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Metalografia Aline Aguiar Ferrer Santiago [email protected] [email protected]

Metalografia

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Estudo dos Materiais

É fácil avaliar a importância dos materiais em relação

à existência e à evolução da espécie humana. Não é

necessário aprofundar tal exame para se perceber que

inúmeras etapas do desenvolvimento do homem foram

marcadas pela variedade de materiais por ele utilizado.

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Metalografia

Desde o início da civilização os materiais são usados

com o objetivo de permitir e melhorar a vida do ser

humano.

Pré-história:

- Sílex lascado,

- Pedra polida,

- Barro ( uso do fogo e fabricação de peças cerâmicas).

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Ciência e Engenharia dos Materiais

Tal área de estudo analisa o comportamento dos

materiais no tocante as suas partículas sub-atômicas,

aos seus átomos, aos seus arranjos atômicos e,

finalmente, ao nível macroscópico.

Geralmente, esta área do conhecimento trata os

materiais em função de suas composições químicas, da

natureza e disposições de seus átomos no espaço e da

influência dos processos de transformação em suas

propriedades e características.

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Metalografia

A possibilidade de transformar um material maleável

em outro com propriedades mecânicas totalmente

diferentes marcou o início da ciência e engenharia dos

materiais. Nessa mesma época, o uso do barro

reforçado com vigas de madeira e palha, que constitui

um material compósito, possibilitou a construção de

casas. Com a descoberta dos metais, finda-se a idade da

pedra e inicia-se a idade dos metais.

Inicialmente, o homem empregou o cobre em

substituição à pedra. Para refinar e moldar

apropriadamente esse metal, foi utilizado o fogo, o que

deu origem à metalurgia.

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Metalografia

A baixa resistência mecânica do cobre estimulou

alternativas para se produzir um material mais

resistente, o que levou à mistura desse metal,

inicialmente com o arsênio e depois com o estanho, o

que resultou no bronze.

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Metalografia

Ainda na pré-história, o homem processou e utilizou

ferro na confecção de ferramentas, armamentos e

utensílios. Milhares de anos mais tarde, o

desenvolvimento de novos processos de produção dos

aços e dos ferros fundidos permitiram a viabilização da

revolução industrial.

Neste século, o desenvolvimento dos materiais

poliméricos, compósitos avançados, das cerâmicas de

engenharia, dos aços inoxidáveis, dos materiais

semicondutores, dos biomateriais, permitiram avanços

significativos em inúmeras áreas, como na medicina,

odontologia, indústria aeroespacial, eletrônica,

automobilística, naval e mecânica.

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Metalografia

• Ciência dos Materiais

Está associada ao desenvolvimento e geração de

conhecimento fundamental sobre os materiais, tentando

compreender o comportamento dos materiais em função

de sua estrutura interna e dos processos utilizados em

seu processamento.

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Metalografia

• Engenharia dos Materiais

Está ligada à utilização do conhecimento

fundamental sobre os materiais, na viabilização e

otimização de processos de transformação dos materiais

em produtos finais.

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• Seleção de Materiais

Na concepção e fabricação de um novo produto

manufaturado, a etapa associada à seleção apropriada

dos materiais que o constituirão e ao planejamento do

processo de fabricação a ser empregado é fundamental.

Esta etapa está associada a fatores como o ambiente de

operação, os níveis de solicitação mecânica presentes,

as temperaturas de trabalho ou ainda, a necessidade de

obter-se um produto com custos reduzidos.

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Metalografia

A concepção desse produto exige que o responsável

pela mesma, tenha noção da estrutura interna dos

materiais, pois esse conhecimento aos níveis atômico e

sub-atômico permite prever o desempenho do material

em serviço, bem como permite controlar suas

características, dentro de certos limites.

Existem vários critérios nos quais a decisão final por

um determinado material é normalmente baseada. Antes

de tudo, as condições em serviço devem ser

caracterizadas, uma vez que estas ditarão as

propriedades requeridas do material. Somente em

ocasiões raras um material possuirá uma combinação

máxima ou ideal de propriedades. Assim pode ser

necessário perder uma característica para ter uma outra.

