Mestrado Robson Miranda DaGama

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  • 7/23/2019 Mestrado Robson Miranda DaGama

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    UNIVERSIDADE DE SO PAULOFACULDADE DE CINCIAS FARMACUTICAS

    Programa de Ps-Graduao em Frmaco e Medicamentos

    rea de Produo e Controle Farmacuticos

    Avaliao do dano a haste capilar ocasionado por tinturaoxidativa aditivada ou no de substncias condicionadoras

    Robson Miranda da Gama

    Dissertao para obteno do grau deMESTRE

    Orientadora:ProfaAssoc.aMaria Valria Robles Velasco

    So Paulo2010

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    Robson Miranda da Gama

    Avaliao do dano a haste capilar ocasionado por tinturaoxidativa aditivada ou no de substncias condicionadoras

    Comisso Julgadorada

    Dissertao para obteno do grau de Mestre

    ______________________________________ProfaAssoc.aMaria Valria Robles Velasco

    orientadora/presidente

    ______________________________________1o. examinador

    ____________________________________2o. examinador

    So Paulo, ___ de ___________de______.

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    A euspelo conhecimento por me iluminar a cada deciso da minha vida e

    por ter permitido que mais uma etapa

    cumprisse

    os meuspais

    e Maria

    que jamais mediram esforos para que eu alcanasse

    os meus objetivos com moral e dignidade sempre Obrigado por tudo o que me

    ensinaram por todas

    as

    emoes que passamos juntos tristezas alegrias e por

    estarem ao meu lado na realizao deste sonho

    minha querida irm

    Moria

    que sempre me auxilia de todas

    as

    formas possveis

    obrigado pelo apoio e carinho

    minha noiva

    Lucia amor

    da minha vida pela pacincia pela cumplicidade e por

    estar ao meu lado em todos os momentos

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    Brasileira Albert Einstein

    o Prof Dr Fbio

    Ribeiro da

    Silva Coordenador

    do

    Curso de Farmcia da

    Universidade de Santo Arriro meu irmo mais velho pelo apoio e incentivo ddo

    para a realizao deste trabalho e pela oportunidade de ingressar na careira

    acadmica.

    Faculdade e Cincias Farmacuticas Universidade de So Paulo pelo prazer

    de ter sido seu aluno de ps-graduao.

    o

    Departamento de Farmcia

    pela satisfao e orgulho de

    ter

    t rabalhado e

    usufrudo

    de

    suas dependncias por todos esses anos.

    A todos

    os

    professores do Departamento de Farmcia pela oportunidade e

    satisfao

    do

    convvio.

    LCW do Brasil

    n s

    pessoas de Manoel Carams Simone Frana Wilson e Lgia

    pela utilizao do Laboratrio de Aplicaes e auxlio no desenvolvimento das

    tinturas oxidativas.

    Dow Corning do

    Brasil nas pessoas de

    lvaro Gomes Tnia Cristina

    S

    Dias

    Caroline Freitas

    pela utilizao

    do

    Laboratrio

    de

    Aplicaes e auxlio na realizao

    d s anlises de penteabi lidade a seco e a mido e as de colorimetria.

    o

    Prof Dr

    Jivaldo

    do Rosrio Matos do TIG - Laboratrio

    de

    Anlise Trmica

    Prof. Ivo Giollito

    do

    Instituto de Qumica

    meu

    muito obrigado pela ajuda na

    realizao e interpretao das anlises trmicas realizadas neste trabalho.

    Ao

    Prof Titular Luiz Antonio Gioiefli

    e a

    ProF. Associada Maric Nogueira de

    Oliveira do Departamento de Tecnologia Bioqumico-Farmacutica pela permisso

    de uso

    do

    Texturmetro do Espectrofotmetro respectivamente e ao tcnico

    Alexandre Mariani Rodrigues

    pelo auxlio na realizao destas anlises.

    s empresas

    LCW do Brasil Dow

    Corning

    do

    Brasil lonquimica Especialidades

    Cosmticas e

    Croda

    do

    Brasil

    pela doao d s matrias-primas utilizadas nesta

    pesquisa.

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    Medicamentos);

    Piof.

    Or.

    Antonio Zanini

    Fiumacoecriomia);

    Prof. Or. Bayardo

    Baptista Torres Didtica

    em

    Bioqumica) e Prot. Or. Jivaldo do Rosrio Matos

    Introduo aos Mtodos Termoanalticos) O MEU MUITO OBRIGADO

    As minhas amigas Carla Pedriali Paula Prestes e Tatiana Balogh pela constante

    troca e idias e momentos de distrao, alm do respeito e admirao mtua que

    existe entre ns.

    A todos os

    meus

    colegas de ps-graduao: Dbora Nishikawa Dbora

    Granennam Mariana Mandelli de Almeida Carolina Zanolini Cibele Lima Joyce

    Quenca-Gullen Vanessa Tavares Gabrielle Ruas Andr Oezani e Tulia de Souza

    Botelho Roxana Flores Michele Issa Andrea Takahashi e Patrcia Rivas-Granizo.

    s estagirias Michelli Ferreira Dario e Simone Pfannemller de Abreu pela ajuda e

    momentos de distrao.

    Aos

    meus

    ex-professores e amigos da graduao, e modo especial ao Prof. Luis

    Antonio Pa i)ludetti e a Profl. ra Regina Siqueira Haddad Carvalho, pelas tantas

    horas e seus tempos me dedicaram, desde o tempo da monitoria, iniciao

    cientfica e agora dividindo as disciplinas na UNISA.

    Claudinia e a Carla, pela amizade, ajuda e companhia nas aulas prticas.

    Ao Jorge lves de

    Lima

    Elaine

    Midori

    Ychico

    e

    Maj

    Maria Jos da Silva).

    Elisabete Claro de Souza Paiva Susy Ramos.

    A todos os meus colegas e trabalho, da UNISA, amigos e alunos da UNISA e

    Hospital Albert Einstein que de alguma forma contriburam para realizao deste

    trabalho.

    mente

    u

    se abre a uma nova idia jamais voltar ao s u

    tamanho original Albert Einstein)

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    n u nc a

    s

    su s nc as con c ona oras

    s ane r o an pan eno ,

    PEG-12 dimethicone e

    PA3

    hydrolysed silk and hydrolysed milk protein and

    lactose

    adicionadas as tinturas oxidativas de colorao loiro claro n proteo

    contra danos aos cabelos de colorao castanho claro, avaliando as propriedades

    mecnicas trao ruptura , de superfcie perda proteica, penteabilidade das

    mechas de cabelo a seco e a mido , e or reteno de cor e trmica

    termogravimetria, termogravimetria derivada e calorimetria diferencial exploratria

    OSC . Para selecionar o tipo

    de

    colorao

    tintura oxidativa e do cabelo a serem

    empregados para as fases subsequentes, foi realizado ensaio de perda proteica,

    expressa

    em albumina, foram selecionados a formulao e o tipo de cabelo no-

    grisalho

    que

    apresentou maiores danos. Considerando os ensaios realizados, a

    aditivao de tinturas capilares oxidativas de colorao loiro claro com substncias

    condicionadoras PA PA2 PA3 melhoraram significativamente s propriedades

    e

    resistncia

    penteabilidade tanto a seco como a mido, reduziram a perda proteica

    e a no interferiram na resistncia de trao

    ruptura, nas respostas das curvas

    termogravimtricas da fibra capilar avaliadas. Entretanto, nas anlises de OSC

    os

    princpios ativos

    P

    e PA2 inibiram a presena d degradao das fibras capilares

    entre 170,0 e 270,OC, caracterizando maior proteo trmica fibra capilar.

    Enquanto, na avaliao de reteno de cor das mechas de cabelo analisadas, pode-

    se concluir

    que

    a PA3 no interferiu nos parmetros colorimtricos analisados,

    sendo

    os

    resultados estatisticamente iguais a tintura oxidativa de colorao loiro

    claro ; o processo de lavagem das mechas capilares interferiu nos parmetros das

    coordenadas de cor Oa* e Db*.

    Palavras-chave: Tintura oxidativa. Danos da fibra capilar. Agentes condicionadores.

    Propriedades da fibra capilar. Anlise trmica.

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    and PA3 hydrolysed silk and hydrolysed milk protein and lactose

    added to the

    oxidative hair dyes

    of c r tion

    l ight blond in the protection against damages to the

    c r tion

    Iight brown hair, evaluation the mechanical properties traction to th e

    rupture),

    of

    surface protein loss,

    dry

    and wet combing),

    of

    color color retention) and

    thermal Differential Scanning Calormetry DSC), Thermogravimetric TG) and

    Derivative Thermogravimetric DTG) analysis). To select the types of oxidative hair

    dye and hair to be used f or subsequent phases, was protein loss assay, equivalent

    as albumin, were selected the formulation and type

    of

    non-gray hair that presented

    more damage. Considering the tests, the addtive

    of

    oxdative hair dyes with

    conditioner agents PA1, PA and PA3, significant ly

    improved lhe properties

    of

    protein loss, dry and wet combing and didn t affect the traction to the rupture

    the

    answers

    of

    the thermogravimetric curves of the hair f iber evaluated. However the

    DSC ana/yses

    PA

    and

    PA

    presence inhibited the degradation of hair between

    170.0 and 270.0 c featuring thermal protection to the hair fiber. While the

    assessment of color retention

    of

    the tress

    of

    hair analyzed, it can be concluded that

    no changes the PA3 colorimetric parameters ana/yzed and the resu/ts were

    statistically equivalent to TB oxidative hair dye light blond), the washing process

    of

    tress hair intervened wth the parameters of the color coordinates Da* and Db*.

    Key works: Oxidative hair dye. Damage hair. Conditioners agents. Hair properties.

    Thermal analysis.

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    Realizar reviso bibliogrfica sobre os mtodos de avaliao

    in vitro

    das

    propriedades das fibras capilares.

    Avaliar os danos proteicos causados s fibras de cabelo caucasiano nas

    coloraes loiro claro, castanho claro, preto e grisalho, submetidas ao

    tratamento com formulaes de tinturas oxidativas colorao castanho

    claro e loiro claro. Foi validada a metodologia de determinao da

    concentrao de protena equivalente

    albumina para perda proteica de

    mechas de cabelo caucasiano colorao castanho claro tratados com

    tintura oxidativa de colorao loiro claro aditivadas ou no com agentes

    condicionadores

    si/anetrio/ and pantheno/; PEG-12 dimethicone

    e

    hydro/ysed si/k and hydro/ysed mi/k protein and /actose .

