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METODOLOGIA PARA O LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE ÁREAS DE SOLOS EXPOSTO UTILIZANDO O SATÉLITE LANDSAT 5 TM+ Márcio Malafia Filho – DEGEO - UFJF ([email protected]); Rafael Pitangui do Prado Faria – DEGEO/UFJF ([email protected]); Eidmar Henrique Pernisa Pinto - DEGEO ([email protected]); Ricardo T. Zaidan - DEGEO/UFJF ([email protected]). Resumo As alterações que o homem vem causado no meio ambiente, faz-se necessário a identificação de potenciais problemas que podem ocorrer devido à ação antrópica. O presente estudo, que esta sendo parcialmente desenvolvido no LGA/UFJF, visou conhecer um padrão espectral nas áreas onde existem solos expostos, tomando como base uma área já conhecida e de reflectância espectral, que possa servir de padrão à aplicação de técnicas de sensoriamento remoto objetivando a detecção de áreas que apresentem problemas semelhantes. Os materiais e métodos utilizados para a pesquisa foram: softwares de sensoriamento remoto e metodologia de processamento digital de imagens descrita nos manuais on-line do SPRING/INPE, imagens do satélite Landsat-5 e visitas in loco para averiguação dos resultados apresentados pela análise. Os resultados parcialmente obtidos estão sendo, averiguados com as visitas nos locais, até então, a metodologia é válida para a identificação de áreas com solo exposto. 1 - Introdução Observa-se que a ocupação e intervenção humana na natureza alteram a sua dinâmica e aceleram alguns processos naturais, um caso exemplar, são as áreas de solo exposto, muitas vezes ocasionado por remoção da vegetação do local. Segundo GUERRA (2006) “O mau uso da terra pode provocar danos ambientais que repercutem em prejuízos para o homem, ou mesmo em perdas de vidas humanas” e, devido à dinâmica das alterações que o homem causa ao meio ambiente, faz-se necessário uma identificação rápida de potenciais problemas que podem ocorrer para que seja feito adequadamente um diagnóstico de monitoramento e recuperação da área afetada. Para o presente estudo, que está sendo parcialmente desenvolvido no LGA/UFJF, utiliza-se técnicas de sensoriamento remoto para conhecer locais onde existem solos sem cobertura vegetal no município de Juiz de Fora – MG. A área conhecida como Morro do Alemão, foi utilizada como base para a classificação supervisionada de máxima verossimilhança, objetivando a detecção de locais que apresentem a mesma reflectância espectral e a possibilidade de haver a mesma problemática existente nessa área. Após esta identificação preliminar, foram realizadas algumas

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METODOLOGIA PARA O LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE ÁREAS DE SOLOS EXPOSTO UTILIZANDO O SATÉLITE LANDSAT 5 TM +

Márcio Malafia Filho – DEGEO - UFJF ([email protected]); Rafael Pitangui do Prado Faria – DEGEO/UFJF ([email protected]); Eidmar Henrique Pernisa

Pinto - DEGEO ([email protected]); Ricardo T. Zaidan - DEGEO/UFJF ([email protected]).

Resumo

As alterações que o homem vem causado no meio ambiente, faz-se necessário a identificação de

potenciais problemas que podem ocorrer devido à ação antrópica. O presente estudo, que esta sendo

parcialmente desenvolvido no LGA/UFJF, visou conhecer um padrão espectral nas áreas onde

existem solos expostos, tomando como base uma área já conhecida e de reflectância espectral, que

possa servir de padrão à aplicação de técnicas de sensoriamento remoto objetivando a detecção de

áreas que apresentem problemas semelhantes. Os materiais e métodos utilizados para a pesquisa

foram: softwares de sensoriamento remoto e metodologia de processamento digital de imagens

descrita nos manuais on-line do SPRING/INPE, imagens do satélite Landsat-5 e visitas in loco para

averiguação dos resultados apresentados pela análise. Os resultados parcialmente obtidos estão

sendo, averiguados com as visitas nos locais, até então, a metodologia é válida para a identificação

de áreas com solo exposto.

