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METODOLOGIA NC PARA EVENTOS Metodologia Neutralize Carbono para mensuração, relato, neutralização e verificação de emissões de gases de efeito estufa de eventos Versão 01 Agosto de 2016

METODOLOGIA NC PARA EVENTOS - Neutralize … que essa metodologia se apoia nos princípios e terminologias da norma ABNT NBR ISO 14.064:2007, do Programa Brasileiro GHG Protocole normas

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METODOLOGIA NC PARA

EVENTOS

Metodologia Neutralize Carbono para

mensuração, relato, neutralização e verificação de

emissões de gases de efeito estufa de eventos

Versão 01

Agosto de 2016

1

Sumário

1 Introdução .......................................................................................................... 2

2 Glossário ............................................................................................................ 4

3 Aplicabilidade ..................................................................................................... 6

4 Objetivo da metodologia ................................................................................... 7

5 Orientação aos legisladores e formuladores de políticas públicas para gestão de emissões de GEE em eventos .............................................................................. 7

6 Conceitos chave para mensuração e relato de emissões de GEE em eventos.. 8

6.1 Gases de efeito estufa ........................................................................................... 8

6.2 Princípios ............................................................................................................... 8

6.3 Natureza das emissões ........................................................................................ 10

6.4 A questão da dupla contagem no relato de emissões ........................................ 11

7 Fontes de dados, parâmetros e metodologias de elaboração de inventários de emissões de GEE ..................................................................................................... 12

8 Método de mensuração e relato de emissões de GEE em eventos ................ 13

8.1 Definição dos limites do relato............................................................................ 14

8.2 Identificação de atividades, fontes de emissão de GEE, classificação quanto à

natureza e exclusão de fontes......................................................................................... 15

8.3 Mensuração das emissões .................................................................................. 17

8.4 Modalidades de cálculo/estimativa das emissões de eventos ........................... 19

8.5 Análise das incertezas ......................................................................................... 22

8.6 Gestão da qualidade do relato ............................................................................ 22

8.7 Relato das emissões ............................................................................................ 23

9 Neutralização das emissões de GEE ................................................................ 24

9.1 Aspectos da neutralização de emissões .............................................................. 25

9.2 Operacionalização da neutralização de emissões ............................................... 26

10 Orientação a organismos de validação e verificação ................................... 26

10.1 Verificação de inventários de emissões .............................................................. 27

10.2 Verificação da neutralização de emissões .......................................................... 29

11 Versão ........................................................................................................... 30

12 Equipe de colaboradores, apoiadores e idealizadores ................................ 30

2

1 Introdução

As alterações climáticas representam um desafio sem precedentes para a humanidade. Desde

a Revolução Industrial, as emissões de gases de efeito estufa (GEE), principalmente as

resultantes da queima de combustíveis fósseis, promoveramum acúmulo de GEE muito

superior ao que ocorreu em milhares de anos que precederam essa era.

Na década de 1990, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em

inglês) – criado em 1988 para divulgar conhecimentos técnico-científicos sobre as mudanças

climáticas – apresentou ao mundo uma situação extremamente preocupante e que exigia ação

imediata para combater as emissões de gases estufa sob pena de o planeta enfrentar

mudanças climáticas tão extremas cuja adaptação poderia ser impossível à vida humana. Em

1992 foi criada a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na

sigla em inglês), a partir da qual surgiu, entre outros instrumentos que objetivam a redução

das emissões em nível global, o Protocolo de Quioto.

Atividades de negócio podem gerar emissões e existem distintas formas de abordar e

inventariar tais emissões. As normas mais conhecidas dão orientação para estimar/medir

emissões através de duas abordagens: “inventário de emissões” e “pegada de carbono”. A

escolha de um ou de outro modelo depende das definições de intervalo de tempo e fronteiras

(boundaries) das atividades consideradas.

O inventário de emissões com foco em uma atividade corporativa tem os escopos definidos

com base na opção de relatar emissões por controle operacional ou participação societária,

conforme descrito nas Especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol.

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A pegada de carbono aborda as emissões de um produto em termos do seu ciclo de vida,

buscando compreender o balanço de emissões de cada etapa da vida de um produto, desde a

extração dos recursos naturais, passando por questões logísticas, energéticas e de processo,

até o uso e descarte final do produto.

Como se pode depreender, um evento tem características peculiares que fazem com que

nenhuma dessas técnicas disponíveis seja perfeitamente adequada para calcular suas

emissões. Ao se utilizar uma abordagem de inventário de emissões corporativo não é possível

relatar a maior parte das emissões que ocorrem por motivação exclusiva da existência do

evento. Por outro lado, o uso da técnica de pegada de carbono, resultará em uma

complexidade enorme, já que não é trivial definir o que são os insumos e produtos de um

evento.

Essa metodologia é resultado de uma extensa análise de especialistas com vista a oferecer,

abertamente, elementos metodológicos que permitam aos organizadores e promotores de

eventos de qualquer porte relatar as emissões de forma robusta e sistemática, de maneira a

permitir que se desenvolvam estratégias com base em informação sólida e consistente acerca

das emissões de eventos.

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A principal novidade dessa metodologia em relação às outras abordagens, e que a faz

pertinente aos eventos, é a classificação de emissões de forma a compreender quais ocorrem

apenas em razão da existência do evento (exclusivas) e quais ocorreriam mesmo que o evento

não fosse realizado (não exclusivas). A classificação entre emissões exclusivas e não exclusivas

do evento é o conceito central que pautou o desenvolvimento dessa metodologia com o

propósito específico de orientar a elaboração de inventários de emissões de eventos. Cabe

ressaltar que essa metodologia se apoia nos princípios e terminologias da norma ABNT NBR

ISO 14.064:2007, do Programa Brasileiro GHG Protocole normas correlatas.

2 Glossário

ABNT NBR ISO 14064:2007

Norma internacional que visa à contabilização das emissões de GEE.

CER

As Reduções Certificadas de Emissões, CERna sigla em inglês,são emitidas pela UNFCCC e

representam emissões de gases de efeito estufa evitadas pelo uso de tecnologias mais limpas.

Cada CER representa uma tonelada de CO2e que deixa de ser emitida para a atmosfera.

CO2e

Equivalência em dióxido de carbono. Reflete o potencial de aquecimento global de um ou mais

gases de efeito estufa em termos de equivalência com o dióxido de carbono, permitindo

comparabilidade de emissões entre gases com distintos potenciais de aquecimento global.

Dupla contagem

A dupla contagem ocorre quando uma fonte de emissão é contabilizada mais de uma vez na

elaboração de um inventário, ou uma emissão que apareça em dois inventários distintos por

uma falha na determinação dos limites de inventário utilizados.

Emissões de Gases de Efeito Estufa

- Escopo 1 (emissões diretas)

Emissões de fonte de GEE pertencente ou controlada pela organização;

- Escopo 2 (emissões indiretas por uso de energia importada)

Emissões de GEE na geração de eletricidade, calor ou vapor importados pela organização para

seu consumo;

- Escopo 3 (outras emissões indiretas)

Emissões de GEE não associadas à energia importada e que sejam uma consequência de

atividades da organização, mas advindas de fontes de GEE que pertencem ou são controladas

por outras organizações.