    Avaliar por diferentes metodologias trao ruptura; penteabilidade a seco e

    a mido; perda proteica equivalente em albumina, reteno de cor e anl ise

    trmica os danos causados s fibras capilares mechas de cabelo

    caucasiano de colorao castanho claro, submetidas a aplicao de

    formulaes de tintura capilar oxidativa de colorao loiro claro incorporadas

    ou no diferentes agentes condicionadores

    silanetrio/ and pantheno/;

    PEG-12 dimethicone e hydro/ysed silk and hydro/ysed milk protein and

    lactose

    comparativamente com as mechas sem tratamento qumico.

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    4.1.2.

    Haste

    4.2. Pigmentao 15

    4.2.1. Melanina 15

    4.2.2.

    Melanognese

    15

    5 Tinturas capilares 18

    5.1.

    Tinturas temporrias

    18

    5.1.1. Tinturas naturais 19

    5.1.2. Tinturas sintticas 2

    5.2.

    Tinturas semi-permanentes 2

    5.3.

    Tinturas permanentes

    23

    5.3.1.

    Tinturas graduais

    23

    5.3.2.

    Tinturas oxidativas

    24

    6. Danos causados a fibra capilar 28

    7. Aspectos toxicolgicos 29

    8.

    Consideraes finais

    30

    9. Referncias bibliogrficas

    3

    Captulo : Propriedades e metodologias

    vitro

    de avaliao

    da f ibra capi lar 36

    Resumo 37

    1.

    Introduo

    38

    2.

    Antomo-fisiologia da fibra capilar

    38

    3.

    Propriedades da fibra capilar.

    .42

    3.1. Resistncia mecnica .42

    3.2. Elasticidade 42

    3.3.

    Frico

    43

    3.4. Carga eltrica 44

    3.5.

    Brilho

    44

    4. Mtodos de avaliao v tro

    4.1.

    Anlise de imagem

    .45

    4.1.1.

    Microscopia eletrnica de varredura MEV

    .45

    4.1.2. Microscopia de fora atmica MFA .46

    4.1.3.

    Tomografia de coerncia ptica OCT

    48

    4.2.

    Anlise espectroscpica

    49

    4.2.1. Espectroscopia RAMAN 49

    4.2.2.

    Espectroscopia de infra-vermelho prximo NIR

    50

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    I

    I

    I

    I

    I

    aptulo valiao comparativa da perda proteica

    da

    fibra capilar

    submetida

    tintura capilar oxidativa 6

    Resumo 6

    Introduo

    65

    1.1. Anatomia e fisiologia capilar. 65

    1.2. Danos causados a fibra capilar 65

    1.3. Mtodos de avaliao

    da

    perda protica de fibras capilares 66

    1.4. Validao de mtodos analticos 67

    1.4.1. Caractersticas de desempenho

    69

    1.4.1 .1. Especificidade 69

    1.4.1.2. Linearidade 69

    1.4.1.3. Preciso 70

    1.4.1.3.1. Reprodutibilidade Intra-dia 70

    1.4.1.3.2. Preciso intermediria Inter-dia 70

    1.4.1.3.3. Reprodutibilidade 7

    1.4.1.4. Exatido

    7

    1.4.1.5. Sensibilidade

    7

    1.4.1.6. Robustez 72

    1.4.2. Elementos requeridos na validao 72

    2 Objetivos 73

    3 Material e mtodos 73

    3.1. Material 73

    3.1.1. Reagentes 73

    3.1.2. Substncia qumica de referncia 73

    3.1.3. Matrias-primas 73

    3.1.4. Equipamentos e acessrios 74

    3.1.5. Formulaes 75

    3.1.6. Mechas de cabelo 76

    3.2. Mtodos

    77

    3.2.1. Tinturas oxidativas 77

    3.2.1.1. Preparo da formulao base 77

    3.2.1.2. Preparo das tinturas oxidativas loiro claro e castanho claro 77

    3.2.1.3. Incorporao

    dos

    ativos na tintura oxidativa de colorao loiro

    claro 79

    3.2.2. Preparo das mechas de cabelo 79

    3.2.2.1. Lvagem das mechas 79

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    . . .

    3.2.6. Validao do mtodo 83

    3.2.6.1. Linearidade o mtodo e curva analtica 83

    3.2.6.2. Preciso 83

    3.2.6.3. Exatido e recuperao do padro 84

    3.2.6.4. Limites de deteco e quantificao 84

    3.2.6.5. Pesquisa e interferentes 85

    4 Resultados e Discusso 85

    4.1. Linearidade e curva analtica 85

    4.2. Preciso e exatido 90

    4.3. Recuperao

    e

    padro 92

    4.4. Sensibilidade 93

    4.5. Pesquisa de interferentes 93

    4.6. Influncia do tipo de tinturas oxidativas na perda proteica de diferentes

    tipos

    e

    cabelos caucasianos 94

    4.7. Influncia dos agentes condicionadores na perda protica de cabelo

    caucasiano tratados com tinturas oxidativa loiro claro 95

    5 Consideraes finais 97

    6 Referncias bibliogrficas 97

    Captulo

    Avaliao do dano a haste capilar ocasionado por tintura

    oxidativa aditivada ou no substncias condicionadoras

    Resumo 102

    1

    Introduo 103

    1.1. Fibra capilar 103

    1.2. Tinturas capilares oxidativas 103

    1.2.1. Caractersticas 103

    1.2.2. Danos causados 104

    1.3. Substncias condicionadoras 107

    1.3.1. Mecanismo de ao dos agentes condicionadores 107

    1.3.1.1. Aminocidos, peptdeos e protenas hidrolisadas 107

    1.3.1.2. Tensoativos catinicos 108

    1.3.1.3. Agentes lipoflicos 108

    1.3.1.4. Polmeros catinicos 109

    2 Objetivos 110

    3 Material e mtodos 110

    3.1. Material 110

  • 7/23/2019 Mestrado Robson Miranda DaGama

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    . . . .

    3.2.2.2. Aplicao das tinturas nas mechas 116

    3.2.3. Avaliao da resistncia penteabilidade 116

    3.2.3.1. Avaliao da resistncia

    penteabilidade a seco 116

    3.2.3.2. Avaliao da resistncia penteabilidade a mido 117

    3.2.4. Avaliao da resistncia a trao ruptura 117

    3.2.5. Avaliao

    da

    colorimetria e brilho das fibras capilares 119

    3.2.6. Anlise trmica das fibras capilares 120

    3.2.6.1. Termogravimetria TG e Termogravimetria Derivada DTG 120

    3.2.6.2. Calorimetria Exploratria Diferencial OSC 120

    3.2.6.3. Tratamento estatstico 120

    4. Resultados e discusso

    2

    4.1. Padronizao do tratamento das mechas com tinturas oxidativas 122

    4.2. Avaliao resistncia

    penteabilidade 122

    4.2.1 Sntese dos resultados e discusso 125

    4.3. Avaliao resistncia a trao ruptura 127

    4.3.1. Sntese dos resultados e discusso 133

    4.4. Avaliao da reteno de cor 134

    4.4.1. Sntese dos resultados e discusso 4

    4.5. Anlise trmica 144

    5 Consideraes finais 155

    6 Referncias bibliogrficas 156

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    Figura 3

    Ciclo de crescimento do cabelo

    Figura 4. Esquema representativo da fibra capilar e das subunidades componentes

    da cutcula e do crtex 3

    Figura 5. Esquema representativo de um melancito 16

    Figura

    6. Esquema melanognese 17

    Figura 7. Mecanismo de colorao temporria ,.19

    Figura

    8 Mecanismo de colorao semipermanente 22

    Figura 9. Mecanismo de colorao permanente 25

    Figura

    10. Esquema representativo da formao da colorao de

    tinturas permanentes oxidativas 26

    Capitulo 2: Propriedades e

    metodologias

    v tro

    de avaliao da fibra capilar 36

    Figura 1. Esquema representativo da fibra capilar e das subunidades componentes

    da cutcula e do crtex 39

    Figura 2 Esquema representativo das subunidades componentes da cutcula 40

    Figura

    3. Diagrama esquemtico do MFA 47

    Figura 4 Representao esquemtica da quantificao de cor 43

    Captulo 3: Avaliao comparativa da perda proteica da f ibra capilar

    submetida

    tintura

    capilar

    oxidativa

    63

    Figura 1. Esquema

    de

    aplicao das tinturas oxidativas nos diferentes

    tipos de cabelo 8

    Figura

    2 Varredura

    na

    regio da radiao visvel 400 a 800 nm

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    Captulo 4: Avaliao do dano

    a

    haste capilar ocasionado por tintura

    oxidativa

    adi ti vada ou no

    de substncias

    condicionadoras 101

    Figura 1 Trabalho necessrio J) para pentear a seco e a mido as mechas de

    cabelo caucasiano analisadas

    124

    Figura 2. Influncia dos

    agentes

    condicionadores

    reduo do trabalho

    realizado ) para o teste

    de

    penteabil idade a seco e mido quando comparado as

    mechas tratadas

    com

    tintura oxidativa de colorao loiro claro 126

    Figura 3. Grfico comparativo entre as mdias de trao

    ruptura das amostras de

    cabelo caucasiano com e sem tratamento

    com as

    tinturas da colorao loiro claro,

    aditivadas ou no

    de

    agentes condicionadores 133

    Figura

    4

    Valores do parmetro luminosidade DL*) das mechas de cabelo

    caucasiano tratadas com

    as

    tinturas

    da

    colorao loiro claro, aditivadas ou no

    de

    agentes condicionadores

    aps

    uma, cinco e

    dez

    lavagens. .

    135

    Figura 5. Valores

    do

    parmetro diferena

    de cor

    na coordenada vermelho-verde

    Da*) das mechas de cabelo caucasiano tratadas com as tinturas da colorao loiro

    claro, aditivadas ou no de agentes condicionadores aps uma,

    cinco

    e dez

    lavagens 138

    Figura 6. Valores do parmetro diferena

    de

    cor na coordenada amarelo-azul Db*)

    das mechas de cabelo caucasiano tratadas com as tinturas da colorao loiro

    claro, aditivadas

    ou

    no

    de

    agentes condicionadores

    aps

    uma, cinco e

    dez

    lavagens. . 14

    Figura 7. Curvas TG TG obtidas a 10C.min-

    e sob atmosfera dinmica de

    ar

    0 mL.min-

    da amostra cabelo virgem 145

    Figura 8. Curvas TG TG obtidas a 10C.min-

    e sob atmosfera dinmica de

    ar

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    16/181

    Figura 11. Curvas

    TG/DTG

    obtidas a 10C.min-

    1

    e sob atmosfera dinmica de ar

    50 mL.min-

    1

    da

    amostra cabelo submetido a tintura oxidativa base colorao loiro

    claro aditivada com hydrolysed silk and hydrolysed milk protein and lactose.... 147

    Figura 12.

