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Materiais para Construção Mecânica II - Laboratório Faculdade de Tecnologia de Sorocaba Página 1 de 33 Esquema para a preparação de amostras para o exame micrográfico Escolha da seção Corte Disco duro Material mole Material Duro duro Disco mole Eliminação rebarba Identificação Embutimento Quente duro baquelite Resina Acrílica Frio Lixamento 220 a 600 granas Polimento Pasta diamantada + lubrificante. Al 2 O 3 CrO 3 /MgO Lavar com H 2 O

metalografia

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curso de metalografia

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    Esquema para a preparao de amostras para o exame microgrfico

    Escolha da seo

    Corte Disco duro Material

    mole Material

    Duro

    duro

    Disco mole

    Eliminao rebarba

    Identificao

    Embutimento Quente

    duro

    baquelite Resina Acrlica

    Frio

    Lixamento

    220 a 600 granas

    Polimento

    Pasta diamantada + lubrificante. Al2O3 CrO3 /MgO

    Lavar com H2O

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    Lavar com H2O

    Alcool / Eter

    Secar

    Analisar

    Com ataque Sem ataque Nital

    Picral

    Picrato de Sdio

    Ferrita

    Perlita

    Austenita

    Martensita

    Cementita

    Bainita

    Ledeburita

    Steadita

    Aos e Ferros Fundidos

    Incluses

    Dobras

    Riscos de

    Trefila

    Escrias

    Trincas

    Veios de

    grafita

    Aos e Ferros Fundidos

    Microscpio Observao

    Direta

    Observao Indireta

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    ENSAIO METALOGRFICO

    I. Introduo:

    Metalografia a parte da Metalurgia destinada ao estudo da

    Macroestrutura e Microestrutura dos metais e ligas. de grande importncia

    na resoluo de problemas com relao a durabilidade de componentes

    metlicos, quando submetidos as condies mais severas de servios,

    informando a causa dos defeitos e objetivando o desenvolvimento tecnolgico.

    O ensaio metalogrfico pode ser:

    1) Microgrfico

    2) Macrogrfico

    1. Micrografia:

    Consiste no estudo dos produtos metalrgicos. com auxlio do

    Microscpio, permitindo observar e identificar a granulao do material, a

    natureza, forma, quantidade e distribuio dos diversos constituintes ou de

    certas incluses, etc. Estas observaes so de grande utilidade prtica.

    2. Macrografia:

    Consiste no exame do aspecto de uma superfcie plana seccionada de

    uma pea ou amostra metlica, devidamente polida e atacada por um reagente

    adequado e observado os elementos macrogrficos a olho nu ou no mximo

    10x de aumento (Lupa).

    1.1 Micrografia dos produtos (Aos) resfriados lentamentes (Recozimento,

    Normalizados, Coalescimento).

    a) Escolha e Localizao da seo a ser estudada : A localizao do corpo

    de prova para Micrografia em peas grandes, normalmente feita aps o

    exame (de Raio X, Ultra som, Macrografia, Magna-teste) e se o aspecto nesta

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    for homognea, a preparao do c.p. indiferente. Em casos de textura

    heterognea, os corpos de prova sero retirados para exames detalhados

    dessas regies.

    O local a ser examinado depender da forma da pea e do que se

    pretende examinar. Em peas rompidas em servio, por exemplo, o exame

    dever ser feito mais prximo da fratura para verificar a existncia de

    diferenas estruturas.

    b) Preparao de uma superfcie plana e polida:

    Corte Embutimento Marcao Lixamento Limpeza

    PolimentoAtaque Limpeza Microscopia.

    Corte: Na preparao metalografica a retirada correta das amostras poder ser

    considerada como a mais importante etapa na preparao de c.p.

    Este corte pode ser Transversal ou Longitudinal:

    Por abraso, seco ou mido

    Serragem

    Torno

    Cisalhamento

    Destes subgrupos o que mais se adaptam para o ensaio metalogrfico

    o corte por abraso mido.

    O corte por abraso feito atravs de um disco abrasivo (xido de

    alumnio, carbeto de silcio disperso em um meio de material sinttico),

    acompanhado de uma eficiente refrigerao, sendo a melhor soluo para se

    evitar aquecimento excessivo do material, que poderia alterar a estrutura da

    amostra.

    A estrutura do disco de corte abrasivo se determina pela quantidade e

    acomodao dos gros abrasivos, bem como pela liga resinide. Um disco de

    corte de estrutura aberta (menos gro) comporta-se como Brando; uma

    estrutura densa (granulao fina) comporta-se como Dura. Por isso

    seleciona-se um disco:

    - Disco duro (Granulao Fina) => Material brando (15 a 40 HRC)

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    - Disco mole (Granulao Grossa) => Material duro (>40HRC)

    Embutimento: para peas e c.p. de pequeno porte usa-se o mtodo de

    embutimento a frio ou a quente, pois alm de facilitar o manuseio evita que as

    amostras com arestas rasguem a lixa ou pano de polimento, bem como seu

    abaulamento durante o polimento.

    Embutimento a quente, o mtodo mais usado por ser mais rpido mais

    econmico, atravs de uma resina chamada Baquelite.

    Baquelite - uma resina fenoplstica ( base de fenol e de formol) que

    condensa durante a moldagem atravs de tempo, temperatura, presso; a uma

    temperatura de aproximadamente 170C.

    Obs: Para uma nica amostra, o embutimento quente e mais rpido, porm

    no caso no caso de grandes quantidades o embutimento a frio permitir uma

    montagem simultnea em menor tempo ( Resina termoplstica acrlica ou

    Resina Termo-Resistente Dialiftalato).

    Algumas das propriedades do embutimento:

    - Baixa contrao e boa adeso a amostras;

    - Ausncia de bolhas;

    - Resistncia ao Lixamento e Polimento;

    - Resistncia mecnica adequada;

    - Resistncia qumica;

    - Baixo custo.

    Marcao: lpis eltrico, punes (letras ou nmeros), gravador eltrico.

    utilizada para melhorar a identificao das amostras em srie e grande

    quantidade.