5

Emissões exclusivas

Emissões que não ocorreriam na ausência da atividade ou evento.

Emissões não exclusivas

Emissões que, ainda que estejam ocorrendo em virtude de uma atividade (ou evento),não

seriam evitadas pela não ocorrência dessa atividade.

Gases de efeito estufa (GEE)

Gases emitidos de forma natural, ou por ação humana, que absorvem parte da radiação

infravermelha do planeta e contribuem para o aumento da temperatura global (Lista de gases

em 6.1).

GreenhouseGasProtocol (GHG Protocol)

Protocolo desenvolvido pelo World ResourcesInstitute (WRI) e o World Business

CouncilonSustainableDevelopment (WBCSD), define um padrão global para mensurar,

gerenciar e relatar emissões de gases de efeito estufa.

GWP

Potencial de Aquecimento Global, GWP na sigla em inglês. É uma medida, desenvolvida pelo

IPCC, que determina o potencial de aquecimento global de cada GEE.

Inventário de emissões

Cálculo e relato das emissões de GEE de uma determinada atividade, segregada por fonte, por

gás e agregada em termos de CO2e em um intervalo de tempo determinado.

IPCC

Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, IPCC na sigla em inglês. Órgão criado pela

Organização das Nações Unidas (ONU) em 1988 para estudar as mudanças climáticas e seus

impactos nas esferas ambiental, social e econômica.

Incerteza

Parâmetro associado ao resultado da determinação de uma quantidade, que caracteriza a

dispersão dos valores que poderiam razoavelmente ser atribuídos a essa determinada

quantidade (incluindo os efeitos de fatores sistemáticos e aleatórios), expresso em

percentagem e que descreve um intervalo de confiança para a dispersão em torno do valor

médio.

Materialidade

Falhas individuais ou um conjunto de falhas, omissões e distorções que podem afetar o relato

de emissões de gases de efeito estufa. Deve ser definida através de um percentual ou

quantidade absoluta aceitável de diferença entre a estimativa de emissões e a realidade.

6

Organismo de Validação e Verificação (OVV)

Organismo que se submeteu ao processo de validação realizado pela Divisão de Acreditação de

Organismos de Certificação (Dicor) do INMETRO e foi acreditado para realizar as atividades de

validação e verificação de inventários de gases de efeito estufa.

Pegada de carbono

Quantificação das emissões de GEE que transcende uma atividade e tem por foco o ciclo de

vida, ou uma parte do ciclo de vida, de um produto ou serviço. A quantificação pode incluir

desde a extração de matérias primas para a produção, até a utilização e o descarte.

Protocolo de Quioto

Instrumento da UNFCCC, em vigor de 2005 a 2020, que promove o uso de mecanismos

institucionais e de mercado para reduzir emissões de GEE e assegurar o desenvolvimento

limpo.

TIER

Representa o nível de detalhamento metodológico utilizado em um inventário; é dividido em

TIER 1 (básico), TIER 2 (intermediário), TIER 3 (maior detalhamento).

UNFCCC

Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC na sigla em inglês), é

um tratado internacional com foco na minimização da ação antrópica sobre as alterações

climáticas a partir da redução de emissões de GEE.

VER

Reduções Verificadas de Emissões, VER na sigla em inglês,assim como as CERs, representam

uma tonelada de GEE que deixou de ser emitida para a atmosfera, no entanto a certificação

dos projetos, os requisitos e procedimentos são definidos por outros standards que não o da

UNFCCC.

3 Aplicabilidade

Essa metodologia se aplica aos seguintes tipos de eventos:

Feiras, congressos e palestras;

Eventos esportivos (jogos esportivos, atletismo, automobilismo, campeonatos, etc.);

Exposições (itinerantes, museus, vernissages, temáticas, etc.);

Grandes eventos (concertos, festivais, grandes feiras, festas temáticas, etc.);

Megaeventos (olimpíadas, copas do mundo, etc.).

A aplicabilidade para outros tipos de evento deve ser avaliada por especialista frente ao

conhecimento das características específicas do evento e a aderência dessa metodologia para

a elaboração do inventário de emissões. Não é recomendado o uso parcial da metodologia.

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4 Objetivo da metodologia

Eventos ocasionam deslocamento de pessoas, consumo de recursos naturais, de energia e

concentram geração de resíduos. Muitos organizadores tem se preocupado com os impactos

socioambientais que os eventos podem causar e já existe uma diversidade de abordagens para

mitigar os efeitos negativos e realçar os impactos positivos. A questão das emissões de gases

de efeito estufa em eventos e respectivos esforços de medição e mitigação são objetivo

central dessa metodologia.

Essa metodologia serve de referência para auxiliar os organizadores e gestores de eventos a

escolher apropriadamente a solução para inventariar e neutralizar emissões de forma a

garantir integridade ambiental e, para que quanto mais for utilizada, maior seja o poder

comparativo de resultados e maior a possibilidade de avanços eficazes de gerenciamento e

mitigação.

O uso recorrente dessa metodologia irá permitir o aprofundamento da gestão e do

planejamento estratégico para sustentabilidade em eventos. À medida que os resultados

evento a evento são relatados, é possível ter uma base comparativa concreta, já que os

resultados de mitigação serão avaliados por uma mesma abordagem metodológica do

princípio ao fim, ou seja, do inventário à neutralização das emissões e também através do

tempo, evitando que a substituição de um fornecedor desse tipo de serviço também resulte

em mudança de abordagem e, consequentemente, difícil análise de tendência e planejamento

das ações.

5 Orientação aos legisladores e formuladores de políticas públicas para gestão de emissões de GEE em eventos

Tem sido cada vez maior a ação do poder público em termos de requerer informações sobre

emissões de eventos e até mesmo sobre a neutralização das emissões de eventos, atividades

que historicamente representam grandes impactos. Alguns municípios já obrigam que

emissões resultantes de eventos em espaços públicos municipais sejam inventariadas e

neutralizadas, por exemplo.

O principal aspecto que permeia esse tipo de “obrigação legal” que se cria é em torno dos

requerimentos técnicos. Uma boa técnica para inventariar emissões de nada serve se a

neutralização for falha e vice-versa; assim, é importante que se tenha condição de

Mensuração, Relato e Verificação (MRV) tanto nas soluções de inventário quanto nas de

neutralização.

8

Quadro de recomendação de entidades e metodologias para assegurar o MRV:

Atividade Metodologia Asseguração de Integridade da Solução

Inventário/pegada de carbono em eventos

Metodologia NC v01 (2015)

Recomenda-se Verificação do inventário por terceira parte OVV – Organismos de Validação e Verificação acreditados pelo CGCRE - INMETRO.

Neutralização de emissões de carbono em eventos

Metodologia NC v01 (2015)

Recomenda-se Verificação do inventário por terceira parte OVV – OVV – Organismos de Validação e Verificação acreditados pelo CGCRE - INMETRO.

6 Conceitos chave para mensuração erelato de emissões de GEE em eventos

6.1 Gases de efeito estufa

Os gases de efeito estufa considerados por essa metodologia são aqueles regulados pelo

Protocolo de Quioto, a saber:

Dióxido de carbono (CO2);

Metano (CH4);

Óxido nitroso (N2O);

Hidrofluorcarbonetos (HFCs);

Perfluorcarbonetos (PFCs);

Hexafluoreto de enxofre (SF6).