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Metalografia

Outra consideração a ser feita na seleção é qualquer

perda de propriedades dos materiais que pode ocorrer

durante operação em serviço. Por exemplo, significativas

reduções da resistência mecânica podem resultar da

exposição a temperaturas elevadas ou ambientes

corrosivos.

Porém, geralmente a consideração mais importante é

a da economia. O quanto o produto acabado custará.

Pode-se encontrar um material que tenha um

conjunto ideal de propriedades mas seja

demasiadamente caro. Deve-se considerar também o

custo de fabricação para produzir o equipamento,

componente ou acessório desejado.

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Metalografia

Quanto maior for a familiaridade com

as várias características e correlações

estrutura-propriedade, bem como técnicas

de processamento de materiais, tanto

mais eficiente e confiável ele ou ela será

para fazer escolhas sensatas de materiais

baseadas nestes critérios.

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Metalografia

•Classificação dos Materiais

Os materiais empregados industrialmente podem ser

classificados no tocante a características particulares

ligadas à constituição e arranjos de seus átomos. Tal

classificação permite que os materiais sejam agregados

em três classes principais:

• Materiais metálicos,

• Materiais cerâmicos e

• Materiais poliméricos.

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Metalografia

Um estudo mais abrangente deve incluir um outro

tipo, que exibe, atualmente, grande importância

tecnológica: os materiais compósitos, também

denominados de materiais conjugados.

Em adição, existem outro grupo de material

importante na engenharia: os semicondutores.

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Metalografia

•Materiais Metálicos

São substâncias inorgânicas compostas por um ou

mais elementos metálicos e podem também conter

elementos não-metálicos, como o oxigênio, carbono e

nitrogênio.

A principal característica dos materiais metálicos está

relacionada à forma ordenada com que os seus átomos

estão arranjados no espaço, o que pode ser melhor

sintetizado pelo termo “estrutura cristalina”. Em função

do arranjo atômico, os materiais metálicos apresentam,

em geral, boa resistência mecânica e podem ser

deformados permanentemente sob a ação de forças

externas. Além, disso, como resultado das ligações

metálicas, eles são bons condutores de calor e

eletricidade.

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Metalografia

Os metais são vitais para indústria moderna, pois seu

uso ocorre em uma gama de aplicações

excepcionalmente diversificada, da indústria de

microeletrônica à automotiva.

Dentre os materiais metálicos, destacam-se as ligas

de alumínio, largamente empregadas na construção de

aeronaves, as ligas de titânio usadas na confecção de

implantes ortopédicos e as superligas de níquel,

apropriadas para fabricação de componentes para

operação em temperaturas elevadas.

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Metalografia

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Metalografia

•Materiais Cerâmicos

Os materiais classificados como cerâmicos envolvem

substâncias altamente resistentes ao calor e no tocante

à estrutura atômica, podem apresentar arranjo ordenado

e desordenado, dependendo do tipo de átomo envolvido

e à forma de obtenção do material. Esses materiais são

constituídos por elementos metálicos e não metálicos,

formando reações químicas covalentes e iônicas. Em

função do arranjo atômico e das ligações químicas

presentes, os materiais cerâmicos apresentam elevada

resistência mecânica, alta fragilidade, alta dureza,

grande resistência ao calor e, principalmente, são

isolantes térmicos e elétricos.

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Metalografia

Nas últimas décadas, uma gama bastante variada de

novos materiais cerâmicos foi desenvolvida. Tais

materiais caracterizam-se, principalmente, pelo controle

de suas composições, das dimensões de suas partículas

e do processo de produção dos componentes. Como

resultado desse procedimento, é possível produzir

dispositivos de alta resistência mecânica e resistentes a

temperaturas elevadas, o que possibilita a aplicação dos

mesmos em máquinas térmicas, onde o aumento do

rendimento está ligado ao aumento da temperatura de

trabalho.

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Metalografia

Com relação ao comportamento mecânico, os

materiais cerâmicos são duros mas muito frágeis.

Exemplos: a alumina, a sílica, o nitreto de silício, a

zircônia e o dissiliceto de molibdênio, todos

caracterizados como materiais cerâmicos de engenharia.