    Curva de OSC obtidas com atmosfera dinmica de nitrognio

    100 mL min-

    e uma razo de aquecimento de

    C

    min da amostra cabelo

    virgem 150

    Figura 13. Curva de OSC obtidas com atmosfera dinmica de nitrognio

    100 mL min-

    e uma razo de aquecimento de

    C

    min-

    da amostra cabelo

    submetido a tintura oxidativa base colorao loiro claro 151

    Figura 14

    Curva de OSC obtidas com atmosfera dinmica de nitrognio

    100 mL min-

    e uma razo de aquecimento de

    C

    min da amostra cabelo

    submetido a tintura oxidativa base colorao loiro claro aditivada com

    silanetriol

    and panthenol

    151

    Figura

    15. Curva de OSC obtidas com atmosfera dinmica de nitrognio

    100

    mL

    min-

    e uma razo de aquecimento

    de

    C

    min

    da amostra cabelo

    submetido a tintura oxidativa base colorao loiro claro aditivada com PEG-12

    dimethicone

    152

    Figura 16 Curva de OSC obtidas com atmosfera dinmica de nitrognio

    100 mL min-

    e uma razo de aquecimento de

    C min

    da amostra cabelo

    submetido a tintura oxidativa base colorao loiro claro aditivada com

    hydrolysed silk

    and hydrolysed milk protein and lactose 152

    Figura

    17. Curvas de OSC obtidas com atmosfera dinmica

    de

    nitrognio

    100 mL min-

    1

    e uma razo de aquecimento de

    C

    min-

    1

    da amostra cabelo

    submetido aos diferentes tratamentos 153

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    LISTA DE TABELAS

    Captulo 3: Avaliao comparativa da perda proteica da fibra capilarsubmetida tintura capilar oxidativa .................................................................. 63

    Tabela 1. Composio quali e quantitativa %(p/p) da formulao base para

    tinturas oxidativas ..................................................................................................... 76

    Tabela 2. Composio quali e quantitativa %(p/p) da formulao de

    tinturas oxidativas loiro claro e castanho claro ......................................................... 76

    Tabela 3.Agentes condicionadores utilizados na tintura oxidativa de

    colorao loiro claro, incorporados a 3,0%(p/p) ...................................................... 76Tabela 4. Resultados das absorbncias (Abs) a 750,0 nm para a construo da

    curva analtica A para albumina padro secundrio (pureza= 96,1%) e as

    concentraes obtidas pela equao da reta A ...................................................... 87

    Tabela 5. Resultados das absorbncias (Abs) a 750,0 nm para a construo da

    curva analtica B para albumina padro secundrio (pureza= 96,1%) e as

    concentraes obtidas pela equao da reta B ...................................................... 87

    Tabela 6. Resultados das absorbncias (Abs) a 750,0 nm para a construo da

    curva analtica C para albumina padro secundrio (pureza= 96,1%) e as

    concentraes obtidas pela equao da reta C ...................................................... 88

    Tabela 7. Resultados das absorbncias (Abs) a 750,0 nm para a construo da

    curva analtica D para albumina padro secundrio (pureza= 96,1%) e as

    concentraes obtidas pela equao da reta D ...................................................... 88

    Tabela 8. Resultados das absorbncias (Abs) a 750,0 nm para a construo da

    curva analtica E para albumina padro secundrio (pureza= 96,1%) e as

    concentraes obtidas pela equao da reta E........................................................ 89

    Tabela 9. Dados obtidos a partir do conjunto de rplicas para construo da curva

    analtica mdia ......................................................................................................... 89

    Tabela 10.Avaliao da preciso e da exatido do mtodo de Lowry modificado

    por Peterson para a quantificao de protenas extradas de mechas de cabelo

    caucasiano castanho claro. ..................................................................................... 91

    Tabela 11.Avaliao da recuperao de padro secundrio de albumina bovina

    (T=96,1%) ................................................................................................................ 92

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    Tabela 12. Resultados de absorbncia a 750,0 nm da pesquisa de interferentes,

    empregando o mtodo de Lowry modificado por Peterson ...................................... 93

    Tabela 13. Mdia das perdas proticas dos diferentes tipos de cabelo

    caucasiano aps tratamento por diferentes tipos de colorao de tinturas

    oxidativas ................................................................................................................. 94

    Captulo 4: Avaliao do dano a haste capilar ocasionado por tintura oxidativa

    aditivada ou no de substncias condicionadoras...........................................101

    Tabela 1. Composio quali e quantitativa %(p/p) da formulao base para

    tinturas oxidativas ................................................................................................... 113

    Tabela 2. Composio quali e quantitativa %(p/p) da formulao de

    tinturas oxidativas loiro claro .................................................................................. 113

    Tabela 3.Agentes condicionadores utilizados na tintura oxidativa de

    colorao loiro claro, incorporados a 3,0%(p/p) .................................................... 114

    Tabela 4. Trabalho necessrio (Joules) obtidos no teste de penteabilidade

    (mdia de 15 leituras) a seco e a mido das mechas de cabelo caucasiano

    castanho claro, submetidas ou no ao tratamento com tinturas

    oxidativas aditivadas de agentes condicionadores ................................................ 123

    Tabela 5.Trao ruptura das fibras capilares da mecha de cabelo

    caucasiano castanho virgem .................................................................................. 128

    Tabela 6.Trao ruptura das fibras capilares da mecha de cabelo caucasiano

    submetidos ao tratamento da tintura oxidativa de colorao loiro claro ................ 129

    Tabela 7.Trao ruptura das fibras capilares da mecha de cabelo caucasiano

    submetidos ao tratamento da tintura oxidativa de colorao loiro claro

    aditivada com o Silanetriol (and) panthenol........................................................... 130

    Tabela 8.Trao ruptura das fibras capilares da mecha de cabelo caucasiano

    submetidos ao tratamento da tintura oxidativa de colorao loiro claro

    aditivada comPEG-12 dimethicone....................................................................... 131

    Tabela 9.Trao ruptura das fibras capilares da mecha de cabelo caucasiano

    submetidos ao tratamento da tintura oxidativa de colorao loiro claro

    aditivada com Hydrolysed silk (and) hydrolysed milk protein (and) lactose............ 132

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    Tabela 10. Variaes de cor das amostras de mechas de cabelo caucasiano

    tratadas com as tinturas da colorao loiro claro, aditivadas ou no de agentes

    condicionadores aps uma, cinco e dez lavagens. ............................................... 135

    Tabela 11. Temperatura de pico (C) e a perda de massa (%) de cada evento

    ocorrido durante a realizao das curvas termogravimtricas com atmosfera

    dinmica de ar (50 mL min-1) e uma razo de aquecimento de 10 C.min-1........... 149

    Tabela 12.Temperaturas de pico (C) e variao de energia de entalpia H (J/g)

    de cada evento ocorrido durante a realizao da curva de DSC obtidas com

    atmosfera dinmica de nitrognio (100 mL min-1) e uma razo de

    aquecimento de 10 C min-1. ................................................................................. 154

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    LISTA DE QUADROS

    Captulo 1: Tinturas capilares e sua ao nos cabelos ........................................1

    Quadro 1.Principais reaes de acoplamento ....................................................... 27

    Quadro 2. Descrio tcnica de tonalidade de cabelo

    (conveno comercial europia) ............................................................................. 27

    Captulo 3: Avaliao comparativa da perda proteica da fibra capilarsubmetida tintura capilar oxidativa .................................................................. 63

    Quadro 1.Classificao dos mtodos analticos ..................................................... 72

    Quadro 2.Elementos requeridos para a validao conforme a categoria do

    mtodo analtico ....................................................................................................... 72

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    CAPTULO 1. 1

    Captulo 1

    TINTURAS CAPILARES E SUA AO NOS CABELOS

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    22/181

    CAPTULO 1. 2

    Resumo

    As modificaes na aparncia dos cabelos visa atender os desejos dos

    consumidores e tm sido possveis pela alterao na configurao e/ou cor dasfibras capilares. O conhecimento sobre a antomo-fisiologia da estrutura destas

    estruturas facilitam a compreenso dos mecanismos de ao dos cosmticos

    capilares, que tm a capacidade de alterar as propriedades fsicas superficiais

    das fibra capilar. As tinturas capilares oxidativas permanentes compreendem a

    categoria de produtos mais conhecida e utilizada pelos consumidores, em

    funo de seu efeito permanente, sendo constitudas por molculas muito

    reativas que, ao reagirem entre si em meio fortemente alcalino/oxidante,originam polmeros coloridos. A fibra capilar, quando exposta s condies

    adversas do meio ambiente (sol, umidade, poluio), pode apresentar danos em

    sua estrutura e, consequentemente, alteraes nas suas propriedades

    mecnicas e de superfcie, conferindo menor resistncia trao e ruptura,

    dificuldade de penteabilidade, reduo do brilho e alterao da cor do cabelo. O

    risco potencial do uso de produto cosmtico em condies normais, ou

    razoavelmente previsveis, de uso deve ser considerado com o uso de tinturascapilar, que cada vez mais tem tido a adeso de consumidores, de ambos os

    sexos, de diversas faixas etrias e diferentes raas e estilos de vida social.

    Palavras-chave:tintura capilar, cabelo, danos da fibra capilar

  • 7/23/2019 Mestrado Robson Miranda DaGama

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    CAPTULO 1. 3

    1. INTRODUO

    O consumidor est se preocupando com sua aparncia, seja por motivos

    estticos ou na busca de melhor qualidade de vida, principalmente com o avanarda idade. Desta forma o tema cabelo e os produtos utilizados nos diversos

    tratamentos tem sido abordado em diversas pesquisas cientficas das reas

    mdica e cosmtica. Embora no tenha nenhuma funo vital, representa

    componente relevante na imagem do corpo, possui importncia psicolgica e de

    insero social tanto para homens como para mulheres fazendo parte da

    identidade do indivduo (DIAS et al., 2007; CHUA; LEVELL, 2005; HARRINSON;

    SINCLAIR, 2004; BOLDUC; SHAPIRO, 2001).Considerando sua pigmentao pode ser classificado, como: loiro, ruivo,

    castanho ou preto e quanto a disposio estrutural e morfologia da superfcie

    capilar, pode ser classificado de acordo com os subgrupos tnicos em: asitico,

    africano e caucasiano. Essa classificao ampla mal leva em conta a grande

    complexidade da diversidade biolgica humana resultante de mltiplas origens de

    miscigenao passadas ou recentes (LOUSSOUARN et al., 2007; LE METTRIE et

    al., 2007).

    O cabelo uma de poucas caractersticas fsicas do corpo que podemos

    alterar parcial ou totalmente, de acordo com as tendncias da moda, da cultura ou

    dos valores da sociedade (DIAS et al., 2007; CHUA; LEVELL, 2005;

    HARRINSON; SINCLAIR, 2004; BOLDUC; SHAPIRO, 2001).