6.2 Princípios

6.2.1 Princípios gerais

Os princípios gerais nos quais essa metodologia se apoia e que devem guiar a elaboração de

um inventário de emissões para um evento são:

Relevância – assegura que o inventário seja um reflexo preciso das emissões do evento e que

possa auxiliar na decisão dos seus gestores.

Integralidade – é definida pelo registro e a comunicação de todas as fontes e atividades de

emissão dos GEE dentro dos limites do inventário selecionado. Assim, todas as fontes precisam

ser contabilizadas para que o inventário seja integral. Em termos práticos, dadas as

características gerenciais e tempestividade dos eventos, é muito difícil assegurar a

integralidade ampla do inventário de emissões, essa metodologia apresenta alternativas para

inferir as emissões sem abdicar do princípio de integralidade.

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Consistência – as informações de GEE para as operações dentro do limite do inventário devem

ser produzidas de forma que sua compilação seja coerente e resultado comparável ao longo

do tempo. Se houver alterações na estrutura do inventário, nos métodos, nos dados ou em

quaisquer outros fatores que afetem as estimativas de emissão, essas alterações devem ser

documentadas e justificadas no relatório.

Comparabilidade – As informações apresentadas devem permitir que os dados sejam

comparáveis. Em termos de emissões, pode-se comparar um evento em suas diferentes

edições ou mesmo eventos do mesmo porte com temas diferentes, diferentes locais, etc

permitindo conhecer causas e efeitos e traçar estratégias de gestão de emissões de gases de

efeito estufa na gestão de sustentabilidade do evento.

Transparência – as informações sobre processos, procedimentos, pressupostos e limitações do

inventário devem ser reveladas de forma explícita, imparcial e coerente; essas informações

devem ser baseadas em registros passíveis de verificação independente.

Exatidão: deve-se assegurar que a quantificação das emissões de GEE seja precisa dadas as

premissas utilizadas e mediante o conhecimento das incertezas.

A natureza dos eventos acaba por dificultar o atendimento aos princípios de integralidade e

exatidão no cálculo das emissões, pois é muito difícil obter toda a informação das atividades

emissoras relacionadas ao evento. É tema central dessa metodologia prover orientações para

estimar as emissões com base em amostras de informações; para tanto, as amostras devem,

por si só, atender aos princípios dessa metodologia, ou seja, a amostragem deve assegurar:

relevância, integralidade, consistência, comparabilidade, transparência e exatidão.

RECOMENDAÇÃO: Essa metodologia obriga que as projeções de emissões a partir de amostras

tenham tamanho de amostra definido cientificamente e recomenda que o nível de

significância não seja inferior a 90% e que a margem de erro não seja superior a 10%, de forma

a assegurar a materialidade do inventário e a neutralização das emissões.

IMPORTANTE:

O conceito de integralidade para uma amostra visa assegurar que uma vez que esta seja

definida, cada observação ou indivíduo dentro dessa amostra deve conter o todo das

emissões desse indivíduo. Isso permitirá que uma projeção de emissões do evento a partir

da amostra seja integral.

Para uma amostra assegurar o princípio da exatidão, deve-se almejar uma precisão pré-

determinada em termos de significância e margem de erro. Esses devem ser expressos no

relato de emissão do evento de forma a tornar evidente as limitações de exatidão.

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6.2.2 Princípios específicos

Os princípios específicos que norteiam a definição da natureza (exclusiva / nãoexclusiva) de

emissões apresentadas nessa metodologia são:

Princípio da interferência na conduta individual - É definido como o poder de alterar a

conduta de um agente (expectador, estande, palestrante, banda, etc.) por força do

evento. Assim, se o evento exerce influência na conduta do agente, as emissões

decorrentes dessa atividade são exclusivas do evento.

Exemplo: Se o evento não ocorresse, o indivíduo não se locomoveria a qualquer parte,

logo o evento tem poder de influir na conduta do indivíduo ao fazê-lo se deslocar. As

emissões desse deslocamento atribuem-se como exclusivas do evento.

Princípio da nãointerferência na conduta individual - É o oposto do definido

anteriormente, ou seja, existem atividades inerentes à conduta dos agentes que não

se modificam por força da realização do evento. Assim, se o evento não exerce

influência na conduta do agente, as emissões decorrentes dessa atividade, ainda que

na fronteira ou relacionadas ao evento, são definidas como emissões não exclusivas do

evento.

Exemplo: O ato de um indivíduo se alimentar durante o evento. Presume-se que ele se

alimentaria em qualquer parte não sendo, portanto, uma emissão exclusiva do evento

a queimade gases para a cocção dos alimentos.

Com base em observações práticas e pesquisas, percebe-se que a realização de um evento

interfere em algumas ações individuais e não em outras. Adiante nessa metodologia,

recomenda-se a classificação entre exclusivas e nãoexclusivas as fontes de emissões mais

frequentes em eventos.

6.3 Natureza das emissões

Inventários corporativos, elaborados em aderência às especificações do Programa Brasileiro

GHG Protocol e/ou da norma ABNT NBR ISO 14.064:2007 tem uma classificação de emissões

conforme seu escopo, a saber:

Descrição (Nomenclatura ISO 14.064)

Escopo (Nomenclatura GHG Protocol)

Emissões Diretas Escopo 1

Emissões Indiretas por uso de energia importada

Escopo 2

Outras emissões indiretas Escopo 3

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Relatar emissões de GEE de eventos através do Programa Brasileiro GHG Protocol ou da norma

ABNT NBR ISO 14.064:2007, com base em emissões diretas e indiretas pode ser ineficaz em

razão dessas metodologias terem sido desenvolvidas com o propósito de apoiar e orientar a

elaboração de inventários de emissões corporativos e, portanto, não abordarem questões

muito específicas referentes às atividades correlatas a um evento e suas emissões.

Se um organizador de evento contratar um espaço que já fornece eletricidade oriunda da rede

ou de geradores, transporte parao público e gestão de resíduos, por exemplo, ao elaborar o

inventário de emissões em acordo com alguma das metodologias de inventário corporativo,

resultaria que o inventário do evento teria zero emissões diretas, não permitindo conhecer o

real impacto da atividade e planejar a sustentabilidade do evento de forma adequada.

Assim, o desafio dessa metodologia é permitir que cada evento aproprie-se adequadamente,

nem mais nem menos, das emissões que resultam da sua realização e que possam embasar

uma estratégia de sustentabilidade a partir dessas informações e através do tempo.

Com esse intuito, essa metodologia propõe uma forma de segregar as emissões de acordo com

a exclusividade ou não da emissão no que diz respeito à realização do evento, conforme segue:

Escopo Descrição

Emissões exclusivas Aquelas que só ocorrem em virtude do evento e não ocorreriam

na ausência do mesmo

Emissões não exclusivas Aquelas que, ainda que relacionadas ao evento de alguma forma,

não seriam evitadas pela não realização do evento

6.4 A questão da dupla contagem no relato de emissões

A dupla contagem ocorre quando uma fonte de emissão é contabilizada mais de uma vez na

elaboração de um inventário, ou uma emissão que apareça em dois inventários distintos por

uma falha na determinação dos limites de inventário utilizados.

