneos (controle postural e padres de movimentos ativos), quanto respostas
evocadas (reflexos primitivos, reaes de endireitamento e equilbrio22.
Grfico do Desenvolvimento Motor de Zdanska-Brincken criado por
Zdanska-Brincken e Wolanski, em 1969, avalia o controle postural de crianas no
primeiro ano de vida como subsdio para o monitoramento do seu desenvolvimento.
O instrumento apresenta quatro grids para delinear as mudanas do
desenvolvimento a respeito de movimentos da cabea e do tronco, postura sentada,
21
postura bpede e locomoo. Avalia no s o desenvolvimento de acordo com a
idade, mas o grau de acelerao e atraso23.
Escala de Avaliao do comportamento do neonato (NBAS) Criada por
T.Berry Brazelton e Kelvi Nugent em 1973, est baseada em critrios de habituao,
resposta oromotora, funo vestibular e de tronco, comportamentos e interao
social. apropriada para avaliar recm-nascidos de trs dias at um ms de idade.
O teste avalia, analisa e gradua 28 itens comportamentais (capacidade interativa,
comportamento motor, organizao do estado comportamental e organizao
fisiolgica). Envolve 18 itens de reflexos24.
Avaliao dos Movimentos das Crianas (MAI) Desenvolvido por
Lynnette Chandler, Mary Andrews e Marcia Sannson, em 1980, avalia o
desenvolvimento motor em crianas com idade de at um ano. Consiste na
avaliao do tnus, reflexos primitivos, reaes automticas de endireitamento,
equilbrio e proteo, alm de movimentos voluntrios obtidos por estmulos visuais
e auditivos ou manifestaes motoras25, 26.
Avaliao Neurolgica de Recm-nascidos Prematuros e a Termo
Desenvolvido por Lilly Dubowitz e Victor Dubowitz em 1981, avalia nove itens de
neurocomportamento (capacidade do RN em se adaptar a estmulos luminosos e
sonoros repetidos, movimentos espontneos do corpo, reao defensiva,
observao de movimentos oculares anormais, orientao auditiva e visual, ateno
aos estmulos visuais e auditivos), quinze itens que avaliam o tnus muscular e seis
itens que medem os reflexos primitivos e profundos. Pode ser aplicado em crianas
de zero a 12 meses. Determina a maturao e desvio neurolgico de bebs27.
Peabody Developmental Motor Scale (PDMS) Desenvolvido por Rhonda
Folio e Rebecca Fewell em 1982. um teste padronizado para avaliao das
habilidades motoras grosseiras e finas divididas em seis subtestes: reflexos,
esttica, locomoo, manipulao de objetos, garra e integrao visual motora.
Avalia crianas desde o nascimento at cinco anos de idade28.
Test of Infant Motor Performance (TIMP) Idealizado por Suzann Campbell
e colaboradores em 1993. um teste de funo motora do comportamento, para ser
aplicado em crianas pr-termo e a termo de 34 semanas ps-concepo at a
idade de 4 meses; busca avaliar a qualidade de movimento, controle e alinhamento
22
postural, equilbrio e coordenao de acordo com a evoluo e habilidades
funcionais29, 30.
Alberta Infant Motor Scale (AIMS) Desenvolvida por Martha Piper e
Johanna Darrah em 1994 uma escala que avalia e monitora o desenvolvimento
motor amplo de lactentes, desde o nascimento at 18 meses de vida ou at a
aquisio da marcha independente, por meio da observao da atividade motora
grosseira em quatro posies, prono, supino, sentado e de p. Identifica o RN com
atraso motor e avalia a maturao da habilidade motora grosseira31, 32.
Denver ll Desenvolvido por William Frankenburg em 1992, o teste de
triagem mais usado na avaliao do desenvolvimento pela comunidade cientfica
nacional e internacional, publicado nos idiomas ingls e espanhol. O Denver II de
fcil aplicao, avalia crianas de zero a seis anos de idade e composto de 125
itens representados por tarefas organizadas em quatro reas: pessoal-social, que
compreende aspectos da socializao da criana; motor-fino-adaptativo, que inclui
coordenao olho/mo; a do motor grosso diz respeito ao controle motor corporal, e
linguagem, que envolve a capacidade de reconhecer, entender e usar a linguagem.
Para sua aplicao, os profissionais devem passar por treinamento de capacitao33,
34.
A facilidade de aplicao e a idade de abrangncia (entre zero e seis anos)
tornou o Denver II elegvel para uso na avaliao e acompanhamento de crianas
que frequentam creches, pr-escolas, unidades bsicas de sade, ambulatrios,
hospitais e servios especializados em distrbios de desenvolvimento infantil.
Denver II um instrumento facilitador da assistncia criana e de ajuda, por
possibilitar uma avaliao global e especfica do seu desenvolvimento.
No Brasil, o Denver II foi traduzido e adaptado culturalmente e est sendo
validado pelos pesquisadores do Grupo Interdisciplinar de Estudos do
Desenvolvimento GREDEN*, do qual a orientadora faz parte e tem a autorizao do
autor.
* Ana Llonch Sabates, Enfermeira, Doutora em Cincias da Sade - Enfermagem Peditrica, Profa. do Mestrado em Enfermagem da Universidade Guarulhos. Dionsia Aparecida Cusin Lamnica, Fonoaudiloga, Livre docente, Profa. da Faculdade de Bauru/USP. Jacy Perissinoto, Fonoaudiloga, Doutora em Distrbios da Comunicao Humana, Ps-doutorado em Psicolingustica/ Paris/ Sorbone. Jos Roberto da Silva Brtas, Psiclogo, Doutor em Enfermagem, Prof. da Universidade Federal de So Paulo. Maria das Graas Barreto da Silva Enfermeira,
23
Por esse motivo, foram utilizados para este estudo: a verso do Denver II, o
manual de treinamento, vdeo e o kit de objetos originais.
Avaliar desenvolvimento infantil implica o conhecimento de caractersticas
bsicas desse desenvolvimento. Assim, considera-se relevante discorrer acerca do
desenvolvimento motor-grosseiro, motor-fino, da linguagem e de socializao de
crianas com idade entre zero e seis anos, baseado na literatura que est
apresentada no quadro a seguir.
