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EM974B MÉTODOS COMPUTACIONAIS EM ENGENHARIA TÉRMICA Projeto de Mecânica dos Fluidos Computacional Projeto Final Simulação Local do Escoamento Cruzado em uma Seção de um Tubo Aletado e extensão do VC para um Banco de Tubos ALUNO: Túlio Moraes Benedetti RA: 046817 PROFESSOR: Eugênio Spanó Rosa Campinas, Junho de 2009

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EM974B

MÉTODOS COMPUTACIONAIS EM

ENGENHARIA TÉRMICA

Projeto de Mecânica dos Fluidos Computacional

Projeto Final

Simulação Local do Escoamento Cruzado

em uma Seção de um Tubo Aletado e

extensão do VC para um Banco de Tubos

ALUNO: Túlio Moraes Benedetti RA: 046817

PROFESSOR: Eugênio Spanó Rosa

Campinas, Junho de 2009

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO, 2

2. OBJETIVOS DO PROJETO, 3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, 3

3.1 Equacionamento Algébrico, 4

3.2 Inserção da Aleta, 7

3.3 Dados para obtenção de valores numéricos teóricos, 11

3.4 Solução Analítica, 13

3.5 Extensão do VC analisado para um banco de tubos, 16

4. SIMULAÇÃO NO PHOENICS, 20

4.1 Seção do Tubo Aletado, 23

4.1.1 Teste e Escolha da Malha, 23

4.1.2 Resultados, 27

4.2 Banco de Tubos Aletados, 50

4.2.1 Escolha da Malha, 51

4.2.2 Resultados, 54

5. COMPARAÇÃO COM OUTRAS SOLUÇÕES E COMENTÁRIOS

FINAIS, 61

6. REFERÊNCIAS, 63

7. ANEXOS, 64

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1. INTRODUÇÃO

A troca de energia térmica está presente em praticamente todos os setores da

indústria e, quando feita de forma indireta, necessita de equipamentos que viabilizem esse

processo. Assim, aprendeu-se a projetar trocadores de calor de acordo as demandas

energéticas para funcionamento de ciclos e, então, geração de trabalho.

Dentro desse tema, utilizando o software PHOENICS, o propósito desse projeto é

analisar o comportamento de tubos aletados, que podem ser utilizados em vários tipos de

trocadores de calor.

O tipo analisado está presente principalmente em serpentinas (ou radiadores

industriais), como mostrado na Fig. 1, em que um fluido escoa internamente no tubo e troca

calor com um outro fluido em escoamento externo cruzado. As aletas, “prolongações” do

material para aumento da troca térmica, melhoram significativamente a eficiência do

processo de troca de calor.

Fig. 1 Exemplo de trocador de calor no qual se utilizam tubos aletados

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2. OBJETIVOS DO PROJETO

A) Modelagem computacional de um tubo aletado em escoamento cruzado.

A.1) Análise Energética (Obtenção do efeito da troca de calor da seção do tubo com

o fluido em escoamento cruzado e observação de valores de temperatura)

A.2) Análise Fluidodinâmica (Observação do efeito do tubo aletado no escoamento

cruzado e análise de parâmetros como pressão, velocidade e turbulência)

B) Comparação com resultados analíticos e extensão do VC analisado para um

feixe de tubos.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Na literatura, a maioria dos trabalhos publicados envolvem troca de calor com

mudança de fase, que não será abordada no presente trabalho.

Para avaliação teórica do escoamento cruzado em apenas uma seção de um tubo

aletado com fluido escoando internamente, segue abaixo a metodologia desenvolvida

baseada em conceitos apresentados, principalmente, em Dewitt (2003), Kays e London

(1984), Fox (2001) e Rangan et al (2003).

Assim como mostra a figura 2, o domínio que será montado no PHOENICS será

equivalente a um pequeno volume de controle de uma aleta em um tubo em um feixe de um

trocador de calor qualquer.

Posteriormente, esse VC será extendido e será analisada a simulação utilizando um

banco de tubos, cuja configuração sugerem Kays e London (1984).

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Fig. 2 VC analisado no feixe de tubos do trocador de calor

3.1 Equacionamento Algébrico

Para o estudo de transferência de calor, principalmente no caso de problemas locais,

costuma-se usar o conceito de resistência térmica. Cria-se uma analogia entre a difusão de

calor e o fluxo de corrente elétrica.

Ou seja, como uma resistência elétrica está associada com a condução de

eletricidade devido a uma certa diferença de potenciais elétricos de diferentes pontos, uma

resistência térmica pode ser associada com a condução de energia térmica devido a uma

diferença de temperatura entre dois pontos quaisquer.

Antes de se iniciar o equacionamento do problema escolhido, é importante a

apresentação das seguintes hipóteses:

• O gradiente de temperatura se dá apenas na direção radial.

• Tanto o escoamento interno quanto o externo estão em regime permanente.

• Não há geração interna de calor.

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Portanto, partindo-se da equação de difusão de calor em coordenadas cilíndricas (eq.

1) para um volume de controle diferencial do tubo:

tcq

z

Tk

z

Tk

rr

Tkr

rr P ∂∂=+

∂∂

∂∂+

∂∂

∂∂+

∂∂

∂∂ ρ

φφ.

2

11 (1)

Assumindo as condições definidas para esse problema, tem-se que:

01 =

dr

dTkr

dr

d

r (2)

Para uma superfície cilíndrica, a taxa de condução de calor pode ser dada pela

adaptação da Lei de Fourier, sendo “A” a área do cilindro ortogonal ao fluxo de calor:

dr

dTrLk

dr

dTkAqr π2−=−= (3)

Pode-se então determinar a distribuição de temperatura no cilindro, com as

condições limites apropriadas, e aplicá-la à solução geral da eq. 2. Ao final, a resistência

térmica do cilindro para o fenômeno da condução será dada por:

Lk

rrR ie

condt π2

)/ln(, = (4)

Sendo re e r i os raios externo e interno, respectivamente, L o comprimento do tubo e

k a condutividade térmica do material do qual o tubo é fabricado.

A resistência térmica para o fenômeno de convecção é obtida da forma mais óbvia

e, sendo h o coeficiente de transferência de calor por convecção, é dada por:

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rLhhAR convt π2

11, == (5)

Finalmente, utilizando também o conceito de associação de resistências, para um

cilindro oco, cujas superfícies interna e externa encontram-se expostas a fluidos de

diferentes temperaturas, como mostra de forma ilustrativa a Fig. 3, o fluxo de calor pode ser

encontrado da seguinte forma:

TOT

eir R

TTq

|| ,, ∞∞ −=

(6)

Fig. 3 Metodologia de Resistência Térmica usada para o tubo estudado

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3.2 Inserção da Aleta

A aleta é uma superfície extendida utilizada para elevar o calor transferido entre um

sólido e o fluido em contato. Esse fato ocorre devido ao aumento da área da superfície

através da qual a energia térmica flui.