    Lixamento: A amostras lixada, seguindo a movimentao da figura abaixo.

    Quando os riscos estiverem na mesma direo, a amostra ser mudada (90)

    em cada lixa subsequente at desaparecer os traos da lixa anterior.

    Lixas: 220 - 320 - 400 600

    Lixamento: seco ou mido

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    Fatores que influenciam na tcnica do lixamento:

    - Escolha adequada do material de lixamento em relao a amostra e ao

    tipo de exame final;

    - A superfcie deve estar sempre rigorosamente limpa e isenta de

    lquidos e graxas;

    - Riscos profundos que surgiro durante o lixamento, de preferncia

    devem ser eliminados por um novo lixamento.

    - Metais diferentes no devem ser lixados com utilizao da mesma lixa.

    - Aconselha-se usar sempre lixas do mesmo fabricante, pois pode haver

    diferena na granulometria.

    Limpeza: Um dos estgios importantes da seqncia da preparao da

    amostra metalogrfica a limpeza, pois a amostra metalogrfica geralmente

    est impregnada com leo, graxa ou poeira. Toda amostra dever passar pelo

    processo de limpeza e tambm aps cada estgio de preparao, sendo que

    este cuidado dever ser redobrado especialmente durante o polimento.

    O mtodo mais simples de limpeza consiste em enxaguar as amostras

    com gua, entretanto, como toda operao de limpeza por lavagem requer

    processo de secagem, aconselha-se usar em Metalogrfia, lquidos de baixo

    ponto de ebulio tais como lcool, ter, etc. Os quais so posteriormente

    secados rapidamente atravs de jato de ar quente. Outro processo que ser

    usado, a limpeza ultra-snica.

    Polimento (Manual ou Automtico): O polimento um dos estgios mais

    importantes da seqncia de preparao de amostras metalogrficas,

    cermicas e petrogrficas, pois consiste em obter uma superfcie isenta de

    220 320 400 600 220

    A A

    90

    A A

    90

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    riscos, permitindo observao de uma imagem clara e perfeita ao microscpio

    de estruturas em exame.

    Material de polimento:

    Cr2O3: xido de Cromo verde.

    MgO: xido de Magnsio branco.

    Al2O3: xido de Alumnio ou Alumina - em suspenso, branca.

    Diamante Natural ou Sinttico.

    Diamante: a mistura de p em um meio orgnico, permitindo que a amostra

    seja perfeitamente preparada, isenta de deformaes mecnicas e plsticas.

    O agente polidor diamante fornecido nos tipos :

    a) Pr polimento

    Pasta diamante de alta concentrao (7 a 45 m)

    Pasta diamante especial ( 6 a 15 m)

    Diamante em Aerosol ( 6 a 45 m)

    Suspenso Diamante ( 6 a 15 m)

    b) Polimento final:

    Pasta Diamante de alta concentrao ( 0,25 a 2,5m)

    Pasta em Aerosol ( 0,25 a 3 m)

    Suspenso Diamante ( 0,25 a 3 m)

    Nota: Para um bom polimento (qualquer agente polidor), preciso que o

    pano de polir tenha uma estrutura txtil adequada para cada aplicao

    especfica. Estes panos podem ser de seda pura, l, veludo sinttico e seda

    sinttica (diamante), feltro especial, fibra sinttica (Al2O3). Visto que, para se

    obter o polimento ideal, necessrio que:

    Nunca polir amostras diferentes sobre o mesmo pano de polimento.

    Evitar frico excessivas entre amostras e pano de polimento.

    Evitar presso excessiva sobre a amostra durante o polimento; os

    materiais duros so polidos com maior presso do que os moles.

    Com o polimento defeituoso podemos ter:

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    COMETAS - causado pela presso excessiva durante o polimento de

    partculas que se destacam de incluses friveis.

    MANCHAS MARRONS - quando no fim do polimento a presso fraca,

    ocorrendo em aos ricos em Fsforo.

    AUROLAS ESCURAS E HETEROGNEAS - surgem quando a lavagem do

    corpo de prova em gua, aps o polimento muito demorada, ou no seca

    logo o corpo de prova depois de lavado.

    O material polido observado ao microscpio, antes do ataque para o

    exame das incluses, trincas, porosidades, veios ou partculas de grafita,

    riscos, dobras e fissuras.

    Os lubrificantes tambm so utilizados e tem por finalidades lubrificao

    e resfriamento da amostra durante o processo de polimento, mantendo a

    amostra em estreito contato com o agente polidor, pano de polimento para

    aumentar a razo de desbaste.

    Ataque: Uma amostra lixada e polida esta pronta para o exame macro ou

    microscpico desde que seus elementos estruturais possam ser distinguidos

    uns dos outros, atravs da diferenciao de cor, relevo e falhas estruturais.

    Geralmente uma superfcie metlica polida reflete a luz uniformemente, de

    tal maneira que os detalhes de sua estrutura no podem ser distinguidos,

    necessitando-se contrast-los adequadamente.

    O processo mais comum de obter-se tal contraste por meio do ATAQUE

    o qual pode ser efetuado atravs de mudanas do sistemas ptico empregado,

    ou da amostra propriamente dita.

    No sistema ptico preciso aparelhos acoplados em um bom

    conhecimento dos microscpios metalogrficos; os principais mtodos so:

    - Iluminao campo escuro

    - Luz polarizada

    - Contraste de fase

    - Interferncia diferencial atravs do prisma Nomarsky.

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    Na prtica metalografica utilizado o ataque qumico, por reagentes

    especficos: solues aquosas ou alcolicas de cidos, gases e sais, bem

    como sais fundidos ou vapores.

    O ataque qumico pode ser dividido em dois grupos:

    A) Macro-Ataque: evidencia a macroestrutura, a qual pode ser

    observada a olho nu ou atravs de uma lupa de baixo aumento ( mx. 10x).

