Metalurgia Da Soldagem

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  • Metalurgia da Soldagem

  • Os metais no estado slido apresentam estrutura

    cristalina, ou seja, os tomos esto dispostos de maneira

    organizada e peridica.

    Existem 3 modelos principais de ordenao dos tomos

    em metais:

    Sistema cristalino Cbico de Corpo Centrado CCC;

    Sistema cristalino Cbico de Face Centrada CFC;

    Sistema cristalino Hexagonal Compacto HC.

    Sistemas Cristalinos

  • 1. Cbico de Corpo Centrado - CCC

    Sistemas Cristalinos

    (a) Clula unitria representando a posio de cada tomo.

    (a) (b) (c)

    (b) Clula unitria considerando os tomos como esferas.

    (c) Reticulado cristalino de um metal CCC.

  • 2. Cbico de Face Centrada - CFC

    Sistemas Cristalinos

    (a) (b) (c)

    (b) Clula unitria considerando os tomos como esferas.

    (c) Reticulado cristalino de um metal CFC.

    (a) Clula unitria representando a posio de cada tomo.

  • 3. Hexagonal Compacto - HC

    Sistemas Cristalinos

    (a) (b)

    (b) Reticulado cristalino de um metal HC.

    (a) Clula unitria representando a posio de cada tomo.

  • Exemplos:

    CCC Ferro (temperatura ambiente), titnio (alta temperatura) e cromo;

    CFC Nquel, alumnio e cobre;

    HC cobalto, magnsio e zinco.

    Sistemas Cristalinos

  • As ligas so obtidas atravs da adio de elementos de

    liga (tomos diferentes do metal-base). Esses tomos

    adicionados intencionalmente podem ficar em soluo

    slida e/ou fazer parte de uma segunda fase.

    Solues Slidas em Metais: ocorre quando a adio

    de tomos do soluto no modifica a estrutura cristalina

    nem provoca a formao de novas estruturas.

    Para muitas aplicaes, principalmente quando as

    propriedades mecnicas so importantes, a utilizao

    de metais puros no recomendvel.

    Ligas Metlicas

  • Ligas Metlicas

    Soluo slida substitucional: os tomos de soluto substituem uma parte dos tomos de solvente no reticulado.

    Soluo slida intersticial: os tomos de soluto ocupam os interstcios existentes no reticulado.

  • Difuso movimentao de tomos numa soluo slida.

    A Difuso termo-ativada.

    Ex. 1: Difuso na ZTA de solda de aos austenticos,

    formando Cr23C6.

    Ex. 2: Tratamento trmico de solubilizao.

    Existem dos mecanismos de difuso:

    Substitucional ou por lacunas;

    Intersticial.

    Difuso

  • Difuso

    Difuso Substitucional ou por lacunas

    Na Difuso Substitucional um tomo (hospedeiro ou substitucional) se

    desloca de uma posio normal da rede cristalina para um stio vago, ou

    lacuna, adjacente.

    Quando tomos hospedeiros se difundem, ocorre o processo de

    AUTODIFUSO e quando tomos de impurezas substitucionais

    se difundem, ocorre o processo de INTERDIFUSO.

  • Difuso

    Difuso Intersticial

    Na Difuso Intersticial tomos intersticiais migram para posies

    intersticiais adjacentes no ocupadas do reticulado.

    Em metais e ligas, a difuso intersticial um mecanismo importante

    para a difuso de impurezas de raio atmico pequeno em relao aos

    do hospedeiro.

    Exemplos: hidrognio, carbono, nitrognio e oxignio no ao.

  • Solidificao

  • A Solidificao dividida em duas etapas:

    1. Nucleao Formao, no lquido, de ncleos estveis;

    2. Crescimento de gros Crescimento dos ncleos e formao de uma estrutura de gros.

    Solidificao

  • Solidificao

    Todos os gros possuem

    a mesma estrutura

    cristalina, mas a

    orientao de cada gro

    diferente.

    O contorno de gro uma

    regio sem ordenao

    dos tomos.

    A difuso facilitada nos

    contornos de gro.

    O arranjo e o tamanho dos gros e as fases presentes em uma liga constituem

    o que se chama de microestrutura.

