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1 – IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

TÍTULO: PROMOÇÃO HUMANA IV

TEMA: CARONA SOLIDÁRIA

AUTORES: 4o PERÍODO NOTURNO 2010 - 2O SEMESTRE

2 – DELIMITAÇÃO DO TEMA

O projeto será realizado na Universidade Tuiuti do Paraná, sito na cidade de

Curitiba, durante o segundo semestre letivo do ano de 2010. O trabalho proposto

terá sua atuação no Curso de Psicologia, no período noturno, podendo ser ampliado

para o período da manhã e outros cursos. A conclusão do projeto tem sua previsão

no final do semestre letivo.

O público-alvo será alunos do período noturno do Curso de Psicologia da

Universidade Tuiuti do Paraná, tendo incluso os dez períodos que compreendem o

curso, que queiram participar do projeto, independente do meio de transporte que já

utiliza. Por ser um projeto onde os participantes irão aderir de forma voluntária, não

há um número exato de colaboradores, como também não há um limite estabelecido

para o mesmo.

O projeto terá como base os princípios da Promoção Humana, utilizando-se

da informação e conscientização como ferramentas de intervenção no público-alvo.

O planejamento, controle e avaliação do projeto serão através de Gestão

Participativa, visto que, por se tratar de um projeto focado na Promoção Humana,

existe a pretensão de expandi-lo ao máximo de colaboradores. A Liderança do

projeto será definida de acordo com o desenvolvimento do mesmo.

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3 – JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento deste projeto, primeiramente, tem como finalidade a

aprovação na disciplina de Promoção Humana IV, para o curso de Psicologia da

Universidade Tuiuti do Paraná.

O progresso humano tem sido atualmente sinônimo de avanço tecnológico e

oportunidades de se obter conhecimento através de fontes impensáveis até poucos

anos atrás. No entanto, se faz necessário desenvolver nas pessoas a

conscientização de suas origens e limitações humanas, estimulando a utilização

destas evoluções de modo benéfico e eficiente, advertindo que para a continuação

do desenvolvimento humano é necessário valorizar seu ambiente e todos que nele

vivem. A Promoção Humana surge como um método para estas necessidades,

produzindo e transmitindo conhecimentos nas mais variadas áreas.

O Projeto Carona Solidária, utilizando-se dos princípios da Promoção

Humana, surge como uma forma de estimular em nosso público-alvo o despertar

das necessidades humanas de se viver em grupo de forma saudável e harmoniosa,

como também respeitar nosso planeta, visto que, compartilhando a necessidade

diária de transporte através de um sistema solidário e voluntário, podemos contribuir

com a preservação do nosso meio-ambiente, incitar o compartilhamento de

vivências entre os participantes e ainda trazer soluções prototípicas para os atuais

problemas relacionados aos sistemas de transporte, que já estão próximos ao caos.

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4 – OBJETIVOS

4.1 – OBJETIVO GERAL

Incitar um comportamento solidário na comunidade acadêmica do curso de

psicologia, turno noturno, no sentido de compartilhar seus veículos particulares com

os demais colegas que utilizam o mesmo itinerário com destino à faculdade,

aderindo aos ideais da Carona Solidária, finalizando-se como meio de alcançar uma

Promoção Humana de forma sustentável e permanente.

4.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Reduzir o fluxo de veículos nas ruas, desafogando o trânsito da cidade;

Aumentar o número de vagas no estacionamento da faculdade;

Melhorar o convívio social entre os alunos;

Diminuir os custos de transporte.

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5 – REFERENCIAL TEÓRICO

Ruas congestionadas, motoristas estressados, buzinas, alguns acidentes e

várias multas aos que tentam “dar um jeitinho” para passar mais rápido pelos

congestionamentos: em seis anos, a frota de carros na capital paranaense subiu

40% e o resultado disso é percebido no caos em que se transforma o trânsito de

Curitiba nos horários de maior movimento (7h30; 10h30 e 18h30).

O trânsito é causador de muitos prejuízos no dia a dia de várias pessoas da

cidade de Curitiba – Paraná –, envolvendo e prejudicando tanto motoristas como

pedestres e usuários do transporte público e privado, piorando a situação nos

horários de pico, deixando todos ainda mais angustiados. Além disso, os usuários do

transporte coletivo que já se encontram dentro de uma superlotação nestes horários,

somando com o cansaço natural de fim de tarde ou com a preguiça matutina, eles

ainda têm que enfrentar a superlotação no trânsito (NASCIMENTO, 2007).