Psicomotricista, Mestre em Enfermagem Peditrica. Magda Andrade Rezende, Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Livre docente/USP, Profa. da Escola de Enfermagem da USP. Rosa Ressegue Ferreira da Silva, Mdica Pediatra, Doutora em Pediatria, Coordenadora do Projeto Desenvolver PIDA, Embu/UNIFESP. Selma Mie Isotani, Fonoaudiloga, Doutora em Cincias da Sade Distrbios da Comunicao Humana.
24
Quadro 1 - Marcos do desenvolvimento motor grosso, motor fino, de linguagem e pessoal social da criana de zero a seis anos de idade* 35, 36,37.
rea do desenvolvimento
Idade da criana
Motor grosso
Motor fino
Pessoal social
Linguagem
Nascimento a 1 ms
Em posio fletida com a pelve elevada, os joelhos no se encontram sob o abdome.
Quando em pronao, os joelhos ficam fletidos sob o abdome.
Em decbito dorsal, capaz de virar a cabea de um lado para o outro e levantar a mesma do leito por alguns momentos.
Quando suspensa pelos braos na posio deitada para sentada, apresenta acentuada queda da cabea.
Mantm a cabea momentaneamente paralela linha mdia, quando suspensa.
Em posio supina, assume a posio reflexa tnica cervical assimtrica.
Mos predominantemente fechadas.
Reflexo de preenso forte.
Mo se fecha ao contato com chocalho.
Observa intencionalmente o rosto dos pais, quando estes falam com ele.
Inteiramente autista. (autoconcentrado)
Produz pequenos sons guturais.
Produz rudos de satisfao durante a alimentao.
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
25
2 meses
2 meses*
Posio menos fletida quando em pronao.
Quadris aplanados, pernas estendidas, braos flexionados, cabea para o lado.
Menor queda da cabea, quando puxado para posio sentada.
Pode manter a cabea no mesmo plano do corpo quando mantido em suspenso ventral.
Pode elevar a cabea 45 graus em relao mesa.
Quando mantido na posio sentada, a cabea no cai para trs, inclina-se para frente.
Mos abertas.
Enfraquecimento do reflexo de preenso.
Quando recebe diferentes estmulos, apresenta sorriso social em resposta.
Prefere, visualmente, as pessoas aos objetos.
Excita-se ante a aproximao de objetos.
Vocaliza.
O choro torna-se diferenciado.
Vocaliza para uma voz familiar.
3 meses
Mantm a cabea ereta, quando sentado, porm ainda a inclina para frente.
Apresenta ligeira queda da cabea quando puxado para sentar.
Assume posio simtrica.
capaz de elevar a cabea e os ombros at uma posio de 45 a 90 graus.
capaz de suportar pequenas fraes de peso sobre as pernas.
Ausncia de reflexo de preenso.
Mos constantemente abertas.
Segura ativamente um chocalho, porm no procura por ele.
Segura a prpria mo.
Puxa lenis e roupas.
Demonstra muito interesse no que o cerca.
Para de chorar quando na presena da me.
Reconhece rostos e objetos familiares.
Grita alto para demonstrar prazer, arrulha, balbucia e ri.
Vocaliza quando sorri.
Fala muito.
Apresenta menos choro.
4 meses
Quase no apresenta queda da cabea, quando puxado para posio sentada.
Capaz de elevar a cabea e o trax no leito.
Inspeciona e brinca com as mos.
Puxa as roupas ou o lenol para cobrir o rosto, brincando.
Demanda ateno fazendo barulho.
Aborrece-se quando deixado sozinho.
Produz sons de consoantes N, Q, G, P, B;
Ri alto.
A vocalizao modifica-se de
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
26
Assume predominantemente posio simtrica.
Rola de costas.
Senta-se ereto caso seja levantado.
Tenta pegar objetos com a mo, porm os ultrapassa.
Pega objetos com as duas mos.
Brinca com o chocalho colocado na mo, balana-o, porm no pode peg-lo caso caia.
Pode levar objetos boca.
Aprecia interao social com pessoas.
Antecipa a alimentao, quando v a mamadeira.
Mostra excitao com o corpo todo, grita, respira ruidosamente.
Demonstra interesse por estmulos estranhos.
Comea a demonstrar memria. Consciente de ambientes estranhos.
acordo com o humor.
5 meses*
No h queda da cabea, quando puxado para a posio sentada.
Quando sentado, capaz de manter a cabea ereta e firme.
Capaz de permanecer sentado por longos perodos, caso seu dorso esteja bem apoiado.
Dorso retificado.
Quando em pronao, assume posicionamento simtrico com braos estendidos.
Quando mantido de p, consegue suportar a maior parte de seu peso.
Consegue virar-se de decbito ventral para decbito dorsal.
Quando em supinao, coloca os ps na boca.
Capaz de pegar voluntariamente objetos.
Usa preenso palmar, com abordagem ambidestra.
Brinca com os artelhos.
Segura um cubo, enquanto observa o outro.
Ri para sua imagem no espelho.
Segura a mamadeira com ambas as mos.
Brinca com mais entusiasmo, porm pode apresentar rpidas mudanas de humor.
Capaz de diferenciar entre estranhos e familiares.
Vocaliza insatisfao, quando um objeto lhe retirado.
Descobre partes do corpo.
Emite gritinhos.
Balbucia sons parecidos com vogais, intercalados com sons de consoantes. (p.ex., ah-goo).
Quando em pronao, pode elevar o trax e o abdome
Recupera um objeto que caiu.
Reconhece seus pais.
Comea a apresentar temor de
Comea a imitar sons.
Balbucia semelhante a
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999.
36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
27
6 meses
superior acima da mesa, suportando o peso sobre as mos.
Senta-se na cadeira alta com o dorso retificado.
Rola decbito dorsal para decbito ventral.
Quando de p, suporta quase todo seu peso.
Larga um cubo, quando lhe oferecem outro.
Pega e manipula pequenos objetos.
Segura a mamadeira.
Pega os ps e os coloca na boca.
estranhos.