    B) Micro-Ataque: evidencia a estrutura ntima do material em estudo

    podendo est ser observada atravs de um microscpio metalogrfico. Aps o

    ataque qumico a amostra deve ser rigorosamente limpa, removendo os

    resduos do processo, atravs de lavagem em gua quente, gua destilada,

    lcool ou acetona e posteriormente secar atravs de jato de ar quente.

    Existem vrios mtodos de ataque qumico para ligas ferrosas e no

    ferrosas. Ex: Ataque por lavagem, Ataque por gotejamento, Ataque de

    identificao, Ataque eletroltico e Ataque por imerso (mtodo mais usado e

    mais rpido).

    - Ataque qumico por imerso:

    O ataque feito agitando o corpo de prova com a superfcie polida

    mergulhada no reativo posto numa pequena cuba ou um recipiente qualquer.

    A durao do ataque depende da concentrao do reativo e da natureza

    e textura do material examinado, em mdia usa-se de 5 a 15 segundos.

    Os reativos empregados na Micrografia so numerosos, porm sero

    mencionados os mais usados:

    a) Nital ( 2 a 5 %) : Diferencia a martensita da ferrita.

    NIT = Ntrico - cido Ntrico ( HNO3)

    AL = lcool - lcool Etlico / Metlico

    Ex.: Preparar 200 ml de Nital 3% 196 ml de lcool + 6 ml de HNO3.

    Esta soluo pode ser empregada para todos os produtos siderrgicos

    comuns. No ataca a Ferrita nem Cementita, mas ir delinear os seus

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    contornos, e escurecer a perlita. A perlita se apresentar de forma hachurada,

    ou em forma de lamelas.

    Utilizao:

    Na revelao do contorno dos gros da ferrita em aos de baixo teor de

    carbono;

    Na obteno de contraste mximo entre perlita, cementita e ferrita em

    contorno de gro;

    Na revelao dos contornos de gros dos aos ao silcio contendo 4%Si;

    No ataque de aos baixa liga e aos ao Cromo resistentes a ao do

    picral; Na revelao do limite de gro de ferrita nas estruturas de martensita

    com presena de ferrita.

    b) Picral : Diferencia a perlita da bainita e detecta carbetos na martensita e em

    contorno de gros em aos de baixo carbono.

    PICR = cido Pcrico

    AL = lcool Etlico / Metlico

    Soluo de cido pcrico a 4% em lcool ( cido Pcrico 4g + lcool Etlico

    100ml). Esta soluo pode ser empregada quando no se tem o Nital; sendo

    que as indicaes so as mesmas.

    Utilizao:

    Na revelao detalhada da perlita, martensita, martensita revenida e bainita;

    Na distino entre bainita e perlita fina;

    Na deteco de carbetos no dissolvidos na martensita;

    Na diferenciao pela colorao entre ferrita, martensita e carbetos livres;

    Na revelao de partculas de carbetos no contorno de gros de baixo teor

    de carbono.

    c) Picrato de Sdio :

    H2O destilada 100ml

    NaOH ( Hidrxido de Sdio ) 25g

    cido Pcrico 2g

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    Esta soluo deve ser aquecida ( 80 C); mergulha-se o cp para atacar

    e deixa se ferver durante uns 15 minutos, depois retira-se o cp lavando em

    gua corrente, enxaguando bastante com lcool ou ter e secar.

    Este reativo colore a Cementita (ficando preta), os Carbetos complexos

    dos Aos-ligas e a Steadita dos Ferros Fundidos

    d) Reagente Vilella: Revela o contorno de gros em aos temperados.

    cido Pcrico 1g

    cido Clordrico ( HCl ) 5ml

    lcool Etlico 100ml

    Esta soluo usada para Aos-ligas com alto teor de Cromo e Aos

    rpidos.

    e) Reagente Murakami: Este reativo ir colorir a ferrita de tonalidade azul e

    castanho. Os carbetos de tonalidade escura e austenita inalterada.

    Ferrocianeto de potssio 10 g

    Hidrxido de potssio 10 g

    H2O destilada 100 ml

    Por motivos ecolgicos este reagente ser evitado.

    f) Reagente Metabissulfito de potssio: Ir revelar a matriz austentica com

    reas azuis de ferrita.

    Metabissulfito de potssio 600 mg

    H2O destilada 100 ml

    g)Reagente Bereha (FF):

    Metabissulfito de potssio 3 g

    Fluoreto de amnia 0,5 a 1,0 g

    H2O destilada 100 ml

    h) Reagente Bereha (Aos Temperados)

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    Metabissulfito de potssio 3 g

    cido Sulfnico 100 ml

    i) Reagente de Cloreto Frrico e cido clordrico (Aos inox imerso a frio

    15 a 40 seg)

    Cloreto Frrico 5 g

    cido clordrico 50 ml

    H2O destilada 100 ml

    j) Reagente Marble (camadas nitretadas e aos inox) a frio 10 seg.

    CuSO4 4g

    HCl 20 ml

    H2O destilada 20 ml

    l) Reagente de cido Clordrico (revelao do contorno de gros da austenita

    em aos temperados, ou temperados e revenidos) imerso a frio.

    HCl 4 g

    cido pcrico 1 g

    lcool 100 ml

    m) Reagente Cogne nico (aos recozidos, laminados, temperados e aos

    rpidos)

    HCl 10 ml

    cido actico 6 ml

    cido pcrico 2 g

    lcool 100 ml

    - Ataque Oxidante por Aquecimento :

    Consiste em se aquecer o corpo de prova polido, mais ou menos de 250 a

    300C na presena do ar. Sobre a superfcie do corpo forma-se uma pelcula

    finssima de xido cuja espessura varia com o constituinte ou com a orientao

    cristalogrfica dos gros. Este modo de atacar indicado quando desejado

    mostrar a diferena de granulao entre certas regies.

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    De modo geral, os reativos podem agir:

    - dissolvendo superficialmente certos constituintes, ou certas regies, como

    contornos dos gros, tirando-lhes as vezes o brilho dado pelo polimento;

    - ou colorindo-os diversamente ou ainda depositando um composto qualquer

    sobre eles.