A estimativa do uso de carros na cidade é calculada na média de um carro

para cada 1,8 habitantes. O que designa um dos maiores índices do Brasil. Ademais

Curitiba e Região Metropolitana agregam 26 municípios e com uma taxa anual de

crescimento de 3,02%, uma porcentagem bem significativa. A população de Curitiba,

em 2007, é maior que 1,7 milhões de habitantes (NASCIMENTO, 2007).

Com tantos veículos entrando todos os dias no trânsito de Curitiba, não há

planejamento que resista. Por isso, a contribuição da população torna-se necessária.

Uma carona para outra pessoa que também tem carro e vai para o mesmo lugar

pode fazer diferença no tráfego. Existem muitos carros na cidade e muitos são

ocupados por apenas uma pessoa, a carona solidária como é chamada, pode ser

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feita por qualquer motorista, é considerada uma medida simples e de boa eficácia,

desde que muitas pessoas passem a adotá-la.

Além dos fatores “humanos”, relacionados a estresse e perigos físicos

propriamente ditos, existem também as condições precárias de nosso meio

ambiente. As constantes e aceleradas transformações pelas quais passa o planeta

Terra têm afetado significativamente o meio em seus aspectos físico, biológico,

político e social, trazendo comprometimentos à qualidade de vida e ambiental. Tal

fato exige, cada vez mais, o desenvolvimento de ações efetivas e articuladas sobre

a origem dos problemas. Entre essas transformações está a poluição do ar que é

causada entre outras coisas pelo excesso de veículos automotores que circulam

diariamente pelas rodovias e estradas das cidades (OLIVEIRA; PELICIONE, 2009).

A poluição do ar é definida pela CETESB (1995), como qualquer tipo de

alteração do meio natural capaz de causar prejuízos à saúde humana, à fauna, à

flora e aos recursos naturais em geral. Os efeitos da poluição dependem

basicamente dos tipos e da quantidade de poluentes presentes no meio ambiente e

do tempo em que aí permanecem.

A poluição do ar acompanha o ser humano desde os mais remotos tempos,

quando seus antepassados descobriram o fogo. O descobrimento do uso controlado

do fogo talvez tenha sido a primeira grande intervenção ambiental, pois, ao prover

calor para seu conforto e proteção, gerava nos abrigos uma atmosfera tóxica.

Esse problema de degradação permaneceu ao longo do tempo e da história

piorando cada vez mais. Há referências à poluição atmosférica e ao controle do uso

de carvão, por exemplo, em vários períodos ao longo da história. Mas foi no período

após a Revolução Industrial, em meados do século XVIII, com a introdução da

máquina a vapor pelo inglês James Watt que teve início o reconhecimento público

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de episódios agudos de poluição do ar, tendo se tornado mais intenso o uso de

combustíveis, quando passou da biomassa para o carvão mineral. Segundo a

Organização Mundial da Saúde, as emissões antrópicas (provocadas pelo ser

humano) de poluentes atmosféricos incluem resíduos gasosos da queima de

combustíveis fósseis, incineração, inseticidas, efluentes gasosos de processos

industriais, bem como erupções de vulcões que podem alterar significativamente o

clima da terra (OLIVEIRA; PELICIONE, 2009).

O problema da poluição atmosférica, no entanto, começou a ser sentido de

forma mais acentuada quando as pessoas começaram a viver em assentamentos

urbanos de grande densidade demográfica, com o crescimento acelerado da

população mundial indo de 1,5 bilhões de pessoas, no início do século XX, para seis

bilhões de pessoas no fim desse mesmo século. Com relação às inovações

tecnológicas, ocorridas principalmente nesse último período, merecem destaque

como agentes poluidores os processos industriais, a metalúrgica e o automóvel.

Os efeitos da poluição do ar se caracterizam tanto pela alteração de

condições consideradas normais como pelo aumento de problemas já existentes.

Eles ocorrem em nível local, regional e global. Podem manifestar-se na saúde e no

bem-estar da população, na vegetação e na fauna, sobre os materiais, nas

propriedades da atmosfera, passando pela redução da visibilidade; alteração da

acidez da água da chuva, efeito estufa; modificação da intensidade da radiação

solar, aumento da incidência de radiação ultravioleta sobre a Terra, pela redução da

camada de ozônio, entre outros. Existem também as enfermidades humanas, como

doenças pulmonares, cardiovasculares, perturbação da visão, diminuição dos

reflexos, alguns tipos de câncer, abortos e até mesmo a síndrome de morte súbita

infantil como associadas a estes poluentes. Em episódios agudos de poluição do ar,

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tem se constatado efeitos nocivos à saúde, sobretudo de parcela da população

portadora ou suscetível a determinadas doenças do aparelho respiratório e

cardiovascular, principalmente em crianças e idosos.