Essa metodologia foi concebida numa estrutura lógica que impede que haja dupla contagem

das emissões exclusivas de eventos. Dada a natureza das emissões não exclusivas, essas

podem acarretar em dupla contagem.

Se diferentes metodologias ou diferentes definições de escopo a partir dessa metodologia

forem utilizadas simultaneamente, é possível que uma mesma fonte de emissão exclusiva seja

contabilizada, ou desconsiderada, mais de uma vez.

Recomenda-se, portanto, que comparações ou agregação de resultados de diferentes

inventários de emissões em uma cadeia de atividades compartilhem os princípios de definição

de naturezasexclusiva e não exclusiva para evitar dupla contagem das emissões exclusivas.

12

7 Fontes de dados, parâmetros e metodologias de elaboração de inventários de emissões de GEE

Essa metodologia pretende tratar de forma pertinente emissões que ocorrem dentro das

especificidades do setor de eventos, dado que as metodologias de relato de emissões

corporativas tem objetivo distinto.

As fontes de dados são oriundas dos registros e estimativas resultantes da gestão de

informações do organismo inventariante e em acordo com essa metodologia.

Parâmetros como fatores de emissão,potencial de aquecimento global, entre outros, são

definidos da mesma forma como recomenda a norma ABNT NBR ISO 14.064:2007, o Programa

Brasileiro GHG Protocole a IPCC Guidelines 2006.

A metodologia ampara-se na aplicação dos princípios, métodos e definições expressos nesse

documento.

ISO 14.064

A norma ABNT NBR ISO 14.064:2007 visa aprimorar a integridade da quantificação de GEE,

com o intuito de aumentar a credibilidade, a consistência e a transparência da

quantificação, do monitoramento e dos relatos, bem como facilitar o desenvolvimento e a

implementação de projetos de gases de efeito estufa e do gerenciamento de estratégias e

planos de GEE de uma organização; a norma também busca facilitar a capacidade de

acompanhar o desempenho e o progresso na redução de emissões ou aumento nas

remoções de GEE e, ainda, facilitar a concessão e negociação de créditos de reduções de

emissão ou de melhorias de remoção de GEE. A ISO 14.064 é dividida em três partes,

sendo: Parte 1 - especificação e orientação a organizações para quantificação e elaboração

de relatórios de emissões e remoções de gases de efeito estufa; Parte 2 - especificação e

orientação a projetos para quantificação, monitoramento e elaboração de relatórios das

reduções de emissões ou da melhoria das remoções de gases de efeito estufa; e Parte 3 -

especificação e orientação para a validação e verificação de declarações relativas a gases

de efeito estufa.

GHG PROTOCOL

A metodologia do Programa Brasileiro GHG Protocol é compatível com a norma ISO 14.064

e com as metodologias de quantificação do IPCC. A partir da definição dos limites do

inventário, é possível identificar as fontes de emissão da organização e escolher a

abordagem de cálculo. A etapa que demanda mais tempo e esforço é a coleta de dados e

seleção dos fatores de emissão que permitirão a aplicação das ferramentas de cálculo

selecionadas.

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A presente metodologia utiliza-se dos mesmos princípios da ABNT NBR ISO 14.064:2007, do

Programa Brasileiro GHG Protocole do IPCC Guidelines no que tange às técnicas de

identificação, quantificação e relato de emissões. O que diferencia essa metodologia das

demais é que ela traz conceitos aplicados aos inventários de emissões de GEE de eventos

principalmente no que tange à natureza, ou escopo de emissões, e sobre a forma de promover

a neutralização dessas emissões.

8 Método de mensuração e relato de emissões de GEE em eventos

As etapas para gestão das emissões de gases de efeito estufa em eventos são:

Definições comuns de limites organizacionais tem uso limitado quando se trata de um evento,

pois existem diversas organizações atuando em um mesmo evento, não sendo possível definir

controles operacionais ou de participação com clareza e praticidade. Da mesma forma, os

IPCC

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), avalia as

informações científicas, técnicas e socioeconômicas relevantes para a compreensão do

risco das mudanças climáticas induzidas pelo homem. O IPCC recomenda duas abordagens:

top-down e bottom-up. A abordagem top-down é feita através da divisão do total de

emissões de uma entidade pelas suas atividades, e a bottom-up através da soma das

emissões de carbono atribuídas a cada uma das atividades individuais. A metodologia

também possui três níveis de detalhamento, chamados de TIERs 1, 2 e 3. O TIER1 é

recomendado para situações com limitações de dados e utiliza os dados padrões

disponibilizados pelo IPCC; o TIER2 é recomendado para situações onde existe a

disponibilidade de fatores de emissão específicos para as principais condições do país ou

região e/ou maior detalhamento para os dados das atividades; e o TIER3 se refere ao uso

de procedimentos metodológicos desenvolvidos especificamente para cada fonte de

emissão, podendo incluir modelagem e maior detalhamento das medidas dos inventários.

14

limites geográficos isoladamente fazem pouco sentido, principalmente porque é comum que a

maior parte das emissões relacionadas a um evento ocorra fora dos seus limites geográficos ou

da corporação que o organiza ou controla.

Assim, a definição de limites foi estabelecida a partir da adaptação dos conceitos de limite

organizacional dos inventários corporativos para permitir uma abordagem particular para

eventos, conforme segue:

8.1 Definição dos limites do relato

Os limites do relato devem ser estabelecidos a partir da definição concomitante de:

8.1.1 Denominação do evento

O nome do evento é por vezes bastante indicativo da sua dimensão e impacto, principalmente

quando se trata de megaeventos. Relatar o nome do evento é etapa mandatória do relato de

emissões, conforme exposto adiante no item 8.7.

8.1.2 Abrangência operacional

Deve-se definir e explicar a abrangência operacional a partir da consideração das etapas de

evento que serão inventariadas:

Realização do evento: emissões resultantes do evento durante a sua ocorrência. Essa

é a abrangência mínima obrigatória para um relato de emissões de evento.

Preparação e desmobilização: emissões resultantes da montagem/preparação e da

desmontagem/desmobilização. Se essa etapa resultar em emissões exclusivas do

evento, deve ser necessariamente abrangida no relato, caso contrário é opcional.

8.1.3 Abrangência presencial

Deve-se relatar a abrangência presencial do evento, ou seja, o número de

visitantes/participantes que compareceu durante o período de realização do evento.

8.1.4 Abrangência temporal e espacial/geográfica do evento

A definição da abrangência temporal e espacial/geográfica do evento deve levar em conta as

especificidades do mesmo, pois inventariar um campeonato de várias partidas esportivas

difere de inventariar uma partida esportiva. Assim, deve-se definir de antemão o aspecto

temporal e o limite físico do evento.

Para isso, deve ser escolhido o período do inventário e apontado(s) o(s) local(is) de realização

do(s) evento(s) inventariado(s), considerando a abrangência espacial/geográfica, conforme o

aspecto periódico:

15

Aspecto periódico Limite temporal e espacial do evento

Único Evento acontece apenas uma vez de forma contínua, ou não,

no mesmo espaço geográfico

Múltiplo Evento acontece repetidas vezes de forma não contínua, em

diferentes espaços geográficos

8.1.5 Natureza das emissões

Uma vez definidos os limites do relato, deve-se estabelecer a natureza das emissões em

acordo com as definições abaixo apresentadas:

Emissões exclusivas do evento: são aquelas que não ocorreriam na ausência do

evento.

