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METODOLOGIA E REDAÇÃO CIENTÍFICA Prof. Dr. Teodorico Alves Sobrinho Notas de aulas SEQUÊNCIA DE AULAS: 1. Bases e conceitos: O que é Ciência? 2. O Pensamento e o Método científico. 3. Tipos Lógicos de Pesquisa. Variáveis: conceitos, tipos de variáveis. 4. Estudo das variáveis. Variáveis Operacionais e Teóricas. Dependentes e Independentes. Variáveis de Interferência. Aceitação de interferência. 5. Estrutura da pesquisa científica. Publicação científica e formas alternativas de divulgação científica. 6. Bases de dados científicos para busca de artigos e literatura pertinente 7. Revisão de literatura: Importância, métodos e fundamentos. Interpretação de textos científicos. 8. Síntese do texto: como organizar texto científico. Resumo. Ferramentas institucionais e computacionais: Plataforma Lattes, Quallis e EndNote. 9. Tipologias de Redação Científica: monografia, dissertação, tese, relatório, Short comunication, Review e artigos científicos. Fundamentos da Redação Científica. Estas notas de aulas são baseadas no material disponibilizado por Gilson Volpato em sua página de internet e em livros publicados, disponível no site www.bestwriting.com.br. Servem apenas como base de orientação de estudo. CAMPO GRANDE, MS.

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METODOLOGIA E REDAÇÃO CIENTÍFICA

Prof. Dr. Teodorico Alves Sobrinho

Notas de aulas

SEQUÊNCIA DE AULAS: 1. Bases e conceitos: O que é Ciência?

2. O Pensamento e o Método científico.

3. Tipos Lógicos de Pesquisa. Variáveis: conceitos, tipos de variáveis.

4. Estudo das variáveis. Variáveis Operacionais e Teóricas. Dependentes e

Independentes. Variáveis de Interferência. Aceitação de interferência.

5. Estrutura da pesquisa científica. Publicação científica e formas alternativas de

divulgação científica.

6. Bases de dados científicos para busca de artigos e literatura pertinente

7. Revisão de literatura: Importância, métodos e fundamentos. Interpretação de

textos científicos.

8. Síntese do texto: como organizar texto científico. Resumo. Ferramentas

institucionais e computacionais: Plataforma Lattes, Quallis e EndNote.

9. Tipologias de Redação Científica: monografia, dissertação, tese, relatório,

Short comunication, Review e artigos científicos. Fundamentos da Redação

Científica.

Estas notas de aulas são baseadas no material disponibilizado por Gilson Volpato em sua página de

internet e em livros publicados, disponível no site www.bestwriting.com.br.

Servem apenas como base de orientação de estudo.

CAMPO GRANDE, MS.

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1. Bases e conceitos: O que é ciência?

Ciência e conhecimento

- A palavra “ciência” vem do latin ‘scientia’, que significa conhecimento. Seu objetivo é conhecer nosso mundo, nosso entorno e a nós mesmos. - A palavra “conhecimento” vem do latin ‘cognoscere’, que significa saber.

O que é ciência?

Ciência é o conhecimento ou o sistema de conhecimento que abrange verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico. Entretanto, essas generalizações podem ser derrubadas no futuro.

→ Distinções entre Ciência, Filosofia, Tecnologia e Religião: Buscam conhecimento, mas com distintos fins e métodos.

A Ciência busca generalizações e se fundamenta na observação, na

experimentação, na lógica e na imaginação;

A Filosofia foca no estudo do pensamento tentando explicar como conhecemos e

pensamos e está ligada à Ciência;

A Tecnologia consiste na aplicação do conhecimento com um fim em particular;

A Religião busca a verdade absoluta.

O que é fazer ciência?

Fazer Ciência é: fazer estudo de caso para generalizar, produzir com qualidade e não em quantidade…é ser citado!!! Como é pobre nossa ciência! Pois, ainda propomos artigos inserido nome de lugar no Título e no Resumos.

Como adquirir conhecimento?

• INTUIÇÃO: Eu acho que…

• EXPERIMENTAÇÃO: Testar configurações de sistemas de tratamento de

efluentes.

• RACIONALIZAÇÃO: Se f(x) = y², logo…

Objetivos e finalidades da ciência Objetivos:

• Melhoria da qualidade de vida intelectual • Melhoria da qualidade de vida material

Finalidades

• Novas descobertas • Novos produtos • Melhoria da qualidade de vida

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Todo cientista é pesquisador, mas nem todo pesquisador é cientista. Para que seja

ciência, é necessário que o conhecimento produzido passe a pertencer ao conjunto de

conhecimentos já existentes

Características do Método Científico ­ Base empírica (baseado em evidências, contrapor ideia a fatos observáveis) ­ Amostragem (considerar que o todo se comporta como a parte observada) ­ Controle de variáveis (identificar o agente interferente) ­ Teste de hipótese (as suposições são testadas através de pesquisa).

Evidência empírica É a informação que nos chega através dos órgãos do sentido e que consideramos real. A partir dessa realidade, podemos decidir sobre hipóteses e ideias do mundo natural

Tipos de métodos científicos ­ Método indutivo: É o processo de construir generalizações universais

(princípios) a partir da observação de casos particulares. ­ Método dedutivo: É a aplicação de princípios gerais a casos específicos.

Dedutivo

I: O tratamento biológico de efluentes orgânicos é eficiente. II: O esgoto doméstico é efluente orgânico.

Indutivo I: O tratamento biológico do esgoto doméstico1 foi eficiente. II: O tratamento biológico do esgoto doméstico1I foi eficiente. III: O tratamento biológico do esgoto doméstico n foi eficiente.

Conclusão: O tratamento biológico para o esgoto doméstico é eficiente.

Conclusão: O tratamento biológico para o esgoto doméstico é eficiente.

Tipos de Pesquisa Científica: há várias referências a tipos de pesquisa na literatura. Definimos o tipo de pesquisa conforme as variáveis envolvidas, a base (critérios) e a hipótese científica formulada.

Lógica da Pesquisa: a base é simples, mas tem que ser sólida e profunda → USAMOS A BASE EMPÍRICA.

Base Empírica: são evidências do mundo natural que chegam a nós pelos nossos sistemas sensoriais e percepções conscientes. Na ciência elas precisam estar ao alcance de qualquer pessoa.

