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DIOGO CERVELIN MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GENERALIZADO: DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO EM ANÁLISE NÃO- LINEAR UTILIZANDO ELEMENTO DE PÓRTICO ESPACIAL DE ALTA ORDEM Curitiba 2014

Métodos dos elementos finitos generalizado

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  • DIOGO CERVELIN

    MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GENERALIZADO: DESENVOLVIMENTO E APLICAO EM ANLISE NO-

    LINEAR UTILIZANDO ELEMENTO DE PRTICO ESPACIAL DE ALTA ORDEM

    Curitiba 2014

  • DIOGO CERVELIN

    MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GENERALIZADO: DESENVOLVIMENTO E APLICAO EM ANLISE NO-

    LINEAR UTILIZANDO ELEMENTO DE PRTICO ESPACIAL DE ALTA ORDEM

    Dissertao aprovada como requisito parcial para obteno do grau de Mestre em Engenharia, Curso de Ps-Graduao em Engenharia Mecnica, Escola Politcnica, Pontifcia Universidade Catlica do Paran.

    Orientador: Roberto Dalledone Machado, D. Eng.

    Curitiba 2014

  • Dados da Catalogao na Publicao Pontifcia Universidade Catlica do Paran

    Sistema Integrado de Bibliotecas SIBI/PUCPR Biblioteca Central

    Cervelin, Diogo C419m Mtodo dos elementos finitos generalizado : desenvolvimento e aplicao 2014 em anlise no-linear utilizando elemento de prtico espacial de alta ordem ; orientador, Roberto Dalledone Machado. 2014. 102 f. : il. ; 30 cm Dissertao (mestrado) Pontifcia Universidade Catlica do Paran, Curitiba, 2014 Bibliografia: f. 99-102 1. Engenharia mecnica. 2. Mtodo dos elementos finitos. 3. Polinmios. I. Machado, Roberto Dalledone. II. Pontifcia Universidade Catlica do Paran. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Mecnica. III. Ttulo. CDD 20. ed. 620.1

  • DEDICATRIA

    Dedico este trabalho aos meus familiares e minha esposa.

  • AGRADECIMENTOS

    Deus, Nossa Senhora do Perptuo Socorro e um esprito amigo, pela luz divina.

    Aos meus familiares, pelo amor e apoio nos momentos de desanimo e dificuldade.

    minha esposa Maria Eugnia, pelo amor, carinho e pacincia durante esta importante e difcil etapa.

    Ao professor Roberto Dalledone Machado, pela amizade e orientao.

    Ao professor Shang, pelas sugestes e ensinamentos que me ajudaram no desenvolvimento deste trabalho.

    Aos meus amigos, pela amizade.

    PUCPR, pela oportunidade de desenvolver o meu trabalho de mestrado.

  • SUMRIO

    1. INTRODUO .......................................................................................... 19

    1.1 MOTIVAO ................................................................................................. 21

    1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 23

    1.3 OBJETIVO ESPECFICO ............................................................................... 23

    1.4 REVISO BIBLIOGRFICA ........................................................................ 24

    1.5 ORGANIZAO DO TRABALHO ............................................................... 28

    2. REVISO TERICA ................................................................................. 30

    2.1 MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ...................................................... 30

    2.2 MECNICA DO CONTNUO ....................................................................... 35

    2.3 PRINCPIO DOS TRABALHOS VIRTUAIS ................................................ 36

    2.4 FORMULAO DE ELEMENTO DE VIGA DE EULERBERNOULLI .. 42

    2.5 RELAO DEFORMAO DESLOCAMENTO ..................................... 44

    2.6 ELEMENTO DE PRTICO............................................................................ 48

    2.7 MATRIZES DE DEFORMAO DESLOCAMENTO.............................. 51

    2.8 ANLISE NO-LINEAR ............................................................................... 53

    2.8.1 TENSES PRINCIPAIS .......................................................................... 56

    2.8.2 PLASTICIDADE ..................................................................................... 57

    2.8.3 MTODO DE NEWTON-RAPHSON .................................................... 60

    3. MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GENERALIZADO ...................... 64

    3.1 MTODO DA PARTIO DA UNIDADE ................................................... 64

    3.2 FUNES DE ENRIQUECIMENTO ............................................................ 68

    3.3 MONTAGEM DAS FUNES DE ENRIQUECIMENTO ........................... 74

    4. APLICAES ........................................................................................... 77

    4.1 RELAO CONSTITUTIVA ........................................................................ 78

    4.2 ANLISE NO-LINEAR DE BARRA SOB TRAO ............................... 80

  • 4.3 ANLISE LINEAR DE VIGA ....................................................................... 81

    4.4 ANLISE NO-LINEAR DE VIGA ............................................................. 84

    4.5 ANLISE SELETIVA .................................................................................... 87

    4.6 ANLISE NO-LINEAR DE VIGA BI APOIADA SOB MOMENTO

    CONCENTRADO ...................................................................................................... 91

    4.7 AVALIAO DO EFEITO DO MEFG NO CLCULO DE TENSES ...... 93

    5. CONCLUSO ............................................................................................ 97

    REFERENCIAS ................................................................................................ 99

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Subdiviso do Domnio: a) Caso Real; b) Discretizao do espao de

    elementos finitos representao das condies de contorno. ............................. 31

    Figura 2: Representao de corpo rgido. ............................................................... 35

    Figura 3: Referencial Lagrangeano Total. ............................................................... 38

    Figura 4: Referencial Lagrangeano Atualizado. ..................................................... 39

    Figura 5: Tpico de uma Viga de Euler-Bernoulli .................................................... 43

    Figura 6: Elemento de prtico tridimensional. ......................................................... 48

    Figura 7: Classificao das Anlises. ....................................................................... 55

    Figura 8: Superfcie de escoamento aps carregamento no material que

    apresenta encruamento isotrpico. ........................................................................... 58

    Figura 9: Superfcie de escoamento no espao de tenses. ............................... 59

    Figura 10: Projees das superfcies de escoamento de Tresca e Von Mises: a)

    Plano-; b) Plano 1-3 | 2-3. ................................................................................. 60

    Figura 11: Ilustrao do processo de iterao de Newton-Raphson em uma

    soluo genrica de um sistema de um nico grau de liberdade........................ 62

    Figura 12: Efeito Snap-Through. ............................................................................... 63

    Figura 13: Efeito Snap-Back. ..................................................................................... 63

    Figura 14: Cobertura {i} do domnio . .................................................................. 65

    Figura 15: Subdomnio e funes PU para uma malha de elemento

    unidimensionais do MEFG. ........................................................................................ 68

    Figura 16: Configurao da partio da unidade do MEF convencional (hi MEF),

    funo de enriquecimento (I) e funo enriquecida (hi MEFG) para o n inicial

    ( = -1) na direo do Eixo X1. ................................................................................... 70

    Figura 17: Configurao da partio da unidade do MEF convencional (hi

    MEF), funo de enriquecimento (I) e funo enriquecida (hi MEFG) para o n

    intermedirio ( = 0) na direo do Eixo X1. ............................................................ 70

    Figura 18: Configurao da partio da unidade do MEF convencional (hi MEF),

    funo de enriquecimento (I) e funo enriquecida (hi MEFG) para o n final

    (=1) na direo do Eixo X1........................................................................................ 71

  • Figura 19: Configurao da partio da unidade do MEF convencional (hi

    MEF), funo de enriquecimento (I) e funo enriquecida (hi MEFG) para o n

    inicial ( = -1) na direo dos Eixos X2 e X3. ........................................................... 72

    Figura 20: Configurao da partio da unidade do MEF convencional (hi

    MEF), funo de enriquecimento (I) e funo enriquecida (hi MEFG) para o n

    intermedirio ( = 0) na direo dos Eixos X2 e X3. ............................................... 72

    Figura 21: Configurao da partio da unidade do MEF convencional (hi

    MEF), funo de enriquecimento (I) e funo enriquecida (hi MEFG) para o n

    final (=1) na direo dos Eixos X2 e X3. ................................................................. 73

    Figura 22: Funes enriquecidas para os graus de liberdade, para barra e viga,

    de deslocamentos nas trs direes. ....................................................................... 73

    Figura 23: Graus de Liberdade Nodais acrescidos de 1 (um) nvel de

    enriquecimento. ............................................................................................................ 74

    Figura 24: Graus de Liberdade Nodais acrescidos de 2 (dois) nvel de

    enriquecimento. ............................................................................................................ 75

    Figura 25: Casos analisados em condio linear e no-linear; a) Trao em

    viga engastada; b) Flexo em viga bi apoiada. ...................................................... 78

    Figura 26: Diagrama Tenso x Deformao. .......................................................... 79

    Figura 27: Deslocamento axial x Log NGL para barra sob trao em anlise

    no-linear. ..................................................................................................................... 80

    Figura 28: Deslocamento vertical x Log NGL para viga sob flexo em anlise

    linear. ............................................................................................................................. 82

    Figura 29: Deslocamento vertical na viga biapoada em anlise linear

    considerando 1000 passos de carga, para 45 graus de liberdade...................... 83

    Figura 30: Deslocamento vertical x Log NGL para viga sob flexo em anlise

    no-linear. ..................................................................................................................... 84

    Figura 31: Deslocamento vertical na viga biapoada em anlise no-linear

    considerando 1000 passos de carga, para 45 graus de liberdade...................... 86

    Figura 32: Seletividade de um subdomnio para enriquecimento. ....................... 87

    Figura 33: Erro absoluto de deslocamentos em relao ao nmero de graus de

    liberdade para anlise linear para 1 passo de carga. ............................................ 88

    Figura 34: Erro absoluto de deslocamentos em relao ao nmero de graus de

    liberdade para anlise linear para 10 passos de carga. ........................................ 89

  • Figura 35: Erro absoluto de deslocamentos em relao ao nmero de graus de

    liberdade para anlise linear para 1000 passos de carga. ................................... 89

    Figura 36: Erro absoluto de deslocamentos em relao ao nmero de graus de

    liberdade para anlise no-linear para 10 passos de carga. ................................ 90

    Figura 37: Erro absoluto de deslocamentos em relao ao nmero de graus de

    liberdade para anlise no-linear para 100 passos de carga. ............................. 90

    Figura 38: Erro absoluto de deslocamentos em relao ao nmero de graus de

    liberdade para anlise no-linear para 1000 passos de carga. ........................... 91

    Figura 39: Modelo de duto analisado. ...................................................................... 92

    Figura 40: Deslocamento vertical no duto em funo do carregamento de

    momento concentrado. ............................................................................................... 93

    Figura 41: Tenso de Von Mises ao longo da viga biapoiada. ............................ 94

    Figura 42: Tenso de Von Mises ao longo do elemento considerando 2 nveis

    de enriquecimento. ...................................................................................................... 95

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Classificao de Anlises No-Lineares. ............................................... 54

    Tabela 2: Foras aplicadas nas anlises de trao e flexo, linear e no-linear.