Exemplo: Deslocamento aéreo de um palestrante convidado, resíduos da desmontagem de

uma feira, helicópteros que fazem cobertura do evento, queima de fogos de artifício, etc.

Emissões não exclusivas do evento: aquelas que, ainda que estejam ocorrendo em

virtude ou no espaço do evento, não seriam evitadas pela não realização do evento.

Exemplo: Cocção dos alimentos dos participantes (presume-se que iriam se alimentar onde

quer que estivessem),locomoção de pessoas em distâncias curtas (caso não se deslocassem ao

evento, se deslocariam para outros locais), ônibus de linha que passam pelo local do evento

(passariam da mesma forma, ainda que o evento não estivesse ocorrendo), etc.

Para atender aos requisitos mínimos dessa metodologia, um inventário de emissões de GEE

de eventos deve considerar, minimamente, as emissões exclusivas do evento.

8.2 Identificação de atividades, fontes de emissão de GEE, classificação quanto à

natureza e exclusão de fontes

8.2.1 Identificação de atividades, fontes de emissão de GEE e classificação quanto à

natureza

A tabela a seguir correlaciona exemplos de fontes de emissões, atividades e natureza sugerida

das emissões de atividades que são comuns em eventos.

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Fontes de

Emissão Atividade

Natureza das

Emissões

Combustão

estacionária

Queima de combustíveis para geração de energia em

equipamentos estacionários (geradores, caldeiras, etc.) Exclusiva

Gás para cocção de alimentos Exclusiva ou não

exclusiva

Combustão

móvel

(terrestre,

aérea, naval,

outros)

Transporte de equipamentos e equipe organizadora

(pré, durante e pós realização do evento) Exclusiva

Helicópteros e dirigíveis de monitoramento de

segurança ou propaganda (durante o evento) Exclusiva

Transporte de resíduos resultantes da preparação,

realização e desmobilização do evento Exclusiva

Deslocamento de participantes em longas distâncias

(fora da cidade da realização do evento) Exclusiva

Deslocamentos dos participantes em curtas distâncias

(dentro do perímetro urbano da cidade em que o

evento é realizado)

Exclusiva ou não

exclusiva

Emissões

fugitivas

Emissões de extintores, reposição de gases de ar

condicionado e perdas na transmissão de eletricidade

Exclusiva ou não

exclusiva

Emissões de

processos

Demonstrações que gerem emissões de gases de estufa

em virtude de reações químicas ou outras diretamente

oriundas da atividade do evento (fogos de artifício,

oxidação ou redução, eletrólise, PFC, solda de acetileno

e elétrica, etc.)

Exclusiva

Emissões

resultantes

do uso de

energia

Energia (elétrica ou térmica) importada Exclusiva

Emissões de

resíduos

Emissões de resíduos gerados pelo público* Não exclusiva

Emissões de efluentes gerados pelo evento* Não exclusiva

Emissões de resíduos gerados pela preparação e

desmobilização do evento Exclusiva

Emissões de efluentes gerados pela preparação e

desmobilização do evento Exclusiva

Fontes

múltiplas ou

cadeia**

Emissões de hospedagem Exclusiva ou não

exclusiva

17

*Os participantes de alguns eventos geram mais resíduos e/ou efluentes do que gerariam em situações

normais, portanto, cabe ao organizador do evento classificar de forma apropriada a natureza da emissão

exclusiva ou não, sempre justificando e relatando essas decisões.

** Algumas atividades apresentam múltiplas fontes de emissão, nestes casos deve-se considerar todas

as fontes de emissão da atividade e relata-las de forma agregada.

O quadro retro apresentado ilustra fontes de emissões e atividades sem determinar agentes.

Essas emissões devem ser consideradas, com base nos limites de inventário

independentemente de serem de organizadores, fornecedores, público, patrocinadores,

imprensa, ou outros agentes que geram emissões em decorrência do evento.

Se houver atividades que gerem emissões que não estão listadas acima, estas deverão ser

classificadas segundo sua natureza, conforme definição do item 8.1.5.

Se não for possível definir com precisão se uma emissão é de natureza exclusiva ou não,

recomenda-se considera-la exclusiva como forma de abordagem conservadora.

Existem casos onde um evento específico pode ter emissões consideradas de forma

antagônica em relação ao quadro acima, vale ressaltar que o quadro apresentado é apenas

ilustrativo eque na alocação das emissões deve prevalecer o conceito de exclusiva versusnão

exclusiva em detrimento da predeterminação apresentada no quadro.

8.2.2 Exclusão de fontes

Algumas fontes de emissão ou sumidouros podem ser irrelevantes em termos quantitativos

e/ou de difícil medição ou estimação. Fontes de emissão podem ser excluídas do relato desde

que devidamente comunicada a razão e realizada uma análise do impacto da exclusão para a

materialidade do relato de emissões.

8.3 Mensuração das emissões

É bastante corriqueiro que eventos queiram inventariar e neutralizar suas emissões

previamente à sua realização, pois durante a fase pré-evento o esforço de comunicação é

bastante mais relevante que no pós-evento. É possível calcular as emissões ex-ante e ex-post

de um evento e ambas as formas são aceitáveis. Espera-se que um inventário de emissões ex-

post seja mais preciso que um ex-ante, principalmente quando se trata de eventos com menor

condição de previsibilidade de impacto e de fatores não controlados pela organização do

evento.

18

8.3.1 Mensuração de emissões ex-ante – antes da realização do evento

Para cada fonte de emissão identificada é necessário obter a projeção dos valores

quantitativos. Essas quantidades e unidades de medida variam de acordo com cada fonte e as

estimativas devem ser feitas com base em projeção realista do evento.

Uma vez conhecidos os quantitativos das fontes emissoras, se faz necessário

identificar/escolher os fatores de emissão para o cálculo efetivo das emissões. Há casos em

que a identificação e aplicação é simples e direta, tal como o fator de emissão de combustíveis

fósseis em fontes móveis; em outros mais complexas, como é o caso de emissões oriundas de

resíduos, em que a identificação e aplicação dependem do conhecimento ou assunção de uma

série de fatores, tais como umidade, gravimetria e tipo de destinação final. Recomenda-se o

uso da ferramenta de cálculo do Programa Brasileiro GHG Protocol em sua versão mais

recente para o cálculo das emissões de um evento.

8.3.2 Mensuração de emissões ex-post – após a realização do evento

Quando o inventário é elaborado após a realização do evento, devem ser utilizadas as

informações quantitativas oriundas da contabilização do consumo de combustíveis, geração de

resíduos, entre outras.

Uma vez identificadas as fontes de emissões, as mesmas devem ser quantificadas em acordo

com os TIERs. Preferencialmente deve se-utilizar fatores de TIER3.

19

8.4 Modalidades de cálculo/estimativa das emissões de eventos

As opções a seguir podem auxiliar na elaboração dos cálculos, sendo a primeira e a segunda

opções preferíveis à terceira.