Literatura: inclui a base empírica que não obtivemos em nosso estudo. Quando citamos, estamos usando a informação e dando a referência de onde está a base empírica dessa informação.

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FAZER CIÊNCIA É CONSTRUIR ISSO:

Conclusão

Conclusão

Vigente Conhecimento

alterado

TEORIA GERAL

Base Empírica

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2. Pensamento Científico. Método Científico.

Características do Pensamento Científico: Lógico – Explicativo – Provisório – Evidências Lógico

Lógico: Mostra o que posso ou não concluir. Processos Lógicos: INDUÇÃO e DEDUÇÃO

As argumentações e formas de defender uma ideia segue processo LÓGICO, daí falar que é um Método Racional. Em Ciência, todo discurso conclusivo tem Lógica e Base Empírica. (Literatura ou não!) Explicativo

O Cientista faz pesquisa para explicar o mundo, quer é entender, saber como esse mundo funciona. Entender para agir nesse mundo. Provisório

Em ciência as verdades são provisórias. Conhecimento cientifico para ser ciência tem que ser provisório, é a verdade que aceitamos hoje, por isso agimos. Por ser provisório, ela se corrige. Evidências

É a informação que nos chega através dos órgãos sensoriais (sentido) e que consideramos real. A partir dessa realidade, podemos decidir sobre hipóteses e ideias do mundo natural. Assim,

­ Nem tudo que vemos realmente existe! ­ Nem tudo que existe pode ser detectado! ­ Os dados são objetivos, mas o modo que se vê é diferente! ­ Assim, OS DADOS NÃO DETERMINAM AS CONCLUSÕES!

A Ciência trabalha com o que ela pode pegar do mundo. Isso não significa que o que

ela não pega existe e nem o que não pega não existe. Assim para ser evidência é preciso ter 2 características importantes:

­ INTERINDIVIDUAIS (eu vejo e você também vê agora e ao longo do tempo). A evidencia tem que existir.

­ PERENES: Arquivamento e Reprodutibilidade.

PESQUISA CIENTÍFICA MÉTODO CIENTÍFICO: Atividade que utiliza a metodologia e os pressupostos científicos na busca de respostas a indagações.

As notas referentes a este item estão disponíveis no link:

http://heros.sites.ufms.br/files/2016/11/Pensamento-Cientifico.pdf

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3. Tipos Lógicos de Pesquisa. Variáveis: conceitos, tipos de variáveis.

O Tipo de Pesquisa é definido conforme:

­ as VARIÁVEIS envolvidas, ­ a Base (Critérios), ­ a Hipótese científica formulada.

Tipos Lógicos Pesquisa Científica

O que o cientista pode fazer com as V? O que ele pode estudar?

Ele pode fazer pouca coisa, e foi com essa pouca coisa que a Ciência se construiu.

Pouca coisa, mas com grande desdobramento. Uma primeira coisa que o cientista pode

fazer é ...

Caracterizar significa dizer o que ela é. Temos aí Presença de triângulos (V1) e

formas arredondadas (V2). Traduzindo:

V1 presença ou ausência de certo tipo de medicamento...

V2 Caracterizar a altura da população. Pegamos amostras representativas e medimos as

alturas dos indivíduos. Estou caracterizando aquela V altura.

Aprendemos sobre Pesquisa Descritiva

O termo Descritivo significa 2 coisas:

• Ato de descrever: que é a parte metodológica, ou a

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• Intenção de descrever: que é o que interessa para a ciência como pesquisa.

Assim o termo Caracterizar é melhor, representa a intenção e não o ato.

O cientista tem que olhar um conjunto de informações e perceber qual é o padrão.

Esse padrão é que vai caracterizar sua variável. Sem caracterizar variáveis às vezes não

dá para continuar os estudos.

Que mais o cientista faz?

O cientista também identifica e estuda as relações entre variáveis...... perceber que o comportamento de uma tem alguma relação com outra V.

Se uma V aumenta, a outra também (relação direta) ou, se uma aumenta e a outra reduz (relação indireta).

Não importa como abordamos as variáveis. Podemos abordar pelos lados QUANTITATIVO ou QUALITATIVO. O importante é que estamos trabalhando com 2 ou mais variáveis e vendo as relações entre elas.

Não estou preocupado agora em caracterizá-las, mas saber como se relacionam. E

o mais importante nisso, é que há APENAS DOIS tipos de relações entre as variáveis:

Associação COM interferência e Associação SEM interferência

Temos então 3 Tipos Lógicos de Pesquisa:

­ CARACTERIZAÇÃO ­ ASSOCIAÇÃO COM INTERFERÊNCIA e ­ ASSOCIAÇÃO SEM INTERFERÊNCIA

Resumindo:

Pesquisa de Caracterização: NÃO precisa de hipótese (a essência é descrever algo).

Pesquisa de associação (com ou sem interferência): Precisa de hipótese (testamos hipóteses de associação entre as variáveis, podendo admitir interferência, ou não, entre elas).

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Uma Variável interfere na outra ou se relacionam sem que uma interfira com a outra. Isso é fundamental. Se tiver interferência entre Variáveis: manipulando uma, eu interfiro na outra. Se as Variáveis estiverem relacionadas, mas sem que haja interferência de uma com a outra, mesmo que eu mexo com uma eu não mexo na outra. Vamos ver como isso acontece:

Veja, mexo em A, e B se desloca, se movimenta, ela varia.

Associação SEM interferência

Considerando o gráfico relacionando B com A. Veja quanto maior for A, maior será B. Será que A está interferindo com B? Não necessariamente.

Quando não há interferência, tem outra variável, ‘β’, controlando A e B. Há uma relação, mas não de interferência, porque tem uma terceira variável interferindo na relação.

A ideia é: se mexo em A, não mexo com B, mas A e B estão associadas. A

vantagem disso é que olhando A eu enxergo B. Se A está alto, tenho ideia que B vai estar

alto, para uma relação positiva. São sinais que temos.

EX.: Com alguns sinais da vida do individuo e percebe que terá alta probabilidade de

desenvolver certo tipo doença. Não são os sinais que causam a doença, mas são

indicadores.

Então o Cientista pode:

1. Fazer CARACTERIZAÇÃO das Variáveis

Diz como é. Caracteriza algo. São pesquisas SEM teste de hipóteses

Tem por Objetivo: Caracterizar...Relatar...