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Metalografia

Rolamentos de esferas cerâmicos.

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• Materiais Poliméricos

Os materiais poliméricos, apesar de abrangerem

diversos materiais classificados como naturais,

envolvem ainda aqueles de natureza sintética e artificial.

Grande parte desses últimos tiveram sua utilização

viabilizada a partir da década de 20, com os avanços da

química orgânica.

A principal característica que diferencia os materiais

poliméricos dos outros tipos de materiais está

relacionada à presença de cadeias moleculares de

grande extensão constituídas principalmente por

carbono. O arranjo dos átomos da cadeia molecular

pode levar a mesma a ser caracterizada como linear,

ramificada ou tridimensional.

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Metalografia

Embora esses materiais não apresentem arranjos

atômicos semelhantes ao cristalino, alguns podem exibir

regiões com grande ordenação atômica (cristalinas)

envolvidas por regiões de alta desordem (não-cristalina).

Devido à natureza das ligações atômicas envolvidas, a

maioria dos plásticos não conduz eletricidade e calor.

Além disso, em função do arranjo atômico de seus

átomos, os materiais poliméricos exibem, em geral,

baixa densidade e baixa estabilidade térmica. Tal

conjunto de características permite que os mesmos

sejam frequentemente utilizados como isolantes elétrico

ou térmico ou na confecção de produtos onde o peso

reduzido é importante.

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Metalografia

Um dos materiais poliméricos mais versáteis é o

polietileno, com um número de aplicações industriais

bastante amplo.

Outros exemplos de materiais poliméricos incluem

os poliuretano, que é usado na fabricação de implantes

cardíacos ou a borracha natural utilizada na fabricação

de pneus.

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Metalografia

Automóvel experimental projetado pela Chrysler com carroceria

produzida em uma única peça de plástico, o que pode resultar em

reducão de até 25% de seu preço final .

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Metalografia

Conexões e acessórios em metal e polímero (teflon)

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Metalografia

•Materiais Compósitos

Os materiais compósitos, também denominados de

materiais conjugados, podem ser descritos como a

combinação de dois ou mais diferentes materiais, o que

resulta em propriedades não apresentadas pelos

constituintes individuais. Além disso, os materiais

constituintes do material compósito não dissolvem um

no outro e exibem uma interface bem definida entre

eles.

Esses materiais podem ser divididos em materiais

compósitos naturais ou tradicionais e em materiais

compósitos avançados.

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Metalografia

grupo dos materiais compósitos naturais, enquadram-

se a madeira, o concreto e o asfalto.

Os materiais compósitos avançados surgiram há

poucas décadas, como resultado de necessidades

resultantes de avanços tecnológicos nas indústrias

aeronáutica, naval e automobilística. Dentre os materiais

compósitos mais comuns destacam-se os de matriz

plástica reforçada com fibras de vidro ou carbono, ou

ainda, as ligas de alumínio reforçadas com filamentos de

boro.

O material compósito matriz plástica/fibras de

carbono permite obter uma relação resistência

mecânica/peso extremamente elevada e muito maior

que a de diversos materiais metálicos.

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Metalografia

Emprego de materiais compósitos na aeronave ERJ145

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Metalografia

• Materiais Semicondutores

Semicondutores têm propriedades elétricas que

são intermediárias entre os condutores elétricos e os

isolantes. Além disso, as características elétricas destes

materiais são extremamente sensíveis à presença de

diminutas concentrações de átomos impurezas, cujas

concentrações podem ser controladas ao longo de

muito pequenas regiões espaciais.

Os semicondutores tornaram possível o advento do

circuito integrado que revolucionou totalmente a

eletrônica e as indústrias de computadores.

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Metalografia

Painéis solares fotovoltaicos

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Metalografia

Introdução :

A Metalografia surgiu praticamente com o trabalho

pioneiro de Henry Clifton Sorby (1826-1908), tido como

o precursor da moderna metalografia, quando em 1863

observou pela primeira vez uma estrutura metálica ao

microscópio.