    Ao longo da Histria, os seres humanos tm utilizado diferentes materiais e

    mtodos qumicos e fsicos para alterar a aparncia fsica do cabelo, como

    alisamento, relaxamento, ondulao e tintura, entre outros, de acordo com as

    aspiraes individuais e de status social (DIAS et al., 2007; CHUA; LEVELL,

    2005; HARRINSON; SINCLAIR, 2004).

  • 7/23/2019 Mestrado Robson Miranda DaGama

    24/181

    CAPTULO 1. 4

    2. HISTRICO DAS TINTURAS CAPILARES

    Colorir os cabelos um dos atos de embelezamento mais importantes

    realizado por homens e mulheres e tem-se registros desde a Antiguidade, tendosido utilizada desde a origem do homem passando plos egpcios, gregos,

    romanos, hebreus assrios, persas e nas culturas contemporneas sucessoras

    dos antigos chineses e hindus (CHUA; LEVELL, 2005).

    H mais de trs mil anos, os egpcios foram os primeiros a desenvolver a

    tcnica de tintura de tecidos e de cabelos, utilizando inmeros corantes que

    extraam da matria animal e vegetal. O Fara Ramss II acentuava a colorao

    vermelha de seu cabelo com Henna. Estes mesmos corantes foram empregadospor muitas civilizaes no decorrer dos sculos, e muitos se mantm em uso at

    nos dias atuais (LCW, 2008; CHUA; LEVELL, 2005; PINHEIRO et al., 2002).

    Na Grcia e Roma antiga, a mudana da cor dos cabelos estava

    relacionada ao culto das deusas loiras Afrodite e Vnus (LCW, 2008). Na Grcia,

    os cabelos eram clareados pelo uso de uma pomada composta de ptalas e plen

    de flores amarelas (CHUA; LEVELL, 2005).

    O Dicionrio das Senhoras de 1694 cita frmulas para a colorao dos

    cabelos que as mulheres da poca utilizavam como tinturas preparaes que

    eram constitudas da mistura das bagas de sabugueiro e do vinho para conferir

    uma colorao preta; uso do extrato do radish conseguir um produto castanho

    claro, e uma mistura do ceruse(ligao derivado); cal, e aafro ou tumrico para

    aquelas com ambies loiras (CHUA; LEVELL, 2005).

    At ao ltimo tero do sculo XIX, a colorao capilar era a mistura de

    plantas e compostos metlicos. Apesar da 1atintura orgnica sinttica ter utilizado

    o pirogalol (1,2,3 triidroxibenzeno) e ter sido observada pr Scheele em 1786,

    somente foi isolado e identificado por Bracconot em 1832 (PINHEIRO et al.,

    2002).

    O processo de colorao dos cabelos por tinturas oxidativas utilizado h

    mais de 100 anos, a partir da observao que o p-fenilenodiamina (composto

    incolor) produzia um composto colorido quando oxidado e que esta reao

    poderia ser aplicada ao cabelo (CORBETT, 1999).

  • 7/23/2019 Mestrado Robson Miranda DaGama

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    CAPTULO 1. 5

    A primeira patente de tinturas oxidativas foi obtida em 1883, por Monnet

    que divulgava o uso do p-fenilenodiamina ou do p-diaminotolueno associados

    com um agente oxidante. Entre 1888 e 1897, Hugo e Ernst Erdmann ampliaram o

    universo dos ingredientes ao incluir, entre outros, precursores como o p-

    aminofenol, seus n-alquil derivados. Suas patentes foram extremamente

    importantes, pois introduziram o uso da gua oxigenada como o agente oxidante

    no processo de colorao (CORBETT, 1999).

    As tinturas capilares tornaram-se muito difundidas e desejveis

    socialmente, por serem os nicos produtos bem-tolerados e que poderiam ser

    aplicados em repouso. Entretanto, o nmero de cores disponveis era limitado,

    fato que foi rapidamente superado devido aos avanos da qumica no campo dasntese orgnica com o desenvolvimento de novas molculas que

    proporcionavam coloraes elaboradas, com diversas variaes naturais com

    objetivo de reforar a colorao natural do cabelo e disfarar os cabelos brancos

    (LCW, 2008; COBERTT, 1999).

    Nos anos 70, a colorao dos cabelos tomou uma dimenso ldica. As

    tinturas no apenas devem fornecer a colorao desejada, como tambm devem

    tratar os cabelos fornecendo proteo, maciez e brilhos (LCW, 2008).

    3. DADOS DE MERCADO E LEGISLAO MUNDIAL E BRASILEIRA

    De 1996 at 2008, o crescimento no mercado brasileiro foi de R$ 4,9

    bilhes para R$ 21,7 bilhes, representando crescimento anual mdio de 13,5%.

    Uma das reas que tem se ampliado bastante aquela voltada para produtos

    capilares, que corresponde a 24,9% do faturamento do mercado. Os cosmticospara tratamento capilar (sem enxgue) esto no topo da lista, com crescimento de

    26,8% ao ano, seguido da tintura (20,6%), produtos para permanente, alisamento

    e relaxamento (12,8%), modelador (8,3%), xampu (4,5%) e condicionador (com

    enxgue (0,6%). Entretanto, o sub-segmento xampu corresponde a 28% de

    participao no segmento, conjuntamente com a tintura (28%), seguido de

    produtos para tratamento capilar (20%), condicionador (17%), produtos para

    alisamento, permanente e relaxamento (5%), modelador para estilizao (2%)(ABIHPEC, 2009).

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    CAPTULO 1. 6

    A Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) n 211 de 14 de julho de 2005

    classifica as tinturas capilares como cosmticos de grau de risco 2, ou seja, so

    produtos de higiene pessoal, cosmticos e perfumes cuja formulao cumpre

    com a definio de produtos cosmticos e que se caracterizam e que

    possuem indicaes especficas, cujas caractersticas exigem comprovao

    de segurana e/ou eficcia, bem como informaes e cuidados, modo e

    restries de uso (BRASIL, 2005).

    As substncias presentes nas tinturas capilares que so responsveis pela

    colorao das fibras capilares so, em sua maioria, corantes sintticos, sendo os

    permitidos para uso cosmtico os presentes no Anexo III da RDC n 79 de 28 de

    Agosto de 2000 (BRASIL, 2000). Entretanto, os agentes alcalinizantes e oxidantespermitidos para o uso em produtos cosmticos esto presentes na RDC n 215 de

    25 de julho de 2006 (BRASIL, 2006).

    Na Comunidade Europia os corantes permitidos para o uso em tinturas

    capilares esto presentes na DIRECTIVA DO CONSELHO de 27 de Julho de

    1976, atualizada pela verso de 24 de Abril de 2008 (COMUNIDADE EUROPIA,

    2008).

    A liberao da utilizao de matrias-primas para o uso em produtoscosmticos deve passar pela comisso Scientific Committee on Cosmetic

    Products and Non-Food Products intended for Consumers (SCCNFP), que avalia

    os riscos toxicolgicos destes baseados em evidncias cientficas, aps esta

    avaliao so emitidos pareceres os quais liberam ou restringem sua utilizao.

    4. FIBRA CAPILAR

    Considerando sua pigmentao pode ser classificado, como: loiro, ruivo,

    castanho ou preto e quanto a disposio estrutural e morfologia da superfcie

    capilar, pode ser classificado de acordo com os subgrupos tnicos em: asitico,

    africano e caucasiano (LOUSSOUARN et al., 2007; De La METTRIE et al., 2007).

    Loussouarn et al.(2007) De La Mettrie et al. (2007) propuseram um novo

    sistema de classificao da fibra capilar quanto as ondulaes presentes de uma

    maneira objetiva e precisa, ao invs de considerar apenas a etnia. Os cabelos de

    1442 sujeitos de 18 pases foram coletados e avaliados por meio da medio de

  • 7/23/2019 Mestrado Robson Miranda DaGama

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    CAPTULO 1. 7

    trs descritores, facilmente verificveis do formato dos cabelos: Dimetro da

    Curva (CD), ndice de Ondulao (i) e Nmero de Ondas (w). Este mtodo

    forneceu uma classificao mundial em categorias bem definidas e de grande

    utilidade para a rea cosmtica. As anlises do principal componente e de

    agrupamento de dados sugeriram uma repartio de oito grupos para descrever a

    populao do estudo. Essa subdiviso em oito categorias permitiu classificar os

    cabelos de lisos a extremamente ondulados e crespos. Essa classificao

    resultou em um mtodo mais efetivo para descrever os cabelos, sem nenhuma

    referncia etnia, ou termos descritores confusos das ondulaes. A

    classificao combinou com a distribuio dos genes humanos segundo sua

    localizao geogrfica, como outra maneira de estudar a diversidade humana,conforme visualizado na Figura 1.

    Figura 1.Distribuio dos oito tipos de cabelo da nova classificao dentro de seis diferentes tipos

    tnicos africano, afroamericano, asitico, brasileiro caucasiano e caribenho Legenda:n= nmero

    de indivduos analisados (LOUSSOUARN et al., 2007).

    Africano Afroamericano

    Asitico Brasileiro

    Caucasiano Caribenho

  • 7/23/2019 Mestrado Robson Miranda DaGama

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    CAPTULO 1. 8

    4.1. Antomo-fisiologia

    O conhecimento da antomo-fisiologia da estrutura da fibra capilar facilita a

    compreenso dos mecanismos de ao dos cosmticos capilares, que podem

    alterar as propriedades fsicas e superficiais da fibra, como: resistncia mecnica

    ruptura; elasticidade; propriedades relacionadas a estrutura da -queratina, com

    dimetro e caractersticas do crtex; enquanto o brilho e a resistncia a

    penteabilidade esto referem-se a disposio e orientao das clulas da cutcula

    (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005).

    A fibra capilar pode ser dividida em duas partes: raize haste. A haste aporo que se projeta da superfcie da pele, enquanto a raiz est inserida na

    mesma. A raizprovm de uma invaginao tubular da epiderme conhecida como

    folculo piloso(BERNARD, 2002).

    4.1.1. Folculo piloso

    O folculo piloso composto da bainha epitelial e bainha de tecido

    conjuntivo. A primeira, que est mais prxima da raiz do pelo, formada por duascamadas: interna e externa. A interna composta de trs subcamadas: (a)

    interna, cutcula, que similar e est em contato direto com a cutcula do pelo; (b)

    intermediria (camada de Huxley), composta de algumas camadas de clulas

    quadradas; e (c) externa, de Henle, composta de uma camada de clulas

    poligonais achatadas. A epitelial externa considerada um prolongamento inferior

    da epiderme, com a camada espinhosa por dentro; e a basal e a lmina basal por

    fora, esta ltima espessada e denominada de membrana vtrea. A bainha detecido conjuntivo uma extenso da derme e possui duas camadas, papilar

    interna e reticular externa, conforme visualizado na Figura 2(BERNARD, 2002).