2. Fazer pesquisa de Associação SEM interferência (com teste de hipóteses)

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OBJETIVO: Deixar claro que as variáveis estão relacionadas, mas não são dependentes entre si. Associações não implicam necessariamente relações de interferências.

­ “Testar se existe associação entre X e Y” ­ “Avaliar se X está negativamente ou positivamente associado a Y” ­ “Investigar se X é um bom indicador de Y”

3. Fazer pesquisa de Associação COM interferência (com teste de hipóteses). Avalia se

pelo menos uma variável interfere com outra:

OBJETIVO: Avaliar se X afeta (ou interfere em) Y.

Testará se X aumenta Y

Testará se X diminui Y

Testará se X abole Y

O cientista pode fazer pouca coisa, mas ele caracteriza coisas do mundo (as Variáveis), e

estuda a relação entre elas. Com isso ele constrói todo o conhecimento científico.

VARIÁVEIS

Variável é o que pode ser abordado pelo método empírico. O cientista investiga

elementos básicos que são as Variáveis (V).

...assim podemos agrupa-los em algo que eles têm comum, que chamamos de Variável.

Variável X Variável Y

Mecanismo

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EX 1 Conjunto de pessoas:

A altura está presente em todas elas, embora varia entre elas. Cada pessoa é um

representante dos componentes do conjunto de componentes que forma a Variável altura

(indivíduos de altura alta, baixa, média).

A Variável transcende os elementos. Para estuda-la tenho que estudar os

elementos que a compõe, agrupados por qualidades.

Cada Variável tem seus componentes ou elementos que a representa. A Variável é

aquilo que é geral e os componentes tem as características da Variável. Estudamos os

componentes para entender as Variáveis.

Ex.: a Variável GÊNERO: (Masculino e Feminino)

Os componentes são os indivíduos alocados como gênero M e como F.

...e lembre: T O D A V A R I Á V E L V A R I A!

... pouco, mas fundamental

BASE

A Literatura é base Empírica? Sim. Inclui a base empírica que não obtivemos em

nosso estudo. Quando citamos, estamos usando a informação e dando a referência de

onde está a base empírica dessa informação: a Literatura!

HIPÓTESE

HIPÓTESE x CONCLUSÃO

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Hipótese é necessariamente uma afirmação que consiste em uma resposta a uma

pergunta, mas que não foi testada. É a RESPOSTA possível de ser testada! A hipótese

será corroborada ou refutada.

CONCLUSÃO?

RESPOSTA provisória. É a HIPÓTESE testada!

Há pesquisas que não precisam de hipótese. Ex.: altura média de estudantes...

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4. Estudo das variáveis. Variáveis Operacionais e Teóricas. Dependentes e Independentes. Variáveis de Interferência. Aceitação de interferência.

ESTUDO DAS VARIÁVEIS

Vimos que Variável é tudo o que pode ser abordado pelo método empírico. Agora: Como identificar as Variáveis envolvidas? Variável não é só o que vemos ou que pegamos. Pode ser física ou conceitual. Material ou imaterial. Concreta ou Conceitual.

Tipos de variáveis: Operacionais e Teóricas; Independentes e Dependentes (Com relação de interferência).

As Variáveis Operacionais (VO) são as que registramos diretamente (medir) ou que acreditamos que registramos. Conseguimos chegar nos elementos dela de forma mais direta. São indicadoras das Teóricas. Ex.: PH

As Variáveis Teóricas ou conceituais (VT) não conseguimos registrar diretamente, somente indiretamente. Inferimos a partir das operacionais. Ex.: Medo, Nível econômico, Conhecimento...

Não importa a área de estudo, os conceitos são os mesmos. Ou seja, são questões que ultrapassam áreas e especialidades. A Ciência geralmente está interessada nas VT, pois é o que fica. Mas ela precisa das evidências, que são as VO. As evidências são o que chamamos de Base Empírica. Ou seja: pego as coisas que acontece no mundo para estudar esse mundo.

Hierarquia entre essas Variáveis:

CONHECIMENTO

NÍVEL

SOCIOECONÔMICO

SIT

UA

ÇÃ

O

SO

CIA

L

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Veja, juntando DUAS VT ou mais, eu posso sustentar outra VT num nível acima.

Na variável operacional há um só nível. No estudo tenho que saber como as Variáveis

estão organizadas. Assim dominamos nossa pesquisa e a temos estruturada. A

organização do pensamento é fundamental para o cientista. Sem isso não conseguimos

caminhar.

RELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS

Dentre os estudos que se faz com as variáveis, podemos citar o de Relações de Interferência (RI). A Relação sem interferência me permite enxergar uma variável a partir de outra.

O conceito que vai indicar a que CAUSA a interferência e a que SOFRE não é tão fixo quanto parece. Se A afeta B, neste recorte a V A é a interferente, pois independe do efeito. A é a V independente. B é a que sofre o efeito sendo, portanto, a V dependente.

Dependentes e Independentes Variáveis dependentes: sua manifestação ou alteração (qualitativa ou quantitativa)

depende de outra(s). Variáveis independentes: interferem na variável dependente, responsáveis por sua

manifestação ou alteração. Quando se tem a relação de interferência, a V dependente é o resultado.

A V A afeta a V B. Podemos imaginar essa

interferência como linear. A afeta B.

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Dependente (SOFRE efeito): Ex.: Ganho de peso Se X afeta Y, dizemos que X é a Independente e Y a Dependente Independente (CAUSA efeito):

Quando há relação de interferência QUEM provoca ou causa o efeito é chamada variável Independente.

A Variável não é sempre dependente ou independente, depende do contexto. Veja a

relação circular...

A afeta B e B afeta A. Exemplo:

Na relação de cima, A é Var independente e B a Var dependente. No outro sentido, B é a V independente e A a V dependente. É uma definição relativa. A var não é eternamente dependente ou independente. Aceitação de Interferência: Como provar e aceitar que existe uma relação de interferência? A afeta B? Será que A afeta B?

Em nenhum dos três casos as respostas de associação não nos garante saber se de fato existe interferência ou não...

Comportamento

do Consumidor

Preço dos

Produtos

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Há 4 possibilidades argumentativas que nos permite tomar como critério para decidir se existe interferência ou não:

i. Conteúdo de Variáveis Associadas; ii. Existência de mecanismo plausível; iii. Variação com intervenção e, iv. Variação aleatória da variável independente.