Desde então se pode defini-la como o ramo da

tecnologia que estuda e interpreta a estrutura

interna dos metais e suas ligas, como também a

relação entre as suas composições químicas,

propriedades físicas e mecânicas.

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Metalografia

Para a determinação de uma microestrutura foram

desenvolvidos ao longo dos anos muitos métodos de

preparação de amostras, entretanto a observação

através de um microscópio, continua sendo um dos mais

importantes.

Qualquer exame para revelar os micro-constituintes

de um metal por meio óptico, envolve basicamente três

estágios de preparação de um corpo de prova:

- Obtenção de uma seção plana e polida,

- Realce da micro-estrutura, através de um ataque

adequado,

- Observação ao microscópio.

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Metalografia

Estes estágios estão tão intimamente ligados que

o resultado final do ensaio depende única e

exclusivamente de sua execução, exigindo assim que o

metalógrafo domine perfeitamente a técnica

metalográfica, geralmente relegada a um segundo

plano.

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Metalografia

A Metalografia Aplicada no Controle de Qualidade

Genericamente o Controle de Qualidade de um

produto metalúrgico pode ser:

Dimensional

Estrutural

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Metalografia

A Metalografia Aplicada no Controle de Qualidade

Dimensional:

Como o próprio nome indica, é aquele que se

preocupa em controlar um determinado produto em

geral acabado ou semi-acabado, quanto às suas

dimensões físicas. Este campo também é denominado

de Metrologia.

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Metalografia

A Metalografia Aplicada no Controle de Qualidade

O controle estrutural preocupa-se com o material

que forma a peça, sua composição, propriedade,

estrutura, aplicação, etc. Classifica-se em:

a) Ensaios físicos (destrutivos e não destrutivos),

b) Análise química,

c) Ensaio metalográfico,

d) Ensaios especiais.

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Metalografia

Ensaio Metalográfico

-Verificações complementares:

Para se ter uma idéia aproximada da natureza de

certos materiais metálicos ou de como certas peças

foram fabricadas, podem-se usar os seguintes exames

complementares:

a) Aspecto da superfície.

b) Aspecto da fratura.

c) Ação da lima.

d) Centelhas ao esmeril.

e) Atração pelo imã, sonoridade, etc.

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Metalografia

Estes exames elementares são rápidos, econômicos e

dão ao analista experimentando uma série de

informações básicas.

Entretanto, com o incremento da tecnologia, um

controle mais severo tornou necessário o exame em

laboratório, com outros meios, ou seja, com máquinas,

aparelhos ou instrumentos que forneçam, de

preferência, um valor numérico que servirá para o

confronto com normas e especificações.

Este procedimento constitui um critério justo e

seguro na avaliação das qualidades dos materiais,

contribuindo para a correção dos defeitos e para

melhoria da qualidade.

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Metalografia

Ambos os controles, na oficina e no laboratório, se

completam perfeitamente.

Basicamente o ensaio metalográfico é composto de

três estágios :

- Preparação da Superfície;

- Ataque;

- Observação / Análise.

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Metalografia

Apesar de parecer num primeiro momento pouco

importante, a preparação da superfície é o estágio mais

negligenciado.

Esta atitude desastrosa, comum na maioria dos

laboratórios metalográficos é motivada não somente

pelo aspecto laborioso inerente a este estágio, que

exige grande destreza do analista, bem como às

dificuldades de adequação dos diversos métodos de

preparação disponíveis, ao ensaio a ser realizado.

Qualquer analista, que deseja obter informações

concretas, através do uso da metalografia óptica, deve

antes de tudo ser um exímio preparador, estando

também apto a escolher o método de preparação mais

indicado ao seu tipo de trabalho.

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Metalografia

A habilidade manual é conseguida pela prática diária

no laboratório, enquanto que a capacidade de aplicação

do método de análise prende-se a vários fatores, que

para efeitos práticos podem ser resumidos como:

- A amostra dever ser representativa, devendo todos

os seus micro-constituintes serem preservados

durante a preparação.

- A superfície da amostra deve ser plana e isenta de

qualquer deformação.

