16
138 4.8 O método OWAS De acordo com GOMES (1999), foi desenvolvido na Finlândia um sistema para analisar posturas de trabalho na indústria de aço, pela OVAKO OY em conjunto com o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, o método OWAS - OVAKO Working Posture Analysing System, KARHU et al. (1977) e Finnish Institute of Occupational Health (1992). Segundo a autora o método tem como preocupação principal a identificação e avaliação de posturas de trabalho. No desenvolvimento do método a atividade é subdividida para análise das posturas, quando então, é feita uma categorização das posturas de trabalho. Na análise das atividades, as de levantamento manual de cargas são identificadas e categorizadas com um peso maior em termos de sacrifício imposto ao trabalhador. Apesar de não ser a preocupação principal do método, o levantamento manual de cargas também é tratado. Segundo GOMES (1994), o Sistema OVAKO de Análise de Posturas OWAS foi planejado visando os critérios: a) Simplicidade para poder ser usado por pessoal sem treinamento em Ergonomia; b) simplificação sem respostas ambíguas; c) possibilidades para corrigir o enfoque ergonômico simplificando e de continuidade com incorporação às tarefas de rotina existentes. O método OWAS tem duas preocupações principias: a maneira mais factível de analisar posturas de trabalho e como identificar e classificar as más posturas. A análise das posturas pode ser resolvida através da observação das características de uma situação de trabalho, fotografias e vídeo. O problema de identificar e classificar más posturas é mais complexo - são poucos os estudos epidemiológicos na literatura científica, a respeito dos efeitos negativos da má postura. Em geral o estudo de postura não é feito isoladamente, mas sempre agregado ao trabalho físico pesado.

Método OWAS

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  • 138

    4.8 O mtodo OWAS

    De acordo com GOMES (1999), foi desenvolvido na Finlndia um sistema para

    analisar posturas de trabalho na indstria de ao, pela OVAKO OY em conjunto com

    o Instituto Finlands de Sade Ocupacional, o mtodo OWAS - OVAKO Working

    Posture Analysing System, KARHU et al. (1977) e Finnish Institute of Occupational

    Health (1992). Segundo a autora o mtodo tem como preocupao principal a

    identificao e avaliao de posturas de trabalho. No desenvolvimento do mtodo a

    atividade subdividida para anlise das posturas, quando ento, feita uma

    categorizao das posturas de trabalho. Na anlise das atividades, as de levantamento

    manual de cargas so identificadas e categorizadas com um peso maior em termos de

    sacrifcio imposto ao trabalhador. Apesar de no ser a preocupao principal do

    mtodo, o levantamento manual de cargas tambm tratado.

    Segundo GOMES (1994), o Sistema OVAKO de Anlise de Posturas OWAS foi

    planejado visando os critrios:

    a) Simplicidade para poder ser usado por pessoal sem treinamento em

    Ergonomia;

    b) simplificao sem respostas ambguas;

    c) possibilidades para corrigir o enfoque ergonmico simplificando e de

    continuidade com incorporao s tarefas de rotina existentes.

    O mtodo OWAS tem duas preocupaes principias: a maneira mais factvel de

    analisar posturas de trabalho e como identificar e classificar as ms posturas. A

    anlise das posturas pode ser resolvida atravs da observao das caractersticas de

    uma situao de trabalho, fotografias e vdeo. O problema de identificar e classificar

    ms posturas mais complexo - so poucos os estudos epidemiolgicos na literatura

    cientfica, a respeito dos efeitos negativos da m postura. Em geral o estudo de

    postura no feito isoladamente, mas sempre agregado ao trabalho fsico pesado.

  • 139

    J LONG (1993) apud DINIZ (1999), diz que o OWAS permite que os dados

    posturais sejam analisados de dois modos:

    1) para examinar a posturas combinadas das costas, braos, pernas e foras e

    determinar seu efeito sobre o sistema msculo esqueltico;

    2) para examinar o tempo relativo gasto em uma postura especifica para cada

    parte do corpo e determinar o efeito do tempo sobre o sistema msculo

    esqueltico.