ATENÇÃO: SE mais de uma varável atuar num efeito, talvez uma delas isoladamente não esteja diretamente associada com o efeito. Ou seja, haver EFEITO não nos diz qual é o EFEITO.

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5. Estrutura da pesquisa científica. Publicação científica e formas

alternativas de divulgação científica.

Estrutura da Pesquisa Científica

Na pesquisa científica buscamos evidências e concluímos. INFORMAÇÃO → OBJETIVO

DADOS → CONCLUSÃO

No Periódico Científico publicamos nossas conclusões!

A Pesquisa Científica responde perguntas usando o Método Científico. Assim,

Pesquisa científica é toda atividade que utiliza o Método Científico na busca de respostas.

Dessa forma, a Pesquisa Científica é estruturada a partir de uma pergunta! Portanto, não

há pesquisa se não há pergunta!

Planejamento da Pesquisa Científica

O Planejamento permite a previsão das etapas e situações da pesquisa. A Lógica

da Pesquisa é garantir que os objetivos sejam atingidos. O Projeto é o Planejamento de

toda pesquisa científica. A qualidade da Pesquisa científica depende do planejamento.

Comece então com um bom PROJETO DE PESQUISA!

Delineamento da pesquisa

O que é o delineamento? É a estratégia intelectual abstrata, sem incluir detalhes, para:

• Caracterizar uma amostra, ou • Testar uma hipótese.

Delineamento é Estratégia e não Estatística. O delineamento prevê peculiaridades

da amostragem. O delineamento em cada tipo de pesquisa: Pesquisa de Caracterização:

­ Apresentar variáveis a serem descritas

­ Definir tamanho da amostra de estudo

­ Definir estratégia para obter a amostra sem viés.

Pesquisa Com Hipótese:

­ Quais são as variáveis envolvidas?

­ Como irá obter as variações das variáveis?

­ Qual é o tamanho das amostras?

­ As variáveis podem estar relacionadas: com ou sem interferência.

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Etapas da Pesquisa Científica

Escolha do tema

O que pesquisar? Considerar nesta escolha:

­ Fatores Internos: Interesse; Tempo; Capacidade do pesquisador. ­ Fatores Externos: Significado do tema, Novidade, Valores acadêmicos e sociais;

Material e dados necessários.

Estado da arte (Revisão de literatura) (funções):

Informações que ajudam na construção de nova ideia.

­ Testar o grau de originalidade da pesquisa proposta (Evitar demonstração do óbvio).

­ Apresentar visão nova sobre o assunto. ­ Delimitar o assunto a pesquisar: distinguir sujeito e objeto

Citações

­ Servem para sustentar argumentação ­ Não coloque onde não for necessário ­ Dê preferência a referências fortes e de veículos de amplo acesso ­ Não citar contextualizações de textos. Isto é opinião e não conclusão que

constrói conhecimento! Dar crédito a quem tem crédito!

Formulação do problema ­ O Problema pode ser expresso em forma de pergunta ou afirmação.

1. Escolha do

tema

2. Estado da

Arte

4. Justificativa5. Determinação de

objetivos6. Metodologia

7. Coleta de

dados

8. Análise dos

resultados9. Conclusão

10. Publicação e

Divulgação

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­ Pergunta equivocada leva a resposta equivocada, e se irrelevante leva à conclusão irrelevante.

­ A Pesquisa Científica visa a responder perguntas usando o Método Científico. Portanto não há pesquisa se não há pergunta!

Justificativa Não tentar justificar a Hipótese levantada nem concluir o que vai ser buscado na pesquisa. Exalte a importância do tema!! Análise e discussão dos resultados

­ Todo trabalho quantitativo necessita de análise estatística? ­ Com o desenvolvimento dos estudos quantitativos, a estatística surgiu como

recurso de análise. ­ A melhor forma de mostrar diferenças e igualdades em dados empíricos é

através de análise estatística. Conclusão

Generalizações que se baseiam em evidências do mundo concreto. Obtida a partir de base empírica e salto teórico (imaginação). Publicação Científica e Divulgação da Pesquisa

Escolher a melhor revista considerando a novidade de seu estudo. Após publicado você deve divulgar seu trabalho.

Publicação Científica

• Por que Publicar?

• Em que consiste a publicação científica?

• Qual é a essência de um trabalho científico?

Publicar é o compromisso social da ciência, pois os resultados das pesquisas científicas devem se tornar confiáveis e acessíveis.

A publicação científica consiste na divulgação de ideias com embasamento empírico.

A essência de um trabalho publicável como artigo científico, é a sua conclusão fundamentada com argumentação e inovadora.

ONDE PUBLICAR minha pesquisa?

• Anais de Congressos;

• Apresentações em Congressos, Simpósios e Encontros;

• Revistas científicas;

• Formato vídeo do artigo;

• Revistas de divulgação científica;

• Meios de comunicação em massa: TV, Jornais, Rádio e internet.

Com a INTERNET o acesso dos cientistas aos artigos aumentou!

A internet trouxe mudanças para a publicação científica!

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Revista científica ou de divulgação científica?

O autor da pesquisa publica suas conclusões diretamente em revistas científicas. Já nas revistas de divulgação científica, jornalistas reportam resultados de pesquisas científicas em linguagem mais acessível ao público geral.

CLASSIFICAÇÃO DAS PUBLICAÇÕES

­ Livro: Caráter didático e visão ampla do assunto ou tema

­ Tese: Estudo ancorado por hipóteses, defender uma ideia, (Doutorado)

­ Dissertação: Deve concluir sobre o tema (Mestrado)

­ Monografia: Pode ser revisão de literatura ou pesquisa original (Graduação).

­ Review: Artigo de alta qualidade conceitual em que se esgota a literatura do tema

com conclusões originais (não confundir com revisão de literatura).

­ Artigo completo: Apresenta dados inéditos e responde completamente um

problema, demonstrando o mecanismo envolvido no processo

­ Artigo curto: Defende superficialmente ideia original

­ Estudo de caso: São artigos científicos que descrevem a observação de

experiências reais (caso)

­ Resumo: É o sumário (síntese) do conteúdo do trabalho

­ Resumo expandido: É o resumo maior, que tenta explicar as conclusões do

trabalho (normalmente >= 4 páginas)

CLASSIFICAÇÃO DOS PERIÓDICOS (revistas científicas)

1. Internacionais (c/ alto impacto) 2. Internacionais (c/ impacto) 3. Regionais (c/ baixo impacto) 4. Regionais (s/impacto)

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As Revistas Internacionais publicam artigos de autores de vários países e são citadas por autores de vários países. As demais são regionais.