Teoricamente, essas superfícies são de materiais mais baratos do que o material do

qual é feito o tubo, mais leves e que apresentem uma alta condutividade térmica para

minimizar as variações de temperatura a partir de sua base até a extremidade.

Geralmente, sua utilização é viável em casos em que o coeficiente de transferência

de calor do fluido dentro do tubo é maior que a do fluido no exterior.

Nesse trabalho será estudado um tubo com aletas anulares de alumínio

uniformemente espaçadas, enquanto o material do tubo será o cobre. Esse tipo é chamado

de G-Fin, em que a aleta assume uma forma circunferencial e é introduzida no tubo através

de uma ranhura, criando um contato perfeito e permanente entre tubo e aleta (Fig. 4).

Fig. 4 Tubo com aletas G-Fin igualmente espaçadas

Ainda considerando condições de regime estacionário, para continuação da

metodologia, apresentam-se também as seguintes hipóteses:

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• Condutividade térmica da aleta constante.

• Radiação desprezível da superfície.

• Coeficiente de transferência de calor por convecção uniforme ao longo da

superfície.

• A condução de calor na aleta acontece apenas na direção radial.

Um balanço energético num volume de controle diferencial na aleta (Fig. 5) fornece:

Fig. 5 VC diferencial da aleta anular estudada

convdrrr dqqq += + (7)

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dr

dTkAq cr −= (8)

Sendo Ac a área normal ao fluxo de calor por condução (seção transversal da aleta) e

As a área normal ao fluxo de calor por convecção (área superficial da aleta).

drdr

dqqq r

rdrr +=+

drdr

dTA

dr

dk

dr

dTkAq ccdrr

−−=+ (9)

)( ∞−= TThdAdq sconv (10)

Finalmente, se tem a equação geral de energia para a aleta:

( ) 011

2

2

=−

+ ∞TT

dr

dA

k

h

Adr

dT

dr

dA

Adr

Td s

c

c

c (11)

Cada aleta é fixada a uma base cuja temperatura é Tb, e se estende a um fluido cuja

temperatura é T∞. A partir das hipóteses e admitindo que P = As/(ra-re) e θ(r) = T(r)-T∞,

em que o fator (ra-re) representa a diferença entre o raio da aleta e o raio externo do

cilindro. A equação 11 se reduz a:

02

2

=− θθckA

hP

dr

d (12)

A equação 12 é uma equação diferencial de 2ª ordem, linear, homogênea e com

coeficientes constantes. A solução obtida é mostrada abaixo:

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CC kA

hPr

kA

hPr

eCeCr−

+= 21)(θ (13)

Condição de Contorno 1: Temperatura da base da aleta

Especificamente nesse caso, considera-se que o eixo radial parte da base da aleta.

Portanto:

beb TT θθ =−= ∞,)0( (14)

Condição de Contorno 2

Para esse trabalho, será considerado que a extremidade da aleta (r = L) também

auxilia na troca de calor por convecção e, portanto:

[ ] )()( Lrdr

dTkATLTAh cce =−=− ∞ (15)

Pode ser mostrado, então, que a distribuição de temperatura na aleta será dada por:

+

−+

=L

kA

Phsenh

Pk

AhL

kA

Ph

rLkA

Phsenh

Pk

AhrL

kA

Ph

c

ece

c

e

c

ece

c

e

b cosh

)()(cosh

θθ

(16)

Finalmente, a equação da taxa de transferência de calor da aleta e sua resistência térmica:

+

+

=L

kA

Phsenh

Pk

AhL

kA

Ph

LkA

Ph

Pk

AhL

kA

Phsenh

PkAhq

c

ece

c

e

c

ece

c

e

bcea

cosh

cosh

θ (17)

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a

bat q

Rθ=, (18)

Para que a utilização da aleta seja justificada, recomenda-se que o incremento na

transferência de calor com seu uso seja pelo menos duplicado. Ou seja, sua efetividade seja

maior ou igual a 2, sendo o mesmo h nos dois casos.

2,

≥=bbce

aa Ah

q

θε (19)

3.3 Dados para obtenção de valores numéricos teóricos

Fig. 6 Desenho em perspectiva e vista lateral do tubo aletado

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3.3.1 Propriedades do Tubo

De = 25 mm = 0,025 m

Di = 23 mm = 0,023 m

L = 200 mm = 0,2 m

Material: Cobre

kcobre = 399 W/mK

3.3.2 Propriedades da Aleta

Da = 50 mm= 0,05 m

t = 3 mm = 0,003 m

Material: Alumínio

kalum = 237 W/mK

3.3.3 Escoamento Externo

Ar (T=300 K, V=10 m/s)

Propriedades:

ν = 15,89*10-6 m2/s

k=26,3*10-3 W/mK

Pr=0,707

Utilizando a relação de Zhukauskas (eq. 7.56 (Dewitt, 2003)):

4/1

Pr

PrPrRe

=

s

nmD CNu (20)

16,733.1510*89,15

025,0*10Re

6===

−v

VDeDe (21)

Sendo C = 0,26, m = 0,6 e n=0,37, chega-se ao valor do número de Nusselt.

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5,50=DNu

E, por fim, ao coeficiente de transferência de calor externa por convecção:

KmWD

kNuh D

e2/126,53== (22)

3.3.4 Escoamento Interno

Água (T =335 K, .

m= 0,25 kg/s)

Propriedades:

Cp= 4.186 J/KgK

µ=453 * 10-6 Ns/m2

k = 656 * 10-3 W/mK

Pr = 2,88

9,550.3010*453*023,0*

25,0*44Re

6

.

=== −πµπ iDi D

m (23)

Assumindo o fluxo de água interno completamente desenvolvido, acha-se o

coeficiente interno de condução de calor por convecção com a equação de Dittus-Boelter

(eq. 8.60 (Dewitt, 2003)):

KmWD

kh D

ii

23,05/4 /3,020.4PrRe0265,0 == (24)

3.4 Solução Analítica

Utilizando os conceitos apresentados na seção anterior e utilizando a equação 8.46b

(Dewitt, 2003):

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−=−−

Totpeme

sme

RcmTT

TT.

,,

,, 1exp

(25)

Sendo Rt,a a resistência térmica da aleta e Rt,b a resistência térmica da base exposta

(Fig. 7), a resistência térmica total do sistema será dada por:

Fig. 7 Associação de resistências térmicas do tubo aletado

btat

btatcondtconvtTot RR

RRRRR

i

,,

,,,,

*

+++= (26)

−+

++=

)2(

1

)2(

1

2

)/ln(

2

1

trLhq

trLhq

Lk

rr

LhrR

eea

b

eea

b

cobre

ie

iiTot

πθ

πθ

ππ (27)

Para os valores sugeridos, calcula-se a resistência térmica do conjunto cilindo-aleta.