    O autor diz que, a determinao do efeito sobre o sistema msculo esqueltico foi

    determinado por um grupo de especialistas. Este grupo incluiu mdicos, analistas de

    trabalho e trabalhadores Supervisionados por um grupo internacional de

    ergonomistas. Este grupo de especialistas avaliou e classificou cada postura. A

    escala de classificao envolveu 4 categorias (sendo que a ao destas categorias por

    uma combinao de posturas depende tanto da qualidade dessa combinao quanto

    do esforo exercido).

    4.8.1 Classificao de Posturas

    Segundo DINIZ (1999), aps 1978 os criadores do OWAS adicionaram trs posturas

    das pernas e uma postural dos braos. Estas posturas no foram classificadas dentro

    das categorias, mas quando estas posturas so observadas, a razo para sua adoo

    deve ser investigada. Estas posturas so classificadas como categoria 0 (zero) que

    definida como a carga da postura que no foi determinada: a causa da adoo desta

    postura deve ser investigada. As posturas do pescoo tambm foram adicionadas ao

    OWAS original. Estas posturas no so consideradas na anlise das posturas

    combinadas. Entretanto, o tempo baseado nas aes de recomendaes corretivas foi

    definido. Para que no seja necessrio que uma anlise do OWAS colete posturas do

    pescoo, a coleta destas posturas considerada opcional.

  • 140

    Os dados do OWAS podem ser coletados pela observao de um sujeito

    desempenhando o trabalho de objeto da pesquisa. Os dados podem ser obtidos

    manualmente ou usando o software de coleta do OWAS. possvel obter os dados

    no campo ou por vdeo. O sistema OWAS uma tcnica de amostra. As posturas so

    observadas num conjunto de intervalos de tempo com nenhuma referncia

    relacionada s amostras. Cada observao requer o registro das costas, braos, pernas

    e foras. Devem ser feitas muitas observaes, com vrias amostras. Segundo o

    autor, os inventores do OWAS sugerem que no devem ser feitas menos do que 100

    observaes para dar qualquer indicao da tarefa ou trabalho Quando os dados so

    coletados estes podem ser analisados manualmente ou via Software. Recomenda-se

    que o OWAS seja usado em conjunto com outros mtodos para avaliar os trabalhos.

    A taxa cardaca, taxa fsica da atividade e/ou outros mtodos devem ser Combinados

    para dar uma viso representativa do trabalho

    Segundo CORLETT (1995), o OWAS apresenta trs matrizes para avaliao de

    dados feita manualmente, apenas com um lpis. As posturas so observadas e

    registradas como mostra a figura 64.

    O mtodo OWAS visa mapear posturas sem a preocupao com aspectos como

    vibrao e dispndio energtico. Com esse sistema o foco da ateno o trabalhador

    e o seu ambiente de trabalho ao executar determinadas tarefas. Sabe-se a posio do

    corpo do trabalhador e sua localizao, sem saber, no entanto, com preciso o que o

    trabalhador em questo est fazendo. Antes de uma observao h o registro do tipo

    de tarefa e do local onde ela realizada, O grau de esforo fsico por categoria de

    aes determinado com base nas posturas de trabalho e a fora exercida durante

    uma ao especifica.

    O sistema baseia se em amostragem do trabalho, intervalo de amostragem varivel

    ou constante, que prov a freqncia e o tempo gasto em cada postura, considerando

    posies das costas, braos, pernas, uso de fora e fase da atividade aos quais so

    atribudos valores e um cdigo de seis dgitos. O primeiro dgito do cdigo indica a

    posio das costas, o segundo, posio dos braos, o terceiro, das pernas, o quarto

  • 141

    indica levantamento de carga ou uso de fora e os quinto e sexto, a fase de trabalho

    (figura 64).

    Figura 64 Itens do mtodo OWAS e um exemplo da codificao de uma tarefa especfica. Fonte: CORLETT (1995)

    COSTAS 1- Ereta; 2- Inclinada para frente

    ou para trs; 3- Torcida ou inclinada

    para os lados 4- Inclinada e torcida ou

    inclinada para frente e para os lados.