Estende seus braos para ser carregado.
Demonstra preferncias e averses.
Comea a imitar (tosse, protruso da lngua).
Excita-se ao ouvir passos.
Procura momentaneamente por um objeto cado (senso de permanncia).
Frequentes alteraes de humor- do riso ao choro, com pouca ou nenhuma provocao.
expresses monossilbicas (p.ex., ma, mu, da, di, hi).
Ri alto.
Sente prazer em ouvir os prprios sons (autoesforo);
7 meses
Quando em supinao, levanta espontaneamente a cabea da mesa.
Senta-se, apoiando-se em ambas as mos.
Senta-se ereto, momentaneamente.
Suporta todo o peso sobre os ps.
Quando mantido de p, balana-se ativamente.
Transfere objetos de uma mo para outra.
Bate um cubo na mesa.
Inclina-se para pegar um pequeno objeto.
Temor crescente de estranhos.
Mostra sinais de amedrontamento quando a me desaparece.
Imita atos e rudos simples.
Tenta atrair a ateno tossindo e fungando.
Brinca de esconde-esconde.
Demonstra no gostar da comida, mantendo os lbios cerrados.
Demonstra agressividade oral, ao morder e fazer caretas.
Olha momentaneamente para um brinquedo que desaparece.
Produz sons vocais e slabas ligadas- baba, dada, caca.
Vocaliza quatro sons vogais diferentes.
Conversa quando os outros esto falando.
8 meses
Senta-se com firmeza e sem apoio.
Incio da preenso em tesoura, utilizando o indicador e o quarto e
Crescente ansiedade pela perda dos pais, principalmente da me, e temor de estranhos.
Produz sons de consoantes t, v e d.
35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001.
37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001. Cont.
28
8 meses*
Suporta facilmente seu peso sobre as pernas, quando apoiado; pode levantar-se com ajuda.
quinto dedos contra a parte inferior do polegar.
Solta os objetos quando quer.
Pega um objeto puxando-o por um barbante.
Tenta persistentemente pegar brinquedos fora de seu alcance
Responde palavra no.
No gosta da troca de roupas ou de fraldas.
Escuta seletivamente as palavras familiares.
Combina slabas, como dada, porm no lhes confere significado.
9 meses
Rasteja, pode retroceder inicialmente.
Senta-se com firmeza no cho, durante perodos prolongados (10 minutos).
Recupera o equilbrio quando se inclina para frente, porm no consegue recuper-lo quando cai para os lados.
Fica de p segurando-se nos mveis.
Levanta-se sozinho.
Capacidade de usar os dedos polegar e indicador para preenso em pina grosseira.
Preferncia pelo uso da mo dominante faz-se evidente.
Os pais (me) so cada vez mais importantes para a prpria segurana.
Crescente interesse em agradar a me.
Comea a demonstrar medo de ir para a cama e ficar sozinho.
Procura por um objeto, caso veja que foi escondido.
Reponde a comandos verbais simples.
Compreende no-no.
10 meses
Arrasta-se, movimentando-se para frente com as mos.
Pode mudar de posio de pronao para a sentada.
Senta-se sozinho.
Fica de p, embora se
Incio de liberao imperfeita de objetos.
Inibe seu comportamento ao ouvir comando verbal de no-no ou seu prprio nome.
Imita expresses faciais, d tchau.
Estende um brinquedo para os
Diz mama, dada com significado.
Pode dizer uma palavra (p.ex., oi, tchau. Que, no).
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
29
10 meses*
segurando nos mveis, senta-se caindo.
Quando de p, levanta o p para dar um passo.
outros, porm no o solta.
Procura por um objeto num canto ou sob um travesseiro.
Repete aes que atraiam a ateno e sejam engraadas
Puxa a roupa dos outros para chamar sua ateno.
Brinca com jogos interativos, como bater palminha.
Reage raiva do adulto, chora quando repreendido.
Demonstra independncia no vestir-se, alimentar-se, habilidades locomotoras e testes aos pais.
Olha e acompanha as figuras de um livro.
11 meses
Engatinha com o abdome sobre o cho.
Vagueia ou anda segurando-se na moblia.
Pode segurar um lpis de cera para fazer a marca sobre um papel.
Explora os objetos com maiores detalhes.
Experimenta a alegria e satisfao ao dominar uma tarefa.
Reage s restries com frustrao.
Imita sons da fala definitiva.
Usa jargo.
12 meses
Pode ficar de p sozinho, momentaneamente.
Pode sentar-se aps estar de p, sem ajuda.
Anda seguro por uma mo.
Preenso em pina bem desenvolvida.
Larga os objetos propositalmente, para que sejam apanhados.
Coloca um objeto depois do
Demonstra emoes como cimes, afeto (pode dar abrao ou beijo quando solicitado), raiva e medo..
Balana a cabea para dizer no.
Diz duas ou mais palavras, alm de papa, mama.
Compreende o significado de vrias palavras (a compreenso precede a verbalizao).
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
30
12 meses*
outro dentro de um recipiente (brincadeira sequencial).
Solta o cubo em uma xcara.
Tenta construir uma torre de dois cubos, porm no consegue.
Tenta introduzir uma bolinha em uma garrafa de gargalo estreito, porm no consegue.
Pode virar as pginas de um livro, muitas ao mesmo tempo.
Diverte-se no ambiente familiar e explora afastado de sua me.
Temeroso em situao desconhecida, agarra-se a me.
Pode desenvolver o hbito de cobertor de transio ou brinquedo favorito.
Incessante determinao de praticar habilidades locomotoras.
Procura por um objeto, mesmo que no saiba onde foi escondido, porm apenas onde estava pela ultima vez.
Reconhece objetos por seu nome.
Imita sons de animais.
Compreende comandos verbais simples (p.ex.D isso para mim, Mostre-me seus olhos).
15 meses
Anda sem ajuda (geralmente a partir dos 13 meses).
Sobe escadas engatinhando.
Ajoelha-se sem apoio.
No consegue dobrar esquinas ou parar subitamente sem perder o equilbrio.
Consegue levantar-se sem apoio.