    No desenvolvimento do folculo piloso, durante a embriognese, ocorrem

    uma srie de reaes ectodrmicas e mesenquimais que se iniciam no terceiro

    ms de vida intra-uterina. Algumas clulas indiferenciadas da epiderme so

    orientadas por uma srie de sinalizadores moleculares, incluindo o Sonic

    hedgehog, Wnt, BMP-2/4 e FGF10 (Fator de Crescimento de Fibroblastos), que

  • 7/23/2019 Mestrado Robson Miranda DaGama

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    CAPTULO 1. 9

    induzem a diferenciao das clulas da derme em placode, primeira mudana

    morfolgica verificada na formao da papila drmica do folculo piloso

    (mecanismo no est completamente elucidado) (OHYAMA, 2007; BERNARD,

    2002).

    Figura 2: Representao esquemtica da estrutura do bulbo capilar (BERNARD, 2002).

    Na sequncia, do processo as clulas do epitlio basal tornam-se

    alongadas e invaginam em alguns pontos em direo derme, circundando a

    regio que dar origem, posteriormente, papila drmica, rgo que consiste de

    um pequeno agrupamento de clulas mesenquimais densamente reunidas. O

    tamanho do bulbo do pelo, a durao da fase de seu crescimento e,

    consequentemente, o comprimento e dimetro da haste esto diretamente

    relacionados com o volume de clulas germinativas existentes na papila drmica.

    Estas clulas so denominadas de bulgee so encontradas dentro da camada

    basal da bainha externa da raiz do cabelo, em uma rea denominada deprotuberncia (OHYAMA, 2007; BERNARD, 2002).

    Cavidade da papila drmica

    Clulas em diviso

    Melancitos

    Zona de diferenciao

    Clulas em diviso

    Camada deHenle

    Camada deHuxley

    Camada deExterna da Raiz

    Camada deInterna da Raiz

    Camada deInterna daCutcula

    CutculaCrtex Medula

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    CAPTULO 1. 10

    Os fibroblastos da papila drmica produzem citocinas, que induzem

    diviso de clulas-tronco foliculares localizadas na regio da protuberncia do

    bulbo do pelo. Essas clulas migram para uma regio na base do folculo piloso

    conhecida como matriz. Posteriormente, apresentam diferenciao e movem-se

    para a poro superior do plo, formando a haste e a bainha interna do folculo

    (OHYAMA, 2007; BERNARD, 2002).

    As clulas da papila drmica e algumas das bainhas interna e externa do

    folculo piloso so andrgeno-dependentes, pois possuem receptores

    andrognicos no citoplasma e no ncleo. Os hormnios andrognicos controlam

    indiretamente o crescimento capilar, pois influenciam a sntese e a liberao decitocinas das clulas da papila drmica (OHYAMA, 2007; OLIVEIRA; ALMEIDA

    JUNIOR, 2003).

    Os folculos pilosos no apresentam crescimento contnuo e cada fibra

    capilar, se encontra nas fases do ciclo de crescimento em perodo de tempo

    diferente. Conforme apresentado na Figura 3, existem trs fases do ciclo de

    crescimento do cabelo: angena, catgena etelgena.Angena a fase ativa de

    crescimento capilar e dura entre 2 e 6 anos, dependendo da regio cutnea. Aps

    a fase angena, a fibra entra na fase catgena, que de curta durao (2 a 3

    semanas) e ocorre regresso no desenvolvimento do pelo por meio da morte

    programada (apoptose) das clulas localizadas nos dois teros inferiores do

    folculo. Essas duas fases so separadas por um perodo de repouso conhecido

    como fase telgena(de 3 a 4 meses). Durante a fase telgenaos cabelos caem e

    uma nova matriz se forma gradualmente, a partir das clulas germinativas da

    camada basal da protuberncia externa da bainha epitelial da raiz do cabelo. Umnovo fio de cabelo comea a crescer e o folculo volta para a fase angena.

    Normalmente, at cerca de 90% dos nossos folculos pilosos esto na fase

    angena, enquanto que entre 10 e 14% esto na fase telgenae apenas 1% ou

    2% esto na fase catgena (BERNARD, 2002; SHAKER; VAN NESTE, 2001;

    FEUGHELMAN, 1997).

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    CAPTULO 1. 11

    Figura 3. Ciclo de crescimento do cabelo (SAMPAIO & RIVITTI, 1998).

    Esse desenvolvimento cclico dos pelos ocorre de forma contnua durante

    a vida ps-natal e um processo dinmico, que permite a remodelagem do plo,

    em resposta a uma srie de fatores, por exemplo, durante a adolescncia, por

    exemplo, a maior produo de hormnios sexuais masculinos ou andrognicos

    ocasiona espessamento, crescimento e aumento da pigmentao dos plos

    corporais (OHYAMA, 2007; OLIVEIRA; ALMEIDA JUNIOR, 2003; BERNARD,

    2002).

    4.1.2. Haste

    A hastefaz parte da fibra capilar, composta por clulas fusiformes, possui

    composio complexa e contm, principalmente, -queratina que, dependendo do

    tipo de cabelo, pode corresponder de 65 a 95% de sua massa. Esta protena est

    disposta em cadeias polipeptdicas helicoidais e formada por elevada proporo

    de cistina insolvel, estabilizada fsica e quimicamente por ligaes de dissulfeto,ligaes de hidrognio e hidrofbicas, interaes de van der Walls e

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    CAPTULO 1. 12

    salinas(SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005; BOLDUC; SHAPIRO, 2004; SWIFT,

    1999a; FEUGHELMAN, 1997).

    A haste da fibra capilar a responsvel por conferir brilho, corpo e textura

    ao cabelo. Apresenta trs estruturas principais: cutcula, crtex e medula, da parte

    externa para interna, respectivamente (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005;

    BOLDUC; SHAPIRO, 2001; FEUGHELMAN, 1997). Estas camadas possuem

    diferenas de aspecto marcantes, de acordo com o grupo tnico ao qual o

    indivduo corresponde que, consequentemente, refletem nas propriedades da

    haste capilar (DIAS et al., 2007).

    A Figura 4 ilustra um esquema da fibra capilar e das subunidades

    componentes do crtex e da cutcula.

    A cutcula constituda por material protico e amorfo, se situa na poro

    mais externa da fibra capilar e formada por clulas anucleadas e achatadas.

    Estas se apresentam translcidas (despigmentadas) e queratinizadas, sendo

    responsveis pela proteo das clulas corticais e regulao da entrada e sada

    de gua na fibra, o que permite manter suas propriedades fsicas (SCHUELLER;

    ROMANOWSKI, 2005; SHAKER; VAN NESTE, 2001; FEUGHELMAN, 1997).Morfologicamente, a cutcula constituda por 6 a 8 camadas de clulas

    sobrepostas na direo longitudinal da fibra e cada uma possui forma retangular

    com cerca de 30-500 m de comprimentoe 0,3 m de espessura. De acordo com

    a sobreposio das clulas, apenas 1/6 das mesmas ficam expostas na superfcie

    do cabelo, gerando aparncia lisa que permite a reflexo da luz e limita a frico

    entre as fibras, sendo responsveis pelas propriedades de brilho e textura

    (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005; HARRINSON; SINCLAIR, 2004; SHAKER;VAN NESTE, 2001; FEUGHELMAN, 1997).

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    CAPTULO 1. 13

    Figura 4:Esquema representativo da fibra capilar e das subunidades componentes da cutcula e

    do crtex (ZAHN, 2002).

    O crtex o maior constituinte da fibra capilar. As clulas corticais so

    subdivididas em macrofibrilas formadas por material interfilamentar amorfo, rico

    em enxofre e microfibrilas dispostas em -hlice, constitudas por quatro

    protofibrilas, e estas por dois protofilamentos, que possuem dois dmeros de -

    queratina como subunidades (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005; ZAHN, 2002).

    As macrofibrilas e a matriz interfilamentar so responsveis pela forma das

    clulas do crtex. Dependendo da disposio e do arranjo espacial, essas clulas

    so classificadas em paracorticais ou ortocorticais (SCHUELLER;

    ROMANOWSKI, 2005; ZAHN, 2002).

    Dmero

    Protofilamento

    Protofibrila

    Microfibrila

    Macrofibrila

    MaterialInterfilamentar

    Endocutcula

    Exocutcula

    Epicutcula

    Paracrtex

    Ortocrtex

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    CAPTULO 1. 14

    A matriz interfilamentar das clulas paracorticais difere das orticoticais, por

    ser mais densa devido maior quantidade microfibrilas presente. Cabelos asiticos

    possuem maior proporo das paracorticais, enquanto os afro-tnicos possuem

    maior proporo da segunda e os caucasianos possuem proporo balanceada

    entre os dois tipos de clulas descritas (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005;

    ZAHN, 2002).

    A queratina presente nas microfibrilas determina as propriedades mecnicas

    da fibra, como resistncia e elasticidade (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005;

    ZAHN, 2002).

    Em funo de pesquisas na biologia molecular, verificou-se que existem 15

    tipos de queratina, agrupadas em dois grandes tipos, que diferem em sua massa

    molar e ponto isoeltrico. As do Tipo I (9 dos 15 tipos de queratina) possuem

    caractersticas cidas como ponto isoeltrico (pI) de aproximadamente 5,4 e

    massa molar entre 40 e 50 quiloDalton (kDa). As classificadas como Tipo II,

    possuem caractersticas alcalinas com pI superior a 6,4 e massa molar entre 58

    e 70 kDa. Estudos de imunoensaios e de imunofluorescncia revelaram um

    complexo mecanismo (no completamente elucidado) que determina a diferente

    expresso da queratina em todas as reas do folculo, dependendo da fase de

    diferenciao do cabelo (ZAHN, 2002).

    A medula se apresenta como camada fina cilndrica localizada na parte

    interna central das fibras capilares espessas, sendo constitudas por clulas

    anucleadas. Pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio e

    sua funo ainda no um consenso entre os pesquisadores (SHAKER; VAN

    NESTE, 2001; FEUGHELMAN, 1997).

    A medula normalmente classificada em: ausente, fragmentada ou

    contnua, entretanto, estudos conduzidos por WAGNER et al. (2007), propem

    uma nova classificao em medula espessa ou fina baseada nas propriedades

    pticas, pois verificaram que a classificada como fragmentada uma medula

    espessa intercalada com a fina anlises realizadas indicou que a mesma era

    contnua e as vezes ausentes.

    Wagner et al. (2007) revelaram que a medula possui 3 subunidades:estrutura globular, material fibrilar no organizado e uma camada lisa de

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    CAPTULO 1. 15

    cobertura. Estas estruturas so conhecidas como vacolos de ar presentes na

    camada medular. O material da fibrilar composto de microfibrilas como as

    clulas do crtex. A medula fina e a espessa so morfologicamente diferentes. A

    primeira apresenta um contraste mais elevado, relao bem definida com o crtex

    e dimenses menores. A segunda apresenta estruturas mais globulares,

    cavidades maiores e a organizao gradual das clulas do lado interno ao

    externo.