    Na temperatura ambiente melhor gros finos. Em altas temperaturas melhor gros grosseiros.

  • Solidificao

    Processo de solidificao de uma junta soldada

  • Solidificao

    Microestrutura de ao:

    Ferrtico Austentico

  • Zona Fundida - Transformaes

    Transformaes associadas fuso

    Durante a breve permanncia no estado lquido, a solda sofre

    alteraes em sua composio qumica que podem ser

    atribudas s seguintes causas:

    - Volatizao

    - Reaes Qumicas

    - Absoro de Gases

    - Diluio

  • Zona Fundida - Transformaes

    Volatizao

    Perda de metal quando presso de vapor do metal elevada na

    Tsoldagem;

    Estas perdas alteram a composio qumica do material; Tsoldagem prxima Tfuso perdas so desprezveis; Metais considerados volteis: titnio, chumbo e magnsio; Soldagem a gs e TIG: pouco sensveis volatilizao de metal; Soldagem MIG, arame tubular e eletrodo revestido: perdas

    podem ser apreciveis;

    Depende tambm do tempo permanncia em alta temperatura.

  • Zona Fundida - Transformaes

    Reaes Qumicas

    Prejudiciais no metal lquido quando provocam desprendimento de gases.

    Reao do xido de Fe e o carbono do ao: grande influncia na qualidade das soldas.

    FeO + C Fe + CO

    Aos efervescentes: tendncia a reiniciar a reao do FeO acima.

    Agentes desoxidantes: possuem maior afinidade com o O2 que o Fe.

    - Atmosfera redutora (CO, H2) na soldagem a gs.

    - Elementos de adio Mn, Si, Al na soldagem com escria.

    Na solidificao rpida, os gases provocam porosidade.

  • Zona Fundida - Transformaes

    Absoro de Gases

    O metal lquido pode dissolver gases.

    Fontes de H2: vapor de gua:

    - Umidade absorvida pelo revestimento do eletrodo e fluxos.

    - Umidade adsorvida nos componentes do revestimento de eletrodos e

    fluxos.

    - Umidade nos gases de proteo.

    - Umidade no metal de base.

    - Contaminao com leo, graxa (compostos orgnicos).

    Fonte de N2: contaminao atmosfrica.

    Queda da solubilidade com a temperatura:

    - No resfriamento, o metal torna-se supersaturado de gases em soluo.

  • Zona Fundida - Transformaes

    Absoro de Gases

    Super saturao da solda em H2 Risco de Fissurao a Frio Super saturao de outros gases Risco de porosidade.

  • Zona Fundida - Transformaes

    Diluio

    composio qumica da solda = composio do metal base + composio do metal de adio.

    A - rea da seo transversal da zona fundida.

    B - rea de participao do MB na seo transversal da zona fundida.

    d (%) - diluio.

  • Zona Fundida - Transformaes

    Diluio

    O controle da diluio pode ajudar a resolver muitos problemas de soldagem.

    Exemplo: Soldando ao 1045 com processo arco submerso, diluio

    estimada em 60%. Metal de adio puro: 0,10%C. Qual o teor de C da zona

    fundida ?

    Resposta:

    Participao do metal base: 0,45 x 0,6 = 0,27%C.

    Participao do metal de adio: 0,10 x 0,4 = 0,04%C.

    Teor de C do metal de solda: 0,31%C.

    Apesar do metal de adio ter 0,10%C, o metal de solda produzido contm

    0,31%C.

  • Zona Fundida - Transformaes

    Diluio

    Apesar do metal de adio ter 0,10%C, o metal de solda produzido

    contm 0,31%C.

    Que tipo de problema isto pode causar na solda?

    Possveis Problemas:

    Microestrutura martenstica no metal de solda. Elevada dureza. Fragilizao do metal de solda.

  • Pr-aquecimento

    Aquecimento da junta numa etapa anterior soldagem;

    Principais efeitos: - reduzir a velocidade de resfriamento da junta soldada,

    evitando a tmpera, isto , formao de martensita;

    - aumentar a intensidade de difuso do hidrognio na junta

    soldada.

    Em materiais de alta temperabilidade como, por exemplo, os aos liga, bastante usual a utilizao de

    preaquecimento.

    O preaquecimento tem como desvantagem aumentar a extenso da zona afetada termicamente.