1 - Internacionais (High Impact Journals) Altamente impactantes na academia, seja por publicarem textos de diversas especialidades ou por divulgarem assuntos de interesse a diversas áreas. 2 - Internacionais (Impact Journals) Com impacto na academia, mas requisitadas principalmente numa determinada especialidade. 3 - Regionais (Low Impact Journals) Requisitadas principalmente numa região, seja um país, um continente ou algo similar. 4 - Regionais (No Impact Journals) Requisitas apenas por um grupo restrito de cientistas, geralmente ultrapassando pouco as fronteiras de uma instituição.

O que é o manuscrito (MS)?

Manuscrito é o texto científico como proposta do autor para publicação. Distingue-se do artigo, pois este já foi publicado.

Como escolher a revista?

Na busca de difundir o conhecimento da pesquisa é necessário selecionar o meio de comunicação mais adequado e de acesso a maior parcela da comunidade científica. Buscar publicar em: Revistas internacionais linguagem universalizada Requisitos para artigo Internacional:

Novidade das conclusões; Metodologia Robusta; Resultados evidentes.

Onde encontrar as melhores?

FATOR DE IMPACTO

Fator de impacto 2016 (divulgado em 2017):

FI = (No. Citações em 2015 / No Artigos 2013 e 2014)

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Qualis: O Qualis constitui-se num sistema de avaliação de periódicos, mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no Brasil. Ver detalhes na página de internet da CAPES. Escolhendo a revista: 1. Examinar se o tema do manuscrito está de acordo; com a revista (ler artigos já publicados na revista); 2. Das suas citações, ao menos uma é potencial para publicar seu manuscrito; 3. Ver o fator de impacto da revista (noção do grau de novidade esperado); 4. Verificar se a revista é paga para publicar; 5. Submeter primeiro em revistas de melhor impacto. Adequar às normas para publicação Geralmente, as normas são definidas pela editora da revista, e consiste em regras de formatação, paginação, documentos e demais exigências de padronização para adequar o manuscrito para a editoração. Exemplos de editora (padronização de normas):

Submissão do manuscrito para a revista Consiste no envio do manuscrito para o editor responsável pela revista científica. Ultimamente, realiza-se online. Exemplo:

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Carta de encaminhamento: como fazer? ­ Não pode ser longa; ­ Deve conter a principal novidade do estudo; ­ O motivo pelo qual a revista deve publicar seu estudo; ­ Para manuscrito em inglês, mencionar que foi realizada revisão; ser claro e

objetivo.

Avaliação do manuscrito pelos revisores:

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6. Bases de dados científicos para busca de artigos e literatura

pertinente.

Bases de dados científicos

I. OASIS BR

Portal brasileiro em publicações científicas em acesso aberto.

O Portal brasileiro de publicações científicas em acesso aberto - oasisbr é um mecanismo de busca multidisciplinar que permite o acesso gratuito à produção científica de autores vinculados a universidades e institutos de pesquisa brasileiros. Por meio do oasisbr é possível também realizar buscas em fontes de informação portuguesas.

• Download de teses, dissertações e artigos na íntegra de publicações realizadas no Brasil

• Site: http://oasisbr.ibict.br/vufind/ • Acesso: Gratuito, sem login

II. Scielo Biblioteca eletrônica que disponibiliza artigos com texto completo.

• Download de textos na íntegra. • Site: http://www.scielo.org/php/index.php • Acesso: Gratuito, sem login.

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III. Portal de Periódicos da Capes

Portal que reúne bases de dados referenciais e textuais, patentes, livros, estatísticas e normas técnicas, entre outros documentos nacionais e internacionais.

• Download de textos na íntegra e acesso a referências bibliográficas pagas pelo Governo Federal

• Site: www.periodicos.capes.gov.br • Acesso: Restrito, com login.

Acesso ao portal: • Estando na UFMS, através da EDUROAM não há necessidade de Registro. • De casa se dá através do ACESSO REMOTO Via CAFe.

• Para acessar via CAFe, devemos ter o passaporte UFMS

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Buscando por “Assunto” no Portal de Periódicos Capes

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Buscando por “Periódico” no Portal de Periódicos Capes

Buscando por “Base” no Portal de Periódicos Capes

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IV. Science Direct

Base de dados com publicações da Editora Elsevier e de outras editoras científicas, cobrindo as áreas de Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, Ciências Exatas e da Terra, Engenharias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e Letras e Artes.

• Download de textos na íntegra e acesso a referências bibliográficas. • Site: http://www-sciencedirect-com.ez51.periodicos.capes.gov.br/ • Acesso: Restrito, com login (Acesso através do Portal de Periódicos da Capes).

V. SCOPUS

Base de dados de resumos e de citações da literatura científica e de fontes de informação de nível acadêmico na Internet.

• Acesso a referências bibliográficas. • Site: http://www-scopus-com.ez51.periodicos.capes.gov.br/ • Acesso: Restrito, com login (Acesso através do Portal de Periódicos da Capes).

VI. Web of Science Base de dados referencial com resumos. • Acesso a referências bibliográficas. • Acesso: Restrito, com login (Acesso através do Portal de Periódicos da Capes).

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7. Revisão de literatura: Importância, métodos e fundamentos.

Interpretação de textos científicos.

Revisão de Literatura

Definição: Revisão de literatura ou revisão bibliográfica é a atividade de busca dos trabalhos publicados sobre determinado tema.

Contextos no Texto científico:

Contexto da descoberta: É composto do conjunto de informações que levam o pesquisador a traçar seus objetivos. No artigo científico esse contexto equivale a Introdução (problemática). Não validamos conclusões, mas apresenta a proposta teórica da pesquisa.

Contexto da justificação: Validamos as conclusões, é composto de evidencias para sustentar a argumentação. Equivale a metodologia, resultados obtidos e conhecimento da literatura.

Fundamentos

As funções da revisão de literatura: • Coletar informações • Testar o grau de originalidade • Construir conhecimento original • Fundamentação Teórica: Quais são as bases teóricas referentes ao assunto

pesquisado? (os precursores) • Estado da Arte: O que há de mais novo?