    BRAOS 1- Ambos os braos

    abaixo do nvel dos ombros;

    2- Um brao no nvel dos ombros ou abaixo;

    3- Ambos os braos acima do nvel dos ombros

    2 1 2 1 0 7

    PERNAS

    1- Sentado; 2- De p com ambas as

    pernas esticadas; De p com uma das pernas esticadas;

    3- De p ou agachado com ambos os joelhos dobrados;

    4- De p ou agachado com um dos joelhos dobrados

    5- Ajoelhado e um ou ambos os os joelhos andando ou se movendo.

    LEVANTAMENTO DE CARGAS OU USO DE FORAS

    1- Peso ou fora necessria 10kg ou menos;

    2- Peso ou fora necessria excede 10kg mas menor que 20kg;

    3- Peso ou fora excede 20kg.

    FASE DO TRABALHO 00 01 02 03 04 05 06 07 Limpando ... 09

  • 142

    1 Dgito Costas:

    1 - Ereta;

    2 - Inclinada para frente ou para trs;

    3 - Torcida ou inclinada para os lados;

    4 - Inclinada e torcida ou inclinada para frente e para os lados.

    2 Dgito Braos:

    1 - Ambos braos abaixo do nvel dos ombros;

    2 - Um brao no nvel dos ombros ou abaixo;

    3 - Ambos braos acima do nvel dos ombros.

    3 Dgito Pernas:

    1 - Sentado;

    2 - De p com ambas pernas esticadas;

    3 - De p com o peso em uma das pernas esticadas;

    4 - De p ou agachado com ambos joelhos dobrados;

    5 - De p ou agachado com um dos joelhos dobrados;

    6 - Ajoelhado em um ou ambos joelhos;

    7 - Andando ou se movendo.

    4 Dgito - Levantamento de cargas ou uso de fora:

    1 - Peso ou fora necessria 10 kg ou menos;

    2 - Peso ou fora necessria excede 10 kg mas menor que 20 kg;

    3 - Peso ou fora necessria excede 20 kg.

    5 e 6 Dgitos - Fase do trabalho: Dois dgitos so reservados para fase da atividade, variando de 00 a 99, selecionados

    a partir da subdiviso de tarefas.

  • 143

    Segundo GOMES (1994) o grau de esforo fsico por categoria de aes

    determinado com base nas posturas de trabalho e a fora exercida durante uma ao

    especfica. O OWAS identifica quatro categorias (classes operacionais), a saber:

    Classe 1 - postura normal: no exigida nenhuma medida corretiva;

    Classe 2 - a carga fsica da postura levemente prejudicial: necessrio tomar

    medidas para mudar a postura em um futuro prximo.

    Classe 3 - a carga fsica da postura normalmente prejudicial: necessrio adotar

    medidas para mudar a postura o mais rpido possvel.

    Classe 4 - a carga fsica da postura extremamente prejudicial: necessrio adotar

    medidas, imediatas, para mudar a posturas.

    MORAES (1993), formulou um roteiro para anlise de posturas por meio do mtodo

    OWAS, da seguinte maneira:

    a) Coleta de postura

    Fotografias Tabela atividade/componentes/posturas Identificao de foras exercidas

    b) Codificao das posturas

    Transforma um processo contnuo em uma sucesso descontnua para distinguir um nmero limitado de posies diferenciadas.

    c) Classificao das posturas

    De p Sentado Cabea Flexo frontal ou lateral da cabea Rotao ou extenso dorsal da cabea

    Tronco Flexo lateral ou frontal do tronco Toro ou extenso dorsal do tronco

  • 144

    Braos Posio dos braos abaixo ou acima dos ombros Elevao lateral Rotao em abduo superior ou inferior Rotao na posio neutra medial ou lateral Pronao (para dentro) na posio neutra Supinao (para fora) na posio neutra Extenso neutra (ao longo do corpo) Flexo e extenso frontal

    Pernas Hiperextenso ou flexo da perna Rotao lateral ou medial da perna

    d) Seleo das posturas

    Definio de critrios: danos e freqncia

    e) Avaliao subjetiva pelo trabalhador das posturas codificadas e selecionadas

    segundo categorias pr-definidas

    Prejudicial sade, inconfortvel, sem prejuzos, confortvel, etc.

    f) Ponderao das posturas

    Pelos trabalhadores Pelos especialistas em ergonomia.