WKLhr

Rii

convt i/017,0

2

1, ==

π (28)

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WKLk

rrR

cobre

iecondt /10*663,1

2

)/ln( 4,

−==π (29)

WKtrLh

Ree

bt /246,1)2(

1, =

−=

π (30)

+

+

==L

kA

Ph

Pk

AhL

kA

PhsenhPkAh

LkA

Phsenh

Pk

AhL

kA

Ph

qR

c

ece

c

ece

c

ece

c

e

a

bat

cosh

cosh

,

θ (31)

93,1=cePkAh (32)

644,8=c

e

kA

Ph (33)

210*593,2 −=Pk

Ah ce (34)

WKR at /557,0, = (35)

Finalmente, calcula-se a resistência térmica do sistema:

WKRTot /403,0246,1557,0

246,1*557,010*663,1017,0 4 =

+++= −

(36)

Portanto, tem-se da eq. 25:

99,0,,

,, =−−

eme

sme

TT

TT (37)

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O resultado obtido indica que as temperaturas de entrada e saída da água não serão

muito diferentes. Entretanto, o resultado era esperado, pois o problema aborda um tubo de

apenas 0,2 m com apenas uma aleta.

Assim, considerando que a temperatura média do ar é 300 K e a água entra no tubo

a uma temperatura média de 340 K (Tm,e), sua temperatura média de saída do tubo (Tm,s)

será aproximadamente 339 K. A baixa variação da temperatura deve-se ao fator

mencionado no parágrafo anterior.

A transferência de calor total do escoamento interno para o escoamento externo

pode ser obtida da seguinte forma:

WR

TTq

Tot

eiTot 124

403,0

300335,, =−=−

= ∞∞ (38)

Como uma estimativa, pode-se obter a temperatura final do ar com um balanço

energético, considerando-se seu Cp constante (1007 J/KgK para 300 K) e para uma vazão

de ar média de 0,1 kg/s.

KCm

qTT

p

Totee 302.1,2, ≅+= ∞∞ (39)

3.5 Extensão do VC analisado para um banco de tubos

Baseando-se nas aproximações feitas nessa revisão teórica, o tubo aletado estudado

obviamente não possui aplicação prática isoladamente, pois possui uma baixa eficiência em

termos de troca energética. Entretanto, a possibilidade de se trabalhar com condições de

simetria no PHOENICS facilita o estudo e permite que seja feito uma simulação local e

depois extendida para o propósito desejado.

Segundo Dewitt (2003), para projetos de trocadores em que se conhecem as

temperaturas de entrada dos dois fluidos, o método mais indicado é o NUT.

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17

Primeiramente, deve-se definir um conceito básico, que é a máxima transferência de

calor que poderá acontecer no trocador. Isso acontecerá quando, em qualquer corrente,

ocorrer a máxima variação de temperatura possível. Como a capacidade térmica de um

fluido é inversamente proporcional à variação de temperatura, a sua máxima variação será,

portanto, no fluido de menor capacidade térmica.

Assim, se tem duas possibilidades (notação “f” para corrente fria e “q” para corrente

quente; “e” para entrada e “s” para saída):

1) fC < qC

Nesse caso, teoricamente, o fluido que estava frio sai do trocador com a temperatura

com a qual o fluido quente entrou.

)( ,,,

.

efsffp TTcmq −= (40)

)( ,,max efeqf TTCq −= (41)

2) qC < fC

Já nesse caso, teoricamente, o fluido que estava quente sai do trocador com a

temperatura com a qual o fluido frio entrou.

)( ,,,

.

eqsqqp TTcmq −= (42)

)( ,,max efeqq TTCq −= (43)

A partir do conceito de que a efetividade de qualquer dispositivo é dada pela relação

entre o resultado obtido e o máximo teoricamente obtenível, tem-se, para o condensador

que a sua efetividade será a taxa real de transferência de calor para o trocador em relação à

taxa máxima possível de transferência de calor.

),(max

min

max C

CNUTf

q

q ==ε (44)

Onde minC

UANUT = (45)

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Sabe-se que )(

)(

)(

)(

,,min

,,

,,min

,,

efeq

efsff

efeq

sqeqq

TTC

TTC

TTC

TTC

−−

=−

−=ε e

)(

)(

,,

,,

,

.

,

.

max

min

efsf

sqeq

qpq

fpf

TT

TT

cm

cm

C

C

−−

== (46)

Para o tubo analisado, têm-se os valores das capacidades térmicas dos fluidos:

Água: Cq = Cint = wpi Cm ,

.

=0,25*4186 = 1.046,5 W/K

Ar: Cf = Cext = ape Cm ,

.

=0,1*1007 = 100,7 W/K = Cmin

Como a menor capacidade térmica é do fluido externo, que é o ar, a efetividade

pode ser simplificada para )(

)(

,,

,,

efeq

efsf

TT

TT

−−

=ε .

Como as correntes que trocam calor formam um escoamento cruzado, a expressão

para o parâmetro NUT em função da efetividade de um trocador é dada por:

+−

−= 1)1ln(ln

max

min

min

max εC

C

C

CNUT (47)

Como parâmetro de projeto, será considerado um trocador de calor com efetividade

de 75 % e, para se encontrar a área de troca de calor necessária, precisa-se do valor do

coeficiente global de transferência de calor independente da área, já demonstrado

anteriormente. Assim,

)2(*

22",,

,,,, trL

RR

RRLrRLrRR e

btat

btatecondticonvtTot i

−+

++≅ πππ

WKmRTot /10*064,6" 23−≅ (48)

Assim,

KmWR

UTot

Tot2/91,164

"1 ≅= (49)

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O parâmetro NUT é dado por:

488,11)1ln(ln =

+−

−= ε

q

f

f

q

C

C

C

CNUT (50)

Finalmente, a área de troca necessária para o trocador projetado será de:

29,0*

mU

CNUTA

Tot

fTot == (51)

Assim, como já sugerido, o VC analisado anteriormente será simulado no

PHOENICS e, aproveitando-se de suas condições de simetria, extendido para o efeito

térmico de um feixe.

3.4.1 Queda de pressão

A queda de pressão associada com o escoamento através do feixe de tubos aletados

pode ser calculada a partir da expressão:

( )

+

−+=∆

e

m

ffe

se

v

v

A

Af

v

vvGp 11

22

2

σ (52)

Onde υe e υs são os volumes específicos de entrada e saída do fluido e υm o volume

específico médio. O primeiro termo do lado direito da eq. 52 leva em conta os efeitos

cumulativos da variação de pressão devido à aceleração não-viscosa do fluido e a

desaceleração na entrada e saída do feixe, respectivamente. Os efeitos são reversíveis e, se

as variações nas massas específicas do fluido puderem ser desprezadas (υe ≈ υs), o termo é

desprezível.