No consegue atirar a bola sem
Atira constantemente objetos ao cho.
Constri torre de dois cubos.
Segura dois cubos em uma mo.
Introduz uma bolinha em uma garrafa de gargalo estreito.
Rabisca espontaneamente
Usa a xcara, mas vira a colher.
Tolera certo grau de separao da me.
Tem menos medo de estranhos.
Comea imitar os pais, limpando a casa, (por exemplo: limpando, tirando p, dobrando as roupas).
Alimenta-se sozinho, usando xcara normal, derramando pouco.
Usa jargo nas palavras.
Fala de 4 a 6 palavras, inclusive nomes.
Pede os objetos, apontando-os.
Entende ordens simples.
possvel que abane a cabea para simbolizar no.
Fala no mesmo quando
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
31
15 meses*
cair. Pode ter abandonado o uso de mamadeira.
Maneja a colher, mas vira-a prximo da boca.
Beija e abraa os pais, as vezes beija a figura de um livro.
Experimenta suas emoes. Apresenta crises de birra.
Descobre objetos escondidos desde que no mesmo lugar anterior.
Capaz de introduzir objeto redondo num buraco.
Encaixa objetos pequenos dentro de outros.
Sabe que fora do campo visual no significa inalcanvel; abre portas e gavetas para alcanar objetos.
concorda com o que lhe pediu.
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
32
18 meses
Corre desajeitadamente, caindo com frequncia.
Sobe escadas quando segurado por uma das mos.
Puxa e empurra brinquedos.
Pula no lugar com os dois ps juntos.
Senta-se sozinho na cadeira.
Atira a bola para cima sem cair.
Constri torres de 3 a 4 cubos
Solta, segura e alcana bem os objetos.
Vira as pginas de um livro, duas a trs por vez.
Ao desenhar, tenta imitar traos.
Maneja a colher sem vir-la.
Grande imitador (imitao das atividades domsticas).
Maneja bem a colher.
Tira luvas, meias e sapatos e abre zper.
Crise de birra pode ser mais evidente.
Comea a ter conscincia de propriedade (meu brinquedo).
possvel que desenvolva independncia em relao a objetos de transio, como cobertor de segurana.
Procura um objeto em vrios esconderijos.
Infere a causa, associando duas ou mais experincias (exemplo; doce perdido - irm sorrindo).
Obedece a ordens e compreende solicitaes.
Usa a palavra para cima, para baixo, vem e vai, com sentido.
Possui certo senso de tempo; espera quando se diz: s um minuto possvel que use a palavraagora.
Fala 10 ou mais palavras.
Mostra, indicando objetos comuns, como sapato ou bola, e 2 ou 3 partes do corpo.
35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001.
37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001. Cont.
33
24 meses*
Sobe e desce escadas sozinhas com os ambos os ps em cada degrau.
Corre relativamente bem, de ps afastados.
Apanha objetos sem cair.
Chuta a bola para diante sem perder o equilbrio.
Constri torres de 6 a 7 cubos
Alinha dois ou mais cubos assemelhando um trem.
Vira pginas de um livro, uma por uma.
Ao desenhar, imita traos verticais e circulares.
Gira a maaneta da porta, desatarraxa tampas.
Estdio das brincadeiras paralelas.
Presta ateno contnua mais prolongada.
Diminuio das crises de birra.
Puxa as pessoas para lhe mostrar alguma coisa.
Maior independncia em relao me.
Veste sozinhas roupas simples.
Modo de pensar caracterizado por: organizao global do pensamento, raciocnio transdutivo, conceito animista e pensamento mgico.
Dispe de um vocabulrio de cerca de 300 palavras.
Usa frases de 2 ou 3 palavras.
Usa os pronomes: eu, voc mim.
Compreende ordens que envolvem direo.
Diz seu primeiro nome, refere-se a si pelo nome.
Verbaliza necessidade de comer, beber ou de usar o penico.
Fala incessantemente.
30 meses
Salta com ambos os ps.
Salta da cadeira ou de um degrau.
Fica sobre um p momentaneamente.
D alguns passos na ponta dos artelhos.
Constri torre de oito cubos.
Acrescenta uma chamin ao trem de cubos.
Boa coordenao de mos e dedos.
Segura o lpis com os dedos e no com o punho.
Consegue movimentar os dedos isoladamente ao desenhar,
Separa-se mais facilmente da me.
Quando brinca ajuda a afastar as coisas.
capaz de carregar objetos frgeis, empurra com boa direo.
Comea a anotar a diferena entre os sexos; conhece o prprio sexo.
possvel que j atenda as suas necessidades de
Diz seu nome e sobrenome usando o pronome correto.
Usa o plural.
Sabe o nome de uma cor.
Refere-se a si mesmo
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
34
Imita traos verticais e horizontais e desenha dois ou mais traos para formar a cruz.
eliminao sem ajuda, exceto para se limpar logo aps.
36 meses*
Anda de velocpede.
Salta do ltimo degrau.
Equilibra-se em um p s por alguns segundos.
Sobe escada alternando os ps; possvel que ainda desa com os dois ps no mesmo degrau.
Dar saltos amplos.
Pode tentar danar, mas o equilbrio pode no ser adequado.
Constri torre com 9 a 10 cubos.
Constri ponte com trs cubos.
Introduz com destreza, pena, bolinha numa garrafa de gargalo estreito.
Ao desenhar, copia um crculo, imita uma cruz, denomina o que desenhou.
No capaz de desenhar um homem com traos simples, mas possvel que desenhe um crculo com caractersticas faciais.
Veste-se sozinha quando auxiliada com os botes de trs e quando avisada de qual o sapato direito e esquerdo.
Abotoa e desabotoa botes acessveis.
Cala sapatos.
Maior perodo de ateno contnua.
Alimenta-se sem ajuda.
Serve-se de uma garrafa ou jarra.
Capaz de preparar pratos simples.
Ajuda por a mesa, enxuga pratos sem quebr-los.
Gosta de ajudar.
possvel que apresente medos, principalmente do escuro e na hora de dormir.
Conhece o prprio sexo e o dos outros.