Atualmente, a poluição do ar tornou-se um problema mundial, com grande

concentração de poluentes na atmosfera, que ultrapassam o limite da capacidade de

autodepuração desse ecossistema. Constitui-se em uma grave ameaça à saúde

pública e um dos fatores que mais tem causado problemas é a grande emissão de

monóxido de carbono CO2, que prejudica a respiração, provoca dores de cabeça,

desconforto, cansaço e palpitações, além de vertigens, asfixia e náuseas, segundo

informativo da CETESB (1995). Porém, o Brasil, o Paraná e a cidade de Curitiba têm

contribuído com esses problemas, que infelizmente vem afetando todo o planeta.

Os veículos automotores, como consequência do modo como são projetados

e construídos, dependendo do combustível que utilizam, e até da maneira como são

mantidos e dirigidos ou, ainda, em virtude de sua quantidade, tornaram-se e

continuam sendo a maior fonte de poluição do ar. De fato, diariamente, uma frota

enorme, de aproximadamente três milhões de veículos, já desde 1995 lançava na

atmosfera toneladas de gases, vapores e material particulado, poluentes que

comprometem seriamente a qualidade do ar que respiramos (CETESB, 1995).

O automóvel tem sido um meio de transporte muito utilizado para o

deslocamento de pessoas, principalmente devido às facilidades de acesso para sua

aquisição. Desse modo, observa-se uma elevação do número de veículos

trafegando pelas estradas, avenidas e rodovias com o mínimo de aproveitamento do

espaço disponível, já que a maioria deles é conduzida pelo motorista que vai só,

repetindo diariamente o mesmo trajeto para o trabalho, para as escolas, para a

Universidade, entre outros. Os veículos têm contribuído com cerca de 98% da

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emissão de monóxido de carbono, 97% dos hidrocarbonetos e 96% dos óxidos de

nitrogênio e são os principais responsáveis pela emissão de dióxido de enxofre e

material particulado inalável (OLIVEIRA; PELICIONE, 2009).

Nessas circunstâncias, um dos principais e mais poderosos instrumentos de

intervenção de que se dispõe para obtenção de resultados a médio e longo prazos é

a educação da população. Ela poderá contribuir para o encaminhamento de

soluções contando com o apoio da ciência e da tecnologia, mas tal educação deve

ser baseada na ética, na igualdade, na justiça e na solidariedade. A educação

ambiental deve ser um processo contínuo de construção da cidadania, possibilitando

aos indivíduos e à coletividade consciente atuar na busca de soluções para

problemas que afetam a todos. Para que isso ocorra, a capacitação técnica por

meio da construção de conhecimentos, da formação de atitudes e de habilidades,

objetivos da educação ambiental, deve estar voltada para o desenvolvimento de

ações que garantam a sustentabilidade.

Uma das possibilidades de diminuir a poluição do ar em grandes cidades é o

uso compartilhado de automóveis, feito de forma constante e sistematizado. Isso

gerou a idéia do uso do transporte solidário. Carona Solidária em língua inglesa:

(Carpool ou Carpooling) é o uso compartilhado em alternância de um automóvel

particular por duas ou mais pessoas, para viajar juntos durante o rush, ou na ida ao

trabalho ou à escola, economizando em despesas de viagem, contribuindo para a

redução de congestionamentos e diminuindo a poluição do ar e a emissão de gases

do efeito estufa.

Este programa de Carona Solidária já é utilizado há muitos anos em outros

países tais como: França, Alemanha, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos, com

bastante sucesso. A adesão dos participantes nesses países foi bem mais rápida e

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intensa tendo em vista que a insegurança diária das pessoas lá é menor. Na França,

por exemplo, existe um site chamado Covoiturage que traduzido para o português

quer dizer compartilhamento de veículos. Atualmente, conta com 200 mil pessoas

inscritas, que participam deste programa de carona. Disseram perceber que as

vantagens são inúmeras, tais como: economia nos gastos com pedágio e com

gasolina, têm sentido o prazer de conhecer outras pessoas e fazer novos amigos.