8.4.1 Modalidades únicas (MU)

MU Opção 1: Levantamento direto

Consiste em planejar detalhadamente as atividades, identificar as fontes de emissões, defini-

las conforme sua natureza e estimar as emissões ex-ante ou ex-post. Essa técnica permite

inferir com precisão as fontes e quantidades, entretanto depende da expertise doorganismo

inventariante no setor de eventos e disponibilidade de dados e informações. Asseguradas as

premissas, essa técnica garante um elevado nível de materialidade no relato de emissões do

evento.

MU Opção 2: Levantamento amostral

Consiste em identificar as atividades e suas respectivas fontes e inferir estatisticamente

através de amostragem acerca das emissões totais. É necessário que haja aplicação de

conhecimento estatístico apropriado de forma a assegurar, principalmente, uma amostragem

independente, sem correlação entre erros, nível de significância igual ou superior a 90% e

margem de erro igual ou inferior a 10%.

Exemplo: Emissões do público de um evento que recebe 100 mil pessoas. Não é possível ter a

informação por levantamento direto, assim, pode-se realizar uma pesquisa com o público para

20

se obter por amostra uma projeção estatisticamente adequada das emissões referentes ao

deslocamento de público.

MU Opção 3: Aproximação teórica

Essa opção consiste em utilizar o conceito de emissão média per capita e atribuir à fração de

tempo em que cada indivíduo esteve no evento como sendo a emissão aproximada do evento.

Essa técnica não permite assegurar resultados precisos como os que se observam nas

modalidades únicas1 e 2, mas é um instrumento para estimação na ausência de informações

específicas.

Há casos em que um evento é definido como uma fração de outro evento, de organização

múltipla ou de porte muito pequeno. Isso acaba por não permitir obter dados por

levantamento direto ou amostral. Nesses casos recomenda-se a opção 3.

Deve-se usar a seguinte estrutura para calcular as emissões pela opção 3.

Tal que:

Número de pessoas = total de pessoas que compõe o público, fornecedores, expositores,

artistas, organização e demais pessoas presentes no evento.

Emissão média per capita diária = total de emissões do Inventário Nacional de Gases de Efeito

Estufa/População do País/365.

Ponderação do período de realização do evento= Tempo médio de permanência no evento

(por dia) per capita/24.

8.4.2 Modalidade combinada (MC)

Podem existir emissões exclusivas e não exclusivas muito heterogêneas em um evento. Assim,

é possível que haja emissões de fácil identificação e cálculo, como queima de combustível em

geradores, e outras de difícil identificação e cálculo, como o deslocamento e a hospedagem do

público.

Emissões totais = Número de pessoas x emissão média per capita diária x ponderação do

período de realização do evento

IMPORTANTE

Quando utilizada a opção 3 para mensuração das emissões de um evento, não será possível

diferenciar emissões exclusivas e não exclusivas. Essa metodologia recomenda que o

organizador do evento assuma as emissões totais como exclusivas.

21

Representação da complexidade de obtenção de informações de fontes exclusivas e não

exclusivas de um evento:

A modalidade combinada tem o objetivo de aproveitar as informações oriundas de

levantamento direto e/ou amostral ao mesmo tempo em que faz uso da aproximação teórica

para as informações que não estão disponíveis.Essa técnica permite aproveitar melhor as

informações disponíveis do evento e estimar as emissões não identificadas.

Na Modalidade Combinada (MC):

Informações disponíveis Informações não disponíveis

Usar opções1 e/ou 2 das modalidades únicas

para as emissões cujas informações estão

disponíveis.

Usar a opção 3 para as emissões cujas

informações não estejam disponíveis.

O uso da modalidade combinada, incluindo a aproximação teórica, pode acarretar na dupla

contagem de algumas fontes de emissões, no entanto, esse valor é desprezível, não

acarretando em impacto material no resultado final do inventário de emissões.

22

8.5 Análise das incertezas

Na elaboração de um inventário de emissões pode haver incertezas, seja pela falta de dados

ou falta de integridade dos dados disponíveis, falta de representatividade dos dados ou erros

de amostragem ou medição. Informar as incertezas do inventário auxilia na melhoria da

precisão dos dados de inventários futuros, além de orientar a escolha da metodologia ou da

modalidade para melhor estimar as emissões. Assim, o relato de emissões do evento deve

apresentar todas as incertezas identificadas, sendo elas de fontes exclusivas e não exclusivas,

bem como justificar os motivos de sua ocorrência.

8.6 Gestão da qualidade do relato

A mensuração e o relato de emissões de GEE de eventos não é atividade trivial, por isso

recomenda-se a criteriosa seleção da equipe responsável por sua execução, assim como a

adoção de uma sistemática para análise dos dados utilizados. São critérios mínimos para

assegurar a qualidade do relato:

Capacitação da equipe: os profissionais selecionados para compor a equipe

responsável pela mensuração e relato das emissões do evento devem ter experiência

comprovada na elaboração de inventários de emissão de GEE e, preferencialmente, de

inventários de emissões de eventos.

Análise da qualidade das informações: os dados utilizados para a mensuração das

emissões de GEE de eventos devem preferencialmente ser originados por documentos

que comprovem os valores considerados nas estimativas ou ser originados através de

avaliações estatísticas da amostra quantificada, desde que seguidos os padrões de

relevância estatística já descritos anteriormente e expressas as limitações resultantes

da amostragem, tais como: restrições amostrais, nível de significância e margens de

erro.

IMPORTANTE

A modalidade combinada, em alguns casos, pode representar a utilização das opções 1 e 2

das modalidades únicas para a estimativa de emissões, não sendo necessária a utilização

da opção 3 das modalidades únicas.

23

8.7 Relato das emissões

A presentemetodologia diferencia os esforços de mensuração e relato, verificação e

neutralização das emissões conforme a tabela abaixo, onde é possível identificar os critérios

mínimos a serem atendidos para cada nível de completude do inventário, sendo que um relato

para estar minimamente aderente a essa metodologia deve contemplar ao menos todos os

requerimentos de nível exclusivo.

Níveis de completude do Relato de Emissões Exclusivo Abrangente

(A) PERFIL DO RELATO

A.1 Nome do evento

A.2 Descrição do evento

A.3 Local do evento

A.4 Período do evento

A.5 Responsável pelos dados

A.6 Responsável pelo relatório

A.7 Pessoa para contato

A.8 Nível de completude do relato

(B) TABELA RESUMO

Esquema descrevendo os limites do inventário, contendo: B.1 Nome do evento; B.2 Abrangência Operacional; B.3 Abrangência presencial; B.4 Abrangência espacial e temporal; B.5 Dados de emissões apresentados por natureza das emissões e fontes: > Fontes exclusivas > Fontes não exclusivas (opcional)

(C) DESCRITIVO DAS EMISSÕES

C.1 Emissões de GEE quantificadas por fontes exclusivas

C.2 Emissões de GEE quantificadas por fontes não exclusivas (opcional)

o

C.3 Emissões de GEE de fontes renováveis exclusivas

C.4 Emissões de GEE de fontes renováveis não exclusivas (opcional)

o

C.5 Remoções de GEE, se quantificadas

C.6 Explicação para a exclusão de qualquer fonte de emissão exclusiva do evento

C.7 Referência ou descrição das metodologias de quantificação utilizadas, incluindo razões para sua seleção

C.8 Referência ou documentação de fatores de emissão ou remoção de GEE utilizados

C.9 Descrição do impacto das incertezas na precisão dos dados de emissões ou remoções

C.10 Descrição da gestão da qualidade do relato

C.11 Declaração de que o relato de emissões foi preparado de acordo com a “Metodologia de mensuração e relato de emissões de gases de efeito estufa em eventos”.