    4.2. Pigmentao

    4.2.1. Melanina

    A cor dos cabelos determinada pela presena ou ausncia de diversos

    tipos de melaninas depositadas no crtex da fibra capilar. As melaninas so

    comumente divididas em dois grupos: as eumelaninas de colorao marrom a

    preta, e as feomelaninasde colorao de amarela a vermelha. A variabilidade de

    coloraes da fibra capilar est relacionada s diferentes propores de

    eumelaninas e feomelaninas presentes, que no diferem apenas na colorao,

    mas tambm na composio qumica, disposio fsica dos grnulos e na

    uniformidade de distribuio do grnulo de melanina na fibra (TOBIN, 2008; LIU et

    al., 2005; VAN NESTE; TOBIN, 2004).

    As melaninas do cabelo fornecem proteo fotoqumica s protenas

    presentes no cabelo, especialmente frente s radiaes de menor comprimento

    de onda, atuando como filtros solares, pois absorvem as radiaes ultravioletas

    (UV) oxidativas de alta energia e as dissipa na forma de calor, entretanto, neste

    processo, os pigmentos so degradados ou descorados (NOGUEIRA; JOEKES,

    2004).

    4.2.2. Melanognese

    As melaninas so formadas dentro de organelas especiais denominadas de

    melanossomas, que por sua vez, so produzidos no citoplasma dos melancitos

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    CAPTULO 1. 16

    (Figura 5), por meio de uma srie de reaes em cadeia denominada

    melanognese(TOBIN, 2008; VAN NESTE; TOBIN, 2004).

    Figura 5.Esquema representativo de um melancito (LEPORI, 2002).

    Conforme a representao esquemtica da Figura 6, o ciclo da

    melanognese para ambos pigmentos inicia-se por meio da expresso da l-

    tirosinase que gera a oxidao enzimtica do aminocido l-tirosina a l-dopa e,

    posteriormente, em l-dopaquinona. Este composto pode seguir dois caminhos

    distintos para formar a feomelanina ou a eumelanina (TOBIN, 2008; LIU et al.,

    2005; OLIVEIRA; ALMEIDA JUNIOR, 2003).

    Na formao da eumelanina, a l-dopaquinona passa espontaneamente por

    um processo de ciclizao intramolecular, formando o leucodopacromo que

    oxidado, gera o dopacromo. Na presena da enzima, dopacromo tautomerase, odopacromo pode ser transformado em 5,6-diidroxiindol-2-cido carboxlico

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    CAPTULO 1. 17

    (DHICA), entretanto, competitivamente a esta reao, ocorre a descarboxilao

    do dopacromo formando o 5,6-diidroxiindol (DHI). Tanto o DHICA como o DHI

    podem ser oxidados a suas quinonas respectivas, iniciando assim uma cascata

    bioqumica, que termina com a formao de pigmento castanho-preto chamado

    eumelanina (TOBIN, 2008; LIU et al., 2005; VAN NESTE; TOBIN, 2004;

    OLIVEIRA; ALMEIDA JUNIOR, 2003).

    Entretanto, para a formao da feomelanina o l-dopaquinona se conjuga

    com a cistena ou glutationa, formando uma srie de precursores da cisteinildopa

    e glutationadopa que geram intermedirios benzotiaznicos e, aps uma srie de

    transformaes, geram um pigmento vermelho-amarelo chamado feomelanina(TOBIN, 2008; LIU et al., 2005; VAN NESTE; TOBIN, 2004; OLIVEIRA; ALMEIDA

    JUNIOR, 2003).

    Figura 6.Esquema melanognese (STOICHKOV; LE BRICON, 2000).

    As estruturas qumicas da eumelanina e da feomelanina no foram

    elucidadas at o momento, em funo da dificuldade no desenvolvimento de

    procedimentos de isolamento das estruturas qumicas, pois os mtodos

    L-tirosina

    Dopaquinona

    Leucodopacromo

    Dopacromo

    L-DOPA

    5-cisteinil DOPA

    5,6-diidroxiindol Eumelanina FeomelaninaMelanina

    mista

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    CAPTULO 1. 18

    atualmente utilizados influenciam na caracterizao qumica das melaninas (LIU

    et al., 2005).

    A atividade melanognica dos melancitos foliculares est diretamenterelacionada com a fase angena do ciclo de crescimento da fibra capilar, visto

    que esta apenas pigmentada na fase de crescimento. Na fase catgena a

    formao de melanina interrompida e permanece ausente tambm na fase

    telgena(OLIVEIRA; ALMEIDA JUNIOR, 2003).

    A pigmentao e o crescimento das fibras capilares so afetados por vrios

    fatores intrnsecos, que incluem: condies metablicas e estado nutricional,

    localizao e distribuio no corpo, diferenas raciais e de gnero (na espcie),

    nveis hormonais, alteraes genticas e faixa etria (VAN NESTE; TOBIN, 2004).

    5. TINTURAS CAPILARES

    A colorao da fibra capilar amplamente utilizada por mulheres e por

    nmero inferior de homens que buscam alterar a cor natural do cabelo, porinmeras razes, como: tingir/camuflar os cabelos grisalhos, alinhar com a

    tendncia de colorao de cabelo da moda e expressar a personalidade

    (HARRINSON; SINCLAIR, 2004; BOLDUC; SHAPIRO, 2001; GRAY, 2001).

    As tinturas capilares so usualmente classificadas em temporrias, semi-

    permanentes e permanentes, de acordo com o tempo de permanncia no cabelo

    (HARRINSON; SINCLAIR, 2004; BOLDUC; SHAPIRO, 2001; GRAY, 2001).

    5.1. Tinturas temporrias

    As tinturas temporrias so amplamente empregadas para promover

    efeitos especiais aos cabelos, como adicionar destaques de uma cor (reflexos),

    remover os tons amarelos dos cabelos grisalhos; e para cobrir pequena

    quantidade, aproximadamente 15% destes (HARRINSON; SINCLAIR, 2004;

    BOLDUC; SHAPIRO, 2001).

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    CAPTULO 1. 19

    Grande variedade de cores de tinturas temporrias est disponvel nos

    produtos de mercado, geralmente apresentadas na forma de gis, cremes fluidos,

    moussese sprays.

    O mecanismo de ao das tinturas temporrias envolve a colorao por

    deposio dos corantes (Figura 7) sobre a superfcie da fibra capilar e que so,

    geralmente, removidos aps a primeira lavagem. So seguras e raramente

    causam irritao cutnea ou dermatite de contato ao usurio (HARRINSON;

    SINCLAIR, 2004; PINHEIRO et al., 2002; BOLDUC; SHAPIRO, 2001; BROWN,

    1997).

    Figura 7. Mecanismo de colorao temporria (PINHEIRO et al., 2002).

    Legenda: (A) molcula do corante possui um tamanho grande adsorvido a superfcie cutcula da

    fibra capilar

    As tinturas capilares temporrias podem ser classificadas em sintticas ou

    naturais, de acordo com a origem dos corantes utilizados.

    5.1.1. Tinturas naturais

    As tinturas temporrias naturais da fibra capilar so de origem vegetal commateriais obtidos das plantas. So, geralmente, recomendadas aos usurios

    A

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    CAPTULO 1. 21

    curcumina um corante amarelo alaranjado obtido a partir do aafro-da-terra e

    responsvel pela colorao amarela da erva. A colorao vermelha obtida do

    extrato do Hibiscus sabdariffa(Malvaceae), geralmente chamado sorrel vermelho,

    decorrente da presena de antocianinas sendo a cianidina o principal composto

    (ABURJAI; NATSHEN, 2003).

    5.1.2. Tinturas sintticas

    As tinturas sintticas temporrias so formadas por corantes cidos de

    carter aninico, hidrossolveis, com massa molar elevada e a quantidade

    adequada de solvente na formulao permite a deposio homognea do

    complexo colorido nos interstcios da cutcula e na superfcie. A maior eficcia

    das formulaes de tinturas sintticas temporrias exige que se utilizem valores

    de pH entre 2,0 e 4,0 (LCW, 2008).

    Pelo fato de serem formadas por molculas de tamanho grande, no

    conseguem penetrar na cutcula, exceto quando esta tiver recebido um tratamento

    qumico prvio, que a torna mais porosa, permitindo que a tintura penetre

    parcialmente (PINHEIRO et al., 2002; WOLFRAM, 2001; BOLDUC; SHAPIRO,

    2001; BROWN, 1997; ROBBINS, 1994).

    5.2. Tinturas semi-permanentes

    As tinturas semi-permanentes so compostas de substncias sintticas

    derivadas do petrleo, possuem baixa massa molar, e tem natureza catinica ou

    cida associada ou no aos derivados de nitroanilinas, nitrofenilenediaminas enitroaminofenis. Possuem uso domstico pelos consumidores para realar uma

    cor natural e modificar ou cobrir os cabelos grisalhos. Em funo da massa molar

    reduzida, estas tinturas penetram na cutcula e, parcialmente, no crtex do cabelo

    e como resultado, a colorao resultante pode resistir de 5 a 10 lavagens

    (PINHEIRO et al., 2002;; BROWN, 1997; ROBBINS, 1994; WILKINSON; MOORE,

    1990). Seu mecanismo de ao esquematizado na Figura 8.

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    CAPTULO 1. 22

    Figura 8. Mecanismo de colorao semipermanente (PINHEIRO et al., 2002). Legenda:(A)

    molcula do corante possui tamanho mdio e penetra na cutcula e atinge o crtex, ficando

    depositado

    Os corantes cidos utilizados em tinturas semipermanentes so os mesmos

    mencionados nas tinturas sintticas temporrias. Os de natureza catinica, de

    carga positiva, possuem molculas grandes, hidrossolveis e possuem afinidade

    natural com o fio de cabelo. O corante ancora na superfcie cuticular e ocorre

    penetrao no crtex, nas reas em que os cabelos esto danificados (LCW,

    2008).

    Os corantes da famlia das nitroanilinas tm carter no-inico e no so

    solveis em gua. Sua estrutura nitroaromtica resulta em molculas de tamanho

    pequeno, com poder de colorao elevado e de grande afinidade pela queratina

    do cabelo. Estes corantes permitem a criao de inmeros tons com reflexos,

    alm dos naturais (LCW, 2008).

    A fim de assegurar a colorao homognea entre o cabelo que cresce e o

    tingido, na mesma tintura so utilizados diversos pigmentos de coloraoaproximada e de massas molares diferentes, permitindo que as molculas

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    Quadro 1. Principais reaes de acoplamento (LCW, 2008).