(OLIVEIRA; PELICIONE, 2009).

Em um programa exibido pela Globo News em 05/2009, (Cidades e Soluções)

pelo jornalista André Trigueiro houve depoimentos de pessoas que disseram que

com três anos de uso do programa foi feita uma economia de 9.000 mil euros e até

conseguiram quitar parcelas da compra de seu carro. Outros descrevem que em

determinadas épocas do ano onde a maioria das pessoas tende a viajar muito, a

carona é mais uma opção, já que muitas vezes não se consegue encontrar

passagem de ônibus/trem para seus destinos.

Segundo Oliveira e Pelicione (2009), as propostas de educação ambiental

pretendem aproximar a realidade ambiental das pessoas, “conseguir que elas

passem a perceber o ambiente como algo próximo e importante nas suas vidas;

verificar ainda, que cada uma tem um importante papel a cumprir na preservação e

transformação do ambiente em que vive”. Levá-las a compreender que o futuro,

como construção coletiva, depende de decisões políticas e econômicas que sejam

definidas hoje.

Quando falamos de solidariedade sempre temos como pano de fundo as

palavras latinas solidum (totalidade, soma total, segurança) e solidus (sólido,

maciço, inteiro). A definição sociológica de solidariedade do Dicionário Michaelis

parece caminhar nesta direção: "Condição grupal resultante da comunhão de

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atitudes e sentimentos, de modo a constituir o grupo unidade sólida, capaz de

resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face da

oposição vinda de fora". Este tipo de "corporativismo social" é diferente da

solidariedade cosmológica, tribal ou cultural. A diferença é que passa pela crítica do

sujeito e não anula o indivíduo. Há uma espécie de interdependência. O Dicionário

Aurélio falará de "vínculo recíproco", que nos parece uma expressão muito feliz para

um ensaio de definição.

Para o senso comum a solidariedade está fortemente ligada ao campo das

emoções:

Seria uma sensibilidade para com os menos favorecidos que leva a uma atitude de caridade. A fragilidade desta concepção está em sua unilateralidade. Os ricos deveriam ser solidários com os pobres. Mas é possível solidariedade sem reciprocidade? (ALMEIDA, 2007).

Parece-nos que o equívoco está em colocar o significado da solidariedade

imediatamente no campo do agir, da ética, dos resultados. Sabemos que o agir

segue o ser. Portanto, somente podemos tomar atitudes solidárias porque existe

uma solidariedade essencial em nossa identidade humana.

Antes de ser uma atitude desejável em uma sociedade civilizada, a

solidariedade é o parâmetro mais profundo que define a individualidade humana

como o resultado criativo da relação com outras individualidades. A realização desta

identidade é estimulada pela prática da solidariedade. Ou seja, o humano solidário

tende a se realizar como pessoa.

Para alcançar tal objetivo, devem-se estabelecer métodos práticos e sistemas

funcionais para planejamento e manutenção deste ato de solidariedade e

participação, no qual compreende a Carona Solidária. Como se trata de um projeto

de adesão, acreditamos que a melhor iniciativa possível tem por princípio a Gestão

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Participativa. Este tipo de administração é um modelo de gestão atual e

contemporâneo que enfatiza as pessoas, que fazem parte da organização. Segundo

Maranaldo, a Administração Participativa

[...] é o conjunto harmônico de sistemas, condições organizacionais e comportamentos gerenciais que provocam e incentivam a participação de todos no processo de administrar. Visando através dessa participação, o comprometimento com os resultados (eficiência, eficácia e qualidade) não deixando a organização apresentar desqualificação. (MARANALDO, 1989).

Com base nisto, analisa-se que a administração participativa compreende a

organização como um verdadeiro sistema: pode-se afirmar que se baseia em

premissas da teoria universal dos sistemas, pois se correlaciona com o conceito de

sistema, sendo este segundo Oliveira (2006): "Sistema é um conjunto de partes

interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com

determinado objetivo e efetuam determinada função".

A ênfase nos sistemas para representar a Gestão Participativa, indica para

Santos (2001) que duas vertentes sustentam a gestão participativa, sendo estas a

participação de todos e o comprometimento total com os resultados.