    A escolha do reagente depende da natureza do material e do fim que se

    tem em vista.

    Microscpio Metalogrfico:

    As tcnicas de escolha, preparao de amostras metalogrficas para exame

    microscpico e metalogrfico, exige cuidados especiais, mas principalmente

    equipamentos preciso e especializados com aumento superior 10x. A partir do

    microscpio comum, foi desenvolvido o microscpio metalogrfico que visa no

    somente a comodidade do operador, como tambm (principalmente) tornar

    mais fcil e ntida a microestrutura em observao. O microscpio

    metalogrfico composto das seguintes partes:

    A) Elementos Mecnicos:

    Tubo de encaixe: Monocular ou Binocular;

    Focalizao: Macromtrica ou Micromtrica;

    Revolver porta objetiva;

    Estativa (suporte): sustenta os elementos mecnicos, pticos e

    fotogrficos.

    B) Elementos pticos:

    Objetivas: 10x, 20x, 50x e 100x

    Oculares: 10x, 15x e 20x

    Prisma (desviador de luz na ocular para microfotografia)

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    Condensador: sistema de lente convergentes, cuja finalidade concentrar

    e transmitir o feixe luminoso oriundo do iluminador para a lente frontal da

    objetiva.

    Obs.: Ampliao Ocular x Objetiva

    C) Iluminador ( pode ser embutido ou externo):

    Lmpadas: Tungstnio, Halognio, Xnon;

    Diafragma

    Filtros: Usados para remoo de calor da luz, aumento de contraste na

    imagem compensao de efeitos de cor na fotomicrografia colorida; os filtros

    podem ser azul, verde, amarelo, vermelho.

    Tipos de iluminao: Campo claro, Luz polarizada, Contraste de fase

    D) Acessrios:

    Retculos: so escalas micromtricas, gravadas em uma placa de vidro

    ptico;

    Tela de projeo: acessrio acoplado ao microscpio que permite a

    observao simultnea da microestrutura em exame por dois ou mais

    dispositivos fotogrficos.

    O microscpio metalogrfico pode ser de observao invertida (a objetiva esta

    colocada embaixo do corpo de prova).

    E com observao direta ( objetiva esta colocada sobre o corpo de prova ).

    10X

    CP

    10X

    CP

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    Aula Prtica:

    Preparar vrios corpos de provas (resfriados lentamente) e fazer toda a

    operao descrita anteriormente:

    A) Corte;

    B) Embutimento quente;

    C) Marcao (gravao)

    D) Lixar = 220 - 320 - 400 600 grana

    E) Limpar / Lavar / Secar;

    F) Polir (Al2O3, Cr2O3, pasta diamantada)

    G) Atacar com reagente Nital ou Picral

    H) Levar ao microscpio e observar as estruturas.

    Os corpos de prova preparado sero de Ao Carbono Hipoeutetide,

    Eutetide e Hipereutetide

    Hipoeutetide : % C menor que 0,8%

    Estrutura Ferrita + Perlita

    Exemplo: Liga SAE 1030

    % ferrita = 5,62100080,0

    30,080,0

    % perlita = 5,37080,0

    030,0

    Eutetide: %C igual a 0,8%

    Estrutura 100% de Perlita

    Exemplo: Liga SAE 1080

    % ferrita = 88100067,6

    80,067,6

    % Cementita = 12067,6

    080,0

    Hipereutetide: % C maior que 0,8%

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    Estrutura Perlita com contornos de Cementita

    Exemplo: Liga SAE 1095

    % perlita = 5,9710080,067,6

    95,067,6

    % Cementita = 5,280,067,6

    80,095,0

    Microestruturas:

    A) Ferrita(): a soluo slida de Carbono no Ferro alfa, contendo em

    soluo traos de carbono, apresentando ao microscpio gros poligonais

    irregulares brancos com finos contornos pretos; sua dureza em torno de 80

    HB (baixa resistncia)

    B) Perlita(P): o constituinte microgrfico formado por finas lamelas de Ferrita

    e de Cementita. A espessura das lamelas em geral da ordem de alguns

    dcimos de mcron e habitualmente so visveis com ampliao de mais de

    200x. As lamelas so paralelas, podendo ser planas, curvas, ondeadas.

    Quando atacada por um reativo qumico, toma uma colorao mais ou menos

    escura, e a sua dureza maior que a Ferrita e menor que a Cementita.

    C) Cementita (Fe3C): nome dado ao Carbeto de Ferro Fe3C, contendo 6,7%

    de Carbono; sua caracterstica essencial sua alta dureza em torno de 700

    HB.

    D) Austenita(): Soluo slida de tomos de carbono no ferro gama (estvel

    acima de 723C), apresenta estrututa de gros poligonais irregulares,

    apresentando boa resistncia mecnica e aprecivel tenacidade. Reagente

    para verificar a austenita: Ataque por imerso (2 a 3 min.):

    HNO3 = 10 ml + cido Actico = 10ml + HCL= 15ml + Glicerina = 5 ml

    Este reagente no pode ser armazenado.

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    Esquema para a preparao de amostras para o exame macrogrfico

    Escolha da seo

    Corte Transversal Longitudinal

    Torno / fresa Disco

    abrasivo Serra

    Desbaste Plaina Retfica

    Lixamento 220 a 600 granas

    Lavar / Secar

    Atacar c/ reagente

    cido Sulfrico Acdo Clordrico Acdo Ntrico Iodo

    Lavar em gua e secar(lcool) Analisar (10x) ou olho nu

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    ENSAIO de MACROGRAFIA

    1. Introduo:

    Macrografia: o exame da estruturas da pea ou amostra metlica, feito a olho

    nu ou com auxlio de uma lupa com no mximo 10x e tambm os aspectos

    fotogrficos das estruturas. realizado aps o ensaio de ultra-som, radiografia

    industrial ou raio-x, sobre uma superfcie plana, lixada e atacada quimicamente.

    Advertncias: quando o material for entregue ao laboratrio de ensaios,

    necessrio conhecer o tipo de ensaio a ser realizado e o fim a que se destina.