    DINIZ (1999), comenta o trabalho de LONG (1979), que tambm elaborou suas

    definies posturais, que incluem costas, braos, pernas e a seo da fora. Abaixo

    esto as definies:

  • 145

    1) Costas:

    b) Retas

    as costas (a linha entre a cabea e a plvis) desviam menos que 20 da vertical.

    c) Flexionada

    as costas (a linha entre a cabea e a plvis) est flexionada para frente ou para trs 20 ou mais da vertical.

    d) Torcida

    as costas (linha entre a cabea e a plvis) esto torcidas ou flexionadas lateralmente 20 ou mais. Torcida significa que o eixo horizontal da plvis

    e dos ombros formam um angulo de 20 ou mais entre eles. Lateralmente

    flexionado significa que as costas (linha entre a cabea e a plvis) esto

    20 ou mais lateralmente da vertical.

    e) Flexionada e torcida

    se ambas as condies em 2 - Flexionado e 3 - Torcido ocorrem simultaneamente.

    2) Braos:

    a) Ambos os braos abaixo do nvel dos ombros

    os braos superiores, os antebraos e as mos esto todos abaixo dos ombros

    b) Um brao no nvel ou acima dos ombros

    um brao ou parte dele est no nvel ou acima dos ombros.

    c) Os dois braos no nvel ou acima dos ombros

    ambos os braos ou parte deles no nvel ou acima dos ombros.

  • 146

    Uma postura adicional , no classificada nas categorias de ao, pode ser cifrada

    como:

    d) Ambos os braos abaixo do nvel dos ombros mas postos a frente

    os braos superiores claramente a frente de um dos lados, abaixo do nvel dos ombros*, fornecendo um apoio, mas os braos no esto sendo

    apoiados.

    acima dos ombros a posio relativa para o tronco. O nvel dos ombros definido por um plano atravs dos ombros perpendicular ao tronco,

    paralelo ao solo.

    3) Pernas:

    a) Sentado com as pernas abaixo do nvel das ndegas.

    o peso do corpo est sobre as ndegas. Esta postura da perna no inclui a inclinao sobre o encosto onde o peso est principalmente nas pernas

    (pernas 2 ou 3), sentado no cho (pernas 8) ou deitado (pernas 9).

    b) de p com ambos os ps, pernas retas

    o peso do corpo est sobre os ps, com um ngulo do joelho maior do que 150. Esta Postura da perna inclui de p sobre os dedos dos ps e de p

    normalmente com o peso do corpo distribudo sobre ambas as pernas, mas

    o peso alternado entre os ps. Esta postura da perna no inclui qualquer

    etapa do caminhar (pernas = 7), um p tirado do cho (pernas = 3) ou uma

    postura onde todo o peso est sobre um nico p (pernas = 3 ou 5).

  • 147

    c) de p sobre um p, pernas retas

    um p (apoiando o outro p) esta apoiando o peso total do corpo e a perna est reta (o ngulo do joelho maior que 150). O outro p talvez esteja

    levantado ou apenas tocando o cho para fornecer o equilbrio. Quando

    uma perna est frente e a costa est flexionada (costa = 2) o peso est

    sobre uma perna. Esta postura da perna no inclui qualquer etapa do

    caminhar (pernas = 7) ou de p normalmente (pernas = 2)

    d) de p ou agachado em ambos os ps, com as pernas flexionadas.

    de p com o peso sobre ambos os ps com um ngulo do joelho de 150 ou menos. Esta postura da perna inclui uma posio bem acocorada com as

    ndegas sobre os calcanhares. Esta postura no inclui o apoio sobre as

    ndegas (pernas = 1 ou 8) ou os joelhos (pernas = 6 ou 0).

    e) de p ou agachado em um nico p, com os joelhos flexionados.

    o peso do corpo est sobre um p e o apoio da perna tem um ngulo do joelho de 1500 ou menos.

    f) Ajoelhado sobre um ou ambos os joelhos.

    um ou ambos os joelhos esto sobre o cho.

    g) Caminhando ou se movimentando

    a ao das pernas movimenta o corpo. O caminhar pode ser dividido cm progresso e movimentao. A progresso ocorre sobre a superfcie, sobre

    os passos e sobre uma rampa e est livre ou com entraves O movimento

    esta para frente, para os lados, para trs ou dando voltas (com os ps). Esta

    postura da perna no inclui arrastando-se ou escaladas (pernas = 0).