  • Pr-aquecimento

    O preaquecimento influencia tambm as tenses de contrao da junta soldada. As tenses de contrao normalmente diminuem

    com o preaquecimento uniforme e/ou homogneo. Entretanto, se

    a junta possui um alto grau de restrio, as tenses de contrao

    podem ser aumentadas, por reaquecimento localizado,

    aumentando a possibilidade da fissurao.

    O preaquecimento pode ter um efeito bastante prejudicial. Um exemplo a soldagem de aos com 16% de cromo, nos quais um

    preaquecimento excessivo pode propiciar a formao de fases de

    baixa tenacidade.

  • Ps-aquecimento

    Consiste na manuteno da junta soldada a uma temperatura acima da temperatura ambiente por um determinado tempo.

    O objetivo principal aumentar a difuso do hidrognio na solda.

    Deve ser executado to logo a soldagem termine, de forma a no permitir o resfriamento da junta soldada. A eficincia do ps-

    aquecimento depende deste fato, pois o resfriamento da junta

    soldada permitiria a formao de fissurao pelo hidrognio.

    O ps-aquecimento, por ser executado em temperatura relativamente baixa, no deve ser considerado como um

    tratamento trmico de alvio de tenses.

  • Fissurao pelo hidrognio

    Fissurao pelo hidrognio ou fissurao a frio

    Ocorre devido a ao simultnea de 4 fatores: - H2 dissolvido no metal fundido.

    - Tenses associadas soldagem.

    - Microestrutura frgil.

    - Baixa temperatura (

  • Fissurao pelo hidrognio

    Compostos que contm hidrognio, como por exemplo, o vapor d'gua, se decompem na atmosfera

    do arco liberando hidrognio atmico ou inico (H+).

    As principais fontes de hidrognio so: - revestimento orgnico dos eletrodos;

    - umidade absorvida ou adsorvida pelo revestimento dos

    eletrodos, particularmente os de baixo hidrognio;

    - compostos hidratados existentes na pea, como por exemplo, a

    ferrugem;

    - umidade do fluxo, na soldagem a arco submerso;

    - umidade do ar.

  • Fissurao pelo hidrognio

    Solda no estado lquido tem maior quantidade de H2 dissolvido.

    Final do resfriamento: supersaturao H2 na solda.

  • Fissurao pelo hidrognio

    - A temperabilidade da ZTA maior que da ZF.

    - H2 migra para a

    ZTA.

    - Comum, pois no

    metal de solda

    sempre

  • Fissurao pelo hidrognio

    Ao conjunta dos 4 fatores:

  • Fissurao pelo hidrognio

    Macrografia Trinca a Frio

    Note que iniciou na linha de fuso e se propagou para a ZTA.

  • Fissurao pelo hidrognio

    Como Evitar as Trincas a Frio:

    - H2, por ter Dimetro Atmico: - Difunde-se no Fe e abandona a solda.

    - TPREA e TPSA Difuso do H2.

    Evoluo do

    hidrognio

    das soldas

  • Fissurao pelo hidrognio

    Como Evitar as Trincas a Frio:

    - Se usar TPSA (Ex: 250oC por 2h) H2 totalmente

    eliminado.

    - Inspeo R-X no detecta alguns tipos de Trincas a frio.

    Necessrio UT para detectar trincas a frio.

    - Trincas podem aparecer horas ou dias aps a soldagem.

    - END apenas aps 48h aps a soldagem.

  • Fissurao pelo hidrognio

    Medidas Preventivas de Trincas a Frio:

    Eliminar a possibilidade de ao menos um dos 4 fatores.

    Menor teor de H2 possvel. - Usar eletrodos e fluxos de H2 (bsicos). - Higroscpicos Secagem adequada antes da soldagem.

    Evitar microestrutura frgil. - Usar TPRA adequada.

    - Metal de solda com resistncia possvel. - Cuidado com as soldas de ponteamento (Baixa energia, sem TPRA )

  • Fissurao pelo hidrognio

    Medidas Preventivas de Trincas a Frio:

    Temperatura adequada antes, durante e aps a soldagem. - Usar TPRA e TPSA adequada. - Manter a solda em temperatura suficiente para difuso rpida do H2.