O segundo termo leva em conta as perdas devido ao atrito do fluido no feixe de

tubos, com a hipótese da existência de condições plenamente desenvolvidas ao longo do

trocador. Para uma dada configuração do trocador, o fator de atrito é dado como função do

número de Reynolds e a razão de área pode ser avaliada da relação (A/Aff) = (αV/σAfr),

onde V é o volume total do trocador de calor.

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20

A eq. 52 não leva em conta as perdas irreversíveis devido aos efeitos viscosos na

entrada e na saída do trocador de calor. Se a transição entre o duto e o trocador ocorre com

pouca separação do escoamento, as perdas são pequenas.

O volume específico e o número de Reynolds obtido para o escoamento foram,

respectivamente:

υe = υs = υm = 0,833m3/kg

16,733.15Re =De

Alguns parâmetros de projeto serão adotados de Kays e London (1984), como:

-Fator de atrito (em função de Re) = 0,02.

-Menor área livre de escoamento do espaçamento das aletas (Aff) (ST perpendicular à

direção do escoamento) = 0,01 m2.

A velocidade mássica pode ser obtida da seguinte forma:

2

.

/10 smkgA

mG

ff

== (53)

Finalmente, a queda de pressão no escoamento é dada por:

22

/752

mNA

Af

vGp

ff

e =

=∆ (54)

4. SIMULAÇÃO NO PHOENICS

Assim, primeiramente, e que é o foco desse trabalho, será feita a simulação apenas

de uma seção de um tubo de cobre com uma aleta anular de alumínio para entendimento

e visualização dos fenômenos locais. Posteriormente, será feita a extensão para o banco de

tubos, segundo a configuração estudada por Kays e London (1984), e aproveitamento as

condições de simetria que o programa permite com o domínio escolhido.

Os dados escolhidos já foram citados, mas se encontram resumidamente

relacionados a seguir:

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21

Propriedades do Tubo

De = 25 mm = 0,025 m

Di = 23 mm = 0,023 m

L = 200 mm = 0,2 m

Material: Cobre

kcobre = 399 W/mK

Propriedades da Aleta

Da = 50 mm= 0,05 m

t = 3 mm = 0,003 m

Material: Alumínio

kalum = 237 W/mK

Escoamento Externo

Ar (T=300 K, V=10 m/s)

Propriedades:

ν = 15,89*10-6 m2/s

k=26,3*10-3 W/mK

Pr=0,707

KmWhe2/126,53=

Escoamento Interno

Água (T =335 K, .

m= 0,25 kg/s)

Propriedades:

Cp= 4.186 J/KgK

µ=453 * 10-6 Ns/m2

k = 656 * 10-3 W/mK

Pr = 2,88

KmWhi2/3,020.4=

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22

É importante citar que a seção do tubo aletado estudada obviamente não possui

aplicação prática isoladamente, pois possui uma baixa eficiência em termos de troca

energética.

Entretanto, no decorrer dessa parte, esse trabalho mostrou-se extremamente útil na

avaliação local de propriedades no escoamento de ar em torno do tubo para melhor

compreensão de como esse processo acontece. Além disso, a possibilidade de se trabalhar

com condições de simetria no PHOENICS facilita o estudo e permite que, além da

simulação local, esse seja extendido para o propósito desejado.

Assim como mostrou a figura 2 (pg. 4), o domínio que será montado no PHOENICS

será equivalente a um pequeno volume de controle de uma seção de um tubo aletado

presente em um feixe de tubos.

A figura 8 mostra o domínio implementado no PHOENICS.

Fig. 8 VC analisado no PHOENICS

Nas faces NORTE e SUL foram impostas as condições de INPUT e OUTPUT,

respectivamente, do escoamento de ar. Assim, o ar entra no domínio a uma velocidade de

10 m/s, contornando a seção do tubo.

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Nas demais faces, nenhuma condição de contorno foi imposta e, portanto, a

condição default do PHOENICS assume a simetria, tratando cada face como um “espelho”.

Assim, serão mostrados nos itens a seguir apenas os resultados obtidos com a

simulação do problema. Para tal, assumiu-se a condição de temperatura constante do

escoamento interno.

Como falado, a simulação desse problema mostrou-se mais interessante no seu

decorrer, pois puderam ser vistas de diversas formas as variações locais das propriedades,

em função da utilização da aleta. Procurou-se, então, em cada tópico do item 4.1 mostrar a

influência da sua utilização.

4.1 Seção do Tubo Aletado

4.1.1 Teste e Escolha da Malha

Como foram utilizados objetos com espessura muito pequena, como a aleta e a

parede do tubo de cobre, optou-se por utilizar uma malha bastante refinada, principalmente

próximo a essas regiões, com o uso do “power law”. Foram escolhidas três configurações

para teste e, então, escolha de uma delas. As tabelas 1 e 2 mostram a descrição de cada.

Tab. 1 Informações acerca da simulação no PHOENICS para as três malhas

Malha Modelo de

Turbulência

Quantidade de

volumes

Tolerância

(m) Iterações Tempo (s) Iterações/tempo

1

LVEL/

Regime

Permanente

NX = 34

NY = 28

NZ = 34

10-5 10000 10368 0,9645

2

LVEL/

Regime

Permanente

NX = 46

NY = 33

NZ = 46

10-5 10000 24780 0,4035

3

LVEL/

Regime

Permanente

NX = 58

NY = 38

NZ = 58

10-5 10000 35400 0,2828

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24

Tab. 2 Relação da quantidade de volumes em cada região do domínio para as três malhas

DIREÇÃO REGIÃO VOLUMES

MALHA 1

VOLUMES

MALHA 2

VOLUMES

MALHA 3

POWER

LAW

X 1 6 8 10 -1,2

X 2 6 8 10 1

X 3 1 2 3 1

X 4 8 10 12 1

X 5 1 2 3 1

X 6 6 8 10 1

X 7 6 8 10 1,2

Z 1 6 8 10 -1,2

Z 2 6 8 10 1

Z 3 1 2 3 1

Z 4 8 10 12 1

Z 5 1 2 3 1

Z 6 6 8 10 1

Z 7 6 8 10 1,2

Y 1 12 14 16 -1,2

Y 2 4 5 6 1

Y 3 12 14 16 1,2

TOTAL 17 regiões 96 volumes 125 volumes 151 volumes

Descrição do Computador:

Processador: Pentium Dual 2 GHz

Memória RAM: 2 GB

Como se observa a última coluna da tab. 2, que é a razão entre o número de

iterações de uma simulação e o tempo despendido nela, o pior índice, foi obviamente da

malha 3, que é a mais refinada. Esse número é um bom índice para visualizar e comparação

do tempo de cálculo.