Comea a aprender jogos
Possui vocabulrio de cerca de 900 palavras.
Usa principalmente a linguagem telegrfica
Usa sentenas completas de 3 a 4 palavras.
Fala constantemente, mesmo que ningum preste ateno.
Repete frases de seis silabas.
Faz perguntas constantemente.
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
35
36 meses*
simples e o significado das regras, embora as siga com sua prpria interpretao.
Fala com bonecas, com animais, brinquedos etc...
Comea a reproduzir interaes sociais nas brincadeiras, capaz de partilhar brinquedos com outros, embora expresse frequentemente a ideia de meu.
48 meses
Salta e pula sobre um p.
Apanha uma bola com confiana.
Atira a bola para cima.
Desce escada usando alternadamente os dois ps.
Imita um porto com cubos
Consegue recortar figuras com a tesoura.
Consegue amarrar os sapatos, mas pode no ser capaz de dar o lao.
Ao desenhar, copia um quadrado, desenha uma cruz e um losango, acrescenta trs partes figura humana.
Muito independente.
Tende a ser muito egosta e impaciente.
Agressiva tanto fsica como verbalmente.
Orgulha-se de suas realizaes.
Apresenta variaes de humor.
Gosta de tagarelar e de se gabar.
Gosta de fazer cenas dramticas e de se divertir com os outros.
Conta casos da famlia a outros sem nenhuma inibio.
Ainda apresenta muitos
Possui vocabulrio de 1500 ou mais palavras.
Usa frases de 4 ou 5 palavras.
O hbito de fazer perguntas est no seu auge.
Conta estrias exageradas.
Conhece canes simples.
Pode ser um pouco inconveniente quando se associa a crianas mais velhas.
Obedece a quatro frases,contendo preposies,tais como: em cima.embaixo.ao lado de.Atrs de ou adiante de.
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
36
48 meses*
medos.
Ao brincar, cooperativo e associativo.
Os companheiros imaginrios so frequentes.
Usa investigaes dramticas, imaginativas.
Consegue enfrentar conflitos no resolvidos. Como cimes de um irmo, raiva dos pais.ou medo no dominado.
Investigao e curiosidade sexual atravs das brincadeiras sendo mdico ou enfermeira.
Designa uma ou mais cores
Compreende analogias. Tais como: se o gelo frio. Ento o fogo ...
Repete quatro nmeros.
Usa as palavras com liberdade, mas frequentemente no compreende seu significado.
60 meses
Pula e salta com os dois ps, alternadamente.
Consegue atirar e apanhar bem a bola
Pula corda.
Consegue patinar com bom equilbrio.
Anda para trs, encostando o calcanhar nos artelhos.
Salta da altura de trinta cm, caindo na ponta dos ps.
Equilibra-se de olhos fechados sobre qualquer um dos ps.
Amarra o cadaro do sapato.
Usa tesoura, ferramentas simples e lpis com muita habilidade.
Ao desenhar copia um losango e um triangulo.
Escreve entre sete e oito partes figura humana; escreve em letra de forma algumas letras, algarismos ou palavras como, por exemplo, o seu primeiro nome.
Menos rebelde e briguenta que aos quatro anos.
Mais calma e mais disposta a resolver as coisas.
Menos aberta e acessvel de pensamento e comportamentos do que nos anos anteriores.
Independente, mas digna de confiana, no temerria.
Apresenta menos medos.
Confia em autoridade externa pra controlar o mundo.
Apresenta vocabulrio de aproximadamente 2.100 palavras.
Emprega sentenas formadas por 6 a 8 palavras contendo todos os elementos gramaticais.
Conhece as moedas.
Designa 4 ou mais cores.
Descreve desenhos e figuras com muitos comentrios e enumeraes.
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
37
60 meses*
vida por agradar e fazer as coisas corretamente: procura seguir as regras.
Procede como homem ou como mulher.
Assume maior responsabilidade pelo que faz.
Possui maneiras razoavelmente consistentes e polidas.
Capaz de autocuidado, ocasionalmente precisa de superviso ao vestir-se ou na higiene.
Pode queixar-se por leses insignificantes, mas tenta ser corajosa quando o sofrimento intenso.
Ao brincar, cooperativa, gosta de regras e procura segui-las, mas pode trapacear para no perder.
Comea a observar a conformidade do grupo e o senso de pertencer: muito industriosa. - Procura alcanar uma meta e sente e satisfao, bem como insatisfao e infelicidade.
Pode pedir para assistir a programas de televiso por
Pergunta os significados da palavra.
Capaz de repetir frases de dez ou mais slabas.
Conhece o nome dos dias da semana, dos meses e outras palavras relacionadas com o tempo.
Define as palavras por meio de atos e descries.
Conhece a composio dos objetos: sabe, por exemplo, que, um sapato feito de...
Capaz de obedecer a trs ordens consecutivas.
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont. .
38
mais horas, j que agora entende melhor os programas.
Ainda no est pronto para realizar trabalhos concentrados a curta distncia ou escrita pequena, devido ligeira hipermetropia e coordenao mo-olho ainda imperfeita.
As brincadeiras imitativas retratam os adultos como espelho; deseja utilizar objetos reais durante a brincadeira como ingredientes verdadeiros, e no areia ou barro para fazer biscoitos.
35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
39
72 meses*
Aumento progressivo da destreza..
Idade ativa; atividade constante.
Com frequncia volta a comer com as mos.
Mais consciente da mo como instrumento.
Gosta de desenhar,, escrever em letra de forma e colorir.
Durante as refeies, usa a faca para passar manteiga ou geleia no po.
Ao brincar, corta, dobra e cola brinquedos de papel; realiza costuras grosseiras, desde que se d a agulha j enfiada.
Gosta de fazer figuras de barro ou argila.
Toma banho sem ajuda; prepara-se sozinha para dormir.
L de cor; gosta de jogos de soletrar.
Gosta de jogos de mesa, xadrez e jogos simples de baralho.
Consegue partilhar e cooperar melhor.
Sente muita necessidade de crianas da mesma idade.
Faz trapaa para ganhar.
Participa com frequncia de brincadeiras rudes.