1 - Introdução

Observa-se que a ocupação e intervenção humana na natureza alteram a sua dinâmica e aceleram

alguns processos naturais, um caso exemplar, são as áreas de solo exposto, muitas vezes ocasionado

por remoção da vegetação do local. Segundo GUERRA (2006) “O mau uso da terra pode provocar

danos ambientais que repercutem em prejuízos para o homem, ou mesmo em perdas de vidas

humanas” e, devido à dinâmica das alterações que o homem causa ao meio ambiente, faz-se

necessário uma identificação rápida de potenciais problemas que podem ocorrer para que seja feito

adequadamente um diagnóstico de monitoramento e recuperação da área afetada.

Para o presente estudo, que está sendo parcialmente desenvolvido no LGA/UFJF, utiliza-se técnicas

de sensoriamento remoto para conhecer locais onde existem solos sem cobertura vegetal no

município de Juiz de Fora – MG. A área conhecida como Morro do Alemão, foi utilizada como

base para a classificação supervisionada de máxima verossimilhança, objetivando a detecção de

locais que apresentem a mesma reflectância espectral e a possibilidade de haver a mesma

problemática existente nessa área. Após esta identificação preliminar, foram realizadas algumas

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visitas aos diferentes locais onde os resultados apontaram para a averiguação dos resultados. Para o

trabalho foram utilizados o software SPRING e imagens Landsat-5 TM, ambos distribuídos

gratuitamente pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

A intervenção antrópica no Morro do Alemão teve início em 19751 para a construção do Estádio

Municipal. Entre os anos de 1977 a 1982 foram iniciadas as obras de terraplanagem no local com

objetivo de construir um estádio de futebol. Frustrada a iniciativa de instalação do que seria o

“Estádio Regional”, novos empreendimentos também não lograram êxito em ocupar uma área

completamente desprovida de proteção vegetal em sua parte superior, grandes movimentações de

terra alocadas nas bordas do espaço alvo de intervenção.

A análise nas Imagens Landsat-5 TM Órbita 217, Ponto 075 e composição R3 G4 B5 mostra que o

processo de degradação ambiental asseverou-se pela ociosidade de uma grande extensão da área,

com poucas iniciativas concretas de ocupação ou recuperação (Figura 1).

Figura 1: Processo de degradação ambiental do Morro do Alemão no período de 1987- 2008 (ponto marcado com X)- Imagem

Landsat-5 TM Órbita 217, Ponto 075 e composição R3 G4 B5; coordenada de N 7592570 e E 666843 no Datum SAD-69.

1 Processo n° 216/07 do Departamento de Documentos e Arquivos SARH/SSDA/DGDA da Prefeitura de Juiz de Fora.

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2 – Metodologia

Utilizou-se no presente estudo as imagens Landsat 5 TM com data de 05/08/2008 como cena base,e

o software SPRING para o processamento da imagem, sendo as ferramentas de base, o realce de

imagem TM e a classificação por máxima verossimilhança.

Para a confirmação dos resultados obtidos na classificação foram feitas visitas in loco.

Foi adotado o seguinte procedimento:

a) Obtenção das imagens pelo site do INPE.

b) Tratamento de realce TM pelo SPRING.

c) Identificação das áreas de amostra.

e) Classificação supervisionada e análise dos resultados.

f) Comprovação in loco dos resultados obtidos.

2.1 – Imagens Landsat TM 5

As imagens utilizadas estão disponíveis gratuitamente no site do INPE (WWW.inpe). Foram

escolhidas imagens de diferentes anos para demonstrar o longo período que começou o problema,

porém, a imagem base do trabalho foi referente à data de 05/09/2008 com a composição R3 G4 B5.

Optou-se pelas imagens onde não existia uma cobertura de nuvens no centro urbano na cidade de

Juiz de Fora – MG.

2.2 –Software SPRING 5,0 ®

O Software gratuito SPRING ® é um SIG (Sistema de Informações Geográficas) no estado-da-

arte, pertencendo à segunda geração de Software, com funções de processamento de imagens,

análise espacial, modelagem numérica de terreno e consulta a bancos de dados espaciais.