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Assim, as figuras 15, 16 e 17 mostram a grade 3, que foi utilizada no problema. Na

figura 15, vê-se a seção transversal do tubo com a aleta. Na figura 16, a vista lateral do tubo

e, na figura 17, a mesma imagem da figura 15, mas com as regiões especificadas para

posterior esclarecimento sobre a malha.

Fig. 15 Malha utilizada (Plano XZ)

Fig. 16 Malha utilizada (Plano YZ)

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Fig. 17 Malha utilizada mostrando as regiões (Plano XZ)

Assim, a figura 17 mostra as 7 regiões no plano XZ, sendo que, de forma simétrica,

as regiões 1 e 7 envolvem o escoamento de ar, as regiões 2 e 6 a aleta, as regiões 3 e 5 a

parede do tubo e, finalmente, a região 4 o escoamento interno.

A tabela 2 mostra as regiões definidas em cada direção para a melhor forma de

construção da grade utilizada. No plano XZ, foi mantida a simetria. Ou seja, ambas

direções (X e Z) ficaram com 7 regiões e ao todo 58 volumes cada. Já no plano YZ, como

mostra a figura 16 acima, apenas 3 regiões foram utilizadas, totalizando 38 volumes, sendo

que a região intermediária, que aborda a espessura da aleta ficou com 6 volumes.

4.1.2 Resultados

As figuras a seguir mostram os resultados obtidos com a simulação do problema no

PHOENICS. Inicialmente, faz-se uma análise fluidodinâmica, observando parâmetros

como pressão, velocidade e turbulência.

Ao final, parte-se para a análise energética, observando o parâmetro temperatura.

Como fora dito, sempre se procurou aproveitar as condições de ser uma análise local e

avaliar comparativamente a influência da aleta no escoamento.

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As figuras 18 e 19 mostram a distribuição de pressão do escoamento externo no

domínio. Primeiramente, observa-se a distribuição em torno do tubo e, depois, exatamente

em torno da aleta.

Em ambos, vê-se a mesma tendência. Devido à presença do tubo no escoamento, os

maiores valores de pressão são encontrados na superfície superior do tubo, mais próxima da

entrada do escoamento.

Os menores valores de pressão são encontrados exatamente após a superfície

inferior do tubo, mais precisamente na esteira formada, mostrada na região amarela. Esse

detalhe será melhor visto na distribuição de velocidade nas próximas figuras.

Para o primeiro caso, figura 18, devido ao maior espaço para escoamento, regiões

de baixa pressão são formadas não só após o escoamento, mas também na lateral do tubo.

Nesse ponto, o probe mostra um valor de pressão abaixo da pressão de referência (-19,45

Pa).

Para o segundo caso, figura 19, a pressão formada sobre a aleta é maior, pois está

mais perto do escoamento de entrada e nas regiões laterais, a pressão relativa manteve-se

acima da pressão de referência (4,17 Pa mostrado pelo Probe).

Fig. 18 Distribuição de Pressão em torno do tubo (Plano XZ)

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Fig. 19 Distribuição de Pressão em torno da Aleta (Plano XZ)

As figuras 20 e 21 mostram a distribuição de velocidade apenas em torno do tubo. O

escoamento de ar entra no domínio a uma velocidade de 10 m/s. Vê-se então uma

aceleração logo após o encontro do escoamento com a superfície superior do tubo e então, a

formação da esteira na região azul, onde a velocidade fica em torno de 2 m/s.

Na seção da aleta, como mostram as figuras 22 e 23, a mesma tendência é

observada, porém com algumas diferenças devido à maior dimensão da aleta. Por exemplo,

a velocidade na região lateral da aleta é maior e a esteira formada a jusante é mais

turbulenta porém relativamente mais estreita.

Além disso, pela distribuição vetorial mostrada nas figuras 21 e 23, observa-se que a

separação da camada limite no caso do tubo apenas, ocorre a montante da seção média do

tubo, enquanto no caso do plano que envolve a aleta, nas mesmas condições de

escoamento, a separação da camada limite ocorre a jusante da sua seção média.

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Fig. 20 Distribuição de Velocidade em torno do tubo (Plano XZ)

Fig. 21 Distribuição de Velocidade (vetorial) em torno do tubo (Plano XZ)

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Fig. 22 Distribuição de Velocidade em torno da Aleta (Plano XZ)

Fig. 23 Distribuição de Velocidade (vetorail) em torno da Aleta (Plano XZ)

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Nas figuras 24 e 25, mostram-se apenas a distribuição de velocidade na direção Z,

que é a direção de entrada do escoamento cruzado. Comparando com a figura 22, que é a

mesma situação, mas envolve a velocidade resultante, observa-se que, nessa direção, a

velocidade varia muito mais com o contorno do cilindro.

Na figura 24, como o sentido do escoamento do ar na entrada é no eixo –Z, a região

vermelha representa, na verdade, as menores magnitudes de velocidade e que também

ocorrem no sentido oposto à entrada de ar, como observado na figura 25.

Fig. 24 Distribuição da componente Z da Velocidade em torno da Aleta (Plano XZ)

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Fig. 25 Distribuição vetorial da componente Z da Velocidade em torno da Aleta (Plano XZ)

As figuras 26 e 27 mostram também a distribuição de velocidade a partir de outras

perspectivas. Na primeira, sendo mostrado o plano YZ exatamente no centro do domínio,

que passa pela esteira formada, vê-se então, os maiores valores de velocidade (resultante)

antes do encontro com o tubo. Entretanto, exatamente antes, a velocidade diminui em

virtude do contato com a parede cilíndrica onde forma-se também uma região de alta

pressão. Essas situações também podem ser observadas nas figuras 18, 19, 20 e 22.

Na segunda, fig. 27, mostrado o plano XY, também no centro do domínio, vê-se um

valor médio de velocidade de 13,45 m/s e, portanto, a aceleração do fluido no entorno

lateral do tubo.

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Fig. 26 Distribuição de Velocidade em torno do Tubo Aletado (Plano YZ)

Fig. 27 Distribuição de Velocidade em torno do Tubo Aletado (Plano XY)

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Modelo de Turbulência

A escolha de um modelo de turbulência para determinado problema está ligada ao

nível de detalhamento dos perfis de velocidade e concentração para compreender o

fenômeno em estudo e do tempo computacional necessário para resolver o problema

(Delgaudio e Vianna Jr, 2008).