Muitas vezes demonstra cimes dos irmos mais novos.
Faz aquilo que v os adultos fazerem.
Apresenta frequentes crises de birra.
Gosta de se vangloriar.
Dificilmente confessa suas maldades.
s vezes furta dinheiro ou objetos que lhe agradam.
Socializao maior.
Pe prova suas habilidades.
Define sete palavras.
Conhece o contrrio; se um cavalo grande... Um rato ,
Conta cinco cubos ou mais.
Sabe trs adjetivos: o que faz quando est com fome....,quando est cansado......
Nomeia as cores.
Entende preposies.
Conta 13 moedas.
Sabe se manh ou tarde.
Define objetos de uso comum como garfo, faca cadeira, ri bastante e sem motivo.
Obedece a trs ordens sucessivas.
Diante de uma srie de desenhos de rostos, diz qual deles mais bonito e mais feio.
Descreve os objetos de um quarto, ao invs de apenas numer-los.
* 35. Whaley LF, Wong DL. A criana: seu ambiente e seu desenvolvimento. In: Enfermagem Peditrica: elementos essenciais interveno efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro, Ed.Guanabara, 1999. 36. Klaus MH, Klaus PH. Seu surpreendente recm-nascido. Porto Alegre: Artmed; 2001. 37. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criana. So Paulo: Harba; 2001.
Cont.
40
Embora essas caractersticas do desenvolvimento infantil apresentadas no
Quadro1 estejam balizadas na literatura, sabe-se que o desenvolvimento
influenciado por fatores intrnsecos (internos) e extrnsecos (externos), que so
responsveis pelo seu resultado final38.
Fatores que influenciam o desenvolvimento infantil
O desenvolvimento infantil influenciado por fatores sociodemogrficos, que
podem ampliar, restringir, anular ou modificar o resultado final de seu
desenvolvimento38, 39.
Nesse sentido, vrias so as pesquisas que comprovam a importncia desses
fatores para o desenvolvimento da criana.
Estudo que teve como objetivo avaliar o desenvolvimento de1.363 crianas
aos 12 meses de idade, por meio do Denver II, revelou aumento da prevalncia de
atraso no desenvolvimento em 463 (34%) e constatou que essas crianas foram as
que apresentaram baixa renda familiar (OR= 1,5), as com idade gestacional menor
do que 37 semanas (OR= 1,6), as que tinham mais de trs irmos (OR= 1,9) e as
que haviam recebido leite materno por menos de trs meses (OR=1,6)5.
Pesquisa que objetivou analisar a oferta de estmulos no ambiente familiar e
sua relao com o desenvolvimento das crianas mostrou que a baixa renda familiar
(OR=1,5), a baixa escolaridade materna (OR=1,5), o nmero de filhos abaixo de
cinco anos (OR=2,3) e nmero de pessoas que vivem no domiclio (OR=3,7)
estavam associados com os atrasos no desenvolvimento identificados por meio da
aplicao do Denver ll40.
Ao estudar prevalncia de atraso de linguagem e possveis associaes entre
fatores ambientais, em crianas de at seis anos de idade, verificou-se uma
prevalncia de atraso de linguagem de 53 (26%) das 204 crianas avaliadas. Entre
os fatores ambientais associados, estavam a baixa renda familiar (OR=11,1), a baixa
escolaridade materna (OR=9,5), pais separados (OR=2,76), baixo ndice de
aleitamento materno (OR=1,22), e nmero de irmos maior que trs (OR=3,25).
Esse estudo mostrou que situaes estressantes vividas por crianas de baixa renda
e criadas por mes com baixa escolaridade afetam sobremaneira a estrutura familiar
41
e o estmulo linguagem infantil, comprometendo a aquisio e o desenvolvimento
da linguagem41.
O impacto da escolaridade materna sobre a qualidade da estimulao como
fator de proteo para o desenvolvimento saudvel da criana foi objeto de estudo
que constatou que quanto maior o tempo de escolaridade da me, maior o domnio
da linguagem no desenvolvimento de seu filho42, 43.
As autoras de um estudo, que teve como objetivo avaliar o desenvolvimento
neuropsicomotor em crianas frequentadoras de uma creche, identificaram uma
possvel interferncia negativa dos fatores socioeconmicos e culturais
desfavorveis no desenvolvimento dessas crianas44.
Em estudo semelhante com 44 crianas na faixa etria entre12 e 36 meses,
observou-se que o desempenho das crianas que apresentaram Denver ll suspeito
estava associado aos fatores socioeconmicos, com predomnio da baixa
escolaridade dos pais45.
A anlise multivariada de estudo que objetivou determinar a prevalncia de
suspeita de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e possveis associaes
com fatores ambientais e biolgicos revelou que a baixa renda familiar (or=9,3), e
mes sem o apoio dos pais da criana (or= 7,0) estavam associadas ao atraso no
desenvolvimento46.
Pesquisa que avaliou os fatores associados ao atraso no desenvolvimento de
crianas de oito a 12 meses de idade indicou que as crianas pertencentes s
famlias menos favorecidas economicamente apresentaram 50% mais riscos de
terem um Denver ll suspeito47.
A comparao do desenvolvimento motor de bebs nascidos de mes
adolescente ao de bebs nascidos de mes adultas revelou que crianas nascidas
de mes adolescentes apresentaram maior porcentagem de atraso no
desenvolvimento motor do que as de mes adultas, sugerindo que a idade materna
pode representar um risco para atraso no desenvolvimento motor de bebs48.
Crianas com desvantagens socioeconmicas, cujas mes sejam jovens,
solteiras, de baixa renda so potencialmente mais vulnerveis e consideradas de
risco para problemas de desenvolvimento49, 50, 51.
42
Os resultados desses estudos levaram-me a refletir sobre a influncia de
alguns fatores sociodemogrficos no resultado final do desenvolvimento da criana
que j observava na minha experincia emprica como me e enfermeira.