    ........................................................................................................................................ 77

    Tabela 3: Valores para Diagrama Tenso x Deformao. .................................... 79

    Tabela 4: Erro relativo do deslocamento axial com o valor analtico em funo

    do nmero de elementos. ........................................................................................... 81

    Tabela 5: Erro relativo do deslocamento vertical com o valor analtico em

    funo do nmero de elementos no caos de anlise linear de viga. .................. 82

    Tabela 6: Deslocamento vertical na viga biapoada, para ltimo passo de carga,

    em anlise linear considerando 1000 passos de carga, para 45 graus de

    liberdade. ....................................................................................................................... 84

    Tabela 7: Erro relativo do deslocamento vertical com o valor analtico em

    funo do nmero de elementos no caso de anlise no-linear de viga. .......... 85

    Tabela 8: Deslocamento vertical na viga biapoada, para ltimo passo de carga,

    em anlise no-linear considerando 1000 passos de carga, para 45 graus de

    liberdade. ....................................................................................................................... 86

    Tabela 9: Tenso de Von Mises. ............................................................................... 96

  • LISTA DE SIGLAS

    MEF Mtodo dos Elementos Finitos

    MEFG Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado

    MPU Mtodo da Partio da Unidade

    PU Partio da Unidade

  • LISTA DE SMBOLOS

    a Vetor de acelerao de campo

    A rea

    aij Graus de liberdade nodal

    b Vetor de foras de campo atuantes no elemento

    bij Graus de liberdade de campo

    j Fator multiplicador da funo de enriquecimento associado ao nvel de

    enriquecimento j

    LtB0 - Matriz linear de deformao-deslocamento no tempo t

    NLt B10 - Matriz no-linear de deformao-deslocamento no tempo t

    NLt B20 - Matriz no-linear de deformao-deslocamento no tempo t

    NLt B30 - Matriz no-linear de deformao-deslocamento no tempo t C Matriz de coeficiente de amortecimento

    tCEP Componentes da Matriz Constitutiva Elastoplstica

    D Matriz de relao constitutiva do material

    Vetor de deformao global

    i Vetor de deformao nodal

    Deformao na direo x1 no eixo centroidal

    - Deformao incremental linear axial no eixo centroidal no tempo zero da

    configurao de referncia

    - Deformao incremental no-linear axial no eixo centroidal no tempo zero

    da configurao de referncia

  • E Mdulo de Young

    Et Mdulo Tangente

    ; Superfcie de Escoamento F Vetor de foras globais

    Fi Vetor de foras nodais

    Feq - Fora axial equivalente

    FAS Fora incremental da mola de solo longitudinal no tempo t

    FBS Fora incremental de compresso da mola de solo de base no tempo t

    FUS Fora incremental de compresso da mola de solo de levantamento no

    tempo t

    FRLS Fora incremental de compresso da mola de solo lateral direita no tempo

    t

    t+tfiB - Componente das foras externas aplicadas por unidade de volume

    analisadas no tempo t+t

    t+tfiS - Componentes das foras de trao externas aplicadas por unidade de

    rea analisadas no tempo t+t

    Ht0 Matriz das funes de forma de elementos finitos

    htH0 Matriz das funes de forma de elementos finitos generalizado

    I1, I2, I3 Invariantes do Tensor de Tenses de Cauchy

    J1, J2, J3 Invariantes do Tensor Deviatrio de Tenses

    j Nvel de enriquecimento

    K Matriz de rigidez de corpo rgido

    Constante de rigidez da mola de solo longitudinal no tempo t

    Constante de rigidez da mola de solo de base no tempo t

    Constante de rigidez da mola de solo de levantamento no tempo t

  • Constante de rigidez da mola de solo lateral esquerda no tempo t

    Constante de rigidez da mola de solo lateral direita no tempo t

    Deformao incremental da mola de solo longitudinal no tempo t

    Deformao incremental da mola de solo de base no tempo t

    Deformao incremental da mola de solo de levantamento no tempo t

    Deformao incremental da mola de solo lateral esquerda no tempo t

    - Deformao incremental da mola de solo lateral direita no tempo t L Operador Linear

    M Matriz de massa do corpo

    Momento equivalente em relao direo x2

    Momento equivalente em relao direo x3

    N Vetor de funes interpoladoras de elementos finitos

    Vetor de tenses de Cauchy

    esc Tenso de Escoamento

    m Tenso Mdia

    (n) Tenso Normal de superfcie direo n

    t - Tempo

    Tenso de Cisalhamento direo n

    Componentes do Tensor de Tenses de Cauchy no tempo t

    Densidade

    t - Densidade no tempo t

    0 Densidade na configurao inicial

    Sij Tensor Deviatrio de Tenses

  • Componentes do segundo tensor de tenses de Piolla-Kirchoff no tempo

    t+t com referncia configurao inicial

    - Componentes do tensor de deformaes de Green-Lagrange no tempo

    t+t com referncia configurao inicial

    t(n) Foras de Trao de Superfcie na direo n

    ni, nj Vetor unitrio na direo i e j

    Vetor de acelerao global do corpo rgido

    Vetor de velocidade global do corpo rgido

    Vetor de deslocamento global do corpo rgido

    Ui Vetor de deslocamento nodal do corpo rgido

    Coeficiente de Poisson

    t u0, t v0, t w0 - Componentes de deslocamentos do eixo centroidal no tempo t em

    relao configurao de referncia

    u, v, w - Componentes de deslocamento

    eMEFu Deslocamento nodal de elementos finitos

    eENRIQu - Deslocamento nodal de enriquecimento

    ehu - Deslocamento nodal aproximado pelas funes de enriquecimento

    - Rotao incremental em torno do eixo x2 no tempo t em relao

    configurao de referncia

    - Rotao incremental em torno do eixo x3 no tempo t em relao

    configurao de referncia

    Curvatura incremental no-linear em torno do eixo x3 Curvatura incremental no-linear em torno do eixo x2

    Curvatura incremental linear em torno do eixo x3

  • Curvatura incremental linear em torno do eixo x2

    Curvatura incremental em torno do eixo x2 no tempo t em relao configurao de referncia.

    Curvatura incremental em torno do eixo x3 no tempo t em relao configurao de referncia.

    - Domnio

    i Funes Partio da Unidade

    {i} Subcobertura do domnio relacionada s funes partio da unidade

    j Funes de enriquecimento

    x1, x2, x3 - Coordenadas cartesianas locais

    , , - Coordenadas cartesianas globais - Coordenada natural axial

    Wint Energia Potencial Interna

    Wext Energia Potencial Externa

  • RESUMO

    Cervelin, D. Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado: Desenvolvimento e

    Aplicao em Anlise No-Linear Utilizando Elemento de Prtico Espacial de

    Alta Ordem. Dissertao (Mestrado) Escola Politcnica, Programa de Ps-

    Graduao em Engenharia Mecnica, Pontifcia Universidade Catlica do

    Paran, Curitiba, 2014.

    O Mtodo dos Elementos Finitos utilizado em diversas aplicaes da

    engenharia, mais usualmente aplicado no estudo de problemas com elevados

    gradientes de tenso, trincas, analises de vibrao, entre outros, buscando maior

    confiabilidade no projeto de estruturas. Devido ao elevado grau de complexidade

    de alguns problemas, o tempo computacional demandado pode ser

    consideravelmente alto. Na busca pela obteno de resultados de picos de

    tenses ou deslocamentos, pode-se enriquecer o campo de deslocamentos do

    MEF. Um destes procedimentos chamado MEFG Mtodo dos Elementos

    Finitos Generalizado. O principal objetivo deste trabalho desenvolver uma

    formulao de enriquecimento de um elemento de elevada ordem polinomial, de

    viga, que seja capaz de aprimorar os resultados numricos da aproximao

    convencional. Alguns exemplos so modelados para mostrar a performance do

    MEFG e os resultados so comparados com software comercial e com solues

    analticas. So testados tambm diferentes nveis de enriquecimento bem como

    a seletividade de elementos a serem enriquecidos. O MEFG desenvolvido para

    um elemento de viga de Euler-Bernoulli 3D com funes polinomiais de elevada

    ordem. Os resultados encontrados mostram que o mtodo mais eficiente na

    obteno de resultados de tenses ao invs de deslocamentos. Alm disso,

    melhores resultados com a utilizao do MEFG foram obtidos em anlises com

    consideraes de no-linearidade material.

    Palavras-Chave: Funes de Enriquecimento, MEFG, Elevada Ordem Polinomial, Viga de Euler-Bernoulli, Partio da Unidade.

  • ABSTRACT

    Cervelin, D. Generalized Finite Element Method: Development and Application in

    Non-Linear Analysis Using a High Order Space Frame Element. Dissertao

    (Mestrado) Escola Politcnica, Programa de Ps-Graduao em Engenharia

    Mecnica, Pontifcia Universidade Catlica do Paran, Curitiba, 2014.

    The Finite Element Method is used in several engineering problems and more

    usually applied for the study of problems with high stress gradients, cracks,

    vibration analysis and so on, looking for more reliability in design of structures.

    Due the complexity of some problems, the computational time demanded can be

    very high. In order to obyain the peak of stress or displacements, it should enrich

    the FEM displacement field. One of these procedures is called GFEM -

    Generalized Finite Element Method. The main objective of this work is to develop

    a formulation that is able to enrich a high polynomial order beam element in order

    to improve the numerical results of the conventional approach. Some examples

    are modeled to show the performance of GFEM and the results are compared

    with commercial software and analytical solutions. Also are tested different

    enrichment levels as well as only some elements are enriched instead of all

    element. The GFEM is developed for 3D Euler-Bernoulli beam element with high

    order of polynomial functions. Results shows that the proposed method is more

    efficient than FEM when tensions results are obtained instead of displacement

    results. Furthermore, better results using GFEM was obtained on analysis with

    material non-linearity considerations.

    Keywords: Enriched Functions, GFEM, High Order Polynomial Functions, Euler-Bernoulli Beam, Partition of Unity.