Importância da Revisão de literatura: • Ajuda o pesquisador limitar o escopo de seu questionamento. • Transmite a importância do tema aos leitores • É parte determinante na decisão/seleção do tema da pesquisa

Métodos • Identificar as palavras-chave e agrupar de acordo com a lógica da pesquisa • Buscar materiais nas bases de dados científicos com os termos de busca

(palavras-chave) • Relacionar os trabalhos encontrados • Ler os resumos dos trabalhos encontrados e suas conclusões para verificar se o

mesmo poderá contribuir para o trabalho • Selecionar os documentos que contribuem para o trabalho • Sintetizar (máximo 10 linhas) para cada documento o que você entendeu da leitura

relacionando-a com a sua pesquisa • Desenhar um “mapa da literatura”: posicionar a sua pesquisa dentro do tema

pesquisado na literatura • Resumir os artigos mais relevantes encontrados (irão contribuir para a revisão de

literatura final que irá compor o trabalho) • Discutir com os supervisores e seus pares sobre sua pesquisa • Refazer o processo, se necessário • Organizar a revisão de literatura: estruturar os tópicos e conceitos relacionados

com o tema

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• Finalizar com um resumo de quais temas na área da pesquisa foram mais pertinentes e sugerir pesquisas necessárias para a linha

Observações: • A internet não é por completo uma biblioteca, então atenção! • Livros e revistas possuem editores e autores • Qualquer um pode colocar qualquer coisa na internet • Atenção para a credibilidade da fonte consultada • Saber filtrar os conteúdos de suas buscas

Como avaliar a informação para a revisão bibliográfica? O autor do trabalho é uma autoridade?

• Se não, o trabalho dele já foi citado por alguma autoridade? • Se não, existe alguma informação na bibliografia que valide as credenciais

do autor?

Corpo editorial • Quem patrocina o meio de comunicação? • A fonte é particular ou institucional?

Como avaliar a informação para a revisão bibliográfica?

Ponto de vista • A organização patrocinadora defende alguma corrente ou ponto de vista?

Note que informações coorporativas pode ser publicidade. Conexão com a literatura

• A referência encontrada é citada por outros trabalhos? • As teorias e bases conceituais da área são mencionadas? • As controvérsias são esclarecidas?

Verificabilidade: A informação é suficiente para se verificar a metodologia e talvez reproduzir o

estudo? Tempo: O documento tem data para permitir avaliar os avanços alcançados após a publicação? Mecanismo de busca: Como o mecanismo de busca ordenou os resultados?

Onde fazer a revisão bibliográfica?

Web of Science

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TÓPICO ESPECIAL NORMAS DA ABNT: Normas ligadas a trabalhos acadêmicos:

­ NBR 6023 (2002) – Informação e documentação – Referências – Elaboração. ­ NBR 6024 (2003) – Numeração progressiva das seções de um documento –

Procedimento. ­ NBR 6027 (2003) – Sumário – Procedimento. ­ NBR 6028 (2003) – Resumos – Procedimento. ­ NBR 6034 (2004) – Preparação de índice de publicações – Procedimento. ­ NBR 10520 (2002) – Informação e documentação – Apresentação de citações em

documentos. ­ NBR 14724 (2011) - Informação e documentação – Trabalhos Acadêmicos

Definições: Segundo a NBR 10520 (2002): menção de uma informação retirada de outra fonte. Tipos de citações segundo a NBR 10520 (2002, p. 1):

Citação direta: Transcrição textual da parte da obra do autor consultado. Citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado. Citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original.

Citação direta

Dentro do texto, as citações diretas com até três linhas, devem iniciar e terminar com aspas duplas.

As aspas simples são utilizadas quando encontramos uma citação dentro de uma outra citação.

Ao utilizarmos no texto uma citação direta com mais de três linhas, a mesma deve ser apresentada com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto e sem aspas.

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Citação indireta No decorrer do texto as citações indiretas devem conter os autores e a data da

fonte consultada. A paginação é opcional. NÃO há recuo de 4 cm da margem esquerda. NÃO se utiliza aspas.

Citação no texto

Quem é o autor dessas 3 informações?

Silva (2014) mostrou que a agressão depende de níveis hormonais. Esse efeito depende da época do ano. No verão a ação hormonal na agressão é muito mais intensa. Vários autores indicam as mesmas informações da frase: O zoneamento ambiental pode ser realizado com base no risco de erosão do solo, nas características geomorfológicas e pedológicas (Aguiar et al., 2012; Alburquer, 2011; Smith, 2003;). Agora imagine que cada autor é responsável por uma informação. Reescreva da forma correta a frase. Sugestão de resposta: O zoneamento ambiental pode ser realizado com base no risco de erosão do solo (Smith, 2003), nas características geomorfológicas (Alburquer, 2011) e pedológicas (Aguiar et al., 2012).

• Se possível escolha as referências mais recentes; • Selecione as que sejam mais fortes e divulgadas em veículos de amplo acesso; • Leia as obras citadas.

Referências SEGUNDO A NBR 6023/2002 DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) Autoria:

• ATÉ 3 AUTORES: Indica-se o sobrenome em caixa alta seguido de vírgula (,), espaço e o(s) prenome (s).

Os nomes devem ser separados por ponto-e-vírgula (;) e um espaço. Ex.1: DUTRA, F. Ex. 2: NESSMANN, P.; ALLEN, P. Ex. 3: BARTHOLD, L. O.; REPPEN, N. D.; HEDMAN, D. E. No texto: De acordo com Dutra (1996) Conforme Nessmann e Allen (2008) (BARTHOLD; REPPEN; HERMAN, 2007) Na referência: NESSMANN, P.; ALLEN, P. Eletricidade. São Paulo: Nacional, 2008. 27 p.

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• MAIS DE 3 AUTORES: indica-se o primeiro autor, seguido da expressão et al.

Ex. 1: BALLESTER, Margarita et al. Ex. 2: BALLESTER, M. et al. No texto: De acordo com Ballester et al. (2003) ou (BALLESTER et al., 2003). Na referência: BALLESTER, M et al. Avaliação como apoio a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2003. 173 p. (Inovação Pedagógica, 8).

• PARENTESCO E NOMES COMPOSTOS Ex. 1: TOURINO NETO, F. C. Ex. 2: PEREIRA JÚNIOR, L. C. Ex. 3: GOMEZ-MORENO, Manuel. Ex. 4: ALVES SOBRINHO, ET. AL No texto: Conforme Tourino Neto (1969) ou (TOURINO NETO, 1969). Na referência: TOURINHO NETO, F. C. Dano ambiental. Consulex, Brasília, DF, ano1, n. 1, p. 18-23, fev. 1997.