A Participação de todos significa que, a princípio, nenhuma pessoa, em qualquer nível hierárquico, deve ser excluída do processo participativo. Porém, a participação deve ser entendida como um processo na organização e não apenas como uma estratégia que gera assembléias de negociação ou de decisão. A partir disto, faz-se necessária a segunda ênfase. (SANTOS, 2001)

O comprometimento total com os resultados garante a sustentabilidade e

efetividade do Modelo de Gestão baseado na Verdadeira Gestão Participativa. Tal

ênfase implica que cada pessoa está consciente da sua responsabilidade individual

com os resultados a serem perseguidos pela equipe, pelo projeto, por todos os

envolvidos. Este comprometimento é a característica mais importante da

administração participativa, pois disciplina a atuação individual de cada pessoa,

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impossibilitando da gestão participativa ser conduzida para uma estratégia de

assembleia ou apenas de conter reclamações dos colaboradores.

Ressalta-se que para a efetiva aplicação da Gestão Participativa, é

necessária uma Liderança efetiva e bem estruturada. O líder executa um papel

importante no que tange os colaboradores, principalmente, em questões acerca de

motivação, recompensas, cargos, etc.

Sendo assim, a Gestão participativa aborda as pessoas que compõem a

organização como o fator principal para o sucesso dos objetivos organizacionais.

Alinham-se os objetivos pessoais, juntos aos objetivos organizacionais, e gera uma

maior produção e satisfação pela responsabilidade individual sobre a produção e

seu serviço. A Gestão por competências é muito aceita ao se abordar o modelo de

Gestão Participativa, por conter princípios inerentes à complexidade do ser humano

e suas capacidades, podendo melhor estabelecer os cargos e a aceitação das

competências necessárias para aplicabilidade da Gestão Participativa.

Apontando a Gestão Participa para o projeto da Carona Solidária,

percebemos a importância da Universidade na implementação e sustentação do

mesmo, visto que as responsabilidades vão muito mais além das possíveis de serem

estabelecidas em curto prazo.

Capra (1996) afirma que “o reconhecimento de que é necessária uma

profunda mudança de percepção e de pensamento para garantir a nossa

sobrevivência ainda não atingiu a maioria dos líderes das nossas corporações, nem

os administradores e os professores das nossas grandes universidades”.

É preciso substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. É preciso substituir um pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento do complexo, no sentido originário do termo complexus: o que é tecido junto. [...] é complexo o que não pode se resumir numa palavra-chave, o que não pode ser reduzido a uma lei nem a uma ideia simples. (MORIN, 2006).

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Ainda segundo Morin (2003), a supremacia do conhecimento fragmentado de

acordo com as disciplinas impede frequentemente de operar o vínculo entre as

partes e a totalidade, e deve ser substituída por um modo de conhecimento capaz

de apreender os objetos em seu contexto, sua complexidade, seu conjunto.

Dias (2002) enfatiza a grande afinidade da Educação Ambiental com esse

modo de pensar. É à luz da complexidade que a Educação Ambiental se “propõe a

romper barreiras preestabelecidas pelo conhecimento acadêmico”. A prontidão

necessária à ação está no incentivo à transdisciplinaridade e no despertar do

pensamento complexo, que transformará meros alunos universitários em seres

humanos diligentes, engajados e propulsores do conhecimento ambiental adquirido.

Partindo-se da premissa de que só se protege aquilo que se ama e só se ama aquilo

que se conhece, vem a universidade retomar o seu papel fundamental na

transmissão do conhecimento, na sensibilização, no envolvimento e no despertar

dos novos agentes em prol de um meio ambiente saudável, de maneira ética e

responsável.

Resta-nos projetar, nas Universidades, a aplicabilidade da Educação

Ambiental propriamente dita, aquela que transforma e cria novos caminhos. Como

catalisadoras do metabolismo intelectual, imersas em suas preocupações

acadêmicas, focadas na produção científica para fins autopromocionais, as

universidades ainda reagem de forma tímida, como se nada tivesse mudado (DIAS,

2006). A maioria de suas práticas ainda revela uma visão autocentrada, fragmentada

e desconectada dos reais desafios socioambientais da sociedade.

No Brasil, a maior parte das iniciativas para uma “universidade sustentável”

tem incidido, sobretudo, na ambientalização dos currículos e no incremento da

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investigação ambiental, com pouco respaldo dos principais decisores, e, na quase

ausência de políticas públicas integradoras de educação e sustentabilidade.