  • 19

    1. INTRODUO

    Constantemente mquinas, peas, estruturas metlicas, edificaes,

    veculos, ferramentas, entre outros, esto sujeitos a carregamentos e esforos

    das mais diversas naturezas. Os projetos, sejam eles de qualquer disciplina,

    eltrica, mecnica ou civil, tendem a ser cada vez mais otimizados e com foco

    na reduo de custo de fabricao e/ou produo, manufatura.

    Com a evoluo do mercado e da dificuldade das empresas em buscar o

    desenvolvimento prprio devido elevados custos operacionais e baixo retorno

    financeiro pelas vendas, os novos investimentos desejados pelas indstrias

    tendem a ser caracterizados por baixo custo de investimento inicial, conciliado

    com rapidez de execuo do projeto com confiabilidade e qualidade. Isto faz dos

    projetos mais otimizados e prximos dos limites dimensionais e de fatores de

    segurana admitidos. Tudo isto faz com que a excelncia na execuo do projeto

    seja alcanada de forma a se evitar problemas futuros, aps posta em marcha

    de tais equipamentos, mquinas, ferramentas, etc. As constantes mudanas

    climticas pelas quais o planeta est atravessando, devido principalmente pelo

    constante e gradual aumento do crescimento global, torna as estruturas mais

    exigidas sofrendo esforos de vibrao, dilatao trmica, entre outros.

    Da mesma forma como a medicina evolui no desenvolvimento de vacinas,

    remdios, pesquisas na cura de determinadas doenas ou da mesma forma

    como o direito busca a regulamentao e atualizao das normas legais dos

    pases, a engenharia precisa buscar o desenvolvimento de ferramentas e

    processos que otimizem a indstria seja isso da maneira que for conveniente e

    necessria. Entenda-se melhoria contnua em processos operacionais, busca

    pela excelncia na execuo de projetos, processos de manufatura, dentre

    outros.

    Umas das principais ferramentas utilizadas por engenheiros so as

    chamadas ferramentas computacionais, softwares capazes de executar clculos

    e anlises complexas em um curto espao de tempo que levariam muito tempo,

    ou at mesmo seriam impossveis e inviveis, de serem realizados mo. A

    pesquisa e desenvolvimento destes de extrema importncia, tornando-as

    rpidas, fceis de se manipular e eficazes, com alta eficincia e confiabilidade.

  • 20

    O Mtodo dos Elementos Finitos muito usado na indstria para

    execuo de projetos e otimizaes dos mesmos. Anlises de fadiga e fratura,

    anlises estticas com linearidade e no-linearidade geomtrica e de material e

    anlises dinmicas so algumas das aplicaes deste mtodo. Diversos so os

    softwares comerciais disponveis no mercado os quais utilizam a Teoria do

    Mtodo dos Elementos Finitos, como por exemplo: Algor, Ansys, Catia, Solid

    Works, Solid Edge, Pro-E, Hyper Mesh, etc.

    Apesar de ser um mtodo consagrado e eficiente, em algumas situaes

    pode-se encontrar algumas limitaes na utilizao destes softwares. Problemas

    da mecnica da fratura, mecnica do dano, problemas com consideraes de

    concentrao de tenso, entre outros, demandam elevado esforo

    computacional em funo das particularidades de cada problema, como o caso

    da mecnica da fartura por exemplo, onde a obteno do efeito da singularidade

    na ponta de trincas requer malhas de elementos finitos extremamente refinadas.

    Em diversos casos na utilizao do MEF faz-se necessrio uma correta e

    precisa criao da malha de elementos finitos devido ao grau de complexidade

    do problema tornando a simulao onerosa e tambm reduzindo a eficincia do

    mtodo, em outras palavras, a malha de elementos finitos deve ser to refinada

    quanto necessria de forma a se alcanar o menor erro da soluo. Outro fator

    impactante o fato de que a cada refino de malha um novo conjunto de matrizes

    de rigidez deve ser recriado e recalculado, aumento assim ainda mais a

    demanda de tempo de processamento.

    Tendo isto em vista, desenvolveu-se (Melenk e Babuska (1996), Babuska

    et. al (2000), entre outros) o Mtodo da Partio da Unidade e em seguida o

    Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado os quais tornaram possvel a

    incluso na formulao do MEF funes de efeitos conhecidos de forma a

    capturar comportamentos determinados, tais como singularidades, oscilaes de

    valores no tempo, entre outros. Este mtodo permitiu o enriquecimento no campo

    de variveis com caractersticas de refinamento hierrquico, reduzindo a

    demanda computacional e aumentando a eficincia nas simulaes,

    principalmente em situaes com elevado grau de complexidade.

    Sendo assim, este trabalho prope o estudo e desenvolvimento de uma

    formulao adaptada atravs do Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado

    que seja capaz de avaliar os efeitos causados em vigas por foras estticas, as

  • 21

    quais podem levar o material ao regime plstico. Uma das aplicaes da

    formulao ser na anlise de dutos, pois sabe-se que estas estruturas so

    submetidas a esforos extremos e constantes. Nos prximos captulos sero

    realizadas revises bibliogrficas e tericas a respeito deste tema.

    1.1 MOTIVAO

    A principal motivao deste trabalho a possibilidade de adaptao do

    mtodo dos elementos finitos convencional, um mtodo consagrado, atravs da

    tcnica de enriquecimento das funes de forma com o uso do Mtodo da

    Partio da Unidade para a soluo de equaes diferenciais em problemas da

    mecnica. Este mtodo tambm conhecido como Mtodo dos Elementos

    Finitos Generalizado.

    Algumas das principais vantagens em torno da implementao do Mtodo

    dos Elementos Finitos Generalizado so:

    Possibilidade de considerar o comportamento prvio de uma determinada

    soluo no espao de aproximao de elementos finitos atravs da

    incluso de funes de enriquecimento na formulao de elementos

    finitos;

    Obteno de efeitos ou comportamentos localizados;

    A habilidade de construir um espao de elementos finitos com qualquer

    que seja a sua regularidade e/ou comportamento;

    A no necessidade de criao de uma complexa malha de elementos

    finitos para resoluo de problemas com elevado grau de complexidade,

    pelo fato da possibilidade de implementao de diferentes nveis de

    enriquecimento no modelo, tcnica esta ser revisada nas sees

    seguintes;

    O fato de este mtodo possuir caractersticas hierrquicas;

    De acordo com alguns trabalhos presentes na literatura, como por

    exemplo, Babuska et. al (2000), Osborn et. al (2002), entre outros, percebe-se

    que o MEFG pode proporcionar bons resultados e resoluo de determinados

  • 22

    problemas que o mtodo clssico de elementos finitos falha ou extremamente

    demandado e com baixa eficincia, tais como problemas da mecnica da fratura

    problemas da dinmica das estruturas, entre outros. Esta boa eficincia do

    mtodo se d basicamente pelo fato de que possvel a incluso de informaes

    analticas do problema dentro do espao de elementos finitos.

    Diversas so as aplicaes do MEFG presentes na literatura como, por

    exemplo: Anlise dinmica com foras variveis no tempo, anlise de vibrao,

    mecnica do dano, mecnica da fratura, entre outros. No foram encontrados

    ainda estudos que mostrem a implementao deste mtodo em anlises

    estticas com consideraes de no-linearidade geomtrica e material utilizando

    elemento com funes de ordem elevada.

  • 23

    1.2 OBJETIVO GERAL

    Este trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento e

    implementao do Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado em um cdigo

    computacional para a obteno de efeitos localizados em estruturas sujeitas a

    carregamentos diversos em anlises com consideraes de no-linearidade

    material. O elemento implementado est baseado nos trabalhos de Meja (2003),

    Souza (2005) e Shang (2009), e admite a ocorrncia de efeitos no lineares

    produzidos pela plastificao do material. O programa base foi desenvolvido em

    linguagem FORTRAN a partir do cdigo adaptado por Shang (2009), designado

    por APC3D_Multilinear.

    1.3 OBJETIVO ESPECFICO

    Os objetivos especficos deste trabalho so:

    Adaptar o cdigo computacional APC3D_Multilinear

    implementando a Teoria do Mtodo dos Elementos Finitos

    Generalizado;

    Avaliar o efeito das funes de enriquecimento em anlises com

    consideraes de linearidade e no-linearidade material;

    Modelagem de duto avaliando o comportamento de deslocamentos

    e tenses locais;

  • 24

    1.4 REVISO BIBLIOGRFICA

    O Mtodo dos Elementos Finitos um mtodo muito utilizado em anlises

    computacionais e projetos diversos. Os resultados obtidos por este mtodo so

    em geral precisos e confiveis. Pesquisas esto sendo desenvolvidas e alguns

    mtodos mais eficientes esto sendo descobertos, dentre eles est o Mtodo

    dos Elementos Finitos Generalizado. O presente estudo se baseia no trabalho

    desenvolvido por Shang (2009). Este utilizou o programa escrito em linguagem

    FORTRAN, sob o nome de APC3D_Multilinear, para realizar anlises do efeito

    de concentrao de tenses em dutos corrodos atravs de elemento de prtico

    uniaxial tridimensional. Foram considerados efeitos de no-linearidade fsica na

    formulao do elemento. Baseado nesta referncia, o presente trabalho prope

    a adaptao do programa atravs do Mtodo dos Elementos Finitos

    Generalizado.

    O Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado foi introduzido inicialmente

    por Babuska et. al (2000) e baseado no Mtodo da Partio da Unidade, o qual

    foi apresentado na literatura pelo mesmo autor. Melenk e Babuska (1996)

    apresentaram a fundamentao matemtica bsica do MPU analisando e

    definindo os mtodos de escolha das parties da unidade para enriquecimento

    do espao de elementos finitos. Mostrou-se nestes trabalhos a eficcia deste

    novo mtodo quando desenvolvido para problemas Laplacianos, problemas da

    elasticidade e problemas de Helmholtz.

    No trabalho de Babuska, Banerjee e Osborn (2002) foram apresentadas

    diversas formulaes para o Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado

    (MEFG) e suas consequncias na soluo de problemas de equaes

    diferenciais. Uma noo quantitativa de robustez do mtodo apresentada e

    discutida alm de conclurem que funes polinomiais so muito eficientes na

    implementao do campo de enriquecimento.