• RESPONSABILIDADE PELO CONJUNTO DA OBRA Indicação explícita de organizador, compilador, editor, coordenador etc., coloca-se entre parênteses Ex. 1: ZEKCER, Israel (Org.). Ex. 2: BARRET, E. W. (Comp.). Ex. 3: FOX, Stewart (Ed.). Ex. 4: LACAZ, C. S. (Coord.). No texto: Para Zekcer (1985) ou (ZEKCER, 1985). Na referência: ZEKCER, Israel (Org.). Adolescente também é gente. São Paulo: Summus, 1985. 255 p.

• Artigo ou matéria de periódico em meio eletrônico Ex.: FERREIRA, J. P. Memória-viagem: da Índia à infância e ao sertão. Cadernos CEDES, Campinas, v. 26, n. 68, jan./abr. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-3262200600 0100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 18 jan. 2011.

Revisão de literatura é isso, sempre se atualizando. São coisas que se faz de forma

automática e continua. Semanalmente os artigos vão chegando e vou vendo o que

interessa ou não. Para descobrir lacunas tenho que ler trabalhos recentes, pois aí

temos uma visão do que se sabe hoje e um pouco do passado. Assim começo a

entender qual é o dilema, as discussões.

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8. Síntese do texto: como organizar texto científico. Resumo. Ferramentas institucionais e computacionais: Plataforma Lattes, Quallis e EndNote.

Síntese: como organizar a síntese do texto científico

Fazer pesquisa bibliográfica e responder:

• O que é: Resenha, Sinopse e Síntese de texto? • Como organizar uma Síntese? • Fazer, como exemplo, uma síntese do texto selecionado. • Selecionar um artigo científico que contribua para seu projeto

Tipos de Resumos:

• ESTRUTURADO • CONVENCIONAL • CRIATIVO

RESUMO ESTRUTURADO Considerado uma miniatura do texto. Formato comum de CONGRESSO. RESUMO CONVENCIONAL Geralmente adotado em Revista da Especialidade – Revista que impactam na área. Possui normalmente de 9 a 12 linhas. Pode ser considerado uma expansão do título. Deve ser sucinto e informar o principal para que o leitor queira ler o texto principal. RESUMO CRIATIVO Possui formato utilizado em revistas científicas de bom nível. Deve ser sucinto e informar o principal para que o leitor queira ler o texto. Busque um artigo que tenha redigido um Resumo Criativo.

­ Limita-se ao essencial; ­ Qualquer parte do texto pode ser inserida; ­ A sequência para apresentar as informações pode ser livre; ­ Deve ser curto e passar rapidamente a informação desejada.

CONSIDERE O SEGUINTE EXEMPLO DE UM RESUMO NÃO CRIATIVO: O efeito de diferentes sistemas de manejo de solo e de doses de resíduos vegetais sobre a rugosidade da superfície do solo foi avaliado sob chuva simulada em área de integração lavoura pecuária no município de Dourados, MS. Na parcela experimental foram aplicadas sete chuvas, com intensidade de precipitação de 60±2 mm h-1 e duração de uma hora. Verificou-se que: i) há efeito do sistema de preparo do solo e do tipo de resíduo vegetal sobre a rugosidade do solo; ii) a persistência temporal da rugosidade depende do volume da chuva, independente do sistema de preparo para solo descoberto sem cobertura vegetal; iii) há maior influência do sistema de preparo do solo do que o tipo e a quantidade de massa vegetal na rugosidade solo. 14 linhas e 125 palavras

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CORRIGINDO UM RESUMO O efeito de diferentes sistemas de manejo de solo e de doses de resíduos vegetais sobre a rugosidade da superfície do solo foi avaliado sob chuva simulada em área de integração lavoura pecuária no município de Dourados, MS. Na parcela experimental foram aplicadas sete chuvas, com intensidade de precipitação de 60±2 mm h-1 e duração de uma hora. Verificou-se que: i) há efeito do sistema de preparo do solo e do tipo de resíduo vegetal sobre a rugosidade do solo; ii) a persistência temporal da rugosidade depende do volume da chuva, independente do sistema de preparo para solo descoberto sem cobertura vegetal; iii) há maior influência do sistema de preparo do solo do que o tipo e a quantidade de massa vegetal na rugosidade solo. CORRIGINDO E REDUZINDO UM RESUMO Avaliamos o efeito de sistemas de manejo e de doses de resíduos vegetais sobre a rugosidade do solo. Há efeito do sistema de preparo e do tipo de resíduo vegetal sobre a rugosidade e que a persistência da rugosidade depende do volume da chuva, independente do sistema de preparo de solo. Verificamos que há maior influência do sistema de preparo do que do tipo e da quantidade de resíduos na rugosidade dos solos. [redução de 40%: texto de 8 linhas e 73 palavras]

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9. Tipologias de Redação Científica: monografia, dissertação, tese,

relatório, Short comunication, Review e artigos científicos.

Fundamentos da Redação Científica.

Tipologias de Redação Científica

Redação Científica é um tipo especializado de escrita. Texto científico

• Investigação científica • Rigor metodológico • Princípios e normas universais

Há diferença na redação entre TCC, Dissertação, Tese e Artigo científico?

• Não há diferenças reais entre esses textos • Mudanças ocorreram ao longo do tempo.

Livro: Caráter didático e visão ampla do assunto ou tema. Visão ampla sobre um assunto. Tem caráter mais didático. Tese: Estudo com tema delimitado, defender uma ideia e elaborado com base em investigação original, (Doutorado).

• Resultado de trabalho experimental ou teórico de tema delimitado. • Deve ser elaborado com base em investigação original (real contribuição). • Obtenção de título de Doutor.

Dissertação: Deve concluir sobre o tema experimental ou exposição de um estudo, (Mestrado).

• Representa o resultado de trabalho experimental ou exposição de um estudo. • Evidencia o conhecimento sobre o assunto e capacidade de sistematização. • Obtenção de título de Mestre.

Monografia: Pode ser revisão de literatura ou pesquisa original (Lato Sensu). O autor busca esgotar o Tema.