    2. Preparao do C.P.

    1. Escolha a localizao da seo a ser estudada.

    2. Realizao de uma superfcie plana e lixada no lugar escolhido.

    3. Ataque dessa superfcie por um reagente qumico adequado

    A - Escolha e Localizao:

    Corte Transversa l (perpendicular ao eixo principal da pea)

    A natureza do material;

    Se a seo homognea ou heterognea;

    Intensidade de segregaes, bolhas, dendritas, vazios, porosidade;

    Segregao: Concentrao de volume (mx. e mn.) em funo do

    resfriamento(solidificao) e impurezas como S e P, que tendem a ser

    encontrados na regio central do lingote. Vazamento lento e o tamanho das

    lingoteiras exercem influencias no aparecimento de segregaes. Pode ser

    normal, gravtica, inversa ou em "v".

    Gotas frias: Causada pela solidificao nas paredes da lingoteira. Pode ser

    causada pelo jato de ao mal centralizado na lingoteira ou ou pela velocidade

    baixa de lingotamento ou baixa temperatura do ao.

    Bolhas: Devido a umidade ou oxidao excessiva durante o vazamento.

    C.P.

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    Flocos: Devido a presena do hidrognio resultar em ruptura no interior do

    lingote.

    Escamas: Defeitos originados durante o processo de vazamento causado pelo

    excesso de umidade no sistema de lingotamento, tampes, vlvulas

    defeituosas e velocidade excessiva no inicio do lingotamento.

    Vazios: Ocorre na passagem do estado lquido para o slido, devido a

    contrao da fase slida, aparecendo no interior do lingote uma regio vazia ou

    no centro da parte superior do lingote que a ultima parte do lingote.

    Trincas: So fissuras superficiais, profundas ou internas, provinientes de

    tenses excessivas que se desenvolvem durante o resfriamento ou

    reaquecimento demasiadamente rpido durante o trabalho de laminao ou

    forjamento.

    Porosidade: Defeito associado com a morfologia de crescimento ou uma

    solidificao rpida e pode ser relacionado com o teor de gases.

    Se a pea sofreu cementao, tmpera.

    Forma e dimenses das Dendritas

    Profundidade da Tmpera

    Tubos

    Corte Longitudinal ( paralelo ao eixo principal da pea):

    - Material laminado

    - Material forjado;

    - Material fundido;

    - Pea estampada ou torneada;

    - Solda de barras

    - Extenso de Tratamento trmico superficiais

    - Intensidade de Incluses

    B - Superfcie Plana e lixada :

    - Corte : Serra, maarico, torno, cut-off (disco de

    abraso)

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    - Desbaste : Esmeril, plaina, retifica

    - Lixamento : Lixas - 220,320,400,600

    Obs: Nestas operaes dever ser evitado o encruamento e aquecimento e

    aquecimento do material, visto que poder haver influncia na interpretao da

    estrutura. Aps o lixamento no polir o material, pois este polimento dificultar

    o ataque e a fotografia em virtude da tenso superficial e dos reflexos

    respectivamente.

    C - Ataque com reagente qumicos:

    Ataque por

    imerso:

    mergulhar o c.p. numa cuba (pirex) contendo certo

    volume de reagente.

    Ataque por

    aplicao:

    estender uma camada de reativo sobre a seco

    em estudo com auxlio de um pincel ou chumao

    de algodo.

    Impresso

    de

    Bauman:

    papel fotogrfico umedecido com reagente

    apropriado aplicando sobre a superfcie.

    Os ataques se classificam em lentos ou profundo, rpidos ou superficiais.

    Os reativos mais utilizados para produtos siderrgicos so:

    1) Reativo de Iodo:

    Iodo sublimado 10g

    Iodeto de Potssio 20g

    gua 100ml

    Obs: Ataque rpido e por aplicao, as imagens aparecem com simples ataque

    da superfcie e desaparecem com um leve repolimento.

    2) Reativo de cido Sulfrico:

    cido Sulfurico ( H2SO4) 20ml

    gua 100ml

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    Obs.: Este reativo empregado quente ou frio, produz um ataque enrgico (

    somente a quente), e um ataque feito por imerso.

    3) Reativo de cido Clordrico:

    cido Clordrico (HCl) 50ml

    gua 50ml

    Obs.: Este reativo empregado quente ou frio e feito por imerso.

    4) Reativo de cido Ntrico:

    HNO3 50ml

    gua 50ml

    Obs.: Este reativo empregado quente para aos especiais.

    5) Reativo de Fry:

    HCl 120ml

    gua 100ml

    Cloreto Cprico 90 g

    Obs.: Este reativo aconselhado para revelar linhas de deformao em material

    pouco encruado (Linhas de Lder).

    6) Reativo de Adler:

    Cloreto Cupro-Amonaco 3 g

    HCl 50ml

    gua destilada 25ml

    Cloreto Ferro II 15 g

    Obs.: Este reativo aconselhado para aos, cobre e suas ligas, para revelar

    segregaes, zonas temperadas e estruturas primrias (fundio).

    3. Aps ataque verifica-se as regies :

    Ricas e com maior teor de carbono, fsforo, incluses;

    Temperadas, revenidas;

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    Heterognea ou Homognea;

    Processo de fabricao;

    Defeito de fabricao.

    4. Bauman:

    Objetivos: Verificao da distribuio, forma, tamanho e quantidade de sulfetos

    no ao:

    Material empregado:

    Papel fotogrfico comum, de brometo de prata de preferncia sem brilho

    (parte gelatinosa).

    Procedimentos:

    Colocar em soluo aquosa de H2SO4 (1 a 5 %) aprox. 3 minutos;

    Deixar escorrer um pouco do excesso do lquido;

    Aplicar sobre a superfcie lixada do c.p., assegurando um contato perfeito,

    sem deslocar evitando-se a formao de bolhas;

    Lavar em H2O corrente (10 minutos);

    Depois retira-se e mergulha em soluo de hipossulfito de Sdio ( 10

    minutos), lava-se em gua corrente ( 1 hora).