    Por sua vez, Barros, Proena e Barcellos (2002) propuseram um

    estimador de erros utilizado no procedimento de soluo de equaes

    diferenciais de Newton-Raphson, com aplicao em problemas no-lineares de

    vigas de concreto armado abrangendo a formulao do MEFG. Os resultados

    mostraram a eficincia do mtodo enriquecido sendo pontuado como principal

  • 25

    vantagem a simplicidade com que o refinamento p no-homogneo pode ser

    realizado, sem a necessidade de imposio de condies de contorno para as

    funes de aproximao.

    Barros (2002) analisou algumas formulaes de mtodos sem malha,

    dentre eles o mtodo das nuvens. Alm disso analisou o MEFG e apresentou as

    vantagens de cada mtodo. Os mtodos foram aplicados em anlises onde

    estruturas chegam ao regime de comportamento no-linear fsico no estudo da

    Mecnica do Dano Contnuo. Constatou-se uma grande flexibilidade no uso do

    MEFG pelo fato da independncia da malha e pelo fato da possibilidade de refino

    do sistema apenas no subdomnio desejado. Ainda, notou-se uma vantagem

    expressiva no uso de funes de aproximao tipo trigonomtrica em relao s

    funes polinomiais.

    Torres (2003) realizou anlises tridimensionais de modelos slidos

    considerando efeitos no-lineares, empregando o Mtodo dos Elementos Finitos

    Generalizado. Baseado nas anlises realizadas, conclui que o MEFG possui

    tima capacidade de aproximao dos resultados em subdomnios ou locais de

    interesse, no s em picos de resultados mas tambm na captura de gradientes

    de deformao e tenso na regio de interesse.

    Chessa e Belytschko (2003) apresentam um mtodo enriquecido no qual

    a interface entre a parcela de enriquecimento e a parcela de elementos finitos

    convencional pode se mover arbitrariamente por entre a malha sem a

    necessidade de criao de nova malha de elementos finitos. O enriquecimento

    implementado pelo Mtodo dos Elementos Finitos Estendido modelando

    descontinuidades no gradiente de velocidades na regio de interface atravs de

    partio da unidade local.

    Santana (2004), em uma anlise de propagao de trincas no contexto da

    mecnica da fratura linear elstica, estudou o emprego dos mtodos sem malha,

    os quais dispensam o uso da discretizao atravs de elementos sendo esta

    realizada atravs do emprego de ns distribudos sobre o domnio, bem como

    estudou o MEFG. Em seu trabalho, avalia as diferenas entre o MEF

    convencional, o Mtodo de Galerkin Sem Elementos (MGSE) e o MEFG em

    formulao uni e bidimensional. Constatou que o MEF captura de forma muito

    imprecisa os efeitos localizados. Para conseguir bons resultados o refino da

    malha deve ser alto, o que demanda muito tempo computacional. O MGSE

  • 26

    captura com mais eficincia os resultados locais, se comparado com o MEF

    tradicional, porm sua aproximao demanda maior esforo computacional, pelo

    fato das funes de forma serem obtidas atravs da soluo de um sistema de

    equaes em cada ponto do domnio, ao contrrio do MEF convencional, o qual

    obtm as funes de forma apenas nos ns do elemento. Pode ser uma

    formulao vantajosa para anlises tridimensionais onde a geometria e recriao

    de malhas pode se tornar onerosa. Constatou tambm que com o MEFG a

    captura dos efeitos locais muito precisa com a tcnica de enriquecimento das

    funes pelo fato de se escolher funes de enriquecimento que representam o

    resultado esperado. O MEFG baseado no conhecimento a priori da natureza

    da soluo, ou seja, as funes de enriquecimento representam o conhecimento

    prvio do comportamento da estrutura sujeita a determinado carregamento.

    Concluiu-se em uma comparao entre os mtodos que as solues numricas

    com o MEFG resultam no melhor custo-benefcio para o problema de

    propagao de trincas.

    Souza (2005) estudou o comportamento de dutos enterrados atravs de

    um modelo de viga. Algumas aplicaes deste trabalho sero reproduzidas no

    presente estudo atravs do mtodo de elementos finitos generalizado para efeito

    de validao do modelo proposto.

    O estudo de Mangini (2006) traz o Mtodo dos Elementos Finitos

    Generalizado aplicado na anlise de estruturas em casca de revoluo. Funes

    de enriquecimento polinomiais, exponenciais e trigonomtricas foram propostas

    para o enriquecimento do MEF convencional e observou-se que o mtodo

    proposto possui uma taxa de convergncia dos resultados significantemente

    maior que o mtodo convencional.

    O MEFG tambm pode ser aplicado no estudo da Mecnica da Fratura,

    como o caso do trabalho de Duarte e Kim (2008). O estudo aplica a tcnica de

    enriquecimento em problemas com mltiplas trincas no domnio e demonstra que

    a preciso do mtodo pode ser controlada usando um nmero fixo de graus de

    liberdade e de funes de enriquecimento.

    Arndt (2009) estudou o Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado

    aplicado em anlise de vibrao livre de estruturas reticuladas. Funes

    aproximadoras, tambm chamadas de funes de enriquecimento, foram

    propostas para elementos de barra e de viga de Euler-Bernoulli. Os diferentes

  • 27

    tipos e composio de funes foram analisadas para cada caso avaliando os

    erros relativos em relao s anlises via MEF convencional. Pode-se concluir

    neste trabalho tambm que o refino p gerou resultados mais precisos que o refino

    h. Outro resultado importante que o MEFG permite encontrar resultados

    precisos e com eficincia os quais no so possveis de se obter via MEF

    convencional, em situaes especficas.

    Torii (2012) aplicou o MEFG em anlise dinmica de barras, trelias,

    vigas, prticos, equao da onda bidimensional e estado plano de tenses.

    Anlises modal e transiente foram realizadas. Os resultados foram comparados

    com o MEF convencional polinomial. Observou-se que, em geral, o MEFG foi

    mais eficiente em problemas que envolvem os modos mais elevados de

    vibrao, os quais so de extrema importncia em problemas relativos

    propagao de ondas no domnio, indicando assim o potencial do mtodo dos

    elementos finitos generalizado.

    Muitas anlises requerem um grau de preciso tal que o mtodo dos

    elementos finitos convencional no consegue alcanar ou, quando alcana,

    demanda um esforo computacional muito grande atravs do alto refino da

    malha de elementos finitos. Em algumas situaes isto pode se tornar

    inconveniente em funo do tempo disponvel para as anlises, em funo das

    ferramentas ou equipamentos disponveis, etc. Problemas que levam em

    considerao a no-linearidade fsica ou geomtrica, problemas da mecnica da

    fratura, problemas de vibrao, problemas temporais, entre outros, requerem tal

    esforo computacional muitas vezes no disponvel. A tcnica de enriquecimento

    (MEFG) vem contribuir nestas situaes reduzindo o esforo computacional bem

    como aumentando a eficincia nas anlises com um considervel ganho na

    preciso dos resultados. Alm disso, situaes e comportamentos especficos

    ao problema podem ser simulados com mais eficincia atravs do MEFG.

    Os trabalhos encontrados na literatura aplicam a tcnica em elementos de

    barra, viga, prtico, entre outros, bem como em situaes de linearidade e no-

    linearidade fsica do modelo. O presente trabalho prope o emprego deste

    mtodo em um elemento de prtico uniaxial tridimensional de elevada ordem.

    Sero propostas algumas funes trigonomtricas para o enriquecimento das

    funes interpoladoras do mtodo dos elementos finitos e aplicadas em anlises

  • 28

    linear e no-linear. A seguir ser feita uma breve reviso terica para servir de

    base ao trabalho.

    1.5 ORGANIZAO DO TRABALHO

    O presente trabalho est divido basicamente em 4 captulos principais

    sendo em sequncia: Reviso Terica, Mtodo dos Elementos Finitos

    Generalizado, Aplicaes e Concluses.

    O captulo 2 apresenta uma reviso terica a qual formar uma base de

    estudo e referncia para o desenvolvimento do Mtodo dos Elementos Finitos

    Generelizado. Nesta seo sero tratados assuntos como a essncia do Mtodo

    dos Elementos Finitos e da Mecnica do Contnuo. Ser apresentado tambm o

    elemento finito que ser utilizado no desenvolvimento do trabalho, bem como

    suas caractersticas e formulaes. Uma breve reviso dos conceitos de

    plasticidade e mtodos de integrao numrica ser realizada.

    O captulo 3 tratar a respeito do Mtodo dos Elementos Finitos

    Generalizado tendo em vista a sua teoria bsica, derivada do Mtodo da Partio

    da Unidade, seu mtodo de adaptao ao MEF convencional e das tcnicas de

    implementao. Alm disso sero propostas funes de enriquecimento para

    implementao de cdigo computacional desenvolvido na plataforma

    FORTRAN.

    Por sua vez, o captulo 4 destinado s aplicaes do Mtodo dos

    Elementos Finitos Generalizado. Ser avaliado o modelo implementado com o

    uso de elemento de viga de Euler-Bernoulli com formulao enriquecida e

    aplicada na anlise de vigas com seo transversal circular sob carregamento

    axial e transversal, avaliando efeitos de linearidade e no-linearidade material.

    Uma anlise de validao do modelo proposto com referncia em um caso

    avaliado por Souza (2005) ser efetuada. Alm disso ser discutido a

    seletividade do enriquecimento do domnio, ou seja, as diferenas entre

    enriquecimento de todo o domnio ou de apenas parte do domnio nos resultados

    de deslocamento. As solues sero ento discutidas. Por fim ser avaliado o

    efeito do enriquecimento na anlise de tenses ao longo de um elemento,

    comparando os resultados com o MEF convencional.

  • 29

    Os resultados e concluses deste trabalho sero discutidos no captulo 5,

    bem como proposies para trabalhos futuros sero feitas. A seguir d-se incio

    reviso terica do presente trabalho.

  • 30

    2. REVISO TERICA

    Esta seo se destina uma reviso terica de alguns temas que so

    importantes para o estudo do Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado,

    formando assim uma base terica para a implementao da formulao. A

    reviso terica iniciar tratando o Mtodo dos Elementos Finitos.

    2.1 MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    O Mtodo dos Elementos Finitos (MEF) consiste em uma tcnica

    aproximativa para soluo de problemas das mais variadas formas. Esta tcnica

    amplamente aplicada, via anlise computacional, em casos onde uma soluo

    analtica no pode ser obtida, sendo ento a soluo por aproximao a mais

    indicada.

    Trata-se de um procedimento numrico para analisar estruturas e meios

    contnuos, sendo formulado atravs de equaes diferenciais e sujeito a

    condies de contorno, sendo ento muito utilizado em Problemas de Valor de

    Contorno.