(D) ASSEGURAÇÃO POR TERCEIRA

PARTE

D.1 Declaração informando que o relato de emissões, foi verificado por terceira parte, incluindo a descrição do tipo de verificação e o nível de confiança obtido

o o

24

(E) NEUTRALIZAÇÃO DAS EMISSÕES

E.1 Declaração informando que o evento teve suas emissões neutralizadas, incluindo a porcentagem total da neutralização e o tipo de reduções de emissão utilizadas

o o

(F) PERFIL DO EVENTO

F.1 Área útil do local do evento o

F.2 Utilização de aparelhos de ar condicionado o

F.3 Utilização de geradores de eletricidade o

F.4 Se utilizados geradores de energia, combustível total consumido ou potência total e número de horas de funcionamento

o

F.5 Número de pessoas do staff o

F.6 Características do transporte do staff o

F.7 Número de participantes

F.8 Características do transporte dos participantes o

F.9 Número de fornecedores e expositores o

F.10 Características do transporte de fornecedores e expositores o

F.11 Características da hospedagem o

F.12 Características do transporte de resíduos o

F.13 Descrição de fontes de emissão fugitivas mensuradas o

F.14 Tempo despendido para preparação e desmobilização o

9 Neutralização das emissões de GEE

Um evento deve mitigar, sempre que possível, a ocorrência de emissões exclusivas, de forma a

reduzir ao máximo as emissões sobre as quais se tem algum controle, seja pela operação do

evento, seja pela escolha do local, dos parceiros ou das tecnologias utilizadas para a realização

das atividades.

Dada a natureza das atividades de eventos, não é possível reduzir a zero as suas emissões de

gases de efeito estufa, sendo a neutralização das emissões a opção recomendada por essa

metodologia como forma de gestão de emissões e combate às mudanças climáticas.

A neutralização das emissões é uma potente ferramenta para a sustentabilidade de um

evento, desde que feita com observância de rigorosos padrões de integridade ambiental.

Para que um evento seja “Neutro em carbono” em acordo com essa metodologia deve

neutralizar 100% das suas emissões exclusivasde GEE, e essa neutralização seja comprovada

através do uso de reduções certificadas/verificadas de emissões expedidas por entidades

independentes.

Quando não for possível neutralizar 100% das emissões exclusivas do evento, esta

metodologia recomenda que sejam neutralizados minimamente 34% das suas emissões

exclusivas em acordo com estas recomendações. Eventos que neutralizarem entre 34% e 99%

das suas emissões exclusivas são classificados como “Carbon Friendly” (a favor do clima).

A neutralização do total de emissões do evento, exclusivas e não exclusivas, é também uma

ação bem-vinda.

25

x

9.1 Aspectos da neutralização de emissões

Os seguintes aspectos devem ser observados com o intuito de assegurar o máximo de

integridade ambiental na neutralização de emissões:

Característica Requisito

Tempestivo – A redução de emissão certificada deve estar disponível no máximo até a data de realização do evento.

Irreversível – A atividade que gerou a redução de emissões não pode ser revertida por uma eventualidade que faça com que as emissões evitadas/sequestradas, retornem à atmosfera.

Irretratável – uma vez feita a neutralização do evento, os certificados não podem, em hipótese alguma, ser utilizados novamente, por qualquer entidade, para outro propósito.

Real – A redução de emissões que será utilizada para a neutralização já ocorreu e este fato pode ser comprovado por meio de relatórios de verificação e/ou monitoramento.

Mensurável – Os certificados devem atender aos mais rigorosos padrões globais de certificação de redução de emissões.

Transparente – Os projetos que originam os certificados devem ser públicos, disponíveis e de fácil acesso.

Adicional – Os projetos que geram as reduções de emissões devem ser adicionais, ou seja, as reduções de emissões alcançadas não existiriam na ausência do projeto, seja por não serem obrigadas por lei ou por não haver disponibilidade do investimento financeiro inicial necessário.

Aderência metodológica – Os certificados emitidos por órgãos internacionais, a partir do atendimento a metodologias internacionalmente reconhecidase replicáveis, apresentam critérios de certificação mais rigorosos que buscam assegurar integridade ambiental diferenciada, sendo esses preferíveis a outros.

PORQUE 34%?

Segundo o IPCC, para atender aos objetivos globais de aumento de temperatura não

superior a 2°C, é necessário que se reduza até 2020 34% das emissões de gases de efeito

estufa. Essa metodologia trata como iniciativas de neutralização de emissões aquelas que

estejam aderentes aos princípios do IPCC e do acordo de Cancun da COP 16 que limita a

2°C o aumento de temperatura no século XXI.

26

Assegurar os princípios de integridade ambiental acima descritos é tarefa complexa. No

entendimento dos especialistas envolvidos na elaboração dessa metodologia, a forma mais

aderente de neutralizar emissões atendendo a esses princípios é fazer uso de Reduções

Certificadas de Emissões (CERs) expedidas por projetos certificados junto à UNFCCC.

9.2 Operacionalização da neutralização de emissões

Para a neutralização de emissões atender aos requisitos dessa metodologia, ela deve fazer uso

de reduções certificadas de emissões (CERs, na sigla em inglês) ou reduções verificadas de

emissões (VERs, na sigla em inglês) e também:

Cancelar/aposentaras reduções de emissões em quantidade que somem no mínimo

34% das emissões exclusivas inventariadas;

Relatar através de certificado/atestado de neutralização minimamente:

Adesão a esta metodologia para mensurar, relatar e neutralizar as emissões de

gases de efeito estufa;

Origem das reduções de emissãoutilizadas para a neutralizaçãoe apontamento

de acesso às informações do projeto, como período, documentos

comprobatórios, auditorias, etc.;

Dados do evento - conforme perfil do relato (apresentado no item 8.7);

Total de emissões neutralizadas;

Porcentagem do total de emissões exclusivas neutralizadas;

Definição de responsável técnico.

10 Orientação a organismos de validação e verificação

A verificação do inventário de emissões tem como principal objetivo assegurar os princípios de

mensuração e relatodescritos nesta metodologia, além de reduzir os possíveis erros e

aumentar a credibilidade dos resultados apresentados. A verificação deve ser conduzida por

terceira parte independente do organismo inventariante e da organização do evento.

Estão aptos a verificar inventários e neutralização de emissões de GEE de eventos em acordo

com essa metodologia unicamente as entidades acreditadas pela Coordenação Geral de

Acreditação do INMETRO para Inventário de GEE como Organismos de Validação e Verificação

(OVV) de Inventários de Emissões.

27

10.1 Verificação de inventários de emissões

Apenas poderá uma OVV declarar que o inventário de emissões está assegurado se for

entidade acreditada junto a Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO para Inventário

de GEE no momento da contratação.