No problema analisado, se utilizou o modelo de turbulência LVEL . Ao passo que

alguns códigos estão confinados a um modelo de turbulência único, o PHOENICS tem

diversas opções de modelos, ao todo 17.

Esse modelo é baseado na lei de Spalding e não utiliza o comprimento de mistura

para modelar a turbulência. Ele é completamente definido pela velocidade e distância às

paredes adimensionais (Morales, 2000).

O modelo LVEL é possivelmente o único modelo que fornece um compromisso

satisfatório entre realismo físico e economia computacional para fluxos em espaços

'atravancados' com objetos sólidos, em que o número de Reynolds não é tão alto.

Entretanto, recomenda-se sua aplicação apenas quando as paredes estão presentes, e, então,

calcula-se ENUT (Viscosidade Cinemática) utilizando a lei de Spalding da parede, que

cobre inteiramente regimes laminares e turbulentos (POLIS/Phoenics).

As figuras a seguir mostram os resultados obtidos com o modelo de turbulência

escolhido, conforme já discutido.

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Fig. 28 Distribuição do parâmetro ENUT no plano XZ

Fig. 29 Distribuição do parâmetro ENUT no plano XY

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Fig. 30 Distribuição do parâmetro EL1 no plano XZ

A influência das paredes contornadas pelos fluidos tem tal importância que os

códigos de simulação de fluxo têm de ser capazes de calcular, para cada ponto dentro do

fluido, tanto a distância da parede mais próxima, quanto da distância entre paredes opostas

próximas.

O PHOENICS possui um método único para calcular os dois fatores citados de uma

maneira econômica e envolve a solução da equação LTLS, mostrado na figura.

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Fig. 31 Distribuição do parâmetro LTLS no plano XZ

As figuras 32 e 33 mostram a distribuição de temperatura para a mesma situação.

Na segunda, entretanto, foram “escondidos” os objetos a fim de se ver o efeito da condução

de calor nos sólidos.

Em ambas, percebe-se claramente, principalmente na esteira formada, o

aquecimento do fluido externo após troca térmica com o tubo. Vê-se, também, um

gradiente de temperatura em torno do cilindro, em que o escoamento externo recebe energia

térmica proveniente do fluido interno aquecido.

Como a camada limite é muito pequena, esse aquecimento se dá mais claramente na

massa de fluido que contorna o tubo e, então, segue a direção inicial.

Na figura 33, percebe-se claramente a temperatura constante do escoamento interno,

imposta na construção do problema, haja vista que se está trabalhando com um domínio

relativamente pequeno.

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Fig. 32 Distribuição de Temperatura em torno do Tubo (Plano XZ)

Fig. 33 Distribuição de Temperatura em torno do Tubo (CORTE - Plano XZ)

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Seguindo o mesmo raciocínio, as figuras 34 e 35 mostram a distribuição de

temperatura no plano XZ no centro do domínio, que engloba a aleta. Fica muito mais claro,

então, a influência da aleta no efeito térmico sobre o escoamento externo.

Na esteira formada, observa-se maiores valores de temperatura do ar, em torno de

42 oC na separação da camada limite logo a jusante do escoamento e em torno de 33 oC na

saída (Z=0), enquanto que para a seção que envolve apenas o tubo, fig. 32, a temperatura

máxima de saída (em Y=0) esteve em torno de 30 oC.

Tanto a figura 35 quanto a figura 36 não mostram os sólidos e, então, pode-se

observar o efeito da condução térmica. A parede do tubo fica a uma temperatura muito

próxima do escoamento interno, enquanto que na aleta a temperatura chega e menores

valores até chegar no escoamento externo, em que os maiores valores de temperatura para

ele são encontrados no entorno do tubo e na esteira, conforme já comentado.

A figura 36 mostra a distribuição de temperatura exatamente na face da aleta e é

interessante, pois, juntamente com a fig. 35 mostra a transição da temperatura na aleta para

a temperatura do escoamento externo.

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Fig. 34 Distribuição de Temperatura em torno da Aleta (Plano XZ)

Fig. 35 Distribuição de Temperatura em torno da Aleta (CORTE - Plano XZ)

Fig. 36 Distribuição de Temperatura em torno da Face da Aleta (CORTE - Plano XZ)

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As figuras 37, 38 e 39 têm o mesmo propósito, que é mostrar valores de temperatura

em todo o escoamento nos planos que não mostram a seção transversal do tubo.

Na primeira, vêem-se os maiores valores de temperatura do escoamento externo em

torno da aleta, tanto a montante, quanto a jusante, entretanto, nessa (a jusante) mais

intensificado. No geral, ainda nesse plano, todo o escoamento recebe um incremento de

temperatura, ficando, em média na região de saída a uma temperatura de 30 oC.

A figura 38 traz o detalhe da aleta e facilita a visualização da distribuição de

temperatura nesse objeto. A montante, a aleta está a uma temperatura um pouco menor

devido ao contato com o ar de entrada a temperatura ambiente. Conclui-se, portanto, que

essa superfície da aleta, que entra em contato inicialmente com o escoamento externo, tem

um papel mais significativo na troca térmica, haja vista que, quanto maior o gradiente de

temperatura, maior o fluxo de calor.

Na figura 39, observa-se o mesmo esquema, mas no plano XY no centro do

domínio. As conclusões também são intuitivas e mostram os maiores valores de

temperatura no entorno do tubo.

Fig. 37 Distribuição de Temperatura em torno do Tubo Aletado (Plano YZ)

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Fig. 38 Detalhe da distribuição de Temperatura em torno da Aleta (Plano YZ)

Fig. 39 Distribuição de Temperatura em torno do Tubo Aletado (Plano XY)

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Não menos importante, podem ser obtidos e interpretados gráficos acerca do

comportamento do escoamentos na seção do tubo aletado. A fig. 40 mostra a distribuição

de temperatura no centro do domínio, que na verdade é metado e do eixo vertical Z,

variando-se X, que é sua largura. As situações com e sem aleta são comparadas.

Observando a figura, vê-se uma reta no centro, que é temperatura constante do

fluido interno. Para a curva vermelha, as prolongações simétricas representam as maiores

temperaturas ao redor do tubo devido à utilização da aleta.

Fig. 40 Distribuição de Temperatura no centro do domínio (metade dos eixos Z e Y)

A fig. 41 mostra a distribuição de temperatura logo abaixo do tubo, em que o

escoamento se desprende desse e forma a esteira. A conclusão é simples e mostra que os

valores de temperatura abaixo da aleta são maiores do que caso o escoamento externo

tivesse trocado calor apenas com o tubo. Na fig. 42 tem-se, para a mesma condição da fig.