  • 148

    Posturas adicionais, no classificadas nas categorias de ao, que podem ser cifradas

    como:

    h) As pernas e as ndegas esto no mesmo nvel (sentado sobre o cho)

    inclui sentado com as pernas alinhadas sobre o corpo, sentado sobre o cho com joelhos flexionados, sentado com as pernas retas e sentado com as

    pernas cruzadas.

    i) As pernas no fornecem qualquer apoio

    inclui as posies deitado e pendurado. Esta postura inclui deitado no cho, pendurado pelas mos e pendurado sobre o abdome. As posies

    penduradas geralmente resultam de uma categoria de fora = 3 (>).

    j) Arrastando-se ou escalando

    envolve progresses. Esta postura da perna inclui progresso sobre os joelhos, agachando-se no alto, escalando uma ladeira e arrastando-se sobre

    uma mquina. Esta postura no inclui uma progresso normal e o

    movimento (pernas = 7)

    4) Fora:

    A determinao dos itens do componentes do fora: levantando, carregando,

    empurrando, puxando e manipulando, deve ser considerada:

    a) O peso ou fora requerido de 10kg ou menos

    o peso ou a fora requerido 10kg (98N) ou menos.

  • 149

    b) O peso ou a fora requerido maior do que 10kg, mas 20kg ou menos.

    o peso ou a fora requerido est entre 10 e 20kg (98-196N).

    c) O peso ou a fora requerido maior do que 20Kg.

    o peso ou a fora requerido maior do que 20kg (196N)

    5) Pescoo (postura opcional):

    a) Cabea livre

    a cabea no limite de movimento normal. Flexionada para frente ou para os lados menos do que 30 ou torcida por menos do que 45.

    b) Cabea flexionada par frente.

    posio da cabea em que o queixo, com a boca fechada, toca ou quase toca o sternum. (geralmente o desvio de 30 ou mais flexionado da

    vertical.)

    c) Cabea flexionada para o lado

    a posio da cabea desvia em 30 ou mais da vertical lateralmente.

    d) Cabea flexionada para trs.

    a posio da cabea a qual toca ou quase toca a parte de trs do pescoo. A cabea flexionada para trs combinada com qualquer outra posio da

    cabea sempre definida como flexo da cabea para trs.

  • 150

    e) Cabea torcida

    a posio da cabea em que o nariz, quando visto de frente, estende-se alm da linha da face. Isto normalmente corresponde a 45 de toro. Esta

    postura inclui qualquer combinao da cabea flexionada para frente, para

    o lado ou torcida.

    Segundo GOMES (1999) Para registro de postura o procedimento olhar o trabalho

    de uma forma geral verificando postura, fora e fase de trabalho, depois desviar a

    vista e fazer o registro. Assim, pode-se fazer amostras das atividades e a partir delas

    fazer estimativas da proporo de tempo durante o qual foras so exercidas e

    posturas tomadas.

    A combinao das posies das costas, braos e pernas determinam os nveis de ao

    para medidas conetivas (quadro 3).

    1 2 3 4 5 6 7 Pernas

    Cos

    tas

    Bra

    os

    1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 Fora 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 3 2 2 2 1 1 1 1 1 2 1 2 2 3 2 2 3 2 2 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 3 3 2 2 2 3 2 2 3 2 3 3 3 4 4 3 4 4 3 3 4 2 3 4 2 3 3 3 4 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 3 3 4 4 4 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3 1 1 1 1 2 4 4 4 4 4 4 4 3 3 3 1 1 1 3 3 2 2 3 1 1 1 2 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 1 1 1 1 2 3 3 2 2 3 2 2 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4 2 3 3 4 2 3 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4 4 3 4 4 4 2 3 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4

    Nveis de ao: Nvel 1: No so necessrias medidas corretivas; Nvel 2: So necessrias medidas corretivas; Nvel 3: So necessrias correes to logo quanto possvel; Nvel 4: So necessrias correes imediatas. Quadro 3 Quadro de nveis de ao segundo posio das costas, braos, pernas e uso de fora. Fonte: WILSON e CORLETT (1995)