    Todas estas operaes podem ser feitas a luz do dia;

    Em regies ricas em sulfuretos aparecem manchas pardas ou pretas,

    porque o H2SO4 decompe essas incluses, com desprendimento H2S que por

    sua vez reage com AgBr do papel fotogrfico produzindo Sulfeto de Prata que

    fica na parte gelatinosa do papel. O hipossulfito de Sdio um fixador que

    elimina a parte do brometo no atacado pelo Gs Sulfdrico.

    As incluses de sulfetos como qualquer outra incluso, podem ser menos

    prejudiciais, quanto menores e mais homogneas forem distribudas.

    Pela intensidade de escurecimento das impresses, no se pode deduzir o teor

    de enxofre, mas to somente, estim-lo, indicando geralmente as reas

    escuras com alto teor de enxofre e as claras com baixo teor.

    O grande inconveniente deste mtodo, necessitar um repolimento e a

    repetio de todas as operaes para cada cpia desejada.

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    Tambm bom salientar que se deve executar um desbaste para retirar toda

    regio atacada, para realizar o ensaio microscpico.

    Impresses escuras indicam a localizao, tamanho, quantidade e distribuio

    dos Sulfetos.

    Reaes:

    MnS + H2SO4 MnO4 + H2S (Gs Sulfdrico)

    FeS + H2SO4 FeSO4 + H2S

    H2S + 2 AgBr Ag2S + 2HBr

    Aula prtica

    Preparar vrios materiais (aos) aps ensaio de ultra-som

    - Cortar ( serra, torno, maq. de corte ( abrasivos)

    - Retificar, lixar ( 220,320,400,600)

    - Atacar com reativo de Iodo ou reativo cido Sulfrico ou reativo de cido

    Cloridrco.

    ENSAIO DE MICRO INCLUSES

    (Norma ASTM E45 - A)

    Introduo

    1. Impurezas nos Aos:

    Aos comuns contm sempre alm do Carbono, pequenos teores de Silcio,

    Fsforo, Enxofre, Mangans, s vezes Cobre, que podem combinar entre si

    (MnSi, SiO2, MnO, FeO, Al2O3) ou ento com ferro (FeSi,Fe3P,FeS) formando

    assim as incluses (impurezas prejudiciais ao ao). Algumas incluses so

    facilmente identificveis pela sua cor - forma - aspecto; outras s aps ataques

    com reativos especiais.

    Incluses - Reaes no interior do prprio ao, seja pela oxidao do silcio, do

    mangans, do alumnio ou dos materiais refratrios com os quais o ao entrou

    em contato at chegar a lingoteira. Origem das incluses:

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    Incluses endgenas impurezas geradas no interior do prprio ao pela

    oxidao do silcio, do mangans, do alumnio, etc..

    Incluses exgenas impureza geradas pela corroso dos materiais

    refratrios ou pela restos de escoreas.

    As incluses so vistas ao microscpio sem ataque qumico e com ampliao

    de 100x .

    As incluses afetam menos as propriedades do metal, quando esto

    homogeneamente distribudas, quando em concentraes acentuadas com

    possibilidade de ocorrer aparecimento de pequenas fissuras, que podem se

    propagar atravs de toda a seo, ocasionando uma ruptura brusca na pea.

    2.1 Influncia dos elementos qumicos nos aos comuns:

    - Fsforo: quando ultrapassado certos limites se torna nocivo ao ao

    ocasionando a Fragilidade Frio; com teores elevados podem ocorrer ruptura

    ou esboroamento do ao. O fsforo aumenta levemente a dureza, a resistncia

    mecnica, a resistncia a corroso, diminui a ductilidade, melhorando e

    facilitando a usinabilidade.

    - Enxofre: impureza facilmente notada ao microscpio, combina-se o Fe e o Mn,

    muito difcil de ser eliminada, ocasionando uma Fragilidade Quente. Aos

    com teores altos de S e Mn facilitam a usinabilidade das peas. Combina-se

    com Fe e o Mn, formando MnS (solidifica-se a 1600C) e FeS ( solidifica-se a

    980C).

    - Mangans: usado na prtica Siderrgica como desoxidante. Aumenta a

    temperabilidade, a resistncia ao choque , o limite elstico e diminui a

    ductilidade. Os aos ricos em Mn tem a maior tendncia para trincar durante a

    Tmpera. Combina-se com S formando MnS.

    - Alumnio: um elemento desoxidante mais eficiente que Mn e o Si, tambm

    usado para acalmar o ao (extinguir ou diminui os gases) e ainda porque

    favorece a obteno de textura de granulao mais fina. Forma com o oxignio

    um composto Al2O3 (Alumina).

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    - Silcio: Nos aos ao carbono, o Si varia entre 0,05 a 0,3% . Normalmente

    utilizado para evitar a formao de bolhas nos lingotes (desoxidantes).

    Alm destes elementos so introduzidos nos Aos durante a fabricao os

    gases Hidrognio, Oxignio e Nitrognio.

    - Hidrognio: aparece em teores de 0,001% a 0,0001% e sua presena produz

    aparentemente certa fragilidade no material.

    - Nitrognio: dissolve na Ferrita, produz nos aos de baixo Carbono o

    fenmeno de endurecimento por precipitao (agulhas de nitretos de Ferro).

    - Oxignio: forma uma variedade de xidos lquidos ou gasosos quando o ao

    estiver fundido, quando o ao solidifica, alguns permanecem na forma de

    bolhas, outros isolados ou combinados com outros xidos formando Silicatos,

    ficam presentes na forma de incluses slidas.

    O oxignio usado tambm para enriquecer o Ar de combusto para obter

    melhor eficincia trmica e assim reduzir o tempo de fuso da carga, e tambm

    para controlar a quantidade de carbono no ao.

    2.2 Caractersticas das Incluses:

    A) Sulfetos ou Sulfuretos (MnS,FeS) - colorao ardsia ou cinza escura

    (MnS), amareladas (FeS) e partculas alongadas em forma de traos.