    Acopladores

    BASE

    p-fenilenediamina

    (PPD)

    p-aminofenol

    (PAP)Resorcinol amarelo esverdeado amarelo

    m-aminofenol Pink amarelo

    4-amino-2-hidroxitolueno violeta azulado cobre

    4-clororesorcinol amarelo esverdeado amarelo

    Cloridrato de 2,4-diaminofenoletanol Azul violeta avermelhado

    A tonalidade do cabelo obtido aps o processo de colorao classificada

    pela conveno comercial europia, conforme descrito Quadro 2.

    Quadro 2. Descrio tcnica de tonalidade de cabelo (conveno comercial

    europia) (LCW, 2008).

    Nveis de tonalidade Reflexos ou Nuances

    1. Preto 0. depende da posio intensifica ou reduz

    2. Castanho muito escuro 1. Cinza (azulado)

    3. Castanho escuro 2. Pink

    4. Castanho Mdio ou Natural 3. Dourado (amarelado)

    5. Castanho claro 4. Cobre (laranja)

    6. Loiro escuro 5. Mahogany (laranja avermelhado)

    7. Loiro mdio ou Natural 6. Vermelho

    8. Loiro Claro 7. Verde (mate)

    9. Loiro Muito claro

    10. Loiro extra claro (albino)

    Muitos fatores podem influenciar na intensidade da colorao, como a

    proporo dos corantes e do perxido de hidrognio na tintura, alm datemperatura de aplicao, do valor de pH da formulao, da diluio adequada e

    do tempo de contato com o cabelo (SHANSKY, 2007; WIS-SUREL, 1999).

    Em estudo conduzido por Most-Schalck e Lemaire (2002), foi avaliada a

    cintica de degradao dos precursores de colorao das tinturas capilares

    oxidativas por meio das transformaes ocorridas nas formulaes sob influncia:

    radiao ultravioleta, diferentes temperaturas, umidade e exposio ao oxignio.

    Concluram que para a obteno de formulaes de tinturas capilares oxidativasestveis e eficazes, devem-se ter alguns cuidados, proporo de corantes

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    CAPTULO 1. 28

    utilizados, controle da temperatura do processo, umidade reduzida e bom sistema

    antioxidante para a formulao.

    6. DANOS CAUSADOS A FIBRA CAPILAR

    A fibra capilar, quando exposta s condies adversas do meio ambiente,

    pode apresentar danos em sua estrutura e, consequentemente, alteraes nas

    propriedades mecnicas e de superfcie. Cabelos danificados apresentam-se

    opacos, ressecados, speros, frgeis e sem brilho. Dentre as causas, citam-se:

    radiaes solares cuidados dirios (escovao, lavagem e penteados) e

    tratamentos cosmticos (alisamentos, permenentes e tinturas entre outros)

    (ROBBINS, 2006a; 2006b; SWIFT, 1999b; TATE et al, 1993).

    Durante o processo de colorao, as tinturas capilares proporcionam

    abertura demasiada das cutculas, visando otimizar a absoro dos corantes pelo

    crtex, e como consequncia deste mecanismo, ocorre a diminuio da maciez,

    brilho, da penteabilidade, atributos necessrios e indispensveis em um cabelo

    saudvel (PINHEIRO et al., 2002).

    Scanavez et al. (2003) realizaram um estudo no qual demonstraram a

    relao entre a mudana da cor do cabelo com os danos causados

    ultraestrutura capilar. Os cabelos castanhos escuros virgens analisados

    passaram por processos de lavagem com soluo de lauril sulfato de sdio 2%

    (p/v), enxaguados em gua morna, penteados, secos com secador de cabelos e

    penteados novamente. Esta sequncia de processos foi assumida como sendo os

    cuidados dirios com os cabelos. O procedimento foi repetido por 5, 10, 15 e 20

    vezes. Os resultados obtidos demonstraram que os danos da microestrutura

    relacionados ao aumento na quantidade de cavidades (crtex e/ou cutcula)

    conduziram elevao da luminosidade da fibra capilar e a cor amarela obtida foi

    associada com a degradao da melanina. Os resultados obtidos puderam

    correlacionar a mudana da colorao com os danos causados ultraestrutura.

    Nogueira & Joekes (2004) avaliaram a mudana da cor do cabelo e a perda

    proteica causadas pela radiao ultravioleta A (UVA) e B (UVB). Foram utilizados

    cabelos castanhos escuros, vermelhos e loiros submetidos radiao por

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    CAPTULO 1. 29

    lmpada de vapor de mercrio (simular a luz solar) UVA (365nm, intensidade de

    23,0W/m) e UVB (313nm, intensidade de 7,0W/m) por 56, 112, 168, 224 ou 448

    horas. Os resultados demonstraram que a radiao UVB a principal responsvel

    pela perda proteica e a UVA pela mudana da cor dos cabelos,

    independentemente do tipo de cabelo.

    NOGUEIRA et al. (2004b) compararam os efeitos da exposio solar e de

    tratamentos de clareamento capilar nas propriedades mecnicas de cabelos

    castanhos escuros virgens. Os resultados demonstraram que, tanto os danos

    oxidativos, causados pelo clareamento do cabelo, como a exposio radiao

    influenciaram nas propriedades mecnicas de resistncia penteabilidade e

    ruptura por trao. Entretanto, o cabelo que teve tratamento qumico declareamento apresentou mudana em suas propriedades mecnicas mais

    rapidamente do que aquele submetido radiao solar.

    Nogueira et al. (2004a) demonstraram que cabelos castanhos escuros

    virgens, aps passarem por processo de colorao de formulaes comerciais de

    tinturas capilares permanentes e lavados com xampu apropriado para cabelos

    tingidos, ou quando expostos a temperaturas elevadas (172C) utilizadas no

    processo de alisamentos fsicos tiveram alterao da colorao da fibra capilar.

    7. ASPECTOS TOXICOLGICOS

    O risco potencial do produto cosmtico em condies normais ou

    razoavelmente previsveis de uso deve ser avaliado por diferentes abordagens

    como: condies de uso (finalidade, modo de aplicao, tempo de contato, rea e

    superfcie de aplicao) e composio da formulao (concentrao doscomponentes, existncia de restries ou regulamentaes especficas,

    caractersticas de permeao e penetrao e dados toxicolgicos) (BRASIL,

    2004).

    Uma estratgia para avaliao do risco e a segurana do uso tinturas

    capilares envolve a realizao de ensaios de toxicidade aguda, subcrnica,

    irritao e sensibilizao drmica, absoro percutnea, genotoxicidade e

    carcinogenicidade para as formulaes de tinturas e seus precursores sozinhose/ou combinados (PLATZEK, 2007; NOHYNEK et al, 2004).

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    CAPTULO 1. 30

    Platzek (2007) conclui em seu trabalho que os mecanismos envolvidos no

    processo de colorao da fibra capilar so mais compreendidos na atualidade.

    Relatou muitos estudos para avaliar a genotoxicidade dos precursores das

    tinturas foram realizados e os resultados obtidos no foram conclusivos.

    Entretanto afirmou a necessidade de realizao de estudo de genotoxicidade para

    a mistura de precursores e ressaltou a necessidade realizao de estudos de

    sensibilizao e irritao drmica para as tinturas.

    Helzlsouer et al (2007) realizaram uma reviso da literatura a respeito da

    correlao entre a carcinogenicidade e a utilizao de tinturas capilares,

    entretanto apesar de alguns autores correlacionarem o uso de tinturas capilares

    os diversos tipos de cnceres, os resultados observados no foram

    consistentemente por meio dos estudos.

    8. CONSIDERAES FINAIS

    O mercado cosmtico brasileiro est em franco crescimento, sendo a rea

    destinada aos produtos capilares, corresponde a 24,9% do faturamento do

    mercado, sendo as tinturas capilares conjuntamente com os xampus os produtos

    mais vendidos (ABIHPEC, 2009).

    O desenvolvimento de tinturas capilares oxidativas envolve o conhecimento

    de muitas reas, incluindo a avaliao de segurana e eficcia, alm da

    padronizao de diversos fatores que podem influenciar a colorao da fibra

    capilar, como: proporo dos corantes e do perxido de hidrognio na tintura,

    temperatura de aplicao, valor de pH da formulao, diluio adequada e tempo

    de contato com o cabelo.

    Cabe ao formulador desenvolver produtos que atendam de maneira ampla,

    segura e eficaz as necessidades dos consumidores.

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    CAPTULO 1. 34

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    CAPTULO 1. 35

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    CAPTULO 2. 35

    Captulo 2

    PROPRIEDADES E METODOLOGIAS IN VITRODE AVALIAO DAFIBRA CAPILAR

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    CAPTULO 2. 36

    Resumo

    O cabelo uma fibra natural constituda de queratina, protena que contm alto

    teor de enxofre proveniente do aminocido cistena que ao se unir formam a

    cistina. Sua estrutura formada basicamente por cutcula, crtex e medula. Os

    atributos fsicos do cabelo dependem, na maior parte, de sua geometria,

    espessura, distribuio do sebo das glndulas sebceas, presena da melanina,

    dentre outros. As propriedades fsicas e mecnicas esto relacionadas com as

    caractersticas do cabelo, como: elasticidade, lisura, volume, brilho, e definio

    de cachos, devido aderncia significativa das subcamadas da cutcula e ao

    controle do movimento (maleabilidade), assim como a facilidade do ato de

    pentear. Estas propriedades podem ser modificadas de forma positiva com o

    uso de produtos cosmticos contendo substncias condicionadoras, pois podem

    reduzir a eletricidade, recobri-las e reduzir o atrito das fibras capilares,

    presentes nas formas cosmticas: xampu, creme-rinse, creme para pentear,

    reparador de pontas, banho de creme, dentre outros, As propriedades e os

    efeitos na fibra capilar dos produtos cosmticos e das substncias incorporadas

    podem ser avaliados por diversos mtodos, como: microscopia eletrnica de

    varredura e de fora atmica; tomografia de coerncia ptica (OCT);

    espectroscopia de RAMAN e de infravermelho; anlise trmica; colorimetria;

    alm da medio da resistncia mecnica penteabilidade; elasticidade;

    colorao e brilho.

    Palavras-chave: fibra capilar, propriedades mecnicas e qumicas, mtodos de

    avaliao.

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    CAPTULO 2. 37

    1. INTRODUO

    Cada vez mais o consumidor est preocupado com sua aparncia, seja por

    motivos estticos ou de sade. Ele espera que os produtos oferecidos no mercado

    atendam suas necessidades de maneira ampla e eficaz atendendo os claims

    oferecidos. A grande facilidade no acesso s informaes fez com que este se

    tornasse mais consciente e exigisse comprovao dos benefcios aclamados nos

    rtulos dos produtos (NAKANO; ESCUDEIRO, 2001).