40, mas agora mostrando a distribuição de velocidade. Assim, se pode observar que no

centro do tubo a velocidade é nula, obviamente, e aumenta (em módulo, pois o eixo vertical

é -Z) conforme se distância da parede do tubo (curva azul) ou da parede da aleta (curva

vermelha).

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Fig. 41 Distribuição de Temperatura na esteira

Fig. 42 Distribuição de velocidade no centro do domínio (metade dos eixos Z e Y)

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A fig. 43 mostra também a distribuição de velocidade, mas na esteira, na mesma

condição da fig. 41. Nesse caso, em ambas situações, com ou sem aleta, a velocidade do

escoamento é muito similar.

Fig. 43 Distribuição de Velocidade na esteira

Fig. 44 Distribuição de Velocidade no centro do domínio (metade dos eixos X e Y)

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A fig. 44, acima, ao contrário das outras, mostra a distribuição de velocidade agora

variando-se o eixo Z, que é a direção do escoamento. Mas também é feita no centro do

domínio, comparando as situações com e sem aleta. O ar entra à velocidade de 10 m/s e

inverte o sentido em uma recirculação na saída, como é visto claramente na fig. 25 (pg. 34).

Para a mesma situação vê-se a distribuição de temperatura na fig. 45. Observa-se

para o caso com aleta, que a temperatura na saída do domínio, na direção do escoamento, é

um pouco maior do que no caso sem aleta.

Fig. 45 Distribuição de Temperatura no centro do domínio (metade dos eixos X e Y)

Essas diferenças entre as situações “com e sem aleta” foram vistas de diversas

formas e podem ser vistas quantitativamente nas figuras 48 e 49, que resumem os valores

de Pressão Relativa, Velocidade e Temperatura dos estados mais importantes dessa

simulação, que são, no plano XZ, os pontos médios das faces NORTE, SUL, LESTE e

OESTE daquele plano, e os 4 pontos diametralmente opostos no entorno do tubo.

A diferença entre figuras 48 e 49 é que a primeira mostra o plano no início da seção

do tubo (em Y = 0) e a segunda mostra o plano exatamente no meio do eixo Y (Y=0,1, pois

o eixo Y tem 0,2 m). É importante observar que ambos os planos são planos de simetria do

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problema. O primeiro é um espelho para outro VC envolvendo outra aleta. E o segundo,

que passa exatamente no meio da aleta é um espelho para a outra metade da aleta e do tubo.

Apesar de ser redundante em mostrar esses planos, o primeiro é mostrado na figura

46 e o segundo, na figura 47.

Fig. 46 Corte da ST do tubo, cujos estados são mostrados na fig. 48

Fig. 47 Corte da ST do tubo aletado, cujos estados são mostrados na fig. 49

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Fig. 48 Valores de P, V e T para o escoamento em torno do tubo (Plano XZ)

Fig. 49 Valores de P, V e T para o escoamento em torno da aleta (Plano XZ)

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A tabela 3 abaixo resume também os valores de temperatura encontrados na

simulação com o PHOENICS para os pontos mais importantes no plano que passa pelo

centro da aleta (fig. 41).

Tabela 3 Pontos importantes na transferência de calor do tubo aletado

Ponto Valor da temperatura (oC)

Fluido Interno 62

Superfície Interna do Tubo 59,99

Superfície Externa do Tubo 57,80

Superfície Externa da Aleta 45,02

Os resultados do arraste sobre o tubo causado pelo escoamento de ar são mostrados

na figura a seguir, tirada do PHOENICS:

4.2 Banco de Tubos Aletados

Os tópicos passados formaram o objetivo principal desse trabalho. Entretanto,

escolheu-se simular também o comportamento do mesmo escoamento em um volume de

controle envolvendo um banco de tubos, ou melhor, uma seção de um banco de tubos.

Como forma de referência, foram observados os estudos de Kays e London

(1984). A figura 50 mostra o desenho de trocador de calor compacto estudado pelos autores

que mais se aproximou ao proposto no presente trabalho. Assim, seguindo essa sugestão de

configuração, o VC da seção estudada anteriormente foi extendido para formação de um

VC de um feixe de tubos.

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Fig. 50 Configuração de trocador de calor compacto estudado por Kays e London (1984)

4.2.1 Escolha da Malha

Para essa simulação, escolheu-se uma malha bastante refinada, mostrada na tab. 4 e

fig. 51. Entretanto, devido ao grande número de subdivisões do domínio, as regiões não

serão detalhadas. Novamente, deve-se comentar que para um processo em uma indústria em

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que o tempo tem custo, outras alternativas devem ser analisadas, buscando-se um maior

parâmetro iteração/tempo.

Tabela 4 Informações da malha utilizada na simulação do banco de tubos Modelo de

Turbulência

Quantidade de

volumes

Número de

Regiões

Tolerância

(m) Iterações Tempo (s) Iterações/tempo

LVEL/

Regime

Permanente

NX = 254 30

10-5 2000 30,18 hs =

109.008 s 0,0183 NY = 35 3

NZ = 163 13

Fig. 51 Informações da malha utilizada na simulação do banco de tubos

As figura 52 e 53 mostram com detalhes a malha utilizada para a simulação.

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Fig. 52 Plano XZ mostrando a malha utilizada para o banco de tubos

Fig. 53 Plano YZ mostrando a malha utilizada para o banco de tubos

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Conforme sugerido pelos autores já citados, o domínio fora montado como mostra

a fig. 54.

Fig. 54 Domínio utilizado e VC do banco de tubos para simulação

4.2.2 Resultados

As figs. 55 e 56 mostram a distribuição de pressão no feixe de tubos. A

configuração para cada tubo é similar com o que já fora analisado para uma seção.

Entretanto, para os tubos mais próximos da entrada do escoamento, percebem-se valores de

pressão maiores nas superfícies superiores de cada.

A fig. 56 aborda a mesma situação, entretanto no plano das aletas. Para ambos os

casos, na saída, os valores de pressão relativa são negativos, ou seja, pressões menores que

o valor de referência, entretanto, para o plano das aletas, os valores de pressão foram

maiores. Uma média de 45, 72 Pa contra 42,82 Pa no caso da fig. 55.

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Fig. 55 Distribuição de Pressão em torno do banco de tubos (Plano XZ)

Fig. 56 Distribuição de Pressão no plano das aletas no banco de tubos (Plano XZ)

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As figuras 57 a 60 a seguir mostram a distribuição de velocidade no interior do feixe

de tubos. A primeira em torno dos tubos apenas, a segunda a mesma condição, mas vetorial

e a terceira e quarta seguem a seqüência, entretanto, para o plano da aleta.