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Metalografia

Entretanto, em certas ocasiões, quando se

desconhece de antemão a microestrutura em análise,

como por exemplo, defeitos oriundos de falhas do

material, a escolha do método de ensaio e a preparação

propriamente dita estão intimamente ligadas exigindo

uma maior sensibilidade do analista.

Assim sendo, podem-se utilizar vários processos para

a perfeita adequação do ensaio a ser realizado,

distinguindo-se dentre eles o diagrama de superposição

de estágios para se avaliar a sucessiva redução das

deformações causadas na amostra.

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Metalografia

AMOSTRA ISENTA

DE DEFORMAÇÕES

POLIMENTO

LIXAMENTO

CORTE

Figura do Diagrama de Superposição de Estágios

para avaliação das sucessivas reduções das

deformações causadas na amostra.

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Metalografia

Este processo é efetuado em uma seqüência lógica,

onde a versatilidade, reprodutividade e tempo de

preparação foram computados, de tal maneira, que as

deformações causadas pelo estágio anterior sejam

removidas completamente pelo subseqüente, portanto,

atendendo ao mesmo tempo às necessidades básicas

dos dois fatores acima comentados.

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Metalografia

FLUXO DESCRITIVO DAS

ETAPAS DA ANÁLISE

METALOGRÁFICA

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Metalografia

A Macro e a Micrografia

O exame metalográfico procura relacionar a

estrutura íntima do material às propriedades físicas, ao

processo de fabricação, etc.

Pode ser:

- Macrográfico

- Micrográfico

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Metalografia

Macrografia

O ensaio de macrografia consiste na verificação a

olho nu ou com uma ampliação de no máximo 10 vezes,

de uma superfície plana seccionada de uma peça ou

amostra metálica, devidamente polida e atacada por um

reagente adequado. Por seu intermédio tem-se uma

idéia de conjunto, referente à homogeneidade do

material, à distribuição e natureza de falhas, impurezas

e ao processo de fabricação.

O termo macrografia, além de definir o tipo do ensaio

realizado, engloba também os documentos gerados a

partir dele, tais como fotografias, impressões, etc.

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Metalografia

Para a macrografia, o aço é o material de maior

interesse.

Algumas das heterogeneidades mais comuns nos

aços são as seguintes:

- Vazio, causado pelo resfriamento lento;

- Segregação, causadas pelas impurezas e outros metais;

- Dendritas, formação de grãos de vários tamanhos;

- Trincas, devido às tensões excessivas no resfriamento.

Page 51: Metalografia

Metalografia

Através do ensaio de macrografia podemos verificar

o processo de fabricação ao qual o produto siderúrgico

foi submetido, se fundição, forjamento ou laminação;

também permite verificar a homogeneidade ou

heterogeneidade do produto e constatar a existência de

descontinuidades inerentes ao próprio metal, como

porosidade e segregações.

O ensaio permite ainda determinar a existência de

soldas no material, além de revelar as várias zonas

existentes na solda e suas características, tais como

número de passes e forma do chanfro.

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Metalografia

As heterogeneidades podem ser:

- Cristalinas: compreendem granulação grosseira,

profundidade de têmpera e zona afetada pelo calor (ZAC

ou ZTA (zona termicamente afetada));

- Químicas: abrangem profundidade de carbonetação,

zonas descarbonetadas, segregação e inclusões não

metálicas, principalmente sulfetos;

- Mecânicas: dizem respeito a regiões encruadas, em

que se destacam a dissolução e coloração seletivas,

provocadas pelo ataque, além de trincas e poros,

imperceptíveis a olho nu que podem ser evidenciados

por corrosão.

Page 53: Metalografia

Metalografia

A macroestrutura, que é o

resultado do ensaio, pode-se

apresentar sob diversos aspectos,

devido às heterogeneidades do material,

as quais podem reagir de maneiras

diferentes ao serem atacadas.

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Metalografia

Técnica Macrográfica

O primeiro passo consiste em saber qual o fim visado

e o que se deseja obter. Para isto necessita-se de um

corpo de prova escolhido e preparado com critério.