    A tcnica consiste em subdividir, ou representar, o problema real em um

    domnio finito, subdivido em n partes. Cada subdiviso chamada de elemento.

    Quanto maior o nmero de elementos (i.e. mais subdivises no domnio) melhor

    ser a soluo encontrada. Este procedimento ser demonstrado nas sees a

    seguir.

    A Figura 1 exemplifica como realizada esta subdiviso. Na Figura 1.a)

    representado uma situao real, no caso um forno rotativo utilizado na indstria

    cimenteira e a Figura 1.b) representa a subdiviso do domnio de elementos

    finitos representando o caso real analisado.

  • 31

    Figura 1: Subdiviso do Domnio: a) Caso Real; b) Discretizao do espao de elementos

    finitos representao das condies de contorno.

    Os passos bsicos em uma anlise via Mtodo dos Elementos Finitos,

    usando o mtodo por deslocamentos, so:

    1. Subdividir a estrutura como um todo em pequenos elementos

    interconectados estruturalmente por pontos, denominados ns;

    2. Identificar as condies de contorno do sistema, impondo-as ao estudo

    de forma que correspondam correta resposta do sistema, em termos de

    deslocamento;

    3. Incorporar ao sistema as relaes constitutivas relacionadas anlise;

    4. Formular as equaes de equilbrio correspondentes e resolv-las;

    5. Com os deslocamentos conhecidos e as relaes constitutivas pr-

    definidas, calcular a distribuio interna de tenses dos elementos;

    6. Interpretar os resultados encontrados e compar-los com o resultado

    esperado do caso real.

    A Equao de Equilbrio do Movimento que descreve o Mtodo dos

    Elementos Finitos, em funo do tempo, para um caso genrico, dado por:

  • 32

    (1)

    Em que M a massa total do sistema, C representa o amortecimento do

    sistema dinmico, a acelerao total, a velocidade e U o deslocamento total do sistema, em consequncia das foras globais aplicadas F. Desconsiderando os efeitos inerciais e dinmicos, tem-se para a anlise esttica

    a seguinte Equao de Equilbrio simplificada:

    ; (2)

    Um elemento finito tpico e, conforme mostrado na Figura 1.1 para o

    estado plano de tenses, definido pelos ns i, j, m, etc. conectados por linhas

    entre si. Sejam os deslocamentos u em qualquer ponto dentro do elemento

    aproximados por:

    , ,

    ; (2.1)

    Figura 1.1: Domnio no estado plano de tenses dividido em elementos finitos.

  • 33

    Em que os componentes de N so funes prescritas, conhecidas como funes de forma ou de interpolao, e ue representam a lista de deslocamentos nodais para um elemento particular.

    No caso do estado plano de tenses, os deslocamentos horizontal e

    vertical correspondentes a um n i podem ser escritos como:

    ,, (2.2)

    De tal forma que, reescrevendo a equao (2.1):

    (3)

    E substituindo-a na equao (2), tem-se:

    (4)

    Onde K a matriz de rigidez do sistema, U o vetor de deslocamentos global do sistema, ui o vetor de deslocamentos nodais, F o vetor de foras globais, Fi o vetor de foras nodais e N a matriz das funes interpoladoras.

    As condies de contorno essenciais so incorporadas em F de forma que os deslocamentos possam ser ento calculados da seguinte maneira:

    (5)

    Com os deslocamentos conhecidos em todos os pontos dentro do

    elemento, as deformaes podem ser obtidas da seguinte maneira:

    (6)

    Em que L um operador linear. Usando a equao (3), a equao (6) pode ser aproximada como:

  • 34

    (6.1)

    Sendo,

    ; (6.2)

    A partir das deformaes determinadas e com as relaes constitutivas D previamente conhecidas, pode-se ento obter as tenses atuantes no elemento. Em geral, o material dentro do contorno do elemento pode estar sujeito

    a deformaes iniciais sejam elas de natureza quaisquer. Tais deformaes so

    chamadas de 0, sendo ento as tenses causadas pela diferena entre a deformao atual e inicial. Em adio a isto, pode-se assumir que o corpo em

    anlise esteja sob efeitos de tenses iniciais residuais 0 e que devem ser incorporadas na definio geral. Logo, assumindo um comportamento linear

    elstico qualquer, a relao linear entre tenses e deformaes escrita na

    forma:

    (7)

    Uma boa interpretao do Mtodo dos Elementos Finitos dada pela

    Equao (3), a qual relaciona o deslocamento global de um determinado domnio

    com os deslocamentos nodais atravs das chamadas Funes Interpoladoras

    ou Funes de Forma N. Estas funes polinomiais interpolam valores nodais subsequentes atravs de um sistema de equaes para obteno dos resultados

    globais. Desta maneira, entende-se que malhas refinadas possuem mais

    funes de forma interpolando valores nodais mais prximos entre si, obtendo

    assim resultados mais precisos do que malhas menos refinadas, ou seja, com

    menos elementos e por consequncia menor nmero de ns.

  • 35

    2.2 MECNICA DO CONTNUO

    Esta seo far uma rpida reviso a respeito da Mecnica do Contnuo

    levantando os principais conceitos a serem considerados como referncia no

    presente trabalho.

    De acordo com LUBLINER (2006), a mecnica do contnuo conhecida

    como sendo o estudo das foras e movimentos. Um determinado corpo rgido,

    sujeito a foras externas, pode deslocar-se no tempo ou ento sofrer

    deformaes elsticas e plsticas. O comportamento do corpo descrito pelas

    equaes variacionais, sejam elas, Princpio do Trabalho Virtual ou Princpio da

    Energia Potencial Total Estacionria. Estas formulaes buscam o equilbrio

    global do slido por meio da energia interna do corpo e das foras e reaes

    externas impostas ao slido, podendo ser analisadas em situaes de

    linearidade total e no linearidade fsica e/ou geomtrica. O estudo das anlises

    no-lineares ser discutido nas sees seguintes.

    Dado um corpo rgido no domnio , de volume dV, superfcie dS, foras

    externas F e condies de contorno R, conforme Figura 2:

    Figura 2: Representao de corpo rgido.

  • 36

    definido, pela equao denominada Equao do Movimento de Euler,

    ou Balano de Momento Linear ou Equao de Fora Global:

    (8)

    Onde a densidade (massa por unidade de volume), b o vetor de foras de campo (com dimenso de fora por unidade de massa) e a o vetor de acelerao de campo. As foras externas so representadas pela

    componente t(n) denominada Foras de Superfcie. Este componente no definido como sendo um componente de campo pois no depende apenas da

    localizao, mas tambm depende de uma orientao da superfcie do

    corpo/elemento como definido pelo valor local (Direo) de n. A dependncia das foras t com as direes n pode ser explicada pelo

    Tetraedro de Cauchy. Estas foras podem ser ainda separadas em Tenso

    Normal e de Cisalhamento, respectivamente:

    (9)

    | | (10)

    A Equao (8) representa o equilbrio de um corpo rgido submetido a uma

    variedade de carregamentos e restries.

    2.3 PRINCPIO DOS TRABALHOS VIRTUAIS

    Uma das formas de se determinar a estabilidade de um corpo

    mensurando a energia total do mesmo. Um dos princpios utilizados em anlise

    via Elementos Finitos o Princpio da Energia Potencial Total. Quando a

    variao da Energia Potencial Interna se iguala variao da Energia Potencial

    Externa, tem-se ento um corpo em estado de equilbrio elstico, isto , todo

    corpo em equilbrio no possui variao em sua energia total:

  • 37

    (11)

    Sendo Wint e Wext a variao da energia potencial interna e externa,

    respectivamente. A partir do momento em que um desbalanceamento de

    energias ocorre, o sistema entra em desiquilbrio e o fenmeno de no

    linearidade fsica e/ou geomtrica deve ser levada em considerao. Neste

    momento, um problema de valor de contorno s poder ser solucionado atravs

    de processos iterativos e consideraes de no-linearidade fsica e geomtrica

    na formulao do elemento finito.

    Um problema de elementos finitos pode ser baseado na formulao

    Lagrangeana ou Euleriana. A formulao Euleriana muito empregada em

    problemas relativos transferncia de calor, dinmica dos fludos, entre outros,

    pois neste caso a malha de discretizao se mantm fixa e estacionria em

    relao um ponto referencial, enquanto o problema se desloca em relao a

    este mesmo ponto. Para problemas de valor de contorno da mecnica dos

    slidos, a formulao mais empregada a Lagrangeana. Esta se caracteriza

    pelo fato da malha de discretizao se mover em conjunto com o corpo em

    relao a um ponto referencial, o que resulta em melhores resultados quando se

    reproduz anlises no-lineares. Segundo Bathe (1996), em uma anlise no-

    linear podem-se adotar duas formas de referenciais Lagrangeanos, sendo eles:

    Referencial Lagrangeano Total (LT): Os deslocamentos so medidos em

    relao configurao inicial deformada no tempo 0 (zero), conforme

    Figura 3;

    Referencial Lagrangeano Atualizado (LA): Todas as variveis estticas e

    cinemticas so medidas em relao ltima configurao de equilbrio

    obtida no processo incremental, ou seja, em relao a um referencial que

    atualizado a cada incremento de carga, conforme ilustrado na Figura 4:

  • 38

    Figura 3: Referencial Lagrangeano Total.

    Nota-se que no Referencial Lagrangeano Total a referncia se desloca

    com o sistema ao haver incremento de tempo e carregamento sem que haja

    gerao de novo sistema referncia, sendo os deslocamentos medidos em

    relao a configurao deformada inicial. No caso de Referencial

    Lagrangeano Atualizado, conforme ilustrado na Figura 4, a referncia

    atualizada a cada incremento de carga e tempo sendo que os deslocamentos

    so medidos em relao s novas referncias.

  • 39

    Figura 4: Referencial Lagrangeano Atualizado.

    Neste trabalho ser adotada uma notao para a formulao do problema

    o qual segue a seguinte regra no que se refere aos ndices das variveis:

    ndice superior esquerdo Denota a configurao na qual ocorre a

    varivel;

    ndice inferior esquerdo Denota a configurao de referncia na qual

    ocorre a varivel;

    ndice inferior direito Denota os componentes do vetor ou do tensor de

    segunda ordem;

    ndice inferior direito seguido de vrgula Denota em relao a qual

    varivel ocorre a diferenciao.