    B)Alumina (Al2O3) - colorao negra e partculas esparsas ou agrupadas e

    alinhadas.

    C)Silicato (SiO2) - colorao negra e partculas esparsas e alongadas. Difcil

    apario nos aos.

    D) xidos Globular - colorao negra e partculas em forma de pontos e

    distribuio aleatria.

    2.3 Classificao das Incluses:

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    As incluses existentes mais conhecidas so JERNKONTORET, DIEGARTEN e

    STHAL-EISEN. A mais usada a JERNKONTORET (Assoc.Sider.Suecos), que

    se divide em quatro classes:

    A (tipo sulfeto), B (tipo alumina), C (tipo silicato), D (tipo xido globular). Cada

    uma dessas classes subdivide-se em 5 grupos numerados de 1 a 5

    (quantidade de incluses por unidade de superfcie).

    O n1 indica uma quantidade pequena de incluses e o n5 apresenta uma

    quantidade mais elevada. Cada n admite ainda duas modalidades quanto a

    espessura - Finas ou Grossas.

    Aula Prtica

    Preparar alguns corpos de prova; cortar no sentido longitudinal (paralelo ao eixo

    principal) marcar, lixar (220, 320, 400, 600), polir ( pasta diamantada ou Al2O3),

    lavar, secar (ar quente), levar ao microscpio e observar com 100x (ocular 10x)

    x (objetiva 10x).

    Microscpio; Objetivas: 10, 20, 50 e 100x

    Oculares: 10 e 20 x

    Fator de Campo: 20

    rea Observada = objetiva

    fator

    Este calculo s vale para este tipo de equipamento.

    Exemplo:

    Material analisado com 500x. rea observada=20/50= 0,4mm

    Material analisado com 200x. rea observada=20/20=1mm

    Material analisado com 100x. rea observada= 20/10 = 2 mm

    Classificar de acordo com a tabela Jernkontoret.

    "O conceito de ao limpo ou seja isento de incluses relativo, porque, sob o ponto de vista tcnico impossvel produzir-se um ao totalmente isento de incluses. O importante a identificao dessas incluses."

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    METALOGRAFIA DO FERRO FUNDIDO

    1. Introduo :

    Dentre as ligas Ferro-Carbono, os Ferros fundidos constituem um grupo

    de ligas de importncia fundamental para a indstria, no s devido as

    caractersticas inerentes ao prprio material, como tambm pelo fato de,

    mediante introduo de elementos de liga, aplicao de tratamentos trmicos

    adequados, o seu estudo fundamental para o tcnico, engenheiro mecnico,

    projetista, ao qual se oferece mais uma opo no sentido da seleo de

    materiais metlicas para as diversas aplicaes industriais.

    2. Definio:

    Ferro Fundido uma liga Ferro-Carbono(Silcio), de teores de carbono

    geralmente acima de 2% em quantidade superior que se retida em soluo

    slida na austenita, de modo a resultar carbono parcialmente livre, na forma de

    veios ou lamelas de grafita.

    3. O Carbono nos Ferros Fundidos:

    O Carbono pode existir nestes materiais sob duas formas diferentes:

    - Carbono combinado (Fe3C, Cementita)

    - Carbono graftico (Grafita)

    Em se tratando de carbono de Ferro fundido, entende-se como carbono

    total , isto , o carbono combinado mais o carbono graftico.

    Ct = Cc + Cg

    A partir destas duas formas, o Ferro fundido classificam-se inicialmente

    em dois grandes grupos :

    - Ferro Fundido Branco

    - Ferro Fundido Cinzento

    4. Tipos de ligas :

    4.1 Ferro Fundido Cinzento:

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    A fratura apresenta colorao escura, caracterizada por apresentar

    como elementos de liga fundamentais o Carbono e o Silcio e estrutura em que

    uma parcela relativamente grande do Carbono est no estado livre (Grafita

    lamelar) e outra no estado combinado (Fe3C).

    A grafita decorrente da decomposio da Cementita (Fe3C) em Fe + C

    e dependo da velocidade de resfriamento, ela se apresenta em forma de veios

    ou lamelas de colorao escura.

    A ASTM e AFS classificam o aspecto e forma de apresentao da grafita

    em cinco tipos, como se segue :

    A irregular desorientada

    B em roseta

    C desigual, irregular

    D interdendrtica desorientada

    E interdendrtica orientada

    Estas Associaes classificam a Grafita, pelas suas dimenses em oito

    tamanhos , de 1 a 8, correspondendo o n 1 as dimenses maiores ( veios mais

    longos ) e n 8 das dimenses menores.

    A grafita tende a adicionar ao material caractersticas lubrificantes;

    aparentemente a melhor estrutura para FF Cinzento (quanto a resistncia ao

    desgaste), a matriz 100% perltica e grafita tipo A. O pior FF seria o que

    apresenta matriz ferrtica associada com grafita dendrtica, tipo D ou E (quanto

    a resistncia ao desgaste).

    4.1.2 Fatores que influenciam na estrutura de Ferro Fundido:

    - Composio qumica

    - Velocidade de resfriamento

    Utilizando o resfriamento lento (seco mais espessas), a estrutura ser

    de Perlita e Grafita; para resfriamento mais lento a estrutura ser Veios de

    Grafita + Perlita + Ferrita e quando o teor de Fsforo for superior a 0,15%

    ocorre a formao da Steadita ( Fosfeto de Ferro(Fe3P) + Carbeto de

    Ferro(Fe3C)).

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    Obs.: Se observada ao microscpio a Steadita clara e pontilhada,

    muito dura e frgil.

    Os Ferros Fundidos Cinzentos so mais usados devido as suas

    caractersticas de:

    - Fcil fuso e moldagem;

    - Boa resistncia mecnica;

    - Excelente usinabilidade;

    - Boa resistncia ao desgaste;

    - Boa capacidade de amortecimento.

    Alguns tipos de Ferro Fundido:

    FC10, 15, 20, 25, 30, 35, 40 conforme ABNT referentes a usinabilidade,

    fundibilidade, resistncia mecnica, dureza; 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60 conforme

    ASTM (limite de resistncia / dureza).