Em ambos, oberva-se recirculação na esteira da fileira de tubos superior, pois

encontram-se valores de velocidade de maior magnitude. Para os tubos, entretanto, a

separação da camada limite ocorre na região média do cilindro, enquanto que na aleta essa

separação ocorre a jusante da sua linha de centro. Nota-se também, em ambos os casos, a

influência dos tubos subseqüentes na calda da esteira do tubo a montante do escoamento.

Fig. 57 Distribuição de Velocidade em torno do banco de tubos (Plano XZ)

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Fig. 58 Distribuição de Velocidade Vetorial em torno do banco de tubos (Plano XZ)

Fig. 59 Distribuição de Velocidade no plano das aletas no banco de tubos (Plano XZ)

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Fig. 60 Distribuição de Velocidade Vetorial no plano das aletas no banco de tubos (Plano XZ)

As figuras 61 a 64 mostram a distribuição de temperatura no banco de tubos. Pode-

se notar claramente, nesse caso ainda mais que no caso da seção isolada estudada

anteriormente, valores mais altos de temperatura no plano que envolve as aletas,

principalmente na esteira formada.

Isoladamente, os casos são bastante similares com a análise feita no estudo prévio.

Em ambos os casos, também á claro a influência no gradiente de temperatura do

escoamento externo da fileira de tubos superior

A fig. 65 mostra a mesma análise de temperatura porém para o banco de tubos como

um todo, mostrando o plano XY na saída do escoamento. Assim, para o ar que entrou no

domínio a uma temperatura de 27 oC, o maior valor de temperatura encontrado foi de 36,25 oC na região do plano das aletas, complementando os demais resultados e as análises feitas

sobre cada situação.

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Fig. 61 Distribuição de Temperatura em torno do banco de tubos (Plano XZ)

Fig. 62 Distribuição de Temperatura no plano das aletas no banco de tubos (Plano XZ)

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Fig. 63 Distribuição de Temperatura em torno dos tubos aletados superiores no feixe (Plano XY)

Fig. 64 Distribuição de Temperatura em torno dos tubos aletados inferiores no feixe (Plano XY)

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Fig. 65 Distribuição de Temperatura no plano XY na saída do banco de tubos aletados

5. COMPARAÇÃO COM OUTRAS SOLUÇÕES E COMENTÁRIOS FINAIS

Como já fora dito, a simulação restrita à seção do tubo se mostrou muito

interessante no seu decorrer, pois, apenas com essa avaliação mais local, puderam ser

avaliadas importantes situações que acontecem no fenômeno fluidodinâmico e energético

do comportamento do escoamento externo.

Os pontos mais importantes do escoamento foram obtidos no PHOENICS

com o probe e comparados com os estados obtidos utilizando o conceito de resistência

térmica, conforme mostra a tab. 5.

Tab. 5 Comparação entre os resultados principais obtidos analiticamente e com a simulação do

PHOENICS

Ponto Solução Numérica (PHOENICS)

Solução Analítica Erro Relativo

Fluido Interno 62 oC (Imposta) 62 oC -

Superfície Interna do Tubo 59,99 oC 59,9 oC 0,15 %

Superfície Externa do Tubo 57,80 oC 59,8 oC 3,46 %

Superfície Externa da Aleta 45,02 oC 47,7 oC 5,62 %

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Por fim, conforme já discutido, foi feita uma extensão do VC analisado para o

estudo de uma seção de um banco de tubos, cuja configuração foi sugerida por Kays e

London (1984). Entretanto, houve uma pequena diferença entre alguns parâmetros, pois a

seção isolada fora feito inicialmente com dimensões físicas um pouco diferentes. A tab. 6

abaixo resume as diferença entre a o sistema estudado pelos autores (fig. 50, pg. 51) e a

extensão do VC simulada no presente trabalho.

Tab. 6 Comparação entre os parâmetros principais do gráfico de Kays e London e os parâmetros

utilizados na simulação desse trabalho

Kays e London (1984) Esse Trabalho

Diâmetro do tubo 26 mm 25 mm

Diâmetro da Aleta 44 mm 45 mm

Espessura da Aleta 0,3 mm 3 mm

Distância horizontal entre tubos 78,2 mm 78 mm

Distância vertical entre tubos 52 mm 52 mm

De qualquer forma, apesar da diferença de alguns parâmetros, a escolha da

configuração foi tida como referência, haja vista que, conforme já explicado, o objetivo

principal do trabalho era a avaliação local em uma seção de um tubo com uma aleta.

Assim, como comparação, pode-se citar que, mesmo para as condições similares, o

gráfico de Kays e London fornecem um valor de

pcmh

.3/2 /Pr de 0,003, enquanto que o

valor obtido para o presente trabalho foi de 0,0066. Apesar da mesma ordem de grande,

isso representa um erro maior que 50 %, por motivos já explicados.

As simulações no PHOENICS foram bastante satisfatórias, pois retrataram

qualitativamente com clareza todo o conhecimento acerca do desenvolvimento

fluidodinâmico e térmico de escoamentos cruzados em tubos e em feixes de tubos. Além

disso, foram feitas análises minuciosas da variação das propriedades mais importantes

durante esse processo e pode-se ver sua importância no decorrer do trabalho.

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6. REFERÊNCIAS

Delgaudio, C. V. P., Vianna Junior, A. S. Análise de Diferentes Modelos de Turbulência

em um Caso Prático: Refrigeração de uma Sala. XI Encontro de Modelagem

Computacional, Volta Redonda, RJ, 2008.

Dewitt, D.P., Incropera, F.P., 2003, “Fundamentos da transferência de calor e massa”, 5a

edição, Ed. LTC, S. Paulo, Brasil.

Fox, R. W., Mc Donald, A. T., 2001, “Introdução à Mecânica dos Fluidos”, LTC 5ª

Edição, Rio de Janeiro

Jalaiah, N., and Raghavan, V.R., 2002, “Effects of blockage on flow and heat transfer

over a tube in cross flow”, Proc., 12th International Heat Transfer Conference, Grenoble,

France, pp. 711-716.

Kays, W. M., London, A. L., 1984. Compact Heat Exchangers, 3rd edition, McGraw-Hill,

New York.

Morales, R. E. M. Simulação numérica do escoamento livre em um canal helicoidal de

seção retangular. Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de

Campinas, 2000. 223 p. Tese (doutorado).

POLIS/Phoenics. Acesso em 23/05/2009. Disponível em

http://www.cham.co.uk/phoenics/d_polis/d_enc/encindex.htm.

Rangan, B. K., Krishnamurthy , A., Raghavan, V. R., 2003. “Analysis of Flow and Heat

Transfer at a Finned Tube in Crossflow”. ASME Summer Heat Transfer Conference. Las

Vegas, Nevada, USA

Stebener H., 2001, “Numerical analysis of flow past a circular finned cylindrical tube,”

Diplomarbeit, Indian Institute of Technology Madras and University of Hamburg.

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