  • 151

    Quando a atividade freqente, embora com carga leve, o procedimento de amostragem permite a estimativa da proporo de tempo que tronco e membros ficam nas vrias posturas durante o perodo de trabalho (quadro 4). COSTAS

    1- Ereta 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    2 Inclinada 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3

    3 Torcida 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3

    4 Inclinada e torcida 1

    2 2 2 3 3 3 3 4 4 4

    BRAOS

    1 - Ambos os braos abaixo dos

    ombros 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

    2 Um brao no nvel ou acima

    dos ombros 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3

    3 Ambos os braos no nvel ou

    acima dos ombros 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3

    PERNAS

    1 Sentado 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2

    2 De p com ambas as pernas

    esticadas 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2

    3 De p com uma das pernas

    esticadas 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3

    4 Dois joelhos dobrados 1

    2 2 2 3 3 3 3 4 4 4

    5 Um joelho dobrado 1

    2 2 2 3 3 3 3 4 4 4

    6 Ajoelhado 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3

    7 Andando 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2

    % de tempo de trabalho 0 20 40 60 80 100

    Quadro 4 Quadro dos nveis de ao para posturas de trabalho, de acordo com o percentual de permanncia na postura durante o perodo de trabalho (OWAS) Fonte: WILSON e CORLETT (1995)

  • 152

    O registro de posturas pode ser feito atravs de vdeo acompanhado de observaes diretas. Nas atividades cclicas deve ser observado todo o ciclo e nas no cclicas, um perodo de trinta a sessenta segundos suficiente. O mtodo divide-se em duas partes: a primeira, que pode ser utilizada por engenheiros de segurana do trabalho como parte de sua rotina diria, consiste em uma tcnica para analisar posturas de trabalho e a segunda, que consiste na utilizao de critrios estabelecidos atravs de avaliaes de trabalhadores experientes e especialistas em ergonomia. dada nfase ao desconforto causado pelas posturas de trabalho, sem no entanto, deixar de considerar fatores com segurana e sade. Estes critrios so utilizados para o replanejamento de mtodos de trabalho e redesenho das estaes de trabalho. 4.8.2 Avaliao das posturas classificadas Segundo GOMES (1999) o mtodo OWAS e um mtodo psicofsico, isto , baseado no conceito de que a capacidade humana sinergsticamente determinada pelas capacidades perceptiva e de julgamento, em conjunto. A abordagem psicofsica baseia-se na habilidade de um indivduo julgar o esforo percebido advindo de um trabalho fsico feito, e de avaliar se o esforo pessoalmente aceitvel para um desempenho seguro da tarefa. A maneira como o trabalho percebido, as reaes desencadeadas, as representaes que o trabalhador formula a respeito dele so resultados de um processo elaborativo compartilhado que, submetendo as informaes registradas a uma mediao de sentimentos de positividades/negatividades, realizaes/malogros, esperanas/frustraes, crescimento/involuo, conduzem, freqentemente, a respostas peculiares ou muito pouco precisas. Da a necessidade de analisar com profundidade os contedos que compem a subjetividade do trabalhador para identificar e compreender reaes s vezes ininteligveis (MOURA, & MOURA, 1998). Segundo a autora, MOURA, & MOURA, (1998) destacam ainda, que ao se procurar compreender as reaes dos trabalhadores, estas no devem ser analisadas isoladamente, j que so fruto das snteses estabelecidas. O simples registro objetivo

  • 153

    de uma resposta pode parecer desconcertante, pois o que vale a subjetividade resultante da dinmica de interao de mltiplos fatores atuantes. O resultado poder ser uma reao amplificadora ou atenuadora das condies agressivas presentes no campo, naquele dado instante. A carga fsica prejudicial (CFP) o produto do percentual de posturas de trabalho

    sobrecarregado (PTS) e do percentual de tempo gasto (TG) naquela postura.

    CFP = % PTS x TG

    Observao importante:

    Cumpre mencionar que j existe um programa disponvel na internet, chamado

    WINOVAS, na homepage http://turva.me.tut.fi/owas/more.html. O programa permite

    realizar todos os clculos, que nesta dissertao foram realizados de forma

    tradicional, com o auxlio das tabelas aqui descritas.