    Algumas aplicaes: anis de pisto, bases de mquina, conexes, undidos

    ornamentais, carcaas de compressores, rotores, carters, bloco de motor, anis

    de locomotivas, bigornas, carcaa de britadores, bielas, cabeotes, buchas,

    bombas, placas de embreagem, peas de bombas de alta presso.

    4.2 Ferro Fundido Branco:

    Neste material, praticamente todo o Carbono se apresenta na forma

    combinada de Carbeto de Ferro (Fe3C) mostrando uma superfcie de Fratura

    clara. Suas propriedades fundamentais devido justamente a alta quantidade de

    Cementita, so elevadas durezas e resistncia ao desgaste; sua usinabilidade

    prejudicada, ou seja esses materiais so de baixa trabalhabilidade.

    Para se obter Ferro Fundido Branco, a composio qumica e a

    velocidade de resfriamento na produo industrial este fatores so de grande

    importncia. Usando o sistema de Coquilha, que consiste em derramar o metal

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    lquido em moldes metlicos onde o metal ser resfriado em condies e

    velocidades que praticamente toda a grafitizao no ser realizada e o

    Carbono ficar retido na forma combinada.

    4.2.1 O Ferro Fundido Branco pode ser : Hipoeutetico

    (exclusivamente Cementita), Euttico (Ledeburita - pequenas reas de Perlita

    globular sobre um fundo de Cementita), Hipereutetico ( Cristais de Cementita

    sobre um fundo de Ledeburita) A dureza nestes podem estar em torno de

    1.100HV.

    4.2.2 - Algumas aplicaes do FF Branco:

    - Equipamento de manuseio de terra

    - Minerao

    - Moagem

    - Rodas de vages

    - Cilindros coquilhados

    - Revestimento do moinhos

    - Bola de moinhos.

    4.3 Ferro Fundido Malevel : um material resultante de um tratamento

    trmico especial feito no Ferro Fundido Branco (chamado tratamento de

    Maleabilizao) adquirindo ductilidade, maior tenacidade, boa resistncia a

    trao, boa dureza, boa resistncia a fadiga, boa resistencia ao desgaste e boa

    usinabilidade.

    - Maleabilizao : Ciclos de aquecimento e resfriamento a qual

    se submetem ferros fundidos brancos, atravs de aquecimento prolongado,

    provocando transformao parcial ou total do Carbono. H dois processos

    fundamentais de Maleabilizao;

    1) Por Descarbonetao : Malevel de ncleo branco, o aspecto da fratura

    constituida ( estrutura) de Ferrita (peas de paredes finas ), ncleo cinzento

    ou escuro (parede mais espessa) devido a grafitazao.

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    2) Por Grafitizao : Malevel de ncleo preto devido a fratura de aspecto

    escura, cuja Estrutura constituida de Grafita em Ndulos sobre um fundo de

    Ferrita.

    Algumas aplicaes: peas para veculos, tratores, materiais eltricos,

    suportes de molas, caixas de direo, cubos de rodas, sapatas de freio, bielas,

    caixas de engrenagens.

    4.4 Ferro Fundido Nodular:

    Esta liga caracterizada pela ductilidade, tenacidade e resistncia mecnica

    sendo que o limite de escoamento mais elevado. A grafita do Ferro Fundido

    Nodular apresenta-se na forma esferoidal , obtida pela adio de

    determinados elementos no metal fundido, como Magnsio, Crio. A

    microestrutura do Ferro Fundido Nodular:

    - Ferrita, Perlita, Ndulos de Grafita e Steadita

    - Perlita, Ferrita e Ndulos de Grafita ( matriz perltica)

    Algumas aplicaes: valvulas de presso, virabrequins, engrenagens, braos

    de balancim, pinhes, etc.

    5. Preparao:

    1- Amostras : Escolha visual da regio onde ser feito o ensaio, ou

    ento aps ensaios no destrutivos . O corte dever ser feito por discos

    abrasivos, que produzem superfcies planas com baixa deformao, utilizando

    discos de alta e baixa dureza, dependendo das ligas a ensaiar.

    2- Preparao dos corpos de prova para anlise metalogrfica:

    - Cortar : em meio refrigerante, sem queimar o corpo de prova

    - Embutir : quente ou frio - quente ( baquelite), embutir se necessrio.

    - Marcar : para facilitar a identificao

    - Lixar : em meio mido, com lixas grana 60 a 600 granas, se a reteno da

    grafita de grande importncia no ser utilizado gua para lubrificar no

    estgio de 400 a 600 granas.

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    - Polir: o polimento pode ser feito com Alumina para remoo dos riscos

    superficiais provenientes das lixas mais finas.

    A pasta diamantada far a remoo rpida dos riscos superficiais

    juntamente com uma modesta quantidade de lubrificante .

    Aps polimento lavar em gua corrente, lcool Etlico e secar.

    3- Anlise sem ataque quimico:

    Aps a realizao do polimento, levar a amostra (c.p.) ao microscpio e

    com ampliao de 100x verificar e/ou classificar os tipos e tamanho de grafita,

    conforme a tabela ASTM e AFS.

    4- Ataque quimicos ( reagentes):

    Utiliza-se soluo de cido mineral em lcool ou gua, que revelam a

    microestrutura por dissoluo seletiva de reas sensveis como o contorno de

    gro e fases. Alguns reagentes mais utilizados no uso do ferro fundido:

    - Nital (2 a 5%): cido Ntrico (HNO3) + lcool

    - Picral 4% em lcool ( 4 g de cido Pcrico + 100ml lcool)

    - Cloreto Ferrico: HCl(60ml) + FeCl3(20g) + 300ml lcool => (este reagente

    visa destacar a Steadita).

    Aps o ataque com reagente qumico (Nital, Picral) levar ao microscpio

    e verificar a estrutura quanto a cor, tamanho, quantidade, formas dos

    constituintes presentes como a Grafita, Perlita, Ferrita, Ledeburita, Steadita,

    Cementita.