Usando o Software SPRING para efetuação desse trabalho, notamos que a sua ferramenta

de classificação é dividida em “pixel a pixel” e “por regiões”.

Classificadores "pixel a pixel": Utilizam apenas a informação espectral de cada pixel para

achar regiões homogêneas. Estes classificadores podem ser separados em métodos

estatísticos (utilizam regras da teoria de probabilidade) e determinísticos (não utilizam

probabilidade).

Classificadores por regiões: Utilizam, além de informação espectral de cada "pixel", a

informação espacial que envolve a relação com seus vizinhos. Procuram simular o

comportamento de um foto- intérprete, reconhecendo áreas homogêneas de imagens,

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baseados nas propriedades espectrais e espaciais de imagens. A informação de borda é

utilizada inicialmente para separar regiões e as propriedades espaciais e espectrais irão unir

áreas com mesma textura. (INPE, 2009)

2.3 – Tratamento das imagens

As imagens utilizadas nesse trabalho foram tratadas pela ferramenta do Software SPRING 5,0

denominada “Filtragem”. Nessa ferramenta foi utilizado o filtro linear de “realce de imagem TM”.

2.4 – Classificação

Existem basicamente duas formas de classificação, a supervisionada e a não supervisionada. Na

supervisionada, o próprio manipulador define quantas e quais classes serão utilizadas, sendo

necessário a aquisição de zonas amostrais para ser base da identificação. Essas zonas amostrais

serão identificadas pelo usuário. Já na não supervisionada, é o próprio Software realizará a

extração, identificação e classificação dos pixel’s, alocando assim cada conjunto em uma certa

classe, também definida pelo Software.

No estudo, a classificação utilizada foi a de máxima verossimilhança. De acordo com LIU (2006), a

máxima verossimilhança é o método de classificação supervisionada mais utilizada no processo de

identificação e delineamento de classes. CRÓSTA (1993) considera que o método Maxver deve ser

aplicado quando o analista conhece bem a imagem a ser classificada, para que possa definir classes

que sejam representativas . A área de amostra deverá conter um número de pixels satisfatório,

idealmente acima de uma centena, para a metodologia ser válida.

2.5 – Visitas a campo

As visitas a campo foram realizadas após a finalização de todos os processos a cima citados para a

verificação da fidelidade dos resultados.

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3 – Resultados e discussão

Gerada a classificação da imagem base, foram identificadas inúmeras possíveis regiões de solo

exposto no município de Juiz de Fora – MG, todas, próximas de locais urbanizados. Visando a

obtenção de um resultado mais plausível, validação da metodologia e a viabilização de visitas in

loco, foram selecionados 25 áreas sendo utilizadas as de maiores dimensão (Anexo I).

Algumas áreas também se destacaram pelo tamanho, duas delas localizadas na BR-040, próximas

ao bairro São Pedro, com áreas de aproximadamente. Diversos trabalhos mostram que ambas as

áreas foram desmatadas e limpas para a construção de um condomínio. Além disso, destaca-se uma

terceira área com exploração de saibro, onde a vegetação foi devastada e só restava no local uma

área de solo exposto.Uma terceira área que teve destaque foi uma exploração de saibro, onde a

vegetação foi devastada e só restava no local uma área de solo exposto. Além disso, destaca-se uma

terceira área com exploração de saibro, onde a vegetação foi devastada e só restava no local uma

área de solo exposto.

No presente estudo não foram visitadas todas as regiões encontradas na classificação, mas pelos

resultados encontrados, verifica-se que a metodologia desenvolvida é válida já que todas as áreas

visitadas apresentavam solo exposto.

ANEXO I

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ANEXO II

Figura 3: Morro do Alemão

Referências

Referências

CRÓSTA, Á. P. (1992). Processamento digital de imagens de sensoriamento remoto. Campinas: IG/UNICAMP. GUERRA, A. J. (2006). Geomorfologia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrans Brasil. JENSEN, J. R. (2009). Sensoriamento remoto do ambiente. São José dos Campos: Parêntese. LIU, W. T. (2006). Aplicações em sensoriamento remoto. Campo Grande: UNIDERP.