O organismo de verificação deverá seguir os preceitos das normas ABNT NBR ISO 14.064-

3:2007 e ABNT NBR ISO 14.065:2015 naquilo que essa metodologia for omissa e deverá

assegurarque as informações apresentadas no relato de emissões estão de acordo com um dos

níveis de completude, listados no item 8.7, para expedir opinião válida em acordo com essa

metodologia.

10.1.1 Materialidade

O ato de verificação do inventário das emissões deve assegurar que o relato é preciso em

algum nível em que os desvios identificados não sejam materiais, ou seja, não gerem

distorções de informação significativas no relato.

Para efeito dessa metodologia, define-se como desvio material aquele que for expresso como

10% maior ou menor que o valor verificado pelo OVV para cada natureza de emissões. Assim, é

aceitável que haja considerações e aproximações dentro de um relato de emissões desde que

não excedam o limite material definido pela metodologia.

28

Caso haja desvio superior ou inferior a 10%, o inventário não pode ter uma verificação

conclusa. Define-se tal inventário como “não verificável”.

A verificação de níveis inferiores de materialidade deve ser feita por natureza das emissões.

Assim, as emissões exclusivas relatadas não podem variar mais que 10% das emissões

constatadas pela verificação. O mesmo conceito aplica-se às emissões nãoexclusivas.

OsOVVsdevem avaliar se o relato apresenta dados materiais com base em avaliação de riscos

de erros de omissão, cálculo e transcrição de dados, com base na sistemática utilizada e

expertise da equipe que desenvolveu o inventário de emissões. Os organismosde verificação

deverãoconsultar as Especificações de Verificação do Programa Brasileiro GHG Protocolpara

proceder com análise de riscos.

10.1.2 Nível de confiança

O nível de confiança é o grau de credibilidade que os stakeholders requerem de um processo

de verificação.Essa metodologia prevê dois níveis de confiança que derivam em dois níveis

distintos de declaração de verificação e que devem ser expressos na mesma:

Nível de confiança razoável: é o mais elevado nível de confiança previsto nessa

metodologia.

As declarações de confiança razoável são aquelas redigidas de forma positiva. Para

expedir uma declaração de confiança razoável o OVV deve expressar que: fornece

confiança razoável de que orelato de emissões de GEE está materialmente correto, é uma

representação justa dos dados e informações de GEE e foi preparado de acordo com a

Metodologia Neutralize Carbono para mensuração e relato de emissões de gases de efeito

estufa de eventos.

Nível de confiança limitado: é o nível de confiança com menor rigor previsto nessa

metodologia.

As declarações de confiança limitada são redigidas de forma negativa.Para expedir uma

declaração de confiança limitada o OVV deve expressar que: não há indícios de que o

relato de emissões de GEE não esteja materialmente correto, que não seja uma

IMPORTANTE

Verificar as emissões exclusivas é mandatório para garantir o status de verificado do

inventário de emissões. Verificar as emissões nãoexclusivas é facultativo e só deve ser feito

caso tais emissões possam ser verificadas assegurando o nível de materialidade mínimo

exigido por esta metodologia.

29

representação justa dos dados e informações de GEE e que não tenha sido preparado de

acordo com a Metodologia Neutralize Carbono para mensuração e relato de emissões de

gases de efeito estufa de eventos.

As declarações de confiança limitada envolvem testes menos detalhados dos dados de

GEE e exames mais superficiais da documentação de apoio, mas devem necessariamente

seguir todos os requisitos desta metodologia. No caso de nível de confiança limitada, o

organismo de verificação deve informar os limites do processo de verificação, ou seja,

listar os itens que não foram inclusos ou cuja profundidade não foi alcançada durante a

verificação,por exemplo, deve esclarecer que não teve acesso aos documentos

necessários sobre uma fonte específica.

Atividades de verificação que se diferenciam por

nível de confiança Razoável Limitado

Visita à sede da organização do evento ou da

empresa organizadora do evento

Visita obrigatória ao local do evento o

Verificar se o nível de incerteza relatado representa

risco de materialidade ao inventário o

Elaborar relatório de verificação com apresentação

da sistemática utilizada pela OVV e protocolos de

verificação

10.2 Verificação da neutralização de emissões

O OVV para verificar a neutralização de emissões deve expedir declaração que explicitamente:

Assegure, minimamente, que a certificação utilizada tenha as seguintes características:

Característica Descrição

Tempestividade A redução de emissão deve estar disponível no máximo até 60 dias da data de realização do evento

Irreversibilidade

A atividade que gerou a redução de emissões não pode ser revertida por uma eventualidade que faça com que as emissões evitadas/sequestradas, retornem à atmosfera

Irretratabilidade Uma vez feita a neutralização do evento, os certificados não podem, em hipótese alguma, ser utilizados novamente, por qualquer

30

entidade, para outro propósito

Realidade

A redução de emissões que será utilizada para a neutralização já aconteceu e este fato pode ser comprovado por meio de relatórios de verificação e/ou monitoramento do projeto

Mensurabilidade As reduções de emissão devem atender aos mais rigorosos padrões globais de certificação de redução de emissões

Transparência Os projetos que originam as reduções de emissão devem ser públicos, disponíveis e de fácil acesso

Adicionalidade

Os projetos que geram as reduções de emissão devem ser adicionais, ou seja, as reduções de emissões alcançadas não existiriam na ausência do projeto, seja por não serem obrigadas por lei ou por não haver disponibilidade do investimento financeiro inicial necessário

Assegure não dupla contagem de neutralização;

Assegure o cancelamento/aposentadoria irretratável das reduções de emissões;

Assegure que o percentual de emissões exclusivas neutralizadas do evento esteja

expresso de forma legível e em destaque em todas as comunicações de neutralização

de emissões do evento, como websites, releases, certificados, atestados, panfletos,

etc.

11 Versão

Essa é a versão 01 da “Metodologia Neutralize Carbono para mensuração e relato de emissões

de gases de efeito estufa de eventos” – Metodologia NC para Eventos, consolidada após

consulta pública de avaliação de seu conteúdo. O desenvolvimento desta metodologia foi

coordenado pela Neutralize Carbono Ltda. e contou com o apoio de diversos stakeholders.

12 Equipe de colaboradores, autores e idealizadores

Idealizadores:

o Felipe Jané Bottini

o Ricardo Algis Zibas

31

Autores:

o Felipe Jané Bottini

o Marina Dall’Anese

o Nino Sérgio Bottini

o Ricardo Algis Zibas

Colaboradores:

o Ana Beatriz Campedeli Sueiro

o Carlos Alberto Vanolli

o Cibele Ferreira Campos

o Flávia Silva de Andrade

o Geisa Maria Príncipe Branco

o Henrique Manoel Riani Mendes

o Higor José Vieira do Valle

o Juliana Condis

o Leonel Rodrigues

o Marília Mills Mattioli

o Nathália Golçalves de Macedo

o Rafael Dias Bezerra

o Rebeca Peres de Lima

Agradecemos aos demais colaboradores que preferiram não ter seus nomes divulgados, suas

considerações foram avaliadas e incorporadas a este documento.

Neutralize CarbonoLtda.

Rua Eliseu de Oliveira, 28

Brooklin Novo | São Paulo – SP

CEP 04571-230

Tel +55 (11) 5041-1430

[email protected]