A técnica do preparo de um corpo de prova de

macrografia abrange as seguintes fases:

1. Escolha e localização a ser estudada;

2. Preparação de uma superfície plana e polida na área

escolhida;

3. Ataque da superfície preparada.

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Metalografia

1 - Escolha e localização a ser estudada:

Ficará a critério do analista, que será guiado na sua

escolha pela forma, pelos dados que se quer obter e por

outras considerações da peça em estudo.

Um corte longitudinal será preferível quando se

quiser verificar:

- Se uma peça é fundida, forjada ou laminada;

- Se a peça foi estampada ou torneada;

- Solda de barras;

- Extensão de tratamentos térmicos superficiais, Etc.

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Metalografia

Um corte transversal permitirá verificar:

- A natureza do material (aço, ferro fundido);

- Seção homogênea ou não;

- Forma e intensidade da segregação;

- Posição, forma e dimensões das bolhas;

- Forma e dimensões dos dendritas;

- Existência de restos do vazio;

- Profundidade da têmpera, etc.

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Metalografia

2 - Preparação de superfície plana e polida na área

escolhida:

Compreende duas etapas:

a) O corte que é feito com serra ou com cortador de

disco abrasivo adequado; quando este meio não é

viável, recorre-se ao desbaste, que é praticado com

esmeril comum até atingir a região que interessa.

Todas estas operações deverão ser levadas a cabo

com o devido cuidado, de modo a evitar

encruamentos locais excessivos, bem como

aquecimento a mais de 100ºC em peças temperadas,

pois estes fenômenos seriam mais tarde postos em

evidência pelo ataque, adulterando a conclusão do

exame.

Page 58: Metalografia

Metalografia

b) O polimento é iniciado com lixa, em direção normal

aos riscos já existentes; passa-se sucessivamente para

lixa de granulação mais fina, sempre mudando a direção

de 90º. Deve-se tomar cuidados especiais para não

arredondar as arestas dos corpos de prova.

Após cada lixamento a superfície deve ser

cuidadosamente limpa afim de que o novo lixamento não

fique contaminado com resíduos do lixamento anterior.

Neste estágio, a superfície denota por vezes algumas

particularidades tais como:

- Restos do vazio;

- Trincas, grandes inclusões;

- Porosidades, falhas em soldas.

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Metalografia

3 - Ataque da superfície preparada:

Para por em evidência outras heterogeneidades, é

indispensável proceder-se a um ataque comparativo

químico.

De acordo com o material e com a finalidade do

exame, têm-se diversos reativos:

- Reativo de iodo;

- Reativo de ácido sulfúrico;

- Reativo de ácido clorídrico;

- Reativo Fry;

- Reativo Heyn.

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Metalografia

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Metalografia

Em soldagem, estamos interessados em verificar no

Ensaio Macrográfico, a geometria (altura e largura dos

reforços de solda e dimensões das pernas das soldas de

filete) e organização dos cordões de solda depositados

na junta em questão, a presença ou não de

descontinuidades e/ou defeitos de soldagem, a região

de transição entre o metal de base e o metal de solda,

chamada de ZTA (zona termicamente afetada) ou ZAC

(zona afetada pelo calor).

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Metalografia

Micrografia

Consiste no estudo dos produtos metalúrgicos, com

o auxílio do microscópio, permitindo observar a

granulação do material, a natureza, forma, quantidade e

distribuição dos diversos constituintes ou de certas

inclusões, etc. Estas observações são de grande

utilidade prática.

Page 68: Metalografia

Metalografia

Técnica micrográfica

A técnica do preparo de um corpo de prova para

micrografia abrange as seguintes fases:

• Preparação da amostra;

• Embutimento da amostra;

• Lixamento ou pré-polimento;

• Polimento;

• Ataque da superfície preparada.

Page 69: Metalografia

Metalografia

- Preparação da amostra:

O primeiro passo para a obtenção de um bom

resultado é a escolha e preparação adequada da

amostra. Esta deve representar a peça em estudo; para

isto não deve sofrer qualquer alteração em sua

estrutura.

Um aquecimento demasiado (acima de 100°C),

deformações plásticas (em metais moles), ou a formação

de novos grãos por recristalização devem ser evitados. A

área da amostra a ser examinada não deveria exceder de

1 a 2 cm 2, sob pena de se ter um tempo de preparação

excessivo.