Logo, a ambientalização da universidade

[...] não se restringe ao âmbito de um processo de mudanças nos professores e nos currículos das disciplinas, requerendo um redimensionar das questões ambientais para além desses dois universos; ela abrange um novo foco de atenção à universidade como um todo: seus professores, gestores, alunos, funcionários, departamentos, cursos, currículos, disciplinas, estágios, projetos de pesquisa e de extensão, a comunidade local e regional onde a universidade está inserida. (SILVA; MARCOMIN, 2009).

Porém, de nada adianta incutir ideias novas ou renovadas, revolucionárias ou

não, se o pensamento ainda permanece estacionado e os métodos de ensino não

acompanham o dinamismo com que ocorrem as mudanças do mundo. Neste

momento de encruzilhada, a esperança está na universidade. É necessário que ela

se transforme e reinvente a si própria, para servir a um projeto alternativo de

civilização. Quase oito séculos e meio se passaram desde a criação da universidade

e, hoje, ela se encontra bem no meio da encruzilhada civilizatória que irá definir os

rumos do futuro (BUARQUE, 2003).

Dentro desse cenário, vislumbra-se a iniciativa em se elaborar o projeto da

Carona Solidária, visando, mesmo que em passos pequenos e a longo prazo,

mudanças da mentalidade humana tão necessárias já para nossa geração quanto

para as gerações seguintes.

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6 – ESTRATÉGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO

Para a concretização dos objetivos propostos pelo projeto CARONA

SOLIDÁRIA, é apresentado o seguinte método:

1o) DIVISÃO EM SUBGRUPOS E RESPONSABILIZAÇÃO POR TURMAS:

os executantes do projeto serão divididos em subgrupos (de 5 pessoas, mais ou

menos). Cada subgrupo será responsável por uma turma de Psicologia do período

noturno. Existem 10 períodos no turno da noite. Deverão existir 10 grupos. Esta

divisão pode ser realizada por acordo coletivo ou por votação.

2o) COLETA DE DADOS: Dentro do período estabelecido pelo cronograma,

cada subgrupo deverá fazer a explicação do Projeto CARONA SOLIDÁRIA na turma

que estiver sob sua responsabilidade, bem como coletar os dados das pessoas que

oferecem carona. Dentre os dados, deverá conter:

- Nome completo;

- Período e turno;

- Disponibilidade de horário para oferecer carona (ida e/ou volta);

- Pontos de referência, bairro;

- Telefone para contato.

3o) DIVULGAÇÃO DO PROJETO: Após a coleta de dados, os grupos

deverão se reunir, dentro do período estabelecido pelo cronograma, e elaborar uma

lista de todas as pessoas que oferecem carona, nos moldes em que preferirem

(cartaz, e-mail, blog, etc), e fazer a divulgação da lista completa em todas turmas.

Cada grupo fica responsável pela divulgação na turma que estiver sob sua

responsabilidade (como descrito no primeiro item).

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Para facilitar o contato com as turmas, é aconselhável aos grupos pedirem o

auxílio dos representantes de turma. Importante ressaltar também que o projeto é

passível de modificações no decorrer de sua aplicação, conforme se apresentam as

necessidades dos grupos, disponibilidade, utilizações de recursos, etc.

7 – CRONOGRAMA

20 A 27 DE SETEMBRO: DIVISÃO DOS SUBGRUPOS

28 DE SETEMBRO A 11 DE OUTUBRO: COLETA DE DADOS NAS TURMAS

12 DE OUTUBRO A 01 DE NOVEMBRO: DIVULGAÇÃO DO PROJETO

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8 – REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. C. Antropologia da solidariedade. Notandum 14. Univ do Porto, 2007.

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BUARQUE, C. A universidade numa encruzilhada. In: UNESCO Brasil. Brasília:

Ministério da Educação UNESCO, 2003. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org.

Acesso em: 07 set. 2010.

CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São

Paulo: Cultrix, 1996.

DIAS, G. F. Pegada ecológica e sustentabilidade humana. São Paulo: Gaia, 2002.

______. Educação e gestão ambiental. São Paulo: Gaia, 2006.

GLOBO NEWS, Reportagem: Viajar de Carona se torna cada vez mais comum.

Exibida no Programa Cidades e Soluções, 05/2009.

INFORMATIVO CETESB, São Paulo, 1995.

MARANALDO, D. Estratégia para a competitividade. São Paulo: Produtivismo, 1989.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo:

Cortez, 2000.

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______. A cabeça bem-feita. 8. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

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OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas, Organizações e Métodos: uma abordagem gerencial.

16 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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2010.

 

SANTOS, A. R. Gestão do conhecimento: uma experiência para o sucesso

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