    Sendo assim, para a determinao da energia total de um corpo pode ser

    utilizado o Princpio dos Trabalhos Virtuais, em termos de deslocamentos, na

    formulao Lagrangeana Total, o qual dado por:

  • 40

    (12)

    Onde o lado esquerdo da expresso representado pelo trabalho virtual

    interno, em termos do Segundo Tensor de Tenses de Piola-Kirchoff ( S ) no tempo t+t referido configurao inicial 0 e do Tensor de Deformaes

    de Green-Lagrange ( ). O lado direito da expresso representado pelo

    trabalho virtual externo (t+tR).

    O Segundo Tensor de Tenses de Piola-Kirchoff e de Deformaes de

    Green-Lagrange no tempo t so definidos, respectivamente, como:

    , , (13)

    , , , , (14)

    No qual o Tensor de Tenses de Cauchy e a densidade aparente

    do material utilizado.

    O trabalho virtual externo t+tR descrito por:

    (15)

    Onde:

    t+tfiB Componente das foras externas aplicadas por unidade de volume

    analisadas no tempo t+t;

    t+tfiS Componentes das foras externas aplicadas por unidade de rea

    analisadas no tempos t+t;

    t+tSf Superfcie no tempos t+t na qual as foras externas de trao so

    aplicadas;

    uiS - ui avaliado na superfcie t+tSf.

  • 41

    As tenses e deformaes incrementais, respectivamente, so calculadas

    como:

    (16)

    (17)

    Tomando como premissa os componentes de tenso e deformao para um

    elemento viga-duto, consideraes de interao solo-estrutura, quando

    aplicvel, e as relaes constitutivas do material, a equao do trabalho virtual

    incremental para um elemento solo-duto, segundo Meja (2003) e reescrito por

    Shang (2009), posta como:

    (18)

    Sendo que a primeira parcela do lado esquerdo em conjunto com a segunda

    parcela do lado direito calcula a matriz incremental que descreve o

    comportamento no-linear geomtrico da estrutura para grandes deslocamentos

    e pequenas deformaes. A segunda parcela do lado esquerdo calcula a matriz

    de rigidez no tempo t com a matriz constitutiva varivel, sendo calculado neste

    termo a no-linearidade fsica. Os trs termos restantes do lado esquerdo e os

    trs ltimos termos do lado direito representam o trabalho virtual das molas de

    solo. O primeiro termo do lado direito o trabalho virtual externo originado pelas

    cargas aplicadas.

  • 42

    2.4 FORMULAO DE ELEMENTO DE VIGA DE

    EULERBERNOULLI

    Este captulo apresenta uma formulao do modelo de viga de Euler-

    Bernoulli aplicada anlise de dutos. Em termos prticos, dois tipos de

    modelos so utilizados para modelagem de dutos: modelos que usam elemento

    de casca/slido ou modelos unidimensionais de elemento de viga. Os elementos

    de casca/slido apresentam capacidade em analisar o caso de dutos

    carregados, considerando a flambagem local, causas frequentes para ruptura de

    duto. Para dutos com defeitos quaisquer, o modelo geomtrico , por natureza,

    tridimensional. Os elementos tridimensionais so ideais para anlise de efeitos

    locais, tais como flambagem local, plastificao na regio de corroso, ou

    interao de diversas colnias de defeitos. Porm, mesmo modelando um duto

    num trecho de comprimento limitado, os elementos de casca ou slido requerem

    maior esforo computacional, por que so elementos de elevado nmero de

    graus de liberdade. No caso de anlise de dutos com longo comprimento e que

    apresentam ramificaes, a malha de elementos de casca/slido no indicada.

    Nestes casos, o elemento de viga recomendado apesar da sua simplicidade.

    Uma das limitaes a excluso do efeito de flambagem local. Alm disso, a

    ovalizao na seo transversal e fratura local no so inclusos. Assim, algumas

    hipteses so consideradas para que a formulao do modelo de viga seja

    possvel.

    As equaes de equilbrio so determinadas atravs do princpio de

    trabalhos virtuais. A descrio cinemtica do modelo inclui efeitos de no

    linearidade geomtrica, devido possibilidade de desenvolvimento de grandes

    deslocamentos e pequenas deformaes. Tal descrio baseada na

    Formulao Lagrangeana Total. O efeito de no linearidade fsica tambm

    incorporado no modelo considerando que o duto teria comportamento elasto-

    plstico multilinear, com caractersticas de material isotrpico.

    Considerando um duto carregado com cargas externas e a presso

    interna, o modelo permite calcular trs tipos de tenses: longitudinal, radial e

    tangencial. A tenso radial a menor dentre todas. A tenso longitudinal

    calculada atravs da lei constitutiva do material. Em cada incremento, a

  • 43

    deformao calculada atravs das equaes deduzidas pela descrio

    cinemtica, na seo transversal de cada ponto de integrao de Gauss. Devido

    a no linearidade fsica e geomtrica do modelo, a variao da tenso

    longitudinal calculada para cada passo de incremento. A tenso tangencial

    calculada pela equao de Lam com o incremento de presso em cada passo.

    No desenvolvimento do modelo matemtico considerada a hiptese

    fundamental de que a viga formulada segundo teorema de Viga Euler-Bernoulli.

    A viga caracterizada pelo suporte de cargas transversais que produzem

    efeitos de flexo no corpo. Estas foras de flexo produzem esforos de trao

    e compresso nas faces superior e inferior da viga, dependendo da direo das

    foras aplicadas. A seo da viga subdividida em duas partes pela linha neutra,

    a qual coincide com o eixo centroidal da mesma onde neste ponto as tenses

    so nulas. A Figura 5 ilustra esquematicamente o comportamento de uma viga

    Euler-Bernoulli sob carregamento.

    Figura 5: Tpico de uma Viga de Euler-Bernoulli

    Algumas hipteses so adotadas para a formulao de um elemento com

    base na Teoria da Viga de Euler-Bernoulli, como segue:

    1. A existncia da linha neutra onde a viga no sofre trao nem compresso

    na flexo pura;

  • 44

    2. A seo transversal que era originalmente perpendicular ao eixo

    longitudinal permanece plana e perpendicular ao eixo longitudinal aps a

    deformao;

    3. Hiptese de viga esbelta;

    4. No duto submetido presso interna, existem as tenses tangenciais e

    radiais. A tenso mxima segundo a soluo de Lam para cilindros de

    parede fina a tangencial. Em funo desta concluso, no modelo em

    estudo, a tenso radial desprezada, devido ao seu valor relativamente

    menor comparado com outras tenses;

    5. Admite-se um comportamento elasto-plstico do material com

    endurecimento isotrpico. A expanso de superfcie de escoamento

    dada de acordo com critrio de Von Mises.

    2.5 RELAO DEFORMAO DESLOCAMENTO

    Os deslocamentos do eixo centroidal, em coordenadas globais, so

    obtidos a partir dos deslocamentos incrementais, como segue:

    (19)

    (20)

    (21)

    Os componentes de deslocamento, para qualquer ponto P(x1,x2,x3) do

    corpo na seo transversal deste, com referncia no tempo t, podem ser

    descritas de acordo com as expresses:

    (22)

    (23)

  • 45

    (24)

    Os quais, e so os deslocamentos do eixo centroidal no tempo

    de referncia t.

    Os deslocamentos totais acumulados no sistema de coordenada global

    ento descrito como:

    (25)

    (26)

    (27)

    O tensor de deformaes empregado o Tensor de Deformaes de

    Green-Lagrange, definido conforme Equao 14, onde os termos na forma

    expandida so escritos conforme:

    , ; , ; , ; , ; , ; , ; , ; , ; , (28)

    Expandindo a Equao 14 e considerando que s existe a deformao

    longitudinal ento se tem:

    , , , , , , , , , (29)

    Substituindo as Equaes de (28) na Equao 29, pode-se expressar os

    componentes de deformao longitudinal como segue:

  • 46

    ,

    (30)

    Desprezando os termos x2x3, x2 e x3, a equao acima simplificada

    para:

    ,

    (31)

    Da expresso acima podemos retirar as parcelas de deformao,

    curvatura e rotao incremental linear (Representado pela letra L no canto

    superior direto) em termos das coordenadas locais:

    Deformao incremental: (32)

    Curvatura incremental em X3: (33)

    Curvatura incremental em X2: (34)

    Rotao incremental em torno do eixo X3: (35)

    Rotao incremental em torno do eixo X2: (36)

    A substituio do conjunto de equaes (32) (36) na equao (31),

    resulta em:

  • 47

    (37)

    Pode-se ento decompor a equao (37) em duas parcelas, sendo

    parcela linear e no-linear, respectivamente:

    (38)

    Tal que:

    (39)

    (40)

    Sendo a parcela de deformao no-linear inicial representada por:

    ; ; (41)

    Fazendo:

    (42)

    (43)

    (44)

    E substituindo-as na equao (38), tem-se por fim:

    (45)

  • 48

    2.6 ELEMENTO DE PRTICO

    Para o estudo de dutos ser utilizado um elemento de prtico

    tridimensional, uniaxial, com seo transversal circular vazada. Este elemento

    foi desenvolvido por Meija e Rohel (2005) e aplicado por Souza (2005) e Shang

    (2009). O elemento possui funes de forma de ordem elevada, com

    comprimento L, conforme Figura 6. O elemento possui 3 ns e 6 graus de

    liberdade por n, sendo estes: deslocamentos nas direes X1, X2 e X3 e

    rotao em torno dos eixos X1, X2 e X3. O elemento prev a possibilidade de

    plastificao da seo transversal em uma anlise no linear fsica.

    Figura 6: Elemento de prtico tridimensional.