Em minha experincia profissional como docente de curso de Graduao em
Enfermagem, na disciplina de Enfermagem Peditrica desde 1994 at o presente
momento, tive a oportunidade de desenvolver atividades terico-prticas sobre a
avaliao do desenvolvimento da criana em creche e hospitais. Foi nessa vivncia
que utilizei como instrumento de avaliao do desenvolvimento o Denver II,
apresentado na literatura como instrumento de fcil aplicao e capaz de identificar
crianas com atraso no desenvolvimento. Nessa poca, minha filha, com dois anos
de idade, frequentava uma instituio de ensino da rede privada, o que me fez
perceber as diferenas do desenvolvimento das crianas daquela instituio
comparadas s da creche, campo de estgio para os alunos da Graduao em
Enfermagem.
Foi a partir dessas observaes empricas e da prtica profissional que
percebi a necessidade de aprofundar o meu conhecimento a respeito da avaliao
do desenvolvimento por meio do Denver II e sua interao com algumas variveis
sociodemogrficas, o que foi possvel realizar com o meu ingresso no Programa de
Mestrado em Enfermagem da UnG, o qual me proporcionou a oportunidade de
estudar essa temtica na minha dissertao.
Percebi tambm que os estudos publicados na literatura nacional, que
avaliaram o desenvolvimento de crianas por meio do Denver II, eram realizados em
equipamentos de atendimento infantil (creches ou escolas) governamentais,
identificando assim uma lacuna na avaliao do desenvolvimento em crianas da
rede privada.
Essas consideraes motivaram a construo deste estudo que teve como
finalidade instrumentalizar enfermeiras(os) que avaliam o desenvolvimento da
criana na sua prtica profissional, considerando a influncia de variveis
sociodemogrficas no resultado do Denver II.
43
OBJETIVOS
44
2. OBJETIVOS
Avaliar o desenvolvimento de crianas de um a seis anos de idade, de uma
instituio de ensino da rede privada por meio do Denver II.
Associar os fatores sociodemogrficos das crianas com o resultado do Denver
II.
45
MTODO
46
3. MTODO
3.1 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de campo, com abordagem
quantitativa.
3.2 Local do estudo
O estudo foi realizado em uma instituio de ensino da rede privada,
administrada por religiosas e localizada na regio central do municpio de So Paulo,
a qual oferece ensino pago e ensino gratuito, de carter filantrpico. Os cursos
pagos e os de carter filantrpico funcionam em instalaes separadas e recebem
denominaes diferentes, Colgio e Creche respectivamente, porm adotam a
mesma pedagogia de ensino, que tem como objetivo proporcionar criana e ao
jovem, o desenvolvimento integral, em seus aspectos fsicos, psicolgicos,
intelectuais, espirituais e sociais.
O Colgio estruturado para atender crianas a partir de um ano e seis
meses, em perodo integral ou parcial, oferecendo a educao infantil, o ensino
fundamental (EF) e mdio (EM). J a creche, que atende filhos de mes que
trabalham e no tm onde deixar seus filhos, em perodo integral, oferece apenas a
educao infantil para crianas at quatro anos de idade. O quantitativo no Colgio
estimado em 1.110 alunos e na Creche, em 90 alunos, totalizando 1.200 alunos, dos
quais 29,6% (356) tm idade abaixo de seis anos.
A educao infantil no colgio envolve crianas de um ano e seis meses at
seis anos de idade, dispostas nas seguintes etapas: Infantil 1 - crianas de um ano e
seis meses a dois anos e seis meses; Infantil 2 crianas de dois anos e sete
meses a trs anos e seis meses; Infantil 3 crianas de trs anos e sete meses a
quatro anos e seis meses; Infantil 4 crianas de quatro anos e sete meses a cinco
anos e seis meses e o 1 ano do EF crianas de seis anos completos ou a
completar at 30 de junho do ano em curso.
Na creche, a educao infantil atende crianas de dois a quatro anos e meio
de idade, assim distribudas: Infantil 1 crianas de dois anos; Infantil 2 crianas
de trs anos; Infantil 3 crianas de quatro anos e meio.
47
3.3 Amostra
A amostra inicial foi constituda de 356 crianas matriculadas na instituio,
sendo 266 no colgio e 90 na creche, com idade entre um e seis anos. A amostra
final foi composta por 49 crianas do colgio e 56 da creche, perfazendo um total de
105 crianas. A justificativa da reduo do quantitativo da amostra est apresentada
na Figura 1.
Figura 1 Fluxograma de formao da amostra
Pais que compareceram
(n=110)
Pais que no compareceram
(n= 246 )
Encaminhamento via agenda escolar
(n=246 )
Pais que no aceitaram (n=48 )
Pais que aceitaram
(n=62 )
Pais que no aceitaram (n=193 )
Pais que aceitaram
(n=53 )
1 - estava doente, 1 - no aceitou e
8 - acima de seis anos no dia da coleta
Amostra final
(n=105)
(n=105 )
Convocao dos pais para esclarecimento e anuncia do
TCLE (n=356)
Amostra (n=115)
(n= excludas FATORES
SOCIODEMOGRFI
COS E
ECONMICOS
ASSOCIADOS AO
DESENVOLVIMENT
O DE CRIANAS
AVALIADAS POR
MEIO DO DENVER II
(n=193 )
48
Critrios de incluso:
Crianas matriculadas na instituio(colgio e creche);
Crianas de um a seis anos de idade, do colgio e da creche, que aceitaram
participar do estudo;
Crianas de um a seis anos de idade, do colgio e da creche, cujos pais
autorizaram a participao do filho no estudo.
Critrios de excluso: Crianas do colgio e da creche com problemas de sade que as
impossibilitem de participar das atividades propostas no Denver II.
3.4 Variveis deste estudo
Idade da criana - a idade da criana definiu a escolha dos itens que devem
ser apostos para a avaliao do desenvolvimento da criana por meio do Denver II53.
Sexo da criana - estudos que aplicaram o Denver II como instrumento para
avaliao do desenvolvimento encontraram diferenas em relao performance de
meninos e meninas52.
Tempo de amamentao estudos mostram associao positiva entre AM e
um melhor desenvolvimento na infncia devido aos seus nutrientes53, 54.
Idade da me determinados estudos apontam a idade dos pais como
expressivo fator de proteo para o desenvolvimento infantil48.