• Pode ser uma pesquisa original ou uma revisão da literatura • Trabalho de conclusão de curso de graduação ou pós-graduação Lato Sensu

Artigo completo (Full paper): Texto publicado em revista científica e que demonstra empiricamente alguma ideia original. Dá uma resposta completa a um problema (mecanismo envolvido).

Review: São artigos de alta qualidade conceitual, que resumem a literatura de algum tema e apresentam, dessa análise, conclusões. Artigo curto (Short Comunication): Defende superficialmente ideia original, porém sem se aprofundar no fenômeno.

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Estudo de caso: São artigos científicos que descrevem a observação de experiências reais (caso). Artigos que descrevem algum caso clínico ou similar. Relatório Técnico – Científico: Documento que relata formalmente resultados ou progressos obtidos em pesquisa, ou descreve situação de questão técnica ou científica local. Resumo expandido: Ou resumo estruturado, tenta explicar as conclusões do trabalho (>= 4 páginas). Não deve ser citado como prova em textos científicos, dentro de uma argumentação (?). Artigo: Texto com autoria declarada que apresenta e discute ideias, métodos, processos e resultados, destinado a Revistas de divulgação. Artigo Científico: Assunto resultante de pesquisa científica, passando por avaliação de revisores, destinado a Revistas científicas. Resenha: Comunicação de pequeno porte relatando o resultado da avaliação sobre determinada publicação. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): Propicia ao aluno a oportunidade de desenvolver projeto relacionado à utilização do conhecimento adquirido no curso para consolidar sua formação. O TCC é um dos requisitos para obtenção do título de graduação na maioria dos cursos de graduação do país. Resumo: Apresenta uma síntese do estudo que o autor fez. Não se tem a intenção de validar conclusões. Não deve ser citado como prova em textos científicos, dentro de uma argumentação.

Review

• Introdução • Dados da Literatura • Argumentações

• Conclusões

Artigo Convencional

• Introdução • Métodos • Resultados • Discussão

Fundamentos da Redação Científica

• Objetividade – o tema deve ser retratado de maneira simples, evitando significados duplos e excesso de palavras difíceis de serem compreendidas.

• Clareza – Fundamental que não haja comentários redundantes e irrelevantes. • Precisão – Evitar rebuscamentos exagerados, bem como a prolixidade. • Imparcialidade – Toda e qualquer pesquisa científica deve estar amparada em

evidências concretas.

Desenvolvimento

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• Encadeamento – Buscar a articulação das ideias expressas. Os parágrafos, os tópicos, e capítulos devem caracterizar uma sequência lógica de posicionamentos.

• Coerência – As ideias, fatos e opiniões do texto devem ser expostos de forma ordenada.

• Usar linguagem científica • Sentenças curtos e parágrafos não segmentados de frase única • Evitar palavras desnecessárias • Utilizar corretamente o idioma e Correção Gramatical • Uso da norma culta. Evitar coloquialismos • Redigir textos de boa qualidade requer treinamento • Maior “bagagem” • Melhor qualidade dos textos produzidos • Consegue escrever bem quem lê muito e lê bem!

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Textos Karl Popper e o Falsificasionismo

Questões como: o que garante que se soltar um lápis ele irá cair? Não podem ser garantidas pela lógica

(raciocínio), ela trata de palavras e conhecimento, e nunca da realidade. A experiência é sempre única, e a

queda de um lápis não tem nada a ver com a queda de um outro. Por isso, pensar que a ciência é uma

garantia de verdade, é assumir uma visão não crítica da ciência.

Para Popper, a atividade cientifica é importante, mas, não é capaz de dar todas as respostas, porém busca

oferece as melhores respostas possíveis. Assim, para Popper, o valor do conhecimento não vem da

observação de experiências, mas da possibilidade de a teoria ser contrariada, ou melhor, falseada. A teoria

precede a experiência e quanto mais uma teoria poder ser falseada, melhor ela é.

No momento em que uma teoria é falseada, o cientista tentará melhorá-la ou a abandonará. Enquanto ela

não é falseada, permanece seu valor explicativo. O fundamental é que tenhamos em mente o seu limite.

Critérios para uma boa teoria:

01) Ser clara e precisa, não podendo ser obscura ou deixar margem para várias interpretações. Quanto

mais específica, melhor.

02) Deve permitir a falsificabilidade; quanto mais, melhor;

03) Deve ser ousada, para conseguir progredir em busca de um conhecimento mais aprofundado da

realidade.

Para os falsificacionistas, a ciência progride pela tentativa de superação das teorias.

THOMAS KHUN A RESPEITO DA CIÊNCIA:

Para Kuhn a Ciência é uma atividade racional e humana, influenciada por problemas de natureza variada:

emocionais, políticos, religiosos, etc.. Sendo essas influências próprias da racionalidade humana. Kuhn se

propõe a pensar a ciência a partir dos conceitos: pré-ciência, ciência normal, crise, revolução científica e

nova ciência normal.

O conceito mais importante é o de paradigma que é o modelo da ciência normal. Durante um tempo, todos

os cientistas procuraram orientar as suas pesquisas a partir de um modelo como forma de preservar a

verdade científica. O que não se encaixa será excluído: anomalia.

Paradigma e Ciência Normal:

“O paradigma é um modelo de mundo que compreende o conjunto de teorias que buscam explicar os

fenômenos estudados. Neste caso o que um paradigma faz é estabelecer algumas questões sobre o mundo

físico que são então investigadas na tentativa de se encontrar respostas. No entanto, um paradigma parece

nunca conseguir responder todas as questões que propõe. A ciência não é um empreendimento de

respostas. Quanto mais sabemos sobre determinado fenômeno, mais questões surgem. Isso não é

exatamente um problema, ao menos não inicialmente. Esse processo investigativo é o que Kuhn chamou de

"ciência normal", ou seja, o período aonde determinados paradigmas são aceitos e investigados. ”

Essa crise se estende até uma revolução científica, quando a maneira de se fazer ciência muda

completamente. Quando isso ocorre, segundo Khun, chega-se a uma nova ciência normal, um novo

paradigma. Precisamos considerar que a racionalidade científica encontra problemas dentro e fora do seu

espaço de ação. Dentro de seu espaço são as anomalias e fora de seu espaço são as necessidades

humanas da pesquisa científica. As instituições, empresas e governos procuram fazer com que a ciência

seja feita em função de seus interesses, não apenas por mera curiosidade.