    Conforme descrito por Bathe (1996), de acordo com a formulao

    isoparamtrica de deslocamentos, as funes interpoladoras para o elemento de

  • 49

    prtico tridimensional de 3 ns, considerando as coordenadas locais, so

    definidas como:

    Deslocamento Axial (Eixo X1):

    22

    2000

    1 h (46)

    2007 1 h (47)

    22

    2000

    13 h (48)

    Deslocamento Transversal (Eixos X2 e X3):

    200200302 14341 hh (49)

    20200908 11 hh (50)

    20020015014 14341 hh (51)

    Rotao - Flexo (Eixos X2 e X3):

    2000200605 1181 Lhh (52)

    202000012011 1121 Lhh (53)

    200020018017 1181 Lhh (54)

  • 50

    Rotao - Toro (Eixos X1):

    22

    2000

    4 h (55)

    20010 1 h (56)

    22

    2000

    16 h (57)

    Na qual representa a coordenada local do elemento, o ndice superior

    esquerdo (Zero) remete configurao inicial do elemento e L o comprimento

    do mesmo. Este elemento apropriado para a anlise de dutos sujeitos a

    presses internas ou externas. Entretanto, desconsideram-se as deformaes

    devidas a esforos de toro, pois anlises com pequenas deformaes da

    seo transversal no so objeto de estudo. Sendo assim, pode-se expressar na

    forma matricial os deslocamentos incrementais, da seguinte forma:

    ettt

    t

    t

    t

    uH

    qwvu

    0

    (58)

    1616101044

    171715151111995533

    181814141212886622

    13137711

    qhqhqhhwhhwhhwh

    hvhhvhhvhuhuhuh

    qwvu

    tttY

    ttY

    ttY

    ttZ

    ttZ

    ttZ

    tt

    ttt

    t

    t

    t

    t

    (59)

    Nas expresses anteriores tu representa os deslocamentos axiais, tv

    representa os deslocamentos no Eixo X2, tZ representa rotaes transversais

    no Eixo X3, tw representa os deslocamentos no Eixo X3, tY as rotaes

    transversais no Eixo X2 e tq representa as rotaes no Eixo X1. Desprezando-se

    o efeito de toro no eixo do elemento por esta ter participao desprezvel na

  • 51

    plastificao do material, bem como admitindo-se que no haja empenamento

    da seo do elemento, a equao (59) pode ser reescrita da seguinte maneira:

    ettt

    t

    t

    uHwvu

    0

    (60)

    No qual a matriz das funes de interpolao pode ser escrita como:

    000000000000

    000000000000000000000000000

    170150110905030

    180140120806020

    1307010

    0

    hhhhhhhhhhhh

    hhhH

    tttttt

    tttttt

    ttt

    t (61)

    2.7 MATRIZES DE DEFORMAO

    DESLOCAMENTO

    Pode-se obter a deformao axial linear Lot0 e as rotaes e curvaturas

    lineares Lzt0 e

    Ly

    t0 atravs da formulao descrita na sesso anterior e descreve-

    las como sendo:

    17"1715

    "1511

    "119

    "95

    "53

    "3

    18"1814

    "1412

    "128

    "86

    "62

    "2

    13'137

    '71

    '1

    0

    0

    00

    ztt

    ytt

    ytt

    ztt

    ztt

    ztt

    ttt

    Ly

    t

    Lz

    t

    Lt

    hwhhwhhwhhvhhvhhvh

    uhuhuh

    (62)

    Em que h e h representam as derivadas primeira e segunda,

    respectivamente, das funes interpoladoras em relao coordenada local .

    A forma matricial acima tambm pode ser representada da seguinte maneira:

    etLtLy

    t

    Lz

    t

    Lt

    uB00

    0

    00

    (63)

  • 52

    Na qual Lt B0 se resume :

    04

    04

    000404

    0004

    04

    00

    4000404000

    40

    400040

    000002000002000002

    20

    "17

    20

    "15

    20

    "11

    20

    "9

    20

    "5

    20

    "3

    20

    "18

    20

    "14

    20

    "12

    20

    "8

    20

    "6

    20

    "2

    0

    '13

    0

    '7

    0

    '1

    0

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    BLt (64)

    Conforme descrito por Bathe (1996), a deformao axial incremental no-

    linear pode ser descrita da seguinte maneira:

    etNLtTNLtTetNLt uBBu 0101000 21

    (65)

    No qual:

    02

    02

    0002

    02

    0002

    02

    00

    2000202000

    20

    200020

    000002

    000002

    000002

    0

    '17

    0

    '15

    0

    '11

    0

    '9

    0

    '5

    0

    '3

    0

    '18

    0

    '14

    0

    '12

    0

    '8

    0

    '6

    0

    '2

    0

    '13

    0

    '7

    0

    '1

    10

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    BNLt (66)

    A partir disso pode-se escrever a parcela da variao da deformao axial

    incremental no-linear:

    etNLtTNLtTetNLt uBBu 01010000 21 (67)

    A curvatura incremental no-linear NLzt0 escrita como sendo:

    etNLtTLtTetLztLtNLzt uBBu 020000 (68) No qual:

  • 53

    000000000000000000

    000002

    000002

    000002

    4000

    40

    4000

    40

    4000

    40

    0

    '13

    0

    '7

    0

    '1

    20

    "18

    20

    "14

    20

    "12

    20

    "8

    20

    "6

    20

    "2

    20 Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    BNLt (69)

    De forma anloga, a curvatura incremental no-linear NLyt0 obtida atravs

    da seguinte equao:

    etNLtTLtTetLytLtNLyt uBBu 030000 (70)

    Em que:

    000002000002000002000000000000000000

    04

    04

    000404

    0004

    04

    00

    0

    '13

    0

    '7

    0

    '1

    20

    "17

    20

    "15

    20

    "11

    20

    "9

    20

    "5

    20

    "3

    30

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    Lh

    BNLt (71)

    2.8 ANLISE NO-LINEAR

    Frequentemente anlises com consideraes de no-linearidade material

    so realizadas. importante a identificao do tipo de problema analisado de

    forma a empregar as corretas consideraes e mtodos de clculo. A Tabela 1

    mostra uma classificao clara dos tipos de anlises no-lineares considerando

    separadamente efeitos de no-linearidade material e efeitos de no-linearidade

    cinemtica.

  • 54

    Tabela 1: Classificao de Anlises No-Lineares.

    Fonte: Adaptado de Bathe (1996).

    TIPO DE ANLISE DESCRIO FOMULAO

    TPICA

    MEDIO DE TENSO E

    DEFORMAO

    No-Linearidade

    Material Apenas

    Deformaes e

    Deslocamentos

    Infinitesimais; A

    relao Tenso x

    Deformao no-

    linear

    No-Linearidade

    Material

    Tenses e

    deformaes de

    engenharia

    Grandes

    Deslocamentos /

    Grandes Rotaes /

    Pequenas

    Deformaes

    Grandes

    deslocamentos e

    rotaes das fibras,

    mas mudanas de

    ngulo e

    alongamentos entre

    fibras so pequenas; A

    relao Tenso x

    Deformao pode ser

    linear ou no-linear

    Lagrangeana Total

    (LT)

    Lagrangeana

    Atualizada (LA)

    Segundo Tensor de

    Tenses de Piola-

    Kirchhoff

    Tensor de

    Deformaes de

    Green-Lagrange

    Tensor de Tenses

    de Cauchy

    Tensor de

    Deformaes de

    Almansi

    Grandes

    Deslocamentos /

    Grandes Rotaes /

    Grandes Deformaes

    Alongamentos e

    ngulo de rotao

    entre fibras podem ser

    grandes. Grandes

    deslocamentos e

    rotaes nas fibras

    tambm podem

    ocorrer; A relao

    Tenso x Deformao

    pode ser linear ou no-

    linear

    Lagrangeana Total

    (LT)

    Lagrangeana

    Atualizada (LA)

    Segundo Tensor de

    Tenses de Piola-

    Kirchhoff

    Tensor de

    Deformaes de

    Green-Lagrange

    Tensor de Tenses

    de Cauchy

    Deformaes

    Logartimicas

    A Figura 7 apresenta um esboo de alguns tipos de problemas que so

    encontrados, conforme listados na Tabela 1.

  • 55

    a) Linear Elstica (Deslocamento Infinitesimal).

    b) No-Linearidade Material Apenas (Deslocamentos infinitesimais No-linearidade na

    relao Tenso x Deformao).

    c) Grandes Deslocamentos e Rotaes com pequenas Deformaes. Comportamento de

    linearidade ou no-linearidade material.

    Figura 7: Classificao das Anlises.

    Tendo em vista a grande diversidade de problemas na engenharia, deve-

    se ficar atento ao modelo a ser adotado para que tempo computacional no seja

    desperdiado, bem como no se perca a confiabilidade da soluo.

  • 56

    Na sequncia so apresentados alguns outros conceitos a respeito de

    anlises com consideraes de no-linearidade material.

    2.8.1 TENSES PRINCIPAIS

    possvel a determinao de direes na qual as tenses cisalhantes se

    anulem, tornando as tenses normais mximas. Os valores de tenses normais

    mximas so interessantes quando anlises visam um resultado muito

    especfico, ou seja, um resultado em uma determinada direo. Estas tenses

    so chamadas de Tenses Principais. As tenses principais tambm so

    utilizadas nos critrios de escoamento utilizados em anlises no lineares.

    Os principais invariantes de tenso so definidos como:

    (72)

    (73)

    (74)

    Tenso Mdia ou Tenso Hidrosttica: (75)

    Em que 1, 2 e 3 representam a primeira, segunda e terceira tenso

    principal, respectivamente.

    A Tenso Deviatria ou Tensor Deviatrio de Tenses sij definido como:

    (76)

    Em que ij representa o Delta de Kronecker. Sendo os principais

    invariantes do tensor deviatrio:

    (77)

  • 57

    (78)

    (79)

    As tenses deviatrias principais podem ser relacionadas com as tenses

    principais atravs das seguintes expresses:

    (80)

    (81)

    (82)

    2.8.2 PLASTICIDADE

    Nos problemas de engenharia comum a premissa da condio de

    elasticidade para projeto de mquinas e estruturas, isto pois no de se esperar

    que uma mquina, viga, duto, etc., plastifique quando estiver exercendo sua

    funo, seja ela qual for. No entanto, em algumas situaes necessrio a

    verificao do projeto levando a estrutura condio de plasticidade de forma a

    verificar at que ponto a estrutura pode ser submetida a tais esforos. Para isto

    preciso conhecer alguns conceitos bsicos.

    Um dos principais pontos a ser levado em considerao ao realizar uma

    anlise com presena de efeitos de no-linearidade o tipo de material que ser

    estudado. Algumas classificaes para tal so definidas, como segue:

    Material Anisotrpico: Possui 21 coeficientes e as propriedades so

    totalmente diferentes em todas as direes;

  • 58

    Material Ortotrpico: Possui 9 coeficientes e as propriedades so

    diferentes nas 3 direes, porm iguais entre si em cada direo;

    Material Transversalmente Isotrpico: Possui 5 coeficientes e isotrpico

    por lminas, ou seja, as propriedades so iguais nas 3 direes porm

    diferente entre as lminas;

    Material Isotrpico: Possui 2 coeficientes e as propriedades so iguais em

    todas as direes.