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Metalografia

Qualquer preparação depende igualmente

do material da amostra; a técnica de

lixamento e polimento devem ser adaptadas à

mesma.

Encruamento é a elevação da tensão de escoamento na

fase de deformação plástica, ou seja, é o fenômeno que

ocorre no metal com aumento da dureza devido à

deformação plástica (só ocorre a frio).

O encruamento causa modificações nas propriedades

mecânicas do material.

Page 71: Metalografia

Metalografia

- Embutimento da amostra:

A necessidade do embutimento de amostras

metalográficas é de grande importância em micrografia,

pois além de facilitar o manuseio de peças pequenas,

evita que corpos de prova com arestas rasguem a lixa e

o pano de polimento, bem como evita o abaulamento

dos corpos de prova durante o polimento, o que

influencia bastante na observação microscópica (facilita

a observação dos bordos, que ficam planos).

Page 72: Metalografia

Metalografia

O embutimento com resina sintética apresenta ainda

as seguintes vantagens:

- São neutras em relação às soluções de ataque;

- Impedem a infiltração das soluções em poros e

fendas;

- A dureza pode ser adaptada à dureza do material a

ser embutido, através de aditivos específicos.

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Metalografia

O embutimento pode ser:

- A frio: quando se usa resinas sintéticas de

polimerização rápida;

- A quente: quando a amostra é embutida em

materiais termoplásticos por meio de prensas.

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Metalografia

Micro Constituintes do Aço:

O aumento ou a redução da dureza do aço

depende do modo como ele foi tratado termicamente.

Uma fresa requer um tipo de tratamento térmico que a

torne dura para retirada de cavacos de um material.

Outro exemplo: para que aço adquira deformação

permanente, como é o caso do forjamento, é necessário

um tipo de tratamento térmico que possibilite a mais

baixa dureza a esse aço.

Temos, assim, duas situações opostas de alteração

das propriedades do aço. Tais situações mostram a

necessidade de se conhecer bem os constituintes do

aço, antes de submetê–lo a um tratamento térmico.

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Metalografia

Tomemos duas amostras de aço : uma com baixo

teor de carbono ( 0,1 % ) e outra com teor médio (0,5%).

Vamos examinar, com auxílio de um microscópio, a

estrutura cristalina dessas duas amostras.

Baixo Carbono Médio Carbono

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Metalografia

Ao observarmos a amostra de baixo carbono,

distinguimos grãos claros, com pouco carbono, em

maior quantidade, e grãos escuros com bastante

carbono.

Baixo Carbono

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Metalografia

Ao observarmos a amostra de médio carbono,

identificamos mais grãos escuros que claros. Portanto, essa

amostra contém mais carbono. Os grãos escuros são mais

duros e resistentes do que os grãos claros.

Médio Carbono

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Metalografia

Com auxílio de um microscópio, identificamos dois

constituintes da estrutura do aço : grãos claros,

chamados ferrita, e grãos escuro, chamados perlita.

A ferrita (grãos claros) apresenta uma estrutura

cúbica de corpo centrado (CCC). Os átomos que

compõem essa estrutura se organizam bem juntos entre

si, de modo que fica difícil a acomodação de átomos de

carbono na rede cristalina. A estrutura da ferrita

consegue acomodar, no máximo, 0,025 % de átomos de

carbono.

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Metalografia

Ampliando várias vezes o tamanho do grão escuro,

vemos uma seqüência de lamelas ou lâminas claras e

escuras. As lâminas claras são de ferrita e as lâminas

escuras recebem o nome de cementita.

A estrutura cementita é um carboneto de ferro de

dureza elevada, representada por Fe3C.

A perlita ( grãos escuros ) é formada de lâminas

alternadas com 88 % de ferrita e 12 % de cementita.

Perlita = Ferrita + Cementita

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Metalografia

Temos, assim, duas situações opostas de alteração

das propriedades do aço. Tais situações mostram a

necessidade de se conhecer bem os constituintes do

aço, antes de submetê–lo a um tratamento térmico.