Escolaridade dos pais a escolaridade dos pais, determinada em anos de
estudo, considerada fator decisivo nas condies do desenvolvimento infantil34, 45.
Trabalho dos pais o trabalho dos pais uma varivel referida em vrios
estudos como fator determinante para o desenvolvimento infanti44, 45.
Renda mdia familiar a renda familiar expressa em salrios mnimos
determina o estrato social onde a criana est inserida, responsvel pela
49
disponibilizao das oportunidades para a aquisio de um desenvolvimento
acertado5, 40,41.
Situao conjugal dos pais estudo mostra a situao conjugal dos pais,
que referida como determinante para o desenvolvimento infantil41.
Nmero de pessoas no domiclio uma varivel citada por alguns autores
como fator de interferncia no resultado do desenvolvimento infanti40.
Nmero de pessoas na famlia que vivem com a renda referida - esta
varivel est relacionada ao comprometimento da renda familia40.
3.5 Procedimentos ticos
Em cumprimento Resoluo 196/96 do Conselho Nacional de Sade55, que
regulamenta a pesquisa em seres humanos no Pas, a presente pesquisa foi
submetida ao CEP/UnG e aprovada sob o n 20/12 (ANEXO A).
3.6 Coletas de dados
A coleta de dados foi realizada nos meses de abril a junho de 2012 pela
prpria pesquisadora.
3.6.1 Instrumentos de Coleta de Dados
O instrumento para coleta de dados consistiu em um formulrio composto de
duas partes: parte I contendo variveis da criana (idade, sexo e tempo de
amamentao) e as variveis dos pais (idade, situao conjugal, nmero de filhos,
escolaridade, renda mdia familiar, nmero de pessoas na famlia que vivem com a
renda referida e nmero de pessoas no domiclio; parte II contendo os itens para a
classificao dos escores e a interpretao do teste (APNDICE A).
Avaliao do desenvolvimento - Aplicao do Denver II
O Denver II (ANEXO B) um teste de triagem para crianas entre o
nascimento e os seis anos de idade para identificar possveis atrasos no
50
desenvolvimento da criana. O Denver II composto por 125 itens, subdivididos em
quatro reas do desenvolvimento: a) pessoal-social que contempla aspectos da
socializao da criana dentro e fora do ambiente familiar; b) motor fino-adaptativo
que avalia a coordenao olho/mo, manipulao de pequenos objetos; c)
linguagem, cujos itens esto relacionados produo de som, capacidade de
reconhecer, entender e usar a linguagem; d) motor grosso - representado pelos
seguintes itens: controle motor corporal, sentar, caminhar, pular e todos os demais
movimentos realizados por meio da musculatura ampla e apresentados em formato
de formulrio. Cada um dos 125 itens est representado por uma barra que contm
as idades em que 25%, 50%, 75% e 90% das crianas estudadas apresentaram as
habilidades sugeridas. A durao do teste varia entre 10 e 20 minutos, levando-se
em conta o tempo de sua aplicao e interpretao33, 34.
Deve-se calcular a idade em anos, meses e dias, da criana, a partir da data
da realizao do teste. Para crianas nascidas prematuras, menores de dois anos,
os autores recomendam o ajuste da idade, subtraindo-se a quantidade de semanas
que faltavam para o final da gestao da idade cronolgica atual. A partir de ento,
traa-se uma linha vertical do alto do formulrio at o rodap, onde vem impressa a
idade34 (ANEXO B).
Dos 125 itens que compem o teste, selecionam-se aqueles que se
encontrem esquerda da linha da idade da criana, os que passem pela linha e os
itens direita mais prximos desta linha, para serem aplicados34.
O desempenho da criana registrado por meio de observao direta ou em
alguns itens que dependam de atividades do dia a dia, solicita-se o relato da me ou
do responsvel34.
Durante a aplicao do Denver II, tambm avaliado o comportamento da
criana. O examinador deve registrar a cooperao, o interesse, o medo e o nvel de
ateno ao teste34 (ANEXO B).
Cada item do Denver II testado codificado conforme orientao do manual
de treinamento34 colocando-se os escores correspondentes.
51
Escores dos itens do DENVER II34.
Os seguintes escores so usados para indicar a habilidade da criana em
executar o item proposto no Denver II34.
P (passou) - quando executar o item com sucesso ou quem cuida da criana
afirma que o realizava bem;
F (falhou) quando no executa o item com sucesso ou quem cuida informa
que a criana no o realizava bem;
SO (sem oportunidade) quando a criana no tem a oportunidade de
executar o item;
R (recusa) quando a criana recusa-se a executar o item.
A recusa pode ser minimizada explicando ou demonstrando a tarefa para a
criana. A pessoa que cuida da criana pode aplicar o item, caso seja necessrio.
Nos itens que necessitam de relato no se aplica o escore R (recusa)34.
Essa codificao possibilita classificar os itens testados da seguinte forma34:
Item avanado passa em um item totalmente direita da linha da idade;
Item normal realiza um item que est intersectado pela linha de sua idade
ou quando falha ou recusa-se a realizar um item que est totalmente direita
da linha de idade;
Item cautela quando a criana falha ou recusa-se a realizar itens entre 75 e
90% na linha da idade;
Item atraso falha ou recusa em realizar um item que est totalmente
esquerda da linha da idade.
A partir dessa avaliao, o teste Denver II interpretado como34:
Normal - nenhum item de atraso e no mximo um item de cautela;
Questionvel - dois ou mais itens de cautela e/ou um ou mais itens de
atraso;
No aplicvel - recusa um ou mais itens totalmente esquerda da linha da
idade ou um ou mais itens que intersectam a linha da idade entre o percentil
75 e 90.
52
Para aplicao do Denver ll, faz-se necessria a utilizao de materiais
especficos, conforme apresentado a seguir: 10 cubos de madeira coloridos,
medindo 2,5cm nas cores verdes, laranja, azul, amarelo e vermelho, um sino, uma
caneca, uma boneca pequena de plstico com mamadeira, uma bola de tnis, um
chocalho, um pompom vermelho, um vidro pequeno transparente sem tampa, uv