    Este estudo leva em considerao o uso de materiais com comportamento

    isotrpico. Estes materiais, quando em escoamento plstico, tm sua superfcie

    de escoamento sendo expandida sem distoro e translao, como mostra a

    Figura 8:

    Figura 8: Superfcie de escoamento aps carregamento no material que apresenta

    encruamento isotrpico.

    Ou seja, conforme descrito por Lubliner (2006), dada uma funo continua

    f(,T,) tal que exista uma regio no espao de tenses no qual (dados valores

    para T e ) f(,T,)

  • 59

    Figura 9: Superfcie de escoamento no espao de tenses.

    A plastificao do material comandada principalmente pelas tenses

    deviatricas, sendo que para tornar possvel a determinao da superfcie de

    expanso de escoamento para um material com endurecimento isotrpico

    necessrio o clculo de tais tenses atravs de critrios de escoamento.

    adotado neste trabalho o Critrio de Von Mises como critrio de

    escoamento. Conforme descrito em Lubliner (2006), a condio de escoamento

    determinada por este critrio no tempo t+t dada por:

    (83)

    Em que a tenso de escoamento no tempo t+t e o

    tensor de tenses deviatrias no tempo t+t.

    Outro modo de representar o critrio de Von Mises atravs das tenses

    principais. A superfcie de escoamento pode ento ser escrita como:

    ; (84)

  • 60

    Onde J2 o segundo invariante do tensor deviatrio de tenses Sij e k()

    a Tenso de Escoamento Cisalhante. Desta forma, pode-se representar a

    superfcie de escoamento como sendo:

    (85)

    Ou,

    (86)

    De forma grfica, o critrio de Von Mises definido como mostra a

    Figura 10:

    Figura 10: Projees das superfcies de escoamento de Tresca e Von Mises: a) Plano-; b)

    Plano 1-3 | 2-3.

    Fonte: Lubliner (2006).

    No qual k representa a Mxima Tenso de Escoamento Cisalhante.

    2.8.3 MTODO DE NEWTON-RAPHSON

    Em anlises com presena de efeitos de no-linearidade fsica e

    geomtrica h a necessidade de se realizar determinados procedimentos de

  • 61

    integrao numrica atravs de mtodos incrementais iterativos de forma a se

    alcanar os limites da curva Tenso x Deformao. Um dos mtodos mais

    empregados para este tipo de soluo o Mtodo de Newton-Rapshon.

    Como j discutido, a equao bsica a ser resolvida em analises no-

    lineares, no tempo t+t, :

    (87)

    Esta a equao de equilbrio do elemento finito a ser resolvida, onde so as cargas nodais aplicadas e o vetor de foras nodais

    equivalente s tenses no elemento.

    Uma vez que o vetor de foras nodais depende no-linearmente dos

    deslocamentos nodais, necessrio a iterao da soluo da equao de

    equilbrio do elemento. Assume-se que o processo de iterao de Newton-

    Raphson independente das deformaes e resolvido da seguinte maneira,

    para i=1,2,3,...

    (88)

    (89)

    (90)

    Com,

    ; (91)

    Em que so os incrementos de deslocamentos e a matriz de rigidez tangente. Estas equaes so obtidas pela linearizao da resposta

    do sistema de elementos finitos nas condies do tempo t+t e iterao (i-1). Em

    cada iterao calculado um novo vetor de carga no qual um incremento de

    deformao aplicado, sendo o processo contnuo at o momento em que os

  • 62

    incrementos de carga e deformaes sejam suficientemente pequeno. Este

    processo demonstrado pela Figura 11.

    Figura 11: Ilustrao do processo de iterao de Newton-Raphson em uma soluo genrica

    de um sistema de um nico grau de liberdade.

    Uma caracterstica deste processo que a cada incremento de carga uma

    nova matriz de rigidez tangente calculada. Logo entende-se que quanto maior

    o nmero de passos de carga, mais preciso tende a ser o resultado encontrado.

    O processo iterativo finalizado quando um determinado critrio de

    convergncia alcanado.

    Alguns problemas em anlises no-lineares podem ser encontrados e

    bons mtodos iterativos devem ser capazes de superar estes pontos. Exemplos

    de casos tpicos sos os chamados Snap-Through e Snap-Back, problema de

    salto dinmico sob controle de carga e sob controle de deslocamento

    respectivamente, conforme Figuras 12 e 13.

  • 63

    Figura 12: Efeito Snap-Through.

    Figura 13: Efeito Snap-Back.

    Algumas desvantagens so encontradas neste mtodo, mas a principal

    o fato da necessidade de armazenamento da matriz de rigidez calculada em

    cada iterao, o que demanda mais tempo computacional.

  • 64

    3. MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GENERALIZADO

    At o momento foi realizada uma breve reviso terica a respeito do Mtodo

    dos Elementos Finitos Generalizado, plasticidade, mecnica do contnuo,

    mtodo de Newton-Rapshon para integrao numrica e efeitos de no-

    linearidade material. Nesta seo ser discutido o Mtodo dos Elementos Finitos

    Generalizado em uma reviso terica e em seguida em uma proposio de

    implementao do mtodo.

    O Mtodo dos Elementos Finitos Generalizado (MEFG) baseado no

    Mtodo da Partio da Unidade, proposto por Melenk e Babuska (1996). um

    mtodo de Galerkin que tem por objetivo o enriquecimento do elemento finito

    atravs da construo de um subespao de funes aproximadoras de soluo

    pr-estabelecida. Este subespao tem por objetivo melhorar os resultados locais

    e globais, quando comparado com o MEF convencional.

    Busca-se a aplicao do MEFG em problemas onde resultados locais so

    difceis de serem capturados atravs do MEF. A seguir sero apresentados os

    conceitos bsicos desta tcnica e algumas aplicaes desta teoria.

    3.1 MTODO DA PARTIO DA UNIDADE

    O Mtodo da Partio da Unidade (MPU) pode ser entendido como uma

    generalizao do Mtodo dos Elementos Finitos convencional usado para gerar

    um campo de aproximao com propriedades e comportamentos de

    conformidade e regularidade qualquer, como definido por Melenk e Babuska,

    (1996). O Mtodo definido como apresentado a seguir (Melenk e Babuska,

    1996).

    A Partio da Unidade definida como: Seja Rn um conjunto aberto, {i} uma cobertura aberta de satisfazendo uma condio de sobreposio em

    cada ponto:

    | (92)

  • 65

    A Figura 14 (Duarte, Babuska e Oden, 2000) representa as subcoberturas

    i de forma que [{i}], ressaltando que o conceito de cobertura tambm aplicado nos mtodos sem malha.

    Figura 14: Cobertura {i} do domnio .

    Fonte: Duarte, Babuska e Oden (2000).

    O parmetro M controla o nmero de subcoberturas que podem se sobrepor

    em um mesmo ponto dentro do domnio . Seja {i} uma partio da unidade

    Lipschitziana subordinada cobertura {i} satisfazendo as seguintes condies:

    ifechamento ii sup (93)

    Esta equao mostra que as funes Lipschitzianas devem ser no nulas

    apenas dentro da subcobertura s quais esto vinculadas.

    emi

    i 1 (94)

    Esta representao indica que a soma das funes i pertencentes PU

    deve resultar na unidade. Esta a caracterstica fundamental do mtodo da

    partio da unidade.

  • 66

    .; cteCCnRLi (95)

    .; cteCdiamC

    gi

    gRLi n

    (96)

    As equaes 95 e 96, respectivamente, mostram que as funes que

    compem a PU (Funes i) devem ser limitadas, bem como possuir derivadas

    limitadas.

    Logo {i} chamada de Partio da Unidade PU(M,C,Cg) subordinada

    cobertura {i}, sendo seus subdomnios chamados de subcoberturas. A partio

    da unidade possui grau mN0 se{i}Cm(Rn). Diversas so as formas de se obter as funes i, pois quaisquer funes que, quando somadas, resultem na

    unidade no domnio e sejam conformes s condies propostas nas equaes

    (95) e (96), satisfazem os pr-requisitos para formar uma partio da unidade.

    Uma forma simples de representar estas funes utilizar as funes de forma

    convencionais do MEF.

    Com a definio da Partio da Unidade, ento possvel apresentar a

    definio do espao de aproximao do MPU (Melenk e Babuska, 1996). Pode-

    se obter um conjunto de funes SiH1(i) sobre cada subdomnio i de tal forma que os deslocamentos u possam ser bem aproximados neste

    subdomnio, ento o espao global S utilizado para aproximar u em obtido

    da seguinte forma:

    1| HSsSSS ijii

    jii

    iii (97)

    Ou seja, a soluo aproximada para deslocamentos em qualquer ponto x do

    domnio dada por:

    i Ss

    ijj

    iihi

    ji

    axsxu (98)

  • 67

    No qual aij so os graus de liberdade de campo. Demonstra-se ainda (Melenk

    e Babuska, 1996) que, se em cada subdomnio i, u pode ser aproximado

    por jis Si tal que:

    )(1 1

    isuL

    ji (99)

    )()( 2 1

    isuL

    ji (100)

    Ento, a soluo aproximada uh descrita na Equao (98) satisfaz:

    2/12

    1)(

    isLh

    iCMuu (101)

    2/1

    22

    221

    2

    )()(2)(

    iCidiamC

    Muui i

    GsLh

    (102)

    Conforme Arndt (2009), o exposto acima: Estabelece que o espao global

    S herda as propriedades de aproximao dos espaos locais Si, ou seja, u pode

    ser aproximado em pelas funes de S to bem quanto pode ser aproximado

    em i pelo espao local Si.

    Verifica-se ento que o MPU permite a construo de um subespao de

    aproximao de forma desejada sem prejudicar o espao e propriedades inicial,

    herdando as propriedades de aproximao local com garantia de conformidade.

    De forma prtica, no MEFG a cobertura {i} representa a malha de

    elementos finitos, sendo que as subcoberturas i representam subdomnios de

    formados pela unio de elementos que compartilham o mesmo n sobre tais

    subcoberturas, como mostra a Figura 15.

  • 68

    Figura 15: Subdomnio e funes PU para uma malha de elemento unidimensionais do MEFG.

    Fonte: Adaptado de Arndt (2009).

    Sendo que as funes i podem ser as prprias funes interpoladoras do

    MEF convencional. Na prxima sesso sero apresentadas as funes de

    enriquecimento propostas no presente trabalho.

    3.2 FUNES DE ENRIQUECIMENTO

    As funes de enriquecimento do MEFG devem ser