    De 1996 at 2008, o crescimento no mercado cosmtico brasileiro foi de R$

    4,9 bilhes para R$ 21,7 bilhes, representando um crescimento anual mdio de

    13,5%. Uma das reas que tem ampliado muito est voltada para os produtos

    capilares, que correspondem a 24,9% do faturamento do mercado (ABIHPEC,

    2009). Este comportamento deve-se ao fato do cabelo ser um componente

    importante da imagem do corpo, com importncia psicolgica e de insero social

    fazendo parte da identidade do individuo. Em vista disso, os fabricantes necessitam

    cada vez mais, buscar novos benefcios e meios para sua comprovao e atender

    as expectativas dos consumidores.

    2. ANTOMO-FISIOLOGIA DA FIBRA CAPILAR

    O cabelo saudvel, bonito e forte universalmente desejado. Trata-se de uma

    fibra composta por clulas fusiformes, de composio complexa e contm,

    principalmente, -queratina que, dependendo do tipo de cabelo, pode corresponder

    de 65 a 95% de sua massa. Esta protena est disposta em cadeias polipeptdicas

    helicoidais e formada por elevada proporo de cistina insolvel, estabilizada fsica

    e quimicamente por ligaes de dissulfeto, ligaes de hidrognio e hidrofbicas,

    interaes de van der Walls e salinas (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005;

    BOLDUC; SHAPIRO, 2001; SWIFT, 1999; FEUGHELMAN, 1997).

    Apresenta trs estruturas principais: cutcula, crtex e medula, da parte

    externa para interna, respectivamente (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005;

    BOLDUC; SHAPIRO, 2001; FEUGHELMAN, 1997). Estas camadas possuem

    diferenas de aspecto marcantes, de acordo com o grupo tnico ao qual o indivduo

    corresponde que, consequentemente, se reflete nas propriedades da haste capilar

    (DIAS et al., 2007).

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    CAPTULO 2. 38

    A Figura 1 ilustra um esquema da fibra capilar e das subunidades

    componentes do crtex e da cutcula.

    A cutcula constituda por material protico e amorfo, se situa na poro

    mais externa da fibra capilar e formada por clulas anucleadas e achatadas. Estas

    se apresentam translcidas (despigmentadas) e queratinizadas, sendo responsveis

    pela proteo das clulas corticais e regulao da entrada e sada de gua na fibra,

    o que permite manter suas propriedades fsicas (SCHUELLER; ROMANOWSKI,

    2005; SHAKER; VAN NESTE, 2001; FEUGHELMAN, 1997).

    Morfologicamente, a cutcula constituda por 6 a 8 camadas de clulas

    sobrepostas na direo longitudinal da fibra e cada uma possui forma retangular

    com cerca de 30-500 m de comprimentoe 0,3 m de espessura. De acordo com a

    sobreposio das clulas, apenas 1/6 das mesmas ficam expostas na superfcie do

    cabelo, gerando aparncia lisa que permite a reflexo da luz e limita a frico entre

    as fibras, sendo responsveis pelas propriedades de brilho e textura (SCHUELLER;

    ROMANOWSKI, 2005; HARRINSON; SINCLAIR, 2004; SHAKER; VAN NESTE,

    2001; FEUGHELMAN, 1997).

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    CAPTULO 2. 39

    Figura 1.Esquema representativo da fibra capilar e das subunidades componentes da cutcula e do

    crtex (ZAHN, 2002)

    Conforme a representao esquemtica da Figura 2, as clulas cuticulares

    possuem membrana externa fina, epicutcula, e duas camadas internas, endocutculae exocutcula. A epcutcula apresenta 2,5-3,0 nm de espessura e recobre cada

    clula. Esta membrana contm protenas (80%) e lipdeos (5%) e quimicamente

    resistente aos lcalis, cidos, enzimas e agentes redutores e oxidantes

    (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005; ROBBINS et al., 2004; SWIFT; SMITH, 2001;

    SWIFT, 1999).

    Dmero

    Protofilamento

    Protofibrila

    Microfibrila

    Macrofibrila

    MaterialInterfilamentar

    Endocutcula

    Exocutcula

    Epicutcula

    Paracrtex

    Ortocrtex

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    CAPTULO 2. 40

    Figura 2.Esquema representativo das subunidades componentes da cutcula (SWIFT; SMITH, 2001)

    Abaixo da epicutcula temos uma camada de 0,1 m de espessuracom elevado

    teor de cistina, quimicamente resistente e hidrofbica denominada camada A.Aexocutcula localiza-se abaixo da camada A e compe cerca de 2/3 da camada, possui

    elevada concentrao de cistina (15%), com alto ndice de ligaes dissulfeto

    cruzadas, que so responsveis pela sua natureza hidrofbica. Devido constituio

    qumica, a epicutcula, a camada Ae a exocutcula funcionam como uma barreira

    difuso de molculas de massa molar elevada.A endocutcula, localizada na poro

    central da cutcula composta por protenas denominadas no-queratinosas, com

    elevado teor de aminocidos cidos e alcalinos e concentrao de cistina reduzida(3%). Esta constituio e a ausncia de reticulaes lhe conferem carter hidroflico

    (WAGNER et al., 2007; SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005; ROBBINS et al., 2004;

    SWIFT; SMITH, 2001; SWIFT, 1999).

    Na regio onde as cutculas se sobrepem, entre duas clulas cuticulares,

    encontra-se a membrana das clulas e um material cimentante que formam o complexo

    da membrana celular, denominando o CMC, com espessura constante (30nm). Este

    formado por trs camadas com espessuras diferenciada uma (150 ), composta porprotenas e polissacardeos, e duas (50 de espessura cada) formadas por lipdeos,

    Epicutcula

    Complexo da MembranaCelular

    Cutcula daClula 2

    Endocutcula

    Exocutcula

    Cutcula daClula 1

    Epicutcula

    Camada Interna

    Camada A

    Camada Interna

    Camada Externa

    Camada

    Camada ExternaSuperfcie da Fibra

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    CAPTULO 2. 41

    sendo o cido 18-metileicosanico (18-MEA) o principal componente lipdico do

    cabelo e, por ter a capacidade de se ligar covalentemente superfcie externa da

    fibra, contribui para as propriedades de penteabilidade do cabelo nas condies

    mida e seca. A camada est intercalada entre as duas camadas (SCHUELLER;

    ROMANOWSKI, 2005; ROBBINS et al., 2004; SWIFT; SMITH, 2001; SWIFT,

    1999a).

    O crtex o maior constituinte da fibra capilar. As clulas corticais so

    subdivididas em macrofibrilas formadas por material interfilamentar amorfo, rico em

    enxofre e microfibrilas dispostas em -hlice, constitudas por quatro protofibrilas, e

    estas por dois protofilamentos, que possuem dois dmeros de -queratina como

    subunidades (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005; ZAHN, 2002).

    As macrofibrilas e a matriz interfilamentar so responsveis pela forma das

    clulas do crtex. Dependendo da disposio e do arranjo espacial, essas clulas

    so classificadas em paracorticais ou ortocorticais (SCHUELLER; ROMANOWSKI,

    2005; ZAHN, 2002).

    A queratina presente nas microfibrilas determina as propriedades mecnicas da

    fibra, como resistncia e elasticidade (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2005; ZAHN,2002).

    A medulase apresenta como camada fina cilndrica localizada na parte interna

    central das fibras capilares espessas, sendo constitudas por clulas anucleadas.

    Pode estar presente ou ausente ao longo do comprimento do fio e sua funo ainda

    no um consenso entre os pesquisadores (SHAKER; VAN NESTE, 2001;

    FEUGHELMAN, 1997).

    A medula normalmente classificada em: ausente, fragmentada ou contnua,

    entretanto, estudos conduzidos por WAGNER et al. (2007), propem uma nova

    classificao em medula espessa ou fina baseada nas propriedades pticas, pois

    verificaram que a classificada como fragmentada uma medula espessa intercalada

    com a fina anlises realizadas indicou que a mesma era contnua e as vezes

    ausentes.

    WAGNER et al. (2007) revelaram que a medula possui 3 subunidades:

    estrutura globular, material fibrilar no organizado e uma camada lisa de cobertura.

    Estas estruturas so conhecidas como vacolos de ar presentes na camada

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    CAPTULO 2. 42

    medular. O material da fibrilar composto de microfibrilas como as clulas do crtex.

    A medula fina e a espessa so morfologicamente diferentes. A primeira apresenta

    um contraste mais elevado, relao bem definida com o crtex e dimenses

    menores. A segunda apresenta estruturas mais globulares, cavidades maiores e a

    organizao gradual das clulas do lado interno ao externo.

    3. PROPRIEDADES DA FIBRA CAPILAR

    Entre principais propriedades da fibra capilar temos: resistncia, elasticidade,

    dimetro, dobra, cor e forma da seco transversal. Dependendo das caractersticas

    das linhas e da integridade morfolgica dos componentes, mencionamos como

    propriedades cosmticas: brilho, penteabilidade, volume, maleabilidade e reteno

    de cachos (VELASCO et al, 2009; WORTMANN e SCHWAN-JONCZYK, 2006;

    DIAS, 2004).

    3.1. Resistncia mecnica

    A resistncia mecnica ou de ruptura da fibra capilar se deve a presena daestrutura da queratina, protena predominante da fibra disposta em cadeias

    polipeptdicas helicoidais orientadas em sentido paralelo ao eixo longitudinal do fio

    de cabelo, do seu dimetro; e das condies do crtex, afetado por tratamentos

    qumicos como colorao e descolorao, produtos para cachear e ondular

    (permanentes), alisantes e relaxantes capilares, dentre outros (VELASCO et al,

    2009; WOODRUFF, 2002).

    A estrutura helicoidal da queratina estabilizada por pontes de hidrognio,

    ligaes cruzadas com cistina, interaes coulmbicas e hidrofbicas. A integridade

    do crtex favorece a resistncia mecnica da fibra capilar (VELASCO et al, 2009;

    ROBBINS; CRAWFORD, 1991).

    3.2. Elasticidade

    A fibra capilar, por possuir propriedades elsticas, apresenta elongaolongitudinal ao seu comprimento quando submetida a uma fora moderada, em

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    CAPTULO 2. 43

    condies ambientais e no estado mido. Aps a interrupo desta fora, o fio

    retorna sua dimenso original (VELASCO et al, 2009; WOODRUFF, 2002).

    Ao se aplicar uma carga, a fibra capilar estica proporcionalmente a esta fora

    e acarreta elongao de aproximadamente 2% de seu comprimento inicial

    (propriedade elstica). Em seguida, o cabelo distende rapidamente, cerca de 25 a

    30% do comprimento, com o aumento moderado de carga (propriedade plstica).

    Mantendo-se o valor constante da fora aplicada, as fibras esticam

    proporcionalmente carga, at ocorrer ruptura (WOODRUFF, 2002; VELASCO et

    al., 2009).

    De maneira similar resistncia mecnica, os tratamentos fsicos e qumicos

    que alteram a estrutura do crtex interferem nesta propriedade da fibr